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Referência históricaDecreto-Lei n.º 272/87, de 3 de Julho – Capítulo II:

Vendas por correspondência

Directiva 97/7/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de Maio, relativa à protecção dos consumidores em matéria de contratos celebrados à distância

Decreto-Lei n.º 143/2001, de 26 de Abril, alterado pelos Decretos-Leis n.os 57/2008, de 26 de Março, e 82/2008, de 20 de Maio

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Definição

Artigo 2.º, alínea a): “qualquer contrato relativo a bens ou serviços, celebrado entre um fornecedor e um consumidor, que se integre num sistema de venda ou prestação de serviços a distância organizado pelo fornecedor, que, para esse contrato, utilize exclusivamente uma ou mais técnicas de comunicação à distância até à celebração do contrato, incluindo a própria celebração”.

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Primeiro elemento

Relação jurídica de consumo (“celebrado entre um fornecedor e um consumidor”)

alínea a) do n.º 3 do artigo 1.º: consumidor é a “pessoa singular que actue com fins que não pertençam ao âmbito da sua actividade profissional”

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Segundo elemento

“Qualquer contrato relativo a bens ou serviços” / “Sistema de venda ou de prestação de serviços”

Grande amplitude.

Qualquer contrato não excluído (compra e venda, prestação de serviço, empreitada, locação, etc.)

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Terceiro elemento

“Sistema de venda ou prestação de serviços a distância organizado pelo fornecedor”.

Exemplos.

Preparação por parte do profissional para cumprir as exigências legais.

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Quarto elemento

Utilização exclusiva de “uma ou mais técnicas de comunicação à distância até à celebração do contrato, incluindo a própria celebração”.

Característica fundamental dos contratos celebrados à distância.

Declarações com carácter negocial directo.

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Técnica de comunicação à distância

Alínea b) do artigo 2.º: “qualquer meio que, sem a presença física e simultânea do fornecedor e do consumidor, possa ser utilizado tendo em vista a celebração do contrato entre as referidas partes”.

Definição ampla.

Exemplos

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Técnica de comunicação à distância

Internet.

Contratos celebrados através da Internet Decreto-Lei n.º 143/2001 Decreto-Lei n.º 7/2004, de 7 de Janeiro (comércio

electrónico)

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Técnica de comunicação à distância

“sem a presença física e simultânea do fornecedor e do consumidor”.

Relação entre os dois elementos.

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Exclusões totais (artigo 3.º)Contratos relativos a serviços financeiros

(Decreto-Lei n.º 95/2006, de 29 de Maio)

Contratos celebrados com estabelecimentos automatizados

Contratos de empreitada ou compra e venda de imóveis

Contratos celebrados em leilões

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Deveres pré-contratuais – artigo 4.ºConteúdo mínimo da declaração (dever do

profissional): Identidade e endereço do profissional; Características do bem ou serviço; Preço (incluindo impostos); Despesas de entrega; Modalidades de pagamento; Existência do direito de arrependimento; Custo da técnica de comunicação (valor acrescentado); Prazo de validade da proposta; Duração mínima do contrato.

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Declaração contratualArtigo 4.º - conteúdo mínimo da declaração do

profissional.

Generalidade dos elementos tem relevância contratual directa – cláusulas do contrato a celebrar.

Identidade e endereço do profissional: puros elementos de informação.

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Comunicação do conteúdo mínimo da declaração

O consumidor deve dispor da informação sobre as cláusulas essenciais “em tempo útil e antes da celebração de qualquer contrato à distância”.

Importância da reflexão antes da decisão de contratar.

Elementos: complexidade e relevância do contrato.

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Comunicação do conteúdo mínimo da declaração

Artigo 4.º, n.º 2: o objectivo comercial da comunicação deve ser sempre “inequivocamente explicitado”.

O conteúdo da mensagem deve ser transmitido “de forma clara e compreensível por qualquer meio adaptado à técnica de comunicação a distância utilizada, com respeito pelos princípios da boa fé, da lealdade nas transacções comerciais e da protecção das pessoas com incapacidade de exercício dos seus direitos, especialmente os menores”.

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Forma clara e compreensível

Clareza: elementos facilmente apreensíveis (tamanho da letra, tom de voz, etc.; comunicação directa e não remissão).

Compreensível: linguagem acessível.

Língua – determinar o público-alvo.

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Formação do contrato

Inexistência de modelo único.

Forma do contrato. Alternativa à forma escrita.

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Dever de apresentação de proposta contratual

Artigo 4.º - todos os elementos necessários para uma declaração completa.

Razão de ser da norma não permite que o profissional indique que não se trata de uma proposta:

Exige-se declaração completa; Objectivo comercial deve ser indicado; Obrigatoriedade de fazer constar o prazo de validade da

proposta (o prazo de validade só faz sentido se vincular o emitente da declaração).

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Correspondência postal

Catálogos

Elementos do artigo 4.º devem constar do formulário a preencher pelo consumidor.

Tamanho da letra / Idioma.

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Televisão

Televendas

Publicidade

Comunicação do conteúdo da declaração

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TelefoneTransmissão oral da mensagem e do conteúdo

da declaração.

Técnica especialmente agressiva.

Artigo 4.º, n.º 3: “caso a comunicação seja operada por via telefónica, a identidade do fornecedor e o objectivo comercial da chamada devem ser explicitamente definidos no início de qualquer contacto com o consumidor”.

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Internet JORGE MORAIS CARVALHO, “Comércio Electrónico e

Protecção dos Consumidores”, in Themis – Revista da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, Ano VII, n.º 13, 2006, pp. 41-62

Noção de comércio electrónico.

Comércio electrónico directo e comércio electrónico indirecto.

Conexão entre o contrato e a declaração.

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Momento da celebração do contratoArtigo 32.º do Decreto-Lei n.º 7/2004: “a oferta de

produtos ou serviços em linha representa uma proposta contratual quando contiver todos os elementos necessários para que o contrato fique concluído com a simples aceitação do destinatário, representando, caso contrário, um convite a contratar”.

Artigo 29.º do mesmo diploma: n.º 1: “logo que receba uma ordem de encomenda por via

exclusivamente electrónica, o prestador de serviços deve acusar a recepção igualmente por meios electrónicos”

n.º 5: “a encomenda torna-se definitiva com a confirmação do destinatário, dada na sequência do aviso de recepção, reiterando a ordem emitida”.

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Forma nos contratos electrónicosRegime jurídico dos documentos electrónicos

e da assinatura digital: Decreto-Lei n.º 290-D/99, de 2 de Agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.os 62/2003, de 3 de Abril, 165/2004, de 6 de Julho, 116-A/2006, de 16 de Junho, e 88/2009, de 9 de Abril.

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Forma nos contratos electrónicosArtigo 26.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 7/2004: “as

declarações emitidas por via electrónica satisfazem a exigência legal de forma escrita quando contidas em suporte que ofereça as mesmas garantias de fidedignidade, inteligibilidade e conservação”.

artigo 3.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 290-D/99: “o documento electrónico satisfaz o requisito legal de forma escrita quando o seu conteúdo seja susceptível de representação como declaração escrita”.

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Assinatura electrónicaArtigo 373.º do Código Civil: “os documentos

particulares devem ser assinados pelo seu autor”.

Artigo 26.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 7/2004 – remissão para o regime da assinatura electrónica.

Remissão para o n.º 2 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 290-D/99 – “aposta uma assinatura electrónica qualificada certificada por uma entidade certificadora credenciada”.

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Confirmação do conteúdo do contrato

Artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 143/2001: “em sede de execução do contrato o consumidor deve, em tempo útil e, no que diz respeito a bens que não tenham de ser entregues a terceiros, o mais tardar no momento da sua entrega, receber a confirmação por escrito ou através de outro suporte durável à sua disposição”.

Obrigação acessória, resultante da celebração do contrato.

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Elenco do conteúdo mínimo da confirmação

Artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 143/2001

Alíneas a) a f) do n.º 1 do artigo 4.º (se não tiverem sido prestadas antes através de suporte durável);

Informação por escrito sobre as condições e modalidades de exercício do direito de livre resolução;

Endereço geográfico; Informações relativas a serviços pós-venda e garantias; Condições de resolução de contrato de execução

duradoura.

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Forma da confirmação

“por escrito ou através de outro suporte durável”.

Diferença entre a forma e o suporte.

Diferença entre a o n.º 1 e a alínea a) do n.º 3 do artigo 5.º.

Elemento relevante: suporte durável.

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Suporte durávelArtigo 2.º, alínea d): “qualquer instrumento que

permita ao consumidor armazenar informações de um modo permanente e acessível para referência futura e que não permita que as partes contratantes manipulem unilateralmente as informações armazenadas”.

Três elementos essenciais (suporte e informação): Permanência; Acessibilidade; Inalterabilidade.

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Exclusões parciaisNão se aplicam os artigos 4.º e 5.º do

Decreto-Lei 143/2001 nas situações previstas nas seguintes normas:

Artigo 3.º, n.º 2

Artigo 5.º, n.º 4

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Referência históricaDirectiva 85/577/CEE, de 20 de Dezembro, relativa

à protecção dos consumidores no caso de contratos negociados fora dos estabelecimentos comerciais

Decreto-Lei n.º 272/87, de 3 de Julho – Capítulo I

Decreto-Lei n.º 143/2001, de 26 de Abril, alterado pelos Decretos-Leis n.os 57/2008, de 26 de Março, e 82/2008, de 20 de Maio

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Factor de desprotecção do consumidor

Fragilidade associada a uma situação de pressão.

Contacto promovido pelo profissional.

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Contratos celebrados no domicílio

Definição (art. 13.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 143/2001)

“aquele que, tendo por objecto o fornecimento de bens ou de serviços, é proposto e concluído no domicílio do consumidor, pelo fornecedor ou seu representante, sem que tenha havido prévio pedido expresso por parte do mesmo consumidor”.

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1.º elemento – Relação de consumo

Alínea a) do n.º 3 do artigo 1.º (noção de consumidor).

Identificação do profissional (artigo 15.º).

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2.º elemento – Bens ou serviços

Abrange, à partida, quaisquer contratos.

Exclusões (artigo 14.º).

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3.º elemento – Domicílio do consumidor

Domicílio não deve interpretado em sentido técnico-jurídico (v. artigo 82.º do Código Civil).

Lugar fechado, sem ligação ao exterior ou acesso do público em geral:

Casa de um amigo ou familiar? Casa arrendada? Hotel?

Lugar aberto ao público (restaurante, transporte, recinto desportivo, via pública)?

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4.º elemento – Inexistência de pedido prévio

Não se aplica o regime se se verificam os seguintes quatro elementos:

Existência de pedido (não basta uma autorização); Antecedência do pedido; Existência de declaração expressa; Correspondência entre a pessoa que faz o pedido e

aquela que celebra o contrato.

Artigo 13.º, n.º 3

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Artigo 13.º, n.º 3“Aplica-se, ainda, o disposto no presente capítulo

aos contratos que tenham por objecto o fornecimento de outros bens ou serviços que não aqueles a propósito dos quais o consumidor tenha pedido a visita do fornecedor ou seu representante, desde que o consumidor, ao solicitar essa visita, não tenha tido conhecimento ou não tenha podido razoavelmente saber que o fornecimento de tais bens ou serviços fazia parte da actividade comercial ou profissional do fornecedor ou seus representantes”.

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Deveres pré-contratuais

Não existem regras especiais que imponham deveres pré-contratuais.

Excepção: artigo 17.º (catálogos e outros suportes publicitários).

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Formação do contrato

Contrato “proposto e concluído no domicílio do consumidor”.

Artigo 13.º, n.º 5 (indiferente quem emite as declarações contratuais).

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FormaO n.º 1 do artigo 16.º estabelece que os contratos

celebrados no domicílio do consumidor devem, “sob pena de nulidade, ser reduzidos a escrito […]” e conter as indicações previstas (contratos de valor igual ou superior a € 60)

n.º 3: o consumidor deve datar e assinar o documento, “conservando em seu poder uma cópia assinada igualmente pelo outro contraente”.

Consequência: nulidade do contrato.

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Contratos celebrados no local de trabalho

Alínea a) do n.º 2 do artigo 13.º equipara aos contratos celebrados no domicílio, os “celebrados no local de trabalho do consumidor”.

Local de trabalho entendido em sentido amplo.

Relação de consumo (não se aplica à relação de trabalho). E se for o empregador a promover os bens?

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Contratos celebrados em reuniõesAlínea b) do n.º 2 do artigo 13.º equipara aos

contratos celebrados no domicílio os “celebrados em reuniões, em que a oferta de bens ou serviços é promovida através de demonstração realizada perante um grupo de pessoas reunidas no domicílio de uma delas a pedido o fornecedor ou do seu representante”.

http://www.tupperware.com.br/xchg/br/hs.xsl/67.html

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Contratos celebrados em excursões

Alínea c) do n.º 2 do artigo 13.º equipara aos contratos celebrados no domicílio os “celebrados durante uma deslocação organizada pelo fornecedor ou seu representante, fora do respectivo estabelecimento comercial”.

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Contratos celebrados no local indicado pelo fornecedorAlínea d) do n.º 2 do artigo 13.º equipara aos

contratos celebrados no domicílio os “celebrados no local indicado pelo fornecedor, ao qual o consumidor se desloque, por sua conta e risco, na sequência de uma comunicação comercial feita pelo fornecedor ou pelos seus representantes”.

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Definição

Artigo 21.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 143/2001: “consiste na colocação de um bem ou serviço à disposição do consumidor para que este o adquira mediante a utilização de qualquer tipo de mecanismo e pagamento antecipado do seu custo”.

Pagamento antecipado do custo não constitui um elemento relevante.

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Exemplos

Grande número de situações.

Venda de bens ou prestação de serviços.Títulos representativos de direitos (bilhetes).Jogos.Música.Parques de estacionamento. Parquímetros.

Auto-estradas.

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Distinções

Ligadas a computador central / autónomas

Cumprimento imediato do contrato / outro acto para o cumprimento do contrato

Bens encontram-se visíveis / não se encontram visíveis

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Formação do contrato

Proposta ou convite a contratar?

Artigo 22.º, n.º 2 – elementos que devem estar afixados nas máquinas

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Declarações

Proposta contratual (contém, em princípio, todos os elementos).

Aceitação – acto material.

Indisponibilidade de bens?Avaria no mecanismo?

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Responsabilidade (artigo 23.º)

“Nos casos em que os equipamentos destinados à venda automática se encontrem instalados num local pertencente a uma entidade pública ou privada, é solidária, entre o proprietário do equipamento e o titular do espaço onde se encontra instalado:

a) A responsabilidade pela restituição ao consumidor da importância por este introduzida na máquina no caso de não fornecimento do bem ou serviço solicitado ou de deficiência de funcionamento do mecanismo afecto a tal restituição;

b) A responsabilidade pelo cumprimento das obrigações previstas no n.º 2 do artigo 22.º”.

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Decreto-Lei n.º 57/2008

Alínea f) do artigo 12.º: é agressiva, em qualquer circunstância, a prática de consiste em “exigir o pagamento imediato ou diferido de bens e serviços ou a devolução ou a guarda de bens fornecidos pelo profissional que o consumidor não tenha solicitado […]”.

Sanção contra-ordenacional.

Não existe contrato.

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Regime geral

Valor declarativo do silêncio – Artigo 218.º do Código Civil.

Consequências?

(v. também artigo 19.º, alínea d), do Decreto-Lei n.º 446/85)

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Consequências civisArtigo 13.º

“1 – No caso de envio de bens ou serviços não encomendados ou solicitados, que não constitua o cumprimento de qualquer contrato válido, o destinatário desses bens ou serviços não fica obrigado à sua devolução ou pagamento, podendo conservá-los a título gratuito”.2 – “A ausência de resposta do destinatário, nos termos do número anterior, não vale como consentimento”.3 – “Se, não obstante o disposto nos números anteriores, o destinatário efectuar a devolução do bem, tem direito a ser reembolsado das despesas desta decorrentes no prazo de 30 dias a contar da data em que a tenha efectuado”.

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Envio do bem

Diferença entre as duas normas.

V. artigo 9.º, n.º 4, da Lei de Defesa do Consumidor.

Interpretação extensiva da palavra “envio”.

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Distinção

Fornecimento de bens ou serviços não solicitados / Cobrança de bens ou serviços não fornecidos.

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Casos práticos1 – Fornecimento parcial de bem ou serviço não solicitado. A meio, é exigido o pagamento do preço para o fornecimento integral do bem ou serviço.

2 – Televisão por cabo. O profissional oferece o acesso a um canal pago durante três meses, com uma cláusula indicando que se o consumidor nada disser, este passa a ser pago. O consumidor tem de pagar?

3 – Restaurante. O consumidor tem de pagar pelos bens colocados na mesa que não tenha pedido?