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100 Possibilidades de Habitar em Lisboa | Projecto IX Francisco Costa | 20040027

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100 Possibilidades de Habitar em Lisboa | Projecto IX | Francisco Costa | Abril 2009 Portfolio da 1ª entrega do 2º semestre na disciplina de Projecto X do 5º Ano do curso de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa. O tema trabalho é a Habitação em Lisboa, e o projecto em questão consiste em construir habitação qualificada no centro da cidade, que ocupando um lote de um quarteirão da Avenida Duque de Loulé, procurando ao mesmo requalificar o espaço interior do quarteirão e dar-lhe um uso aberto à comunidade. Docetes: Arq. Inês Lobo, Arq. Pedro Oliveira, Arq. João Luis Carrilho da Graça, Arq. João Gomes da Silva (Estudo da Paisagem)

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Construir 100 unidades de habitação em LisboaA definição de um problema

Tal como outras metrópoles, Lisboa atravessa um momento de crise no que toca ao tema da habitação. A “terciarização” e consequente mono funcionalidade do centro das cidades faz com que cada vez menos pessoas aí fixem residência e que assim os centros urbanos e históricos atravessem um grave problema de desertificação.Moram neste momento 550.000 pessoas no concelho de Lisboa, mas a capital perde cerca de 10.000 habitantes todos os anos para as suas periferias. Apesar disso 2,1 milhões de pessoas continuam a deslocar-se para o centro de Lisboa todos os dias, mas quando percorremos as ruas da cidade fora das horas de expediente ou ao fim-de-semana temos a sensação assustadora de que falta gente a esta cidade, de que lhe falta densidade. No entanto há hoje em Lisboa mais de 60.000 casas vazias prontas a habitar.

O problema da habitação não passa directamente pela arquitectura e pela construção de novas casas, é sim uma consequência directa da asfixia pro-vocada pelo mercado imobiliário e de erros sucessivos nas políticas de hab-itação da cidade. Rui Tavares escreve uma sequência de duas crónicas n’”O Público”1 onde desmonta e explica com clareza e sensatez o problema da

1 Rui Tavares. Os dois mercados. O Público, 15.09.2008 Rendas congeladas e casas congeladas. O Público, 17.09.2008

habitação na cidade de Lisboa, problema que identifica como “«o» prob-lema que mais precisa de ser repensado agora” na nossa cidade. Termina a segunda crónica dizendo que: “Se os prédios vazios são um desperdício, os prédios degradados são um verdadeiro delito contra a cidade.”Afirmação que nos lança para outro tema dentro do problema complexo que é a habitação em Lisboa. Existem neste momento na cidade 4.681 edifícios devolutos, destes 400 são considerados prioritários por constituírem um perigo para a segurança pública e estão por isso à espera de ser demolidos, outros 226 têm os processos camarários resolvidos mas os seus proprietários não levantam as respectivas licenças de construção. Isto porque neste momento é mais rentável não fazer nada a um edifício devoluto e até deixa-lo cair do que fazer-lhe obras. O mercado imobiliário perverteu as lógicas da habitação. Há edifícios da baixa pombalina que mudam de donos sem estes nunca terem intervindo neles, pois o preço dos lotes está constantemente a ser inflacionado, e não pagando os donos um imposto mais caro por estes ed-ifícios estarem vazios e por não sofrerem quaisquer obras de reabilitação, fica sem duvida mais lucrativo esperar simplesmente que estes se degra-dem e ficar com os avultados lucros da próxima venda.Apesar de estes edifícios estarem desocupados com a desculpa de serem antigos, das casas serem pequenas, sem elevador e de não haver lugar para os automóveis, sabemos que essa não é uma razão válida para fica-rem desabitados. Há muita gente que não muda para estas casas porque estas já não conseguem oferecer o mínimo de condições de habitabilidade devido há falta de manutenção ou porque o preço que o mercado imobil-iário por elas exige é demasiado exagerado. 01

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Alias, como foi dito numa das aulas, em Portugal, principalmente nos anos 70 e 80, e nas periferias das grandes cidades construiu-se muito e muito mal. Sendo estes edifícios que agora estão devolutos no centro das cidades anteriores a esta massificarão e deterioração da pratica da construção, têm na sua maioria melhores espaços, melhores soluções construtivas e estru-turais e melhor desenho do que os que abundam pelas nossas periferias. Não será por isso difícil imaginar que com pequenas obras de re-abilitação estes edifícios voltem a ser desejados pelas populações que foram forçadas a trocá-los por piores casas na periferia. Ainda assim é para mim obvio que os edifícios devolutos são um problema para ser tratado individualmente, pois estes foram construídos em épocas distintas, têm desenhos e tipologias variadas e estão inseridos em locais diferentes na cidade. Não podemos por isso estabelecer um modelo inter-venção para edifícios devolutos.

O arquitecto não faz nada sozinho, não conseguirá certamente sozinho e com um único projecto, resolver todos os problemas de uma cidade. Para isso é necessário existir uma estratégia e uma vontade politica. O arqui-tecto responde apenas ao pedido de um cliente e neste momento o que é pedido pelo “cliente” é que se construam 100 unidades de habitação na cidade. Apesar disso o arquitecto pode, e a meu ver deve sempre, posi-cionar a sua proposta de uma maneira critica face aos grandes problemas da cidade em que se insere. A Arquitectura é um elemento essencial da estratégia global de uma cidade para a resolução dos seus problemas.

Nesta linha de raciocínio, aquilo a que me proponho é em primeiro lugar procurar o habitar ideal para a cidade de Lisboa. Tenciono projectar uma casa protótipo com uma tipologia flexível, construída com o mínimo essen-cial, em área e em custo, procurando alcançar ao mesmo tempo o máximo de qualidade espacial e de conforto, tendo em conta as condições clima-téricas e geográficas da nossa cidade. Em paralelo a esta pesquisa foram eleitos vários locais no centro da cidade com características distintas para implantar estes protótipos, mas suficientemente grandes para poderem albergar no seu conjunto as 100 unidades de habitação. O que pretendo é tentar melhor adaptar caso a caso o protótipo de hab-itação que vou desenvolver, para criar habitações adequadas ao lote e à envolvente em que se vão inserir, conferindo-lhes todas as condições con-sideradas essenciais para um habitar qualificado na cidade de Lisboa.

É também claro que estes protótipos pretendem ser uma alternativa eficaz e qualificada à especulação imobiliária e rejeitam liminarmente por isso todos os autocolantes de luxo e etc. que se lhes possam colar.

Tenho a expectativa que, por si só e em conjunto, os onze trabalhos a ser-em apresentados no final do ano, através das 800 habitações que vão ser propostas, dêem de alguma forma uma resposta coerente e se constituam uma reflexão para o problema actual da habitação na cidade de Lisboa. • Introdução | 02

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Zona de Intervenção

Para este trabalho foram escolhidos vários lotes numa zona específica da cidade de Lisboa.Ao invés de tentar expandir a cidade para novas áreas pouco urbanizadas do concelho de Lisboa, como foram por exemplo operações como a con-strução de Telheiras e mais recentemente da Expo 98, procura-se com este trabalho reforçar a densidade do centro da cidade que atravessa hoje um forte problema de desertificação.

O objectivo é, através da ocupação de vazios urbanos no seio da cidade consolidada, tentar potenciar as zonas envolventes para que possam in-verter a tendência de desertificação. Assim, os lotes escolhidos encontram-se naquela que é hoje a área central da nossa cidade, com a vida mais cosmopolita, as Avenidas Novas.

Avenidas Novas

O plano das Avenidas Novas surge pela mão de Frederico Ressano Gar-cia (1847-1911), formado em engenharia pela École Imperiale des Ponts Chausses de Paris em 1869. Aí Ressano Garcia observa os planos de Hauss-mann para a cidade, que vêm a influenciar fortemente os planos realizados em Lisboa.Entre os planos realizados por Ressano Garcia, destacam-se o plano da Avenida da Liberdade (1879), o Plano da Praça Marques de Pombal, o Plano da Avenida das Picoas (1889, hoje Avenida da República) e o Plano Geral de Melhoramentos da Capital (1903). Os planos abrangem uma área que vai desde os Restauradores até ao Campo Grande, e com eles Ressano Garcia ficou na história como o homem mas importante para o urbanismo da cidade, desde Marquês de Pombal.

Ao invés de rasgar grandes vias no seio da cidade consolidada como Hauss-mann faz em Paris, Ressano Garcia opta por expandir a cidade para norte de forma ordenada, através de viários eixos estruturantes, os grandes Boulevards, aos quais eram sobrepostas malhas ortogonais hierarquizadas, pela tipologia das vias conjugada com a modulação dos quarteirões, que suportavam infra-estruturas inovadoras (de saneamento, água, gás, electricidade, telefone, car-ris para tracção animal e eléctrica e rodovias com passeios). Foi ao mesmo tempo pensado todo um sistema vegetal constituído por parques urbano e florestal, jardins públicos e privados, alinhamentos arbóreos paralelos às vias para tráfego rodoviário ou implantados em passeios centrais, organizados em função dos eixos viários estruturantes e das tipologias de vias urbanas.03

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Vista do Lote para a Cidade

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O lote escolhido fica num quarteirão, com 105 por 60 metros, a meio da Avenida Duque de Loulé. Está localizado na fronteira das freguesias do Coração de Jesus e São Jorge de Arroios. Com uma área de 720m² o lote atravessa o quarteirão de um lado ao outro tendo no seu interior dois edifí-cios devolutos com 16 metros de altura que dão para a Rua Bernardo Lima (nº50-58 e 64), dos quais só restam as fachadas. Um destes edifícios, o nº 64, foi residência alugada de Salazar, de 1935 a 1938, passando já depois do 25 de Abril a sede da UDP (União Democrática Popular).As cérceas dos edifícios envolventes variam entre os 16 e os 40 metros. Dois desses edifícios, nos cantos mais a norte e mais a sul do quarteirão, são hotéis. No interior do quarteirão encontram-se diversas adições, quer a um dos hotéis quer a uma garagem e a um supermercado e há também antigas ruínas.O PDM define esta zona como Área Consolidada Mista (SCC4). •

Zona de Intervenção | 04

Vista do Interior do Quarteirão

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Carta Topographica da Cidade de Lisboa e seus arredores | Filipe Folque | 1856-1858 | Esc. 1:5000

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Extracto da Carta Topografica da Cidade de Lisboa Publicada em 1871 tendo sobrepostas as alterações até 1911 | Esc. 1:5000

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Planta Topográfica de Lisboa | 1909-11 | Pinto, Júlio António Vieira da Silva | Esc. 1:5000

Planta Actual de Lisboa | Esc. 1:5000

Plantas Históricas | 06

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Ortofotom

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Interior de Quarteirão sem construção | 1545 m²

Ruínas no Interior do Quarteirão | 670m²

Galeria ComercialSupermercado

Hotéis

Interior de Quarteirão com construção | 460 m²

Interior de Quarteirão semconstrução | 2080 m²

Comércio | 466 m²

Acessos Verticais

Equipamento Comunitário85 m²

Interior de Quarteirão semconstrução

Escritórios | 466 m²

Acessos Verticais

Equipamento Comunitário85 m²

Habitação | 416 m²

Estacionamento dos Hotéis

Garagem STUL

Limite Interior do Quarteirão

Estacionamento dos Hotéis 3325 m²

Acessos Verticais

Áreas de compensação das construções no piso térreo 475 m²

Limite Interior do Quarteirão

Estacionamento Habitação e Escritórios | 3830 m²

Acessos Verticais

Limite Interior do Quarteirão

Piso Térreo Existente

Piso Térreo Proposto

Piso 1 e Superiores Propostos

Piso -1 Existente

Piso -1 Proposto

Piso -2 e Inferiores Propostos

Intervenção à Escala do Quarteirão

O Projecto consiste num grande volume levantado do chão que une as duas frentes de rua do lote e em outros três volumes mais baixos que fa-zem o prolongamento das cérceas dos edifícios contíguos, definindo assim o plano das ruas e reforçando a ideia de interior de quarteirão.Para reforçar a clareza da estratégia para este projecto, apenas o grande volume elevado do chão contém as habitações pedidas no enunciado. Por ser uma zona que o PDM prevê como mista, os outros três volumes des-tinam-se a comércio, escritórios e a um equipamento comunitário. Assim a separação programática vêm reforçar a ideia implícita na separação e assunção por si dos volumes.

O projecto pretende, além da construção de fogos de habitação con-tida no enunciado, pensar o que pode vir a ser o espaço de interior deste quarteirão.As premissas do projecto vão no sentido de enfatizar essa vontade de pen-sar e valorizar o interior do quarteirão, já que o edifício de habitação se formaliza como uma ponte que une as duas frentes de rua, levantando-se do chão e libertando assim mais área no interior do quarteirão.

O projecto tem a ideia de pensar e qualificar o interior do quarteirão como um todo. O objectivo é tornar este espaço, que está hoje esquartejado e privatizado em pequenos segmentos avulsos numa ampla praça interior, ajardinada e arborizada, à qual possam aceder todos os moradores do quarteirão e também os utentes dos hotéis nele existente.

Para isso seriam demolidas todas as construções e ruínas do interior do quarteirão, e para esta intervenção viabilidade económica seria construído no subsolo um parque de estacionamento que serviria de garagem para todos os moradores, os escritórios e os hotéis desta zona.Como se pode perceber nos esquemas de ocupação do quarteirão, no primeiro piso de estacionamento ficariam então as áreas de compensação pelas construções demolidas no interior do quarteirão ao nível térreo, e lugares de estacionamento para os dois hotéis existentes no quarteirão. Os pisos inferiores estariam pisos de estacionamento destinados aos mo-radores e aos escritórios.A tampa deste estacionamento seria ajardinada, contendo pontualmente caldeiras com árvores, e poderia ser dotada também de infra-estruturas desportivas ou para crianças.

O volume das habitações pretende também reforçar a ideia de requalificação do interior do quarteirão, já que inverte a lógica de desenho de alçado habitual, sendo os seus alçados de rua cegos e os que dão para o quarteirão desenhados como se de fachadas principais se tratassem, com um padrão ritmado para dar uma nova “cara” a este interior. Este ritmo é dado pelas variações da tipologia base e pela simetria em planta que os pisos vão tendo à medida que subimos.Os acessos verticais deste edifício localizam-se a cada dois apartamentos, sendo assim o acesso às habitações feito em esquerdo-direito, como na maior parte dos edifícios da cidade. Com a variação das tipologias ao longo dos pisos con-segue-se por vezes que o átrio de acesso seja exclusivo a uma única habitação.

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No âmbito da disciplina Estudo da Paisagem no semestre que decorre, inter-essa pensar de que maneiras o interior de quarteirão pode ter um carácter mais público de serviço e usufruto a uma comunidade mais alargada. A ideia é pensar que esta intervenção se pode estender, de uma forma directa, aos outros interiores de quarteirão das Avenidas Novas, que por terem tipologias, dimensões e proporções aproximadas configu-ram situações semelhantes às do lote em análise.É preciso também pensar também o papel que os interiores de quar-teirão genericamente representam hoje na cidade e o potencial papel que poderão vir a representar. Que relações se podem criar entre estes interiores e o resto da cidade.

Hoje, fruto da maneira como os loteamentos foram feitos, temos inte-riores de quarteirões esquartejados e cada vez mais construídos, que resultam em espaços desinteressantes e que trazem atrás de si um sem número de problemas. Como foi explicado na introdução, a cidade sofre graves problemas de desertificação, e sente-se que é preciso qualifica-la e densifica-la para reverter esta tendência. Neste contexto, que papel podem os quar-teirões ter no equilíbrio entre a densificação e impermeabilização dos solos versus a área permeável para a infiltração e retenção necessárias das águas nos solos. •

Intervenção à Escala do Quarteirão | Fotom

ontagem | 10

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Planta do Piso Térreo | Esc. 1:500 Legenda: 1.Acessos Verticais | 2.Escritórios | 3.Equipamento Comunitário

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Plantas Esc. 1:500 | 12Piso 1

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Alçado Norte | Esc. 1:500

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Cortes Esc. 1:500 | 14

Corte Longitudinal | Esc. 1:500

Corte Transversal | Esc. 1:500

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Tipo

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Tipologia

Como foi dito na introdução aquilo a que me propus neste exercício foi procurar o habitar ideal para a cidade de Lisboa.

Pareceu-me em primeiro lugar que um habitar qualificado em Lisboa exi-giria a integração de um espaço exterior privado, um pátio, terraço ou varanda, com dimensão suficiente que permitisse aos habitantes gozarem do exterior nas suas habitações.Esta decisão acontece baseada na observação das condições climatéricas e geográficas da nossa cidade.Lisboa tem um clima temperado todo o ano devido à proximidade do mar. Mesmo no Outono e no Inverno, altura em que as temperaturas baixam, é possível desfrutar de dias ensolarados e amenos.Além disso, dada a topografia da cidade, é possível ter vistas de vários pontos sobre a cidade.Assim é dada ao pátio uma importância central na habitação, representan-do ¼ da área do piso 0. Este pátio é tratado como uma sala exterior que permite o seu usufruto todo o ano, e serve também como um dispositivo que medeia a relação do interior com as vistas sobre a cidade.

Para esta habitação foi escolhida trabalhar como base a tipologia T3 por me parecer ser a tipologia mais flexível. É a tipologia limite para albergar um único habitante e permitir que este se senta confortável, e tendo mais uma divisão que o T2, permite ter um número maior de habitantes, e uma maior variedade na ocupação dos espaços.

A habitação desenvolve-se em duplex e é dividida em 4 por dois eixos perpendiculares. No piso térreo temos num primeiro “quadrante” a en-trada, junto aos acessos verticais, com pé direito simples, que se abre para a sala de duplo pé direito. Esta entrada comunica com a cozinha. O volume da cozinha tem também uma dispensa e uma casa de banho. No lado oposto encontram-se as escadas para o piso de cima e uma divisão que abre para o pátio que pode ser utilizada como sala de jan-tar ou escritório. O pátio, para o qual as divisões principais da casa se abrem, conta com a mesma área da sala de duplo pé direito, e juntas têm metade da área do piso térreo da casa.No piso de cima temos ao centro a saída das escadas e uma mezanine que se abre sobre a sala e dá acesso à casa de banho e aos quartos. De cada lado da casa encontram-se os quartos com as mesmas dimensões.No alçado sul existe apenas uma grande abertura, a do pátio, que pretende reforçar a importância deste na casa. No Alçado norte o desenho de fachada é inverso ao alçado sul sendo agora abertos vãos directamente neste alçado.

Como se pode ver nos esquemas, a partir desta tipologia base, são feitas inúmeras variações, ocupando sempre a mesma área de laje e tendo di-visões de áreas iguais, que pretendem possibilitar a máxima variação na apropriação do espaço pelos diferentes tipos de ocupantes.

Tipologia

Base

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Quarto

Sala

Escadas

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1. Entrada2. Cozinha3. W.C4. Dispensa5. Arrumos6. Sala7. Sala de Jantar | Escritório | 3º Quarto8. Pátio | Varanda

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Planta Corte e A

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Planta Piso 1 | Esc. 1:100

Corte Transversal’ | Esc. 1:100

Alçado Norte | Esc. 1:100

Legenda:

3. W.C6. Sala8. Pátio | Varanda10. Quarto3

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