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Arte
Educação Infantil, Ensino Fundamental
e Ensino Médio
Davi Marangon
Coordenador das áreas de Educação Física e Arte
Marcos Rafael Tonietto Kelly Lotz
[email protected] [email protected]
Tatiane Lopes Monteiro Maristher Motta Bello
[email protected] [email protected]
Ana Paula Cruz Tatiane Lopes Monteiro
[email protected] [email protected]
0800 725 3536
Expediente A apostila do curso de Implantação do Material Didático Positivo 2013, área de Artes, está
destinada às Escolas Conveniadas ao Sistema Positivo de Ensino − SPE.
Nela está contida a apresentação da Proposta Pedagógica do SPE e dos Livros Didáticos
Integrados.
Compõem a equipe de assessoria desta área:
Davi Marangon [email protected]
Coordenador das áreas de Educação Física e Arte
Marcos Rafael Tonietto [email protected]
Assessor da área de Educação Física
Tatiane Lopes Monteiro [email protected]
Assessora da área de Educação Física
Ana Paula Cruz [email protected]
Assessora da área de Arte
Kelly Lotz [email protected]
Assessora da área de Arte
Maristher Motta Bello [email protected]
Assessora da área de Arte
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Apresentação
No mundo contemporâneo, torna-se cada vez mais importante o processo de alfabetização estética
voltado à compreensão do universo artístico e da construção da identidade cultural.
A arte entretece os saberes necessários a esse processo de apropriação cultural à medida que possibilita a
cada pessoa apropriar-se da cultura universal e manifestá-la em seus discursos. É nesse contexto que o processo
de compreensão da arte, mais que um instrumento para a construção da identidade e legitimidade de uma nação,
torna-se condição de cidadania. Isso possibilita a cada pessoa aprender os códigos gramaticais específicos de
cada linguagem, suas diversas maneiras de composição e contextualização, no tempo e espaço, para que possa
efetivamente realizar um diálogo com o mundo.
A proposta
O ser humano apreende o mundo por meio de sons, de movimentos, de imagens. Esses elementos são
típicos do universo da arte e é por meio da compreensão deles que podemos apreender melhor o nosso entorno.
No entanto, temos a constatação de que uma grande parcela da sociedade encontra-se destituída do saber
estético. Ou seja, muitas pessoas se relacionam diariamente com esses elementos, mas não os compreendem –
caracterizando um quadro de analfabetismo estético.
A partir daí, o Livro Integrado Positivo concebe a arte, no âmbito educacional, como processo mediante o
qual articulamos uma experiência interior com nossas interações com o mundo exterior. Isso faz com que a arte
esteja sujeita a uma atribuição de significações e juízos, pois cada obra dimensiona o pensamento do artista.
Podemos compreender isso ao estudar o processo de criação do artista e também na interpretação do
espectador, que atribui novo significado à obra.
É nesse sentido que o ensino da arte possibilita que os educandos se apropriem dos códigos gramaticais
específicos de cada linguagem, necessários à criação do seu vocabulário expressivo e, para além deles,
necessários à construção de sua poética pessoal no diálogo realizado por meio dessas linguagens.
Com base nesse entendimento, o Livro Integrado Positivo de Arte apresenta as seguintes propostas:
Do 1º. ao 5º. ano do Ensino Fundamental I e do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental II
A articulação de caminhos para esse diálogo cultural por meio da integração das linguagens através de
projetos.
Tais projetos emergem como uma provocação e um desafio que instiga um olhar crítico e sensível sobre
os problemas do nosso tempo, presentes em textos e contextos da arte brasileira e mundial. Para isso, os
projetos dinamizam de forma sistêmica o fruir, o refletir, o apreciar e o fazer da produção acadêmica e da
popular, bem como a produção cultural do passado e da atualidade, por meio do contraponto e da investigação. E
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no processo de humanização eles promovem a construção de um leitor de mundo mais crítico e sensível em seus
posicionamentos, firmando-se como agente da produção cultural.
Os projetos oferecem subsídios teórico-práticos por meio de situações pedagógicas significativas
presentes nos momentos, seções e propostas de criação. Os projetos têm como processo a leitura de imagens, a
sistematização do conhecimento e a experimentação de técnicas utilizadas na elaboração de uma produção. Essa
organização ocorre em cada projeto e de um projeto com o outro, compondo um sistema que propõe o constante
refletir sobre questões e problemas éticos, estéticos, sociais da comunidade brasileira e mundial por meio de
situações práticas e simulações que se fazem e se refazem no conjunto do Livro Integrado Positivo. Destacamos
quatro momentos articulados:
01. Leitura ou interpretação (natureza, realidade construída, objetos e obras de arte): destina-se à
fruição, apreciação, interpretação de experiências vividas e possibilidades de representação.
02. Compreensão e sistematização do conhecimento e do conteúdo: tem como elemento a sequência
de situações pedagógicas, com o objetivo de levar o aluno a se apropriar do saber elaborado.
03. Experimentação de técnicas e dos modos de produção na arte: visa levar o aluno a observar e a
experimentar os modos de composição, as técnicas e a produção artística.
04. Projeto de criação: este é o momento do processo que visa à elaboração do trabalho criativo, uma
produção em que o aluno parte de hipóteses de criação, reelaborando-as por meio da aprendizagem significativa
e do processo criativo. No material, essa etapa refere-se aos seguintes quadros: Ideia (registro das hipóteses de
criação); Esboço (estudo e desenvolvimento da proposta de criação) e Produção final.
Para cada projeto do material didático existem momentos ou seções que articulam as dimensões do saber
artístico e estético por meio do trabalho sistemático com o conhecimento. Eles se relacionam de maneira flexível,
pretendendo possibilitar a intervenção do professor e do educando na organicidade do projeto. Mantém-se,
diante de suas articulações, o desenvolvimento de aspectos cognitivo, perceptivo, criativo e expressivo nas
linguagens visual, musical, teatral e da dança pela fruição, apreciação e reflexão do fazer, da leitura desse fazer e
da sua inserção no tempo.
Os projetos propõem a integração das linguagens artísticas: a linguagem visual, a musical, a teatral, da
dança e literária. Essa integração poderá ser suscitada por meio de objetos de estudo (imagem, som,
representação, movimento, linguagem oral e escrita) nas múltiplas relações entre seus elementos expressivos.
Estes, quando articulados, constituem códigos específicos que compõem o texto visual, sonoro, cênico, etc. Dessa
forma, as integrações podem partir dos elementos formais ou contextuais da obra.
As possibilidades de integração são amplas, podendo partir de qualquer linguagem proposta e integrar
duas ou até as quatro linguagens da Arte na mesma atividade.
• Integração formal
• Integração contextual
• Integração temática
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Por meio da integração, os conhecimentos, temas e saberes de todas as linguagens artísticas privilegiam:
- A arte como expressão e comunicação dos indivíduos.
- Os elementos básicos das linguagens artísticas, modos de articulação formal, técnicas, materiais e
procedimentos na criação em arte.
- Os produtores de arte: vidas, épocas e produtos em conexão.
- A diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura regional, nacional e internacional:
produções e suas histórias.
- A arte na sociedade: artistas, pensadores da arte, profissionais afins, produções e suas formas de
documentação, preservação e divulgação em diferentes culturas e momentos históricos.
6º. e 7º. anos do Ensino Fundamental II
As estratégias didáticas desenvolvidas neste material oportunizam o contato dos alunos com as
linguagens artísticas por meio de eixos de aprendizagem.
Neste material, os eixos têm por objetivo definir a competência geral a ser trabalhada, seja de apreciação,
de conceituação ou de produção em arte. Entretanto, na prática pedagógica, assim como neste material didático,
os eixos se inter-relacionam e entrelaçam, dialogando entre si e buscando, para cada momento da aprendizagem,
uma estratégia própria, com finalidades definidas.
Os eixos de aprendizagem são:
Despertando os sentidos – destinado à apreciação artística, contempla os momentos de escuta,
percepção e leitura de um movimento, estilo, obra ou escola artística.
Pensando a arte – trata-se de um espaço destinado à sistematização e à ampliação de estudos de
conceitos e contextos em arte.
Processo de criação – propõe momentos destinados à realização de uma produção artística específica,
possibilitando o exercício e a exploração de vivências práticas em arte. Esse eixo aparece entremeado às seções
descritas a seguir, particularmente relacionado à seção “Fazendo arte”.
O material está organizado didaticamente para trabalhar dentro das perspectivas de horizontalidade e
verticalidade. Isso significa que, de um lado, as linguagens são tratadas em sua máxima autonomia, de forma
vertical, determinando-se especificidades e desenvolvendo com profundidade os conteúdos relativos à sua
composição. Por outro lado, é importante que, ao explorar as diferentes formas de manifestação e expressão que
a arte oferece, as diferentes linguagens estejam relacionadas entre si, de forma horizontal, de modo que as
interfaces de sua comunicação e os princípios básicos que as integram possam ser explorados, conduzindo os
alunos a perceberem essas integrações.
A escolha da(s) linguagem(ns) em destaque é definida pelo elemento norteador do material. Tal privilégio
é articulado à escolha de conteúdos e gêneros para a unidade seguinte, os quais devem contemplar linguagens
diferentes daquelas trabalhadas durante o primeiro momento de aprendizagem, permitindo um estudo
integrado. O elemento norteador consiste em estilos, gêneros ou escolas artísticas e serve como um guia para o
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material, auxiliando na escolha do conteúdo e das linguagens privilegiadas. Assim, os eixos de aprendizagem e as
linguagens artísticas escolhidas estão diretamente ligados a esse elemento norteador.
1º. 2º. e 3º. anos do Ensino Médio
Optou-se pela linearidade dos períodos históricos como elementos organizadores. Os conteúdos são
apresentados por meio de poéticas, calcados na proposta metodológica triangular, possibilitando, assim, o
aprofundamento histórico, sociológico e antropológico da arte.
Os conteúdos estruturantes têm como princípio um grau espiralar e crescente de dificuldades do
conteúdo tratado. Por isso, o material aborda de uma forma cíclica, sequencial e contínua os conteúdos,
garantindo que o entendimento da arte seja estabelecido em uma forma crescente de complexidade.
O material está organizado com base em períodos históricos. Isso não significa que o material é um
manual de história da arte, mas que terá como elemento organizador períodos, partindo da Grécia Antiga até a
atualidade. Esse elemento organizador garantirá a escolha de linguagens artísticas privilegiadas (artes visuais,
dança, música ou teatro) para o estudo de cada período e também de estilos e gênero (poéticos) e de elementos
formais (composição de cada linguagem).
O esquema gráfico exposto obedece à seguinte estrutura:
De maneira geral, partindo da periodização histórica, o material trata dos conteúdos estruturantes de
cada linguagem artística, incluindo seus diferentes estilos. Todos esses elementos serão desenvolvidos com base
em de uma abordagem baseada na proposta triangular, que conterá os seguintes eixos de aprendizagem:
contextualização, fruição e produção.
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As seções que articulam as relações didáticas são:
Do 2º. ao 5º. Ano
PARE E REPARE – É uma seção de leitura de uma obra de arte com enfoque no jogo do olhar para a
observação das partes e do todo por meio da fruição, da apreciação e da construção de obras de arte.
A PESQUISA É SUA – Apresenta o momento de pesquisa e análise de informações.
CONEXÕES - Esta seção que propõe a integração das linguagens da arte.
CAIXA DE MISTÉRIOS – É uma seção que, no início de cada projeto, textos e imagens possibilitam o
desenvolvimento da percepção dos alunos.
CAIXA E ENCAIXA – Esta seção se refere à escolha e à montagem do projeto.
CAIXA DE IMAGENS – É uma seção em que são promovidos momentos de apreciação, reflexão e interação
com obras das Artes Visuais.
CAIXA DE TEATRO – Esta seção possibilita momentos de apreciação, reflexão e interação com textos,
técnicas, laboratórios e obras da linguagem cênica.
CAIXA DE DANÇA – É uma seção que promove sensibilização, fruição, sistematização e/ou produção na
linguagem da dança.
CAIXA DE MÚSICA – Esta seção promove sensibilização, fruição, sistematização e/ou produção na
linguagem da música.
ARTE EM MOVIMENTO – É uma seção que propõe a leitura dramática, com base em uma obra, podendo
esta ser uma tela, uma escultura ou uma música.
Do 6º. ao 7º. Ano
TROCA DE IDEIAS – Apresenta temas a serem explorados por meio de conversa e debate moderado pelo
professor, em sala de aula. Possibilita a exposição de concepções pessoais e a construção de novos conceitos.
Prevê a mediação do professor para que o conteúdo não se perca nem se desvie para outras temáticas. Trata-se
de um momento importante de crítica e apreciação, ou seja, contribui com o processo no qual o observador
vivencia o máximo de experiência da obra de arte.
FAZENDO ARTE – É um momento no qual o aluno vivencia a produção artística, experimentando na
prática técnicas e conceitos aprendidos na unidade em questão. O processo de apreciação e da construção de
conhecimento é, assim, complementado por meio do fazer, de acordo com propostas orientadas apresentadas no
decorrer da unidade.
PESQUISA – Esta seção é destinada à busca de novas informações ou de dados pelo aluno, que tornem os
conhecimentos oferecidos ainda mais significativos ao processo educativo e à contextualização do conteúdo.
PARA SABER MAIS... – Neste espaço, são apresentadas informações que se relacionam ao tema em
estudo, referindo-se principalmente às artes, mas que podem perpassar por outras disciplinas.
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CONSTRUINDO IDEIAS – É um espaço destinado à construção e ao aprofundamento de conhecimentos e
conceitos sobre alguns dos principais temas abordados. Trata de aspectos da história da arte, da teoria da arte, da
percepção, etc., compondo, juntamente com o fazer e o apreciar a obra de arte, um dos pontos que norteiam o
ensino e a aprendizagem da arte na concepção sociointeracionista.
COTIDIANO – Esta seção chama a atenção para a interação de determinado conteúdo com o dia a dia e,
principalmente, com a realidade na qual o aluno se insere.
AO LONGO DO TEMPO – Neste espaço, o aluno tem informações sobre as mudanças ocorridas em
determinados movimentos artísticos, compreendendo melhor o processo histórico dos artistas e suas produções.
CONEXÕES – Aqui se apresentam informações sobre o tema em questão, relacionadas a outros
acontecimentos ocorridos dentro e fora do âmbito das artes.
ÉTICA E CIDADANIA – Apresenta vínculo entre o conteúdo e as questões suscitadas pela ética e pela
formação de um cidadão, propondo ao aluno uma valorização da sua própria história e a do outro, respeito às
diferenças e participação do processo de inclusão.
ATIVIDADES – Têm por objetivo promover a reflexão, a revisão e a fixação dos conteúdos. Com perguntas
e respostas mais objetivas, pretende preparar o aluno para questões práticas relacionadas ao conhecimento.
HIPERLINK – É um espaço vinculado a conteúdos específicos, informações e termos adjacentes dentro do
texto principal.
OUTRAS VERSÕES – Trazem uma opinião diferente daquela que foi apresentada no texto principal do
material didático em relação a determinado assunto e demonstra que o tema está aberto a diferentes
interpretações.
CURIOSIDADES – é um espaço que oferece uma informação a mais sobre o tema em questão e que amplia
a gama de conhecimentos do aluno acerca do assunto.
Do 8º. ao 9º. Ano
ProvocAção – Apresenta textos e imagens iniciais com a intenção de levar os educandos à sensibilização e
à reflexão sobre o problema proposto.
ROTAS E PORTAS – É um momento de discussão do projeto e registro da proposta.
TRILHAS E TRILHOS – São sequências de situações pedagógicas para a sistematização do conhecimento de
técnicas e de novas soluções.
START’E – É um momento que explora o lúdico e representa o momento inicial, uma etapa ou a largada
de um jogo.
TERRITÓRIOS DA ARTE – São momentos que propõem a compreensão e a articulação de conteúdos em
cada uma das linguagens da arte.
EU VEJO, EU SINTO, EU PENSO – Esta seção pretende possibilitar a fruição de uma obra de arte por meio
do observar, do sentir e do refletir.
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PARE E REPARE – É uma seção de leitura de uma obra de arte com enfoque no jogo do olhar para a
observação das partes e do todo por meio da fruição, da apreciação e da construção de obras de arte.
DITO E FEITO – É uma seção na qual deverão estar registrados os resultados do projeto de criação.
DE DENTRO PRA FORA – É uma seção cuja finalidade é possibilitar o registro do momento de fruição e
interpretação inicial de uma obra de arte.
DE FORA PRA DENTRO – É uma seção cujo objetivo é possibilitar subsídios aos educandos para a
interpretação dos discursos de uma obra.
CÓDIGO EXPRESSIVO – Esta seção evidencia o vocabulário expressivo do artista, destacando na obra os
elementos formais, as temáticas e o processo criativo do artista.
DISCURSOS E PERCURSOS – Aqui se apresenta o contraponto entre obras universais e brasileiras, entre
épocas, estilos ou artistas.
POÉTICAS E ESTÉTICAS – É uma seção cujo objetivo é levar os educandos à apreciação, ao diálogo e à
compreensão da vida e da obra de um artista ou de um movimento artístico, evidenciando o que se discute nele e
de que forma se faz.
CoNEXÕes – É uma seção que propõe a integração das linguagens da arte.
TELA ANIMADA! – (cena animada, música animada) – A seção propõe a leitura dramática com base em
tela, escultura ou música.
MULTICULTURALISMO – Apresenta a abordagem sobre a diversidade cultural evidenciando a identidade
de todas as nações.
O CRÍTICO E A CRÍTICA – É um trabalho com a análise crítica da arte realizada em produções de críticos
especializados.
DOSSIÊ DA ARTE – É um momento de elaboração e reelaboração do processo de construção do
conhecimento e da criação do discurso dos alunos.
Do Ensino Médio
REFLETIR E CRIAR – Este é o espaço para que os alunos, com base em um questionamento, um conteúdo,
uma informação ou uma obra, teçam uma linha de pensamento e executem uma atividade por ela orientada.
Essas atividades, de viés criativo, podem ser desde as mais diversas criações artísticas até atividades de interação
com a sociedade, como entrevistas e seu registro, passando por pequenas produções textuais.
PESQUISA – Esta seção é destinada a suscitar a procura por informações adicionais e o interesse pela
busca do conhecimento. Algumas pesquisas exigem uma resposta simples a perguntas curiosas apresentadas no
livro; outras possuem um roteiro mais específico, sugerindo, sob forma de perguntas ou de orientações passo a
passo, que informações obter, em que ordem e como organizá-las, apresentá-las e aproveitá-las para a
articulação de conhecimentos. Em algumas pesquisas, sugere-se orientar os alunos para a busca de informações,
fornecendo-lhes bibliografias. Em outros momentos, porém, é interessante deixá-los realizarem um trabalho
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autônomo de procura e filtragem de informações, mas fornecendo a eles o julgamento dos resultados e a
orientação para pesquisas melhores a cada evento.
PARA FAZER – Seção, nas unidades, apresenta atividades criadas para consolidar conhecimentos em um
momento estratégico ou, ainda, para levantar reflexões e subsídios que possibilitem a continuação dos trabalhos,
a fixação e a articulação devidas dos conteúdos da unidade.
ATIVIDADES – Ao final de cada unidade, há um bloco de atividades que resgata os conceitos trabalhados.
Essas podem ser de produção artística e consequente análise dos resultados ou, ainda, atividades analíticas de
maior complexidade ou profundidade, que suscitem um pensamento sobre o fenômeno artístico, embasado em
aspectos teóricos e conceituais da arte, mas também de outros universos do saber.
PARA SABER MAIS... – A esta seção cabe apresentar peculiaridades de determinada técnica ou linguagem
artística. As informações nela contidas podem passar pela explanação sobre aspectos de determinada obra, indo
até a apresentação de detalhes técnicos e instruções para a produção de uma obra. É uma seção que serve para
revelar pontes sobre elementos artísticos de períodos históricos diferentes e também para inspirar e orientar os
alunos na produção de obras artísticas propostas no material, apontando-lhes exemplos importantes de uso de
técnicas e demais elementos. A seção fornece subsídios para a produção pessoal.
COTIDIANO – Demonstra a interação de determinado conteúdo com elementos da esfera cotidiana das
sociedades e, notavelmente, dos grupos a que pertencem os alunos.
AO LONGO DO TEMPO – Esta seção aponta mudanças específicas sofridas por conceitos, valores e ideias
no transcorrer da história.
CONEXÕES – Esta seção explora pontos específicos de interação entre as diferentes áreas do saber.
MERCADO DE TRABALHO – Aqui s apresentam profissões vinculadas à área do saber trabalhada, seu
funcionamento, seus maiores nomes na atualidade ou em sua trajetória histórica.
ÉTICA E CIDADANIA – Apresenta vínculos possíveis entre os pontos abordados da disciplina e questões
diversas de ética e cidadania.
INSERIR DESAFIO – De aparecimento mais esporádico, este ícone apresenta um trabalho ou um
questionamento de maior complexidade material ou intelectual que, dependendo da situação, pode, ao final, ter
a colaboração mais efetiva do professor para a sua realização. É fundamental permitir que, em um primeiro
momento, os alunos tentem executar o desafio com autonomia, valorizando cada pequeno progresso ou
conquista.
SITEMATIZANDO – Apresenta sistematização e retomada do conhecimento tratado, visando à fixação dos
conceitos.
ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA EM ARTE
A organização do trabalho pedagógico em arte procura promover a formação artística e estética do
aprendiz e a sua participação na sociedade. O conjunto de conteúdos está articulado dentro do contexto de
ensino e aprendizagem em três eixos norteadores: a produção, a fruição e a reflexão.
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A produção refere-se ao fazer artístico e ao conjunto de questões a ele relacionadas, no âmbito do fazer
do aluno e dos produtores sociais de arte.
A fruição refere-se à apreciação significativa da arte e do universo a ela relacionado. Tal ação contempla a
fruição da produção dos alunos e da produção histórico-social em sua diversidade.
A reflexão refere-se à construção de conhecimento sobre o trabalho artístico pessoal, dos colegas e sobre
a arte como produto da história e da multiplicidade das culturas humanas.
Esses três eixos estão articulados na prática e, ao mesmo tempo, mantêm seus espaços próprios. Os
conteúdos poderão ser trabalhados em qualquer ordem, segundo decisão do professor, em conformidade com o
desenho curricular de sua equipe.
LEITURA DE IMAGENS, DA MÚSICA, DO TEATRO E DA DANÇA: caminhos para a interpretação, a crítica e
a reflexão de obras de arte
Olhar, ver, pensar, sentir, aprender, construir. Ler uma obra é propor o diálogo entre o intuitivo e o
reflexivo na construção do conhecimento estético. É desenvolver um olhar crítico e sensível na descoberta de
sentidos nos textos e contextos da arte brasileira e mundial através da investigação e do conhecimento da
produção acadêmica e popular, da produção cultural do passado e da atualidade. Assim sendo, o diálogo entre a
“verdade da obra (o que pensou o artista ao criar a obra) e a “verdade” de cada um que a interpreta possibilita
um olhar mais amplo sobre a cultura, o ser humano e sobre si mesmo.
Destacam-se, portanto, alguns aspectos que propiciam a construção desse olhar. No conjunto de
conteúdos há a articulação dos três eixos norteadores do processo ensino-aprendizagem em arte: a produção, a
fruição e a contextualização que são sugeridos na sequência didática e poderão ser trabalhados em qualquer
ordem, segundo decisão do professor.
É importante lembrar que não existe somente um modo para apreciar ou interpretar uma obra de arte;
ao contrário, devemos buscar a diversificação da metodologia utilizada na mediação dessa leitura. É fundamental
que nessa diversidade sejam respeitadas as interpretações que nascem na experienciação estética de quem
aprecia e também que possibilitem a aproximação da construção pensada e sentida por quem criou a obra.
Alguns aspectos são essenciais nesse processo, tais como:
• Elementos básicos ou contextos formais: São os recursos expressivos como a linha, a cor, o volume, a
superfície. Eles dão forma a uma imagem, por isso os chamamos de elementos básicos ou contextos formais.
• Elementos secundários ou intelectuais: Os elementos básicos organizados em um determinado contexto
adquirem um sentido compositivo: ritmo, equilíbrio, profundidade, harmonia. Tal disposição configura uma ideia
de tranquilidade, frio, calor, dramaticidade, movimento.
• Elementos vivenciais: A vida e a obra do artista, a localização no tempo histórico e no espaço,
simbologias, acontecimentos que foram importantes durante a criação da obra, a reflexão e a crítica.
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A LEITURA DE IMAGENS A PARTIR DE TRÊS OLHARES
Para iniciar o diálogo com as obras, a compreensão estética e a apreensão dos códigos específicos que
elas apresentam, sugere-se um encaminhamento chamado de três olhares:
PRIMEIRO OLHAR: Descrever o que os leitores estão vendo.
SEGUNDO OLHAR: Manifestar o que os leitores sentem.
TERCEIRO OLHAR: Relatar o que os leitores pensam da obra.
A LEITURA DE IMAGENS COM BASE EM CINCO OLHARES
Muitos estudiosos apontam roteiros e orientações diante do processo de leitura de imagens. Entre eles,
estão: Robert William Ott (descrevendo, analisando, interpretando, fundamentando, revelando), Feldman
(descrição, análise, interpretação, julgamento), Mittler (estágios para atribuição de valor e significado). Com base
nesses estudiosos, sugere-se um caminho para a construção do olhar, chamado aqui de “os cinco olhares”:
PRIMEIRO OLHAR: Propor aos educandos um primeiro contato com a manifestação artística.
SEGUNDO OLHAR: Propor nova observação e investigação dos elementos formais predominantes.
TERCEIRO OLHAR: Propor investigação dos elementos intelectuais que predominam (elementos que dão
sentido compositivo).
QUARTO OLHAR: Propor investigação dos elementos vivenciais (título, tema, a vida e a obra do artista, a
localização no tempo e no espaço, etc.).
QUINTO OLHAR: Relacionar a primeira percepção com os demais olhares, procurando integrar o sentido
entre os elementos formais, intelectuais e vivenciais, formando uma opinião sobre a manifestação artística.
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos (Org.). Arte/Educação contemporânea: consonâncias internacionais. São
Paulo: Cortez, 2005.
Organizado por Ana Mae Barbosa, o livro reúne textos de 28 especialistas em ensino da arte de diferentes
países. A temática abordada transita entre: história da arte e seu ensino, leitura da obra e do campo de sentido
da arte, interculturalidade, integração e interdisciplinaridade no ensino da arte e avaliação do aprendizado nas
artes visuais.
CHIVERS, Ian. Dicionário Oxford de arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
O Dicionário Oxford de arte apresenta informações sobre a vida e a obra dos artistas universais. Nele
também são abordadas definições sobre termos e nomenclaturas utilizados nas artes plásticas. O livro abrange a
pintura, a escultura e as artes gráficas ocidentais, da Antiguidade à época presente.
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Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo: Publifolha, 1977. v. 2.
A Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular traz a biografia de compositores,
músicos, intérpretes, definições de ritmos e danças, óperas e orquestras, fatos e eventos que abrangem todas as
manifestações musicais do Brasil desde a época do descobrimento até 1998, no âmbito nacional e regional.
GUERRA, M. Teresinha; MARTINS, Miriam Celeste; PICOSQUE, Gisa; Didática do ensino da arte: a língua do
mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
Este livro é direcionado a alunos do magistério e a educadores do ensino da arte. Aborda a linguagem da
arte e seu ensino, abrangendo os códigos específicos das artes visuais, da música, do teatro e da dança na
perspectiva contemporânea do ensino da arte.
HERNÁNDEZ, F. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Neste livro, Hernández propicia significativas reflexões sobre a arte e sua relação com a educação na
contemporaneidade: concepções históricas, relações com a cultura visual, a avaliação diante do processo ensino-
aprendizagem em arte e projetos de trabalhos para a compreensão da cultura visual.
IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender arte: sala de aula e formação de professores. Porto Alegre: Artmed,
2000.
O livro enfoca o ensino da arte no Brasil e a cultura no processo de formação de professores e de alunos.
Reflexões sobre os parâmetros curriculares, suas relações entre objetivos, conteúdos, didática e avaliação são
apresentados. Ao entrecruzar os diversos aspectos que envolvem a importância da arte no processo de ensino-
aprendizagem, o referente livro oferece grande contribuição para repensar o currículo de arte nas escolas.
PILLAR, Analice Dutra. A educação do olhar no ensino de artes. Org. Porto Alegre: Mediação, 2009.
Este livro sensibiliza os professores das diversas áreas como educadores do olhar e apresenta elementos
teóricos para a leitura de imagens e seus significados.
WÖLFFLIN, Heinrich. Conceitos fundamentais da história da arte: o problema da evolução dos estilos na arte
mais recente. 16. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
Publicado pela primeira vez em outubro de 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, é uma leitura
fundamental para reflexões e discussões sobre a arte. Nele, Wölfflin desenvolve os conceitos fundamentais da
História da Arte edificados não no juízo de valor, mas, sim, centrados nas características estilísticas da obra de
arte, situando grandes artistas, preceitos da estética e categorias da arte.