1340065837projetonacionalavc2009

Upload: george-willian-cezar

Post on 24-Feb-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    1/44

    1

    MINISTRIO DA SADE

    SECRETARIA DE ATENO SADEDEPARTAMENTO DE ATENO ESPECIALIZADA

    COORDENAO GERAL DE URGNCIA E EMERGNCIA

    PROJETO NACIONAL DE ATENDIMENTO DOENA VASCULAR AGUDA

    PROJETO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

    - PARTE 1 -

    Atendimento da Fase Aguda

    Responsveis pelo Programa

    Sheila Cristina Ouriques Martins Neurologista vascular, consultora da CGUE/Ministrio da

    Sade para implantao do programa atendimento ao AVC no Brasil

    Manoel Fernandes Canesin Cardiologista, consultor da CGUE/Ministrio da Sade para

    implantao do atendimento do IAM no Brasil

    Cloer Vescia Alves Clnica Mdica, Ex-Coordenador Geral de Urgncia e Emergncia (CGUE)

    do Ministrio da Sade

    Clsio Mello de Castro Coordenador Geral de Urgncia e Emergncia do Ministrio da Sade

    Braslia, 20 de Fevereiro de 2008

    Atualizado em 17/09/09

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    2/44

    2

    Sumrio

    Resumo do Projeto

    1. Objetivo

    1.1 Objetivo Geral

    1.2. Objetivos Especficos

    2. Nveis de Evidncia das Recomendaes Internacionais

    2.1. Nveis de evidncia: teraputica, preveno ou risco

    2.2. Graus de recomendao e nveis de evidncia

    3. Epidemiologia do AVC4. Identificao do paciente com AVC agudo

    4.1. Educao em AVC

    4.2. Diagnstico de AVC pela equipe de resgate

    4.3 Equipe de Resgate e desencadeamento do protocolo de AVC hiperagudo

    5. Hospitais

    5.1. Classificao dos Hospitais da Rede de AVC quanto estrutura do centro

    5.2. Classificao dos Hospitais A e B quanto experincia em tromblise

    5.3. Unidades Vasculares6. Tromblise endovenosa tromboltico

    6.1 Ensaios clnicos

    6.2 Imagem na fase aguda

    6.3. Complicaes do tratamento

    6.4. Fatores que dificultam a utilizao do tratamento tromboltico no AVC

    7. Protocolo de AVC na emergncia

    7.1Critrios de incluso e excluso

    7.2. Fluxograma de atendimento do paciente com AVC isqumico na emergncia

    7.3. Regime de tratamento do AVC isqumico agudo com rtPA endovenoso

    8. Descrio do Medicamento

    8.1. Reaes adversas ao tratamento do AVCI

    8.2. Precaues

    9. Implementao do Projeto de atendimento do AVCI

    9.1. Abrangncia

    9.2. Reconhecimento dos hospitais Nvel A e B, capacitao e suporte

    9.3. Reconhecimento e capacitao hospitais nvel C

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    3/44

    3

    9.4. Acordo com as chefias das emergncias, servios de neurologis e direo dos hospitais

    9.5. Treinamento da equipe pr-hospitalar

    9.6. Treinamento da equipe hospitalar9.7. Encaminhamento para os hospitais capacitados

    9.8. Indicadores de qualidade

    9.9. Outras medidas

    9.10. Banco de dados

    9.11. Educao da populao

    9.12. Resultados esperados

    10. Aspectos Oramentrios

    10.1. Estudos de custo-efetividade

    10.2. Custos do Projeto

    11. Referncias

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    4/44

    4

    Resumo do Projeto Nacional deAtendimento ao Acidente Vascular Cerebral

    Com a finalidade de modificar o grande impacto econmico e social do AVC no

    Brasil, em 2008 a Coordenao Geral de Urgncia e Emergncia do Ministrio da

    Sade iniciou a organizao da Rede Nacional de Atendimento ao AVC, com hospitais

    sendo capacitados em todos o pas e interligados pelo SAMU.

    O objetivo de implementar um programa de atendimento ao paciente com

    Acidente Vascular Cerebral, visando contemplar todos os nveis de ateno:

    reconhecimento da populao, atendimento pr-hospitalar, hospitalar, reabilitao e

    preveno. Iniciamos a organizao de cada cidade identificando os hospitais pblicos

    com estrutura para atendimento do paciente mais complexo, que possibilite a

    implementao do tratamento do AVC isqumico (AVCI) com tromblise endovenosa

    (hospitais de referncia). A seguir, identificamos hospitais que tem uma estrutura menor

    mas tambm recebem pacientes com AVC. Estes hospitais so classificados como

    hospitais de retaguarda, para receber os pacientes fora de janela teraputica para

    tromblise, mas tambm sero capacitados para oferecer todos os cuidados de fase

    aguda que diminuem seqelas e mortalidade no AVC isqumico e hemorrgico (de

    preferncia organizando Unidades de AVC). Com estas definies, aps a capacitao

    dos hospitais e do SAMU, organiza-se a rede de hospitais pblicos capacitados para

    atender ao AVC, interligados pelo SAMU para rpido reconhecimento e direcionamento

    do paciente ao hospital mais adequado para cada caso. Hospitais sem experincia

    sero auxiliados por centros de excelncia no atendimento do AVC no pas (pblicos ou

    privados), com a utilizao de telemedicina para anlise do exame neurolgico do

    paciente e para a avaliao neuroimagem (tomografia de crnio) nos hospitais com

    estrutura adequada mas sem neurologista clnico. Os dados de segurana (taxa de

    sangramento cerebral sintomtico e mortalidade) sero monitorados atravs de banco

    de dados internacional que j possui 45 centros cadastrados no Brasil e est em

    funcionamento desde 02 de setembro de 2009. A implementao est ocorrendo de

    forma escalonada, inicialmente em centros bem estruturados e com neurologistas

    experientes no tratamento com rtPA, posteriormente em centros com estrutura

    adequada mas sem experincia, necessitando capacitao e, finalmente, em centros

    sem a estrutura adequada, que necessitam ser equipados, reestruturados quanto a

    forma de atendimento, formao de equipes e capacitao. Para solucionar o problema

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    5/44

    5

    da superlotao das emergncias dos hospitais pblicos e a falta de leitos na UTI,

    sugerimos a criao de Unidades Vasculares, um espao fsico definido, com leitos

    monitorados dentro da sala de emergncia e protocolos para rpida investigao etratamento de pacientes com doenas vasculares agudas (AVC, infarto agudo do

    miocrdio, doenas agudas da aorta e embolia pulmonar). Aps a organizao do

    atendimento de urgncia, sero iniciadas as campanhas de educao da populao e a

    organizao da reabilitao e preveno. As campanhas de alerta da populao em

    todo o Brasil iniciaro no dia internacional do AVC (29 de outubro). Os resultados

    esperados com o projeto so: melhora da qualidade do atendimento ao AVC, diminuo

    do nmero de pacientes incapacitados, diminuio da mortalidade e diminuio dos

    custos com a doena.Todo o sistema de organizao, capacitao, suporte tcnico e monitorizao da

    Rede Nacional est alicerado pelos maiores especialistas em neurologia vascular do

    pas, que formaram a REDE BRASIL AVC, com o objetivo de melhorar a assistncia,

    educao e pesquisa no AVC. Todo o projeto est sendo organizado em parceria com

    as Secretarias Estaduais e Municipais de Sade, Hospitais Pblicos e Privados e

    apoiado pelas principais Sociedades Mdicas do pas: Academia Brasileira de

    Neurologia, Sociedade Brasileira de Doenas Cerebrovasculares, Associao Mdica

    Brasileira, Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Rede Brasileira de Cooperao emEmergncia, Sociedade Brasileira de Cardiologia, Associao Brasileira de Medicina de

    Emergncia.

    Projeto Piloto

    O Projeto Piloto foi implantado no Rio Grande do Sul, que j vinha trabalhando

    com 3 hospitais em rede (a rede iniciou sua estruturao em 2002, com 2 hospitais

    pblicos e 1 privado organizados, atualmente com mais de 400 pacientes tratados comterapia tromboltica). Levamos a experincia pioneira da criao de uma Unidade

    Vascular na emergncia do Hospital Me de Deus (hospital privado) para o hospital

    pblico, criando no Hospital de Clnicas de Porto Alegre em 2006 a primeira Unidade

    Vascular em Hospital pblico no pas, com o objetivo de atender as doenas vasculares

    agudas (AVC, infarto agudo do miocrdio, doenas agudas da aorta e embolia

    pulmonar).

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    6/44

    6

    Em 2008, com o incio do Projeto Nacional de Atendimento ao AVC, para viabilizar

    a ampliao da rede de hospitais capacitados em Porto Alegre e Regio metropolitana,

    a Secretaria Estadual de Sade comprou o rtPA (Alteplase) para utilizao no projeto.Inicialmente, os neurologistas vasculares do Hospital de Clnicas e do Hospital Me de

    Deus foram os responsveis pela Central AVC, para dar suporte por telemedicina para

    o hospital sem especialista e para dar suporte ao SAMU auxiliando, quando necessrio,

    no reconhecimento dos casos elegveis para o tratamento e no encaminhamento do

    paciente ao hospital mais adequado.

    O projeto iniciou em 18 de julho de 2008 com a implantao do tratamento no HPS

    Canoas, primeiro hospital do Brasil a realizar tromblise auxiliado por telemedicina. Em

    12 meses foram tratados 35 pacientes. Destes pacientes, 70% obtiveram independnciafuncional, 58% obtiveram recuperao completa, 1 paciente (2,5%) teve hemorragia

    cerebral sintomtica e 2 pacientes (5%) foram a bito (no relacionado ao tratamento).

    Em 26 de janeiro de 2009 foi includo mais um hospital pblico de referncia na rede

    (Hospital Nossa Senhora da Conceio), dando uma cobertura mais adequada ao

    grande nmero de pacientes que tm AVC em Porto Alegre e regio metropolitana. Em

    06 de fevereiro de 2009 iniciou o funcionamento de um dos hospitais de retaguarda

    (uma rea nova no Hospital Beneficncia Portuguesa, completamente reformada pela

    filantropia do Hospital Me de Deus Unidade So Carlos) que recebe parte dospacientes fora de janela teraputica. Alm da Unidade So Carlos, o Hospital

    Beneficncia Portuguesa ficou como retaguarda para os casos de AVC hemorrgico.

    Estes 2 hospitais de retaguarda foram treinados em fevereiro para melhorar a qualidade

    do manejo do AVC. Em maro foi novamente treinado o SAMU e treinados os postos de

    Sade para encaminhamento dos casos agudos. Em setembro/outubro iniciar a

    organizao de mais 1 hospital de retaguarda (Hospital Parque Belm) e a implantao

    do programa de preveno da rede bsica. Em breve iniciaremos a organizao da

    reabilitao e as campanhas de alerta populao.A Unidade Vascular do Hospital de Clnicas o modelo para as UV que esto em

    construo no pas (o Hospital So Lucas da PUC e o Hospital Nossa Senhora da

    Conceio tambm construiro Unidades Vasculares na emergncia). A seguir,

    relatamos os resultados pr e ps implantao da Unidade e da Rede de AVC Porto

    Alegre-metropolitana.

    No ano de 2005 (pr-Unidade Vascular) foram 153 pacientes com AVC isqumico

    no Hospital de Clnicas de Porto Alegre. De Janeiro de 2006 at Junho de 2009

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    7/44

    7

    (perodo ps-UV) foram atendidos 1344 pacientes com AVC no Hospital de Clnicas,

    1120 com AVC isqumico e 224 com AVC hemorrgico. Com a criao da UV, foi

    efetivamente implantado o protocolo de tromblise endovenosa para os pacientes comAVC isqumico, com uma taxa de elegibilidade para o tratamento de 18% (202

    pacientes). Houve um aumento progressivo no nmero e na proporo de pacientes

    tratados, principalmente no ltimo ano aps o treinamento do SAMU. Os tempos de

    atendimento aos pacientes diminuram significativamente aps a implementao do

    protocolos de triagem e classificao de risco e do protocolo de AVC, conforme quadro

    abaixo:

    O tempo mdio porta-mdico era de 6 horas e passou para 10 minutos, porta-

    tomografia era de 12 horas e passou para 28 minutos e da chegada do paciente at a

    definio da conduta era de 14 horas e passou para 68 minutos, com a realizao de

    tromblise nos pacientes sem contra-indicaes.

    A proporo de pacientes com AVC isqumico internados na UTI diminuiu no

    perodo ps-UV (17% pr-UV x 10% nos trombolisados ps-UV, p=0,04), demonstrando

    que no necessrio leito de UTI para que o tratamento tromboltico seja administrado,

    desde que ele possa ficar monitorizado de acordo com as recomendaes. O nmero

    total de dias de UTI utilizados pelos pacientes pr-UV foram de 242 (1,83 dias por

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    8/44

    8

    paciente) e dos pacientes trombolisados foi de 121 dias (0,82 dias por paciente). Alm

    disso, com a melhor recuperao neurolgica dos pacientes tratados na UV, estes

    pacientes ficaram menos graves, liberando mais leitos de UTI para outras patologias.Quando comparamos os pacientes atendidos no perodo pr-UV (133) com os 151

    pacientes trombolisados at dezembro de 2008 (ps-UV), observamos que apesar dos

    pacientes pr-UV apresentarem menor gravidade (escore de NIH mdio de 6,294,7

    pr-UV x 11,25,4 trombolisados ps-UV, p

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    9/44

    9

    Comparao Rede de AVC entre julho 2007 a junho 2008 x julho 2008 a junho 2009

    Pr Implantao PilotoJul2007-Jun2008

    Piloto PortoAlegre/Metropolitana

    Jul2008-Jun2009Hospitais referncia AVC 2 hospitais

    H. Clnicas Porto AlegreH. So Lucas da PUCRS

    4 hospitaisH. Clnicas Porto AlegreH. So Lucas PUCH. ConceioHPS Canoas

    2x

    Pacientestrombolisados/ano

    65 206 (projeo 1 ano emtodos os hospitais; 2 hosp.no projeto h 6 meses)

    3,2x

    Recuperao completa nostrombolisados

    55% 53% sem estatstica

    Sangramento cerebralsintomtico

    6,5% 4% sangramento cerebralsintomtico

    sem estatstica

    Mortalidade 10% mortalidade 11% mortalidade sem estatstica

    Organizao no Brasil

    Vrias cidades no pas esto em fase avanada de organizao para implantao

    do projeto:

    So Paulo (capital): na capital, a medicao est padronizada no Municpio (desde2006), com 1 hospital funcionando a pleno e mais 3 funcionando em tempo parcial;

    Estado adquiriu a medicao para iniciar o tratamento em 3 grandes hospitais (j

    iniciado no H. Santa Marcelina, a iniciar no H. Mandaqui e H. Ipiranga); Hospital dos

    Servidores do Estado e Hospitais universitrios (Hospital das Clnicas) j fazendo o

    tratamento. O Hospital Santa Marcelina dar suporte por telemedicina para os hospitais

    do Estado e do Municpio que necessitarem. Os 3 hospitais do Estado e Municpio

    construiro Unidades Vasculares na Emergncia para atender ao AVC e ao IAM). No

    Municpio, o Hospital Alypio Correia Neto (Ermelino Matarazzo) j est organizado efazendo o tratamento. O Hospital Cidade Tiradentes tem uma excelente estrutura e

    aps treinamento e implantao da telemedicina ser includo na rede. Em agosto de

    2009 foi realizado um treinamento com 9 hospitais para padronizao de condutas entre

    os hospitais da rede. Nos prximos meses sero includos mais hospitais na rede e ser

    organizada a rede com o SAMU.

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    10/44

    10

    Campinas com rede organizada (3 hospitais pblicos atendendo aos pacientes). 2

    hospitais no tem neuro 24 horas por dia sero inicialmente auxiliados por

    telemedicina e depois, sero contratados neurologistas.Ribeiro Preto(HC fazendo tratamento desde 2005)

    Fernandpolis(Santa Casa tratamento desde junho de 2007)

    Botucatu(UNESP desde Agosto de 2008)

    Rio de Janeiro: na capital, hospitais municipais j possuem a medicao padronizada

    desde 2006 (apenas 1 hospital fazendo o tratamento por falta de neuro). Ser

    implantado o tratamento em mais um hospital municipal da capital e em Hospital em

    Volta Redonda, com implantao de telemedicina para orientao distncia por

    especialista.Minas Gerais: Medicao padronizada no Estado, capital j com tratamento no Hospital

    Universitrio (2007) e Odilon Behrens (julho 2009). Iniciando organizao de Juiz de

    Fora (com telemedicina) e Montes Claros (com neuro).

    Rio Grande do Norte: Projeto SES e MS para reformar o Hospital Universitrio em

    Natal. Medicao padronizada pelo Estado.

    Cear: Medicao padronizada no estado, tratamento j implantado em 1 grande

    hospital pblico.

    Amaznia: Medicao padronizada no estado, implantando o protocolo em 2 hospitaisde Manaus (construindo unidades vasculares). O primeiro hospital j tem a telemedicina

    instalada, j foi treinado em abril, maio e agosto de 2009 (H. Joo Lcio), unidade

    vascular pronta. O segundo hospital iniciar nos prximos meses (Hospital 28 de

    Agosto).

    Acre: Rio Branco organizando uma unidade vascular na emergncia para implantao

    do protocolo. Medicao adquirida pelo Estado. Implantando telemedicina. Treinamento

    e inaugurao da unidade em outubro de 2009.

    Braslia: discutindo o protocolo no hospital de Base e Taguati ngaSergipe: organizando 1 Unidade Vascular no Hospital de Cirurgia. Medicao adquirida

    pelo Estado. Inaugurao para outubro/novembro de 2009.

    Santa Catarina: Joinville faz o tratamento desde 2002 (medicao do Municpio).

    Blumenau com tratamento implantado h alguns anos. Agora estado padronizou

    medicao, iniciado tratamento no Hospital Celso Ramos em Florianpolis em maio

    2009.

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    11/44

    11

    Londrina: 3 hospitais pblicos em condies de implantao do protocolo. Curitiba com

    excelente experincia, parou protocolo no HC por falta da medicao, recentemente

    definido que medicao ser comprada pelo prprio hospital).

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    12/44

    12

    1. Objetivos

    1.1. Objetivo Geral

    Implementar um programa de atendimento ao paciente com Acidente

    Vascular Cerebral (AVC), visando contemplar todos os nveis de ateno:

    reconhecimento da populao, atendimento pr-hospitalar, hospitalar,

    reabilitao e preveno.

    1.2. Objetivos Especficos

    - Estruturar um sistema de atendimento integrado pr-hospitalar ehospitalar ao paciente com AVCI, melhorando o manejo da fase aguda: o AVC

    como urgncia mdica.

    - Aumentar o nmero de pacientes com AVCI tratados com terapia de

    reperfuso com Ativador do Plasminognio tecidual recombinante (rtPA

    endovenoso), diminuindo o nmero de pacientes incapacitados.

    - Padronizar a preveno secundria estabelecendo alvos no controle de

    fatores de risco.

    - Capacitar as equipes dos postos de sade e pronto-atendimento a

    reconhecer o AVC, acionar o protocolo de atendimento agudo (acionar o SAMU)

    e orientar e monitorar a preveno secundria.

    - Educar a populao quanto aos sinais de alerta da doena, fatores de

    risco e preveno.

    - Criar um sistema de reabilitao efetivo para os pacientes, com

    protocolos definidos.

    2. Nveis de Evidncia das Recomendaes InternacionaisOs protocolos foram elaborados de acordo com as recomendaes da

    American Heart Association(AHA)1, da European Stroke Organization(ESO)2e

    da Sociedade Brasileira de Doenas Cerebrovasculares3. As recomendaes da

    Sociedade Brasileira de Doenas Cerebrovasculares foi atualizada em

    Novembro de 2008. Os nveis de evidncia e graus de recomendaes utilizados

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    13/44

    13

    seguem a classificao do centro de Oxford para a Medicina Baseada em

    Evidncia.

    2.1. Nveis de evidncia: teraputica, preveno ou risco

    Nvel 1.Dados de Ensaio Clnico Randomizado (ECR) ou Reviso Sistemtica

    (RS) de ECR com desfecho clnico.

    Nvel 2. ECR ou RS de ECR de menor qualidade: com desfechos substitutos

    validados; com anlise de subgrupos ou de hipteses a posteriori; com

    desfechos clnicos, mas de menor rigor metodolgico.

    Nvel 3. ECR com desfechos substitutos no validados; Estudos de caso-controle

    Nvel 4. Estudo com desfecho clnico, mas com maior potencial de vis (tal

    como experimento no-comparado e demais estudos observacionais)

    Nvel 5. Frum representativo ou opinio de especialista sem evidncias dos

    nveis supracitados

    2.2. Grau de Recomendao e Nveis de Evidncia

    A

    1A

    Reviso Sistemtica (com homogeneidade) de Ensaios Clnicos

    Controlados e Randomizados

    1BEnsaio Clnico Controlado e Randomizado com Intervalo de Confiana

    Estreito

    1C Resultados Teraputicos do tipo tudo ou nada

    B

    2A Reviso Sistemtica (com homogeneidade) de Estudos de Coorte

    2B Estudo de Coorte e Ensaio Clnico Randomizado de Menor Qualidade

    2C

    Observao de Resultados Teraputicos (outcomes research) ou

    Estudo Ecolgico

    3A Reviso Sistemtica (com homogeneidade) de Estudos Caso-Controle

    3B Estudo Caso-Controle

    C 4Relato de Casos (incluindo Coorte ou Caso-Controle de menor

    qualidade)

    D 5Opinio de Especialista sem avaliao crtica. Baseado em estudo

    fisiolgico ou com animais

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    14/44

    14

    3. Epidemiologia do AVC

    O AVC a terceira maior causa de morte no mundo , sendo responsvel

    por quase seis milhes de mortes/ano, segundo dados da Organizao Mundial

    de Sade 4. No Brasil, o AVC a causa de morte mais freqente e dados do

    Ministrio da Sade revelam que, em 2005, ocorreram 90006 mortes

    relacionadas a ele (10% de todos os bitos)5. Alm disso, o acidente vascular

    cerebral a principal causa de incapacidade, com mais de 50% dos

    sobreviventes permanecendo com graves seqelas fsicas e mentais, com

    enorme impacto econmico e social.

    4. Identificao do paciente com AVC

    A possibilidade de tratamento do paciente com AVC depende diretamente

    do reconhecimento de seus sinais e sintomas pela populao, da agilidade dos

    servios de resgate (ambulncias), da estruturao dos servios de emergncia

    para rapidamente avaliar e tratar o paciente e da disponibilidade do ativador do

    plasminognio tecidual recombinante (rtPA) na rede pblica.

    Muitos pacientes e familiares no reconhecem os sinais de alerta do AVC

    e, quando o fazem, no os caracterizam como uma emergncia. O rpido

    transporte para o hospital deve ser uma prioridade mxima. O transporte em

    ambulncia reduz o tempo de chegada ao hospital (nvel de evidncia 2B, grau

    de recomendao B) .

    4.1. Educao em AVC

    Existe a necessidade de campanhas de informao populao paraidentificao dos sinais de alerta do AVC, caracterizao do AVC como uma

    urgncia mdica que necessita de rpida interveno e orientao respeito de

    quais hospitais esto capacitados para tratamento destes pacientes. Os sinais

    de alerta de AVC utilizados para orientao do pblico leigo so:

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    15/44

    15

    Sinais de Alerta para AVC

    Perda sbita de fora ou formigamento de um lado do

    corpo face, braos ou perna

    Dificuldade sbita de falar ou compreender

    Perda visual sbita em um ou ambos os olhos

    Sbita tontura, perda de equilbrio, coordenao

    Dor de cabea sbita intensa sem causa aparente

    4.2 Diagnstico de AVC pela equipe de resgate (ambulncia)

    O diagnstico de AVC deve ser suspeitado sempre que o pacienteapresentar um sinal focal ou alterao do nvel de conscincia. Sempre deve ser

    realizado um HGT no paciente com suspeita de AVC (a hipoglicemia pode

    causar sonolncia associada a dficit neurolgico focal). A reduo isolada do

    nvel de conscincia raramente est associada ao AVC.

    A presena de dficit neurolgico sbito, como dificuldade para falar,

    perda visual, diplopia, parestesia, dficit motor, vertigem, desequilbrio so

    relacionados com maior probabilidade para o diagnstico de AVC. A presena

    de paresia facial, paresia no membro superior e dificuldade de linguagem

    aumentam muito as chances do diagnstico correto de AVC.

    Escalas desenvolvidas para reconhecimento de AVC, idealizadas para

    uso pr-hospitalar auxiliam o rpido diagntico de AVC. Entre as escalas mais

    utilizadas esto a Escala de Cincinnati6e a escala LAPSS7.

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    16/44

    16

    Escala Pr-hospitalar

    de AVC Cincinnati

    Paresia facial(pedir para sorrir): Normal ambos os lados movem

    igualmente Anormal- 1 lado move menos

    que o outro

    Queda do membro superior(paciente olhos fechados, sustentar os

    membros superiores a 90 grauspor 10 segundos

    Normal ambos so sustentadosigualmente

    Anormal 1 membro caicomparado com o outro

    Dificuldade de fala Normal paciente fala

    corretamente todas as palavras

    Anormal paciente troca aspalavras, no fala algumas

    palavras ou incapaz de falar

    American Stroke

    Association

    Interpretao: se qualquer 1 destes sinais for anormal, a

    probabilidade de AVC 72%

    Esquerda: normal.Direita:

    paresia facial direita

    Esquerda: normal. Direita:paresia membro superior

    direito

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    17/44

    17

    4.3. Equipe de Resgate e o desencadeamento do Protocolo de AVC

    hipearagudo

    Aps a equipe de resgate caracterizar o quadro como um AVC,

    fundamental definir o momento exato do incio dos sintomas. O horrio de incio

    assumido como o ltimo momento em que o paciente foi visto sem sintomas. Se

    o paciente acorda pela manh com um AVCI, o incio considerado como o

    ltimo horrio em que ele foi visto sem sintomas antes de deitar. Se o paciente

    tem sintomas leves e vai progressivamente piorando, consideramos o horrio de

    incio do primeiro sintoma. Ao contrrio, se o paciente teve um acidente

    isqumico transitrio, isto , recuperou completamente o dficit, e apresenta umnovo evento, ser observado o horrio de incio do novo sintoma para definir a

    conduta teraputica. Outras informaes importantes so a presena de trauma

    de crnio recente, hemorragia, cirurgia, infarto do miocrdio ou AVCI prvio

    recente. Sempre questionar a respeito de doenas hematolgicas ou uso de

    anticoagulantes orais e antiplaquetrios. Alm disso, importante saber se o

    paciente teve crise convulsiva no momento do incio dos sintomas (os sinais

    podem estar relacionados a uma paralisia ps crise ou paralisia de Todd e no a

    um AVC).

    Todas estas questes so fundamentais para definir se o paciente elegvel

    para tratamento com rtPA. A equipe de resgate deve rapidamente identificar,

    notificar e transportar o paciente com AVC agudo com at 3 horas de evoluo

    para os hospitais que oferecem a possibilidade de tratamento tromboltico do

    AVC.

    5. HospitaisA organizao de centros especializados no atendimento do AVC uma

    das maneiras de melhorar o atendimento de um nmero maior de pacientes,

    com a organizao de sistemas de triagem e investigao rpidas e com a

    criao de um ambiente adequado para o tratamento seguro com rtPA. A

    estruturao de unidades de AVC, com espao fsico definido e equipe treinada

    para o atendimento destes pacientes, diminui a mortalidade em 17%, morte ou

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    18/44

    18

    dependncia em 25% e morte ou institucionalizao em 24%8. A cada 18

    pacientes tratados em unidades de AVC possvel prevenir pelo menos 1 bito

    ou dependncia grave (NNT=18).

    Os hospitais capacitados para utilizar terapia tromboltica (centros de

    referncia) sero classificados em nvel A e B, baseados na Opinio Nacional

    em AVC9, de acordo com a disponibilidade dos recursos do hospital.

    Adicionalmente, estes hospitais sero ainda subclassificados como nvel 1 ou 2

    conforme a experincia prvia na realizao de tromblise e a necessidade de

    suporte do centro coordenador. Os demais hospitais da Rede pblica e privada

    que possam prover atendimento ao AVC agudo, mas que no preencham oscritrios necessrios para serem centros de referncia para tratamento

    tromboltico sero classificados como nvel C (hospitais de retaguarda).

    5.1. Classificao dos Hospitais da Rede de AVC quanto estrutura do

    centro:

    5.1.1. Hospital Nvel B Deve possuir pela menos a estrutura mnima para a

    realizao de tromblise:

    - Equipe de AVC organizada e capacitada, coordenada por neurologista

    - Protocolos clnicos e assistenciais escritos

    - Neurologistas disponveis em at 30 minutos da chegada do paciente 24 horas

    por dia/7dias da semana (planto ou sobreaviso).

    - Enfermagem treinada em emergncia e atendimento de pacientes com AVC,

    disponvel para avaliao frequente dos pacientes

    - Servio de Emergncia com capacidade para monitorizao contnua

    cardiovascular e respiratria.- Unidade de Terapia Intensiva (obrigatrio);

    - Laboratrio 24 horas.

    - Tomografia Computadorizada 24 horas;

    - Equipe Neurocirrgica 24 horas (disponvel em 2 horas);

    - Banco de Sangue.

    - Ultra-som vascular extracraniano (se possvel).

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    19/44

    19

    - Ecocardiografia transtorcica (se possvel).

    5.1.2. Hospital Nvel A Deve apresentar, alm do descrito para o Nvel B,

    todos os seguintes recursos:

    - Equipe multidisciplinar qualificada para o atendimento de pacientes com AVC

    de maior complexidade.

    - Ressonncia Magntica, com tcnicas para Difuso e Perfuso.

    - Doppler transcraniano.

    - Ecocardiografia transesofgica.

    - Angioressonncia Magntica ou Angiotomografia Computadorizada.- Angiografia Digital.

    - Neurorradiologia Intervencionista

    - Unidade de AVC agudo com rea fsica determinada.

    5.1.3 Hospital Nvel C hospitais da Rede de AVC mas sem estrutura

    hospitalar para realizar tromblise, vo ficar na retarguarda dos hospitais de

    nvel A e B. Estes hospitais sero organizados e capacitados para atender aos

    pacientes com AVCI fora de janela teraputica e aos pacientes com AVC

    hemorrgico.

    5.2. Classificao dos Hospitais A e B quanto experincia em tromblise:

    5.2.1. Nvel 1: a equipe deve apresentar experincia com pelo menos 20 casos

    de tromblise, podendo realizar tratamento sem necessitar treinamento ou

    suporte por telemedicina.

    5.2.2. Nvel 2:equipe sem experincia em tromblise. Necessitar treinamento ecapacitao, podendo necessitar tambm de auxlio por telemedicina.

    5.3. Unidades Vasculares

    No Brasil, devido dificuldade de vagas na UTI e a inexistncia de

    Unidades de AVC hiperargudo, a maioria dos pacientes recebe o tratamento

    tromboltico na emergncia. Uma alternativa s unidades de AVC que facilita o

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    20/44

    20

    manejo do paciente a construo de unidades vasculares dentro da

    emergncia: reas com espao fsico definido com leitos monitorados para

    atender a pacientes com doenas vasculares agudas: AVC, infarto agudo do

    miocrdio, embolia pulmonar e doenas agudas da aorta. A equipe de

    emergencistas e de enfermagem que atende a estes pacientes recebe

    treinamento especfico para manej-los e recebe o suporte dos neurologistas e

    cardiologistas. Este sistema economiza espao (une as unidades de dor torcica

    e de AVC hiperagudo) e utiliza a mesma equipe treinada para manejar

    agudamente estas doenas tempo-dependentes com segurana.

    6. Tromblise endovenosa

    A meta do tratamento tromboltico dissolver o trombo e restaurar o fluxo

    sangneo. O mecanismo bsico de ao da droga tromboltica converter

    plasminognio em plasmina resultando na degradao da fibrina e subseqente

    recanalizao do vaso. O rtPA nica droga aprovada para este fim (AHA-1)1.

    6.1. Ensaios clnicos

    Trs ensaios clnicos testaram a utilizao de estreptoquinase no tratamento

    agudo do AVC e foram interrompidos precocemente devido a maior mortalidade e

    s altas taxas de hemorragia intracerebral (classe I, nvel de evidncia A).

    O uso do rtPA no AVC foi aprovado aps o estudo NINDS (classe I, nvel de

    evidncia A)10, um ensaio clnico randomizado, duplo cego, controlado. Foram

    estudados 624 pacientes com AVCI tratados com rtPA 0,9 mg/kg ou placebo

    dentro de trs horas do incio dos sintomas. O grupo tratado com rtPA teve 30%

    mais pacientes com mnimo ou nenhum dficit neurolgico (NIHSS 0-1) na

    avaliao trs meses aps o AVC. Houve maior taxa de hemorragia intracerebralsintomtica no grupo tratado (6,4% x 0,6% p

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    21/44

    21

    Alteplase Thrombolysis for Acute Nonintervencional Therapy in Ischemic Stroke

    (ATLANTIS)12-14. Estes estudos randomizaram pacientes para receber rtPA at 6

    horas de evoluo do AVC. O grupo tratado no foi mais efetivo que o placebo

    em melhorar a evoluo neurolgica. Em anlises posteriores de pacientes

    tratados dentro de 3 horas do incio dos sintomas nos estudos ECASS I, II e

    ATLANTIS, verificou-se benefcio semelhante ao do NINDS para o grupo que

    recebeu rtPA15.

    Uma metanlise do estudo NINDS, ECASS I e II e ATLANTIS (2775

    pacientes) publicada em 200416, analisou a evoluo de pacientes tratados com

    rtPA entre 0 e 6 horas aps o incio do AVC. O resultado demonstrou quequanto mais precoce a administrao do rtPA melhor a evoluo (Figura 1). O

    grupo tratado at 90 minutos do incio dos sintomas teve uma chance de

    evoluo favorvel de 2,8. O tratamento entre 181-270 minutos tambm teve

    benefcio (razo de chance de 1,4). Nenhum benefcio foi observado entre os

    pacientes tratados entre 271-360 minutos. A taxa de sangramento no grupo do

    rtPA foi de 5,9% x 1,1% no grupo placebo (p

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    22/44

    22

    Figura1. Razo de chance para uma evoluo favorvel em 3 meses em

    pacientes tratados com rtPA comparados com controles por tempo de incio do

    tratamento.

    6.2. Imagem na fase aguda

    A TC de crnio sem contraste indispensvel na avaliao de emergncia

    do paciente com AVCI agudo. Ela identifica 90-95% das hemorragias

    subaracnides e quase 100% das hemorragias intraparenquimatosas, alm de

    ajudar a excluir causas no vasculares de sintomas neurolgicos20. Sanguefresco aparece como imagem hiperdensa (branca) na TC.

    A sensibilidade da TC para o diagnstico do AVCI agudo depende do

    tempo do incio dos sintomas. Dentro de 3 horas do incio a sensibilidade de

    30%, em 24 horas 60% e em 7 dias quase 100%. Com o incio da teraputica

    tromboltica nas primeiras horas do AVC, sinais precoces de infarto ou ocluso

    arterial na TC passaram a ser observados e descritos e podem direcionar o

    tratamento. Sinal hiperdenso correspondendo regio da artria cerebral

    mdia (ACM) indica trombo ou mbolo na primeira poro desta artria.

    Indefinio dos ncleos da base, perda da diferenciao entre substncia

    branca/cinzenta, apagamento do crtex insular e apagamento dos sulcos

    corticais so sinais precoces de isquemia. Nos pacientes com

    comprometimento da ACM, estes sinais esto presentes em aproximadamente

    60% dos casos com apenas 2 horas de evoluo21e em 82% dos casos nas

    primeiras 6 horas e esto associados com pior evoluo. A presena destes

    Tempo at o incio do tratamento

    Razo

    dechance

    ajus

    tada

    Razo de chance

    Intervalo de Confiana 95%

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    23/44

    23

    sinais comprometendo um grande rea de tecido cerebral associa-se, tambm,

    com maior risco de transformao hemorrgica aps o uso de tromboltico

    (nvel 1)14. Apesar disso, o nico critrio de imagem que contraindica a

    tromblise a presena de hipodensidade maior que um tero da Artria

    Cerebral Mdia21. necessrio treinamento especfico para reconhecer estes

    sinais e definir a real extenso da rea comprometida na TC.

    A Ressonncia Magntica (RM) convencional no tem vantagens em

    relao TC na fase aguda do AVCI. Alm disso, ela dispende mais tempo

    para ser realizada e necessita que o paciente fique completamente imvel. Por

    outro lado, a RM com difuso pode identificar agudamente a rea isqumica(to precoce quanto 35 minutos de evoluo) e a aquisio da imagem gasta

    poucos segundos. Entretanto, nem todos os aparelhos de RM tm capacidade

    para realiz-la. Este mtodo til para detectar a rea isqumica aguda e,

    principalmente quando existir dvidas, definir o diagnstico de AVC. A rea

    isqumica que surge na difuso corresponde aproximadamente ao ncleo de

    tecido cerebral j infartado22.

    Apesar da TC de crnio ter relativa baixa sensibilidade em detectar

    pequenos infartos agudos, especialmente na fossa posterior, ela ainda o

    exame de escolha na maioria dos centros que utilizam tratamento tromboltico.

    A TC, para avaliao na fase aguda, suficiente, rpida, disponvel na maioria

    das emergncias e afasta a possibilidade de hemorragia intracraniana, podendo

    tambm dar informaes prognsticas (sinais precoces).

    Nos pacientes candidatos ao tratamento tromboltico, a TC deve ser

    realizada em at 25 minutos aps a chegada do paciente emergncia e a

    interpretao deve ser obtida nos prximos 20 minutos1.

    6.3.Complicaes do tratamento

    Os fatores que mais fortemente predizem a chance de sangramento aps

    rtPA so: hipodensidade na TC >1/3 artria cerebral mdia (razo de chance de

    9,38), presena de edema ou efeito de massa na TC nas primeiras 3 horas

    mesmo em territrio menor que 1/3 da artria cerebral mdia (aumento em 8

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    24/44

    24

    vezes o risco de hemorragia sintomtica), idade >75 anos, PA >180/105 no incio

    da infuso, diabetes (razo de chance de 2,69) e escore da National Institute of

    Health Stroke Scale (NIHSS) >2014, 23, 24. No estudo NINDS os pacientes com

    escore NIHSS >20 tiveram 17% de chance de sangramento intracraniano

    enquanto o risco no grupo com escore

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    25/44

    25

    Pacientes com mais de 80 anos geralmente so excludos do tratamento,

    apesar da idade no ser uma contraindicao pois o idoso tambm se beneficia.

    Na anlise de subgrupos do estudo NINDS11, pacientes com mais de 75 anos e

    NIHSS >20 tratados com rtPA obtiveram 11% de independncia comparados

    com 5% do grupo que recebeu placebo.

    Muitos mdicos no indicam tratamento tromboltico devido ao risco de

    hemorragia intracraniana. Embora o risco exista, a maioria das hemorragias so

    assintomticas e as taxas de sangramento sintomtico, seguindo-se o protocolo

    de tratamento, so atualmente ainda menores que as do estudo NINDS.

    Enquanto muitos pacientes e seus familiares ainda no respondemadequadamente aos sintomas do AVC por falta de conhecimento, outros vivem

    muito longe de um centro de AVC o que impossibilita a chegada dentro de

    tempo hbil para o tratamento mesmo que providncias imediatas sejam

    tomadas. Uma soluo para este problema a utilizao da telemedicina para o

    atendimento do AVC. Sistemas de teleconferncia permitem a avaliao remota

    por um especialista em AVC, que pode estar na Unidade de AVC, no consultrio

    ou mesmo em casa no momento do acesso. Pode ser feita a histria do paciente

    e o exame neurolgico por via remota. A avaliao do paciente distncia via

    telemedicina validada, com forte correlao entre a avaliao remota e beira

    do leito, A Tomografia Computadorizada (TC) pode ser visualizada a seguir.

    Estas imagens distncia tem que ser to precisas quanto quelas visualizadas

    na estao de trabalho da TC no hospital onde o exame est sendo realizado,

    permitindo ao especialista identificar os sinais precoces de AVCI. A tromblise

    no AVCI por telemedicina realizada em vrios centros no mundo e mostrou-se

    segura e efetiva mesmo quando realizada em hospitais rurais sob orientao deespecialistas distncia32.

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    26/44

    26

    7. Protocolo de AVC na emergncia

    Os critrios de incluso e excluso para o tratamento tromboltico, assim

    como o fluxograma de atendimento sugerido e o protocolo de tratamento esto

    descritos abaixo.

    7.1.Critrios de Incluso e Excluso para Tratamento com rtPA no AVCI

    Critrios de incluso

    a) AVC isqumico em qualquer territrio enceflico;

    b) Possibilidade de se iniciar a infuso do rt- PA dentro de 4 horas e 30

    minutos do incio dos sintomas (para isso, o horrio do incio dossintomas deve ser precisamente estabelecido. Caso os sintomas forem

    observados ao acordar, deve-se considerar o ltimo horrio no qual o

    paciente foi observado normal);

    c) Tomografia computadorizada do crnio ou ressonncia magntica sem

    evidncia de hemorragia;

    d) Idade superior a 18 anos.

    Critrios de excluso

    a) Uso de anticoagulantes orais com tempo de pr-trombina (TP) >15

    segundos (RNI>1,5);

    b) Uso de heparina nas ltimas 48 horas com TTPa elevado;

    c) AVC isqumico ou traumatismo crnio-enceflico grave nos ltimos 3

    meses;

    d) Histria pregressa de alguma forma de hemorragia intracraniana ou de

    malformao vascular cerebral;e) TC de crnio com hipodensidade precoce igual ou maior do que um tero

    do territrio da artria cerebral media;

    f) PA sistlica >=185 mmHg ou PA diastlica >=110 mmHg (em 3 ocasies,

    com 10 minutos de intervalo) refratria ao tratamento antihipertensivo;

    g) Melhora rpida e completa dos sinais e sintomas no perodo anterior ao

    incio da tromblise;

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    27/44

    27

    h) Dficits neurolgicos leves (sem repercusso funcional significativa);

    i) Cirurgia de grande porte ou procedimento invasivo dentro das ltimas 2

    semanas;

    j) Hemorragia geniturinria ou gastrointestinal (nas ltimas 3 semanas), ou

    histria de varizes esofagianas;

    k) Puno arterial em local no compressvel na ltima semana;

    l) Coagulopatia com TP prolongado (RNI>1,5), TTPa elevado, ou plaquetas

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    28/44

    28

    7.2.Fluxograma de atendimento do paciente com AVC isqumico agudo na

    Emergncia

    1 Chegada ao Servio de Emergncia Atendimento pela EnfermeiraReconhecidos sinais de AVC, verificar tempo do

    incio dos sintomas

    Tempo zero

    2 Transferido para Unidade Vascular (ou outro local

    seguro para o tratamento)

    Mdico emergencista: confirmada hiptese de

    AVC e tempo do incio dos sintomas

    10 min

    3 Acionado neurologista (telefone celular, pager)

    Solicitado TC crnio e laboratrio (hemograma,

    plaquetas, TP, KTTP)

    Verificao escore NIHSS

    4 Enfermeira: Coleta de exames laboratoriais,

    verificao sinais vitais (PA e MCC), HGT, ECG

    Puncionar 2 Abocaths: iniciar SF IV

    5 Realizao da TC sem contraste Avaliao do exame pelo radiologistae pelo

    neurologista

    45 min

    6 Verificar resultados dos exames de sangue s se

    paciente em uso de anticoagulante oral ou

    heparina (verificar TP e KTTP) ou se o paciente

    tiver histria de doena hematolgica ou desangramento prvio (verificar tambm plaquetas)

    Verificar se PA adequada para incio do tratamento

    (

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    29/44

    29

    7.3. Regime de tratamento do AVCI agudo com rtPA endovenoso

    Transferir o paciente para a Unidade Vascular (ou outro local monitorado definido nohospital)

    Infuso de rtPA endovenoso 0,9 mg/Kg: 10% em bolus (1 minuto) e o restante em 1hora. No exceder a dose mxima de 90 mg.

    No administrar heparina, antiagregante plaquetrio ou anticoagulante oral nasprimeiras 24 horas do uso do tromboltico.

    Manter o paciente em jejum por 24 horas.

    Exame neurolgico (escore NIHSS) a cada 15 minutos durante a infuso, a cada 30minutos nas prximas 6 horas e, aps, a cada hora at completar 24 horas.

    Monitorizar a presso arterial a cada 15 minutos nas primeiras 2 horas, a cada 30minutos nas prximas 24 horas de tratamento.

    Se a presso arterial estiver acima de 180/105: iniciar esmolol IV contnuo para manterPAS entre 160 e 180. Alternartiva: nitroprussiato de sdio endovenoso (0,5mg/kg/min).

    Monitorizar a presso a cada 15 minutos durante 24 horas se o paciente estivernecessitando tratamento com antihipertensivos. Observar hipotenso: se PAS < 140aumentar fluidos IV. Utilizar noradrenalina se necessrio.

    Se houver qualquer suspeita de hemorragia intracraniana, comunicar neurologista,

    suspender o rtPA e solicitar uma TC de crnio com urgncia. Coletar hemograma, TP,KTTP, plaquetas e fibrinognio.

    Em todos os pacientes: TC de controle em 24 horas (avaliar sangramento e extenso dahipodensidade)

    Aps as 24 horas do tratamento tromboltico, o tratamento do AVC segue as mesmasorientaes do paciente que no recebeu tromblise, isto , antiagregante plaquetrioou anticoagulao.

    Iniciar profilaxia para TVP (heparina de baixo peso ou enoxaparina 24 horas ps-tromblise)

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    30/44

    30

    8. Descrio do Medicamento

    A alteplase (rtPA: ativador do plasminognio tecidual humano

    recombinante) a substncia ativa do ACTILYSE, indicado para o tratamento

    do Acidente Vascular Cerebral Isqumico agudo (AVCI CID I 63, I 66, I 67.9),

    sendo a nica opo teraputica disponvel at o momento. O uso do rtPA no

    AVCI recomendado pelas principais diretrizes nacionais e internacionais. O

    tratamento deve ser iniciado at 3 horas aps o incio dos sintomas do acidente

    vascular cerebral e aps a verificao da excluso de hemorragia intracraniana

    por tcnicas de imagem apropriadas, como tomografia computadorizada de

    crnio.A alteplase uma glicoprotena que ativa o plasminognio diretamente

    para plasmina. Quando administrado por via endovenosa, ele permanece

    relativamente inativo no sistema circulatrio. Uma vez ligada fibrina, a

    substncia ativada, induzindo a converso de plasminognio em plasmina,

    que, por sua vez, promove a dissoluo da fibrina do cogulo.

    Devido especificidade relativa da alteplase fibrina, uma dose de 100

    mg promove em 4 horas uma modesta diminuio nos nveis de fibrinognio

    circulante, para cerca de 60%, o que geralmente revertido para mais de 80%

    aps 24 horas. O plasminognio e a alfa-2-antiplasmina diminuem para cerca de

    20 e 35%, respectivamente, aps 4 horas, e aumentam novamente para mais de

    80% em 24 horas. Uma diminuio marcante e prolongada no nvel de

    fibrinognio observada somente em poucos pacientes.

    Quanto farmacocintica, o alteplase rapidamente eliminado da

    corrente sangnea e metabolizado principalmente pelo fgado (depurao

    plasmtica 550-680 ml/min). A meia-vida plasmtica t1/2 de 4 a 5 minutos.Isto significa que, aps 20 minutos, menos de 10% da dose inicial est presente

    no plasma. Foi determinada uma meia-vida beta de aproximadamente 40

    minutos para uma quantidade residual remanescente num compartimento

    profundo.

    O contedo do frasco de ACTILYSE liofilizado (50 mg) deve ser dissolvido

    com 50 ml de diluente em condies asspticas, para obter uma concentrao

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    31/44

    31

    final de 1 mg de alteplase por ml. A dose recomendada de 0,9 mg/Kg (dose

    mxima 90 mg) infundida por via endovenosa durante 60 minutos, com 10% da

    dose total administrada em bolus inicial endovenoso (em 1 minuto).

    A medicao no deve ser administrada concomitantemente com outras

    drogas, atravs do mesmo frasco de infuso, ou atravs do mesmo acesso

    venoso. Alm disso, deve-se evitar o uso de cateteres rgidos e injees

    intramusculares durante o tratamento com o Alteplase, assim como

    manipulaes desnecessrias com o paciente. A administrao concomitante de

    heparina ou antiagregante plaquetrio, nas primeiras 24 horas aps o tratamento

    com o Alteplase, deve ser evitada, pois ainda no h dados de segurana eeficcia suficientes.

    A Alteplase no est indicado para a teraputica de AVCI em crianas e

    adolescentes abaixo de 18 anos. A experincia do uso desta droga durante a

    gravidez e a lactao muito limitada. Nestes casos, deve-se avaliar a relao

    risco/benefcio. No se sabe se a Alteplase excretado no leite materno.

    Assim como todos os agentes trombolticos, a Alteplase no deve ser

    usado nos casos em que houver alto risco de hemorragia (condies citadas nos

    critrios de excluso, item 7.1).

    A reao adversa mais freqente associada Alteplase a hemorragia,

    podendo ser divididas em 2 categorias:

    - hemorragia superficial, normalmente devida a punes ou a vasos sangneos

    danificados;

    - hemorragia interna do trato urogenital ou gastrointestinal, retroperitoneal ou

    SNC, ou hemorragia de rgos parenquimatosos.

    Morte e invalidez foram relatadas em pacientes que sofreram AVCI(inclusive hemorragia intracraniana) e outras casos graves de hemorragia.

    8.1. Reaes adversas ao tratamento do AVCI:

    - Distrbios do sistema nervoso

    Comuns: hemorragia intracraniana. Hemorragia cerebral sintomtica

    representa a reao adversa mais freqente (at 8%) dos pacientes. Entretanto,

    no foi demonstrado aumento de morbidade e mortalidade totais.

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    32/44

    32

    - Disfunes gastrointestinais

    Comuns: hemorragia do trato gastrointestinal, nusea, vmito.

    Incomuns: hemorragia retroperitoneal, hemorragia gengival.

    - Disfunes gerais e condies do local da administrao

    Muito comuns: hemorragia superficial, normalmente em punes ou

    vasos sanguneos lesados.

    - Leso, envenenamento, complicaeas do procedimento

    Incomuns: reaes anafilticas, que geralmente so leves, mas podem

    causar risco de vida em casos isolados. Elas podem aparecer como erupes

    cutneas, urticria, broncoespasmo, angioedema, hipotenso, choque ouqualquer outro sinal ou sintoma associado a reaes alrgicas. Caso elas

    ocorram, deve-se iniciar teraputica convencional anti-alrgica. Uma parcela

    relativamente grande destes pacientes estava recebendo ao mesmo tempo

    inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA).

    8.2. Precaues

    - Hemorragia

    Evitar o uso concomitante de heparina e antiagregantes plaquetrios.

    Observar potenciais locais de possveis hemorragias (stios de puno). Evitar a

    manipulao desnecessria do paciente, evitando o uso de cateteres rgidos,

    injees intramusculares e a movimentao excessiva do paciente.

    Caso ocorra hemorragia grave, em particular hemorragia cerebral,

    descontinuar o tratamento fibrinoltico. Quando necessrio, indicar o uso de

    transfuso. A transfuso de crioprecipitado, plasma fresco congelado e

    plaquetas deve ser considerada mediante reavaliao clnica e laboratorial. desejvel atingir um nvel de 1g/l de fibrinognio com o crioprecipitado. Agentes

    antifibrinolticos tambm devem ser considerados.

    - Reaes anafilticas

    Se ocorrerem reaes anafilticas, deve-se interromper a infuso da

    Alteplase e iniciar o tratamento apropriado. Recomenda-se monitorizao

    principalmente de pacientes em uso concomitante de IECA.

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    33/44

    33

    -Superdosagem, toxicidade e teratogenicidade

    Na maioria dos casos de superdosagem suficiente esperar que se

    produza a regenerao fisiolgica destes fatores aps a interrupo do

    tratamento. Entretanto, caso ocorra alguma hemorragia grave, recomenda-se a

    infuso de plasma fresco congelado ou de sangue fresco. Se necessrio, podem

    ser administrados antifibrinolticos sintticos.

    Em estudos experimentais, no foi encontrado nenhum efeito adverso

    alm de uma tendncia maior ao sangramento aps a administrao de altas

    doses. No foi encontrada nenhuma evidncia de potencial mutagnico nos

    testes de mutagenicidade. No se observaram efeitos teratognicos em animaisprenhes aps infuso EV de doses farmacologicamente eficazes. Induziu-se

    embriotoxicidade (embrioletalidade, retardo no crescimento) em coelhas com

    doses maiores que 3 mg/kg. Com doses de at 10 mg/kg/dia no se observaram

    efeitos no desenvolvimento pr e ps natal ou nos indicadores de fertilidade dos

    ratos.

    Observao: aps a diluio do rtPA, o frasco pode ser mantido em

    geladeira e utilizado at 24 horas.

    9. Implementao do Projeto de atendimento do AVCI

    9.1. Abrangncia

    At maio de 2008, apenas 14 hospitais pblicos no Brasil ofereciam

    tratamento tromboltico aos pacientes com AVC isqumico. Em alguns casos, o

    custo do rtPA foi assumido pelo prprio hospital, em outros pelo estado ou pelo

    municpio. A maior experincia no pas a de Porto Alegre, com 2 hospitais do

    sistema pblico integrados atendendo aos pacientes. Atualmente, os doishospitais pblicos j trataram mais de 280 pacientes com AVCI agudo (1 hospital

    em funcionamento h 6 anos e o outro em funcionamento h 3 anos).

    Com a disponibilidade do rtPA (comprado pelos hospitais ou pelas

    secretarias de sade) poderemos expandir o tratamento aos hospitais pblicos

    do pas que apresentem a estrutura necessria para tratar estes pacientes com

    segurana, evitando a distribuio da medicao a locais que no podero

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    34/44

    34

    utiliz-la (como ocorre em alguns municpios). Estes hospitais esto sendo

    identificados e credenciados por um grupo de neurologistas vasculares com

    anos de experincia no tratamento tromboltico do AVCI. Haver 1 neurologista

    vascular e 1 centro hospitalar coodernador para cada Estado (em alguns casos

    para cada regio). A distribuio do rtPA s ser feita para os hospitais

    credenciados e estar vinculada a incluso dos pacientes tratados no Banco de

    Dados Nacional, para que a segurana do tratamento possa ser monitorada

    (taxa de sangramento cerebral sintomtico e mortalidade).

    9.2. Reconhecimento dos Hospitais Nvel A e B, capacitao e suporteOs centros coordenadores regionais e os neurologistas vasculares

    coordenadores foram escolhidos em cada regio conforme a experincia no

    tratamento de pacientes com AVCI agudo com terapia tromboltica. Estes

    centros, com os respectivos coordenadores, auxiliaro no reconhecimento dos

    hospitais, alm de dar o suporte tcnico, auxiliar na capacitao e dar suporte

    por telemedicina queles hospitais que necessitem.

    Os hospitais identificados como Nvel A e B sero estruturados para fazer

    parte da rede de atendimento ao AVC como hospitais de referncia em

    tromblise. Quando necessrio, dependendo da equipe de neurologistas e

    radiologistas locais, ser implantada telemedicina para suporte ao tratamento. A

    capacitao ser padronizada em todo o pas com material didtico e aulas

    elaborados pela Rede Brasil AVC/Ministrio da Sade.

    9.3. Reconhecimento e treinamento dos hospitais de nvel C

    Os hospitais que ficaro na retaguarda sero treinados para reconhecer eencaminhar os pacientes com critrios para tromblise para os centros de

    referncia, dar o melhor tratamento clnico ao paciente com AVCI agudo sem

    critrios para tromblise bem como realizar a investigao etiolgica e o

    tratamento preventivo de recorrncia.

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    35/44

    35

    9.4. Acordo com as chefias das emergncias, servios de neurologia e

    direo dos hospitais

    Ser realizado um acordo com as chefias de todos os hospitais do projeto

    para que todos os pacientes com indicao de tratamento sejam recebidos

    (tanto nos hospitais que vo receber o paciente para a tromblise quanto nos

    hospitais de suporte). Este acordo ser realizado entre as chefias das

    emergncias, a direo dos hospitais, o gestor das emergncias, as secretarias

    de Sade do Estado e do Municpio e a Coordenao Geral de Urgncias e

    Emergncias do Ministrio da Sade.

    9.5. Treinamento da equipe pr-hospitalar

    Ser treinada a equipe de mdicos e tcnicos de enfermagem do SAMU e

    a equipe mdica e de enfermagem dos postos de sade:

    - para o reconhecimento dos sinais precoces de AVC (Escala de Cincinnati

    modificada + 5 sinais de alerta para o AVC),

    - critrios de incluso e excluso para tratamento tromboltico no AVC isqumico

    - manejo agudo do paciente no local e durante o transporte (manejo dos

    parmetros fisiolgicos do AVC)

    - rotina de contato e encaminhamento para os hospitais capacitados para

    atender cada paciente.

    9.6. Treinamento da equipe hospitalar

    O curso de treinamento de capacitao para o atendimento do AVC

    tem durao de 4 horas, ministrado por neurologistas vasculares com

    experincia na capacitao de centros para o atendimento ao AVC. Ele consistenos seguintes tpicos:

    - conhecimentos bsicos sobre o AVC;

    -atendimento emergencial ordenado e integrado:

    organizao do atendimento pr hospitalar

    organizao do atendimento Hospitalar

    - confirmao diagnstica e indicao de tratamento (incluindo tromblise);

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    36/44

    36

    - tratamento especfico evitando e tratando complicaes;

    - investigao etiolgica e preveno secundria;

    - treinamento e Certificao nas Escalas e Protocolos

    Pr Hospitalar: Escala de Cincinatti e sinais de alerta do AVC

    Hospitalar: Escore do NIHSS e Escore de Rankin modificado

    9.7. Encaminhamento para os hospitais

    O mdico ou tcnico do SAMU, aps a avaliao do paciente, da

    verificao dos critrios de incluso e excluso para tratamento tromboltico, far

    contato com o regulador do SAMU, que acionar o protocolo de AVChiperagudo (quando o paciente for atendido pelo SAMU < 4 horas de evoluo),

    fazendo contato com o Hospital de Referncia em tromblise. O hospital de

    destino do paciente deve acionar o sistema intra-hospitalar. Todo este processo

    deve ser feito no menor tempo possvel. Se o paciente for atendido no posto de

    sade, ser acionado o SAMU e este desencadear o protocolo. Quando

    houver mais do que 1 hospital de referncia na cidade, o critrio de escolha

    ser: 1) a proximidade da ocorrncia; 2) a ordem de transferncia (tentando

    distribuir 1 paciente para cada hospital, respeitando tambm o tamanho do

    hospital por exemplo, hospital A tem 800 leitos, o B e o C tem 200 leitos cada:

    a ordem de referncia de pacientes para os hospitais ser 2 pacientes para o

    hospital A, 1 paciente para o hospital B e 1 paciente para o hospital C); 3)

    disponibilidade de vaga.

    Pacientes fora de janela teraputica (tanto hemorrgicos quanto

    isqumicos) sero levados, preferencialmente, para os hospitais de retaguarda.

    Caso as hospitais de referncia para tromblise encontrem-se superlotados(emergncia), pacientes com AVC que encontrarem-se estveis mas ainda

    precisarem de cuidados mdicos sero transferidos destes hospitais para os

    hospitais de retaguarda, liberando assim, o hospital de maior complexidade para

    atender pacientes na fase hiperaguda do AVC.

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    37/44

    37

    9.8. Indicadores de Qualidade

    Para tornar possvel a avaliao do atendimento e do tratamento de

    pacientes com AVCI agudo foram estabelecidos indicadores de qualidade no

    atendimento33, 34.

    9.8.1. taxa de elegibilidade: nmero de pacientes tratados com tromblise em

    relao ao nmero de pacientes com AVCI agudo que chega ao servio

    9.8.2. taxa de sangramento cerebral sintomtico nos pacientes que recebem

    tratamento tromboltico (meta: 6%)

    9.8.3. mortalidade (meta: 20%)

    9.8.4. porcentagem de pacientes com mnima ou nenhuma incapacidade na alta(e em 3 meses se possvel) = Escore de Rankin modificado entre 0 e 1.

    9.8.5. tempo porta-mdico: tempo desde a chegada do paciente na emergncia

    at o atendimento do mdico emergencista (meta: 10 minutos em 85% dos

    pacientes)

    9.8.6. tempo porta-neurologista: desde a chegada do paciente at o atendimento

    do neurologista (meta: 30 minutos em 85% dos pacientes)

    9.8.7. tempo porta-tomografia: desde a chegada do paciente at a TC com laudo

    do radiologista (meta: 30 minutos em 85% dos pacientes).

    9.8.8. tempo porta-agulha: desde a chegada do paciente at o incio da infuso

    do tromboltico (meta: 60 minutos em 70% dos pacientes).

    9.8.9. Tempo de internao

    9.8.10. Taxa de violaes de protocolo rt-PA

    9.9. Outras medidas

    Escore de Rankin modificado: pr AVCNIHSS escore: pr-rtPA, em 24 horas, na alta e em 3 meses

    Meio de transporte do paciente at o hospital: prprio, SAMU, outro servio de

    emergncia, encaminhamento de outro hospital.

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    38/44

    38

    9.10. Banco de Dados

    Ser utilizado um banco de dados nico (banco de dados internacional, j

    validado em com mais de 20000 pacientes j includos no mundo), ligado ao

    Ministrio da Sade, atualizado diariamente automaticamente quanto ao nmero

    de pacientes tratados, tempo porta-agulha, taxa de sangramento e mortalidade.

    Sero enviados e-mails automticos de alerta para a equipe da central AVC e do

    Ministrio da Sade se ocorrer sangramento cerebral sintomtico ou bito (para

    que a segurana possa ser monitorada). Sero feitas auditorias ocasionais para

    verificao da preciso das informaes do banco. O Banco de dados Nacional

    entrar em funcionamento no incio de maro de 2009.

    9.11. Educao da populao

    Aps todo o sistema implementado, iniciaremos campanhas de alerta no

    rdio e na televiso.

    9.12. Resultados esperados

    9.12.1. Melhora da qualidade de atendimento de todos os pacientes com AVC

    agudo

    9.12.2. Possibilidade de tratamento do AVCI com terapia tromboltica

    9.12.3. Diminuio da incapacidade, diminuio da mortalidade pelo AVC,

    diminuio do tempo de internao.

    9.12.4. Diminuio dos custos com o AVC

    10. Aspectos Oramentrios

    10.1. Estudos de custo-efetividadeEstudos de custo-efetividade demonstram que os pacientes com AVCI

    tratados com rtPA tm melhor prognstico e menor custo do que os pacientes

    que recebem tratamento conservador. Foi comprovado que o aumento dos

    custos hospitalares iniciais so compensados pela diminuio dos custos com a

    reabilitao, e reinternao, pelas menores perdas de produtividade e menores

    gastos com a previdncia.

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    39/44

    39

    Um estudo nos Estados Unidos publicado em 200535demonstrou que 600

    dlares so economizados para cada paciente tratado com rtPA. De 600000

    novos AVCIs/ano, aproximadamente 2% dos casos foram tratados com rtPA. Se

    esta proporo fosse aumentada para 4, 8 ou 15%, a economia seria de

    aproximadamente de 15, 30 e 55 milhes de dlares, respectivamente. Isto

    demonstra que, mesmo pequenos aumentos no nmero de pacientes tratados

    com rtPA resultariam numa grande economia para o sistema de sade.

    Em estudo de custo-efetividade realizado pelo Instituto Nacional de

    Cardiologia (INC) do Ministrio da Sade (dados ainda no publicados e

    apresentados na proposta de incorporao do medicamento), o tratamento comrtPA foi comparado com o tratamento conservador. A relao incremental de

    custo-efetividade definida como o custo adicional de tratamento dividido pelo

    ganho adicional em sade alcanado. Este benefcio foi expresso em termos de

    anos de vida salvos. Observou-se que em um e dois anos o custo do tratamento

    com rtPA superior ao tratamento conservador. Este resultado direcionado

    principalmente pelo custo com a aquisio do medicamento. Parte deste custo

    adicional compensado com o menor custo de reabilitao e pela menor perda

    de produtividade j nos dois primeiros anos, pois os pacientes com rtPA

    apresentam menos seqelas do que aqueles com tratamento conservador. Em

    parte em funo do baixo custo de reabilitao, esta compensao apenas

    parcial nos primeiros anos. A partir do terceiro ano aps o AVC, o tratamento

    com rtPA passa a ter um custo inferior ao tratamento conservador, quando

    considerados custos diretos e indiretos, com o custo do medicamento sendo

    compensado pelas menores perdas de produtividade e menores gastos com

    previdncia e reabilitao do paciente (tabelas).

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    40/44

    40

    Tabela 1. Resultados em 1 ano

    Desfecho rtPA Tratamento conservador Incremental

    Anos de vida salvos 0,78 0,75 0,03

    Custo R$ 10.931 R$ 9.443 R$ (1.488)

    RCEI R$ (45.885)

    RCEI = relao de custo-efetividade incremental

    Tabela 2. Resultados em 5 anos

    A utilizao do rtPA em 2,7% dos pacientes com AVCI agudo no Brasil,

    conforme exemplificado, corresponderia a tratar 3445 pacientes em 1 ano

    (segundo a estimativa deste estudo, somando o nmero de homens e

    mulheres). Ao final de 5 anos, somados os custos do tratamento agudo aos

    custos do seguimento dos pacientes resultaria numa economia de R$

    14.064.801,00 para os pacientes tratados com rtPA comparados aos pacientes

    com tratamento conservador (tabela3).

    Tabela 3. Impacto oramentrio da introduo do tratamento com rtPA no AVCI

    Impacto Oramentrio

    Tratamento 2.008 2.009 2.010 2.011 2.012

    rtPA R$ 37.179.804 R$ 62.986.630 R$ 88.221.926 R$ 113.080.348 R$ 137.548.401

    Conservador R$ 32.532.595 R$ 63.144.032 R$ 93.294.992 R$ 122.773.658 R$ 151.613.203

    Incremental R$ 4.647.209 R$ (157.402) R$ (5.073.067) R$ (9.693.310) R$ (14.064.801)

    Desfecho rtPA Tratamento conservador Incremental

    Anos de vida salvos 3,24 3,07 0,17

    Custo R$ 38.698 R$ 42.568 R$ (3.870)

    RCEI R$ (23.118)

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    41/44

    41

    10.2. Custos do Projeto

    Na fase de implantao do projeto Nacional os recursos para a

    medicao sero fornecidos pelos hospitais, SES ou SMS. Cada frasco de

    Alteplase de 50 mg (Actylise, Boehringer-Ingelheim) custa 1728,50. Esta a

    nica apresentao no Brasil e a maioria dos pacientes utiliza 2 frascos para o

    tratamento (dose 0,9 mg/kg). Existe a possibilidade de disponibilizao no Brasil

    do frasco de 20 mg.

    Estimamos tratar 4% dos pacientes com AVC, o que corresponderiam

    tratar 50 pacientes para cada 1.000.000 habitantes/ano (estimando

    aproximadamente 2000 tratados por ano nos primeiros anos durante a fase deimplantao), com um custo aproximado de 5.000.000,00 por ano para o

    tratamento no pas.

    A avaliao e o credenciamento dos hospitais assim como a capacitao

    dos hospitais e do SAMU sero de responsabilidade do Ministrio da Sade. A

    implantao, os equipamentos e a capacitao da telemedicina tambm sero

    fornecidos pelo Ministrio da Sade.

    11. Referncias

    1. Adams HP, Jr., del Zoppo G, Alberts MJ, Bhatt DL, Brass L, Furlan A,Grubb RL, Higashida RT, Jauch EC, Kidwell C, Lyden PD, MorgensternLB, Qureshi AI, Rosenwasser RH, Scott PA, Wijdicks EF. Guidelines forthe early management of adults with ischemic stroke: A guideline from theamerican heart association/american stroke association stroke council,clinical cardiology council, cardiovascular radiology and interventioncouncil, and the atherosclerotic peripheral vascular disease and quality of

    care outcomes in research interdisciplinary working groups: The americanacademy of neurology affirms the value of this guideline as an educationaltool for neurologists. Stroke. 2007;38:1655-1711

    2. Hacke W, Kaste M, Bluhmki E, Brozman M, Davalos A, Guidetti D, LarrueV, Lees KR, Medeghri Z, Machnig T, Schneider D, von Kummer R,Wahlgren N, Toni D. Thrombolysis with alteplase 3 to 4.5 hours afteracute ischemic stroke. N Engl J Med. 2008;359:1317-1329

    3. Raffin CN, Fernandes JG, Evaristo EF, Siqueira Neto JI, Friedrich M,Puglia P, Darwich R. Revascularizao clnica e intervencionista no avcisqumico agudo: Opinio nacional. Arq Neuropsiquiatr. 2006;64:342-348

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    42/44

    42

    4. Strong K, Mathers C, Bonita R. Preventing stroke: Saving lives around theworld. Lancet Neurol. 2007;6:182-187

    5. DATASUS. Sistemas de informao sobre mortalidade (sim). Ministrioda Sade. 2005

    6. Kothari R, Hall K, Brott T, Broderick J. Early stroke recognition:Developing an out-of-hospital nih stroke scale. Acad Emerg Med.1997;4:986-990

    7. Kidwell CSS, S.; Eckstein, M.; Weems, K.; Saver, J.L. Identifying stroke inthe field. Prospective validation of the los angeles prehospital strokescreen (lapss). Stroke 31. 2000;31:71-76

    8. Stroke unit trialists collaboration. Organised inpatient (stroke unit) carefrom stroke. Cochrane review on cd-rom. Oxford, England: CochraneLibrary, Internet Update. 1999

    9. Raffin CN, Fernandes JG, Evaristo EF, Siqueira Neto JI, Friedrich M,Puglia P, Darwich R. [clinical and interventional revascularization in theacute ischemic stroke: National opinion]. Arq Neuropsiquiatr. 2006;64:342-348

    10. The national institute of neurological disorders and stroke rt-pa strokestudy group. Tissue plasminogen activator for acute ischemic stroke. NEngl J Med. 1995;333:1581-1587

    11. The national institute of neurological disorders and stroke rt-pa strokestudy group (ninds). Generalized efficacy of t-pa for acute stroke:Subgroup analysis of the ninds t-pa stroke trial. Stroke. 1997;28:2119-2125

    12. Hacke W, Kaste M, Fieschi C, al. e. Randomised double-blind placebo-

    controlled trial of thrombolytic therapy with intravenous alteplase in acuteischaemic stroke (ecass ii): Second european-australasian acute strokestudy investigators. Lancet. 1998;352:1245-1251

    13. Clark WM, Wismann S, Alberts GW, Jhammandas JH, Madden KP,Hamilton S. Recombinant tissue-type plasminogen activator (alteplase) forischemic stroke 3 to 5 hours after symptom onset: The atlantis study: Arandomized controlled trial: Alteplase thrombolysis for acutenonintervencional therapy in ischemic stroke. JAMA. 1999;282:2019-2026

    14. Hacke W, Kaste M, Fieschi C, al. e. Intravenous thrombolysis withrecombinant tissue plasminogen activator for acute hemispheric stroke:The european cooperative acute stroke study (ecass). JAMA.

    1995;274:1017-102515. Alberts GW, Clark WM, Madden KP, Hamilton SA. Atlantis trial: Results

    for patients treated within 3 hours of stroke onset. Alteplase thrombolysisfor acute nonintervencional therapy in ischemic stroke. Stroke.2002;33:493-496

    16. The atlantis, ecass, and ninds rt-pa study group investigators. Associationof outcome with early stroke treatment: Pooled analysis of atlantis, ecass,and ninds rt-pa stroke trials. Lancet. 2004;363:768-774

    17. Chapman KM, Woolfenden AR, Graeb D, Johnston DCC, Beckman J,Schulzer M, Teal PA. Intravenous tissue plasminogen activator for acute

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    43/44

    43

    ischemic stroke: A canadian hospital's experience. Stroke. 2000;31:2920 -2924

    18. Graham GD. Tissue plasminogen activator for acute ischemic stroke inclinical practice: A meta-analysis of safety data. Stroke. 2003;34:2847-2850

    19. Grotta JC, Burgin WS, Mitwalli A, al. e. Intravenous tissue-typeplasminogen activator therapy for ischemic stroke : Houston experience1996-2000. Arch Neurol. 2001;58:2009-2013

    20. Jacobs L, Kinkel WR, Heffner RRJ. Autopsy correlations of computerizedtomography: Experience with 6,000 ct scans. Neurology. 1976;26:1111-1118

    21. Saur D, Kucinski T, Grzyska U, Eckert B, Eggers C, Niesen W, Schoder V,Zeumer H, Weiller C, Rother J. Sensitivity and interrater agreement of ctand diffusion-weighted mr imaging in hyperacute stroke. AJNR Am JNeuroradiol. 2003;24:878-885

    22. Alberts GW. Diffusion weighted mri for evaluation of acute stroke.Neurology. 1998;51 .s47-s49

    23. The national institute of neurological disorders and stroke rt-pa strokestudy group. Intracerebral hemorrhage after intravenous t-pa therapy forischemic stroke. Stroke. 1997;28:2109-2118

    24. Tanne D, Kasner SE, Demchuk AM, Koren-Morag N, Hanson S, Grond M,al. e. Markers of increased risk of intracerebral hemorrhage afterintravenous recombinant tissue plasminogen activator therapy for acuteischemic stroke in clinical practice. Circulation. 2002;105:1679-1685

    25. Katzan IL, Hammer MD, Furlan AJ, Hixson ED, Nadzam DM. Quality

    improvement and tissue-type plasminogen activator for acute ischemicstroke: A cleveland update. Stroke. 2003;34:799-800

    26. Hill MD, Lye T, Moss H, Barber PA, Demchuk AM, Newcommon NJ,Green TL, Kenney C, Cole-Haskayne A, Buchan AM. Hemi-orolingualangioedema and ace inhibition after alteplase treatment of stroke.Neurology. 2003;60:1525-1527

    27. Kwan J, Hand, P., Sandercock, P. A systematic review of barriers todelivery of thrombolysis for acute stroke. Age Ageing. 2004;33:116-121

    28. OConnor REO MP, Edelsohn K. Thrombolytic therapy for acute ischemicstroke: Why the majority of patients remain ineligible for treatment. AnnEmergency Med. 1999;33:9-14

    29. Johnston SC FL, Gillum LA, Smith WS, Brass LM, Lichtman JH, BrownAN. Utilization of intravenous tissue-type plasminogen activator forischemic stroke at academic medical centers: The influence of ethnicity.Stroke. 2001;32:1061-1068

    30. The national institute of neurological disorders and stroke rt-pa strokestudy group. A systems approach to immediate evaluation andmanagement of hyperacute stroke: Experience at eight centers andimplications for community practice and patient care. Stroke.1997;28:1530 - 1540

  • 7/25/2019 1340065837projetonacionalavc2009

    44/44

    31. Chiu D, Krieger D, Villar-Cordova C, al. e. Intravenous tissue plasminogenactivator for acute ischemic stroke: Feasibility, safety, and efficacy in thefirst year of clinical practice. Stroke. 1998;29:18-22

    32. Meyer BC R, R., Hemmen, T., Obler, R., Zivin, J.A., Rao, R., Thomas,R.G., Lyden, P.D. . Efficacy of site-independent telemedicine in the strokedoc trial: A randomised, blinded, prospective study

    Lancet Neurol 2008;7:787-79533. Adams HP, Adams RJ, Brott T, del Zoppo GJ, Furlan A, Goldstein LB, al.

    e. Guidelines for the early management of patients with ischemic stroke: Ascientific statement from the stroke council of the american strokeassociation. Stroke. 2003;34:1056 - 1083

    34. Marler JR, Jones PW, Emr M. Proceedings from a national symposium onrapid identification and treatment of acute stroke. Bethesda, md: Nationalinstitutes of health/ninds. 1997

    35. Demaerschalk B.M. YTR. Economic benefit of increasing utilization ofintravenous tissue plasminogen activator for acute ischemic stroke in theunited states. Stroke. 2005;36:2500-2503