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16°
TÍTULO: PROJETO DE UNIDADE DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO PARA USO EMCLIMATIZAÇÃO DE SALA DE AULATÍTULO:
CATEGORIA: CONCLUÍDOCATEGORIA:
ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURAÁREA:
SUBÁREA: ENGENHARIASSUBÁREA:
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIAINSTITUIÇÃO:
AUTOR(ES): TIAGO AMPARO ROCHA GUIMARÃES DIAS, LETÍCIA GUSMÃO CÓRDOVA GUIMARÃESAUTOR(ES):
ORIENTADOR(ES): DEOVALDO DE MORAES JÚNIOR, LUCAS BERNARDO MONTEIROORIENTADOR(ES):
COLABORADOR(ES): CRISTIANE MARQUINEZ DE ARAÚJO, MATHEUS DA SILVA THOMAZCOLABORADOR(ES):
1. Resumo
Entre os ciclos de refrigeração existentes, destacam-se dois: por compressão
e por absorção. Este último, apesar de proporcionar maiores despesas de
implantação e menor rendimento, possui a vantagem de demandar uma menor
constância na manutenção e, além disso, poder ser alimentado pela energia solar,
uma fonte renovável de energia que proporciona a redução de custos. Tendo em
vista que o ser humano obtém uma melhoria em sua qualidade de vida e saúde ao
evitar a exaustão e o estresse, a presente pesquisa teve por objetivo projetar um
sistema de refrigeração por absorção que utilize energia solar, visando climatizar
uma sala de aula a uma temperatura de 22°C, localizada na cidade de Santos/SP.
Para tanto, foi feito um levantamento bibliográfico em busca de equações para o
adequado dimensionamento do sistema de refrigeração e do coletor solar. Utilizando
as equações obtidas na literatura, realizaram-se cálculos de balanço material e de
energia, possibilitando o projeto do coletor solar. Por conseguinte, observou-se que
há necessidade de uma massa total de 30 Kg de amônia e, para transportar essa
massa, serão necessários 3,7 Kg de água. Concluiu-se que para climatizar uma sala
cujo volume é 367,9 m³ e cuja temperatura seja de 22°C, será necessário um coletor
de área de 71,1 m² e uma vazão de 61,995 Kg/h de fluido refrigerante - neste caso a
amônia.
Palavras-chave: refrigeração, ciclo por absorção, energia solar, energia renovável.
2. Introdução
Os sistemas de refrigeração, também conhecidos como processos de
transferência de calor são utilizados em grande escala para atender a diversas
necessidades industriais, residenciais e comerciais, visando o conforto térmico, e, no
caso da indústria, o controle de temperatura em grande parte dos processos
químicos, bem como em tubulações e colunas de destilação.
Segundo Smith et al (2000) em um ciclo de refrigeração contínuo, o calor que
é absorvido a uma baixa temperatura é liberado para o meio externo a uma
temperatura superior. Para tal, é necessária uma fonte externa de energia, sendo
esta proveniente de uma quantidade de trabalho fornecida ao sistema. No momento
em que se trabalha com um refrigerador ideal, é empregado o ciclo de Carnot,
constituído de quatro etapas, sendo duas isotérmicas e duas adiabáticas, seguindo
os princípios do ciclo de refrigeração contínuo. Comparado aos ciclos existentes, o
ciclo de Carnot é considerado o mais eficiente modo de produzir trabalho a partir do
calor resultante da troca térmica (LEVENSPIEL, 2002)
O ciclo de Rankine, como descito por Çengel & Boles (2013) apresenta
soluções para alguns dos problemas encontrados no ciclo de Carnot, tais como a
cavitação e erosão das pás da turbina. Visando solucionar estas adversidades,
propõe-se o superaquecimento do vapor de água.
Este consiste na entrada de água na bomba na forma de líquido saturado
até que esta atinja a pressão de operação da caldeira. A caldeira realiza a produção
e o superaquecimento do vapor. Este vapor é isentropicamente expandido em uma
turbina, de forma a produzir trabalho e um líquido com título em vapor que será
transferido para o condensador.
O ciclo de refrigeração ideal por compressão de vapor, diferentemente dos
demais, não é um ciclo internamente reversível, uma vez que possui uma válvula de
expansão (estrangulamento), como observado por Çengel & Boles (2013). Em casos
como este, o refrigerante passa pelo compressor como vapor saturado proveniente
do evaporador, sendo, desta forma, comprimido de maneira isentrópica até atingir a
pressão de operação do condensador. Neste processo o refrigerante tem sua
temperatura elevada. Na sequência este é enviado ao condensador, onde será
liquefeito em totalidade e após passar pela válvula expansora, se tornará uma
mistura líquido vapor, a qual será totalmente vaporizada ao retirar calor do ambiente
a ser refrigerado.
Ao se estudar o ciclo de refrigeração por absorção, observa-se que este se
assemelha ao por compressão exclusivamente por possuir sistema de condensação,
expansão e evaporação. A diferença está basicamente na utilização de uma
máquina térmica que contempla absorvedor, bomba, trocador de calor, regenerador
e válvula expansora. O processo consiste na evaporação do condensado, que é
transformado em vapor e absorvido por um solvente líquido, pouco volátil. A solução,
que se encontra rica em refrigerante, passa pela bomba que aumenta a sua pressão
afim de atingir a do condensador. O fluido frio contido no solvente é evaporado
quando a solução recebe calor, separando o refrigerante contido no solvente. Este
vapor passa do regenerador para o condensador e o solvente, por sua vez, retorna
para o absorvedor (SILVA, 1979).
A utilização do ciclo de refrigeração por absorção pode ocorrer através do uso
de fontes renováveis de energia, tendo em vista a conscientização sobre a
sustentabilidade. Outra vantagem que é proporcionada pelo supracitado sistema
está relacionada à redução de custos provenientes da utilização de energia elétrica.
Por essa razão é de suma importância o estudo dos ciclos por absorção que utilizam
a energia solar como fonte de calor para o desprendimento do fluido refrigerante
(BORGNAKKE & SONNTAG, 2009)
Baseando-se na utilização desta fonte renovável de energia, o absorvedor
deverá ter a característica do corpo negro, ou seja, capaz de absorver toda a
energia que captar, com a maior condutância térmica possível, transmitindo-a
integralmente ao fluído. As placas de capitação solar devem apresentar três
características básicas, sendo elas, absorbância, refletividade e transmitância.
A absorbância é a capacidade que um material tem de reter a energia
direcionada para ele. A transmitância, por outro lado, representa a capacidade que
este material tem de transmitir, através dele, a energia que lhe foi direcionada. Por
último tem-se a refletividade que, como o nome sugere, é a capacidade do material
de refletir parte da energia que foi direcionada a ele.
3. Objetivo
A pesquisa teve por objetivo projetar um sistema de refrigeração por absorção
que utilize energia solar, visando climatizar um determinado ambiente a uma
temperatura de 22°C.
4. Metodologia
O estudo realizado no laboratório de Operações Unitárias, na Universidade
Santa Cecília consistiu em pesquisas que possibilitaram a obtenção de equações
que foram utilizadas para prever a área da placa fototérmica. Com esse intuito,
foram medidas as dimensões de uma sala de aula, de modo a obter através do
volume calculado e da densidade do ar, a massa existente, por meio da equação 01.
ρ =m
V (01)
Sendo
ρ a densidade;
m a massa;
V o volume
Paralelamente, foi determinado experimentalmente, na mesma sala de aula, a
diferença de temperatura entre o momento em que esta estava com 22 pessoas e
depois quando continha 28 pessoas. Durante as medições, o ar-condicionado estava
ligado. Tendo a diferença de temperatura, a massa de ar e o calor específico
correspondente, obteve-se o calor trocado pelas pessoas através da equação 02.
Q = m. cp. ∆T (02)
Em que
Q é o calor trocado;
cp é o calor específico;
ΔT é a variação de temperatura.
Posteriormente, foram medidas as espessuras das portas, janelas e paredes
da sala, de tal modo que permitiu calcular a transferência de calor por condução
proveniente destes materiais, utilizando o coeficiente de troca térmica. Também foi
calculado a transferência de calor por convecção do ar, levando em consideração o
coeficiente de película e a área pela qual o calor é transmitido. Conforme as
equações 03 e 04.
q =L
K.A (03)
q =1
h.A (04)
Sendo
q o calor trocado;
L o comprimento;
h o coeficiente de película;
K o coeficiente de troca térmica;
A a área.
Os calores calculados nas equações supracitadas foram somados para se
obter o calor necessário a ser retirado pelo ar-condicionado do ambiente em
questão. Esta quantidade de calor removida pelo equipamento foi utilizada no
balanço de energia (equação 02), que forneceu a massa necessária de amônia que
deve ser desprendida da água.
A partir da massa de amônia vaporizada, foi feito o balanço de massa global e
por componente na caldeira, pelo qual descobriu-se a massa da mistura de entrada
e a massa da mistura de saída na fase líquida. Ao mesmo tempo, foi calculado
através de polinômio (equação 05) encontrado em Smith et al (2000) a entalpia da
alimentação de entrada para realizar o cálculo do balanço de energia final, que
forneceu o calor necessário fornecido pelo sol.
mF. HF = R. ∫ (A + BT + CT2)dTT2
T1 (05)
Em que
A, B e C são constantes tabeladas;
mF é a massa da alimentação;
HF é a entalpia da alimentação;
R é a constante de gases;
T é a temperatura.
Por fim, calculou-se a área da placa térmica, por meio do calor fornecido pelo
sol, pela eficiência da placa e pela I, fornecida pela equação 06.
S =A
I.η (06)
Sendo
S a área da placa coletora;
I a irradiação solar média;
η o rendimento do coletor solar.
5. Desenvolvimento
A quantidade de energia necessária para manter uma sala a 22ºC foi
calculada, considerando a temperatura externa, do corredor e das salas ao lado,
respectivamente, 42, 30 e 26ºC. Considerou-se uma sala de 11,20 m x 10,70 m x
3,07 m; janela com medidas de 2,95 m x 1,59 m e porta com 2,95 m x 2,10 m,
adotando A = 1 m² como base de cálculo para as resistências.
ℎ𝑎𝑟 = 100 𝑊
𝑚2℃ × [
0,8598 𝑘𝑐𝑎𝑙ℎ
1𝑊] ≅ 86
𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ𝑚²℃ (07)
𝑘𝑡𝑖𝑗𝑜𝑙𝑜 = 0,7 𝑊
𝑚℃ × [
0,8598 𝑘𝑐𝑎𝑙ℎ
1𝑊] ≅ 0,602
𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ𝑚℃ (08)
𝑘𝑣𝑖𝑑𝑟𝑜 = 0,8 𝑊
𝑚℃× [
0,8598 𝑘𝑐𝑎𝑙ℎ
1𝑊] ≅ 0,688
𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ𝑚℃ (09)
𝑘𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎 = 0,14 𝑊
𝑚℃ × [
0,8598 𝑘𝑐𝑎𝑙ℎ
1𝑊] ≅ 0,120
𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ𝑚℃ (10)
𝑅1 =1
ℎ𝑎𝑟×𝐴=
1
86 𝑘𝑐𝑎𝑙ℎ𝑚²℃
×1 𝑚²≅ 0,01163
ℎ℃
𝑘𝑐𝑎𝑙 (11)
𝑅2(𝑡𝑖𝑗𝑜𝑙𝑜)=
𝐿
𝑘𝑡𝑖𝑗𝑜𝑙𝑜×𝐴=
0,145 𝑚
0,602 𝑘𝑐𝑎𝑙ℎ𝑚℃
×1 𝑚²≅ 0,24086
ℎ℃
𝑘𝑐𝑎𝑙 (12)
𝑅2(𝑣𝑖𝑑𝑟𝑜)=
𝐿
𝑘𝑣𝑖𝑑𝑟𝑜×𝐴=
0,016 𝑚
0,688 𝑘𝑐𝑎𝑙ℎ𝑚℃
×1 𝑚²≅ 0,02326
ℎ℃
𝑘𝑐𝑎𝑙 (13)
𝑅2(𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎)=
𝐿
𝑘𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎×𝐴=
0,048 𝑚
0,120 𝑘𝑐𝑎𝑙ℎ𝑚℃
×1 𝑚²= 0,4
ℎ℃
𝑘𝑐𝑎𝑙 (14)
𝑅3 =1
ℎ𝑎𝑟×𝐴=
1
86 𝑘𝑐𝑎𝑙ℎ𝑚²℃
×1 𝑚²≅ 0,01163
ℎ℃
𝑘𝑐𝑎𝑙 (15)
Deste modo tem-se o calor proveniente da parede externa como sendo:
��𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 =∆𝑇
𝑅1+𝑅2(𝑡𝑖𝑗𝑜𝑙𝑜)+𝑅3
=(42−22)℃
(0,01163+0,24086+0,01163) ℎ℃𝑘𝑐𝑎𝑙
≅ 75,72 𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ≅ 300,5
𝐵𝑡𝑢
ℎ (16)
��𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 =∆𝑇
𝑅1+𝑅2(𝑣𝑖𝑑𝑟𝑜)+𝑅3
=(42−22)℃
(0,01163+0,02326 +0,01163) ℎ℃𝑘𝑐𝑎𝑙
≅ 429,9 𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ≅ 1706
𝐵𝑡𝑢
ℎ (17)
No caso do corredor, têm-se o fluxo de calor para o interior da sala:
��𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 =∆𝑇
𝑅1+𝑅2(𝑡𝑖𝑗𝑜𝑙𝑜)+𝑅3
=(30−22)℃
(0,01163+0,24086+0,01163) ℎ℃𝑘𝑐𝑎𝑙
≅ 30,29 𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ≅ 120,2
𝐵𝑡𝑢
ℎ (18)
��𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎 =∆𝑇
𝑅1+𝑅2(𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎)+𝑅3
=(30−22)℃
(0,01163+0,4 +0,01163) ℎ℃𝑘𝑐𝑎𝑙
≅ 18,90 𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ≅ 75,00
𝐵𝑡𝑢
ℎ (19)
Ao se observar a sala vizinha, temos para seu fluxo de calor:
��𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 =∆𝑇
𝑅1+𝑅2(𝑡𝑖𝑗𝑜𝑙𝑜)+𝑅3
=(26−22)℃
(0,01163+0,24086+0,01163) ℎ℃𝑘𝑐𝑎𝑙
≅ 22,72 𝑘𝑐𝑎𝑙
ℎ≅ 90,2
𝐵𝑡𝑢
ℎ (20)
Finalizando os cálculos, considerando as dimensões da parede:
��𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑟𝑒𝑎𝑙= 300,5 × 25 𝑚² = 7512,5
𝐵𝑡𝑢
ℎ (21)
��𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎𝑟𝑒𝑎𝑙= 1706 × 9,4 𝑚² = 16036,4
𝐵𝑡𝑢
ℎ (22)
��𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑟𝑒𝑎𝑙= 120,2 × 31,05 𝑚² = 3732,21
𝐵𝑡𝑢
ℎ (23)
��𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑟𝑒𝑎𝑙= 75,00 × 3,34 𝑚² = 250,5
𝐵𝑡𝑢
ℎ (24)
��𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑟𝑒𝑎𝑙= 90,2 × 32,85 𝑚2 × 2 = 5926,14
𝐵𝑡𝑢
ℎ (25)
��𝑠𝑎𝑙𝑎 = ∑ �� = 33457,75 𝐵𝑡𝑢
ℎ (26)
��𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 = 5000 𝐵𝑡𝑢
ℎ (27)
Após a obtenção da quantidade de calor fornecida pela estrutura da sala e
através da transpiração das pessoas, foi realizado o cálculo da massa de amônia
necessária a ser desprendida da água (equação 28). Essa massa foi posteriormente
utilizada para o cálculo da energia mínima fornecida pelo sol (equação 40).
��𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑚𝑎𝑚ô𝑛𝑖𝑎. ∆𝐻 → 𝑚𝑎𝑚ô𝑛𝑖𝑎 =��𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
∆𝐻=
��𝑠𝑎𝑙𝑎+��𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠
∆𝐻 (28)
∆𝐻𝑣𝑎𝑝 1𝑎𝑡𝑚= 1359,8
𝑘𝐽
𝑘𝑔= 1288,8
𝐵𝑡𝑢
𝑘𝑔 (29)
𝑚𝑎𝑚ô𝑛𝑖𝑎 =(33457,75+5000)
𝐵𝑡𝑢
ℎ
1288,8𝐵𝑡𝑢
𝑘𝑔
≅ 30 𝑘𝑔𝑎𝑚ô𝑛𝑖𝑎
ℎ (30)
A figura 1 apresenta o esquema do balanço material e balanço de energia que
será utilizado no sistema de liberação de amônia.
𝐴𝑏𝑠𝑜𝑟𝑣𝑒𝑑𝑜𝑟
120℉ ��𝐹 = 206,65
𝑘𝑔
ℎ
30,0% 𝑁𝐻3
70,0% 𝐻2𝑂
��𝑉 = 33,7 𝑘𝑔
ℎ
89,0% 𝑁𝐻3 → 30 𝑘𝑔ℎ
11,0% 𝐻2𝑂 → 3,7 𝑘𝑔ℎ
��𝐿 = 172,96 𝑘𝑔
ℎ
18,5% 𝑁𝐻3
81,5% 𝐻2𝑂
Figura 1 – Diagrama de bloco do balanço material e balanço de energia
A equação 31 apresenta o balanço material global.
��𝐹 = ��𝑉 + ��𝐿 → ��𝐹 − ��𝐿 = 33,7𝑘𝑔
ℎ ∴ ��𝐿 = ��𝐹 − 33,7 (31)
O balanço material parcial está representado pelas equações 32 e 33.
NH3: ��𝐹 × 𝑥𝐹 = ��𝑉 × 𝑥𝑉 + ��𝐿 × 𝑥𝐿 → ��𝐹 × 0,3 = 33,7 × 0,89 + ��𝐿 × 0,185 (32)
H2O: ��𝐹 × 𝑥𝐹 = ��𝑉 × 𝑥𝑉 + ��𝐿 × 𝑥𝐿 → ��𝐹 × 0,7 = 33,7 × 0,11 + ��𝐿 × 0,815 (33)
Substituindo a equação 31 na equação 32, obtém-se:
��𝐹 . 0,3 = 33,7.0,89 + (��𝐹 − 33,7). 0,185 → ��𝐹 . 0,3 = 30 + 0,185. ��𝐹 − 6,2345 (34)
0,115. ��𝐹 = 23,7655 ∴ ��𝐹 = 206,65 𝑘𝑔
ℎ (35)
Substituindo a equação 35 na equação 31, tem-se:
��𝐿 = 206,65 − 33,7 = 172,96 𝑘𝑔
ℎ (36)
A tabela 1 apresenta os dados referentes à mistura binária água/amônia para
o cálculo do balanço de energia do equipamento. A equação 37 apresenta o início
dos cálculos energéticos do processo.
Tabela 1 – número de mols de cada componente e valores das constantes do
polinômio.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝑘𝑔) 𝑀𝑀 (𝑘𝑔
𝑘𝑚𝑜𝑙) 𝑛 (𝑘𝑚𝑜𝑙) 𝐴 𝐵 × 103 𝐶 × 106
𝐴𝑚ô𝑛𝑖𝑎 (𝑁𝐻3) 61,99 17 3,64 22,626 −100,75 192,71
Á𝑔𝑢𝑎 (𝐻2𝑂) 144,66 18 8,03 8,712 1,25 −0,18
𝐴 = 3,64 × 22,626 + 8,03 × 8,712 = 152,316 (37)
𝐵 = (3,64 × −100,75 + 8,03 × 1,25) × 10−3 = −0,3567 (38)
𝐶 = (3,64 × 193,71 + 8,03 × −0,18) × 10−6 = 700,019 × 10−6 (39)
𝑄 = ��𝑉. 𝐻𝑉 + ��𝐿 . 𝐻𝐿 − ��𝐹. 𝐻𝐹 (40)
𝐻𝑉 = 728𝐵𝑡𝑢
𝑙𝑏×
2,205 𝑙𝑏
1 𝑘𝑔×
1,05506 𝑘𝐽
1 𝐵𝑡𝑢= 1693,62
𝑘𝐽
𝑘𝑔 (41)
𝐻𝐿 = 45𝐵𝑡𝑢
𝑙𝑏×
2,205 𝑙𝑏
1 𝑘𝑔×
1,05506 𝑘𝐽
1 𝐵𝑡𝑢= 104,69
𝑘𝐽
𝑘𝑔 (42)
��𝐹 × 𝐻𝐹 = 8,314 × ∫ 𝐴 + 𝐵𝑇 + 𝐶𝑇2 × 𝑑𝑇323
273 (43)
��𝐹 × 𝐻𝐹 = 8,314 × (152,316𝑇 −0,3567𝑇2
2+
700,019×10−6𝑇3
3) |
323
273 (44)
��𝐹 . 𝐻𝐹 = 45032,67 𝑘𝐽
ℎ (45)
��𝑉 × 𝐻𝑉 = 33,7𝑘𝑔
ℎ× 1693,62
𝑘𝐽
𝑘𝑔= 57074,994
𝑘𝐽
ℎ (46)
��𝐿 × 𝐻𝐿 = 172,65 𝑘𝑔
ℎ× 104,69
𝑘𝐽
𝑘𝑔= 18074,7285
𝑘𝐽
ℎ (47)
𝑄 = 57074,994 𝑘𝐽
ℎ+ 18074,7285
𝑘𝐽
ℎ− 45032,67
𝑘𝐽
ℎ → 𝑄 = 30148,4595
𝑘𝐽
ℎ (48)
𝑄 = 30148,4595𝑘𝐽
ℎ= 8,37
𝑘𝑊ℎ
ℎ×
24ℎ
1 𝑑𝑖𝑎= 200,88
𝑘𝑊ℎ
𝑑𝑖𝑎 (49)
Por fim, foi efetuado, através da equação 50, o cálculo da área da placa
térmica necessária para climatizar a 22°C a sala em estudo.
𝑆 =𝑄
𝐽×𝑛 (50)
𝜂 = 0,6 (60%) (51)
𝐽 = 4,71 𝑘𝑊ℎ
𝑚2𝑑𝑖𝑎 (52)
𝑆 =200,88 𝑘𝑊ℎ
𝑑𝑖𝑎
4,71 𝑘𝑊ℎ
𝑚2 𝑑𝑖𝑎×0,6
≅ 71,1 𝑚2 (53)
6. Resultados
Observou-se para as condições do sistema estudado, que uma massa de
30 Kg de amônia e 3,7 Kg de água seguirão para o sistema de resfriamento na
forma de vapor. Para que ocorra o desprendimento dessa massa a partir de uma
solução de 30% de concentração mássica de amônia será necessária uma
quantidade de calor no absorvedor de 200,88 kWh.dia-1.
Sabendo-se que a incidência solar global na Região Administrativa de
Santos é de 4,71 kWh.m-2.dia-1 (PEREIRA et al, 2006) tem-se então um coletor
solar total com uma área de 71,1 m2.
7. Conclusão
A pesquisa permitiu concluir que para uma sala de aula mantida a
temperatura de 22°C, com volume total de 367,9 m³, será necessário um coletor
solar de 71,1 m². Observou-se também que o sistema empregado não é viável
para aplicações em locais com alta densidade populacional, como por exemplo
prédios, hospitais e escolas. Visto que a área de coleta deste sistema é elevada,
não é aplicável em situações industriais.
No entanto, o presente estudo é extremamente viável para instalações em
casas e residências de pequeno porte, que comportem número reduzido de
pessoas, tendo em vista que a superfície do telhado destas seria suficiente para
manter o ambiente climatizado.
8. Bibliografia
BORGNAKKE, C.; SONNTAG, R. E.; Fundamentos da Termodinâmica, 7ªEd., Blucher,
2009.
ÇENGEL, Y. A.; BOLES, M. A.; Termodinâmica, 5ªEd., McGraw-Hill, 2013
LEVENSPIEL, O.; Termodinâmica amistosa para engenheiros; Editora Edgard Blücher
ltda., 2002.
PEREIRA, E. B.; MARTINS, F. R.; ABREU, S. L.; RÜTHER, R.; Atlas Brasileiro de
Energia Solar, São José dos Campos, INPE, 2006.
SILVA, R. B.; Instalações frigoríficas, Grêmio Politecnico, 1979.
SMITH, J. M.; VAN NESS, H. C.; ABBOT, M. M., Introdução a Termodinâmica da
Engenharia Química, 5ª Ed., 2000.