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TEORIA DO CICLO VITAL Erik Erikson

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Biografia• Erik Erikson nasceu a 15 de Julho de 1902, no início do século em

Frankfurt, na Alemanha. Filho de pais Dinamarqueses, mas abandonado à nascença pelo pai, foi educado por Theodor Homburger, um pediatra Judaico-Alemão, que pensava ser o seu verdadeiro pai.

• Em 1927, Erikson enveredou pela docência, tornando-se a convite de um antigo colega de escola, professor numa escola que se distinguia pelo seu estilo muito progressivo. Neste local Erikson teve a oportunidade de ensinar, não só as matérias convencionais, mas algo que muito lhe agradava como a pintura, o desenho e a história de diferentes culturas como a Índia e a esquimó.

• Durante este período da sua vida Erikson começou a relacionar-se com a família Freud, muito especialmente com Anna Freud, com quem iniciou psicanálise e com quem ganhou o gosto do estudo da infância.

• Em 1933 emigrou para os Estados Unidos onde iniciou a prática da psicanálise infantil em Boston, associando-se à faculdade de medicina de Harvard.

• A partir desta altura Erikson começou a preocupar-se com o estudo da forma como o Ego ou a consciência operam de forma criativa em indivíduos considerados sãos.

• Em 1936, Erikson abandonou a universidade de Harvard para trabalhar no Instituto de Relações Humanas de Yale. E em 1938 deu inicio aos seus primeiros estudos sobre as influências culturais no desenvolvimento psicológico, estudando crianças Índias.

• Erikson faleceu em Maio de 1994.

Teoria do Ciclo Vital

• A mais importante contribuição de Erikson foi ter formado uma Teoria do Desenvolvimento que abrange todo o ciclo vital – desde a primeira infância até à velhice;

• Erikson, ao contrário de Freud, rejeita que se explique a personalidade apenas com base na sexualidade;

Teoria do Ciclo Vital

• Acredita na importância da infância para o desenvolvimento da personalidade, mas, e novamente, ao contrário de Freud, acredita que a personalidade se continua a desenvolver para além dos 5 anos de idade.

• Erikson propõe 8 estádios de desenvolvimento psicossocial.

Teoria do Ciclo Vital• Em cada estádio cada sujeito confronta-se,

e de preferência supera, novos desafios ou conflitos. Cada estádio é importante e deve ser bem resolvido para que o próximo possa ser superado sem problemas;

• Erikson achava que não se devia apressar o desenvolvimento. Deve-se dar o tempo necessário a cada fase, pois cada uma delas é muito importante;

Estádio 1 – Confiança básica versus desconfiança básica (até ao 1.º ano)

• Coincide com o desenvolvimento oral em Freud, onde a boca é a zona mais sensível do corpo. O bebé procura satisfazer as suas necessidades, localizando e chupando o mamilo;

• A mãe induz confiança atendendo a essas necessidades, deste modo prepara o terreno para futuras expectativas acerca do mundo;

• Esta interacção permite ao bebé desenvolver um sentimento de confiança de que as suas necessidades serão satisfeitas ou, se a mãe não foi atenta ou carinhosa, de que não irá obter o que procura, tornando-se desconfiado;

• Mas, se a confiança básica é forte, a criança desenvolve a virtude ESPERANÇA, solucionando esta 1.ª Fase;

Estádio 2 – Autonomia versus vergonha e dúvida( 1 – 3 anos)

• Durante este estágio a criança vai aprender quais os seus privilégios, obrigações e limitações;

• Coincide com o estádio anal de Freud. A criança tem a opção de reter ou expulsar a fezes/urina e estes comportamentos têm um efeito sobre a mãe;

• Ao permitir que a criança funcione com alguma autonomia, sem super protegê-la, ela adquire auto-confiança e sente que se consegue controlar a si mesma e ao mundo em seu redor;

• Porém, se a criança é punida por ser autónoma ou é excessivamente controlada, sente-se irada e envergonhada;

• Ao conseguir equilibrar esta crise, a criança desenvolve a virtude da vontade;

Estádio 3 – Iniciativa versus culpa (dos 3 aos 5 anos)

• Este estádio corresponde ao estádio fálico de Freud;

• O reforço à iniciativa depende de quanta liberdade física as crianças recebem e do quanto a sua curiosidade intelectual é satisfeita.

• Conflitos sobre a iniciativa podem impedir que as crianças em desenvolvimento experimentem todo o seu potencial e podem interferir no seu senso de ambição que se desenvolve neste estádio;

• No final deste estádio a consciência (Superego) da criança é estabelecida;

• A criança aprende que existem limites para os seus comportamentos e que os impulsos agressivos podem ser expressos de formas construtivas (em jogos, no uso de brinquedos, etc)

• Punições excessivas podem restringir a imaginação e iniciativa da criança;

• Se bem resolvida, esta fase desenvolve as virtudes: responsabilidade, confiança e autodisciplina;

• Equivale ao período de latência em Freud. É também o período da idade escolar, quando a criança começa a participar de um programa organizado de aprendizagem;

• O principal ponto deste estádio é a indústria ou capacidade de trabalhar e adquirir habilidades adultas;

Estádio 4 – Indústria versus Inferioridade (6-11 anos)

• A criança aprende que é capaz de fazer coisas, ou dominar e realizar uma tarefa;

• Em contrapartida há um senso de inadequação e inferioridade, que pode advir de pais e professores que não encorajam as crianças a valorizarem a sua produtividade.

• Erikson acreditava que um ambiente escolar que deprecia ou desencoraja a criança, pode diminuir a sua auto-estima mesmo que os pais recompensem a sua produtividade;

Estádio 5 – Identidade versus Difusão de papéis (11 anos até

final da adolescência)

• A principal tarefa deste estádio é desenvolver o senso de identidade, no entanto, esta fase coincide com a puberdade e a adolescência;

• As características que estabelecem quem é o indivíduo e para onde está indo, definem a identidade sendo que, a identidade saudável é construída a partir da passagem bem sucedida pelos estádios anteriores;

• No final deste estádio, é desenvolvida a virtude fidelidade;

Estádio 6 – Identidade versus isolamento (21-40 anos)

• Neste estádio o adulto procura intimidade, que é ultrapassar a exclusividade das dependências anteriores e estabelecer uma reciprocidade através de relacionamentos sexuais e amizades;

• Consequentemente desenvolve a virtude amor se tiver com a sua crise de identidade resolvida;

• Se não tiver uma companhia o indivíduo pode tornar-se muito pensativo sobre os seus próprios problemas, deixando crescer em si um senso de isolamento que pode atingir proporções perigosas;

Estádio 7 – Geratividade versus estagnação (40-65 anos)

• Geratividade não é somente o gerar filhos, mas também envolve o facto de criar e orientar as gerações seguintes, desenvolvendo assim a virtude do cuidado;

• Para isso é necessário que os pais tenham adquirido identidades próprias e bem sucedidas;

• De contrário, são adultos que não possuem interesses em guiar as gerações seguintes e optam pelo Estado Estéril, ficando-se pela incapacidade de ultrapassar e pela falta de criatividade;

Estádio 8 – Integridade versus desespero (3.ª idade)

• Este estádio é descrito como o conflito entre a integridade e o desespero, sendo o primeiro um senso de satisfação ao se reflectir sobre uma vida produtivamente vivida, e possibilitando ao idoso aceitar a própria vida, permitindo aceitação da morte e desenvolvendo assim a virtude sabedoria;

• O seguinte refere-se ao senso de que a vida teve pouco valor, recaindo o desespero e o desgosto pela incapacidade de revivê-la;

• Assim, e segundo Erikson, o desenvolvimento da personalidade decorre ao longo destes 8 estádios, que no seu conjunto constituem o ciclo de vida;

• Com o estudo dos 8 estádios concluímos que um dos conceitos fundamentais na teoria de Erikson é o de crise ou conflito que o indivíduo vive ao longo dos diferentes períodos;

• Cada conflito tem de ser resolvido positiva ou negativamente pelos indivíduos;

• A resolução positiva traduz-se numa virtude ou seja, uma característica da personalidade que lhe confere equilíbrio mental e capacidade de um bom relacionamento social;

• Se a resolução da crise for negativa, o indivíduo sentir-se-á sociavelmente desajustado e tenderá a desenvolver sentimentos de ansiedade e depressão;

Erikson versus Freud• O que diferencia basicamente, a Teoria

Psicanalítica Contemporânea de Erik Erikson da Teoria Psicanalítica Clássica de Sigmund Freud, é o facto de Erikson ter uma concepção mais englobante do desenvolvimento, essencialmente porque, o desenvolvimento abarca todo o ciclo de vida e não é assente em termos psicossexuais, mas sim em termos psicossociais. Isto porque o meio não é só a família mas agentes externos, tais como, o meio sócio-cultural, os grupos e as sociedades;

• Outra das grandes disparidades entre eles é o facto, de Erikson ter como suporte da sua teoria, uma psicologia do Ego e não exactamente uma psicologia do Id. Como tal, e ao contrário de Freud, ressaltou que o ego não é um simples gestor, ao serviço dos impulsos do id. O ego, é uma energia positiva, e está envolvido num sistema de adaptação, ou seja, num melhor enquadramento da pessoa no mundo.

• Contrariamente a Freud, embora reconheça a importância dos primeiros anos de vida, o período que para lhe parece determinante e marcante é a adolescência;

• Apesar das diferenças, ambos pretenderam descrever a forma como o ser humano pode auto–realizar-se, e lidar com os indeclináveis conflitos psíquicos que são uma ocasião de enriquecimento ou de desajustamento à vida.