12 de outubro 2011 - sbn.pt · por mostrares que o que se faz pode mudar o mundo." existe...

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RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 12 de outubro 2011 ––––– 32 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 12 de outubro 2011

l EDITORIAL

sum

ário

Propriedade:Federação do Setor FinanceiroNIF 508618029

Correio eletrónico:[email protected]

Diretor:Delmiro Carreira – SBSI

Diretores Adjuntos:Carlos Marques – STASCarlos Silva – SBCHóracio Oliveira – SBSIPereira Gomes – SBN

Conselho editorial:Firmino Marques – SBNPastor Oliveira – SBSIPatrícia Caixinha – STASSequeira Mendes – SBC

Editor:Rui Santos

Redação e Produção:Rua de S. José, 1311169-046 LisboaTels.: 213 216 113Fax: 213 216 180

Revisão:António Costa

Grafismo:Ricardo Nogueira

Execução Gráfica:Xis e Érre, [email protected] José Afonso, 1 – 2.º Dto.2810-237 Laranjeiro

Tiragem: 80.000 exemplaresPeriodicidade: MensalDepósito legal: 307762/10Registado na ERC: 125 852

Ficha Técnica

l STAS AtividadeSeguradora

2726l Bancários Norte

22 24

l Bancários Centro

TEXTO: DELMIRO CARREIRA

Direito à esperança

Ninguém mobiliza ninguémse permanentemente está a dizer

que para o ano ainda será piore sem apresentar medidas que

nos levem a acreditar queo crescimento económico acabará

por surgir de forma sustentadae os outros próximos anos

serão menos dolorosos

l Bancários Sul e Ilhas

DOSSIER l Recursos humanos na bancaClasse cada vez mais feminina,mais jovem e com habilitações superiores 4

CONTRATAÇÃO l BancaFebase recorre à conciliação 9

Entrevista a Rui Riso sobre eventual transferênciados fundos de pensões dos bancários 10

Negociações para acordo tripartidocomeçam até final do mês 11

SINDICAL l AtualidadeComissão de Acompanhamento analisa relatório do Montepio Geral 12

Montepio aceita diálogosobre transferência de trabalhadores 14

SBN apoia associados dos serviçoscentrais do ex-Finibanco 15

Histórico da tentativa de transferênciados 264 trabalhadores 16

QUESTÕES l JurídicasRegalias extracontratuaisnos seguros e na banca – que fazer? 17

TEMPOS LIVRES l NacionalJosé António Bonito é campeão nacional de pesca de rio 20

Banco de Portugal com presença honrosano torneio de futsal dos bancos centrais europeus 20

Dia Sénior da Febase em Oliveira do Bairro 21

Aos leitores: a partir deste número, também a revista FEBASE adota o novo acordo ortográfico. No dia em que faleceu Steve Jobs, "o génio visioná-

rio", Cavaco Silva afirmou nas comemorações do

5 de outubro, a propósito da crise orçamental,

económica e social com que nos debatemos, que "acaba-

ram as ilusões".

O Presidente da República falava num contexto diferente das

visões de Steve, é certo, mas não é menos verdade que o fundador

do Facebook, Mark Zuckerberg, que proporciona a Cavaco muito

espaço para fazer passar as suas mensagens políticas, escre-

veu: "Steve, obrigado por seres um mentor e amigo. Obrigado

por mostrares que o que se faz pode mudar o mundo."

Existe nesta aparente dicotomia toda uma realidade

que nos empurra para uma luta feroz pelo direito à

esperança. Entre a resignação e o desejo permanente de

fazer diferente para mudar o estado das coisas, há espaço

seguramente para perseguir um mundo melhor ou, no

mínimo, reconquistar o perdido.

Barack Obama, Presidente dos EUA, ao afirmar que "o

Steve era um dos maiores inovadores americanos – cora-

joso o suficiente para pensar de forma diferente, corajoso

o suficiente para acreditar que podia mudar o mundo, e

talentoso o suficiente para o fazer", procurou projetar o

otimismo de Steve para fazer face a um dos desafios com

que se debate a sociedade global: o pessimismo instalado.

Sabemos que temos de fazer sacrifícios – cortar nas

despesas, dito de outro modo –, para aguentarmos o fardo

de mais impostos necessários para equilibrar o Orçamento

do Estado, mas temos o direito a uma palavra concreta de

esperança.

Ninguém mobiliza ninguém se permanentemente está

a dizer que para o ano ainda será pior e sem apresentar

medidas que nos levem a acreditar que o crescimento

económico acabará por surgir de forma sustentada e os

outros próximos anos serão menos dolorosos.

Investimentos públicos não, porque a situação orçamen-

tal não o permite; investimento privado é difícil, porque os

empresários não arriscam e a banca não tem liquidez.

Então o que nos resta para desenvolver o país e criar

postos de trabalho?

É preciso talento – não o de cortar nas gravatas ou o de

entregar sobras de restaurantes –, mas o que proporciona

grandes saltos como aqueles que Steve Jobs proporcionou.

O seu exemplo demonstra que com perseverança muito é

possível, que com ousadia é possível ultrapassar a frontei-

ra do impossível.

Apetece gritar: todos para o promontório de Sagres para

que consigam ver mais além e descubram novos mundos.

Os portugueses agradecem.

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 12 de outubro 2011 ––––– 54 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 12 de outubro 2011

O sector bancário tem sido alvo de profundastransformações, o que se reflete, também, ao nível dos

recursos humanos. Seguindo a tendência dos últimos anos,em 2010 a classe estava mais jovem, mais feminina e com

mais habilitações académicas

Sendo considerado um dos maisdinâmicos a nível mundial – porboas e más razões, como a atual

crise provou à exaustão – o setor ban-cário tem sofrido profundas transfor-mações nas últimas décadas.

As mutações económicas têm sidoacompanhadas por uma revolução tec-nológica, ao nível da aplicação no setordas novas tecnologias de informação ecomunicação (telecomunicações e in-formática), com implicações diretas na

redefinição de novas estratégias e ob-jectivos.

Ou seja, para fazer face a uma cadavez maior concorrência, a bancatransformou-se, quer em termos quan-titativos, quer em termos qualitati-vos. Estas mudanças económicas e es-truturais refletiram-se e continuam arefletir-se nos sistemas organizacio-nais e nos processos de trabalho, quese repercutem de forma acentuadasobre o emprego na banca, tendência

que embora denotando alguns sinaisde atenuação nos últimos anos nãodeixa de se fazer sentir. E 2010 não foiexceção.

De acordo com uma pesquisa desen-volvida pela Direção de estudos, planea-mento e auditoria (Depa) do SBSI, onúmero de trabalhadores decresceu0,2% o ano passado, relativamente a2009. As principais variações ocorre-ram no Barclays e no BES (positivas) eno BCP e CGD (negativas).

O estudo, que teve por objetivo ca-racterizar o sector bancário do ponto devista dos recursos humanos, recorreu àanálise dos balanços sociais das princi-pais instituições a atuar em Portugal. Aamostra representa cerca de 95% datotalidade dos trabalhadores ao servi-ço da banca na atividade doméstica. Asfontes utilizadas foram o Boletim Esta-tístico da Associação Portuguesa deBancos (APB) e o Relatório Anual doBanco de Portugal (BdP).

Assim, no final do ano estavam aoserviço neste conjunto de instituições56.729 trabalhadores. A CGD e o BCP,com dimensões equivalentes, empre-gavam 35% do total.

Mais técnicos,menos administrativos

As transformações tecnológicas e or-ganizacionais na banca têm sido acom-panhadas por uma continuada diminui-

A prevalência do género masculino na banca mantém-se, apesar de severificar uma progressiva tendência de aproximação entre o número dehomens e de mulheres. Em 2010, os homens representavam 53,8% do total– contra 54,5% em 2008. Contrariando a situação global existente, a CGD, oBPI, o Banco de Portugal e Barclays eram os únicos casos em que as mulherespredominavam.

As posições mais desequilibradas, em prejuízo das mulheres, registavam-seno Banco Popular, Finibanco (que foi já absorvido pelo Montepio), Banif e BCP,com percentagens de homens superiores a 60%.

A banca reflete assim uma tendência generalizada nas sociedades contem-porâneas, embora Portugal registe uma percentagem de mulheres trabalha-doras superior à média europeia. Segundo a Pordata – base de dados dePortugal contemporâneo, um serviço público disponibilizado pela FundaçãoFrancisco Manuel dos Santos, em 2008 a taxa de atividade feminina emPortugal era de 56,2%, contra 49,4% na União Europeia (UE27).

Outra explicação para esta tendência nacional poderá ser a crescenteexigência de competências e formação académica do mercado de trabalho.Em 2010, da população residente com mais de 15 anos com o ensino superiorcompleto 13,6% eram mulheres, contra 9,8% de homens.

Cruzar variáveis como formação académica, número de trabalhadoras eexigências ao nível da carga horária e da compatibilidade vida profissional/vidafamiliar é uma reflexão interessante para tentar compreender por que é queem determinados bancos o género feminino está menos representado.

Mulheres em crescendo

Recursos humanos na banca l DOSSIER

TEXTO: ELSA ANDRADE

Banco/Grupo 2010 2009 Variação

Homens Mulheres Total Total Total

Grupo CGD 4.415 5.415 9.830 9.959 -129

Grupo BCP 6.088 3.937 10.025 10.188 -163

Grupo Totta 3.204 2.644 5.848 5.794 54

Grupo BES 3.664 2.985 6.649 6.515 134

Grupo BPI 3.452 3.766 7.218 7.328 -110

Grupo BANIF 1.719 1.075 2.794 2.771 23

Banco de Portugal 865 783 1.648 1.713 -65

Montepio Geral 1.505 1.391 2.896 2.986 -90

CCCAM 2.128 1.748 3.876 3.908 -32

Finibanco 870 434 1.304 1.293 11

BBVA 426 413 839 814 25

Barclays Bank 1.226 1.233 2.459 2.276 183

Banco Popular 960 383 1.343 1.283 60

TOTAL 30.522 26.207 56.729 56.828 -99

% 53,8% 46,2% 100,0% 100,0% -0,2%

ção do “ratio” de trabalhadores por bal-cão, bem como pela diminuição de tra-balhadores em funções mecânicas e deverificação que podem ser asseguradaspor meios informáticos, estratégia quevem de trás e marcou profundamente osanos 80 e 90 do século passado.

Os efeitos destas dinâmicas sobre oemprego refletiram-se na diminuição depostos de trabalho relacionados com ta-refas repetitivas de tratamento adminis-trativo, bem como na tendência para a

Como são os bancários portugueses

Pessoas ao serviço na banca

dossier

Classe cada vez mais feminina,mais jovem e com habilitações superiores

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RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 12 de outubro 2011 ––––– 76 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 12 de outubro 2011

dossier Recursos humanos na banca l DOSSIER

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 12 de outubro 201 ––––– 76 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 12 de outubro 2011

mudança na proporção de determinadascategorias funcionais, como é o caso daexpansão de funções comerciais e doretraimento das funções de “back office”.

Estas novas formulações organizacio-nais e técnicas implicaram a necessi-dade de maiores competências técni-cas e de qualificações gerais, impondoum esforço de reconversão e de quali-ficação dos trabalhadores.

Por outro lado, assiste-se a um cadavez maior recurso à externalização deserviços e funções por parte dos bancos(“outsourcing”), que numa primeirafase atingiu funções como limpeza esegurança, mas gradualmente se es-tendeu a áreas mais específicas comoa informática, verificando-se cada vez

O grupo das funções “específicas” erao mais numeroso, empregando 38,5%do total.

Os “administrativos” representavamcerca de 36% do conjunto analisado,situando-se na CGD e no Banif a maiorconcentração de pessoal com estas fun-ções (55% e 59%, respectivamente).

Os “auxiliares” abrangiam pouco maisde 1% do total.

Habilitações superiores…

O nível médio de escolaridade dosbancários em 2010 era muito elevado,pois mais de 90% do total possuía habi-litações académicas iguais ou superio-res ao ensino secundário.

Do conjunto dos trabalhadores, 50%possuíam formação académica ao ní-vel da licenciatura, tendo esta relaçãomelhorado comparativamente a perío-dos recentes.

O Barclays era a instituição que tinhanos seus quadros mais pessoas comhabilitações de nível superior (77%),mais elevado ainda do que o Banco dePortugal (60%).

Do conjunto considerado, o CréditoAgrícola Mútuo (CCAM) e a CGD desta-cavam-se negativamente. No primeirocaso, por ser a instituição que tinhamenor percentagem de trabalhadorescom licenciatura (32%), e, no segundocaso, por o peso do pessoal com oensino básico ser o mais elevado (15%).

A totalidade do pessoal ao serviço noBarclays em 2010 possuía como habili-tações académicas o ensino secundárioou superior. Também o BPI, o BancoPopular e o Finibanco (entretanto inte-grado no Montepio) evidenciavam, nosseus quadros, elevadas percentagensde trabalhadores com estas habilita-ções.

Mais uma vez, o emprego na bancasegue uma tendência generalizada, emque cada vez mais se observa o predo-mínio dos trabalhadores com habilita-ções académicas.

Um estudo recente, intitulado “O In-vestimento em Educação em Portugal:Retornos e Heterogeneidade”, publica-do em 2010 no Boletim Económico daPrimavera do Banco de Portugal, con-clui que entre 1995 e 2006 assistiu-se a

Funções em 2010

Banco/Grupo Chefias Específicas Administrativas Auxiliares Total

Grupo CGD 1.813 2.445 5.401 171 9.830

Grupo BCP 2.728 3.931 3.366 0 10.025

Grupo Totta 1.278 3.292 1.266 12 5.848

Grupo BES 1.468 2.604 2.514 63 6.649

Grupo BPI 2.147 2.597 2.370 104 7.218

Grupo BANIF 605 512 1.660 17 2.794

Banco de Portugal 131 909 575 33 1.648

Montepio Geral 632 807 1.389 68 2.896

CCCAM 930 2.014 692 240 3.876

Finibanco 400 418 471 15 1.304

BBVA 216 464 159 0 839

Barclays Bank 738 1.449 272 0 2.459

Banco Popular 568 417 356 2 1.343

TOTAL 13.654 21.859 20.491 725 56.729

% 24,1% 38,5% 36,1% 1,3% 100,0%

Níveis de habilitações em 2010

Banco/Grupo Ensino básico Ensino secundário Ensino superior Total

Grupo CGD 1.514 3.567 4.749 9.830

Grupo BCP 968 4.761 4.296 10.025

Grupo Totta 264 3.065 2.519 5.848

Grupo BES 757 2.009 3.883 6.649

Grupo BPI 127 2.852 4.239 7.218

Grupo BANIF 291 1.073 1.430 2.794

Banco de Portugal 233 426 989 1.648

Montepio Geral 254 1.206 1.436 2.896

CCCAM 543 2.081 1.252 3.876

Finibanco 38 631 635 1.304

BBVA 25 365 449 839

Barclays Bank 0 555 1.904 2.459

Banco Popular 24 520 799 1.343

TOTAL 5.038 23.111 28.580 56.729

% 8,9% 40,7% 50,4% 100,0%

mais uma orientação no sentido dedeixar no setor apenas as funções estri-tamente bancárias.

Assim, as alterações em matéria demão de obra no setor bancário refle-tem-se na utilização, por parte dosbancos, quer de formas de flexibiliza-ção numérica, quer em formas de flexi-bilização funcional.

Estas tendências estão bem patentesnos dados de 2010: quase dois terços dopessoal ao serviço da banca desempe-nhavam funções específicas e de en-quadramento.

É na banca estrangeira (Banco Popular,Barclays, BBVA e Santander) que tal agre-gação é mais pronunciada: cerca de 25%deste pessoal ocupava lugares de chefia.

uma polarização da procura de traba-lho, sendo que no período mais recentea oferta de qualificações teve uma “evo-lução extraordinária”.

Estrutura etária em 2010

Banco/Grupo menos de de 30 mais de Total30 anos a 44 anos 45 anos

Grupo CGD 1.370 4.647 3.813 9.830

Grupo BCP 735 4.948 4.342 10.025

Grupo Totta 582 3.392 1.874 5.848

Grupo BES 900 3.686 2.063 6.649

Grupo BPI 1.048 3.923 2.247 7.218

Grupo BANIF 522 1.469 803 2.794

Banco de Portugal 243 411 994 1.648

Montepio Geral 310 1.770 816 2.896

CCCAM 315 2.015 1.546 3.876

Finibanco 178 891 235 1.304

BBVA 163 425 251 839

Barclays Bank 445 1.762 252 2.459

Banco Popular 272 857 214 1.343

TOTAL 7.083 30.196 19.450 56.729

% 12,5% 53,2% 34,3% 100,0%

Utilizando dados dos Quadros de Pes-soal, os autores, Nuno Alves, MárioCenteno e Álvaro Novo, verificam quea percentagem de indivíduos com bai-

dossier

Com o aprofundar da crise tem-se verificadoum retraimento na rede de balcões da bancaque opera em Portugal. Só no primeiro semes-tre deste ano, os cinco maiores bancos – CGD,BCP, BES, BPI e Santander Totta – encerraram85 agências.

Segundo os dados disponíveis na Comissãodo Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) enos próprios bancos, o Banco BPI foi a entidadeque mais reduziu a sua rede de balcões, com aeliminação de 36 agências, de um total de 47balcões que o presidente Fernando Ulrich anun-ciou que serão encerrados, detendo agora 768agências.

Segue-se o Santander Totta que, conformeanunciado pelo seu presidente, Nuno Amado,na apresentação dos resultados semestrais dobanco, encerrou 25 agências naquele período.O banco possui agora 669 balcões no mercadoportuguês.

Em reuniões separadas com os principaisresponsáveis da banca, os sindicatos da Feba-se têm conseguido o compromisso de que onível de emprego será mantido. Os trabalhado-res dos balcões encerrados têm sido transferi-dos para noutros balcões ou para os serviçoscentrais.

Encerramentode balcões

xas qualificações (seis ou menos anosde escolaridade) diminuiu, sendo 23,5%do emprego, enquanto a percentagemde trabalhadores com o ensino univer-sitário subiu de 2,5% em 1982 para12,9% em 2006.

Antiguidade na banca em 2010

Banco/Grupo Até 1 de 1 a de 6 a de 11 a mais de Totalano 5 anos 10 anos 15 anos 15 anos

Grupo CGD 442 1.133 1.108 1.480 5.667 9.830

Grupo BCP 53 1.101 612 2.565 5.694 10.025

Grupo Totta 92 755 902 1.176 2.923 5.848

Grupo BES 298 1.363 1.347 1.001 2.640 6.649

Grupo BPI 398 1.936 1.124 1.333 2.427 7.218

Grupo BANIF 135 897 418 896 448 2.794

Banco de Portugal 80 150 115 173 1.130 1.648

Montepio Geral 52 413 331 892 1.208 2.896

CCCAM 99 578 609 460 2.130 3.876

Finibanco 39 472 452 299 42 1.304

BBVA 57 179 95 269 239 839

Barclays Bank 308 1.640 245 49 217 2.459

Banco Popular 118 341 396 316 172 1.343

TOTAL 2.171 10.958 7.754 10.909 24.937 56.729

% 3,8% 19,3% 13,7% 19,2% 44,0% 100,0%

A relevância dos recursos humanosna economia e a relação da sua quali-dade com a produtividade e, conse-quentemente, o crescimento económi-co, é há muito assumida.

Os contributos teóricos sobre a impor-tância da educação na economia do tra-balho são diversos e têm sido desenvol-vidos ao longo do tempo, com destaquepara a abordagem da teoria do capitalhumano, segundo a qual a educação éum investimento rentável para os indi-víduos, que investem em si próprios emescolaridade e experiência tendo emvista colher os benefícios futuramente –nomeadamente aos níveis salarial e desegurança no emprego.

… e carreira profissional

No entanto, o conceito de capitalhumano não se limita à educação for-mal. Como reconhece a OCDE num do-cumento de 1998, trata-se de “conhe-cimentos, capacidades, competênciase outros atributos incorporados no indi-víduo que são relevantes para a ativi-dade económica” e é influenciado pelasorganizações, mercado de trabalho,comunidades, instituições e culturas.

Teorias mais recentes vão mais aléme equacionam também questões comoo tipo de conhecimentos e capacidadesadquiridas, o papel das empresas nasua produção, e a mobilização das ca-pacidades em contexto laboral.

É nesse sentido que se destaca osconhecimentos adquiridos, ou seja, aexperiência profissional. Um dado im-portante que a banca parece ter esque-cido, se se tomar como referência a

pressão para o rejuvenescimento deefetivos.

Com efeito, se observarmos a estrutu-ra etária, no final de 2010 cerca de 13%do total do pessoal ao serviço da bancatinha menos de 30 anos de idade. Utili-zando como referência este escalão, osbancos com o pessoal mais jovem eram,naquela data, o Banco Popular, o BBVA eo Banif, por esta ordem, com 20%, 19%e 19%, respectivamente.

A maior concentração de pessoalencontrava-se no escalão etário dos30 aos 44 anos (53,2% do total). OBarclays e o Finibanco eram os bancosque detinham maior percentagem detrabalhadores neste escalão (71,7% e68,3%, respectivamente).

O escalão etário que enquadra o pessoalcom mais de 45 anos de idade represen-tava mais de um terço do total. Tomandopor referência este escalão, a instituiçãocom pessoal mais velho era o Banco dePortugal (60%).

Essa opção na gestão dos recursos hu-manos está refletida na antiguidade. Oano passado, 44% dos trabalhadores aoserviço das instituições em análise ti-nham mais de 15 anos de serviço.

Conclui-se ainda que, dos trabalha-dores ao serviço, 37% foram admiti-dos nos últimos 10 anos.

Do pessoal ao serviço no Banco dePortugal, 68% tinha mais de 15 anosde serviço. Na CGD e no BCP estaantiguidade representava, respectiva-mente, 58% e 57% do quadro.

O Barclays salientou-se por em 2010 teradmitido 12,5% do total do pessoal aoserviço, tendo 80% dos seus trabalhadoresmenos de cinco anos de antiguidade.

Revisão salarial 2011

TEXTO: INÊS F. NETO

Oprocesso de revisão do ACT 2011está em fase de conclusão, nãotendo havido acordo no que se

refere à tabela salarial e cláusulas deexpressão pecuniária, pelo que o Secre-tariado da Febase decidiu, na sua últimareunião, enviar esta matéria para con-ciliação. A diligência será efetuada logoque a Federação tenha confirmação deque o aviso enviado às instituições decrédito (IC) foi recebido.

No entanto, e porque o ACT em vigorcontém algumas lacunas que justifica-vam a sua correção, foi possível acordarcom a IC aspectos específicos dos regi-mes de pensão de sobrevivência e dascontribuições para os SAMS.

Assim, no que se refere ao regime dapensão de sobrevivência, foi reconhecidoo direito a este benefício aos cônjuges dostrabalhadores reformados ao abrigo dacláusula 140.ª (fora do setor bancário),bem como no caso das uniões de facto,contratualizando a forma de procedimen-to com a criação de uma nova cláusula.

Por outro lado, e relativamente aostrabalhadores inscritos no regime geral daSegurança Social, as partes contratualiza-ram qual a base de incidência das contri-buições para os SAMS em situação dedoença, acidente de trabalho ou doençaprofissional, tal como nos casos de ausên-cia ao abrigo do regime de parentalidade.

Os membros do Conselho Geral daFebase serão chamados a pronuncia-rem-se sobre o acordo. Logo que possí-vel, será dado conhecimento a todos ostrabalhadores quer do clausulado alvode acordo de alteração, quer do resulta-

As negociações entrea Febase e o grupo

negociador das instituiçõesde crédito subscritoras

do ACT do setor bancárioterminaram sem acordo

na tabela salarial.A Federação vai enviar

o processo para conciliação.Relativamente ao clausulado

da convenção coletiva,as partes acordaramalgumas alterações

do das diligências efetuadas junto doMinistério da Economia e do Empregono âmbito do processo de conciliação.

Outras convenções

Relativamente à revisão salarial noBCP, Banco de Portugal, CGD e Banif, asrespostas às propostas apresentadaspela Febase foram de dois tipos: fazerdepender um eventual acordo do desfe-cho obtido em sede de ACT ou, no casodas instituições na esfera do Estado(CGD e BdP), considerando estarem im-possibilitadas de negociar quaisqueraumentos por força das disposições doOE2011.

Face a estas respostas, a Febase so-licitou a cada IC uma reunião para rea-nálise da situação, após o que tomaráuma decisão sobre o caminho a seguir.

No caso do Grupo BCP, refira-se aindaque foi já enviado para depósito o acor-do global de revisão do ACT no queconcerne ao aumento salarial de 2010e à adaptação da convenção às normasdo Código do Trabalho.

Quanto ao Crédito Agrícola Mútuo,decorreu no dia 29 de setembro a pri-meira reunião com a Fenacam, tendo

como objetivo a adaptação do ACT dasInstituições de Crédito Agrícola Mútuo(ICAM) ao Código do Trabalho e a dis-cussão de outras matérias que a enti-dade patronal pretende ver consigna-das num futuro ACT.

Privatização do BPN

A UGT e os sindicatos dos bancáriosda Febase insistiram por escrito juntodo ministro das Finanças no sentido deobter esclarecimentos sobre a situaçãodos trabalhadores do BPN, nomeada-mente no que diz respeito “à questãodo emprego futuro e à transferência dofundo de pensões”.

“Esta matéria é de especial urgênciaface ao prazo fixado para as decisões doGoverno relativamente à privatização.Para nós é fundamental discutir, no-meadamente, a forma como vai serefetivada a transferência de trabalha-dores para as sociedades veículo e aeventual redução de efetivos e o modocomo se vai efetivar”, lê-se na missivaenviada a Vítor Gaspar, recordando “ocompromisso claro de que os sindicatosseriam oportunamente chamados adiscutir essas matérias”.

Banca l CONTRATAÇÃO

Febase recorre à conciliação

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CONTRATAÇÃO l Banca Banca l CONTRATAÇÃO

Revista Febase - O Governo já apre-sentou aos sindicatos da Febase asua proposta para uma eventual

transferência dos fundos de pensõesdos bancários para a Segurança Social?

Rui Riso - Não, até ao momento aindanão apresentou qualquer resultado dotrabalho do grupo técnico. No entanto,foi-nos garantido que seriam apresen-tadas aos sindicatos, para discussão,várias alternativas possíveis.

P - Quais são os principais direitosque os sindicatos querem ver assegura-dos para darem o seu aval a uma pos-sível transferência?

R - O terreno de ação dos sindicatossão os direitos dos bancários, direitosesses consagrados na contratação co-lectiva.

P - Em caso de transferência, os au-mentos na tabela salarial negociadaentre sindicatos e banca continuarão aser aplicados aos bancários reformadosou estes ficarão sujeitos aos aumentosdecretados pelo Governo para as pen-sões de reforma da Segurança Social?

R - Naturalmente que os sindicatosdefenderão sempre, e em qualquer cir-cunstância, que enquanto houver umbeneficiário dos fundos de pensões se-jam aplicadas as regras atualmente emvigor nos instrumentos de regulamen-tação coletiva de trabalho (IRCT). Ouseja, o valor da pensão de reforma éatualizado por força da contrataçãocoletiva e pelo mesmo valor percentualda tabela salarial, pelo que, indepen-dentemente do que acontecer com as

pensões da Segurança Social, os bancá-rios têm de receber as pensões de acor-do com o negociado entre sindicatos eentidades patronais nos termos dosanexos das convenções coletivas.

Sindicatos rejeitamqualquer redução

P - E se nesta transferência se preten-der nivelar as pensões dos atuais ban-cários reformados pelas da SegurançaSocial?

R - As pensões dos bancários decor-rem do IRCT aplicável, negociado emsede de negociação coletiva. Ou seja,não estão ao abrigo de decretos-lei,como acontece no regime geral da Se-gurança Social. Portanto, qualquer al-

teração nesta matéria terá de passarsempre pela negociação, e naturalmen-te os sindicatos defenderão, tal comosempre têm feito, os direitos dos refor-mados bancários e opor-se-ão a qual-quer redução do valor das pensões empagamento.

P - Se a integração se concretizar,como é que os sindicatos poderão sal-vaguardar que eventuais cortes naspensões da Segurança Social não seaplicarão aos bancários reformados?

R - A forma que os sindicatos têm desalvaguardar eventuais cortes é fazen-do valer a contratação coletiva. Os ban-cos têm a obrigação de pagar as pen-sões aos bancários, que foram negocia-das entre a banca e os sindicatos. A

Negociações para acordo tripartidocomeçam até final do mêsA UGT e os sindicatos dos bancários da Febase reuniram-se dia 3com o Governo para debater uma eventual transferência dos fundosde pensões para a Segurança Social, deixando claro que não abdicamda defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores em matériade pensões de reforma. O futuro dos funcionários do BPNfoi igualmente abordado

Por solicitação da UGT e dos sindicatos dos bancários da Febase – SBSI, SBN e SBC – realizou-seno dia 3, no Ministério das Finanças, uma reunião com o secretário de Estado daAdministração Pública e o chefe de gabinete de Vítor Gaspar para debater o futuro dos

fundos de pensões dos bancários.Na reunião, o secretário de Estado informou os sindicatos de que o grupo de trabalho criado

para estudar a eventual transferência dos fundos de pensões para a Segurança Social ainda nãoterminou o estudo. No entanto, acrescentou, prevê-se para breve a apresentação dasconclusões do grupo, constituído por técnicos de vários ministérios, organismos oficiais erepresentantes da banca.

Nesse sentido, o Governo espera convocar, até final deste mês, os sindicatos e a banca paradar início à negociação de um acordo tripartido com vista à transferência dos fundos de pensões.O secretário de Estado adiantou ainda que as negociações terão de estar concluídas até finaldeste ano.

Salvaguarda de direitos

Os sindicatos aproveitaram a ocasião para mais uma vez deixarem claro que não abdicarãoda defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores reformados, o que passa pela exigênciado cumprimento rigoroso do disposto nos vários instrumentos de regulamentação coletiva detrabalho (IRCT) aplicáveis, nomeadamente no que se refere às pensões de reforma já empagamento ou ainda em construção.

A Febase tem já completo um levantamento exaustivo das matérias a salvaguardar numeventual acordo, pelo que aguarda a convocação para o início das negociações.

Futuro do BPN

Na reunião, os sindicatos questionaram ainda os governantes sobre o futuro dos trabalha-dores do BPN.

O secretário de Estado garantiu que logo que estejam concluídas as negociações do acordo--quadro com o banco BIC – previsivelmente até final deste mês – os sindicatos serão entãochamados a debater com o Governo as soluções mais adequadas para a resolução do problemado futuro destes trabalhadores.

Rui Riso sobre eventual transferência dos fundos de pensões dos bancários

"Os sindicatos defendem a manutençãodos direitos contratualizados"

Os sindicatos não aceitarãoa transferência dos fundos de pensõespara a Segurança Social se daí resultar

qualquer prejuízo para os bancários.A responsabilidade pelo pagamento

das pensões de reforma e pelosdescontos para os SAMS é sempre

dos bancos, independentementede onde estão sedeados os fundos,

frisa o presidente da Direção do SBSI

alocação dos fundos à companhia deseguros A, B ou C é-nos absolutamenteirrelevante.

Através das comissões de acompa-nhamento, os sindicatos têm verificadoao longo dos anos que os fundos estãosuficientemente provisionados e têmos montantes necessários para cobriras responsabilidades passadas. Peran-te isto, se houver alterações no futuroterá sempre de ser a banca a responder.Se houvesse alterações na SegurançaSocial e as pensões eventualmentedescessem, a banca seria chamada aum esforço maior.

Ninguém poderáser prejudicado

P - Os sindicatos concordam com umaeventual transferência faseada, ou seja,para já os bancários reformados e de-pois os que estão no ativo, como temsido noticiado?

R - Essa questão é absolutamenteirrelevante. Interessa-nos é assegurarque os bancários reformados e os doativo uma vez em situação de reformarecebem a pensão resultante do IRCTaplicável, fruto da negociação coletiva.Ou seja, o que os bancários querem e ossindicatos entendem dever defenderaté à exaustão é a manutenção dosdireitos contratualizados, independen-temente de onde estão sedeados osfundos.

P - Esta eventual transferência dizrespeito apenas aos fundos de pensõesdo sistema substitutivo ou também aosfundos complementares?

R - Não sabemos, apesar de termosquestionado o sr. ministro das Finançase o secretário de Estado da Administra-ção Pública. Na altura não havia ideiasclaras sobre essa matéria, por isso ogrupo de trabalho constituído por re-presentantes do Ministério e da bancairá fazer essa avaliação. Mas quantoaos fundos complementares, a nossaopinião continua a ser exatamente amesma: os bancários não podem serprejudicados por esta integração.

Por outro lado – e é bom que fiqueclaro –, também os beneficiários daSegurança Social não podem sair lesa-dos deste processo. Ou seja, se porhipótese for necessário um esforçomaior por parte da Segurança Socialpara assegurar todos os direitos dosbancários, os beneficiários do regimegeral não podem ser prejudicados.Quem terá sempre de ser chamado arepor essas diferenças, se as houver, éa banca. É isso que resulta da contrata-ção coletiva.

Descontos para os SAMSsão responsabilidade dos bancos

P - Uma eventual transferência dosfundos de pensões poderá ter reflexosao nível dos SAMS? O que defendem ossindicatos nesta matéria?

R - Os fundos de pensões hoje estãodevidamente provisionados, não só parapagarem as pensões mas também parasuprir os descontos dos reformados paraos SAMS. E também esses descontossão responsabilidade da banca, a quemcabe pagar 6,5% para os SAMS, confor-me decorre da contratação coletiva. Se

esse dinheiro vem dos fundos de pen-sões ou se vem dos bancos, é irrelevan-te para os SAMS. Não temos dúvidas deque enquanto houver um bancário be-neficiário dos SAMS têm de entrar osrespetivos descontos, quer da entidadepatronal, quer do trabalhador.

Quando as pessoas relacionam a Segu-rança Social e as pensões com o SNS oucom os SAMS relacionam mal, porque sãorealidades absolutamente distintas. Por-tanto, os SAMS terão de continuar a rece-ber as contribuições das entidades patro-nais, independentemente da entidade quegere os fundos de pensões da banca.

TEXTOS: ELSA ANDRADE

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SINDICAL l Atualidade Atualidade l SINDICAL

Fundo de Pensões

Comissão de Acompanhamento analisarelatório do Montepio Geral

O Fundo de Pensões do MontepioGeral apresentava, no final

de dezembro de 2010, um nívelde financiamento de 100,1%, tendoem conta os planos de amortização

permitidos pelo Aviso 4/2005do Banco de Portugal

A Comissão de Acompanhamentodo Fundo de Pensões do Monte-pio Geral (MG) reuniu-se em 12

de julho, tendo por objetivo a análise doRelatório Atuarial de 2010 elaboradopelo atuário responsável. Da Comissãofazem parte e estiveram presentes, emrepresentação dos Sindicatos da Febase,Mário Mourão e Freitas Simões, além dePereira da Silva, consultor do CIEF.

“Dado que o valor do fundo de pen-sões é de 545.096.803 euros, verifica-seum nível de financiamento de 91,3%face ao montante de 597.139.990 eurosde responsabilidades”, refere a análisedos consultores dos Sindicatos da Feba-se, pertencentes ao Centro de Investi-

TEXTO: INÊS F. NETO

gação sobre Economia Financeira (CIEF)do Instituto Superior de Economia eGestão (ISEG/Universidade Técnica deLisboa), acrescentando: “Tendo em con-ta os três planos de amortização existen-tes e permitidos pelo Aviso 4/2005 doBdP, as responsabilidades passam a544.604.712 euros e o nível de financia-mento a 100,1%.”

Recorde-se que o financiamento dasresponsabilidades dos planos de pen-sões do banco é feito através do Fundode Pensões do Montepio, sendo a enti-dade gestora a Futuro – Sociedade Ges-tora de Fundos de Pensões, S.A. O únicoassociado do fundo é o Banco MontepioGeral.

No banco existem dois planos depensões: o Plano de Pensões Geral dosTrabalhadores, que é substitutivo doregime público de Segurança Social esegue o ACT para o sector bancário, comutilização da tabela salarial interna; eo Plano de Pensões dos Administrado-res, independente do regime público deSegurança Social.

Os benefícios garantidos pelo Fundode Pensões são: reforma por invalidezpresumível, por invalidez e por sobre-vivência, bem como o subsídio pormorte.

O documento do CIEF refere ainda as“responsabilidades com o pagamentode encargos a cargo da entidade patro-nal para com o sistema de cuidadosmédicos, vulgo SAMS”.

O plano de pensões não prevê direi-tos adquiridos uma vez que, segundo oatuário, “pode não existir o direito areceber esse benefício”.

Nível de financiamento

O documento do CIEF adianta que ofinanciamento tem sido assegurado peloAssociado, salientando, deste modo,que o nível de financiamento em 31 deDezembro de 2010 era de 100,1%, “ten-do em conta os planos de amortizaçãopermitidos pelo Aviso 4/2005 do BdP”.

As contribuições efetuadas em 2010pelo Associado totalizaram 48.749.368euros, valor que representa o custo doano indicado pelo atuário responsávelpara 2009, acrescido das prestaçõesdos planos de amortização.

O documento refere ainda que “ascontribuições estimadas para 2010 fo-ram realizadas”, pelo que se concluique o Associado cumpriu o plano de

financiamento indicado pelo atuárioresponsável.

As contribuições efetuadas em 2010totalizaram 48.749.368 euros. Já a con-tribuição estimada para 2011 atravésdo método “Unit Credit Projected” é de17.339.874 euros, que será “acrescidadas prestações resultantes dos planosde amortização em vigor em 2010”,explicam os consultores dos Sindicatos.

Os dados da população revelam umaresponsabilidade constituída por 769pensionistas e 2.844 ativos. No Monte-pio Geral a população ativa tem umaidade média de 42 anos.

Relativamente a 2009, verificou-seuma movimentação da população quese concretiza num aumento de 23 nonúmero de ativos, e num aumento de31 pensionistas.

No entanto, esclarece o CIEF na suaanálise, “as entradas de ativos em 2010não afetam as responsabilidades”, poistrata-se apenas de estatística da popu-lação total.

Adequação dos ativosàs responsabilidades

Segundo a análise do CIEF, a estruturada carteira mantém-se bastante idên-tica à observada no ano anterior, tendoexistido uma diminuição da exposiçãoem liquidez, aproximando-se mais dosníveis definidos na política de investi-mentos.

“O auditor refere que foram ultrapas-sados os níveis definidos no contrato degestão (5%) relativamente a investi-mentos com rating <A (foi de 7,31%)”,sublinham os consultores.

No entanto, salientam que, de acor-do com as conclusões do relatório degestão, “as perdas potenciais da com-ponente dívida pública, a taxa fixa, fo-ram 5.846.691,2 euros e da componen-te dívida corporate, a taxa fixa, atingi-ram 1.544.995,2 euros”.

A taxa de rendibilidade obtida em2010 foi de 2,43%, inferior à obtida noano anterior, de 9,58%, “sendo destemodo inferior à taxa de 5,5% utilizadapara o cálculo do valor das responsabi-lidades”.

Os consultores do CIEF destacam ain-da o facto de serem apresentadas algu-mas análises dos riscos associados àcarteira de ativos, bem como o seuimpacto no nível de financiamento dasresponsabilidades em 2010, mas nãoser feita “nenhuma projeção da solvên-cia para os próximos anos”.

Assim, os consultores da Febase con-sideram que a informação sobre a ade-quação entre ativos financeiros de co-bertura e responsabilidades atuariais

Pensionistas - trabalhadores

N.º Idade Pensão Totalmédia média anual pensões

(€) anuais

Velhice 147 66,50 1.862 273.679

Invalidez 473 65,20 1.716 811.825

Viuvez e orfandade 139 68,70 665 88.936

Total 759 66,00 1.547 1.174.440

Pensionistas - administradores

N.º Idade Pensão Totalmédia média anual pensões

(€) anuais

Velhice 9 78,60 10.610 95.486

Invalidez 1 81,00 5.483 5.483

Viuvez e orfandade 0 0 0 0

Total 10 78,80 10.097 100.969

Ativos - trabalhadores

N.º Idade Antiguidade Saláriomédia média médio

anual (€)

Idades < 65 anos 2.849 41,50 16,50 1.562

Idades >= 65 anos 13 65,00 37,00 1.824

Participantes c/direitos adquiridos 0 0 0 0

Total 2.862 41,60 16,60 1.563

Ativos - administradores

N.º Idade Antiguidade Saláriomédia média médio

anual (€)

Idades < 65 anos 1 62,00 1,00 24.057

Idades >= 65 anos 4 67,00 5,50 24.896

Participantesc/ direitos adquiridos 0 0 0 0

Total 5 66,00 4,60 24.728

Responsabilidades do Fundo

Responsabilidades %

Ativos 341.687.632 57

Pensionistas 255.452.358 43

Total 597.139.990 100,0

Unidade: mil euros

Composição da carteira de títulos

Classes de Ativos 2008 2009 2010

Títulos do Estado 42,34% 41,21% 45,12%

Obrigações diversas 20,66% 17,36% 17,05%

Obrigações estruturais (ações) 0,13% 0,13% 0,10%

Ações e F.I.M. de ações 6,92% 7,68% __

Ações (ex. Euro) 0,30% 0,40% 8,20%

F.I.M. de ações EUA 4,21% 4,42% 6,73%

F.I.M. de ações mercados emergentes 2,66% 4,08% 5,75%

Imobiliário 8,80% 7,13% 6,25%

Liquidez 13,98% 17,60% 10,80%

Total 100,0% 100,0% 100,0%

Obrigações da dívida públicaPaíses %

Portugal 19,06

Espanha 8,50

Alemanha 1,85

Áustria 2,93

França 11,87

Total 44,21

do fundo de pensões “deveria incluiruma projeção do nível de financiamen-to futuro, uma vez que apenas se efetuauma análise estática através das dura-ções e dos VaR, e se procede a um testede sensibilidade do valor do fundo”.

Contudo, concluem: “A carteira de ati-vos financeiros apresentada adequa-seao perfil das responsabilidades atuariais,que são fundamentalmente de longoprazo.”

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SINDICAL l Atualidade

Luta valeu a pena

Montepio aceita diálogosobre transferência de trabalhadores

A luta desencadeada pelo SBN emdefesa dos trabalhadores dos serviços

centrais do ex-Finibanco no Porto já deufrutos. A administração do Montepio

aceitou encetar a via do diálogopara a resolução da situação

TEXTO: INÊS F. NETO

“A luta foi positiva. Valeu a pena”,resumiu Mário Mourão, presidente doSindicato dos Bancários do Norte (SBN)ao final do dia de greve decretada para29 de setembro nos serviços do Monte-pio no Norte do país, de forma a que ostrabalhadores pudessem deslocar-se aLisboa para se concentrarem frente àsinstalações do banco.

Em causa está a tentativa de transfe-rência para Lisboa de cerca de duas

Realizou-se no passado dia 3 de setembro, no auditório dos SAMS, uma reuniãoem que participaram várias dezenas de trabalhadores dos serviços centrais doex-Finibanco no Porto, com a presença dos elementos da Direção do SBN MárioMourão, Pereira Gomes, Teixeira Guimarães, Clara Quental e Gabriel Costa.

Os trabalhadores manifestaram as suas preocupações resultantes do facto deserem integrados no Montepio Geral em Lisboa, agravadas por uma notóriaansiedade devido à circunstância de não possuírem informações objetivas sobreo decurso do processo que os afeta.

Entretanto, a Direção do SBN garantiu-lhes que tudo iria fazer para obrigar oescrupuloso cumprimento do que está previsto na legislação vigente e no acordocoletivo de trabalho, disponibilizando, para tal, o serviço de Contencioso. Maisainda: os diretores presentes avisaram, com veemência, para que os visados nãonegociassem nem assinassem qualquer documento sem previamente consulta-rem o Contencioso.

SBN apoia associados dos serviçoscentrais do ex-Finibanco TEXTO: FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA

Atualidade l SINDICAL

gação da deliberação de transferênciados trabalhadores para a área de Lis-boa, sem prévia negociação e acordopor intermédio do SBN.

Por outro lado, o SBN quer ver respei-tados os direitos violados e interessesafetados dos bancários alvo da tentati-va de transferência compulsiva paraLisboa, o que, considera, se traduz naimposição de uma condição impossívelde satisfazer para a quase totalidadedos trabalhadores, constituindo, porisso, um despedimento coletivo selva-gem, além de pôr em causa de modointolerável a harmonia e o bem-estardos agregados familiares (filhos matri-culados nas instituições de educação eensino, assistência a familiares idosose dependentes, membros do agregadocom postos de trabalho na localidade,encargos de habitação impossíveis detransferir…).

Por fim, a paralisação foi também umaviso inequívoco ao Montepio de que ostrabalhadores implicados estão dispo-níveis para todas as formas de luta,pelo tempo que for necessário, até queseja obtido um acordo negociado atra-vés do SBN que dê garantia de quenenhum trabalhador será definitiva-mente transferido para Lisboa sem oprévio acordo e definição de compensa-ções adequadas.

centenas de funcionários dos serviçoscentrais do ex-Finibanco no Porto, emconsequência da integração daquelebanco no Montepio Geral.

Contra essa decisão da administra-ção do Montepio, o SBN decretou um diade greve e uma concentração de traba-lhadores frente às instalações do bancona Rua do Ouro, em Lisboa.

O objetivo principal do sindicato foiforçar a administração a sentar-se àmesa para discutir a situação dos tra-balhadores.

“Atingimos o nosso primeiro objeti-vo. Está aberta a via do diálogo”, afir-mou Mário Mourão.

Após a concentração, uma delegaçãocomposta por dois dirigentes do SNB, aadvogada do sindicato e três trabalha-dores do ex-Finibanco foi recebida porum administrador do Montepio, Almei-da Serra.

“Expusemos as preocupações dos tra-balhadores relativamente ao drama queuma transferência desta natureza causaàs respectivas famílias”, explicou o pre-sidente da Direção do SBN, acrescentan-do: “O administrador do Montepio foisensível aos nossos argumentos.”

A concentração dos trabalhadores doex-Finibanco em Lisboa contou com aparticipação de dirigentes de todos ossindicatos da Febase, bem como do líderda UGT, João Proença, e ainda da comis-são de trabalhadores do Millennium-bcp.Todos quiseram, desta forma, expressaro seu apoio àqueles trabalhadores e àluta que estão determinados em manteraté à resolução do conflito.

Respeito pelos direitos

Recorde-se que o dia de greve pre-tendeu expressar a exigência de revo-

Também a UGT apoia a luta dos trabalhadores

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 12 de outubro 2011 ––––– 1716 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 12 de outubro 2011

Tal como a agregação dos conceitosnos indica, as regalias extracontra-tuais estão para além da contrata-

ção coletiva vigente na atividade segu-radora, relativamente às quais os Sin-dicatos não tiveram qualquer interven-ção na sua implementação pelas em-presas, concedendo cada uma, de persi, aos seus trabalhadores as suas.

Apesar desta externação, a jurispru-dência diz-nos que, sendo as mesmasregularmente atribuídas, entram naesfera jurídica do contrato individual detrabalho.

Feita esta distinção prévia, vamosagora procurar dissecar melhor estaquestão das regalias extracontratuais,no contexto das actividades segurado-ra e bancária, sendo esta reflexão maiscentrada na primeira atividade.

As empresas de seguros foram, aolongo dos anos, concedendo algumasdestas regalias aos seus trabalhadores.

Os Sindicatos, no pós-25 de abril edepois da nacionalização dos seguros,constituíram uma comissão de nivela-mento, que teve por missão inventariaras regalias extracontratuais existentescom maior regularidade em cada segu-radora e propor a posterior integraçãona convenção coletiva.

Foi assim que algumas regalias – deque destacamos, de entre outras, as con-dições especiais em seguros próprios,comissões máximas de seguros, do tra-balhador-estudante – foram integradasno contrato coletivo de trabalho.

Após a privatização de alguns gruposseguradores, nos primórdios dos anos 90,adquiridos por instituições bancárias,foi prática seguida por algumas a ex-tensão de algumas regalias existentesno setor bancário aos trabalhadores deseguros, como, por exemplo: spreadmais favorável nos empréstimos à com-pra de habitação própria e para com-pra de viaturas, sendo também verda-deiro o inverso em relação aos traba-lhadores da banca, que passaram a teracesso a prémios de seguros mais fa-voráveis.

A extensão de tais regalias é justa,correta e contribui para uma maiorintegração de todos os trabalhadoresdas empresas do universo do mesmogrupo económico.

Só que a posse do capital social dasempresas é, atualmente, muito volátil,

Regalias extracontratuaisnos seguros e na banca – que fazer?

nesta fase de capitalismo avançado esem rosto, e o que era verdade ontempode não o ser amanhã.

É por virtude desta intensa circulaçãodo capital social das empresas que osseus trabalhadores veem seriamenteameaçadas algumas destas regaliasque, embora contratualmente previs-tas nas respetivas convenções coleti-vas em cada setor de atividade (bancaou seguros), podem vir a ser-lhes reti-radas pelo novo adquirente.

Neste contexto, os trabalhadores deseguros poderão ver os benefícios dosseus empréstimos bancários serempostos em causa e os bancários os seusprémios de seguros mais favoráveis.

Se tal vier a acontecer, qual poderáser o papel interventor que está come-tido aos Sindicatos de ambos os setores(banca/seguros)?

Em nossa opinião, será muito reduzi-do, porque a separação determina quea empresa de seguros deixou de inte-grar aquele grupo económico que atétinha um banco e pode passar a perten-cer a um outro onde não exista nenhumbanco. Como co-existem duas conven-ções coletivas de trabalho aplicáveis,consideram-se tais regalias de géneseextracontratual para cada setor de ati-vidade.

A solução a prazo poderá passar peloentrosamento cada vez maior das duasatividades (banca/seguros) no contex-to do setor financeiro, onde a contrata-

ção coletiva seja una, apesar de algu-mas especificidades próprias.

Assume, assim, primordial impor-tância o papel da FEBASE como organi-zação sindical aglutinadora e potencia-dora da regulação das relações de tra-balho dos trabalhadores do macro setorfinanceiro, o que permitiria resolvereste imbróglio das regalias extracon-tratuais existente atualmente, quandoo capital acionista muda maioritaria-mente de detentor.

Esta solução proposta será utópica?Parece-nos que não. Mas é necessáriomuito pragmatismo e uma firme vonta-de política de todos os parceiros sociaisenvolvidos na contratação coletiva dasduas atividades (banca/seguros) parairem maturando esta ideia, como umdesiderato a concretizar em tempo opor-tuno, quando as partes assim o entende-rem. Será inclusivamente vantajoso, atéeconomicamente, para cada uma delas,porque existirá sempre negócio, dadoque se manterá a fidelização do cliente,de entre outras vantagens.

É mais um desafio futuro que se colo-ca ao papel de intervenção sindical daFEBASE nesta questão das regalias ex-tracontratuais existentes nas empre-sas/grupos económicos das duas ativi-dades (banca/seguros).

E porque não pensar-se também, talcomo se fez no pós-25 de abril, naconstituição duma comissão de nivela-mento?

TEXTO: LUÍS DIAS

Questões l JURÍDICAS

Após negociações iniciadas no ano de2010, a Caixa Económica do Monte-pio Geral (CEMG) adquiriu a totali-

dade do capital do Finibanco SA.O contrato de aquisição foi outorgado

em 4 de abril de 2011, transmitindo-seassim todos os ativos a passivos queconstituem o estabelecimento relativo àatividade bancária do Finibanco SA para aCEMG.

Em carta assinada pelos Conselhos deAdministração das duas Instituições deCrédito, e datada 25 de março de 2011, foidado conhecimento a todos os trabalha-dores do Finibanco SA dessa situação.

Nessa mesma carta podia-se ler que “atransmissão em causa não implica a per-da ou diminuição dos seus direitos man-tendo-se o contrato de trabalho com todoo seu conteúdo, designadamente, no quese refere à antiguidade e retribuição, nãose encontrando projetadas quaisquermedidas concretas a aplicar aos trabalha-dores abrangidos”.

Em 12 de agosto de 2011, o Sindicato dosBancários do Norte (SBN) recebeu cartada Administração da CEMG, dando nota dadeliberação do Conselho tomada em 28 dejulho, na qual é comunicada a vontade deconcentrar em Lisboa uma série de servi-ços do ex-Finibanco que sempre tinhamfuncionado no Norte – Porto, Rio Meão eVizela.

Dessa concentração de serviços resultaa tentativa de integrar os colaboradoresafectos aos estabelecimentos abrangidospela mudança nos serviços de destino, o

que implica a transferência de 264 traba-lhadores daquelas localidades para Lis-boa.

Nesta tentativa, a Administração doMontepio Geral viola, de forma clara egrosseira, o Acordo Coletivo do SetorBancário, nomeadamente a Cláusula 39.ª,acordo esse que o Montepio Geral é subs-critor.

Ao tomar conhecimento desta vontade,que repetimos ser ilegal, o Sindicato dosBancários do Norte, de imediato e porcarta registada, solicitou reunião à Admi-nistração da CEMG para poder analisar ediscutir esta matéria, procurando destaforma defender os associados abrangidospor tão grave medida.

A Administração da CEMG mostrou--setotalmente insensível a esta pretensão doSBN e, de forma arrogante e prepotente,respondeu em 6 de setembro de 2011,dizendo que não via motivos para se reunircom o Sindicato, pelo facto de ter tido umareunião com a Febase- Federação do Sec-tor Financeiro, realizada em 19 de agosto,dizendo que nessa reunião o assunto teriasido abordado.

Efetivamente, é verdade que tal reuniãose realizou, a pedido da Febase, reuniãoque fora solicitada, por carta, em 3 deagosto de 2011.

A reunião foi pedida para discutir oscortes no subsídio de caixa de que estavama ser alvo os trabalhadores do ex-Finibancoque exercem a referida atividade de caixa,sendo este subsídio contratualmente es-tabelecido.

Também é verdade que nessa reuniãofoi assumido o compromisso, por parte doelemento do Conselho de Administraçãoda CAEMG presente – Dr. Eduardo Farinha– em chamar os Sindicatos para discutiresta matéria.

Dada a ausência de vontade demons-trada em realizar a reunião, o Sindicatodos Bancários do Norte, por cartas regis-tadas, solicitou a efetivação da mesmaem 5,12,13,19, 20 e 23 de setembro de2011, não tendo havido qualquer respostaà solicitação.

Do evoluir de todo este processo o SBNtem informado os associados, tendo parao efeito e nos termos legais, realizadoReuniões Gerais de Trabalhadores.

Assim, e no respeito pela vontade de-monstrada pelos Associados, o Sindicatodos Bancários do Norte entregou em 20 desetembro um aviso de greve para o próxi-mo dia 29 de setembro de 2011;

A Caixa Económica do Montepio Geral,Associação Mutualista, adotou desde sem-pre o pelicano como imagem de marca edá-o como símbolo de proteção e amparo,apresentando-o como verdadeiro prote-tor da Família.

Apetece-nos dizer, sem qualquer pontade ironia – Bem prega Frei Tomás!!!

Será uma medida de apoio à Famíliatentar transferir, ilegalmente, 264 traba-lhadores do Porto para Lisboa? Não teráa CEMG e a sua Administração outrasolução que não esta, que mais não setrata do que efetuar um despedimentocoletivo? Porque não recebe o Sindicatopara tentar encontrar solução para esteproblema?

O Sindicato dos Bancários do Norte de-nuncia, desta forma, este grosseiro atro-pelo tentado pela Administração da CaixaEconómica do Montepio Geral e tudo farápara defender os associados, não permi-tindo que o Acordo Coletivo do Setor Ban-cário seja rasgado por uma InstituiçãoMutualista, que devia defender tambémos seus trabalhadores, Instituição Mutua-lista que, em sede de Regime Fiscal, bene-ficia de tratamento privilegiado em rela-ção à restante Banca e que não pode servirpara despedir trabalhadores.

O Sindicato dos Bancários do Norte tudofará para privilegiar a via do diálogo,aguardando igual posicionamento porparte da Administração da Caixa Económi-ca do Montepio Geral. Ainda há lugar parao diálogo, assim o queira o Banco.

Histórico da tentativa de transferênciados 264 trabalhadores TEXTO: FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA

SINDICAL l Atualidade

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TEMPOS LIVRES l Nacional

Aequipa de futsal do Grupo Des-portivo do Banco de Portugal par-ticipou recentemente no torneio

dos bancos centrais europeus, que serealiza anualmente e que, desta vez,teve lugar na Finlândia.

Estiveram representados doze paí-ses, que foram divididos em dois

Futsal

Banco de Portugal com presença honrosano torneio dos bancos centrais europeus

grupos de seis equipas e com a repre-sentação portuguesa a integrar ogrupo B, com as equipas da Holanda,Eslovénia, Finlândia B, Estónia e Ro-ménia.

Ao longo desta fase do torneio, aequipa do Banco de Portugal averbouduas vitórias seguidas, com 3-0 à Fin-

Afinal nacional contou com a par-ticipação de 65 pescadores, sen-do 19 do SBN, doze do SBC e os

restantes 34 do SBSI. Dividida em qua-tro setores, a prova decorreu sempreem ambiente de são convívio entre osparticipantes dos três sindicatos verti-cais, só faltando o peixe para que ajornada fosse um completo êxito.

A vitória veio a caber a José AntónioBonito, da CCAM do Baixo Mondego,que capturou 4580 gramas de pescadoe que concorreu integrado na equipa do

Pesca

José António Bonito é campeão nacional de rioA 33.ª edição do campeonato nacional

interbancário de pesca de rio,que agora deu lugar à designação

de "encontros interbancários de pescaem água doce", ficou concluída

no passado dia 24, com a realizaçãoda final nacional, na pista do rio

Tâmega, em Chaves

Clube Millennium BCP do Centro, queviria também a vencer coletivamente,de entre as 16 equipas participantes,destacando-se também a presença detrês equipas nortenhas nos cinco pri-meiros lugares.

Se tivermos em conta os totais decapturas, temos que, nas posições se-cundárias, ficaram Paulo Ferreira daSilva e António Alberico Alves, ambosdo BES, do Norte, logo seguidos da únicapescadora que participou na final, Gra-ça Pereira, da CGD, do Norte, que cap-turou 3420 gramas de pescado.

A entrega dos prémios decorreu nofinal da tarde, numa unidade hoteleira daregião, tendo o vice-presidente da Dire-ção do SNB, Pereira Gomes, felicitado aorganização e todos os participantes, paradepois se referir ao atual momento vividopelos trabalhadores do Finibanco, termi-nando por apelar a todos os bancáriospara que estejam atentos, já que as novasregras de despedimento, a serem impos-tas, seriam funestas para os trabalhado-res do sector e demais trabalhadoresportugueses.

Classificações dos três primeirospor zonas

Zona A:1.º Manuel Ranhola (BPI-Sul), 2740

gramas; 2.º José Silva Ferreira (Millen-nium-Centro), 2520; 3.º Luís Filipe Mon-teiro (Millennium-Norte), 2320;

Zona B: 1.º Paulo Ferreira da Silva (BES 1-

Norte), 3940 gramas; 2.º António Cam-pos Carvalho (CGD-Norte), 2800; 3.ºAntónio José Grave (BES-Sul), 2400;

Zona C:1.º Manuel Ramiro Ferreira (B. Portu-

gal-Norte), 760 gramas; 2.º AntónioFernandes Oliveira (Millennium-Cen-tro), 480; 3.º Manuel Barqueiro (BPI-Centro), 440;

Zona D:1.º José António Bonito (Millennium-

Centro), 4580 gramas; 2.º António Albe-rico Alves (BES 1-Norte), 3800; 3.º Gra-ça Maria Pereira (CGD-Norte), 3420.

Coletiva: 1.ª Millennium-Centro, 5 pontos; 2.ª

CGD-Norte, 10; 3.º BES 1-Norte, 11; 4.ª BES-Sul, 12; 5.ª Banco de Portugal-Norte, 13.

lândia B e 2-1 à Eslovénia, para depoisempatar com a Holanda, a três golos, eperder com a Roménia, por 1-4, regis-tando novo empate no quinto jogo, coma Estónia e a três golos.

Já na fase de apuramento para o 5.º e6.º lugar, chegou o triunfo mais saboro-so, com 2-0 à Espanha.

José António Bonito

Graça Maria Pereira

TEXTOS: RUI SANTOS

Os sócios dos sindicatos da Febaseque se associaram à realizaçãodesta data especial para a Fede-

ração dos Sindicatos do Setor Financei-ro rumaram, manhã cedo, de Coimbra,Lisboa e Porto e para o local de conver-gência nacional, em Mira, onde todostiveram uma breve paragem, para vi-sita à localidade e à sua praia, onde jáse fazia sentir o calor que "abafou" onosso País naquele dia 1 de outubro.

Depois, todos os autocarros ruma-ram a Oliveira do Bairro, onde haveriade ter lugar o almoço comemorativo doDia Sénior da Febase. E o leitão dominoua ementa, por ser uma iguaria típica daregião.

Após o almoço, seguiu-se um anima-do bailarico, que foi bastante participa-

Dia Sénior da Febase em Oliveira do Bairro

Associados mais antigos aderiram à iniciativaForam quase quatro centenas de pessoas que aderiramà realização do 1.º Dia Sénior da Febase e que tiveramocasião de participar, de forma ativa, num dia diferente

do e onde muitos deram mostras da suamaestria nas artes da dança, fosse elao tango ou o "apita o comboio".

E foram muitos os que não derampela passagem do tempo e que, quandochegou a hora do regresso, acharamque ainda era cedo para dar por termi-

nado tão animado convívio, a que tam-bém estiveram presentes vários diri-gentes dos sindicatos da Febase.

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Notícias l STAS - Atividade SeguradoraSTA

S-Activid

ade Segurad

ora

OSTAS continua a investir numaárea que considera fundamentalpara satisfazer as necessidades

dos seus sócios.Porque acreditamos que é um serviço

que merece a nossa melhor atenção ededicação, temos procurado, junto dediversas entidades, dos mais variadosâmbitos, encontrar parceiros que ofe-reçam condições vantajosas aos nos-sos associados.

Recentemente, assinámos um proto-colo com uma empresa prestadora deserviços de saúde, a Saúde Prime, queinova com um pacote que garante pré--existências e permite um seguro desaúde acessível a todos.

A Saúde Prime oferece um descontoaté 40% aos sócios STAS.

Ainda na área da saúde, realizamostambém parcerias com clínicas médi-cas, como a Bel-Diagnóstico, Cuidadosde Saúde, Lda. que permite aos nossosassociados aceder aos seus cuidadospor apenas 35 euros. Temos, também,consultas de Psicologia e Hipnoterapiaem Lisboa e Algés, com a Dra. Maria doRosário Matos, por 25 euros (a primeira

Novos protocolos STASserá a 30 euros) e tratamento paradeixar de fumar, por 75 euros.

Também a Dra. Ana Amaro dá consul-tas de Psicologia Clínica, para criançase adolescentes, por 35 euros, em Lisboae nas instalações do STAS.

No Porto, temos acordos com a Clíni-ca do Bonfim e, em Viseu, na ÓpticaMédica Santa Bárbara, que oferece 20%de desconto em armações e 10% emlentes.

Na parte da estética, temos as Mo-dernos Rituais - Clínica de unhas e es-tética, que oferece 10% de descontosobre a tabela de serviços e encontra--se no Centro Comercial Colombo. EmPortimão, realizamos protocolo com aVIP Clinic Portimão, que proporciona20% de desconto em todos os trata-mentos. A 1.ª consulta de diagnóstico erastreio é gratuita, bem como as con-sultas de nutrição para crianças e ado-lescentes, durante e após os tratamen-tos.

Temos ainda excelentes vantagenscom as clínicas Não + Pêlo em todo oPaís, e com a Maria João Estética &Bem-Estar, em Odemira.

Na área do desporto, assinámos umprotocolo, de âmbito nacional, com oSolinca e o Holmes Place.

Na parte da cultura e do lazer, temostambém acordo com o Teatro Cornucó-pia, que oferece o desconto de 20% naaquisição de bilhetes para sócios STAS.

Temos ainda diversos protocolos re-lativos a mecânica, reparações e peçasautomóveis.

Temos também como parceira a Fun-dação D. Pedro IV, Instituição Particularde Solidariedade Social, que promove aprestação de serviços a sócios STAS emdiversas áreas: apoio à família na área deeducação pré-escolar (Creche e Jardim deInfância), nos seguintes locais - Casas deInfância de Arroios, Calafates, Junqueira,Olivais, Santa Quitéria, Santana e SãoVicente; proteção na velhice e invalidez(equipamentos sociais destinados a apoioa idosos e portadores de deficiência), naMansão de Santa Maria de Marvila; e napromoção e proteção da saúde atravésda prestação de cuidados de medicinapreventiva e de reabilitação, com acessoà rede médica da LXMedical (cuidados desaúde privados a baixos custos).

TEXTO: PATRÍCIA CAIXINHA

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Notícias l Bancários Sul e IlhasBancários Sul e Ilhas

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Revista Febase - Este é um CongressoOrdinário. Trata-se apenas do cumprimentode uma norma estatutária ou tem outroobjetivo?

Arménio dos Santos - Este Congressorealiza-se para cumprir uma disposiçãoestatutária, mas não se vai circunscre-ver ao mero formalismo de eleger aComissão Disciplinar, a Comissão Fisca-lizadora de Contas, os delegados do SBSIao Congresso da UGT e os 15 membroscom assento no Conselho Geral, que sópor si já são deliberações muito impor-tantes.

As políticas do Sindicato e a realidadeque hoje vivemos no setor financeiro tam-bém vão estar presentes nos trabalhos,porquanto é normal e saudável que oscongressistas expressem no órgão máxi-mo do nosso Sindicato, a seguir à Assem-bleia Geral, as suas preocupações e assuas propostas.

Portanto, o contexto económico e socialque Portugal vive, a importância centralque o setor bancário desempenha no re-lançamento da economia do País e o papelde liderança do SBSI nas políticas sociaisna banca, conferem a este Congresso umaimportância muito grande para todos osbancários.

P - Prevê que os trabalhos decorramcom normalidade e os princípios da polí-tica global do sindicato sejam aprovadossem surpresas?

R - Acredito que todos os congressistas,sem qualquer exceção, vão dar o seucontributo para que o nosso Congressodecorra com a elevação e a dignidadepróprias da classe bancária. Os sóciosesperam e exigem isso de todos nós eestou certo que todos os congressistaspensam o mesmo.

não fosse. Mas, a esse nível, a Direção doSBSI está a fazer o seu trabalho, e bem.

A abordagem dos fundos de pensões noCongresso é, por isso, perfeitamente nor-mal. E, não tenho dúvidas, a Direção sabe-rá defender junto do Governo, e tambémjunto das instituições de crédito (é precisonão esquecer que o atual regime de pen-sões estabelecido no ACT foi negociadolivremente entre os Sindicatos e as IC, peloque não bastará acertar as coisas com oGoverno) todos os direitos conquistados,por várias gerações de bancários, queraqueles direitos respeitantes aos colegasque estão na situação de reforma, quer dosque estão no ativo.

Estou convicto, que quer o Governo,quer a banca, vão respeitar os direitos dosbancários e o SBSI não consentirá outracoisa.

Mas a transferência dos fundos de pen-sões é apenas uma questão. Há muitasoutras e de grande relevância – os SAMS,a contratação coletiva, a estabilidade doemprego, a sindicalização, os tempos li-vres, os jovens bancários, a formaçãoprofissional – que a Direção não deixará detratar no Congresso.

P - Na semana em que decorrerá oCongresso está prevista a entrega no Par-lamento do Orçamento do Estado para2012. Parece-lhe que as anunciadas medi-das de austeridade poderão influenciar odecorrer dos trabalhos?

R - O Orçamento do Estado é um instru-mento fundamental para a governação doPaís e, infelizmente, todo sabemos quevamos ter, e porquê, um ano de 2012muito difícil. A generalidade das políticasrestritivas que vão integrar este OE jáforam tornadas públicas e espera-se quenão haja mais surpresas negativas.

Em qualquer circunstância, sabendo nósque os trabalhadores e as famílias, de ummodo geral, são bastante afetadas poressas medidas orçamentais, considero quetodos os congressistas têm presente queos tempos são de crise e que, neste quadroe em obediência ao princípio da justiçasocial, é necessário que os sacrifícios se-jam repartidos em função das posses decada um.

P - Até ao momento não foi alcançadoum acordo de revisão salarial em nenhu-ma das mesas negociais em que o Sindi-cato participa. Esta situação será alvo deatenção do Congresso?

R - A exemplo do que já referi sobreoutras questões, a contratação coletivatambém será tratada no plano de ativida-des da Direção. Mas a minha opinião é quenão é razoável este arrastar das negocia-ções entre a banca e os sindicatos.

A Direção irá apresentar e defenderuma proposta contendo os princípios dapolítica global do SBSI para o seu man-dato, ancorada na legitimidade que lhefoi conferida pela eleição e em coerênciacom o programa que então apresentouaos sócios.

É normal e é de esperar, por isso, quemaioritariamente o Congresso expresse oseu apoio a essas propostas da Direção.Isso não significa, no entanto, que não hajadebate vivo e ampla participação doscongressistas, quer estejam com a Dire-ção ou em oposição a ela.

Toda a discussão é positiva, se visarcontribuir para políticas sustentadas quecorrespondam aos interesses dos bancá-rios e a dar ao SBSI o protagonismo quelegitimamente lhe cabe como a principale a mais dinâmica força no setor bancário.

É neste quadro que espero uma partici-pação plural e viva dos congressistas, queculmine num Congresso com boas conclu-sões e num Sindicato dos Bancários do Sule Ilhas melhor preparado para interpretarbem os superiores interesses dos bancá-rios e ser um parceiro credível e determi-nado na defesa de instituições de créditosólidas, com dimensão social e sintoniza-das com a sua função vital na economianacional.

"Direção saberá defenderdireitos dos bancários"

P - Acha que o Congresso pode serdominado pela discussão de uma even-tual transferência dos fundos de pen-sões dos bancários na Segurança Soci-al, que o Governo se comprometeu adiscutir com os sindicatos?

R - Eu diria que é normal que esseassunto seja discutido. Estranho seria que

O presidente da Mecodec prevê um debate vivo e dinâmicono XVII Congresso do SBSI, que decorrerá dia 22, em Lisboa.Arménio dos Santos acredita que essa participaçãoculminará em boas conclusões e num sindicato melhorpreparado para interpretar os interesses dos bancáriose ser um parceiro credível e determinado na defesade instituições de crédito sólidas, com dimensão sociale sintonizadas com a sua função vital na economia nacional

"Espero uma participaçãoplural e viva dos congressistas"

Presidente da Mecodec fala sobre Congresso

Uma das marcas que historicamentecarateriza o setor bancário é a capacidadenegocial das partes envolvidas – banca esindicatos.

Isso é bom porque revela competênciae maturidade negociais, respeito recípro-co e os bancários têm as suas atualizaçõessalariais a tempo e horas.

Agora, a indisponibilidade que se temregistado por parte da banca, para seaproximar das propostas dos sindicatos, édifícil de entender.

Ministro das Finançaspartilhará a sua visão do setor

P - Está anunciado um colóquio sobre aatual situação do setor financeiro para avéspera do Congresso. Qual é o seu obje-tivo?

No âmbito do "Protocolo de Acordo" celebrado em 2006 com os SAMS, o Serviço Regionalde Saúde (SRS) da Região Autónoma da Madeira tem por liquidar junto do SBSI uma dívidade 4.346.098,90€.

Face ao valor que se encontra por liquidar, o Conselho de Gerência dos SAMS enviou umacarta ao governador do Banco de Portugal (BdP), na qual solicita que "seja tomada em devidaconta a informação ora prestada no âmbito da auditoria em curso com envolvimento doBanco de Portugal".

Na missiva, o Conselho de Gerência solicita ainda "informação do valor contabilizado porSesaram - Serviço de Saúde da Madeira EPE correspondente à dívida daquele organismo aosSAMS".

Como é explicado na carta, o protocolo celebrado em 2006 visava definir as condições deatribuição das comparticipações a cargo do Serviço Regional de Saúde, com vista àtransferência, para os SAMS, das responsabilidades do serviço madeirense relativas àprestação de cuidados de saúde dos beneficiários dos SAMS residentes na Região Autónoma.

O protocolo vigorou até ao final de Fevereiro de 2010 e da sua implementação resultaramdébitos dos SAMS ao SRS da Madeira num montante de mais de quatro milhões de euros.Até ao momento, essa dívida ainda não foi saldada.

SBSI leva ao Banco de Portugaldívida da Madeira aos SAMSO Conselho de Gerência dos SAMS deu conhecimentoao Banco de Portugal da dívida do Serviço Regionalde Saúde da Madeira aos SAMS

R - O tema que queremos tratar nocolóquio, já enquadrado nos trabalhos doCongresso mas anterior à sua específicaordem de trabalhos, revela bem a visãoque o SBSI tem do seu papel responsávele construtivo no setor.

A situação do setor financeiro não nos éindiferente. Pelo contrário, nós queremosuma banca sólida e dinâmica, porque énecessária para garantir a estabilidadedo emprego dos bancários, a melhoriadas suas condições sociais e a sua funçãode alavanca da economia nacional, fi-nanciando as empresas e as famílias.

Uma banca com problemas de solidez émau para o País, mas desde logo para osbancários.

É por isso que, ao realizarmos o nossoCongresso, nos parece oportuno fazer umaabordagem à realidade do setor, pois to-dos sabemos ser complexa e determinadapor fatores internos, mas também exter-nos.

Para esse efeito, convidámos o SenhorMinistro de Estado e das Finanças, Prof.Vítor Gaspar, para partilhar com os con-gressistas a sua visão sobre a situação nosetor e perspetivar, também, o seu futuro.

Estamos convencidos que o SBSI dá,assim, um contributo positivo para abanca e para os bancários e demonstraque é uma instituição reconhecida comointerlocutora fundamental no setor fi-nanceiro.

“A situação do setorfinanceiro não nosé indiferente. Pelo contrário,nós queremos uma bancasólida e dinâmica, porqueé necessária para garantira estabilidade do empregodos bancários”

TEXTO: ELSA ANDRADE

TEXTO: INÊS F. NETO

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Notícias l Bancários CentroBancários Centro

Francisco Barrenhoé novo Presidente da Mesa do Congresso

Um Congresso extraordinário daUGT – Leiria teve lugar em 7 dejunho, na sequência da delibera-

ção do Conselho Geral daquele organis-mo da Central Sindical, de 28 de abril, ecujo objetivo fundamental foi a eleiçãode todos os seus órgãos estatutários.

O Congresso seguiu-se ao pedido dedemissão do seu primeiro Presidente efundador, José Pedro Adrião, e possibi-litou, deste modo, a recomposição, pelavia eleitoral, de todos os Órgãos da UGT– Leiria, tendo aprovado, por largamaioria, a destituição da Mesa do Con-gresso e do Conselho Geral, do Secreta-

do SBC, Eduardo Manuel Gaspar Maxi-miano e Pedro Carmo Henriques Veiga,Secretário e suplente do Conselho Fis-calizador de Contas, respetivamente.

O Congresso Extraordinário aprovouainda um voto de louvor ao dirigentesindical do Sindec, José Pedro Adrião,”pela sua carreira sindical, cívica e pro-fissional, que constitui um exemplo paraos trabalhadores e, em especial paratodos os sindicalistas da UGT”.

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 12 de outubro 2011 ––––– 2726 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 12 de outubro 2011

riado e do Conselho Fiscalizador deContas.

Foi depois eleito José Amílcar Carva-lho Coelho, do Sindicato dos Professo-res da Zona Centro, para Presidente daUGT – Leiria, e Francisco Jacinto Carapi-nha Barrenho, do Sindicato dos Bancá-rios do Centro, para Presidente da Mesado Congresso e do Conselho Geral.

Também fazem parte dos órgãos so-ciais eleitos mais dois representantes

UGT - Leiria

BTT

OSecretariado da Secção Regionalde Coimbra do SBC organizou epromoveu um passeio em BTT,

na Serra da Lousã, em 17 de setembro, eque constituiu um êxito assinalável, poistrata-se de uma modalidade muito emvoga, principalmente nas camadas mais

Secretariado Regional de Coimbraorganizou passeio na Serra da Lousã

desejo manifestado por muitos associa-dos que, em boa hora, o SecretariadoRegional do SBC de Coimbra, enquantoestrutura aglutinadora de vontades, sedecidiu por esta modalidade, permitindoaos seu adeptos uma oportunidade deconvívio e uma troca de experiências.

jovens. É que, aliada à sua prática, existeoutra vertente que se vive simultanea-mente e que consiste na observação danatureza, ao mesmo tempo que se exer-citam os músculos e se cuida do corpo.

Foi com este espírito que, interpretan-do estas novas tendências e, também, o

Notícias l Bancários NorteTEXTOS: FIRMINO MARQUES

Banc

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O pelouro do desporto do SBN vailevar a efeito, na Maia, na Aveni-da Luís de Camões, Vermoim, o

29.º torneio regional de ténis, em sin-gulares masculinos e femininos e emvários escalões.

O sorteio terá lugar em 2 de novem-bro e os jogos realizar-se-ão naquelemês, nas tardes de domingo, estando oinício previsto para o dia 6. As regras dotorneio são idênticas às que se pratica-

Ténis

Torneio regional começa em novembro

Karting

Campeonato regional terminouA 13.ª edição do campeonato regional de karting

já terminou, com a realização da 5.ª prova, em 17 desetembro, no kartódromo do Cabo do Mundo.

José António Vasconcelos, do BES de Espinho, foi aliconsagrado novo campeão regional da modalidade,acompanhado no pódio por Octávio Teixeira, do BES,e por Diogo Geraldes, do Santander/Totta.

Na final nacional, que se realizou em 9 de outubro,no kartódromo de Évora, o SBN esteve representadopelos pilotos José Vasconcelos e Octávio Teixeira, doBES, Diogo Geraldes, do Santander/Totta, GasparCouto, do BCP, e Bruno Rodrigues e José Fernandes,do CA. José A. Vasconcelos

ram nas edições anteriores e os concor-rentes distribuir-se-ão pelos seguintesescalões:

• Singulares masculinos: primeiroescalão até aos 44 anos; segundo dos45 aos 54; terceiro dos 55 anos aos 59;quarto a partir dos 60 anos.

• Singulares femininos.A idade a considerar para enquadramen-

to no respetivo escalão será a que o prati-cante tiver em 31 de dezembro.

Eventuais dúvidas serão resolvidasde acordo com o atual regulamento daFederação Portuguesa de Ténis e oscasos omissos pela organização dotorneio.

Não serão permitidas alterações aocalendário dos jogos. As inscrições de-verão ser feitas, impreterivelmente,até 28 de outubro, junto dos serviçosrespectivos do SBN, onde poderão serobtidas mais informações.

Lazer - “Põe-te a andar, pela tua saúde …”

Com um tempo ameno mas chuvo-so – exigindo, por vezes, o uso doguarda-chuva – e sob a orientação

de Artur Viana, do Parque Natural LitoralNorte, o SBN, no âmbito das suas ativida-des e destinada aos associados e familia-

Caminhada por percurso interpretativo

res, levou a efeito, no passado dia 10, emEsposende, mais uma caminhada da sé-rie “Põe-te a andar, pela tua saúde...”,desta vez num percurso interpretativopelas “Masseiras de Apúlia”, que sãoverdadeiras hortas escavadas nas dunas.

Estas masseiras criam um microcli-ma favorável ao desenvolvimento dasplantas hortícolas – fertilizadas comalgas marinhas e com o pilado, umaespécie de caranguejos – já que con-centram o calor, permitindo uma ele-vada evaporação da água, comportan-do-se como autênticas estufas.

A 15.ª caminhada contou com a presen-ça de cerca de 90 pessoas que, no final,retemperaram forças com um almoçonum dos restaurantes das Marinhas.

TEXTOS: SEQUEIRA MENDES

João Proença interveio durante os trabalhos do Congresso

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Notícias l Bancários CentroBa

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roNotícias l Bancários Centro

Bancários Centro

UGT - Coimbra

TEXTO: CARLOS SILVA

Decorreu em 8 de junho, em Coim-bra, mais uma iniciativa da UGT--Coimbra, organismo sindical

dirigido pelo Presidente da Direção doSBC, e desta vez dedicada aos maisvelhos, no que concerne à passagem da

Seminário sobre gerontologia socialvida ativa para a reforma e aos cons-trangimentos vivenciados por váriosespecialistas nesta matéria, no querespeita às dificuldades de adaptação,após uma carreira de trabalho ao longoda vida.

TEXTOS: SEQUEIRA MENDES

King

Afinal regional da 4.ª edição dotorneio de king, para apurar osrepresentantes do SBC na final

nacional, teve lugar em 10 de setem-bro, nas nossas vetustas instalações daRua Lourenço Almeida Azevedo.

Oito companheiros compareceram àchamada e que deram largas ao seutalento na arte de bem cartear, consti-tuindo esta jornada um estímulo para aSecção de Tempos Livres que, pelosvistos, está no bom caminho, pois hou-ve de tudo o que se pretende com estetipo de organizações: competição, ho-nestidade, ócio – no bom sentido – econfraternização.

Os colegas António Guiné Cardoso, doBES/Coimbra, e Joaquim Neves Soares,do MG/Coimbra, foram apurados pararepresentar o SBC na final nacional, quedecorrerá na área do SBSI, em 12 e 13de novembro.

Após a ronda de jogos, teve lugar acerimónia de distribuição de prémios,seguindo-se o almoço de confraterniza-ção, num restaurante da cidade.

António Cardoso e Joaquim Soaresvão estar na final nacional

Snooker

Também a final regional de snookerteve lugar em 10 de setembro, nasnossas instalações da Rua Louren-

ço Almeida Azevedo, tendo Alberto SáMalheiro, do BCP, vencido Paulo JoséFigueiredo, do BCP/Alto do Caçador/Viseu. Assim, o colega vencedor repre-sentará o SBC na final nacional, a rea-lizar em 15 e 16 de outubro, na área doSindicato dos Bancários do Norte. Jun-tamente com os colegas do king, tevelugar a cerimónia de distribuição deprémios e um almoço de confraterniza-ção.

Alberto Malheiro vence final regional

Isto acontece depois da doação de umvasto acervo documental, que ocupaas instalações da antiga Escola Pri-

mária de Santa Clara, situada entre oConvento de Santa Clara-a-Velha e oPortugal dos Pequenitos.

O referido núcleo ocupa duas salas e, apar de algumas telas alusivas à RainhaSanta, de diversos autores, a doação cons-ta de diversos livros, brochuras e revistascentenárias, para além de inúmeros pro-gramas das festas da Padroeira.

Alfredo Bastos e a Rainha Santa

TEXTO: SEQUEIRA MENDES

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Ex-votos e registos de promessas,medalhas, gravuras, telas, selos pos-tais, fotografias, jornais, revistas e todoo tipo de pagelas fazem parte de ummanancial de documentos doados eque o autor estima em mais de três milexemplares.

Devoto da Rainha Santa, Alfredo Bas-tos ostenta ao pescoço a sua medalha,notando que ela é o registo de umapromessa feita por sua mãe e que foipaga com um litro de azeite, por terpassado num exame, quando era estu-dante.

Alfredo Bastos, empregadobancário na reforma,ex-dirigente sindical

e membro da Direcçãodo Sindicato dos Bancários

do Centro entre 1990 e 1997,vê agora o seu nome ligado

a um núcleo museológicoda Rainha Santa –

“Recordatório da RainhaSanta Isabel/Alfredo Bastos”

Estiveram presentes o Governador Ci-vil de Coimbra, o Presidente do InstitutoPolitécnico de Coimbra, a Vice-Presiden-te da Escola Superior de Educação deCoimbra, a Diretora do curso de Geron-tologia Social da ESEC e um Diretor doIPCDVS da Universidade de Coimbra,para além de ilustres oradores convida-dos de várias IPSS, designadamente daSanta Casa da Misericórdia de Coimbra,e uma professora/autora de uma Uni-versidade do Brasil.

De referir a presença de mais de umacentena de jovens estudantes das dis-ciplinas de Licenciatura de Gerontolo-gia Social da ESEC e de várias dezenas dedirigentes e ativistas dos sindicatos daUGT do distrito de Coimbra.

Esta iniciativa reforçou o papel da UGT--Coimbra como interlocutor com váriosagentes do mundo académico, na parti-lha de experiências e conhecimentos,contribuindo para uma maior visibilida-de da nossa Central Sindical, quer junto daopinião pública quer dos vários quadran-tes sociais que intervêm nas problemá-ticas que atingem os vários setores dasociedade e que importa debater, comoforma de consciencializar a condição decidadania de cada um de nós.

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