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7/25/2019 15285624022014Fundamentos de Lingua Latina Aula 1

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Fundamentos da

Lngua Latina

So Cristvo/SE

2007

Jos Raimundo Galvo


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Projeto Grfico e CapaHermeson Alves de Menezes

DiagramaoNycolas Menezes Melo

IlustraoAlysson Prado dos SantosEdgar Pereira Santos Neto

Manuel Messias de Albuquerque Neto

RevisoLara Anglica Vieira de Aguiar

Elaborao de Contedo

Jos Raimundo Galvo

S237I Galvo, Jos Raimundo. Fundamentos da Lngua Latina / Jos Raimundo Galvo -- So

Cristvo: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2007.

1. Lngua latina. 2. Latim. 3. Gramtica latina I. Ttulo.

CDU 81=124(091)

Copyright 2007, Universidade Federal de Sergipe / CESAD.Nenhuma parte deste material poder ser reproduzida, transmitida e gravadapor qualquer meio eletrnico, mecnico, por fotocpia e outros, sem a prviaautorizao por escrito da UFS.

FICHA CATALOGRFICA PRODUZIDA PELABIBLIOTECACENTRALUNIVERSIDADEFEDERAL DESERGIPE

Funadmentos da Lngua Latina


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Presidente da RepblicaDilma Vana Rousseff

Ministro da EducaoFernando Haddad

Secretrio de Educao a DistnciaCarlos Eduardo Bielschowsky

ReitorJosu Modesto dos Passos Subrinho

Vice-ReitorAngelo Roberto Antoniolli

Chefe de GabineteEdnalva Freire Caetano

Coordenador Geral da UAB/UFSDiretor do CESAD

Antnio Ponciano Bezerra

Vice-coordenador da UAB/UFSVice-diretor do CESADFbio Alves dos Santos

Diretoria PedaggicaClotildes Farias de Sousa (Diretora)

Diretoria Administrativa e FinanceiraEdlzio Alves Costa Jnior (Diretor)Sylvia Helena de Almeida SoaresValter Siqueira Alves

Coordenao de CursosDjalma Andrade (Coordenadora)

Ncleo de Formao ContinuadaRosemeire Marcedo Costa (Coordenadora)

Ncleo de Avaliao

Hrica dos Santos Matos (Coordenadora)Carlos Alberto Vasconcelos

Ncleo de Servios Grficos e AudiovisuaisGiselda Barros

Ncleo de Tecnologia da InformaoJoo Eduardo Batista de Deus AnselmoMarcel da Conceio SouzaRaimundo Araujo de Almeida Jnior

Assessoria de ComunicaoEdvar Freire CaetanoGuilherme Borba Gouy

Coordenadores de CursoDenis Menezes(Letras Portugus)Eduardo Farias (Administrao)Haroldo Dorea (Qumica)Hassan Sherafat (Matemtica)Hlio Mario Arajo (Geografia)Lourival Santana (Histria)Marcelo Macedo (Fsica)Silmara Pantaleo (Cincias Biolgicas)

Coordenadores de TutoriaEdvan dos Santos Sousa (Fsica)Raquel Rosrio Matos (Matemtica)Ayslan Jorge Santos da Araujo (Administrao)Carolina Nunes Goes (Histria)Rafael de Jesus Santana (Qumica)Gleise Campos Pinto Santana (Geografia)Trcia C. P. de Santana (Cincias Biolgicas)Vanessa Santos Ges (Letras Portugus)

Lvia Carvalho Santos (Presencial)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPECidade Universitria Prof. Jos Alosio de Campos

Av. Marechal Rondon, s/n - Jardim Rosa ElzeCEP 49100-000 - So Cristvo - SE

Fone(79) 2105 - 6600 - Fax(79) 2105- 6474

NCLEO DE MATERIAL DIDTICO

Hermeson Menezes (Coordenador)Marcio Roberto de Oliveira Mendona

Neverton Correia da SilvaNycolas Menezes Melo


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AULA 1Importnica e atualidade do latim...................................................... 07

AULA 2

Origem e expanso do latim.............................................................. 21

AULA 3Alfabeto e fonologia do latim ............................................................. 33

AULA 4Anlise sinttica e articulao das palavras em latim ....................... 41

AULA 5As declinaes latinas ....................................................................... 53

AULA 6Estudo dos nomes da 2 declinao ................................................. 65

AULA 7Estudo do verbo esse (ser) ............................................................... 75

AULA 8Adjetivos de 1 classe ....................................................................... 83

AULA 9Morfologia dos verbos de 1 conjugao .......................................... 95

AULA 10Terceira declinao - nomes masculinos e femininos ..................... 107

AULA 11Nomes neutros da 3 declinao ......................................................117

AULA 12Morfologia dos verbos de 2 conjugao ........................................ 129

AULA 13Adjetivos de 2 classe ..................................................................... 141

AULA 14Estudo dos nomes de 4 e 5 declinao ........................................ 153

AULA 15Morfologia dos verbos de 3 conjugao ........................................ 265

Sumrio


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AULA 16Morfologia dos advrbios e das preposies .................................. 181

AULA 17

Morofologia dos verbos de 4 conjugao ...................................... 195

AULA 18Morofologia dos pronomes .............................................................. 205

AULA 19Conjunes e interjeies ............................................................... 223

AULA 20Formao de palavras ..................................................................... 233


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IMPORTNCIA EATUALIDADE DO LATIM

METAMostrar a importncia do latim e a sua atualidade no mbito da lngua portuguesa;

Demonstrar a profunda relao entre o latim e o portugus;

Explorar elementos conhecidos no lxico e nas expresses inseridas na prtica da lngua portuguesa.

OBJETIVOSAo final desta aula o aluno dever ser capaz de:

reconhecer a importncia do latim a partir da

sua atualidade na prtica da lngua portuguesa;

identificar elementos comuns s lnguas latina e

portuguesa;

reavaliar o conceito de lngua morta com que

se classifica o latim; e analisar a maneira pela

qual as formas latinas so recuperadas nos

termos derivados e expresses que compemo discurso de certas reas do saber.

Aula

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Fundamentos da Lngua Latina

INTRODUO

Caro aluno, seja bem vindo aos primeiros contatos formais com a lngualatina. Voc, certamente, ter gran-

des surpresas com esta disciplina. Primeiro, porque voc vai perceberque o estudo do latim no to complicado como se fala que . Depois,porque voc j conhece muita coisa de latim. Este conhecimento, acredite,

vai contribuir para melhor aprofundamento da lngua portuguesa. Tomaraque voc aprenda a gostar do latim e deseje seguir novos rumos na rea deLetras, motivado pelo fascnio que o estudo de latim pode despertar em voc.

O estudo da lngua latina de suma importncia para o curso de Letras,desde que no se adote uma didtica em que se prioriza a memorizao deregras e frmulas para as quais no se evidencia um sentido lgico. Infeliz-

mente, os prprios professores de latim e os mtodos por eles empregadosno trato com essa lngua so os maiores responsveis pela antipatia e rejeioque marcou a disciplina ao longo dos tempos. claro que o pleno domnioda lngua latina exige aprofundamento constante, o que, s vezes, requeresforo e dedicao de longos perodos de concentrao nos estudos.

No entanto, as informaes aqui propostas que devem compor oestudo das Letras so de ordem prtica e visam percepo das baseslatinas que entram na constituio da lngua portuguesa, como tambm deoutras lnguas romnicas.

Fique tranqilo: aqui no se pretende formar especialistas. O espao lim-

itado de to poucas aulas tambm no seria suficiente para realizar tal intento.A razo de ser destas aulas , principalmente, suscitar o interesse pela

prpria lngua portuguesa abrindo os horizontes para a compreenso maisampla de suas bases que se fixam na lngua latina. Alm disso, elas lhetraro grandes benefcios para os estudos no curso de Letras. Muita coisadepender de voc. Sucesso!

Lnguas

romnicas

Termo com que so

identificadas todas

as lnguas prove-

nientes do latim:

portugus, francs,

espanhol, italiano

etc. Outras des-ignaes tambm

possveis: lnguas

neolatinas ou novi-

latinas, romances e

romanos.


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Importncia e atualidade do latim Aula

1IMPORTNCIA DO LATIM

Costuma-se caracterizar o latim como lngua morta.Voc j se perguntou o que isto significa? Dificilmenteencontramos algum que busca assimilar o significado de tal expresso.

O latim realmente uma lngua morta, mas no sentido em que ela no mais usada por nenhuma comunidade como meio de comunicao escritaou oral. Ningum, por exemplo, ser forado a estudar o latim para podercomunicar-se em qualquer lugar do mundo para onde se dirija. Nenhumaeroporto do mundo ser obrigado a expor letreiros em latim para orientaros transeuntes. O mesmo no acontece com o ingls, o francs, que possuemlocalizao definida; nem mesmo com o grego e o hebraico, lnguas antigas

como o latim, mas ainda usadas por comunidades especficas de falantes.Alm do Estado do Vaticano, o qual ainda tem o latim como lngua

oficial, em nenhum outro lugar do mundo esta lngua ser necessria comotal. At se pode dizer que o latim no mais suficientemente estudado naformao dos religiosos catlicos, sendo cada vez mais raros os membrosdo clero que o dominam e o empregam com firmeza.

Tem-se a impresso, portanto, de que o estudo do latim, por causadas prprias circunstncias nas quais se encontra, jamais ser recuperadoem sua totalidade, a no ser pelas universidades que mantm os cursosde letras clssicas ou por especialistas que necessitem faz-lo para a plenacompreenso de documentos escritos nessa lngua.

No h razo, pois, para alimentar saudosismos e imaginar a volta tri-unfal do latim, mas igualmente lamentvel que se queira excluir comple-tamente as abordagens de lngua latina dos cursos de Letras como j se fezem todo o ensino brasileiro.


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AS LNGUAS NEOLATINAS

Entre as filhas do latim, as chamadas lnguas neolatinas, no-vilatinas ou romnicas, o portugus aquela que guarda maiorafinidade com a lngua me. Mesmo que tenham existido grandestransformaes na passagem do latim ao portugus, as marcas la-tinas continuam vigentes no lxico da atualidade e o que maisinteressante os falantes conseguem circular entre as formas semqualquer tipo de embarao.

Para citar alguns exemplos, eis a seguir um demonstrativo decomo as formas latinas de onde o portugus se originou so recu-peradas em muitos termos derivados:

Latim Portugus Latim nos derivadosVitrum, iTaurus, iCapra, aeProbabilis, eHodiePluvia, ae

Aqua, aePectus, pectorisCor, cordis

VidroTouroCabraProvvelHojeChuva

guaPeitoCorao

Vitral, vitrificar, vitrineTaurino

Caprino, capricrnioProbabilidade, probabilstico

HodiernoPluvial, pluvimetro

Aqurio, aquarela, aquosoExpectorar, expectorante

Cordial, concordar, recordar

At os falantes mais simples costumam circular com desenvoltura en-tre as palavras derivadas acima e outras tantas e variar as suas incidncias,escolhendo, na situao concreta de uso, aquela que melhor se adapta aocontexto. Nessas circunstncias e aplicado ao ensino das letras, o ensino dolatim faz compreender a razo de ser da diferenciao das formas, sendoconstatada a presena latina em grande parte do lxico portugus.

Existem alguns meios de demonstrar tal presena, sobretudo no uso constantepelos falantes, atestando muito maior utilizao do latim do que se pode imaginar.

Para voc, que j um estudante de Letras, porm, este conhecimento deve serativado a fim de torn-lo capaz de identificar e explicar as marcas latinas, o queter, como conseqncia, o domnio cada vez maior do lxico. Aos poucos, vai-sepercebendo a lgica que permeia a constituio das palavras e as possveis variaesdas formas, tambm conhecidas, nos estudos morfolgicos, como alomorfia.

O conhecimento e a aplicao progressiva dosmetaplasmoscon-duzem maior liberdade no trato com as palavras, segundo os princpiospelos quais, em circunstncias idnticas, os efeitos esperados sero sempreos mesmos. Tal processo de anlise, uma vez iniciado, no tem previses de

chegar a um ponto final, at porque as palavras de origem latina constituema maior quantidade em lngua portuguesa.

Alomorfia

Expresso grega

que significa outra

forma, numa aluso

possibilidade que

tem uma palavra

de apresentar mais

de uma forma para

expressar o mesmo

conceito, sem sair,

porm, da famlia

a que pertence. Ex-

emplo: provvel /

probabilidade. Este

fenmeno lingsti-co retoma, quase

sempre, as bases

latinas da lngua.


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1Pode-se dizer que, de certa forma, se fala latim, um latim modificadocuja verso atual se chama lngua portuguesa. Em nosso lxico, inclusive,percebem-se as bases latinas, uma das razes para reconhecer que o latimrepresenta importante contribuio no conhecimento de nossa lngua.

Recentemente, um fenmeno curioso se destacou nas instncias polti-cas superiores: o esquema to badalado de corrupo que recebeu o nomede mensalo. Claro que no vamos aqui tecer comentrios a esse respeito,mas voc j se perguntou por que todos os brasileiros entenderam estaexpresso criada a partir desse acontecimento sem que suscitasse qualquerproblema de compreenso? O termo foi construdo sobre as bases latinasmens, mensis, que se tornou ms na lngua portuguesa. Para evitar a influn-cia e a retomada do latim, o melhor termo seria mesalo, assim como se temmesada, ambos referindo-se a ms. Percebe-se, no entanto, que, nesse caso,

se ps em prtica algo internalizado assim como se tem a forma latina dems na palavra menstruao. Da a construo mensalo ser incorporadanaturalmente em nosso lxico.

Outros meios de reconhecer as marcas latinas podem ser exploradose no representam qualquer estranhamento para os rios do portugus.Observe quantas palavras voc j conhece que tm bases latinas:

Metaplasmos

Expresso grega quese refere ao mecanis-

mo pelo qual as pala-

vras so plasmadas,

ou seja, trabalhadas,

seguindo determi-

nados princpios ou

leis que se aplicam

diante das mesmas

circunstncias. Por

exemplo: a relao

entre p/b um meta-

plasmo, da cabra/ca-

prino; abelha/apirio.

Metaplasmo e alo-

morfia so conceitos

que se completam.

I - Os signos do zodaco e seus respectivos adjetivos:

1- Aqurio / aquariano (aqua, ae = gua).2 - Peixes / pisciano (piscis, piscis = peixe).3 - ries / ariano (aries, arietis = carneiro).4 - Touro / taurino ( taurus, tauri = touro).5 - Gmeos / geminiano ( geminus, i = gmeo).6 - Cncer/ canceriano ( cancer, canceris = caranguejo).7 - Leo / leonino ( leo, leonis = leo).8 - Virgem / virginiano ( virgo, virginis = virgem).9 - Libra / libriano ( libra, librae = balana).

10 - Escorpio / escorpiano (scorpion, scorpionis =escorpio).11- Sagitrio / sagitariano (sagitta, sagittae = seta).12 - Capricrnio / capricorniano (capra, caprae = cabra).


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II As formas superlativas dos adjetivos:

1- Amvel / amabilssimo (amabilis, amabile = amvel).2- Amargo / amarssimo (amarus, amari = amargo).3- Agudo / acutssimo (aucutus, acuti = agudo).4- Azedo / acrrimo (acer, acris, acre = azedo).5- Cruel / crudelssimo (crudelis, crudele = cruel).6- Doce / dulcssimo (dulcis, dulce = doce).7- Fiel / fidelssimo (fidelis, fidele = fiel).8- Frio / frigidssimo (frigidus, frigidi = frio).9- Nobre / nobilssimo (nobilis, nobile = nobre).10- Pobre / pauprrimo (pauper, pauperis = pobre).

ATIVIDADES

Pesquise em gramticas e dicionrios da lngua portuguesa e apresenteoutras formas dos superlativos dos adjetivos que comprovam a retomadaperfeita do latim no lxico portugus.

COMENTRIO SOBRE AS ATIVIDADES

Voc encontrar, provavelmente, palavras como negro, cujo superlativo nigrrimo; magro que tanto pode ser macrrimo (marca latina) quanto

voc poder encontrar a forma magrssimo. Mas no se esquea deque aqui o seu trabalho buscar a recuperao das formas latinas.

III Os elementos qumicos da tabela peridica:

1 - Au / ouro (aurus, auri = ouro).2 - Ag / prata (argentum, argenti = prata).3 - Cu / cobre (cuprum, cupri = cobre).4 - Pb / chumbo (plumbum, plumbi = chumbo).5 - Na / sdio (natrium, natrii = sdio).


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1IV Termos do direito1 - Habeas corpus. (Que tu tenhas corpo livre).

2 - Sub lege. (Sob a lei).3 - Causa mortis. (A causa da morte).4 - In dubio, pro reo. (Em caso de dvida, seja-se a favor do ru).

Sendo o Direito Romano o grande inspirador de leis e princpios noocidente, muitas expresses jurdicas esto recheadas de latim e esto emconstante uso no cotidiano:

V A igreja catlica imprimiu marcas latinas em expresses reli-

giosas de uso corrente:

1 - Corpus Christi (Corpo de Cristo)2 - Agnus Dei (Cordeiro de Deus)3 - Requiem (Descanso).4 - Mater Christi (Me de Cristo)5 - Via Sacra (Caminho sagrado).6 - Ora pro nobis (Ora por ns).7 - Sedes sapientiae (Sede, assento de sabedoria).

VI Outras expresses latinas j se encontram consagradas e aparecemnaturalmente implicadas no contexto das frases de lngua portuguesa:

1 - Et coetera (etc.) (e as coisas restantes).2 - Honoris causa (por causa da honra).3 - Grosso modo (de modo grosseiro, superficial).4 - A priori (a princpio)5 - In loco (no local).6 - Ipsis litteris (com as mesmas letras).7 - Sine die (sem dia).8 - Vide Bula (v, observa na bula)9 - Alibi (outro lugar).


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VII Certos produtos so colocados no comrcio com rtulos emlngua latina:

1- Plus Vita (mais vida)2- Natu Nobilis (nascido nobre)3- Carpe Diem (aproveita o dia!)4- Lacrima Christi (lgrima de Cristo).5- Primus (primeiro).6- Domus (casa).

VIII Objetos, lugares, estabelecimentos, organizaes costumampopularizar-se pela marca latina com que so identificados:

1- Vade Mecum (vai comigo).2- Stella maris (estrela do mar).3- Pueri Pax (paz da criana).4- Opus Dei (obra de Deus).5- Agenda, Merenda, Reprimenda, Legenda.6- Apud (junto de)7- Ibidem (a mesmo).

Esses exemplos so apenas algumas demonstraes de quanto o latimest presente nas construes do portugus e de outras lnguas, no sromnicas. fcil perceber como muitas expresses latinas passaram aintegrar o discurso de certas reas do conhecimento humano.

O estudo do latim vai alm da necessidade de compreenso dos me-canismos do portugus. O latim possui um grande poder de exercitar odesenvolvimento do raciocnio, razo pela qual muitos pases, cujos idiomas

no pertencem s origens latinas, incluem, por um perodo razovel detempo, o ensino do latim entre as disciplinas do currculo de seus alunos.

Na verdade, o latim rico em suas formas flexionais, na diversidade daordem dos termos da orao, na variedade de constru es de um perodo,aspectos que exigem concentrao e oferecem novas possibilidades aopensamento e ao discurso, prevenindo-os contra a aridez intelectual tofreqente at mesmo nas universidades.

Tenha certeza de uma coisa: voc estar descobrindo a grande riquezada lngua portuguesa, seu vocabulrio, a variao de formas dos vocbulosde uma mesma famlia, as noes bsicas de etimologia, a compreenso de

muitos elementos de ortografia e acentuao, as flexes de ordem sinttica,


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1a configurao semntica de certos termos, enfim, tenha a certeza de quea sua viso da prpria lngua nunca mais ser a mesma.

ATIVIDADES1. Faa um breve resumo sobre a importncia do latim na atualidade.


A leitura atenta das consideraes acima vai dar a voc, caro aluno,uma viso da importncia e atualidade do latim e, com certeza, voccomear a ter interesse por esta disciplina no currculo de Letras desde

o momento em que perceber a profunda relao entre o portuguse o latim. O estudo do latim ter resultados surpreendentes nodesenvolvimento do raciocnio, da argumentao, da lgica, elementosbsicos para o trato eficiente com outras reas do saber.

2. Associe s seguintes palavras latinas os termos conhecidos e em plenouso na atualidade, como no modelo a seguir:a) Digitus = dedo: digital, digitao, digitador etc.

b) Populus = povo: __________________________________________c) Signum = sinal: ____________________________________________d) Manus = mo: ____________________________________________e) Periculum = perigo: ________________________________________f) Littera = letra: ____________________________________________


importante voc ir percebendo, pouco a pouco, as marcas latinasno lxico portugus. Elas aparecem em muitssimas palavras. Com otempo, voc vai observando, mediante pequenas modificaes, estetrnsito entre o latim e o portugus e o que se pode esperar quandoas mesmas circunstncias se repetem. Nisto tambm se encontra umexcelente exerccio de ortografia, mas esse assunto estar presente emmuitos momentos do curso.


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3. Escreva frases em portugus em cujo contexto se enquadrem perfeita-mente as seguintes expresses latinas:a) Pro labore. ______________________________________________b) Per capita._______________________________________________c) Sine qua non.____________________________________________d) Ad referendum. __________________________________________e) Curriculum Vitae. ________________________________________f) Vide verso. ______________________________________________g) Fac simile. ______________________________________________


Muitas expresses latinas encontram-se perfeitamente incorporadas aoexerccio da lngua portuguesa. Aqui voc deve enquadrar as expressesacima em contextos especficos como: As experincias in vitro (em

vidro, no laboratrio) esto facilitando a cura de vrias doenas.Os produtos in natura (na natureza, naturais) garantem outraqualidade de vida.Como voc pode observar, essas expresses latinas aparecem nas frasese no so traduzidas, mas no dificultam a sua compreenso. Alm deconstruir frases segundo os modelos acima, procure tambm colocar,entre parnteses, o significado das expresses empregadas.

4. O sentido de muitas palavras do portugus recupera maior vita- lidadequando percebido o significado profundo de suas bases latinas. Assim,aps tomar conhecimento do significado de certas palavras, interprete oque elas imprimem s frases do portugus:a) Os corpos esto todos carbonizados (Carbo, carbonis = carvo). ____

_________________________________________________________b) Este texto certamente no passou pelo crivo de minha avaliao (Cribrum,

i = peneira). ________________________________________________c) A polcia localizou um corpo crivado de balas (Cribrare= peneirar). ____________________________________________________________d) Eu realmente te considero muito (sidus, sideris = astro, planeta, es-trela)._____________________________________________________e) Voc no consegue discernir o certo do errado. (Cernere = peneirar).

________________________________________________________


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1COMENTRIO SOBRE AS ATIVIDADES

muito pouco compreender que os corpos carbonizados estoqueimados. Ora, se carbonizados vem do latim carbo, carbonis, oscorpos, na realidade, viraram carvo, o que muito mais forte e maisreal. Assim pode acontecer com muitas palavras, como as sugeridasnesse exerccio.

CONCLUSO

Esta aula deve ser o ponto de partida de uma srie de apreciaes sobreo latim. indispensvel que voc desejerealmente enveredar-se pelo caminho do reconhecimento do papel do

latim na formao do estudante de Letras. Estes passos vo exigir de voctotal empenho para realizar as tarefas propostas e motivar, daqui por diante,a mxima curiosidade para reconhecer a presena do latim em lugares nosquais voc nunca imaginou que ele estivesse, sobretudo na configurao dolxico portugus e na facilidade com que das formas evoludas se faz, em-bora inconscientemente, um retorno necessrio e enriquecedor ao prprio

vocabulrio vernculo.

Na prxima aula, ser realizado um percurso histrico e geogrficomostrando como o latim, antes uma simples lngua falada no Lcio, naPennsula Itlica, vai tornar-se uma grande potncia lingstica e dar origema outros tantos falares, entre os quais o portugus.


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RESUMO

Embora identificado como lngua morta, o latim jamais perder a suaimportncia, cabendo ao profissional de Letras reconhecer a sua atualidade nosinmeros traos lingsticos que o identificam em outras lnguas e na grandecontribuio cultural que o faz presente em muitas reas do saber humano.

Atualmente, por exemplo, testemunha-se uma grande retomada damsica gregoriana. Sua maior caracterstica consiste na perfeita combi-nao entre a melodia de cunho popular, o canto cho como conhecido,e a lngua latina que lhe serve de base.

Outro ponto de revitalizao do latim pode ser percebido na quantidadeconsidervel de obras recentes tratando da lngua latina em si mesma e depropostas didticas que venham facilitar e tornar agradvel o seu ensino.

Por muitas razes, portanto, pode-se dizer que o latim jamais desa-parecer. A designao de lngua morta que a ele se atribui deve ser em-pregada com reservas, pois trata-se de um morto que no se acostumoucom a sepultura.

Msica

gregoriana

Essa a msica

adotada pela igreja

catlica h scu-

los. Recebe este

nome em alusoao papa Gregrio,

que a estru-turou

e lhe deu grande

impulso. Tambm

conhecida como

canto-cho , ou

canto-plano, por

ser especialmente

concebida para a

execuo popular,

isto , sem notas

muito agudas, nem

notas muito graves.

Atualmente o canto

gregoriano, cujos

textos so todos em

latim, esto ampla-

mente divulgados.

Voc pode encon-

t rar excelen tes

gravaes moder-

nas em maravilho-

sos CDs.

Praemonitus est PraemunitusEcce! Illud accidit eis qui semper ungues mordent!!


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1REFERNCIASALMEIDA, Napoleo Mendes de. Gramtica latina.So Paulo: Saraiva,1995.CARDOSO, Zlia de Almeida. Iniciao ao latim.So Paulo: tica, 1989.GONZAGA, Maria Cristina de Brito.Frases de latim forense.So Paulo:Livraria de Direito, 1994.LUIZ, Antnio Filardi. Dicionrio de expresses latinas. So Paulo:

Atlas, 2002.MACHADO, Luiz. Uma nova viso do latim pelo uso da inteligncia.Rio de Janeiro: Cidade do Crebro, 1999.

VIARO, Mrio Eduardo. Por trs das palavras.So Paulo: Globo, 2004._______. Importncia do latim na atualidade.Revista de cincias hu-

manas e sociais. So Paulo: Unisa, v. 1, n. 1, p. 7-12, 1999.

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