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    COMIT DE PRONUNCIAMENTOS CONTBEIS

    INTERPRETAO TCNICA ICPC 14

    Cotas de Cooperados em Entidades Cooperativas e Instrumentos Similares

    Correlao s Normas Internacionais de Contabilidade IFRIC 2

    ndice Item

    REFERNCIAS

    CONTEXTO 1 2

    ALCANCE 3

    QUESTO 4

    CONSENSO 5 12

    DIVULGAO 13

    Apndice - Exemplos de aplicao da Interpretao

    Referncias

    Pronunciamento Tcnico CPC 39 Instrumentos Financeiros: Apresentao Pronunciamento Tcnico CPC 38 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e

    Mensurao Pronunciamento Tcnico CPC 46 Mensurao do Valor Justo (Includo pela Reviso ICPC 01)

    Contexto

    1. Entidades cooperativas e outras similares so formadas por grupos de pessoas para atendernecessidades econmicas ou sociais comuns. Usualmente, cooperativa definida como umaentidade que visa promover o avano econmico de seus cooperados por meio de operaoconjunta (princpio de mutualismo). As participaes de cooperados na cooperativa sofrequentemente caracterizadas como cotas de cooperados, unidades ou similares, e soreferidas a seguir como cotas de cooperados.

    2. O Pronunciamento Tcnico CPC 39 Instrumentos Financeiros: Apresentao estabeleceprincpios para a classificao de instrumentos financeiros como passivos financeiros oupatrimnio lquido. Em particular, esses princpios devem ser aplicados classificao deinstrumentos com opo de venda que permitem que o titular venda esses instrumentos ao

    emissor, em troca de caixa ou outro instrumento financeiro. A aplicao desses princpios scotas de cooperados em entidades cooperativas e instrumentos similares pode ser difcil.

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    Assim, esta Interpretao visa auxiliar na compreenso de como os princpios doPronunciamento Tcnico CPC 39 devem ser aplicados s cotas de cooperados e instrumentos

    similares que possuem determinadas caractersticas e as circunstncias em que essascaractersticas afetam a classificao como passivo ou patrimnio lquido.

    Alcance

    3. Esta Interpretao deve ser aplicada a instrumentos financeiros dentro do alcance doPronunciamento Tcnico CPC 39, incluindo instrumentos financeiros emitidos aoscooperados de entidades cooperativas que comprovam a participao societria na entidade.Esta Interpretao no deve ser aplicada a instrumentos financeiros que sero ou podem serliquidados com instrumentos patrimoniais da prpria entidade.

    Questo

    4. Muitos instrumentos financeiros, incluindo as cotas de cooperados, possuem caractersticas depatrimnio lquido, incluindo direitos de voto e direitos de participar na distribuio doresultado. Alguns instrumentos financeiros concedem ao titular o direito de solicitar resgateem caixa ou outro ativo financeiro, mas podem incluir ou estarem sujeitos a limites sobre seos instrumentos financeiros sero resgatados. Como esses termos de resgate devem seravaliados ao se determinar se os instrumentos financeiros devem ser classificados comopassivo ou patrimnio lquido?

    Consenso5. O direito contratual do titular de instrumento financeiro (incluindo cotas de cooperados em

    entidades cooperativas) de solicitar resgate no exige, por si s, que o instrumento financeiroseja classificado como passivo financeiro. Em vez disso, a entidade deve considerar todos ostermos e condies do instrumento financeiro ao determinar a sua classificao como passivofinanceiro ou como patrimnio lquido. Esses termos e condies incluem a legislaovigente, regulamentos e estatutos da entidade em vigor na data da classificao, mas noincluem as alteraes futuras esperadas nessa legislao, regulamentos ou estatutos.

    6. As cotas de cooperados que seriam classificadas como patrimnio lquido se os membros notivessem direito de solicitar resgate, constituem patrimnio lquido se uma das condiesdescritas nos itens 7 e 8 estiver presente ou se essas cotas tiverem todas as caractersticas eatenderem s condies especificadas nos itens 16A e 16B ou nos itens 16C e 16D doPronunciamento Tcnico CPC 39. Depsitos vista, incluindo contas correntes, contas dedepsito e contratos similares que surjam quando os cooperados agem na condio declientes, constituem passivos financeiros da entidade.

    7. As cotas de cooperados constituem patrimnio lquido se a entidade tiver direitoincondicional de recusar resgate das cotas de cooperados.

    8. A legislao, o regulamento ou o estatuto da entidade podem impor diversos tipos deproibies de resgate das cotas de cooperados como, por exemplo, proibies incondicionais

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    ou proibies baseadas em critrios de liquidez. Se o resgate estiver proibido de formaincondicional pela legislao, regulamento ou estatuto da entidade, as cotas de cooperados

    constituem patrimnio lquido. Contudo, as disposies na legislao, no regulamento ou noestatuto da entidade que probem o resgate somente se forem cumpridas (ou no foremcumpridas) determinadas condies tais como restries de liquidez no resultam no fatode as cotas de cooperados constiturem patrimnio lquido.

    9. Uma proibio incondicional pode ser absoluta, quando todos os resgates so proibidos. Umaproibio incondicional pode ser parcial, em que ela probe o resgate de cotas de cooperadosse o resgate causar a reduo do nmero de cotas de cooperados ou do valor do capitalintegralizado proveniente das cotas de cooperados para abaixo de um nvel especificado. Ascotas de cooperados que excederem a proibio de resgate constituem passivos, exceto se aentidade tiver o direito incondicional de recusar o resgate, conforme descrito no item 7, ou seessas cotas tiverem todas as caractersticas e atenderem s condies especificadas nos itens16A e 16B ou nos itens 16C e 16D do Pronunciamento Tcnico CPC 39. Em alguns casos, onmero de cotas ou o valor do capital integralizado sujeito proibio de resgate pode sermodificado de tempos em tempos. Essa modificao na proibio de resgate ocasiona atransferncia entre passivos financeiros e patrimnio lquido.

    10. No reconhecimento inicial, a entidade deve mensurar seu passivo financeiro para resgate pelovalor justo. No caso de cotas de cooperados com caracterstica de resgate, a entidade devemensurar o valor justo do passivo financeiro para resgate a um valor no inferior ao valormximo pagvel, de acordo com as disposies de resgate de seu estatuto ou legislao

    aplicvel, descontado a partir da primeira data em que o valor a ser pago poderia ser exigido(verexemplo 3).

    11. Consoante o item 35 do Pronunciamento Tcnico CPC 39, as distribuies de resultado aostitulares de instrumentos patrimoniais devem ser reconhecidas diretamente no patrimniolquido, lquidas de quaisquer benefcios de tributos sobre o lucro. Os juros, dividendos eoutros retornos relacionados a instrumentos financeiros classificados como passivosfinanceiros constituem despesas, independentemente de esses valores pagos estaremformalmente caracterizados como dividendos, juros ou outros.

    12. O Apndice, que parte integrante desta Interpretao, fornece exemplos da sua aplicao.

    Divulgao

    13. Quando uma modificao na proibio de resgate ocasionar a transferncia entre passivosfinanceiros e patrimnio lquido, a entidade deve divulgar separadamente o valor, a poca e omotivo da transferncia.

    Apndice

    Exemplos de aplicao da Interpretao

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    Este apndice parte integrante da Interpretao.

    A1. Este apndice estabelece sete exemplos da aplicao da Interpretao. Os exemplos noconstituem uma lista exaustiva; so possveis outras situaes de fato. Cada exemplo presumeque no h nenhuma condio, exceto aquelas estabelecidas nos fatos do exemplo, queexigisse que o instrumento financeiro fosse classificado como passivo financeiro, e que oinstrumento financeiro no possui todas as caractersticas ou no atende s condiesespecificadas nos itens 16A e 16B ou nos itens 16C e 16D do Pronunciamento Tcnico CPC39.

    Direito incondicional de recusar resgate (item 7)

    Exemplo 1

    Fatos

    A2. O estatuto da entidade estabelece que os resgates so feitos a critrio exclusivo da entidade. Oestatuto no fornece outras limitaes sobre esse critrio. Em sua histria, a entidade nuncarecusou o resgate de cotas de cooperados, embora o conselho diretor tenha o direito de faz-lo.

    Classificao

    A3. A entidade tem o direito incondicional de recusar resgate e as cotas de cooperados constituempatrimnio lquido. O Pronunciamento Tcnico CPC 39 estabelece princpios paraclassificao, que so baseados nos termos do instrumento financeiro, e observa que ohistrico ou a inteno de fazer pagamentos discricionrios no aciona a classificao depassivo. O item AG26 do Pronunciamento Tcnico CPC 39 afirma que:

    Quando a ao preferencial no resgatvel, a classificao apropriada deve ser determinadapor outros direitos associados a ela. A classificao deve ser baseada na verificao dasubstncia dos acordos contratuais e das definies de passivos financeiros e de instrumentospatrimoniais. Quando as distribuies aos acionistas das aes preferenciais, cumulativas ou

    no, ocorre de acordo com o critrio do emissor, as aes so instrumentos patrimoniais. Aclassificao de ao preferencial como passivo financeiro ou instrumento patrimonial no deveser afetada pelos seguintes aspectos:

    (a) histrico de realizao dessas distribuies;(b) inteno de realizar essas distribuies no futuro;(c) possvel impacto negativo no preo das aes ordinrias do emissor se distribuies no

    so realizadas (devido a restries ao pagamento de dividendos sobre as aes ordinrias seos dividendos sobre as aes preferenciais no so pagos);

    (d) montante das reservas do emissor;(e) expectativa do emissor de lucro ou prejuzo no perodo; ou(f) capacidade ou incapacidade do emissor de influenciar seu lucro ou prejuzo no perodo.

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    Exemplo 2

    Fatos

    A4. O estatuto da entidade estabelece que os resgates so feitos a critrio exclusivo da entidade.Contudo, o estatuto tambm estabelece que a aprovao de solicitao de resgate automtica, exceto se a entidade for incapaz de fazer pagamentos sem violar os regulamentosrelacionados a liquidez ou reservas.

    Classificao

    A5. A entidade no tem o direito incondicional de recusar resgate e as cotas de cooperadosconstituem passivo financeiro. As restries descritas acima so baseadas na capacidade daentidade de liquidar o seu passivo. Elas restringem o resgate somente se os requisitos deliquidez ou reserva no forem cumpridos e, a seguir, somente at a ocasio em que eles foremcumpridos. Portanto, de acordo com os princpios estabelecidos no Pronunciamento TcnicoCPC 39, eles no resultam na classificao do instrumento financeiro como patrimniolquido. O item AG25 do Pronunciamento Tcnico CPC 39 afirma que:

    Aes preferenciais podem ser emitidas com vrios tipos de direitos. Para determinar se a aopreferencial um instrumento patrimonial ou um passivo financeiro, o emissor deve verificar osdireitos particulares associados com a ao para determinar se ela apresenta as caractersticasfundamentais de um passivo financeiro. Por exemplo, a ao preferencial, que pode serresgatada em uma data especificada ou opo do detentor, contm um passivo financeiroporque o emissor tem obrigao de transferir ativos financeiros ao detentor da ao. Aincapacidade potencial do emissor de resgatar a ao preferencial quando contratualmente

    determinado, seja por falta de recursos, requisito estatutrio, ou lucros ou reservas

    insuficientes, no nega a obrigao.[nfase acrescentada]

    Proibio de resgate (itens 8 e 9)

    Exemplo 3

    Fatos

    A6. Uma entidade cooperativa emitiu cotas aos seus cooperados em datas diferentes e em valoresdiferentes no passado, conforme descrito abaixo:

    (a) 1 de janeiro de 20X1 = 100.000 cotas a $ 10 cada ($ 1.000.000);

    (b) 1 de janeiro de 20X2 = 100.000 cotas a $ 20 cada (adicional de $ 2.000.000, de modoque o total de cotas emitidas de $ 3.000.000).

    As cotas so resgatveis vista, pelo valor em que foram emitidas.

    A7. O estatuto da entidade estabelece que os resgates acumulados no podem exceder 20% donmero mais alto de cotas de seus cooperados que j esteve em circulao. Em 31 de

    dezembro de 20X2, a entidade tem 200.000 cotas em circulao, que o nmero mais alto de

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    cotas de cooperados que j esteve em circulao e nenhuma cota foi resgatada no passado. Em1 de janeiro de 20X3, a entidade altera o seu estatuto e aumenta o nvel permitido de resgates

    acumulados para 25% do nmero mais alto de cotas de seus cooperados que j esteve emcirculao.

    Classificao

    Antes da alterao do estatuto

    A8. As cotas de cooperados que excederem proibio de resgate constituem passivosfinanceiros. A entidade cooperativa deve mensurar esse passivo financeiro pelo valor justo noreconhecimento inicial. Visto que essas cotas so resgatveis vista, a entidade cooperativadeve determinar o valor justo desses passivos financeiros, conforme exigido pelo item 49 doPronunciamento Contbil CPC 38, que estabelece: O valor justo de passivo financeiro comcaracterstica de demanda (p.e., depsito vista) no menor do que a quantia paga vista.... Consequentemente, a entidade cooperativa deve classificar como passivo financeiroo valor mximo pagvel vista, de acordo com as disposies de resgate.

    A8. As cotas de cooperados que excederem proibio de resgate constituem passivosfinanceiros. A entidade cooperativa deve mensurar esse passivo financeiro pelo valor justo noreconhecimento inicial. Visto que essas cotas so resgatveis vista, a entidade cooperativadeve mensurar o valor justo desses passivos financeiros, conforme exigido pelo item 47 doPronunciamento Tcnico CPC 46, que estabelece: O valor justo de passivo financeiro com

    caracterstica de demanda (por exemplo, depsito vista) no menor do que o valor a pagar vista, descontado desde a primeira data em que o pagamento desse valor poderia serexigido. Consequentemente, a entidade cooperativa deve classificar como passivo financeiroo valor mximo pagvel vista, de acordo com as disposies de resgate. (Alterado pela RevisoICPC 01)

    A9. Em 1 de janeiro de 20X1, o valor mximo possvel de pagamento, de acordo com asdisposies de resgate, de 20.000 cotas a $ 10 cada e, consequentemente, a entidadeclassifica $ 200.000 como passivo financeiro e $ 800.000 como patrimnio lquido.Entretanto, em 1 de janeiro de 20X2, por causa da nova emisso de cotas a $ 20, o valormximo possvel de pagamento, de acordo com as disposies de resgate, aumenta para

    40.000 cotas a $ 20 cada. A emisso de cotas adicionais a $ 20 cria novo passivo que mensurado no reconhecimento inicial pelo valor justo. O passivo, aps essas cotas terem sidoemitidas, de 20% das cotas totais em emisso (200.000), mensurado a $ 20, ou $ 800.000.Isso exige o reconhecimento de passivo adicional de $ 600.000. Neste exemplo, no h ganhoou perda a ser reconhecido. Consequentemente, a entidade agora classifica $ 800.000 comopassivo financeiro e $ 2.200.000 como patrimnio lquido. Este exemplo assume que essesvalores no foram alterados entre 1 de janeiro de 20X1 e 31 de dezembro de 20X2.

    Aps a alterao do estatuto

    A10. Aps a alterao de seu estatuto, a entidade cooperativa pode ento ser obrigada a resgatar no

    mximo 25% de suas cotas em circulao ou no mximo 50.000 cotas a $ 20 cada.Consequentemente, em 1 de janeiro de 20X3 a entidade cooperativa deve classificar como

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    passivo financeiro o valor de $ 1.000.000, sendo o valor mximo pagvel vista, de acordocom as disposies de resgate, como determinado de acordo com o item 49 do

    Pronunciamento Contbil CPC 38. Ela, portanto, deve transferir, em 1 de janeiro de 20X3, dopatrimnio lquido para passivos financeiros, um valor de $ 200.000, deixando $ 2.000.000classificados como patrimnio lquido. Neste exemplo, a entidade no deve reconhecer ganhoou perda na transferncia.

    Exemplo 4

    Fatos

    A11. A legislao que rege as operaes de cooperativas, ou os termos do estatuto da entidade,probe que a entidade resgate cotas de cooperados se, ao resgat-las, isso reduzir o capitalintegralizado das cotas de cooperados abaixo de 75% do maior valor do capital integralizadodas cotas de cooperados. O maior valor de uma cooperativa especfica de $ 1.000.000. Nofinal do perodo contbil, o saldo do capital integralizado de $ 900.000.

    Classificao

    A12. Nesse caso, $ 750.000 seriam classificados como patrimnio lquido e $150.000 seriamclassificados como passivos financeiros. Alm dos itens j mencionados, o item 18(b) doPronunciamento Tcnico CPC 39 afirma em parte que:

    um instrumento financeiro que d ao seu detentor o direito de devolv-lo ao emitente por caixaou outro ativo financeiro (instrumento com opo de venda) um passivo financeiro, comexceo dos instrumentos classificados como instrumentos patrimoniais de acordo com os itens16A e 16B ou itens 16C e 16D. O instrumento financeiro um passivo financeiro mesmoquando o montante de caixa ou outro ativo financeiro determinado com base em ndice ououtro item que tenha potencial de aumentar e diminuir. A existncia de uma opo para o titulardo instrumento devolv-lo para o emitente por caixa ou outro ativo financeiro significa que oinstrumento com opo de venda satisfaz a definio de passivo financeiro, com exceo dosinstrumentos classificados como instrumentos patrimoniais de acordo com os itens 16A e 16Bou itens 16C e 16D. ...

    A13. A proibio de resgate descrita neste exemplo diferente das restries descritas nos itens 19

    e AG25 do Pronunciamento Tcnico CPC 39. Essas restries so limitaes sobre acapacidade da entidade de pagar o valor devido em um passivo financeiro, ou seja, elasimpedem o pagamento do passivo apenas se condies especficas forem cumpridas. Poroutro lado, este exemplo descreve uma proibio incondicional de resgate alm de um valorespecfico, independentemente da capacidade da entidade de resgatar as cotas de cooperados(por exemplo, considerando seus recursos de caixa, lucros ou reservas distribuveis). Naverdade, a proibio de resgate impede que a entidade incorra em qualquer passivo financeiropara resgatar mais que um valor especfico de capital integralizado. Portanto, a parcela dascotas sujeita proibio de resgate no constitui passivo financeiro. Embora as cotas de cadamembro possam ser resgatveis individualmente, uma parcela do total de cotas em circulaono resgatvel em nenhuma circunstncia, exceto na liquidao da entidade.

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    Exemplo 5

    Fatos

    A14. Os fatos deste exemplo so como os descritos no exemplo 4. Alm disso, no final do perodocontbil, os requisitos de liquidez impostos pela jurisdio local impedem que a entidaderesgate quaisquer cotas de cooperados, exceto se a deteno de caixa e investimentos de curtoprazo forem superiores a um valor especfico. O efeito desses requisitos de liquidez no finaldo perodo contbil que a entidade no pode pagar mais do que $ 50.000 para resgatar ascotas de cooperados.

    Classificao

    A15. Como no exemplo 4, a entidade classifica $ 750.000 como patrimnio lquido e $ 150.000como passivo financeiro. Isso se deve ao fato de que o valor classificado como passivo baseado no direito incondicional da entidade de recusar o resgate e no em restriescondicionais que impedem o resgate somente se as condies de liquidez ou outras no foremcumpridas e, a seguir, somente at a poca em que forem cumpridas. As disposies dos itens19 e AG25 do Pronunciamento Tcnico CPC 39 devem ser aplicados nesse caso.

    Exemplo 6

    Fatos

    A16. O estatuto da entidade probe que ela resgate cotas de cooperados, exceto na medida dosproventos recebidos da emisso de cotas de cooperados adicionais a cooperados novos ouexistentes, durante os trs anos precedentes. Os proventos da emisso de cotas de cooperadosdevem ser aplicados para resgatar cotas em relao s quais os cooperados solicitaramresgate. Durante os trs anos precedentes, os proventos da emisso de cotas de cooperadosforam de $ 12.000 e nenhuma cota de cooperado foi resgatada.

    Classificao

    A17 A entidade deve classificar $ 12.000 das cotas de cooperados como passivo financeiro. Deforma consistente com as concluses descritas no exemplo 4, cotas de cooperados sujeitas auma proibio incondicional de resgate no constituem passivos financeiros. Essa proibioincondicional se aplica a um valor equivalente aos proventos de cotas emitidas antes dos trsanos precedentes e, consequentemente, esse valor deve ser classificado como patrimniolquido. Entretanto, o valor equivalente aos proventos de quaisquer cotas emitidas nos trsanos precedentes no est sujeito a uma proibio incondicional de resgate.Consequentemente, os proventos da emisso de cotas de cooperados nos trs anos precedentesoriginam passivos financeiros, at que no mais estejam disponveis para resgate das cotas decooperados. Como resultado, a entidade possui um passivo financeiro equivalente aosproventos de cotas emitidas durante os trs anos precedentes, lquido de quaisquer resgates

    durante esse perodo.

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    Exemplo 7

    Fatos

    A18. A entidade um banco cooperativo. A legislao que rege as operaes de bancoscooperativos prev que pelo menos 50% do total de passivos pendentes da entidade (termodefinido nos regulamentos para incluir contas de cotas de cooperados) deve ser contabilizadona forma de capital integralizado dos cooperados. O efeito do regulamento que se atotalidade dos passivos pendentes da cooperativa estiver na forma de cotas de cooperados, ela capaz de resgatar todas elas. Em 31 de dezembro de 20X1, a entidade possui o total depassivos pendentes de $ 200.000, dos quais $ 125.000 representam contas de cotas decooperados. Os termos das contas de cotas de cooperados permitem que o titular as resgate vista e no h nenhuma limitao sobre o resgate no estatuto da entidade.

    Classificao

    A19. Neste exemplo, as cotas de cooperados devem ser classificadas como passivos financeiros. Aproibio de resgate similar s restries descritas nos itens 19 e AG25 do PronunciamentoTcnico CPC 39. A restrio uma limitao condicional sobre a capacidade da entidade depagar o valor devido em um passivo financeiro, ou seja, ela impede o pagamento do passivoapenas se condies especficas forem cumpridas. Mais especificamente, a entidade pode serobrigada a resgatar o valor total das cotas de cooperados ($ 125.000) se ela restituiu atotalidade de seus outros passivos ($ 75.000). Consequentemente, a proibio de resgate no

    impede que a entidade incorra em passivo financeiro para resgatar mais do que um nmeroespecfico de cotas de cooperados ou valor do capital integralizado. Ela permite que aentidade somente adie o resgate at que uma condio seja cumprida, ou seja, a restituio deoutros passivos. As cotas de cooperados neste exemplo no esto sujeitas a uma proibioincondicional de resgate e, portanto, devem ser classificadas como passivos financeiros.