11 receita e despesa publica

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  • 8/3/2019 11 Receita e Despesa Publica

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    4RECEITAPBLICA

    4.1 - CONCEITO

    Define-se como receita pblica todo o recebimento efetuado pela entidade com a finalidadede ser aplicado em gastos operativos e de administrao. Nas entidades h de se distinguir duasmodalidades de recebimentos: as receitas classificam-se como efetivas quando se realizamentradas de numerrio sem as correspondentes sadas de outros elementos patrimoniais: em caso

    contrrio, isto , se os recebimentos decorrem da excluso de valores patrimoniais sodenominados de receitas por mutao patrimonial, consideradas neste caso como receitas noefetivas.

    Interpreta-se, ainda, como receita pblica, todo o recurso obtido pelo Estado para atender asdespesas pblicas. A receita pblica efetiva provm dos servios prestados direta ou indiretamente,pelo Governo, coletividade em troca da cobrana de taxa, impostos, etc. e a permutaopatrimonial decorre da alienao de bens pelo preo de custo, amortizao de emprstimosconcedidos pelo valor escriturado.

    Normalmente as receitas pblicas esto divididas em: Oramentrias - aquelas que foram previstas no oramento; e Extra-oramentrias - as que decorrem de outras fontes e so, apenas, acessrias.

    A Receita Oramentria a mais importante, destacando-se, nesse contexto a ReceitaTributria, que se constitui de impostos, taxas e contribuies de melhoria.

    O imposto pode ser conceituado como uma obrigao genrica exigida pelo Estado parasatisfazer as necessidades pblicas. O Cdigo Tributrio Nacional diz que o imposto o tributo cujaobrigao tem por fato gerador situao independente de qualquer atividade estatal especfica,relativa ao contribuinte. O poder de tributar compete aos Governo Federal, Estadual, do DistritoFederal e Municipal. O imposto apresenta as seguintes caractersticas: reclamado de forma geral,no possui sentido contra-prestacional e atinge o ente humano e a coisa. Em funo desta distinoo imposto se aplica de forma direta e indireta. O direto incide sobre o contribuinte e o indireto atingeas coisas, em outras palavras, alcana, indiretamente, a pessoa. Esto classificados comoimpostos diretos: os impostos de renda, territorial, predial, transmisso e servios. J os impostosindiretos podemos classificar: o imposto de circulao de mercadorias e de servios (ICMS), oimposto sobre produtos industrializados (IPI), etc.

    A taxa a contribuio do ramo tributrio cobrada para compensar a contraprestao de umservio efetuado ou colocado disposio do contribuinte. O cdigo declara que as taxas cobradaspela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, tem como fato gerador o exerccio do poder de

    polcia, a utilizao efetiva ou potencial do servio pblico especfico e divisvel, prestado aocontribuinte ou posto sua disposio.

    A contribuio de melhoria corresponde ao nus imposto pelo proprietrio que se beneficiapor qualquer vantagem de ordem econmica com a valorizao do seu imvel em decorrncia darealizao de obras pblicas no imvel ou nas proximidades dele. O cdigo estabelece que aContribuio de Melhoria reclamada pela Unio, Estados, Distrito Federal ou Municpio foi institudapara fazer face ao custo de obras pblicas que produzam a valorizao imobiliria e temo comovalor o acrscimo de valorizao que a obra resultar para cada imvel beneficiado.

    4.2 - CLASSIFICAO

    O Regulamento Geral de Contabilidade Pblica, conceitua como receita da Unio todos oscrditos de qualquer natureza que o governo tem direito de arrecadar em virtude de leis gerais eespeciais, de contratos e quaisquer ttulos de que derivem diretos a favor do Estado.

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    A Lei 4.320/64, classificou a receita oramentria em duas categorias econmicas: Receitas Correntes; e Receitas de Capital.

    a) as receitas correntes so compostas por receitas derivadas, originrias e outrascomplementares, tais como: a tributria, patrimonial, industrial, transferncias correntes ediversas;

    b) as receitas de capital, tambm conhecidas como secundrias, resultam da efetivao dasoperaes de crdito, alienao de bens, recebimento de dvidas e auxlios recebidos pelorgo ou entidade.

    A lei citada anteriormente, fundamentada na deduo germnica de que os tributos socobrados de forma coativa, emprega o termo "Receita Derivada" quando se refere receitatributria instituda pelas entidades de direito pblico, face o seu sentido peculiar de rendaproveniente de rendimentos e lucros das atividades e bens dos cidados do pas.

    A Receita Originria procede do patrimnio pblico empregado na explorao de servioscomerciais, industriais e outros rendimentos decorrentes das locaes, inverses financeiras, etc.

    Ainda nos termos da Lei 4.320/64, a discriminao da Receita Oramentria tem como baseas fontes econmicas de sua gerao, exceo feitas s transferncias entre rgos e esferas dogoverno cuja classificao se procede atualmente conforme o destino dos recursos: se paraaplicaes correntes ou de capital.

    Assim esto classificadas as Receitas, segundo as fontes econmicas de sua gerao:

    1 - RECEITAS CORRENTES

    1.1 - Receita Tributria

    Impostos Taxas Contribuio de Melhoria

    1.2 - Receita de Contribuies Contribuies Sociais Contribuies Econmicas

    1.3 - Receita Patrimonial

    Receitas Imobilirias Receitas de Valores Mobilirios Outras Receitas Patrimoniais

    1.3 - Receita Agropecuria Receita da Produo Vegetal Receita da Produo Animal e Derivados Outras receitas agropecurias

    4.3 - ESTGIOS DA RECEITA

    A receita oramentria passa por trs fases denominadas de estgios: previso, lanamento,arrecadao/recolhimento.

    Previso: a estimativa de quanto se espera arrecadar durante o exerccio. Lanamento: a identificao do devedor ou da pessoa do contribuinte. A Lei 4.320/64

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    define lanamento da receita como o ato da repartio competente que verifica aprocedncia do crdito fiscal, a pessoa devedora e inscreve o dbito dela;

    Arrecadao: corresponde aos pagamentos realizados diretamente pelos contribuintes sreparties fiscais e rede bancria autorizada: e

    Recolhimento: compreende a entrega da arrecadao pelas referias reparties eestabelecimentos bancrios ao Banco Central para crdito na Conta nica do TesouroNacional. O recolhimento da receita far-se- em estrita observncia ao princpio daunidade de caixa, sendo proibida a criao de caixas especiais.

    4.4 - CODIFICAO DA RECEITA ORAMENTRIA

    A codificao da receita compreende 08 (oito) dgitos:

    1 Dgito - Categoria Econmica2 Dgito - Fonte3 Dgito - Rubrica4 Digito - Alnea5 e 6 Dgitos - Subalnea7 e 8 Dgitos - Subalnea

    Exemplo: 1. 2.1. 0.30 .00, onde:

    o 1 identifica tratar-se de Receitas Correntes;o 2 indicar tratar-se de Receitas de Contribuies;o outro 1 aponta para Contribuies Sociais.O 30 identifica tratar-se de Contribuies dos Empregadores e dos Trabalhadores para aSeguridade Social.

    5DESPESAPBLICA

    5.1 - CONCEITO

    Despesa pblica o conjunto de dispndios do Estado ou de outra pessoa de direito pblico,para o funcionamento dos servios pblicos. Nesse sentido a despesa a parte do oramento, ouseja, aquela em que se encontram classificadas todas as autorizaes para gastos com as vriasatribuies e funes governamentais. Em outras palavras as despesas pblicas formam ocomplexo da distribuio e emprego das receitas para custeio de diferentes setores daadministrao.

    5.2 - CLASSIFICAO5.2.1 - CLASSIFICAO ECONMICA DA DESPESA

    A classificao econmica, que abrange tanto a despesa quanto a receita, possibilita analisaro impacto das aes governamentais na economia como um todo. Ela pode proporcionar umaindicao de contribuio do governo na forma bruta do capital do pas.

    O art. 12 da Lei n 4.320/64, classifica a despesa nas seguintes categorias econmicas:

    3000 DESPESAS CORRENTES

    3100 Despesas de Custeio3200 Transferncias Correntes

    4000 DESPESAS DE CAPITAL

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    4100 Investimento42000 Inverses Financeiras43000 Transferncias de Capital

    As despesas correntes referem-se ao conceito do consumo do Governo, e as despesas decapital idia de investimento do setor governamental. Note-se que as despesas correntes noproduzem qualquer acrscimo patrimonial, ao contrrio das despesas de capital, que, na suamaioria implicam em aumento patrimonial.

    De acordo com o art.12 da Lei n 4.320, damos abaixo os conceitos de cada rubrica:

    DESPESA DE CUSTEIO > so as dotaes para manuteno de servios anteriormente criados,inclusive as destinadas a atender a obras de conservao e adaptao de bens imveis.

    TRANSFERNCIAS CORRENTES > so as dotaes para despesas, s quais no correspondacontraprestao direta em bens ou servios, inclusive para contribuies e subvenes destinadas aatender manuteno de outras entidades de direito pblico ou privado.

    INVESTIMENTOS > so as dotaes para o planejamento e a execuo de obras, inclusive as

    destinadas aquisio de imveis considerados necessrios realizao destas ltimas, bem comopara os programas especiais de trabalho, aquisio de instalaes, equipamentos e materialpermanente e constituio ou aumento do capital de empresas que no sejam de carter comercialou financeiro.

    INVERSES FINANCEIRAS: so as dotaes destinadas a:a) aquisio de imveis, ou bens de capital j em utilizao;b) obteno de ttulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espcie, j

    constitudas, quando a operao no importe aumento de capital;c) constituio ou aumento de capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais

    ou financeiros, inclusive operaes bancrias ou seguro.

    TRANSFERNCIAS DE CAPITAL: so as dotaes destinadas a investimentos ou inversesfinanceiras que outras pessoas de direito pblico ou privado devam realizar, independentemente decontraprestao direta em bens ou servios, constituindo essas transferncias auxlios oucontribuies, segundo derivam diretamente da Lei de Oramento ou de Lei especial anterior, bemcomo as dotaes para amortizao da dvida pblica.

    A Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) determina que na estrutura da LeiOramentria Anual (LOA) a classificao da despesas deve ser feita no mnimo da seguinte forma:

    DESPESAS CORRENTES- Pessoal e Encargos Sociais- Juros e Encargos da Dvida- Outras Despesas Correntes

    DESPESAS DE CAPITAL- Investimentos- Inverses Financeiras- Amortizao da Dvida- Outras Despesas de Capital

    5.2.2 - CLASSIFICAO POR OBJETO DE GASTO

    Esta classificao, tambm conhecida por objeto de despesa, poderia ser enquadrada emuma subclassificao da classificao econmica, pois est intimamente relacionada a essasistemtica.

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    a classificao oramentria mais clssica e ainda a mais amplamente utilizada. A

    despesas considerada em funo de seu objeto ou natureza: pessoal, material de consumo,servios de terceiros, obras, equipamentos, etc.

    As despesas, quando classificadas por objeto de gasto, distribuem-se pelas CategoriasEconmicas, desdobrando-se em grupo de despesa, modalidade de aplicao e elementos dedespesa, conforme Portaria SOF.

    5.2.3 FORMAO DO CDIGO DA NATUREZA DA DESPESA

    O cdigo da classificao da natureza da despesa constitudo por seis algarismos, onde o:1 indica a categoria econmica da despesa, a qual est classificada em:3 - Despesas Correntes4 - Despesas de Capital

    2 indica o grupo da despesa, cuja classificao a seguinte:3 - Despesas Correntes3.1 - Pessoal e Encargos Sociais

    3.2 - Juros e Encargos da Dvida3.3 - Outras Despesas Correntes

    3/4 indicam a modalidade da aplicao, como por exemplo:15 - Transf.Intragov.a Entidades No Integrantes do Or.Fiscal e Seg.Soc.30 - Transferncias Unio40 - Transferncias aos Municpios90 - Aplicaes Diretas

    5/6 indicam o elemento da despesa (objeto de gasto), como por exemplo:01 - Aposentadorias e Reformas

    03 - Penses04 - Contrat.p/Tempo Determinado05 - Outros Benef.Previdencirios14 - Dirias - Pessoal Civil30 - Material de Consumo36 - Outros Servios de Terceiros - Pessoa Fsica39 - Outros Servios de Terceiros - Pessoa Jurdica51 - Obras e Instalaes52 - Equipamentos e Materiais Permanentes

    Exemplo: 3.3.90.30 > Despesas Correnteo 1 digito significa > Despesa Correnteo 2 digito representa > Outras Despesas Correnteso 3 e 4 digitos representam > Aplicaes Diretasenquanto que os ltimos digitos indicam > Material de Consumo

    6CICLOORAMENTRIO

    8-ESTGIOSDASDESPESAS

    8.1 - CONCEITO

    Como dissemos anteriormente, publicada a Lei Oramentria, o Quadro de Detalhamento da

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    Despesa e observadas as normas de execuo oramentria e de programao financeira doexerccio, as unidades oramentrias estaro em condies de aplicar os seus crditos, tendo emvista a realizao ou execuo da despesa.

    Nessa fase devero ser observadas as normas pertinentes execuo da despesa pblica,que se desenvolve em trs estgios:

    - Empenho;- Liquidao;

    - Pagamento.8.1.2 UTILIZAO DE CRDITOS ORAMENTRIOS

    Iniciado o exerccio financeiro, a unidade oramentria atravs da publicao do Quadro deDetalhamento da Despesa QDD e a unidade administrativa beneficiada com crditosoramentrios, to logo receba o destaque ou a proviso, ficam habilitadas a empenhar despesas.

    8.2 - EMPENHO

    8.2.1 - CONCEITO

    O Empenho o primeiro estgio da despesa e pode ser conceituado conforme prescreve oart. 58 da Lei n 4.320/64: o empenho da despesa o ato emanado de autoridade competente quecria para o Estado obrigao de pagamento pendente ou no de implemento de condio.

    O Empenho prvio, ou seja, precede a realizao da despesa e est restrito ao limite docrdito oramentrio, como, alis, o art. 59 da Lei n 4.320/64 estabelece: O empenho da despesano poder exceder o limite dos crditos concedidos. Alm disso, vedada a realizao dedespesa sem prvio empenho (art.60 da Lei n 4.320/64). A emisso do empenho abate o seu valorda dotao oramentria, tornando a quantia empenhada indisponvel para nova aplicao.

    8.2.2 - MODALIDADES DE EMPENHOS

    Os empenhos, de acordo com a sua natureza e finalidade, tem a seguinte classificao:a) ordinrio > para acudir as despesas com montante previamente conhecido e cujo

    pagamento deva ocorrer de uma s vez;b) global > para atender despesas com montante tambm previamente conhecido, tais como

    as contratuais, mas de pagamento parcelado ( 3 do art. 60 da Lei n 4.320/64).Exemplos: aluguis, prestao de servios por terceiros, vencimentos, salrios, proventose penses, inclusive as obrigaes patronais decorrentes, etc.;

    c) estimativo > para acolher despesas de valor no previamente identificvel e geralmente,de base periodicamente no homognea. Exemplo: gua, luz, telefone, gratificaes,dirias, reproduo de documentos, etc.

    8.2.3 - CARACTERSTICAS DA NOTA DE EMPENHO

    Entre as principais informaes constantes do empenho devem ser mencionados:identificao da Unidade Emitente e do credor (nome, CNPJ/CPF e endereo), banco escolhido paracrdito, evento (para quem participa do Siafi), classificao oramentria, valor do empenho,cronograma de desembolso previsto e descrio dos bens ou servios.

    8.2.4 - REFORO

    Existe a possibilidade de a Unidade emitente reforar do empenho que se revelar insuficientepara atender a um determinado compromisso ao longo do exerccio financeiro. Neste caso emitir-se- empenho/reforo, devendo constar do campo respectivo o nmero do empenho que est sendo

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    reforado e o nmero do reforo.

    8.2.5 - ANULAO

    O empenho deve ser anulado no decorrer do exerccio:a) parcialmente: quando seu valor exceder o montante da despesa realizada;b) totalmente quando:

    - o servio contratado no tiver sido prestado;

    - o material encomendado no tiver sido entregue; ou- o empenho tiver sido emitido incorretamente.

    O empenho deve, ainda, ser anulado, no encerramento do exerccio, quando se referir adespesas no liquidadas, salvo aquelas que se enquadrarem nas condies previstas para inscrioem Restos a Pagar.

    A anulao do empenho da despesa far-se- tambm, atravs da Nota do Empenho, eidentificada pelo cdigo do evento (para quem usa o Siafi). O valor do empenho anulado reverte dotao tornando-se, novamente, disponvel respeito o regime do exerccio.

    8.3 PR-EMPENHO

    O Pr-Empenho utilizado para registrar o crdito oramentrio pr-compromissado, paraatender objetivo especfico, nos casos em que a despesa a ser realizada, por suas caractersticas,cumpre etapas com intervalos de tempo desde a deciso at a efetivao da emisso da Nota deEmpenho.

    Todos os saldos do pr-empenho no utilizados at 31 de dezembro de cada ano seroautomaticamente cancelados naquela data.

    8.4 - LIQUIDAO

    8.4.1 - CONCEITO

    Este o segundo estgio da despesa e consiste na verificao do direito adquirido pelocredor, tendo por base os ttulos e documentos comprobatrios do respectivo crdito (art. 63 da Lein 4.320/64). Vale dizer que a comprovao de que o credor cumpriu todas as obrigaesconstantes do empenho.

    8.4.2 - FINALIDADE E CUIDADOS ESPECIAIS

    A liquidao tem por finalidade reconhecer ou apurar:a) a origem e o objeto do que se deve pagar;b) a importncia exata a pagar; ec) a quem se deve pagar a importncia para extinguir a obrigao.

    O estgio da liquidao da despesa envolve, portanto, todos os atos de verificao econferncia, desde a entrada do material ou a prestao do servio at o reconhecimento dadespesa. Ao cumprir com a sua obrigao, o credor dever apresentar a nota fiscal, fatura oudocumento correspondente, acompanhada da 1 via da nota de empenho (no se aceita cpia),devendo o funcionrio competente atestar o recebimento do material ou a prestao do serviocorrespondente.

    No caso de empenho estimativo ou global, a 1 via da nota de empenho somente serexigvel com o ttulo de crdito (nota fiscal/fatura ou documento correspondente), referente a ltimaparcela dos bens fornecidos ou dos servios prestados.

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    Ainda na liquidao da despesa devero ser observados alguns cuidados tais como:a) verificao do cumprimento das normas sobre licitao ou documento formalizando a sua

    dispensa, ou comprovando a sua inexigibilidade;b) verificao da conformidade com o contrato, convnio, acordo ou ajuste, se houver;c) exame da nota de empenho;d) conferncia da nota fiscal ou documento equivalente;e) elaborao do termo circunstanciado do recebimento definitivo;

    Todos esses cuidados evitam que sejam efetuados pagamentos indevidos, tais como: mais deum pagamento, pagamentos de bens e servios quando no solicitados ou ainda no recebidos pelaUnidade.

    No ser exigido requerimento do credor para apresentao do ttulo de crdito, inclusive,para o respectivo pagamento.

    A liquidao da despesa far-se- atravs do exame da documentao que comprove asolvncia do direito creditrio, onde se demonstraro os valores bruto e liquido a pagar.

    Somente aps a apurao do direito adquirido pelo Credor, tendo por base os documentoscomprobatrios do respectivo crdito, ou da completa habilitao da entidade beneficiada, a Unidadeprovidenciar o imediato pagamento da despesa. evidente, portanto, que nenhuma despesapoder ser paga sem estar devidamente liquidada.

    8.5 PAGAMENTO

    CONCEITO E CARACTERISTICAS

    O pagamento a ltima fase da despesa. Este estgio consiste na entrega de recursosequivalentes dvida lquida, ao credor, mediante a emisso de Ordem Bancria (OB).

    Os principais tipos de OBs so os seguintes:- Ordem Bancria de Crdito (OBC) utilizada para crdito em conta-corrente do

    favorecido na rede bancria;- Ordem Bancria de Pagamento (OBP) destinada a pagamento direto ao credor, em

    espcie, junto agncia de domiclio bancrio da Unidade emitente;- Ordem Bancria para Banco (OBB) destinada a pagamentos a banco, inclusive ao

    agente financeiro, caso seja este o beneficirio ou deva realizar pagamento vista dedocumentao especfica emitida pela Unidade.

    A Ordem Bancria ser procedida de autorizao do titular da Unidade Gestora, ou seupreposto, em documento prprio da Unidade.

    9-EXECUOFINANCEIRA

    9.1 CONCEITO

    Exerccio financeiro o espao de tempo compreendido entre primeiro de janeiro e trinta dedezembro de cada ano, no qual, a administrao promove a execuo oramentria e demais fatosrelacionados com as variaes qualitativa e quantitativa que tocam os elementos patrimoniais da

    entidade ou rgo pblico.

    Como dissemos anteriormente, o art. 34 da Lei n4.320/64 determina que o exercciofinanceiro coincidir com o ano civil. J o art. 35, como j tivemos a oportunidade de comentar,

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    dispe que pertencem ao exerccio financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas nelelegalmente empenhadas.

    Nesse mesmo sentido, deve-se tambm observar, que reverte dotao a importncia dadespesa anulada no exerccio. Quando a anulao ocorrer aps o encerramento deste, considerar-se- receita do ano em que se efetivar.

    10RESTOSAPAGAR

    10.1 - CONCEITO

    Consideram-se Restos a Pagar, ou resduos passivos, consoante o art. 36 da Lei n 4.320/64, asdespesas empenhadas mas no pagas dentro do exerccio financeiro, ou seja, at 31 de dezembro(arts. 35 e 67 do Decreto n 93.872/86).

    10.2 - CLASSIFICAO

    Conforme a sua natureza, as despesas inscritas em Restos a Pagar podem ser classificadasem:

    a) processadas so as despesas em que o credor j cumpriu as suas obrigaes, isto ,entregou o material, prestou os servios ou executou a etapa da obra, dentro do exerccio,tendo, portanto, direito liquido e certo, faltando apenas o pagamento. Hoje essas despesasficam registradas na conta contbil Fornecedores.

    b) no processadas so aquelas que dependem, da prestao do servio ou fornecimentodo material, ou seja, cujo direito do credor no foi apurado. Representam, portanto,despesas ainda no liquidadas.

    10.3 - INSCRIO

    O Decreto n93.872, de 23/12/86, em seu art.35 determina que o empenho da despesa noliquidada ser considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando:

    a) ainda vigente o prazo para cumprimento da obrigao assumida pelo credor;b) vencido o prazo para cumprimento da obrigao, esteja em curso a liquidao da despesa,

    ou seja de interesse da Administrao exigir o cumprimento da obrigao assumida pelocredor;

    c) se destinar a atender transferncias a instituies pblicas ou privadas; e

    d) corresponder a compromisso assumido no exterior.Os empenhos no anulados, bem como os referentes a despesas j liquidadas e no pagas,

    sero automaticamente inscritos em Restos a Pagar no encerramento do exerccio, pelo valordevido, ou caso seja este, desconhecido, pelo valor estimado.

    vedada a reinscrio de empenhos em Restos a Pagar. O reconhecimento de eventualdireito do credor far-se- atravs da emisso de nova Nota de Empenho, no exerccio de recognio, conta de despesas de exerccios anteriores, respeitada a categoria econmica prpria. Os Restosa Pagar com prescrio interrompida assim considerada a despesa cuja inscrio em Restos aPagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor podero ser pagos conta de

    exerccios anteriores, respeitada a categoria econmica prpria.

    Em se tratando de pagamento de despesa inscrita em Restos a Pagar, pelo valor estimado,poder ocorrer duas situaes:

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    a) o valor real a ser pago superior ao valor inscrito. Nesse caso, a diferena dever serempenhada conta de despesa de exerccios anteriores, de acordo com a categoriaeconmica; e

    b) o valor real a ser pago inferior ao valor inscrito. O saldo existente dever ser cancelado.

    10.4 PAGAMENTO

    O pagamento de despesa inscritas em Restos a Pagar ocorre tal como outro pagamento de

    qualquer despesa pblica exigindo-se apenas a observncia das formalidades legais (empenho eliquidao), independente de requerimento do credor. Aps o cancelamento da inscrio da despesaem Restos a Pagar, o pagamento que vier a ser reclamado poder ser atendido conta de dotaodestinada a despesas de exerccios anteriores (art. 69 do Decreto n 93.872/86).

    10.5 VALIDADE

    A inscrio de valores em Restos a Pagar ter validade at 31 de dezembro do ano subsequente.Aps essa data, os saldos remanescentes sero automaticamente cancelados, permanecendo emvigor, no entanto, o direito do credor por 5 (cinco) anos, a partir da inscrio.

    11-DESPESASDEEXERCCIOSANTERIORES

    11.1 CONCEITO

    Despesas de Exerccios Anteriores so as dvidas resultantes de compromissos gerados emexerccios financeiros anteriores queles em que ocorreram os pagamentos.

    O regime de competncia exige que as despesas sejam contabilizadas conforme o exerccio aque pertenam, ou seja, em que foram geradas. Se uma determinada despesa tiver origem, porexemplo, em 2002 e s foi reconhecida e paga em 2003, a sua contabilizao dever ser feita Conta de Despesas de Exerccios Anteriores para evidenciar o regime do exerccio.

    11.2 - OCORRNCIA

    Podero ser pagas conta de despesa de exerccio anteriores, mediante autorizao doordenador de despesa, respeitada a categoria econmica prpria:

    a) as despesas de exerccios encerrados, para as quais o oramento respectivo consignavacrdito prprio com saldo suficiente para atend-las, que no se tenham processado napoca prpria, assim entendidas aquelas cujo empenho tenha sido consideradoinsubsistente e anulado no encerramento do exerccio correspondente, mas que, dentro do

    prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigao;b) os restos a pagar com prescrio interrompida, assim considerada a despesa cujainscrio como Restos a Pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito docredor; e

    c) os compromissos decorrentes de obrigao de pagamento criada em virtude de lei ereconhecidos aps o encerramento do exerccio.

    Pode-se citar como exemplo dessa ltima situao: o caso de um servidor, cujo filho tenhanascido em setembro e somente requereu o benefcio do salrio-famlia em maro do ano seguinte.As despesas referentes aos meses de setembro a dezembro iro conta de despesas de exercciosanteriores, classificados, como de transferncias correntes. As dos demais meses sero

    classificadas no elemento de despesa prprio. A promoo de um funcionrio com data retroativa eque alcance anos anteriores ao exerccio financeiro, tambm caso de despesa de exercciosanteriores.

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    11.3 - PRESCRIO

    As dvidas de exerccios anteriores, que dependam de requerimento do favorecido,prescrevem em 05 (cinco) anos, contados da data do ato ou fato que tiver dado origem ao respectivodireito.

    O incio do perodo da dvida corresponde data do fato gerador do direito, no devendo serconsiderado, para fins de prescrio quinnquenal, o tempo de tramitao burocrtica e o de

    providncia administrativas a que estiver sujeito o processo.15LEIDERESPONSABILIDADEFISCAL-ASPECTOSIMPORTANTES

    A Lei Complementar nr.101, de 4 de Maio de 2000, estabelece normas de finanas pblicasvoltadas para a responsabilidade na gesto fiscal e d outras providncias.

    As disposies da Lei Complementar atinge a Unio, os Estados, o Distrito Federal e osMunicpios.

    15.1 - Receita Corrente Liquida

    Na Unio corresponde ao somatrio das receitas tributrias, de contribuies, patrimoniais,industriais, agropecurias, de servios, transferncias correntes e outras receitas tambm correntes,deduzidos os valores transferidos aos Estados e Municpios por determinao constitucional oulegal e as contribuies mencionadas na alnea a do inciso I e no inciso II do artigo 195, e no art.239da Constituio.

    15.2 - Da Execuo Oramentria e do Cumprimento das Metas

    At trinta dias aps a publicao dos oramentos, nos termos em que dispuser a lei dediretrizes oramentrias e observado o disposto na alnea "c" do inciso I do art. 4, o PoderExecutivo estabelecer a programao financeiro e o cronograma de execuo mensal dedesembolso.

    Se verificado, ao final de um bimestre, que a realizao da receita poder no comportar ocumprimento das metas de resultado primrio ou nominal estabelecidas nas Metas Fiscais, osPoderes e o Ministrio Pblico promovero, por ato prprio e nos montantes necessrios, nos trintadias subsequentes, limitao de empenho e movimentao financeira, segundo os critrios fixadaspela lei de diretrizes oramentrias.

    No sero objeto de limitao as despesas que constituam obrigaes constitucionais e

    legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do servio da dvida, e as ressalvadaspela lei de diretrizes oramentrias.

    No caso de os Poderes Legislativo e Judicirio e o Ministrio Pblico no promoverem alimitao no prazo estabelecido no caput, o Poder Executivo autorizado a limitar os valoresfinanceiro segundo os critrios fixados pela lei de diretrizes oramentrias.

    15.3 - Da Previso e da Arrecadao

    As previses de receita observaro as normas tcnicas e legais, consideraro os efeitos dasalteraes na legislao, da variao do ndice de preos, do crescimento econmico ou de

    qualquer outro fator relevante e sero acompanhadas de demonstrativo de sua evoluo nosltimos trs anos, da projeo para os dois seguintes quele a que se referirem, e da metodologiade clculo e premissas utilizadas.

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    Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo s ser admitida se comprovado erroou omisso de ordem tcnica ou legal.

    O montante previsto para as receitas de operaes de crdito no poder ser superior ao dasdespesas de capital constantes do projeto de lei oramentria.

    15.4 - Da Gerao da Despesa

    Sero consideradas no autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimnio pblico a gerao dedespesa ou assuno de obrigao que no atendam ao disposto nos arts.16 e 17.

    15.5 - Das Despesas com Pessoal

    Para efeitos da LRF, entende-se como despesas total com pessoal: o somatrio dos gastosdo ente da Federao com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos efetivos,cargos, funes ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espciesremuneratrias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variveis, subsdios, proventos daaposentadoria, reformas e penses, inclusive adicionais, gratificaes, horas extras e vantagenspessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuies recolhidas pelo ente s

    entidades de previdncia.

    Os valores dos contratos de terceirizao de mo-de-obra que se referem substituio deservidores e empregados pblicos sero contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".

    A despesa total com pessoal, no mbito da Unio, no poder exceder a 50% dospercentuais da receita corrente liquida.

    Se a despesa total com pessoal, do Poder ou rgo ultrapassar os limites definidos, semprejuzo das medidas previstas no art.22 da LRF, o percentual excedente ter de ser eliminado nosdois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um tero no primeiro, adotando-se, entre outras,

    as providncias previstas nos 3 e 4 do art. 169 da Constituio.

    Esse objetivo poder ser alcanado tanto pela extino de cargos e funes quando pelareduo dos valores a eles atribudos.

    15.6 - Dos Restos a Pagar

    vedado ao titular de Poder ou rgo referido no art. 20 da LRF, nos ltimos doisquadrimestres do seu mandato, contrair obrigao de despesa que no possa ser cumpridaintegralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exerccio seguinte sem quehaja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

    Na determinao da disponibilidade de caixa sero considerados os encargos e despesascompromissadas a pagar at o final do exerccio.

    15.7 - Da Preservao do Patrimnio Pblico

    vedada a aplicao da receita de capital da alienao de bens e direitos que integram opatrimnio pblico para o financiamento de despesa corrente, salvo se destina por lei aos regimesde previdncia social, geral e prprio dos servidores pblicos.

    15.8 - Da Escriturao e Consolidao das ContasAlm de obedecer s demais normas de contabilidade pblica, a escriturao das contas

    pblicas observar as seguintes:

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    a) a disponibilidade de caixa constar de registro prprio, de modo que os recursosvinculados a rgo, fundo ou despesa obrigatria fiquem identificados e escriturados deforma individualizada.

    b) a despesa e a assuno de compromisso sero registradas segundo o regime decompetncia, apurando-se, em carter complementar, o resultado dos fluxos financeirospelo regime de caixa.

    c) as operaes de crdito, as inscries em Restos a Pagar e as demais formas definanciamento ou assuno de compromissos junto a terceiros, devero ser escrituradas

    de modo a evidenciar o montante e a variao da dvida pblica no perodo, detalhando,pelo menos, a natureza e o tipo de credor.