Vi, através do prisma do tempo, o momento em que Francisco Dias Velho, o Bandeirante, chegou à Ilha de Santa Catarina, com a família e os agregados - dois padres, carijós domesticados, dois gatos, dois marrecos e uma matilha de cachorros.

Vi, por uma bandeirola do primeiro casebre erguido no largo da futura matriz, o Bandeirante desenhando a modesta planta da igrejinha. E vi, dias depois, carijós erguendo as fundações desse oratório.

Em torno do “cruzeiro” que ali se ergueu, lá pelo ano de 1675, brotaram casas humildes, como precárias cachopas em volta de um tronco.

A igreja foi dedicada à Nossa Senhora do Desterro, nome que a própria vila adotou. Os corsários franceses chamaram-na “Notre Dame de l’Exil”.

Vi quando outros corsários chegaram. Os ingleses comandados pelo pirata Robert Lewis. Lançaram âncora ao largo de Canasvieiras. Consertaram o seu navio que trazia no mastro a bandeira da caveira. Fazendo uma “guerra preventiva”, o Dias Velho se antecipou. Expulsou os piratas, que deixaram em terra um tesouro em pratarias.

Vi quando, em 1689, os piratas voltaram para a vingança. Sorrateiros, atacaram o coração de Desterro na calada da noite. Mataram o pioneiro e sequestraram sua família.

Vi quando, meio século depois, chegou o primeiro governador da província, o brigadeiro José da Silva Paes, em 1739.

D. João V, preocupado com o “olho dos espanhóis”,

mandou-o conceber um sistema de defesa da vila, há treze anos desmembrada de Laguna. Vi quando o brigadeiro chamou os arquitetos militares e eles conceberam as fortalezas de Santa Cruz, em Anhatomirim; São José da Ponta Grossa, em Jurerê; e Santo Antônio, na Ilha Raton Grande.

Vi quando, nove anos depois, desembarcaram na Ilha as primeiras famílias açorianas, em 1748. Eram 461 açoritas e madeirenses, trocando a imensidão do Atlântico pela Ilha do sul. Comadres se reencontraram no ancoradouro da vila, carregando suas almofadas de renda de bilro e trocando a mais

conhecida das interjeições do arquipélago de origem:- Olho-lhó-lhó, vosmicê por aqui?Vi quando os espanhóis chegaram com mais de cem

caravelas em 1777, juncando a baía norte de gaivotas flutuantes – tantas que os portugueses “correram”.

Vi Desterro deserta e abandonada, as autoridades fugindo para São José, deixando o Palácio Cruz e Sousa para os espanhóis de libré e sapatos de verniz. Os invasores reinaram durante um longo ano e, no interior da Ilha o acento “mané” ganhou algum arremedo castelhano:

- “Entonces”... Vi o comandante francês Louis Isidore Duperrey

chegar à Ilha em outubro de 1822, a bordo do “La Coquille”. Vi o forte de Santa Cruz desfraldar uma bandeira do antigo Império. O oficial português que subiu ao barco da França, depois explicaria:

- Ainda não hasteamos o pavilhão desse Brasil novo e independente. Ora desfraldamos a bandeira do antigo Império brasileiro, ora a de Portugal.

Pronto. Estava fundada a infidelidade partidária que assinalaria a vida política da nova nação por séculos.

Vi a velha Desterro crescer em ritmo “chinês” a quase 10% ao ano durante os últimos 15 anos do século 20, experimentando a grande metamorfose da urbanização desvairada - um grande aterro, um túnel e duas pontes – a Colombo Salles e a Pedro Ivo.

Antes disso, ainda nos anos 1970, vi Zininho sentar-se num toco de bar, ali na praia do Abraão, entre uma e outra cervejota, sob o testemunho visual e auricular de Adolfo Zigelli e Luiz Henrique Rosa.

O poeta abraçou o violão, dedilhou-o - e entoou o primeiro verso de sua nova canção:

- Um pedacinho de terra...

Pequena história de Desterro

Costa Ramossergiodacostaramos@uol.com.brSÉRGIO DA

16 sábado e domingo, 12 e 13 de setembro de 2020 Cidade

EDITAL DE CONVOCACAO DE CONVENCAO ELEITORAL VIRTUAL MUNICIPAL PARA A CELEBRACAO DE COLIGACAO E ESCOLHA DE CANDIDATOS. O Presidente da Comissão Executiva Provisória Municipal do Republicanos, do Município de São José-SC, na forma que dispõem o art. 23 do Estatuto Partidário e legislação eleitoral vigente, em especial as Resoluções do TSE n. 23.619/19, 23.623/20, 23.624/20, e EC n. 107/2020 convoca todos os seus conven-cionais, para comparecerem a Convenção Partidária Municipal do Republicanos a ser realizada no dia 16/09/2020, com início as 20 horas e término até as 23h, salvo necessidade de maior ou menor tempo de duração, que será realizada no formato virtual, com a seguinte ORDEM DO DIA: I - Deliberação sobre a participação no pleito municipal de 2020; II - Escolha dos candidatos que disputarão as eleições municipais majoritárias e/ou proporcionais a serem realizadas, em 15 (quinze) de novembro de 2020; III - Deliberar se serão realizadas coligações para as eleições majoritárias e discussão, aprovação e nome da coligação ou se o partido concorrerá isolad-amente; IV - Sorteio dos números para candidatos a Vereadores (as) e nomes que utilizarão nas urnas; V - Indicação dos Representantes/Delegados ; VI- Outros assuntos de interesse partidário e eleitoral. Em tempo, informa que a plataforma que será utilizada para a realização da convenção no formato virtual será o Google meet, sendo que para receber o link para acesso a reunião virtual solicitamos que o convencional envie e-mail para o endereço de e-mail republica-nos.sc10@gmail.com até as 18:00 do dia da convenção. Cordialmente, São José, 11/09/2020. GRACIELA FERNANDES PORTO – Presidente - Republicanos de São José

A Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade lançou o Concurso de Arqui-tetura e Urbanismo, de abran-gência nacional, para promover a revitalização da área externa do Edifício das Diretorias, sede da pasta, em Florianópolis. O vencedor, além da premiação de R$ 5 mil, será contratado para elaborar o projeto executivo de arquitetura e de engenharia, no valor de R$ 36.451,24. Os segundo e terceiro colocados receberão premiações de R$ 3 mil e R$ 2 mil.

O concurso irá selecionar o es-tudo preliminar para revitalização da área externa, que contempla escadas e rampa de acesso, vagas de estacionamento em fren-te ao prédio, calçadas e piso.

“A secretaria está inovando suas ações de infraestrutura. O concurso visa obter propos-tas que priorizem as pessoas.

Queremos agregar qualidade na vida dos cidadãos que utilizam a cidade nos limites do Edifício das Diretorias e seu entorno imedia-to, garantindo a acessibilidade, tanto ao prédio como à área externa, e contribuindo para a urbanidade”, afirma o secretário da Infraestrutura, Thiago Vieira.

Podem participar do concurso somente equipes de profissio-nais compostas por, pelo menos, um arquiteto e urbanista e um engenheiro civil (dupla técnica), devidamente inscritos em seus respectivos conselhos profis-sionais e regularmente habili-tados ao exercício da profissão.

As inscrições já estão abertas e devem ser realizadas até 14 de outubro, pelo e-mail: siecom-pras@sie.sc.gov.br, com envio da documentação necessária conforme previsto no Edital de Concurso SIE/SC nº 066/2020.

A proposta técnica deverá ser entregue no dia 23 de outubro, até às 17h, no Protocolo Geral da secretaria, no andar térreo do Edifício das Diretorias (rua Tenente Silveira, 162). Após definição do vencedor, a elabo-ração do projeto executivo deverá ser concluída em até 45 dias.

OBRA ICÔNICAO Edifício das Diretorias é obra

icônica do Centro de Florianó-polis, marcando e valorizando a esquina das ruas Tenente Silveira e Deodoro. O projeto foi elabo-rado pelo engenheiro Domingos Trindade, em 1953, e construído entre 1959 e 1961. Foi uma das primeiras manifestações do modernismo na cidade. Ao longo dos anos, abrigou diversos órgãos públicos e atualmente é ocupa-do pela Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade.

Concurso de arquitetura nacional

Novo visual para Edifício das Diretorias

Estado lança concurso para revitalizar área externa do prédio que é uma das

referências do modernismo na Capital, com calçada remetendo à Copacabana

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