10 patacas amélia antónio chefe em lisboa em novo mandato ... · locais. por outro lado, diz ser...

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5082 • Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 10 PATACAS 25 0 C/31 0 C • HOJE Fonte SMG O 11 de Setembro visto em Macau DOSSIER Centrais No seio da Comissão Mista, Portu- gal e Macau procurarão hoje acer- tar agulhas para abrir novas vias de cooperação, prevendo-se uma atenção especial a questões como o ensino da língua portuguesa FOTO JTM “Insuficiências” afastam evento internacional de banda-desenhada A “Macau Comickers Asso- ciation” deixou de fazer parte da organização de Conferên- cia Internacional de Artistas de Comic, devido a “insufi- ciências” da organização local, apesar de ser subsidiada pelo Fundo das Indústrias Criati- vas. Pág. 6 Chefe em Lisboa ao mais alto nível BRUNO SIMÕES, SECRETÁRIO DA ASSOCIAÇÃO MISE, EM ENTREVISTA AO JTM Infraestruturas impedem desenvolvimento do sector das Convenções Págs . 2 a 4 Pág. 8 Pág. 7 FOTO ARQUIVO Crioulos asiáticos de raiz portuguesa em debate na UM O Departamento de Portu- guês da Universidade de Ma- cau realiza, nos próximos dias 14 e 15, uma conferência inter- nacional sobre multilinguis- mo, com os crioulos de base lusa da Ásia a figurarem entre os destaques. Pág. 8 Sporting de Macau nas meias-finais de bolinha graças ao Night Walker Ao Lam Pak bastava o em- pate para seguir em frente, mas o Night Walker estra- gou a festa aos pupilos de Noruega. Quem agradeceu foi o Sporting, que assim termina em segundo lugar do grupo. Pág. 12 Formula 3 em dúvida Amélia António em novo mandato A drª Amélia António volta a can- didatar-se à presidência da Casa de Portugal na única lista candidata que vai a votos esta quarta-feira. Ao JTM revela alguns dos mais pre- mentes problema da Casa Pág. 5

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5082 • Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 10 PATACAS

250C/310C• • • HOJE

Fonte SMG

O 11 de Setembro visto em Macau DOSSIERCentrais

No seio da Comissão Mista, Portu-gal e Macau procurarão hoje acer-tar agulhas para abrir novas vias

de cooperação, prevendo-se uma atenção especial a questões como o ensino da língua portuguesa

FOTO

JTM “Insuficiências” afastam

evento internacionalde banda-desenhadaA “Macau Comickers Asso-ciation” deixou de fazer parte da organização de Conferên-cia Internacional de Artistas de Comic, devido a “insufi-ciências” da organização local, apesar de ser subsidiada pelo Fundo das Indústrias Criati-vas. Pág. 6

Chefe em Lisboaao mais alto nível

BRUNO SIMÕES, SECRETÁRIO DA ASSOCIAÇÃO MISE, EM ENTREVISTA AO JTM

Infraestruturas impedemdesenvolvimento do

sector das Convenções Págs. 2 a 4 Pág. 8

Pág. 7

FOTO

ARQ

UIVO

Crioulos asiáticosde raiz portuguesa em debate na UMO Departamento de Portu-guês da Universidade de Ma-cau realiza, nos próximos dias 14 e 15, uma conferência inter-nacional sobre multilinguis-mo, com os crioulos de base lusa da Ásia a figurarem entre os destaques. Pág. 8

Sporting de Macau nasmeias-finais de bolinhagraças ao Night WalkerAo Lam Pak bastava o em-pate para seguir em frente, mas o Night Walker estra-gou a festa aos pupilos de Noruega. Quem agradeceu foi o Sporting, que assim termina em segundo lugar do grupo. Pág. 12

Formula 3em dúvida

Amélia António em novo mandato A drª Amélia António volta a can-didatar-se à presidência da Casa de Portugal na única lista candidata

que vai a votos esta quarta-feira. Ao JTM revela alguns dos mais pre-mentes problema da Casa Pág. 5

02 JTM | LOCAL Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Redacção: Catarina Almeida, Inês Almeida, Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Fátima Almeida, Helder Fernando, Raquel Carvalho, Pedro André Santos e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Secretário da Redacção : Alexsandro Sampaio • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

Como é que avalia o desenvol-vimento do sector MICE (con-venções, exposições e reu-

niões) ao longo destes anos?-Penso que tem sido positivo. No-

ta-se bastante que existem dois rit-mos. O ritmo do sector privado, que constrói, desenvolve e opera a um ritmo e com uma certa eficácia e de-pois temos a parte do Governo que tem tido, como todos podemos obser-var, um ritmo que não acompanha o dos privados. Nomeadamente a ní-vel das infraestruturas, que tem sido o principal calcanhar de Aquiles do território. Temos o mesmo terminal de ferry inaugurado em 1993, temos o mesmo aeroporto inaugurado em 1996 e a cidade mais que triplicou. Temos um terminal de ferry na Taipa que é um barracão. Todo o Cotai com 15.000 quartos foi construído e não se conseguiu abrir um terminal na Tai-pa. Isto são sinais das diferenças de ritmo. Isto afecta muito todo o desen-volvimento dos eventos de negócios, porque chegar a Macau nestas condi-ções é sempre triste. Sair do avião e ir debaixo de chuva até ao aeroporto ou passar por estes terminais marítimos, quando nem sequer existem outras li-gações não é positivo.

-Como é que vê o futuro?-Macau tem todas as condições

para ser um destino de MICE de exce-lência a nível asiático. A grande per-gunta neste momento é saber quando é que chegamos lá, porque precisamos de todos os ingredientes na fórmula dos eventos de negócios. Até todos os ingredientes estarem reunidos não se-remos um destino de excelência, mas um bom destino.

-E quando é que isso poderá acon-tecer?

-Penso que de três a cinco anos, há dois ou três factores que farão uma grande diferença. A curto-prazo, a

abertura do terminal da Taipa, que o Governo já anunciou várias vezes a abertura. A ponte para Lantau, ao lado do Aeroporto de Hong Kong e o Metro Ligeiro no lado da Taipa. Estes três ingredientes vão melhorar mui-to a acessibilidade de Macau a nível internacional e regional e vão ajudar muito o sector.

-Existe muita expectativa em tor-no dessas estruturas…

-Sim. Quem organiza eventos, quem trabalha com grupos de pessoas que entram e saem sente vergonha quando está perante as pessoas que visitam Macau. Eu sinto-me envergo-nhado. Acho que só não sente vergo-nha quem não enfrenta essas pessoas. Qualquer um sentiria vergonha de ter pessoas, como no terminal da Taipa num calor infernal à espera para en-trar dentro do terminal. É vergonhoso e terceiro-mundista. Não se encontra em país nenhum da Ásia que eu sai-ba nestas condições. É preciso ter esta noção. Quando as pessoas chegam e estão à espera das malas no terminal é outra vergonha. Afecta muito a re-putação de um evento logo à chegada, porque as pessoas perguntam: mas o que é que aconteceu? Há um proble-ma nesta cidade. É logo a ideia à che-gada.

-E no final? Qual a ideia com que partem?

-Em geral, as expectativas são ex-cedidas. Pensavam que Macau era um género de Las Vegas, tudo falso e construído de novo, mas depois per-cebem que existe um passado muito

interessante, existe cultura local, pa-trimónio mundial e arquitectura que não faziam ideia. É preciso ver que a história de Macau é mais antiga do que a história dos Estados Unidos, da Austrália e de muitos países da Ásia. Quem vem, fica espantado e positiva-mente surpreendido com esse passa-do interessante.

-Em termos de património e turis-mo nesta vertente, o trabalho de Go-verno tem sido satisfatório?

-A nível promocional e de imagem existem duas grandes áreas que não podem ser confundidas. Temos o tu-rismo de lazer e aí os Serviços de Turis-mo (DST) têm feito um bom trabalho ao longo destes anos. É um trabalho árduo e o sector é muito competitivo, mas acho que o balanço é bastante po-sitivo. Podíamos ser um pouco mais modernos, mas tem sido feito um tra-balho muito bom. Existem recursos abundantes para tal e existem boas equipas nesse nível. No nível de turis-mo de negócios, o Governo optou por dividir em dois, as viagens de incen-tivo com a DST e a parte de reuniões e exposições com o Instituto de Pro-moção do Investimento e do Comércio de Macau (IPIM). Foi um processo de divisão feito há quatro ou cinco anos e atribulado, porque demorou muito tempo. Toda esta transição afectou o desenvolvimento da promoção nesta área e ainda existe bastante trabalho a fazer. Daí uma das razões para ter-mos criado a Associação de Reuniões, Incentivos e Eventos Especiais (MISE) para complementar o trabalho do Go-

Liane Ferreira verno nesta área. O Governo não tem de fazer tudo. Os privados e socie-dade civil também têm de trabalhar, unir-se, promover e desenvolver. No turismo de negócios tem de se acele-rar as ferramentas que existem. São poucas, mas tem de se ter uma ima-gem de excelência a nível internacio-nal porque temos muita concorrência. Concorremos com cidades que estão muito à frente como Singapura, Hong Kong, Seoul e mesmo Xangai. Temos de ter uma promoção de excelência nesta área.

-Mas disse que as ferramentas são poucas.

-São poucas, é preciso haver fer-ramentas online e em papel. Também têm de ter uma imagem distinta da parte de lazer, porque é um segmen-to à parte. Nos últimos anos, não se fez nada nesta área, ou fez-se muito pouco, também devido à transição da DST para o IPIM.

-Além das infraestruturas, exis-tem outros aspectos que se podem melhorar?

-A curto prazo, o que o MICE pre-cisa muito, antes da ponte para Hong Kong que vai demorar muito tempo, são ligações regulares para o Aeropor-to Internacional de Hong Kong. Isto é uma área que o Governo devia inter-ferir directamente e subsidiar, porque as ligações para Macau são ridículas. Se voa de Jacarta ou de Xangai, aterra--se em Hong Kong e são precisas três horas para chegar a Macau com duas fronteiras e três autocarros pelo meio. É ridículo. Há pessoas que pensam que voar para Macau é conveniente e resolve, mas às vezes não resolve, especialmente com pessoas de negó-cios, que têm os seus horários, as suas companhias favoritas e por isso vão para Hong Kong, mas depois sofrem muito para cá chegar. Não sei o que é que estão à espera ao longo destes anos todos, que nunca resolveram a questão. Se os privados não se in-teressam, o Governo pode interferir,

BRUNO SIMÕES, SECRETÁRIO DA ASSOCIAÇÃO MISE, EM ENTREVISTA AO JTM

Injustificado “proteccionismo dos meninos locais”

Salientando que o sector das convenções, exposições e reuniões opera a duas velocidades diferentes e o Governo não acompanha o passo dos privados, o secretário da Associação de Reuniões, Incentivos e Eventos Especiais (MISE)

destaca que as infraestruturas são o “Calcanhar de Aquiles” do território, motivo de vergonha e impeditivo ao desenvolvimento do sector. Numa

análise ao sector, Bruno Simões considera existir uma asfixia em termos de recursos humanos, devido ao “proteccionismo” do Executivo em relação aos

locais. Por outro lado, diz ser “urgente” o Governo alugar espaços como o Dome, Teatro D. Pedro V ou Centro Náutico dos Lagos Nam Van aos privados

para eventos para desenvolver o sector a curto-prazo

O Governo pode interferir, gasta dinheiro em tudo, gasta oito milhões para por o pato amarelo na baía,

também pode gastar uns milhões a resolver essa questão da regularidade dos ferries para o aeroporto

de Hong Kong

Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 03

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gasta dinheiro em tudo, gasta oito mi-lhões para por o pato amarelo na baía, também pode gastar uns milhões a resolver essa questão da regularidade dos ferries para o aeroporto de Hong Kong. Isto toda a gente sabe e vê. -Mais algum aspecto a ser resolvido?

-Também devem abrir as infraes-truturas do Governo a eventos, por exemplo o Dome, que é muito difícil, a doca dos barcos Dragão nos Lagos Nam Van, o Teatro D. Pedro V, que está fechado e cheira a mofo o ano inteiro e é um local maravilhoso para eventos. São todos sítios inacessíveis a eventos, sem falar de sítios mais nobres e mais pequenos como a Casa de Lou Kau, a Fortaleza do Monte, o próprio auditório do Museu de Ma-cau onde já tentei usar para levar os turistas e dar um briefing da história de Macau e está fechado. Dizem que é só para escolas e para o Governo. Isto é urgente e a curto-prazo, aquilo que o Governo pode fazer para aju-dar Macau nesta área. Isto faz muita diferença, porque as pessoas não po-dem estar fechadas dentro dos ho-téis o tempo todo para depois sair do autocarro e ir ver as Ruínas. Isto não faz sentido, nem tem significado. Os eventos precisam destas ferramen-tas. Em Pequim, conseguimos fazer um evento na Muralha da China, e é Património Mundial, ou na Cidade Proibida e no Cubo de Água. Não faz sentido, Macau continuar nesta pers-pectiva de ter medo que os privados e as associações de Macau também reivindiquem a utilização. Coloquem um preço e aluguem. O Património deve ser usado até à exaustão, não é para cheirar a mofo.

-Há quem defenda que o territó-rio devia focar-se em convenções e não em feiras. Concorda?

-Pessoalmente, penso que Macau tem poucas condições para ser um destino de feiras de excelência. A primeira grande razão é porque não existe uma economia, não se produz nada em Macau, nem a nível indus-trial, nem agrícola. As feiras estão as-sociadas à excelência que o país tem em determinadas áreas, a nível mun-dial as grandes feiras são na Alema-nha, nos Estados Unidos, na China. A outra grande razão é porque não te-mos a infraestrutura completa. Como é que alguém vem às feiras a Macau? Não vem. Depois estamos rodeados de concorrência fortíssima: Cantão, Hong Kong e Shenzhen. Devemos apostar nas convecções e reuniões porque temos 13.000 quartos no Co-tai com arenas, com salas de reuniões, com restaurantes, com todos os in-gredientes e não temos concorrência à volta. Onde é que há 5.000 quartos juntos? Em Hong Kong não existem, em Shenzhen também não, nem em Cantão.

-E Zhuhai?-Zhuhai ainda tem muito caminho

a percorrer. A infraestrutura começou agora, não tem nome. No fundo, tem um hotel grande e pouco mais, um espaço associado ao lazer. Tem poten-cial, mas vai demorar. Penso que vai ajudar Macau.

-Não será portanto uma ameaça. -Não. Serão sempre complementa-

res. A concorrência é boa. Zhuhai ain-da tem uma grande dificuldade, que é vantagem de Macau e são os vistos para a China. Na área dos eventos de negócios faz muita diferença, por-que existem muitos organizadores de eventos e empresas que sabem que não é fácil obter vistos para a China e evitam os eventos no Continente. Os vistos são caros e inconvenientes.

-Será possível existir MICE sem subsídios do Governo ou pelo menos com menos?

-Claro que é possível. Era mais im-portante termos mais ligações a Hong Kong e poder usar os espaços que o Governo controla do que ter subsí-dios para as reuniões. Isso é notório. Trabalho com muitos clientes e pen-sam que é bom ter isso, mas não é isso que os traz a Macau. Em muitos eventos, não é por terem 150 USD por delegado que vêm para Macau, aliás o evento vai a outras cidades que não dão nada. Isso ajuda, mas não é fun-damental.

-Qual a situação em termos de re-cursos humanos?

-A mão-de-obra está em situação de asfixia neste sector e noutros. Es-tamos mais ou menos num colete--de-forças, não nos podemos mexer muito. Não existe liberdade de con-tratação e isso é uma manipulação. Existe até uma questão que em Macau é ridícula: as esposas ou maridos de muitos quadros em Macau não po-dem trabalhar. Em Hong Kong é per-mitido. Não faz sentido estar a limi-tar o mercado desta forma exaustiva. Têm de olhar para o sector do MICE, se for estratégico como dizem, de uma maneira diferente daquela que se olha para outras áreas. Todos os sectores são analisados de uma forma discricionária que ninguém entende muito bem. Pode ter mais ou menos trabalhadores não residentes? Nunca se sabe. À partida, é um não. É tudo gerido de forma muito pouco transpa-rente e pouco criteriosa. Deve ser feito um paralelo com cidades muito pare-cidas com a nossa como Hong Kong e Singapura que gerem a questão dos recursos humanos de forma muito mais eficaz, aberta e a gerar concor-rência aos locais. O facto de Macau não ter desemprego não é bom, por-que está a gerar uma sociedade local e juventude macaense que não tem o espírito competitivo, de trabalho ár-duo, de ambição que devia ter. A su-perprotecção dos trabalhadores locais não é boa. É como uma mãe galinha, não é bom. Mas quem é que não vê isto? Toda a gente vê e sente. Enquan-to o Governo continuar assim, só cria meninos mimados, trabalhadores que sabem que vão vingar e ter uma car-reira porque não têm concorrência. Neste sector é gritante, porque está a crescer de forma exponencial, mas o Governo abre pouco os recursos.

O que o Governo fez aos grandes operadores e pequenos, como nós, foi em vez de expandir os recursos hu-manos que vêm de fora ao ritmo de crescimento do sector, limitaram ain-da mais. Queremos expandir e não deixam. Abrem os recursos a não re-sidentes de forma mínima ou mesmo em sentido decrescente. Em termos de grandes operadores do Cotai, e não vou dar nomes porque não tenho de falar por eles, estão a fazer-lhes a vida negra. E onde é que há pessoas em Macau? Não sei. A população não cresce dessa maneira. Não faz qual-

quer sentido. Há ainda outra área que ninguém fala: quem quer investir em Macau? Nós temos pouca concorrên-cia, porque ninguém se consegue es-tabelecer.

-Porquê?-Por exemplo, vou abrir uma dele-

gação, quero trazer um director-geral, uma segunda pessoa e contratar duas localmente. É possível? Não. Mas eu vou abrir uma delegação com uma pessoa que eu não conheço? Por isso é que não há investimento nesta área nem há novas empresas. Eles [Go-verno] dizem que é muito fácil tra-zer essas pessoas, mas se falarmos com um advogado que vai ajudar a tratar do processo, é um “31”. Leva muito tempo, custa muito dinheiro, colocam muitos entraves, a verdade é essa. Não dão “Blue Cards”, temos os mesmos há oito anos. Nós pedimos e dizem que não precisamos, que há pessoas de Macau suficientes. Nós e outras empresas. A teoria do protec-cionismo foi ultrapassada há dezenas de anos, mas em Macau pratica-se proteccionismo dos meninos locais sem qualquer justificação. Nomeada-mente, no sector do MICE em que o Governo continua a dizer que há re-cursos locais suficientes. Além disso, é um sector muito árduo e há muitas pessoas com formação de turismo e turismo de negócios que fogem para outras áreas mais cómodas. Não te-mos horários, temos muito stress, noites e fins-de-semana de trabalho e prazos constantes. Os locais querem fazer isso? Não preciso responder. Ga-nhando o mesmo nesta área ou nou-tra, eu talvez faría como eles.

-Como é que fazem para manter os trabalhadores?

-Fazemos o que pudemos para mo-tivar as pessoas. O sector também é interessante, temos clientes muito di-versificados, cada evento é diferente, mas é difícil reter as pessoas.

-Esta indústria foi muito afectada pelo abrandamento do jogo?

-O impacto no MICE até acabou por ser positivo. Ninguém fala e nin-guém percebe porquê. Os hotéis es-tavam bloqueados pelos operadores do jogo. Tinham tanto dinheiro que compravam e bloqueavam os quartos. Com este libertar dos quartos, existe mais oferta para lazer e eventos de

Todos os sectores são analisados de uma forma discricionária que ninguém entende muito bem.

Pode ter mais ou menos trabalhadores nãoresidentes? Nunca se sabe. À partida, é um não.

É tudo gerido de forma muito poucotransparente e pouco criteriosa

A superprotecção dos trabalhadores locais nãoé boa. É como uma mãe galinha (...) Enquanto

o Governo continuar assim, só cria meninosmimados, trabalhadores que sabem que vão

vingar e ter uma carreira porque não têmconcorrência. Neste sector [MICE] é gritante,

porque está a crescer de forma exponencial, mas o Governo abre pouco os recursos

negócio. Os próprios operadores pas-saram a olhar para o MICE e dizer: tenho de ocupar o hotel. Isso foi po-sitivo.

Infelizmente, o abrandamento do sector do jogo coincidiu com uma conjuntura económica, que afectou Macau, Hong Kong e outras cidades. O abrandamento da economia chine-sa, a valorização do dólar americano e logo da pataca e do dólar de Hong Kong afectou muito o sector dos eventos nas duas RAE’s. A desvalori-zação do yen japonês e da moeda sul--coreana também afectou e estamos a passar por um período em que não é politicamente correcto vir a Macau ou é mais caro.

-Já se vê alguma melhoria?- Não significativa. Vamos ver no

próximo ano. Este ano está mais ou menos feito, mas não é um bom ano nesta área. Os operadores do Cotai não acho que estejam mal, mas para o turismo de negócios e convenções, especificamente, não foi bom.

-Tiveram de optar por uma estra-tégia especial?

-Continuamos a promover, inves-tir no marketing e fazer controlo de custos. Nesta área, não se faz saldos. Temos de ser mais agressivos e fazer mais marketing.

-Relativamente à MISE têm al-gum evento planeado?

-Estamos a trabalhar num evento que se chama “Macau Events Planners Guide” e esse é o nosso maior projecto para este ano. É especificamente para reuniões e incentivos e para eventos especiais, como festivais, casamentos, concertos. É a nível internacional e será em inglês.

-Já sabem quantos participantes poderão esperar?

-Queremos que represente Macau, por isso estamos a trabalhar. Quere-mos que tenha para aí 90% do sector, mas é normal que alguém fique de fora. Estará pronto para aí em final de Outubro.

-Quando apresentou a Associa-ção, disse que pretendiam incentivar a certificação e educação. Por algum motivo em especial?

-A certificação é sobretudo porque

a nível internacional é reconhecida e quando uma cidade começa por ter mais pessoas certificadas o impacto é maior e os clientes reconhecem isso. A educação é uma questão básica. A for-mação contínua, hoje em dia, é fun-damental em qualquer sector e neste também. Também existem poucas formações técnicas e especificas nes-ta área em Macau. Temos cursos de turismo, mas a nível de MICE temos pouca formação e precisamos de mais.

Segunda-feira, 12 de Setembro de 201604 JTM | LOCAL

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Isso é reconhecido por todos os ope-radores. Aliás, temos uma formação esta semana, a 13 e 14, com a associa-ção SITE (Society For Incentive Travel Excellence), apoiada e bem pelo IPIM. Teve bastante adesão, aliás nunca se fez nada de formações a nível de via-gens de incentivo em Macau. Basica-mente, é trabalhar com a indústria para a indústria. Devem ser os priva-dos e sociedade civil a trabalhar para os seus interesses. Existe muitas vezes a ideia de que o Governo tem de fazer tudo, porque o Governo faz realmente muita coisa, mas não deve ser assim. Os privados também têm de se mexer e o Governo tem muitos e excelentes apoios para diferentes áreas. Existe é muitas vezes, falta de iniciativa dos privados, quem quiser fazer que faça.

-O que é que o preocupa mais no território como cidadão?

-A qualidade de vida está ameaça-da em Macau e tem vindo a decrescer. Esse é o grande desafio para o futu-ro de Macau. O plano urbanístico é uma necessidade gritante. Tem de se lutar para que esse plano seja de-lineado e inclua a qualidade de vida das pessoas. Com ele tem de existir transportes e a parte da saúde, onde também temos de dar um salto qua-litativo, rapidamente. A nível de educação é positivo, mas a habitação também tem de ser controlada. Acon-teceu agora o arrefecimento do preços mas por factores exógenos a Macau, têm de ser controlados de forma mais eficaz como acontece em outras cida-des. Os espaços verdes também são importantes. O Parque Central da Taipa fecha às 10h da noite e não faz sentido. Está tudo limitado naquele

parque. Os espaços verdes públicos são fundamentais e os que existem são usados de forma intensiva. Podia ha-ver um caminho marítimo no lado de Macau. Porque é que os lagos não são desenvolvidos? Puseram umas gaivo-tas, mas elas só podem andar 50 me-tros para cada lado. Os Lagos foram

desenhados na altura dos portugue-ses e foram mal desenhados. Aquilo é uma cova, estou lá e vejo uma parede de cimento, por isso é que o espaço está ameaçado, porque é desagradá-vel. Devia ser reformulado. Enquanto estiverem no registo de adjudicar sem prazos e ao mais barato, os resultados

estão à vista, tudo demora anos a con-cretizar-se. Em termos de obras públi-cas, Macau deve investir muito e fazer uma revolução em termos de recursos alocados para fazer as obras de forma normal, nem digo rápida.

*Entrevista recolhida em gravador

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

EDITALEdital n.º : 106/E-BC/2016Processo n.º : 611/BC/2015/FAssunto : Início do procedimento de audiência pela infracção às disposições do Regulamento de Segurança

Contra Incêndios (RSCI)Local : Rua do Pato n.º 1, Edf. Va Fai, Bloco 1, parte do terraço sobrejacente às fracções 5.º andar A e 5.º andar B, escada comum entre os 2.º e 3.º andares, Macau.

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que ficam notificados os donos das obras e os proprietários do local acima indicado, cujas identidades se desconhecem, do seguinte:1. Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que no local acima indicado realizaram-se as seguintes

obras não autorizadas:

2. Sendo as escadas, corredores comuns e terraço do edifício considerados caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos, de acordo com o disposto no n.º 4 do artigo 10.º do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/95/M, de 9 de Junho. As alterações introduzidas pelos infractores nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto caminhos de evacuação e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, as obras executadas não são susceptíveis de legalização pelo que a DSSOPT terá necessariamente de determinar a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada.

3. Nos termos do n.º 3 do artigo 87.º do RSCI, a infracção ao disposto no n.º 4 do artigo 10.º é sancionável com multa de $4 000,00 a $40 000,00 patacas. Além disso, de acordo com o n.º 4 do mesmo artigo, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, será solidariamente responsável a entidade que presta os serviços de administração e/ou de segurança do edifício.

4. Considerando a matéria referida nos pontos 2 e 3 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data da publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 95.º do RSCI.

5. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, Macau (telefones n.ºs 85977154 e 85977227).

RAEM, 06 de Setembro de 2016

Pelo Director dos ServiçosO Subdirector

Cheong Ion Man

1.1

1.2

1.3

1.4

1.5

Obra

Construção de um compartimento com cobertura metálica, paredes em alvenaria de tijolo, janela de vidro e portão metálico.Instalação de gradeamento metálico.

Construção de um compartimento (primeiro piso) com cobertura em betão, paredes em alvenaria de tijolo e janela de vidro.Construção de um compartimento (segundo piso) com cobertura metálica, suporte metálico, paredes em alvenaria de tijolo e gradeamento metálico sobrejacente ao referido compartimento (primeiro piso).Instalação de gradeamento e portão metálicos.

Infracção ao RSCI e motivo da demolição

Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação.

Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação.Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação.

Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação.

Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação.

Local

Parte do terraço sobrejacente à fracção 5.º andar A

Parte do terraço sobrejacente à fracção 5.º andar B

Escada comum entre os 2.º e 3.º andares

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Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 05

ELEIÇÕES NA CASA DE PORTUGAL COM LISTA ÚNICA

Amélia António avança para novo mandato

FOTO

CAS

A DE

POR

TUGA

L

Foi a pensar nas “muitas” preocupações que Amélia António, actual presidente

da Casa de Portugal, optou por se recandidatar a um cargo que ocupa há 11 anos.

No entanto, já estava na al-tura de passar a pasta, admitiu. “Gostava de passar o testemu-nho porque são muitos anos à frente da Casa [de Portugal]. Temos renovado os elementos da direcção mas tenho sido co-mum aos vários anos e às várias equipas”, vincou Amélia Antó-nio ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

As eleições estão agendadas para dia 14, quarta-feira, com uma única lista candidata e que foi apresentada pela direcção cessante. Porém, haverá altera-ções no Conselho Fiscal e ainda a introdução de novos membros como André Ritchie, Margarida Marreiros, entre outros.

Uma das principais preocu-pações da actual presidente diz respeito às dívidas, no valor de um milhão e meio de patacas, resultantes do “fecho repentino” do Restaurante “Lusitanos”, na Casa Amarela. “Foi um inves-timento muito grande na deco-ração, nos equipamentos, em tudo. Era uma coisa que estava bem feita, estava muito bem montado mas gastou-se muito dinheiro e era suposto que isso fosse recuperado com o tempo de operação”, explicou Amélia António.

Nos comandos há 11 anos, Amélia António volta a candidatar-se à presidência da Casa de Portugal na única lista candidata que vai a votos esta quarta-feira. Falando ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, Amélia António referiu que entre os maiores desafios para o próximo biénio estão a resolução das dívidas resultantes do investimento no restaurante “Lusitanos”, e a necessidade de remodelar o interior do edifício que funciona como sede

Para divulgar todos os ateliês e as suas potencialidades, a Casa de Portugal organizou, pela primeira vez, um

“Dia Aberto” na Escola de Artes e Ofícios. As portas abriram-se logo pela manhã,

para receber não só alunos e formadores mas, sobretudo, toda a comunidade interes-sada em aprender um bocadinho mais sobre áreas como a joalharia, gravura, cerâmica, porcelana e tapeçaria portuguesa, concreta-mente da vila alentejana de Arraiolos..

Segundo a presidente da Casa de Portu-gal, a experiência correu “bastante bem”. “As pessoas que trabalham nos diversos ateliês estavam presentes e foram alguns alunos que estiveram a trabalhar nos seus próprios trabalhos. Os monitores foram explicando e mostrando além dos equipamentos, o traba-lho que estava a ser feito pelos alunos”, con-tou Amélia António ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Actualmente, existem quatro frações in-dustriais dentro da Escola de Artes e Ofícios, dentro dos quais há uma grande variedade de trabalhos que podem ser desenvolvidos em áreas como a música, informativa, audio-visual, entre outros. “Mostrámos um boca-dinho de tudo. Dentro das artes plásticas há sempre muita coisa diferente porque vamos abrindo cursos de especialização consoante o número de interessados”, disse.

Com este tipo de actividades a Casa de Portugal espera atrair mais interessados ao oferecer-lhes mais informação sobre o espa-ço propriamente dito bem como as capacida-des dos equipamentos existentes que a Esco-la de Artes e Ofícios possui. “É importante as pessoas perceberem isso porque às vezes não se entusiasmam ou pensam que é uma coisinha caseira e, de facto, não é”, concluiu Amélia António.

C.A.

ESCOLA DE ARTES E OFÍCIOS ABRIU PORTAS AO PÚBLICO

Um dia dedicado ao artesanatoA Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal abriu ontem portas para despertar a curiosidade daqueles que ainda não fazem parte dos diversos e variados ateliês disponíveis. Ao longo de todo o dia foram realizados trabalhos e dadas explicações sobre como trabalhar em joalharia, gravura, cerâmica, porcelana e tapeçaria de Arraiolos

Catarina Almeida

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“Ao fim de dois anos houve aquela situação do [empresário] Chan Chak Mo exigir uma renda brutal ao Governo que acabou por desistir de ter coisas ali”, re-cordou.

Desde então, a associação tem vindo a abater o passivo que, actualmente, já reduziu para um milhão de patacas.

Porém, “ainda temos muito que suar”, sublinhou. “Não se chegou a ter retorno nenhum do investimento e ficámos com uma situação muito complica-

da”, disse.Segundo Amélia António, a

Casa de Portugal tem consegui-do, lentamente, liquidar as dí-vidas com a venda de serviços. “Tem de ser um esforço colecti-vo para conseguirmos atenuar essa situação”, destacou.

Sede precisade obras

Uma das bandeiras para pró-ximo mandato prende-se com a concretização de uma remode-lação ao interior da actual sede,

algo que Amélia António diz ser necessário.

“A sede está super lotada porque temos imensas pessoas, turistas e locais, que passam, têm curiosidade de conhecer e que vão lá comer. Temos uma grande procura de uma gama de pessoas a quem, no fundo, estamos a prestar um serviço, enfim, com alguma característi-ca social”, explicou. Além disso, contou, “praticamente não te-mos uma cozinha, há coisas que temos de fazer fora dali”.

“É muito difícil gerir e todas as actividades que fazíamos na sede hoje são difíceis de fazer”, lamentou.

Por outro lado, continua a ser uma “preocupação perma-nente” a segurança das instala-ções onde funciona, por exem-plo, a Escola de Artes e Ofícios. “Apesar de termos quatro frac-ções industriais os acesso são muito maus, e o prédio está muito deficiente o que levanta outros problemas”, tais como a dificuldade nos acessos. “Os pais têm imensa dificuldade em que os miúdos cheguem ali com facilidade porque aquele acesso não é fácil. Temos estado a ver se conseguimos outras insta-lações que ofereçam melhores condições, especialmente para as actividades que envolvem as crianças. Isso não tem sido viá-vel, mas nunca desisto de falar nas coisas que me preocupam”, sublinhou Amélia António.

No âmbito da parceria as-sinada com a Universidade de São José (USJ), Amélia António está confiante que a associação irá chegar a outras instituições divulgando a ideia de que a formação prestada pela Casa de Portugal “está aberta à socieda-de”.

“Assinámos um protoco-lo com a USJ e que penso que pode ter alguma potencialidade porque eles têm alunos a fazer cursos ligados com as indústrias criativas e, como não têm pro-priamente as oficinas que nós te-mos pensámos que poderíamos ser úteis para eles”, disse.

Escola de Artes e Ofícios atraiu jovens que quiseram saber mais sobre o artesanato

Ainda não foi desta que Amélia António pôde passar a “pasta”

Segunda-feira, 12 de Setembro de 201606 JTM | LOCAL

• • • BREVESFong Chi Keong em disputa com condóminos do Flower CityFong Chi Keong, proprietário Flower City, tentou ex-pulsar stands de promoções de produtos no espaço pú-blico do edifício, apesar destes terem tido autorização da associação de condóminos para lá estar. Fong Chi Keong já tinha pedido para tirar os placards publici-tários e a máquina de multibanco, instalada pela as-sociação dos condóminos. Um membro da associação alertou a polícia, queixando-se de que foi empurrado. O deputado foi depois com os condóminos ao Instituto da Habitação para tentar resolver a situação da gestão do espaço público do edifício, mas a resposta do Gover-no não foi clara.

Recebidas propostas para novoposto dos Bombeiros e MP Decorreu na sexta-feira, o acto público de abertura de 14 propostas para a reconstrução do posto operacional do Corpo de Bombeiros em Coloane. Ao todo foram aceites 13 propostas com valores que variam entre as 48,4 milhões e 63,3 milhões de patacas. Quanto ao novo edifício do Ministério Público, a construir na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues, foram admitidas 17 propostas com valores que variavam entre 85 e 130 milhões de pa-tacas. Este edifício terá oito andares e a primeira fase de construção das fundações deverá arrancar no primeiro trimestre de 2017.

FUNDO DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS APOIOU EVENTO CANCELADO

“Insuficiências” locais afastam evento internacional de banda-desenhada

A Comissão Permanente da Conferência Internacional de Artistas de Comic (sigla em

inglês ICC) retirou Macau da realiza-ção da 17ª edição do evento, depois do território ter ganho a corrida para a organização em 2014.

A referida comissão emitiu uma notificação no início do mês, indican-do que a associação organizadora Ma-cau Comickers Association “cometeu erros de princípio e não melhorou” os problemas apontados. Assim, a confe-rência marcada para Macau foi trans-ferida para a Coreia do Sul.

A Comissão Permanente da ICC ex-plicou que o cancelamento aconteceu porque as condições de realização do evento são muito diferentes daquelas prometidas em 2014. “As insuficiên-cias de Macau deixam os países mem-bros desta conferência em pânico” lê-se na nota oficial, onde é indicado que a maioria estava contra o territó-rio e o Japão sugeriu que a conferên-cia fosse co-organizada pelo ICC para colmatar as ditas “insuficiências”, que não foram especificadas.

A “Macau Comickers Association” deixou de fazer parte da organização de Conferência Internacional de Artistas de Comic, devido a “insuficiências” da organização local. O projecto foi subsidiado pelo Fundo das Indústrias Criativas, mas a organização já veio dizer que vai devolver o subsídio

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Viviana Chan “Devido à falta de recursos e mau entendimento, o conselho de organi-zação decidiu cancelar e os subsídios atribuídos irão ser devolvidos”, diz a Macau Comickers Association. O projecto da conferência internacional foi subsidiado pelo Fundo das Indús-trias Criativas (FIC) em pelo menos 280.000 patacas.

Dois anúncios foram emitidos em nome do presidente do conselho de organização, Chan Hing Sang, que é simultaneamente vice-presidente da associação e vogal no Conselho para as Indústrias Criativas.

De acordo com a página de face-book da associação, o cancelamento da conferência foi anunciado no dia 8 de Setembro, um mês depois de can-celamento oficial. Indicando que não queria desiludir os participantes da RAEM, a associação disse ter chegado a acordo com o ICC para

realizar a mesma conferência, mas no final de contas, o evento foi cancelado.

De acordo com as notícias anterio-res, a 17ª edição da ICC iria ser reali-zada na China Continental, no entan-to para apoiar o desenvolvimento da banda desenhada em Macau a oportu-nidade foi dada à RAEM.

O presidente da Aliança do Povo de Instituição de Macau, Chan Tak Seng, critica a existência de um regime de responsabilização no diplo-

ma da administração das partes comuns do condomí-nio, indicando que tal destrói a boa fé do diploma.

O responsável da associação, criada pelo deputa-do Chan Meng Kam, apontou que o regime de admi-nistração das partes comuns do condomínio sugere a introdução de um mecanismo de responsabilização aos membros da associação de condóminos. Na sua opinião, as medidas não serão operáveis e “muitos ci-dadãos receiam violar a lei facilmente”.

Chan Tak Seng indicou que as associações de con-dóminos são constituídas por moradores voluntários, assim não compreende porque é que os vogais têm de assumir responsabilidade legal para assumir um cargo voluntário. O diploma prevê que “os membros da ad-ministração respondem parente os condóminos pelos danos que lhes causarem, culposamente, com preteri-ção dos deveres legais ou regulamentares”.

Indicando a existência de mais de 60 associações de condóminos contra o regime de responsabilização, avançou que a Aliança do Povo de Instituição de Ma-cau está a recolher assinaturas para entregar ao Chefe do Executivo.

De acordo com o Jornal do Cidadão, Chan Tak Seng queixou-se ainda do artigo sobre a afixação de tabule-tas ou publicidade, alguns tipos de instalações de pla-cas no exterior do edifício que não precisam de ter au-torização da associação de condóminos. O responsável acha que esta medida é injusta para os moradores, cri-ticando o diploma de estar a tirar o direito das pessoas.

Chan Tak Seng salientou que a instalação de placas publicitárias pode afectar a segurança, medidas contra incêndio e até causar conflitos entre os gerentes das lo-jas no rés-do-chão e os moradores.

Actualmente, o diploma está na discussão em espe-cialidade na 2ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa.

V.C.

ASSOCIAÇÃO CRITICA MECANISMO PARA CASOS DE DANOS NOS PRÉDIOS

Moradores não queremser responsabilizadosO regime da administração das partes comuns do condomínio prevê um mecanismo de responsabilização dos membros da associação de condóminos em casos de danos, mas a Aliança do Povo de Instituição de Macau contesta a medida, defendendo que tal destrui a boa fé do diploma

Chan Hing Sang (à direita) na edição de 2015 da ICC

Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 07

ENSINO DO PORTUGUÊS DEVERÁ ESTAR EM FOCO NA RÁPIDA VISITA DE CHUI SAI ON

Chefe com metas elevadas em agenda curta

Embora tenha sido anun-ciada como uma desloca-ção de seis dias, a visita

de Chui Sai On a Portugal vai resumir-se, na prática, a pouco mais de um dia de reuniões e contactos. Depois de ter aterra-do ontem em Lisboa, o Chefe do Executivo abre hoje, no Palácio das Necessidades, o caderno de trabalhos com a participação na reunião da Comissão Mista Macau-Portugal, encontro que vai co-presidir com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Au-gusto Santos Silva, e do qual poderão sair os resultados mais substanciais deste seu regresso a terras lusitanas.

No período vespertino (pelo horário de Lisboa), o Chefe do Executivo da RAEM abraça-rá a componente mais política da visita ao ser recebido por Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa. Nas reuniões com o Presidente e o Primeiro--Ministro de Portugal, o JTM sabe que Chui Sai On pretende fazer uma retrospectiva da coo-peração bilateral e uma breve apresentação sobre o panorama actual do território, realçando o “Plano Quinquenal de Desen-volvimento da RAEM” e o pa-pel de ponte entre a China e os países lusófonos, sem esquecer palavras de elogio ao contribu-to da comunidade portuguesa e a estratégia de “maior generali-zação” do ensino do Português.

Para amanhã, a agenda ape-nas contempla um jantar ofere-cido a jovens de Macau que es-tão a estudar em Portugal, com o intuito de “conhecer melhor a sua situação académica e vida”.

Na sua segunda visita a Portugal, e certamente últi-ma na qualidade de Chefe do Executivo da RAEM, Chui Sai On não se faz acompanhar por qualquer Secretário. Em Junho de 2010, a comitiva oficial in-cluiu Francis Tam e Cheong U, Secretários para a Economia e Finanças e Assuntos Sociais e Cultura, respectivamente, bem como o presidente da Assem-bleia Legislativa, Lau Cheok Va, outros deputados e dezenas de empresários e outras indi-vidualidades, ausências que agora não passam despercebi-das e deverão estar associadas

No seio da Comissão Mista, Portugal e Macau procurarão hoje acertar agulhas para abrir novas vias de cooperação, prevendo-se uma atenção especial a questões como o ensino da língua portuguesa. Encontros com António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa também serão pontos a reter na visita oficial de Chui Sai On a Portugal, onde chegou com uma delegação reduzida e vai cumprir uma agenda muito curta

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a vários factores, desde a tem-porada de férias legislativas a uma agenda pouco preenchida e desprovida de iniciativas de carácter empresarial.

Desta vez, na comitiva que seguirá com o líder do Gover-no para a reunião da Comissão Mista constam apenas os nomes de O Lam, chefe de gabinete do líder do Governo, Victor Chan, director do Gabinete de Comu-nicação Social, Fung Sio Weng, chefe de Gabinete de Protocolo, Relações Públicas e Assuntos Externos, e O Tin Lin, a chefe da Delegação Económica e Comer-cial de Macau em Lisboa. Além do ministro Augusto Santos Silva, em representação de Por-tugal estarão algumas perso-nalidades ligadas ao território: Vítor Sereno, cônsul-geral na RAEM e Ana Paula Laborinho, presidente do Camões - I.P.

Face a este cenário, previsto ou condicionado - atendendo a que as agendas são definidas por duas partes - é no seio da Comissão Mista que estão de-positadas mais expectativas, sem menosprezar os recíprocos sinais de amizade e interesse no

reforço da cooperação, expec-táveis nos encontros com Mar-celo Rebelo de Sousa e António Costa. Sem adiantar detalhes, o Governo da RAEM já fez saber que quer aproveitar a reunião da Comissão Mista para anali-sar os resultados de cooperação desenvolvida em anos anterio-res, “mas também explorar no-vas oportunidades, tendo por base a amizade histórica entre as duas partes”.

Com a cooperaçãona “ponta da língua”

Ainda que as novas moda-lidades de colaboração possam ainda estar em aberto, pelo me-nos os desideratos centrais pa-recem perfeitamente definidos: “elevar a cooperação em várias áreas, nomeadamente na edu-cação e formação de quadros qualificados, com o objectivo de fortalecer o papel de Macau como plataforma entre a China e os países da língua portugue-sa, e impulsionar o intercâmbio económico e comercial multila-teral”.

De resto, na nova versão do Plano Quinquenal da RAEM,

apresentada na semana passa-da, o Governo estabeleceu o en-sino da língua portuguesa como “um projecto com prioridade de apoio” no desenvolvimento das escolas, já a partir deste ano lectivo. Além da definição de um número mínimo de horas para as escolas particulares com cursos de Português, o plano preconiza ainda o aumento do número de turmas e estabeleci-mentos que ensinam a Língua de Camões.

Nesse contexto, a reunião da Comissão Mista poderá condu-zir a novos avanços, até porque o Plano Quinquenal também enfatiza o interesse em “esta-belecer cooperação na área do ensino com Portugal e criar me-lhores condições para os estu-dantes que optem por continuar os estudos em Portugal”, indo assim ao encontro de uma von-tade exteriorizada com maior insistência nos últimos meses.

Em Abril, durante um Ple-nário da Assembleia Legislati-va, Chui Sai On reiterou a am-bição de afirmar Macau como um centro de referência para a formação em língua portugue-

sa na região da Ásia-Pacífico e admitiu mesmo o eventual recurso à contratação de mais professores em Portugal, apro-veitando “o bom relacionamen-to” com as autoridades lusas. Para o governante, trata-se de uma matéria premente para a própria máquina da Adminis-tração, que carece de pelo me-nos 126 tradutores, segundo as estimativas apresentadas aos deputados.

Estabelecida no âmbito do Acordo-Quadro de Coopera-ção entre a RAEM e Portugal, a Comissão Mista abarca várias áreas de colaboração e reuniu--se pela primeira vez a 6 de Abril de 2011. Desde então, rea-lizaram-se mais dois encontros formais (em Setembro de 2013 e Novembro de 2014) e uma reu-nião intercalar, em Setembro de 2012. Na reunião de 2014, as duas delegações sublinharam a importância da possibilidade da Comissão passar a reunir anualmente, na sequência de uma alteração ao Acordo-Qua-dro - formalizada por ocasião da visita a Macau do então Pre-sidente Cavaco Silva –, e, entre outras deliberações, decidiram criaram uma subcomissão mis-ta sobre “Língua Portuguesa e Educação”.

Em Junho do ano passado, na primeira reunião da subco-missão, as delegações chefia-das pela presidente do Camões - I.P., Ana Paula Laborinho, e pelo coordenador do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior da RAEM, Sou Chio Fai, “manifes-taram o seu comprometimento para ultrapassar dificuldades e constrangimentos” e elevar o patamar de cooperação em domínios como o ensino, for-mação de professores e inves-tigação de língua portuguesa. A criação de um portal para o reforço de competências em lín-gua portuguesa dos alunos das escolas luso-chinesas e outras interessadas e de um programa de bolsas para apoiar projectos de formação de quadros bilin-gues foram algumas medidas defendidas, tendo Lisboa ga-rantido ainda estar disponível para “consolidar uma ampla e generalizada oferta de cursos de preparação para o acesso ao ensino superior”, o chama-do “Ano Zero”, especialmente dirigida para estudantes da RAEM.

Entre outras matérias, as partes prometeram ainda pre-parar acções de formação de professores de Português Lín-gua Não Materna, presenciais e/ou à distância, bem como a organizar estágios pedagógicos integrados, direccionados para futuros docentes, a frequentar instituições de ensino superior da RAEM.

Portugueses “têm contribuído” para o desenvolvimento de Macau

Macau é a “terra de muitos portugueses, e macaenses com ascendência portuguesa”, sendo que “todos eles”, bem como empresários e investido-res, “têm contribuído para o desenvolvimento da RAEM”, destacou o Porta-Voz do Governo no lançamento da visita de Chui Sai On a Lisboa. “Esta população é parte integrante do desenvolvimento de Macau e tem os seus direitos assegurados por Lei”, sublinha uma nota oficial, acrescentando que a “singularidade” do território “manifesta-se na coexistência harmoniosa do encontro de povos e cultura ocidental e oriental”. O Executivo frisou ainda que atribui “enorme importância” à manutenção das históricas relações de amizade e intercâmbio cultural com Portugal.

Em anterior visita a Lisboa, Chui Sai On também teve contacto com jovens de Macau a estudarem em Portugal

Sérgio TerraEm Lisboa

Segunda-feira, 12 de Setembro de 201608 JTM | LOCAL

Detido por atentado ao pudor num autocarroUm jovem de 20 anos foi detido pelo Corpo de Polícia de Segu-rança Pública (CPSP) depois de ter sido acusado da prática de atentado ao pudor. Segundo as autoridades, o universitário terá mostrado durante uma viagem de autocarro o pénis a duas ra-parigas, além de ter acariciado as suas pernas com o órgão genital. O detido terá confessado o com-portamento ao CPSP, alegando que já tinha feito algo semelhante por duas vezes no mês passado e no início deste mês. Além disso, o CPSP referiu que a denúncia foi feita pelas duas jovens após o assédio pois, no momento, senti-ram-se assustadas e por isso não reagiram de imediato. O jovem foi interceptados numa paragem de autocarros localizada na Praça Ferreira do Amaral e será acusa-do pelos crimes de atentado ao pudor, injúria e dano. O caso já foi encaminhado para o Ministé-rio Público.

R.C.

O bolo lunar é o alimento mais popular e famoso desta época festiva, porém, tem dado que falar e não pelas melhores razões.

Os testes feitos pelo Laboratório do Centro de Segurança Ali-mentar de Macau, encontraram níveis elevados da substância “aflatoxin B1”, conhecida pelas suas propriedades cancerígenas.

Em causa, estão os bolos tradicionais (com duas gemas) con-feccionados por uma empresa de Hong Kong, “Hang Heung”, e pela Pousada Marina Infante, em Macau.

Os exames às amostras da padaria de Hong Kong revelaram

PADARIA VISADA DIZ TER CUMPRIDO OS PADRÕES DE HONG KONG

Bolos lunares cancerígenos saem do mercadoAs autoridades locais proibiram a venda e circulação de duas marcas de bolos lunares, depois dos testes terem encontrado uma substância com propriedades cancerígenas acima dos níveis praticados no território. A empresa “Hang Heung”, de Hong Kong, relativizou os resultados alegando desconhecer que as duas regiões tinham níveis de consumo diferentes para a substância “aflatoxin

7,48 microgramas/kg quando, em Macau, os regulamentos estipu-lam que a substância não deve ser superior a 5 microgramas/kg.

Por isso, as autoridades suspenderam a retirada dos bolos lu-nares no mercado local e a suspensão da circulação dos mesmos para o território.

Porém, a empresa de Hong Kong assegurou que vai conti-nuar a acompanhar o assunto mas admitiu “não ter reparado” que os níveis da substância em causa excediam os padrões prati-cados em Macau.

A empresa garantiu, aliás, que vai continuar com a produção dos bolos lunares apesar do alerta emitido pelas autoridades de Macau.

Para o director do Departamento de Alimentação e Saúde da “Hang Heung”, Ko Wing Man, “não há critérios uniformizados” e, por isso, diferentes regiões “podem ter diferentes regulamen-tos consoante os hábitos alimentares”, avançou a imprensa de Hong Kong.

O mesmo responsável garantiu que as 170 amostras de bolos lunares confeccionados por 20 marcas passaram todas no teste, avança o “South China Morning Post”.

Tanto que, na RAEHK, é permitido um máximo de 15 mi-crogramas de “aflatoxina” por cada mil gramas de alimento. De acordo com o Centro para a Segurança Alimentar de Hong Kong, as “aflatoxinas” são substâncias cancerígenas humanas associa-das ao cancro do fígado.

*com V.C.

MOTOR RACE CONSULTANTS ABANDONA G.P. MACAU AO FIM DE 33 ANOS

Atrasos do ID levam a saída do organizador de F3

A Comissão Organizado-ra do Grande Prémio de Macau “respeita”

a decisão de Barry Bland, da Motor Race Consultants, que coordena as corridas de Fór-mula 3, de se demitir, ao fim de 33 anos, segundo um comuni-cado oficial.

“A Comissão deseja ex-pressar os seus sinceros agra-decimentos e apreço pelo seus muitos anos de serviço leal e valioso”, indica a nota do Ins-tituto do Desporto (ID).

Na sexta-feira, a revista Autosport revelou que Bland abandonou o Grande Prémio de Macau devido a atrasos na organização.

O prazo de inscrição nas corridas terminou na sexta-fei-ra, mas na quinta-feira as equi-pas ainda não tinham recebido os regulamentos.

Segundo a revista, Bland preparou estes regulamentos, como habitualmente, em Abril, mas cinco meses depois ainda não tinham sido entregues às equipas.

“Está tudo atrasado, há muitas perguntas por respon-der e não quero colocar a nossa reputação em risco por uma coisa com a qual não estou con-tente”, disse Bland à revista.

O Grande Prémio passou a ser organizado pelo ID, tendo o presidente do organismo ga-rantido em Julho que a altera-ção no modelo da organização

Depois de 33 anos como empresa coordenadora da Fórmula 3, a Motor Race Consultants abandonou a organização do Grande Prémio de Macau a dois meses das corridas oficiais. A decisão parece ter sido tomada devido a atrasos por parte do Instituto do Desporto, incluindo a não entrega de regulamentos às equipas

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não iria afectar o número e tipo de corridas, salientando mes-mo que o ID gostaria de alargar

as corridas de F3. A empresa de Bland coor-

denava a corrida de F3 desde

1983, mas notificou as equipas no início desta semana que dei-xou de trabalhar com o Grande

Prémio de Macau.Segundo a Comissão do

Grande Prémio, o programa provisório de corridas está a ser ultimado e “será divulga-do oportunamente”. “Como já é habitual”, afirma, “as listas provisórias de entrada serão publicadas no início de Outu-bro”.

A Comissão garante “que a corrida será organizada tendo por base os mesmos altos pa-drões internacionais, como nos anos anteriores”.

“A Comissão Organizado-ra do Grande Prémio de Ma-cau gostaria de expressar os seus sinceros agradecimentos (...) ao Sr. Barry Bland e à Mo-tor Race Consultants pelo seu enorme e valioso contributo para o sucesso do Grande Pré-mio de Macau de Fórmula 3”, conclui a nota.

À Autosport, o presidente da equipa Prema Powerteam, que ganhou a corrida de F3 com Felix Rosenqvist no ano passado, disse estar em cho-que com a notícia. “Ele [Barry Bland] tem sido a chave da organização para Macau”, afir-mou Rene Rosin.

A mesma revista indica que os atrasos na organização são de dois meses e compara Bar-ry Bland a Bernie Ecclestone, CEO da Fórmula 1, em termos de importância para o Grande Prémio de Macau.

JTM/LUSA

Catarina Almeida*

Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 09

A União Geral das Associações dos Moradores de Macau quis assi-nalar o Dia do Professor com a

divulgação de algumas preocupações e dificuldades sentidas pela camada docen-te do território.

De acordo com os dados recolhidos junto de um universo de 181 professo-res de escolas primárias, jardins infantis e do ensino especial, 70% apresentaram sintomas de stress e revelaram viver num constante ambiente de “alta pressão”

Além disso, revelaram ainda que este sentimento é provocado pelo excesso de trabalho que, muitas vezes, não se rela-ciona directamente com as responsabili-dades educativas e o qual têm de cumprir fora do horário lectivo.

Para tentar contornar esta situação, o estudo informa ainda que 139 inquiridos sugeriram às autoridades competentes re-duzirem a quantidade de trabalhos não--educativos, enquanto 112 consideram que a solução passa pelo recrutamento de mais profissionais.

Por outro lado, 108 docentes são de-fensores de aumentos salariais como o caminho mais lógico a seguir.

Com base nestes resultados, a União

Geral das Associações dos Moradores de Macau corroborou as sugestões dos inquiridos apelando à colocação de mais funcionários administrativos nos estabe-lecimento de ensino, e ao aceleramento do processo de criação do “campus elec-trónico”.

Para a associação, este mecanismo vai ajudar a “aliviar a pressão” sentida pelos docentes.

Além disso, os “Kaifong” alertaram que mais de 93% dos inquiridos revela-ram terem sentido emoções negativas ao longo dos últimos três meses, resultantes dos “maus comportamentos” dos alunos, das dificuldades em equilibrar o lado pessoal com o laboral e ainda de uma es-pécie de missão não-cumprida em termos de ensino.

Sobre essa matéria, o Governo foi ins-tado a desenvolver cursos para aumentar as capacidades de ensino dos professores.

Por outro lado, alcançado o consen-so entre os “Kaifong” e os inquiridos colocou-se aos docentes a possibilidade de cooperarem em várias disciplinas de modo a encurtar o tempo de preparação das aulas.

O inquérito revelou ainda que mais de

MAIS DE METADE NÃO ACREDITA QUE VAI SUBIR NA CARREIRA

70% dos docentes sentem-se stressadosUm inquérito da União Geral das Associações dos Moradores de Macau mostra que 70% dos professores sofrem de stress. A indisciplina dos alunos, o excesso de carga lectiva e a extrema burocracia nas escolas foram os principais motivos indicados para justificar esta situação

CONFERÊNCIA ESTENDE-SE POR DOIS DIAS NA UNIVERSIDADE DE MACAU

Crioulos de base portuguesa na Ásia em destaque

A Universidade de Ma-cau (UM) acolhe, esta quarta e quinta-feira,

a segunda conferência inter-nacional promovida pelo De-partamento de Português cujo destaque do programa são os crioulos de base portuguesa da Ásia.

Sob o tema “Línguas em Contacto na Ásia e no Pacífi-co”, o encontro tem como prin-cipal objectivo “promover o intercâmbio de conhecimentos da investigação multidiscipli-nar no campo do contacto en-tre línguas e multilinguismo”.

Além disso, visa abrir um “espaço de diálogo entre aca-démicos e membros da comu-nidade em geral, envolvidos na preservação de línguas mi-noritárias em contextos mul-tilinguísticos”, revelou a Uni-versidade de Macau (UM).

O encontro vai ter quatro oradores principais, incluindo Alan Baxter, especialista em crioulos de base portuguesa, que regressou recentemente para dirigir a Faculdade de Humanidades da Universida-de de São José, depois de ter exercido o cargo de director do Departamento de Português da UM entre 2007 e 2011.

O linguista australiano vai subordinar a sua palestra ao tema “Crioulos minoritários

O Departamento de Português da Universidade de Macau (UM) vai realizar, nos próximos dias 14 e 15, uma conferência internacional sobre multilinguismo, com os crioulos de base portuguesa da Ásia a figurarem entre os destaques do programa

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de base lexical portuguesa na Ásia: desafios internos e

externos à sobrevivência”. O crioulo português de Malaca

(“kristang”) vai ser documen-tado por Stephanie Pillai, da

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66% dos participantes lamentaram uma escassez de oportunidades para os ajudar a promover na carreira.

Face a esta queixa, a Associação dos Moradores apontou o dedo ao actual sis-tema de avaliação dos níveis de profes-sores, que tem apenas em conta a “soma de anos de trabalho” o que pode “aba-

lar” a vontade em procurar formas de promoção.

Para isso, foi sugeridos às autorida-des que tenham em conta os títulos pro-fissionais, tais como “docentes de nível elevado” em vez de meras experiências, podendo aqueles primeiros receber re-compensas monetárias. R.C.

Mais de 93% dos inquiridos revelaram terem sentido emoçõesnegativas ao longo dos últimos três meses

Alan Baxter, director da Faculdade de Humanidades da USJ, é um dos oradores convidados

Universidade Malaia.Já Zuzana Greksáková, in-

vestigadora da Universidade de Coimbra, vai falar sobre o tétum praça, que possui em-préstimos linguísticos do por-tuguês.

A conferência, que vai de-correr em inglês, irá abranger, entre outros, “a descrição de fenómenos linguísticos espe-cíficos resultantes de contacto entre línguas” - particularmen-te para estudos de caso em Hong Kong, Taiwan, Filipinas, Malásia, Macau, China, Indo-nésia - ou as “consequências sociais e culturais em contex-tos de contato entre grupos de falantes de línguas diferentes em certas regiões do sudeste asiático e da Ásia oriental”.

Em discussão estarão tam-bém “questões de documenta-ção e preservação relacionadas com as línguas minoritárias em perigo de extinção”, no caso específico da Malásia, Singapura e Macau, segundo a mesma nota.

A conferência vai reunir mais de duas dezenas de aca-démicos, de distintos pontos do mundo, como Macau, Hong Kong, Taiwan, Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, Malásia, Singapura, Filipinas, Coreia do Sul ou Portugal.

JTM/Lusa

Segunda-feira, 12 de Setembro de 201610 JTM | DOSSIER

O 11 de Setembro de 2001 visto em MacauEram 21.15, mais coisa, menos coisa e ainda estávamos todos na redacção do Jornal Tribuna de Macau -recordo em especial do João Drago e do Luís Almoster, os meus “braços direitos” da altura. De repente, a televisão, por acaso aberta na CNN, dá umas imagens de uma torre em chamas, com o pivôt de serviço sem ser conclusivo sobre o que estava a acontecer. Uma imensa fumarada a sair de uma das Torres Gémeas que todos nós conhecíamos sem nunca lá ter ido era coisa para todos pararmos o que estávamos a fazer e colarmo-nos ao aparelho. Quando passados uns minutos, vimos, em directo, um avião em rota equilibrada a embater na segunda torre, ficou claro que se tratava de um acto criminoso. Na altura, não imaginávamos feito por quem, nem tivemos a percepção de um tão grande número de vítimas. As horas seguintes aclararam tudo: o ataque

ao Pentágono, o desaparecimento do voo 175, e mesmo um voo 93 que alguns meios de comunicação social avançavam, embora sem confirmação oficial. Quando chegamos à meia-noite e meia entendemos fechar o jornal. Nessa altura, já as Torres tinham ruído, já se percebia que iria haver milhares de mortos e disso demos notícia. Ainda tivemos tempo de inserir dois telex, um do Primeiro Ministro português António Guterres, outro do Presidente da RPC, Jiang Zemin, citado pela TVB, a manifestarem a sua solidariedade para com os estados Unidos. Mandei às malvas o editorial que já tinha escrito e escrevi outro, mandámos a edição para a Welfare e mantive-me colado ao aparelho de televisão toda a noite. Senti que se iniciava uma nova época ainda mais violenta. Como aconteceu!

JRD

Hillary Clinton com a mão à frente da boca e em choque enquanto assistia em directo à operação dos

SEAL que resultaria na morte de Osama bin Laden a 2 de Maio no Paquistão. A ima-gem da então secretária de Estado sentada numa Situation Room cheia dos mais altos responsáveis dos EUA, entre eles o Presi-dente Barack Obama, ficou para a história como símbolo da luta da América contra o líder da Al-Qaeda e cérebro dos piores aten-tados terroristas no seu solo. “Aqueles fo-ram os 38 minutos mais intensos. Não faço ideia para o que estávamos a olhar naquele preciso momento”, contou pouco depois à Forbes a agora candidata democrata às pre-sidenciais de 8 de Novembro.

Quase uma década antes, a mulher que após oito anos na Casa Branca como primeira-dama fora eleita senadora por Nova Iorque, assistia também em choque à queda das Torres Gémeas em Nova Iorque, ao ataque ao Pentágono e à queda do avião da United Airlines na Pensilvânia. Na altu-ra, ainda com a América a avaliar estragos e tentar perceber quem a atacara, Hillary falou à CNN em Washington, onde se en-contrava, horas depois dos atentados que

fariam perto de três mil mortos. Nesse dia garantia que o país tinha de estar “ao lado do presidente”, o republicano George W. Bush, e apoiar “os passos que ele considere necessários tomar em termos de retaliação e reconstrução”.

Um dia depois do ataque, Hillary fez no Senado um discurso muito semelhante às declarações da véspera e deixou um recado para fora: “Ou estão com a América neste momento de necessidade, ou não estão.” E voltou a sublinhar: “Manifestei o meu apoio total ao presidente. Não só como senadora por Nova Iorque, mas como alguém que durante oito anos teve percepção do fardo e das responsabilidades que pesam sobre o presidente.”

Mas se o ataque ao Afeganistão em Ou-tubro de 2001 em retaliação contra a recusa dos talibãs em entregarem Bin Laden teve o apoio unânime do Congresso e do mundo – até o jornal francês Le Monde escreveu em editorial “Nous sommes tous américains” (Somos todos americanos) – menos pacífica foi a invasão do Iraque proposta pelo pre-sidente Bush. E o voto de Hillary em 2002, um dos 29 entre os senadores democratas a favor da intervenção militar que começaria

EFEMÉRIDE

Foi há 15 anosA batalha para as presidenciais de 8 de Novembro entre Hillary Clinton e Donald Trump não passa à margem do 11 de Setembro de 2001o. Ontem foi dia de tréguas. Em 2008, a campanha presidencial também foi suspensa é tempo de celebrar a memória das quase três mil vítimas dos ataques às Torres Gémeas de Nova Iorque, ao Pentágono, com Obama e o rival republicano, John McCain, a surgirem juntos no ground zero. Mas a posição de cada candidato já foi motivo de luta na campanha eleitoral, o que justifica que apresentemos este trabalho de Helena Tecedeiro no Diário de Notícias, sobre ambos os candidatos

AVISO

A APOMAC avisa aos associados, pensionistas da Caixa Geral de Aposentações de Portugal, de que o reembolso dos descontos do IRS indevidamente sofridos nas suas pensões no ano de 2015, está a ser objecto de procedimentos administrativos e que será despachado em tempo oportuno que, no entanto, poderá acontecer dentro do prazo de um ano conforme informação contida no ofício recebido do Ministério das Finanças, Direcção de Serviços de Relações Internacionais (Divisão de Reembolsos Internacionais) que a seguir transcrevemos na integra:

HILLARY CLINTON Do ground zero à situation room

na morte de bin laden

Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 JTM | DOSSIER 11

O 11 de Setembro de 2001 visto em Macauao Pentágono, o desaparecimento do voo 175, e mesmo um voo 93 que alguns meios de comunicação social avançavam, embora sem confirmação oficial. Quando chegamos à meia-noite e meia entendemos fechar o jornal. Nessa altura, já as Torres tinham ruído, já se percebia que iria haver milhares de mortos e disso demos notícia. Ainda tivemos tempo de inserir dois telex, um do Primeiro Ministro português António Guterres, outro do Presidente da RPC, Jiang Zemin, citado pela TVB, a manifestarem a sua solidariedade para com os estados Unidos. Mandei às malvas o editorial que já tinha escrito e escrevi outro, mandámos a edição para a Welfare e mantive-me colado ao aparelho de televisão toda a noite. Senti que se iniciava uma nova época ainda mais violenta. Como aconteceu!

JRD

EFEMÉRIDE

Foi há 15 anosem Março do ano seguinte, apesar de não ter a aprovação da ONU, continua a as-sombrá-la até hoje. Em 2008, durante a sua primeira campanha presidencial – quando perdeu as primárias para Obama –, Hilla-ry explicara que o seu voto foi uma forma de dar a Bush a autoridade necessária para a usar no Iraque. O que ninguém sabia na altura é que as armas de destruição maciça que a administração Bush garantia estarem na posse de Saddam Hussein nunca chega-riam a ser encontradas. E no ano passado, já lançada a sua segunda candidatura à Casa Branca, Hillary admitiu que votar a favor da intervenção militar fora “um erro puro e simples”. Já no seu livro Escolhas Difíceis, publicado em 2014, a ex-secretária de Esta-do escrevera que na altura “não percebeu as coisas de forma correcta”.

Apesar da sua mudança de opinião em relação à Guerra do Iraque, o voto de 2002 serviu de munição aos rivais na corrida à nomeação democrata. Sobretudo Bernie Sanders, o senador do Vermont que pres-sionou a ex-primeira-dama até ao fim, usou o assunto para garantir que Hillary não tem discernimento para ser presidente. “Não é qualificada se votou a favor desta guerra desastrosa”, garantia em Abril.

Como senadora por Nova Iorque, Hi-llary teve oportunidade em 2001 de ver em primeira mão a destruição deixada pela queda das Torres Gémeas doWorld Trade Center depois de terem sido atingidas por um avião cada uma. De máscara no rosto para se proteger do pó, a ex-primeira-dama percorreu os destroços no ground zero, como ficou conhecido o local do impac-to, a sós ou muitas vezes ao lado de Rudy Giuliani, o então presidente da Câmara de Nova Iorque, hoje um dos mais fiéis conse-lheiros de Donald Trump, o rival republi-cano de Hillary nas presidenciais. Passados 15 anos, muitos recordam o apoio da sena-dora às equipas de emergência. O seu tra-balho para garantir fundos federais para a reconstrução do ground zero e para os cui-dados de saúde a todos os que trabalharam no local foi elogiado por vários nova-ior-quinos no mês passado na convenção que a confirmou como nomeada democrata para

DONALD TRUMPVer pessoas a saltar

e festejos de muçulmanos

Tem 202 metros, 58 andares e fica no número 725 da Quinta Avenida. Foi do topo da Trump Tower, das jane-

las da penthouse, que Donald Trump as-sistiu ao 11 de Setembro, vendo as Torres Gémeas arder e cair, lá ao longe. “Muitas pessoas saltaram e eu testemunhei-o. Te-nho uma vista do meu apartamento vira-da para o World Trade Center”, garantia o milionário em Novembro, já em cam-panha para a nomeação republicana às presidenciais. Na altura não faltou quem pusesse em causa tais declarações, recor-dando que seria preciso olho de lince para avistar uma pessoa a saltar de uns edifí-cios que ficavam a 6,5 quilómetros. Ou uns binóculos, coisa que Trump nunca refere.

Nova-iorquino de gema, nascido há 70 anos no bairro de Queens, o magnata do imobiliário foi ainda mais longe em rela-ção ao que viu naquele dia. Num comício também em Novembro garantiu ter visto

“milhares de muçulmanos” a celebrar a queda das torres em Nova Jérsia. Uma afir-mação que repetiu no dia seguinte a Geor-ge Stephanopoulos, na ABC: “Hey, eu vi o World Trade Center desmoronar-se. E vi em Jersey City, Nova Jérsia, milhares e mi-lhares de pessoas que celebravam a queda dos edifício. Milhares de pessoas.”

Questionado sobre o facto de a polícia não ter registos de quaisquer celebrações, apesar de este ser um boato que circula na internet desde o dia dos ataques, Trump insistiu ter visto os festejos “na televisão”, acrescentando que o caso “teve muita co-bertura mediática”. Perante tanta certeza do candidato à Casa Branca, Glenn Kessler, responsável pela rubrica Fact Checker no Washington Post, decidiu averiguar a vera-cidade dos factos. O resultado: quatro pinó-quios, o máximo na escala de Kessler para avaliar o nível de mentiras dos políticos. O jornalista encontrou de facto referências a celebrações em Nova Jérsia, mas sobretudo em sites de teorias da conspiração. Steven Fulop, Mayor da cidade em que residem 15 mil muçulmanos, apressou-se a negar os factos. E os únicos vídeos de celebrações que Kessler encontrou foram filmados em Gaza e mostram palestinianos a festejar a queda das Torres Gémeas.

Com fortuna feita no imobiliário – ne-gócio que herdou do pai – e uma das perso-nalidades mais conhecidas de Nova Iorque, Trump deu uma entrevista a uma televisão alemã dias depois dos atentados de 2001 em que admite que tem vários imóveis na zona do impacto, mas que “felizmente não foram afectados”. Diz então ter acabado de voltar do ground zero e garante “nunca ter visto nada assim: a devastação, a perda de vidas”, mas sublinha que Nova Iorque é “forte e resiliente e vai reconstruir-se ra-pidamente”. Quanto à resposta ao ataque, defende que deve ser “rápida e efectiva”, adiantando que é preciso descobrir quem o fez e “ir atrás dessas pessoas”. Garantindo ter “pessoas no terreno”, o milionário pro-mete envolver-se numa reconstrução que estima que irá custar entre “15 e 20 mil mi-lhões de dólares”.

Passados 15 anos, não há provas de

que Trump – cuja fortuna a Forbes avalia em 4,5 mil milhões de dólares, mas que o próprio garante ser o dobro – tenha feito qualquer doação para ajudar na reconstru-ção do ground zero. Um facto que Rudy Giuliani, na altura presidente da Câmara de Nova Iorque e hoje fervoroso apoiante e conselheiro de Trump, explica com a “mo-déstia” do candidato que preferiu “manter o anonimato” quando doou dinheiro.

Certo parece ser que as empresas de Trump situadas na Baixa de Manhattan receberam 150 mil dólares de um fundo federal criado para ajudar as pequenas empresas a recuperar do impacto econó-mico provocado pelos atentados, como revelou há dias uma investigação do New York Daily News. Apesar de os inimigos terem aproveitado esta notícia para atacar o candidato republicano, a verdade é que as suas empresas não cometeram qualquer irregularidade, uma vez que cumpriam os critérios fixados pelo governo.

Depois de ter confundido o 9/11 (como os americanos se referem aos atentados de 2001) com a 7-Eleven (a cadeia de lojas de conveniência), uma das gafes mais mar-cantes desta campanha, Trump voltou a falar do 11 de Setembro em Agosto para garantir que os atentados que mataram quase três mil pessoas nos EUA nunca teriam acontecido se fosse ele o presiden-te. Tudo, explicou, porque a sua política de imigração nunca teria permitido a en-trada no país dos piratas do ar muçulma-nos. “Aquelas pessoas que mandaram o World Trade Center abaixo, com as políti-cas Trump não estariam cá para mandar o World Trade Center abaixo.”

Se o 11 de Setembro tem estado no centro de algumas polémicas de Trump, também lhe deu um dos momentos altos na campanha. Atacado pelo rival Ted Cruz pelos seus “valores nova-iorquinos” serem pouco conservadores, Trump usou a res-posta ao ataque para defender o espírito da cidade. “Após a queda do World Trade Center, vi algo com que nenhum outro lo-cal no mundo teria lidado de forma mais bela e mais humana do que Nova Iorque”, sublinhou. JTM/DN

as presidenciais.Mas o 11 de Setembro também foi

usado na campanha para a atacar. Como quando num debate disse que os atenta-dos de 2001 tinham Wall Street por alvo e enquanto senadora exigiu fundos federais para a reconstrução, acrescentando: “Isso foi bom para Nova Iorque. Foi bom para a economia.” Palavras que levaram os rivais a acusá-la de usar o 11 de Setembro para justificar as suas relações com Wall Street.

Segunda-feira, 12 de Setembro de 201612 JTM | ACTUAL

FILIPINAS

Duterte polémico no exterior, mas adorado no país

Duterte é a melhor coisa que nos aconteceu em muitos anos. Eu não votei nele, mas estou muito

contente que mais de 16 milhões de filipi-nos otenham votado”, declarou à Agên-cia Efe Lolito Suárez, um taxista de 54 anos da capital Manila.

Suárez, como muitos dos filipinos, vêem com bons olhos a campanha con-tra as drogas iniciada por Duterte, que, desde que o Presidente tomou posse no último dia 30 de Junho, tirou a vida de mais de 2.500 pessoas.

“A toxicomania é um problema com o qual temos que acabar, seja como for, e fi-nalmente temos um líder que faz alguma coisa”, acrescentou o taxista.

Também não lhe parece incorrecto o último incidente diplomático que Duter-te provocou com os Estados Unidos, um dos aliados mais importantes das Filipi-nas, quando chamou o presidente Barack Obama de “filho da puta” no, a menos de dois dias da que foi a primeira reunião entre os dois.

“É simplesmente sua forma de falar. Obama já disse que não levou o dito pelo lado pessoal, portanto, qual é o proble-ma?”, questionou Suárez.

Duterte, considerado no seu país como um político espontâneo e com sen-so do humor, conta com o apoio de im-portantes figuras locais, como o senador e pugilista Manny Pacquiao, um dos he-róis nacionais.

“O meu Presidente às vezes diz pala-vras que não agradam as pessoas que es-tão à sua volta, mas eu apoio-o sempre.”, opinou Pacquiao sobre o insulto de Du-terte contra Obama.

O presidente do Senado das Filipinas, Koko Pimentel, também procurou me-norizar o incidente, declarando que essa é “sua forma de falar” e acrescentando mesmo que “devemos deixar que nosso

O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, transformou num dos políticos mais polémicos do panorama internacional graças a seus rompantes de grosseria e à sua violenta campanha contra as drogas, mas no seu país há milhões de seus concidadãos que o adoram

FOTO

JTM

/ARQ

UIVO

Presidente seja ele mesmo”.Outros políticos, como o senador e

presidente da Cruz Vermelha das Filipi-nas, Richard Gordon, asseguraram que “não nos devemos fixar nos detalhes da linguagem, mas no que Duterte está a tentar dizer”.

As sondagens não deixam lugar a dú-vidas sobre a popularidade de Duterte, que conta com 91% de apoio de seus ci-dadãos, a percentagem mais alta alguma vez alcançada por um chefe de Estado filipino.

Vocabulário pouco apreciado no exterior

No entanto, no exterior, a imagem de Duterte é muito diferente, e em poucos meses de mandato conseguiu escandali-

zar à comunidade internacional com seu vocabulário cheio de insultos, os seus co-mentários depreciativos e a sua falta de respeito com reconhecidas instituições como as Nações Unidas ou o Papa.

Por exemplo, quando, no último mês de Abril, ainda durante a campanha pre-sidencial, fez uma piada de péssimo gos-to ao afirmar que teria gostado de abusar sexualmente de uma “bonita” missioná-ria australiana que foi violentada e assas-sinada num motim de uma prisão no sul das Filipinas em 1989.

No entanto, a sua intervenção mais polémica aconteceu antes da Cimeira da ASEAN, quando, numa tentativa de de-fender a sua polémica guerra contra as drogas, insultou abertamente o presiden-te americano.

“Eu sou presidente de um Estado so-berano e deixamos de ser uma colónia há muito tempo. Não tenho nenhum mestre a não ser o povo filipino. Você deve ser respeitoso. Não atire perguntas, filho da puta”, disse Duterte sobre Obama duran-te uma conferência de Imprensa, em que surgiu visivelmente alterado.

O presidente conseguiu assim estre-mecer as relações das Filipinas com os EUA, seu aliado histórico e um de seus principais apoios na disputa territorial que Manila mantém com Pequim sobre a soberania de várias áreas do mar da Chi-na Meridional.

Na Cimeira da ASEAN, e depois de várias altas figuras do seu Governo terem pedido desculpa a Barack Obama, um porta-voz filipino anunciou que o Presi-dente norte-americano o cumprimentou e trocou algumas palavras de circunstân-cia antes do Jantar de Gala, o que foi con-siderado pelos observadores como “uma bofetada de luva branca”, de que não fo-ram divulgadas quaisquer fotos.

A verdade é que, apesar dos proble-mas territoriais dos mares do Sul da Chi-na, os EUA mantiveram o cancelamento de um previsto encontro bilateral entre os dois líderes, e Duterte que falou sobre a necessidade de lutar contra o tráfico de drogas, não esteve presente quer na reunião entre a ASEAN e a Índia, ou na Cimeira entre a ASEAN e as Nações Uni-das, parecendo algo isolado no seio da organização.

Não era a primeira vez, no entanto, que Duterte empregava esse palavrão; uma vez que confessou que tinha tido vontade de usar exactamente o mesmo termo contra o Papa Francisco durante a visita que o Pontífice fez às Filipinas em Janeiro de 2015, o que provocou enormes engarrafamentos.

JTM com agências internacionais

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1ª Vez “JTM” - 12 de Setembro de 2016

Inventário (apenso) nº FM1-14-0077-CDL-A Juízo de Família e de Menores

Requerente: CHEOK HONG SIO, titular do BIRM, residente emMacau “中國廣東省珠海巿南屛鎮十二村”.Requerida: LEI TO I, titular do BIRM, residente em Macau “Rua do Almirante Sérgio nº 258 a 310, Bloco V, 3º andar T, em Macau”.

Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos para, no prazo de quinze dias, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto do ben a partilhar abaixo referido sobre que tenham garantia real e que é o seguinte:

Imóvel Denominação: Fracção autónoma designada por “T3”, do 3º andar T.Situação: Em Macau, Rua do Almirante Sérgio nº 258 a 310 e Rua da Escola Náutica nº 6 a 238.Fim: Para habitação.Número de matriz: nº 73009.Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº 22599-V, a fls. 92 do Livro B93K.Número de inscrição do propriedade horizontal: nº 8939 do Livro F35K.

Macau, aos 05 de Setembro de 2016.

A Juiz,Leong Mei Lan

O Escrivão Judicial Adjunto,Io Pak Chun

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO DE FAMÍLIA E DE MENORES

ANÚNCIO

FALECIMENTO

ALBERTO MARIA CARLOS AMANTE

A família de Alberto Maria Carlos Amante tem o penoso dever de informar que aquele

seu ente querido faleceu no dia 8 de Setembro, aos 67 anos de idade,

no Centro Hospitalar Conde de São Januário.

Mais informa que no dia 13 de Setembro (terça-feira) será realizada missa de corpo

presente na Casa Mortuária Diocesana pelas 20:00 horas.

No dia seguinte dia 14 (quarta-feira), pelas 11:00 realizar-se-á nova missa no mesmo local seguida de funeral

no Cemitério de Nossa Senhora da Piedade.

A todos quantos se queiram associar a este piedoso acto,

a família enlutada agradece antecipadamente.

Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 JTM | ACTUAL 13

COREIA DO SUL

Pyongyang será destruída em caso de ataque nuclearA Coreia do Sul desenhou um plano para destruir a capital da Coreia do Norte, através de bombardeamentos intensivos se Pyongyang mostrar sinais de ataque nuclear, disse fonte militar de Seul à agência sul-coreana de notícias Yonhap

CHINAOs estrangeiros que vão trabalhar na Chi-na receberão em breve uma licença de trabalho mais simplificada, de encontro ao objectivo do país de simplificar o pro-cesso e aumentar a eficiência na atrac-ção de talentos do exterior. Um período de testes irá ter lugar nos municípios de Pequim, Xangai e Tianjin, assim como nas províncias de Hebei, Anhui, Shandong, Guangdong, Sichuan e na Região Autó-noma de Ningxia no início de Outubro, noticiou o “People’s Daily”

FRANÇAOs serviços secretos franceses têm sob vigilância “cerca de 15 mil pessoas” em processo de radicalização islâmica, reve-lou ontem o primeiro-ministro, Manuel Valls, alertando que a ameaça terrorista “é alta” e que esta semana dois ataques foram evitados . “Todos os dias os servi-ços secretos evitam ataques”, disse o go-vernante à Europe 1 e iTélé, salientando a ameaça que representa a presença de 700 franceses ou residentes em França, dos quais 275 mulheres, em grupos jiha-distas na Síria e no Iraque.

MALÁSIATrês pescadores foram sequestrados perto de um complexo turístico de Semporna no litoral do estado malaio de Sabah, na ilha do Bornéu, por um grupo de homens ar-mados suspeitos de pertencerem ao grupo radical filipino Abu Sayyaf, activo naquela zona, informou o diário The Star.

ESPANHAMilhares de espanhóis manifestaram-se nas ruas de Madrid para reivindicar “o fim das touradas”, depois de terem consegui-do proibir uma tourada que culminava com a morte do touro perante o público. Os manifestantes empunhavam cartazes com mensagens como “tourear, escola de crueldade” ou “tourada, vergonha nacio-nal”, constatou uma jornalista da AFP.

GUINÉ-BISSAUOs principais aCtores da crise política na Guiné-Bissau concordaram com a ideia lançada pelos chefes de Estado da sub--região africana, de criação de um novo Governo integrado por todos os repre-sentantes guineenses.CO princípio de acordo foi alcançado no âmbito de uma visita de ‘bons ofícios’ realizada em Bissau pelos presidentes da Guiné-Conacri, Al-pha Condé, e da Libéria, Ernest Koroma, enviados da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).

GRÉCIAO primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsi-pras, afirmou que o seu governo fechará “em breve” a segunda avaliação do resgate ao país para possibilitar um alívio da dívida e anunciou, sem detalhar, uma mudança de rumo em direcção a um novo crescimento, apoiado nos sectores do turismo, constru-ção, novas tecnologias e agricultura.

COLÔMBIAFoi com a saída de 13 menores dos acam-pamentos das Farc que começou, no sá-bado na Colômbia, a desmobilização de crianças e adolescentes dessa guerrilha, no âmbito do acordo de paz alcançado entre os rebeldes e o governo de Juan Manoel Santos. Segundo o plaono, no início eles passam por uma avaliação das suas condições de saúde e serão identifi-cados pelo CICR, sendo então entregues a uma equipe do Fundo das Nações Uni-das para a Infância (Unicef ).

VOLTA AOMUND

Na sexta-feira, o antigo primeiro--ministro português recebeu 12 votos de encorajamento – mais

um do que na votação anterior, conti-nuando a ser o único a obter mais de dez votos em todas elas – e dois de desenco-rajamento (menos um).

“Não acredito que apareçam candi-datos novos”, frisou Mónica Ferro, es-pecialista em Nações Unidas. “Nada o impede, mas politicamente seria difícil que fosse bem aceite, pois introduziria um factor de perturbação política num concurso que se quis transparente, aber-to e competitivo”, adiantou a professora universitária e ex-deputada.

António Monteiro e Francisco Seixas da Costa, ambos antigos embaixadores de Portugal junto da ONU, partilharam o mesmo entendimento mas de forma mais cautelosa.

“Não se pode excluir, mas acho agora muito improvável”, argumentou Antó-nio Monteiro, pois “seria deitar ao lixo a novidade da transparência para regres-sar ao pior do Conselho de Segurança”, com “decisões cozinhadas” pelos cin-co membros permanentes “sem ter em conta a vontade democrática da organi-zação” – dado que “as sucessivas vota-ções em António Guterres indiciam” que aquele órgão de cúpula da ONU “está a caminho do consenso. Não há razão para recorrer a um candidato extra”, enfatizou o ex-chefe da diplomacia portuguesa.

Seixas da Costa adiantou: “Não con-sigo excluir isso a 100% porque, se na próxima votação se viessem a verificar mais votos” favoráveis no eslovaco Mi-roslav Lajcak e no sérvio Vuk Jeremic, “estaríamos não num empate técnico mas mais numa situação que poderia le-var ao surgimento de um novo candida-to e, aí, o ser mulher poderia ser um va-

Todos os distritos de Pyongyang, particularmente na-queles onde possa esconder-se o líder norte-coreano, serão completamente destruídos por mísseis balísticos

e projécteis de alto poder explosivo assim que o Norte mostre sinais de usar arsenal nuclear. Por outras palavras, a capital do Norte será reduzida a cinzas e eliminada do mapa”, disse aquela fonte militar de Seul à agência sul-coreana de notícias Yonhap.

Os detalhes da operação são divulgados depois de o Mi-nistério da Defesa sul-coreano ter dado conta do denominado “Castigo Massivo e Represália da Coreia do Norte” à Assem-bleia Nacional, em resposta ao mais recente teste nuclear do Norte.

O conceito operativo do Ministério de Defesa pretende lançar bombardeamentos preventivos contra o líder norte--coreano, Kim Jong-un, e a liderança militar do país, se forem detectados sinais iminentes do uso de armas nucleares ou em

ONU

Guterres distancia-se dos seus concorrentesAs quatro vitórias claras de António Guterres nas quatro votações secretas para o cargo de secretário-geral da ONU faz distanciá-lo dos seus concorrentes e tornam muito improvável que surja um ou uma rival de última hora, sublinharam ontem diversas fontes ouvidas pelo DN

lor a ter em conta”. Contudo, sublinhou o ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus ao DN, “estou muito mais op-timista agora do que no início do proces-so”, apesar de aqueles dois candidatos do Leste Europeu também manterem o segundo e terceiro lugares, respetiva-mente, da votação anterior – tendo o es-lovaco recebido mais um voto favorável (dez) e o sérvio mais dois (nove), com ambos a obterem menos um negativo (quatro).

Segundo Mónica Ferro, “se ago-ra aparecer outra candidatura quando houve 12 a participar desde o início... fizeram um debate público, foram vota-dos várias vezes... seria como se o pro-cesso pudesse recomeçar de novo! Seria um candidato que estaria a resguardar--se do desgaste que os outros já tiveram e apareceria como uma solução quando não há sequer um impasse” face aos resultados verificados no conjunto das quatro votações.

Com quatro das cinco candidatas femininas nas últimas quatro posições entre os dez candidatos ainda na corri-da para suceder a Ban Ki-moon a partir de 1 de janeiro de 2017, Seixas da Costa

referiu também que agora “parece mui-to claro que o factor de género começa a desaparecer do cenário” – algo que “já era contraditório com um processo transparente, em que se procura o candi-dato mais qualificado”.

Com os resultados obtidos na sexta--feira pelas cinco candidatas, pelo me-nos duas – Christiana Figueres e Natalia Gherman – dificilmente poderão man-ter-se na corrida: a primeira manteve dez dos 12 votos negativos da terceira votação e a segunda ficou com 11 dos 12 “nãos”. Também Susana Malcorra (séti-ma) e Helen Clark (oitava) terão visto di-minuir as suas hipóteses com esta quar-ta votação, pois a argentina baixou dois lugares e a neozelandesa perdeu um em relação à votação de final de agosto.

Mónica Ferro mostrou-se convicta de que haverá “algumas desistência até ao fim de Setembro”, mas manifestou “dú-vidas que Helen Clark desista” antes da nova ida às urnas no dia 26, “por a Nova Zelândia estar a presidir ao Conselho de Segurança” (embora delegando a orga-nização das votações na Rússia, que lhe sucederá no próximo e decisivo mês de Outubro. JTM/DN

caso de guerra, explicou a fonte.Nesse caso, a Coreia do Sul tem previsto lançar os seus

mísseis balísticos Hyunmoo 2A e 2B, com um alcance entre 300 e 500 quilómetros, assim como os seus mísseis de cruzeiro Hyunmoo 3, cujo alcance é de 1.000 quilómetros.

Seul anunciou, em meados de Agosto, a intenção de incre-mentar de forma significativa o seu arsenal de mísseis para fa-zer frente à “crescente” ameaça armamentística da Coreia do Norte.

Outra fonte disse que Seul criou recentemente uma unida-de especial encarregada da destruição da cúpula militar da Co-reia do Norte, cuja missão se centra no “lançamento de ataques preventivos sobre eles”, segundo declarações recolhidas pela Yonhap.

A Coreia do Norte realizou na sexta-feira o seu quinto teste nuclear, o mais potente até à data.

JTM/Lusa

Manuel Carlos Freire

Segunda-feira, 12 de Setembro de 201614 JTM | DESPORTO

CAMPEONATO DE BOLINHA

Night Walker “oferece” meias-finais ao SportingAo Lam Pak bastava o empate para seguir em frente, mas o Night Walker estragou a festa aos pupilos de Noruega. Quem agradeceu foi o Sporting, que assim termina em segundo lugar do grupo

Chegou ao fim a fase de grupos do campeonato de bolinha de Macau, depois de uma derra-

deira jornada que decidiu a última vaga no acesso às meias-finais e igual-mente determinou quem desce à II Di-visão da próxima temporada.

Na parte de cima da tabela do Gru-po A, havia grande expectativa à volta da partida entre o Lam Pak e o Night Walker, que iria definir o segundo clas-sificado da série.

Não porque o Night Walker tivesse ainda qualquer hipótese de qualifica-ção, mas em virtude do interesse de uma terceira equipa, Sporting, que em caso de derrota do Lam Pak festejaria o apuramento.

Ao longo da semana muito se falou de verdade desportiva, precisamente porque o Night Walker e o Lam Pak têm alguma proximidade de dirigen-tes e até o antigo treinador do Lam Pak, Chan Man Kin, está agora ao ser-viço do Night Walker.

Os jogadores do Night Walker, pelo menos os não chineses, Timba e Samuel Ramosoeu, haviam prometido disputar o jogo de forma natural, ou seja, com o objectivo de ganhar, independentemen-te da equipa estar já fora da qualifica-ção para a fase seguinte da prova.

E o certo é que cumpriram, o que deixou uma boa imagem do futebol de Macau da actualidade, ao contrário de algumas dúvidas que pairaram em anos passados.

Semana de dúvidasO facto do Sporting ser um clube

português poderia até ter “influencia-do” o ambiente à volta dessa partida entre dois conjuntos chineses, Night Walker e Lam Pak, com este último a precisar de apenas um empate para se juntar, nas meias-finais, a Ka I, Benfica e Monte Carlo.

Afinal tudo foi “às claras”, ou pelo menos deu essa sensação, com os “noc-tívagos” a dificultarem ao máximo a acção do seu adversário de uma forma enérgica dentro de campo, procurando terminar a temporada com uma vitó-ria, tal como Timba havia referido ao JORNAL TERIBUNA DE MACAU, na antevisão ao desafio.

O Night Walker cedo mostrou a in-tenção de ganhar, marcando aos três minutos num belo remate do sul-afri-cano Samuel Ramosoeu, sem dúvida um dos jogadores de nível acima da média que Macau tem na actualidade.

O Lam Pak tremeu e ainda pior ficou quando, antes do intervalo, os pupilos de Chan Man Kin fizeram o segundo golo, em mais remate de fora da área, desferido por Cheong Kin Cheong.

Lam Pak desconcentradoO Lam Pak, orientado pelo macaen-

se Emanuel Noruega, teve de arriscar tudo nos segundos vinte e cinco mi-nutos, reduzindo por Vernon Wong e passando a pressionar a defesa do Ni-ght Walker.

Numa das jogadas de maior perigo do Lam Pak, a bola bateu nos dois pos-

tes e aí se percebeu que a sorte nada queria com a equipa.

“Não estivemos concentrados nos primeiros dez minutos e sofremos por isso um golo. Os meus jogadores come-çaram a ficar nervosos e isso dificultou a nossa tarefa, quando sabíamos que o empate era suficiente. Os reforços chi-neses também chegaram atrasados ao jogo. Na segunda parte, já a perder por 2-0, acordámos, reduzimos e tivemos uma oportunidade para fazer o 2-2, mas a bola bateu nos dois postes. Não tivemos sorte, não conseguimos pas-sar. Estamos desiludidos, mas vamos voltar a acreditar no próximo ano”, pa-lavras do treinador do Lam Pak, Ema-nuel Noruega.

Torcer por foraNo final, vitória do Night Walker

por 2-1, o que colocava desde logo o Sporting na fase seguinte, a eliminar, como segundo classificado do Grupo.

Aliás, a maioria dos jogadores leo-ninos, juntamente com o treinador, dirigentes e vários adeptos, estava na bancada do D. Bosco a puxar pela equi-pa do Night Walker, fazendo no final uma festa igual a um qualquer triunfo da própria equipa em campo.

Desta feita foi torcer fora das quatro linhas…

“Naturalmentem ficámos satisfei-tos, porque conseguimos o nosso objec-tivo. Por isso festejámos como se fosse uma vitória nossa”, disse o treinador João Pegado, que realçou a atitude do Night Walker

“Entregou-se ao jogo de uma ma-neira intensa, isto quando se pôs em causa, durante a semana, a questão da verdade desportiva. Há que dar os pa-

rabéns pelo profissionalismo demons-trado em campo.”

Meias-finais intensasCom este desfecho, estão encon-

trados os semi-finalistas deste tão po-pular campeonato de futebol de sete, que continua a levar bastante público ao complexo do D. Bosco, como aliás se viu neste desafio entre o Lam Pak e o Night Walker, onde os mais ruidosos foram naturalmente os elementos e os adeptos ligados ao Sporting.

Para o técnico “verde-branco” es-tão nas meias-finais as quatro melho-res equipas da bolinha: “Na minha opinião estas são as melhores equipas, sem desprezo pelo Night Walker e pelo Lam Pak.”

E agora vem aí um Sporting-Ben-fica, agendado para o próximo dia 20, que provavelmente vai voltar a chamar muitos portugueses (e não só) às ban-cadas, num jogo que promete.

“Vamos defrontar o Benfica e vai ser certamente um jogo intenso, onde a vitória pode cair para qualquer um dos lados. É sempre uma incógnita. Temos dez dias para preparar e eu espero po-der contar com todo o plantel”, refere João Pegado.

Dificuldade elevadaDo lado do Benfica, que tinha tam-

bém alguns dos seus elementos no D. Bosco a assistir ao desafio entre o Lam Pak e o Night Walker, já há uma pri-meira reacção ao adversário para as meias-finais.

O treinador Tiago Simões reconhe-ceu que, nesta fase, qualquer adversá-rio apresenta dificuldades: “É uma fase a eliminar e os clubes que aqui estão

Vítor Rebelo*

apresentam grau de dificuldade eleva-do. Claro que, para nós, é indiferente ser o Sporting ou outra equipa, mas é sempre um clássico, em qualquer par-te onde estes dois clubes se defrontem. Todos os jogos têm a sua história e são equilibrados. Vamos tentar encontrar soluções para ultrapassar o Sporting. Julgo que quem estiver mais concen-trado ganha o jogo.”

Vamos ter então dois desafios de cartaz nas meias-finais da bolinha, jun-tando-se ao Sporting-Benfica um outro desafio com interesse redobrado, no confronto entre o Ka I e o Monte Carlo.

A equipa de Josecler ganhou seis jogos e empatou um (Lam Pak, 2-2), enquanto que o Monte Carlo venceu cinco encontros e perdeu com o Ben-fica (2-1), mostrando capacidade, prin-cipalmente através dos brasileiros do plantel, para discutir a passagem à final da competição, agendada para o dia 29 deste mês de Setembro.

Já agora a notícia de que Fu Si e Lai Chi, últimos em cada uma das duas sé-ries, descem à II Divisão da temporada da bolinha de 2017, por troca com os três melhores do escalão secundário, cuja fase de grupos ainda decorre.

O Clube Atlético de Macau, que tem como treinador-jogador Pedro Ri-beiro e Castro, fez já dois jogos e ga-nhou ambos (2-0 e 5-1), enquanto que o Consulado (Clube de Futebol Benfi-ca de Macau) realizou uma partida e venceu por 5-0, o mesmo acontecendo com o Papatudo, de Agostinho Caeta-no, com triunfo por 1-0.

Casa de Portugal e Show Di Bola perderam na ronda inaugural dos seus grupos, respectivamente por 2-0 e 3-0.

*Jornalista

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Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 JTM | DESPORTO 15

LIGA PORTUGUESA

Os grandes não escorregaram…

O calendário da jornada, no que aos crónicos grandes dizia respeito, trazia um grau de dificuldade

maior para o Benfica, na sua deslocação a Arouca, agravado na véspera do jogo, pela lesão de Jonas. Por outras palavras, com Jimenez e Mitroglou entregues ao departamento médico, a lesão de Jonas foi o que faltava para as preocupações se-rem mais do que muitas.

Em público, Rui Vitória não deitou a toalha ao chão e disse que “pagam-me para encontrar soluções”. E encontrou. Mais: entregou a missão de “marcado-res de serviço” a dois defesas (Nélson Semedo e Lisandro), mesmo tendo em conta que fez estrear Rafa. E, diga-se, na primeira meia hora de jogo, os campeões nacionais desperdiçaram uma mão cheia de ocasiões de golo “feito”, criadas por um futebol de grande qualidade, rápido, enleante, a tocar as raias da perfeição.

Só um golo – é verdade – premiou este domínio absoluto. Mas o Arouca não estava em campo! Lito Vidigal congemi-nou um plano que, verdade se diga, foi uma rajada de tiros nos pés com a sua de-fesa a não encontrar sentido posicional, o meio campo a falhar e, na frente, um pensamento único: recuar para ajudar os companheiros.

Ao intervalo, Vidigal reverteu o sis-

Quando os grandes não escorregam, a jornada, seja ela qual for, perde “força” mediática. A rotina das vitórias dos melhor apetrechados, tira a emoção e o espanto a todos os resultados. Por isso, a classificação ficou “como era”. Apenas uma nota estatística: o Sporting, há décadas que não fazia o pleno nas quatro primeiras jornadas da prova

Barcelona perde em casa e isola Real na liderança

Entre castigados e jogadores que resolveu poupar, o treinador Luis Enrique fez uma ‘revolu-

ção’ no ‘onze’ e o ‘Barça’ perdeu três pontos, frente a um adversário muito eficaz, que aproveitou as suas ocasiões.

O brasileiro Deyverson, ex-jogador do Belenenses, adiantou os forasteiros, aos 39 minutos, o francês Jeremy Ma-thieu ainda empatou, aos 46, mas, aos 64, Ibai Gomez devolveu o comando do encontro ao Alavés, que, depois, se-gurou a vantagem.

Com este resultado, os campeões em título ficaram a três pontos do Real Madrid, que se isolou na frente, ao ba-ter em casa o Osasuna por 5-2, num jogo que marcou o regresso aos relva-dos de Cristiano Ronaldo, dois meses depois.

O ‘capitão’ da seleção portuguesa inaugurou o marcador, aos seis mi-nutos, com o brasileiro Danilo, aos

40, Sergio Ramos, aos 45+1, o central internacional luso Pepe, aos 56, e o croata Modric, aos 62, a apontarem os outros tentos ‘merengues’.

Depois de estar a perder por 5-0, o Osasuna marcou dois golos, por Oriol Riera, aos 64 minutos, e David Garcia, aos 78, e, pelo meio, Roberto Torres ainda falhou um penálti.

Provisoriamente isolado no segun-do lugar, com sete pontos, segue o Se-vilha, que bateu em casa o Las Palmas por 2-1, graças a dois tentos nos instan-tes finais.

No outro encontro, o Villarreal ven-ceu por 2-0 no reduto do Málaga, pas-sando a somar cinco pontos, tal como o Atlético de Madrid, que goleou fora o Celta de Vigo por 4-0, com tentos de Koke (53 minutos), do francês Antoine Griezmann (73 e 81) e do argentino Angel Correa (89), sendo que Tiago entrou aos 82.

O FC Barcelona sofreu a primeira derrota da época, ao cair inesperadamente por 2-1 na recepção ao Alavés, deixando o campeão europeu Real Madrid isolado na liderança da Liga espanhola de futebol, à terceira jornada

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tema. Deixou de inventar e pôs a equipa a jogar como sempre tem jogado, num 4x3x3 que está mais do que assimilado.

Ainda embalado pela primeira meia hora, os encarnados conseguem o segun-do golo mas, depois, não conseguiram o tal domínio absoluto e inquestionável. Ao contrário, sofreram um golo e, até ao derradeiro apito do árbitro, foi sofrer a bom sofrer.

Conclusão: salvou-se a tal meia hora fantástica e, muito justamente, a vitória. Mas que era perfeitamente dispensável o sofrimento final, isso era!

Em Alvalade, outra vez com mais de 40 mil nas bancadas, o Sporting teve um jogo tranquilo, ante um Moreirense que arriscou pouco, quase nada, e ficou em inferioridade numérica logo aos 34 mi-nutos, por um duplo amarelo mostrado a Neto, num lance em que o “cónego” foi mais do que infantil.

Com uma toada quase de sentido único, Gelson – fixem muito bem o nome deste menino! – fez um golo de bandeira (não se pode esquecer o soberbo passe de William Carvalho) e, no segundo tempo, os “reforços” Joel Campbell e Bas Dost, assinaram os restantes dois golos.

Numa vitória fácil, as facilidades fo-ram construídas pelos “leões”. Jogo in-tenso, circulação de bola perfeita, rema-tes certeiros isto apesar do guarda redes adversário também ter brilhado e de que maneira.

Há que recuar muitos anos para ver

um Sporting com vitórias em todos os quatro primeiros jogos disputados.

Óbvio que, por enquanto, isto nada quer dizer…

No “Dragão”, aquilo que se apregoa-va do Vitória de Guimarães, não foi co-locado no tapete verde. Três golos sem resposta – o terceiro foi auto-golo mas a pressão de Depoitre a isso motivou! – e uma exibição que deu para Nuno Espírito Santo dar descanso a algumas “pedras”, pensando já no jogo de quarta feira, ante o Copenhaga.

No Restelo, o Nacional voltou a sair de mãos a abanar e levando consigo o peso de um auto-golo (Bonilla) que deu o triunfo aos da casa. Num jogo equili-brado, as cautelas dos azuis acabaram

por não ter grande sentido, isto porque o Nacional, por mais que tentasse, não con-seguia organizar um futebol que levasse perigo à área contrária. E marcou cedo (aos 7 m.) por Bonilla…o mesmo que voltaria a marcar, aos 84, mas na própria baliza! No entretanto, uma grande pena-lidade tinha dado a igualdade ais azuis. Claro que foi um jogo medíocre. Sem arte e com muito coração. É a luta pelos pon-tinhos…

Para completar a jornada faltam ainda jogar Paços de Ferreira-Estoril, Marítimo--Rio Ave, Braga-Boavista e Chaves-

Vitória de Setúbal, jogos que se ini-ciam após o fecho desta edição

*Jornalista profissionalespecializado em desporto

O treinador português surpreen-deu com a introdução no ‘onze’ do estreante Henrikh Mkhi-

taryan e Jesse Lingard, em vez de An-thony Martial e Juan Mata, mas não teve muito tempo para comprovar o acerto das opções, porque aos 15 minu-tos já De Bruyne fazia o 1-0, depois de passar pelo ‘estático’ Blind e bater De Gea.

O internacional belga voltaria a estar em evidência no segundo golo, com um tiro ao poste que deixou a defesa anfi-triã ‘pregada’ e permitiu ao nigeriano Iheanacho fazer a recarga com êxito, aos 36 minutos. Mas uma saída mal cal-culada do guarda-redes Claudio Bravo ofereceu Ibrahimovic a oportunidade de fazer o seu quarto golo da liga e o sueco não desperdiçou, reduzindo an-tes do intervalo (42).

Na segunda parte, com Ander Her-rera e Marcus Rashford nos lugares de Mkhitaryan e Lingard, o Manchester United foi em busca do empate e teve várias meias- oportunidades perdidas

por IbrahimovicO jogo foi sempre muito movimen-

tado, o público vibrou e a Premier Lea-gue saiu bastante reforçada.

Em relação aos outros encontros, o Liverpool bateu o campeão em título Leicester por expressivos 4-1, enquan-to, o Tottenham goleou fora o Stoke City por 4-0, e o Arsenal batia em casa o Southampton por 2-1, com um penálti nos descontos.

Em reduto alheio, o Watford somou a primeira vitória na prova, ao bater fora o West Ham por 4-2, depois de estar a perder por 2-0, e o Crystal Pa-lace, que foi vencer o Middlesbrough por 2-1. O Bournemouth foi a terceira equipa a estrear-se a ganhar, ao superar em casa o West Bromwich por 1-0, com um tento de Callum Wilson, aos 79 mi-nutos e nesta jornada houve uma única igualdade no reduto do Burnley frente ao Hull City.

A jornada termina com o Swansea City-Chelsea que termina após o fecho desta edição.

PREMIER LEAGUE

Espectáculo em ManchesterO Manchester City venceu o Manchester United, por 2-1, e Pep Guardiola bateu José Mourinho no primeiro dérbi de ambos no futebol inglês, deixando os ‘citizens’ no topo da ‘Premier League’

Costa Santos Sr.*Especial para o JTM

O Sporting está a mostrar-se em grande forma

Segunda-feira, 12 de Setembro de 201616 JTM | OPINIÃO

REGINADE AZEVEDO PINTO*

AOS MEUS OLHOS

Definitivo

Há poemas que ficam encrostados na nossa vida como se dela fizessem parte e fossem essência. Há uma intromissão, um esbulho, escondem-se na

parte mais profunda da carne. Há um em especial (entre outros) que modificou a minha forma de sentir e projectar o que a vida me escondia sorrateiramente. Ela às vezes é ardilosa e meia atravessada.... Martha Medeiros deixou--me um eco de sabedoria enorme. Definitivo, é o nome do poema que ouvi de forma magnética há dois anos no teatro A Barraca na peça 20Dizer do teatro Acert.

No escorrer deste poema sobre a nossa íris percebe-mos, conforme o vamos absorvendo pelo sistema diges-tivo da alma, a origem da dor e do sofrimento, de onde eles brotam e despontam devagarinho. Ela explica-nos que advém de uma leve amnésia que pousa sobre a nossa moleirinha de criança que nos faz esquecer tudo o que já sobrevoamos e, passamos a debruçarmo-nos sobre todas as projeções irrealizadas, por todas as cidades que gosta-ríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não co-nhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilha-mos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. Ela nasce dessa porta mal fechada que continua a projectar pela fechadura sobre uma tela gigante tudo o que poderia ter sido e que não foi. Mas a projecção é apenas uma som-bra de um passado presente…

Então é isso! Sofremos por aquilo que não vivemos, que não provamos que não experienciámos, não esgota-mos até ao seu último degrau, à sua última sílaba, ao seu último suspiro….Sofremos porque o presente escasseia e toda a nossa avidez está empoleirada num futuro presente que foi confiscado e um passado que prende e martiriza. O Pessoa é que praguejava muitas vezes as saudades do futuro…

Então essa dor está infiltrada num terreno presente permeável a um futuro primaveril que nunca chegou… uma vontade que tenta imperar e arranhar o amanhã de-sesperadamente num tempo verbal que nunca se verte sobre ela. Biópsia, sufocamento de palavras que nunca se soltaram…

Qual a resposta para este pranto? Simples como um verso diz-nos ela, Se iludindo menos e vivendo mais! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdí-cio da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felici-dade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...

Fiel depositária deste segredo que os meus ouvidos descobriram por acaso no desfolhar musical de páginas esvoaçantes sobre um palco improvisado de um grande senhor chamado José Rui Martins, não o poderia guardar só para mim. Não podia estar confinado aos ouvidos dos presentes… Nesse dia percebi que a dor é independente, o sofrimento uma coligação com as expectativa, um peregri-no servil de vontades. Comecei a dosear a amizade entre o servil e a felicidade, mudando-lhe as roupas conforme o tempo e não conforme vontades e, ao fim-de-semana dei-xo-o solto ao livre arbítrio das suas vicissitudes. Comecei a escrever a Vida com “V” maiúsculo, ficou tão grande que fez sombra à ilusão. Começou a mirrar. Também dei uma chave de casa ao amor para poder entrar quando quisesse e não ir eu a correr para a porta ao som da campainha cada vez que lhe apetecia. À prudência ofereci-lhe um salto de pára-quedas para ver se se liberta um bocadinho e passar a ser menos chata. Definitivo, como tudo o que é simples, até agora têm-se entendido todos bem.

*Advogada em Lisboa

Há um assunto que nunca nos cansa: a defesa altruísta dos nossos interes-ses. E raro assunto nos revolta mais:

o egoísmo dos outros. Isto não é uma recolha de aforismos, é

uma crónica parlamentar, porque os depu-tados têm os mesmos vícios do resto dos ho-mens.

Há dias, falou-se do IMI para prédios dos partidos. Duas posições extremas se apre-sentaram: o PCP recusou a ideia e o CDS aplaudiu-a. Nessas duas posições opostas estavam também (por coincidência, claro) o partido que é o maior proprietário predial e o menor. Quem, um? Quem, outro?

Uma pista: se fosse por ideologia, as ati-tudes seriam diferentes. Mas, na verdade, neste assunto (poder, na versão guita), a ideologia conta pouco – e no caso não con-tou nada...

Ontem, na esteira do escândalo das via-gens oferecidas da Galp, o governo apre-sentou um código de conduta. Resumido: convites para governantes só até 150 euros. É uma boa medida que ajuda a combater o que tem sido prática corrente de sucessivos governos.

Que discussão se fez da proposta? À di-reita, deputados do CDS e do PSD exigiram a demissão dos governantes que aceitaram os convites. À esquerda, PCP e BE criticaram o saltitar por empresas dos ex-governantes Portas e Maria Luís.

Se calhar, assuntos interessantes. Mas es-tava-se perante uma boa proposta, que nin-guém contestou.

Então, o que levou a nenhum deputado apresentar o óbvio: que tal, ilustres colegas, aprovarmos, aqui e agora, o mesmo código de conduta?

JTM/DN

E para deputados não há código de conduta?

FERREIRAFERNANDES*

1ª Vez “JTM” - 12 de Setembro de 2016

Execução Ordinário nº CV2-15-0133-CEO 2° Juízo Cível

Exequente: HUI WAI TUNG, casado. residente em Macau, na Avenida Sir Anders Ljungstedt, L’Arc. Macau, 25º andar “G”.Executado: LEONG KAM TONG, casado, residente em Macau, na Rua da Ribeira do Patane, Sin Io Lao, nº 56-62, 3º andar “D”.

Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos do executado para, no prazo de quinze dias, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto dos bens penhorados sobre que tenham garantia real e que é o seguinte:

Imóvel penhorado Denominação da fracção autónoma: “D3”, do 3º andar “D”.Situação: Em Macau, na Rua da Ribeira do Patance nºs 56-62.Fim: Para habitação.Número de matriz: 071110.Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: 3764, a fls. 256v do Livro B18.Número de inscrição do proprietário: 1971.

Aos 06 de Setembro de 2016.

O Juiz,Seng Ioi Man

A Escrivã Judicial Adjunta,Lai Wai Sun

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

1ª Vez “JTM” - 12 de Setembro de 2016

Execução Ordinária nº CV1-14-0089-CEO 1° Juízo CívelExequente: Companhia de Promoção de Jogos San Chao, Limitada, com sede em Macau, “馬德里街珠江大廈地下PR舖”.Executado: Wong Kin Wai, masculino, de nacionalidade chinesa, titular do B.I.R.M., residente em Macau, na Avenida Doutor Mario Soares, nº 239, Edifício Wa Iong, 20º andar G.

FAZ-SE SABER, que foi designado o dia 12 de Outubro de 2016, pelas 10:30, no local de arrematação deste Tribunal e no processo acima indicado, para venda por meio de propostas em carta fechada, dos seguintes bens penhorados:

Veículo Automóvel 1. Veículo automóvel de matrícula MS-10-39, marca TOYOTA, modelo ALPHARD

350S C PACKAGE 2WD A/T.O Valor base da venda: MOP$161.000 (Cento e Sessenta e Uma Mil Patacas).

Quotas 2. Quotas no valor nominal de MOP$165.000,00 que o executado Wong Kin Wai,

detêm na “東港裝飾工程有限公司”, com sede em Macau, “觀音堂街115號祐喜大廈第2座地下A”, matriculada na C.R.C.B.M., sob o nº 45372(SO).

O Valor base da venda: MOP$115.500 (Cento e Quinze Mil, Quinhentas Patacas).3. Quotas no valor nominal de MOP$13.000,00 que o executado Wong Kin Wai,

detêm na “志峰裝修機電工程有限公司”, com sede em Macau, “蓮峰街蓮峰大廈第4座地下L舖”, matribulada na C.R.C.B.M., sob o nº 45661(SO).

O Valor base da venda: MOP$9,100 (Nove Mil, Cem Patacas).São convidados todos os interessados na compra daqueles bens a entregar na Secão

Central deste Tribunal, as suas propostas, até ao dia 11 de Outubro de 2016, pelas 17:45, sendo que o preço das propostas devem ser superiores aos valores acima indicados, devendo o envelope da proposta, conter, a indicação de “PROPOSTA EM CARTA FECHADA” bem como o “NÚMERO DO PROCESSO: CV1-14-0089-CEO”.

No dia da abertura das propostas podendo, querendo, os proponentes assistir ao acto.Durante o prazo dos editais e anúncios, os proponentes, a fim de proteger os seus

interesses, podem, caso queiram, antes de apresentar quaisquer propostas dirigir-se à fiel depositária, Sra. Wong Leng, residente em Macau, na Estrada Marginal da Areia Preta, Tong Wa San Chun, nº 348, BL. 14, 17º Andar C, a fiel depositária, por sua vez, está obrigado a mostrar os bens a quem pretenda examiná-los, podendo fixar as horas em que, durante o dia, facultará a inspecção.

Quaisquer titulares de direito de preferência na alienação dos bens supra referidos, podem, querendo, exercer o seu direito no próprio acto da abertura das propostas, se alguma proposta for aceite, nos termos do art. 787º do C.P.C.

Na R.A.E.M., 05/09/2016.

O Juiz,Chan Io Chao

O Escrivão Judicial Adjunto,Loi Wa Chon

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

1ª Vez “JTM” - 12 de Setembro de 2016

Execução Ordinária nº CV1-14-0127-CEO 1° Juízo Cível

Exequente: Banco Nacional Ultramarino, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, nº 22, registada na Conservatória dos Registos Comercial e Bens Móveis sob o nº 13548(SO).Executado: Ip Lap, do sexo masculino, solteiro, maior, de nacionalidade chinesa, titular do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da R.A.E.M. e com última residência conhecida em Macau, na Estrada do Repouso, nº 74-D, Edif. Mei Hong, 2º andar A.

FAZ-SE SABER, que foi designado o dia 12 de Outubro de 2016, pelas 10:30, no local de arrematação deste Tribunal e no processo acima indicado, para venda por meio de propostas em carta fechada, do seguinte bem penhorado:

Imóvel Denominação Fracção autónoma designada por “A2”, do 2º andar A.Situação: sito em Macau, Rua de Inácio Pessoa, nºs 21 a 23; Rua de Martinho Montenegro, nºs 55 a 57 e Estrada do Repouso, nºs 74-C a 74-E.Finalidade: para habitação.Número de matriz: 37903.Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº 9912, a fls. 296v do Livro B26.Número de inscrição da propriedade horizontal: nº 287, a fls. 145v, do Livro F19A.Número de inscrição do proprietário: nº 262169G.O Valor base da venda: MOP$2,000,000 (Dois Milhões Patacas).

São convidados todos os interessados na compra daquele bem a entregar na Secção Central deste Tribunal, as suas propostas, até ao dia 11 de Outubro de 2016, pelas 17:45, sendo que o preço das propostas devem ser superior ao valor acima indicado, devendo o envelope da proposta, conter, a indicação de “PROPOSTA EM CARTA FECHADA” bem como o “NÚMERO DO PROCESSO: CV1-14-0127-CEO”.

No dia da abertura das propostas podendo, querendo, os proponentes assistir ao acto.Durante o prazo dos editais e anúncios, os proponentes, a fim de proteger os seus

interesses, podem, caso queiram, antes de apresentar quaisquer propostas dirigir-se à fiel depositária, Srª Lao Chi In (com domicílio em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, nº 22), a fiel depositária, por sua vez, está obrigado a mostrar o bem a quem pretenda examiná-lo, podendo fixar as horas em que, durante o dia, facultará a inspecção.

Quaisquer titulares de direito de preferência na alienação do bem supra referido, podem, querendo, exercer o seu direito no próprio acto da abertura das propostas, se alguma proposta for aceite, nos termos do art. 787º do C.P.C.

R.A.E.M., 05 de Setembro de 2016.

O Juiz,Chan Io Chao

A Escrivã Judicial Especialista,Lei Ka Lou

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

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Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 JTM | OPINIÃO 17

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

12/09/1996

ESCOLAS OFICIAISCOMEÇAM A ABRIRAs aulas nas escolas oficias de Ma-cau de ensino português e luso--chinês iniciam-se entre hoje e 20 de Setembro, anunciou o gabinete do secretário-adjunto para Administra-ção, Educação e Juventude. O ano lectivo de 1996/97 já começou para os jardins de infância luso-chineses, escolas primárias luso-chinesas, jar-dim de infância do Colégio D. Bosco e Escola Secundária Luiz Gonzaga Gomes. As aulas do primeiro ciclo na Escola Comercial Pedro Nolasco e no Colégio D. Bosco iniciaram-se a 11, dia em que reabriu igualmente a Escola Primária Oficial. Nos dias 16 e 19, inicia-se o ano lectivo dos segun-do e terceiro ciclos, respectivamente, no Colégio D. Bosco e na Escola Co-mercial Pedro Nolasco, onde come-çam igualmente no dia 19 as aulas do ensino secundário. Finalmente, o ano lectivo na Escola Básica e Secundária Infante D. Henrique começa no dia 20 de Setembro. Nas 108 escolas par-ticulares e oficiais de Macau que mi-nistram os ensinos básico e secundá-rio, estão inscritos este ano cerca de 90.000 alunos, sendo as aulas assegu-radas por cerca de 3600 professores.

AUTORIZADA CUNHAGEMDE NOVAS MOEDASA Administração autorizou a cunha-gem de moedas metálicas de valor facial de dez patacas até à quantida-de máxima de 20 milhões de unida-des. As novas moedas, que começa-rão a circular em 1997, apresentam uma simbologia que lhes permitirá a circulação na futura Região Admi-nistrativa Especial de Macau, à seme-lhança das moedas de cinco patacas, uma pataca, 50 avos, 20 avos e dez avos, cuja cunhagem foi autorizada em 1991, refere o diploma. O anver-so das novas moedas representa, no centro, a Igreja de S. Domingos, e contém o seu valor facial em carac-teres chineses e em português. O re-verso apresenta, no centro, a palavra “Macau” em português e respectivos caracteres chineses e o desenho de um morcego, “o qual representa, se-gundo o universo simbólico chinês, a ‘Felicidade’’’, refere ainda o decreto--lei publicado em Boletim Oficial. Com 2,7 milímetros de espessura e 12 gramas de peso, as novas moe-das são constituídas por uma coroa circular externa, numa liga de cobre, alumínio e níquel, e por um núcleo central, em liga de cobre e níquel.

As festas da Casa de Macaudo Rio de Janeiro

JORGE A.H.RANGEL*

FALAR DE NÓS

“A Casa de Macau do Rio de Janeiro é o resultado justamente do desejo dos macaenses, que já se encontravam uns com os outros

para confraternizações em suas casas, de ter uma sede própria para realizar suas festas e seus encontros, e assim vivenciar o

que eles chamam de cultura macaense.”

Uma parceria recentemente estabelecida pelo Institu-to Internacional de Macau (IIM) com o Real Gabine-te Português de Leitura do Rio de Janeiro incentivou

jovens investigadores brasileiros a realizarem trabalhos re-lacionados com Macau, a memória de Portugal no Orien-te e as relações da China com o mundo lusófono. Um dos primeiros, já publicado conjuntamente por aquelas duas entidades que têm desenvolvido uma estreita cooperação há mais de uma década e meia, intitula-se “As Festas da Casa de Macau do Rio de Janeiro”. Trata-se de um ensaio antropológico de Paloma Rodrigues Augusto, já lançado na sede daquela agremiação macaense em Outubro de 2015.

Principais festasTendo como referências fundamentais a página virtual

da Casa de Macau (http://casademacaurj.com) e dois li-vros do IIM (“Macau somos nós: um mosaico da memó-ria dos macaenses no Rio de Janeiro”, de Andréa Doré, Anita Almeida e Carlos Moura, 2001, e “Filhos da Terra: a comunidade macaense, ontem e hoje”, de Alexandra Sofia Rangel, 2012) a autora, bacharel em Ciências Sociais, con-duziu numerosas entrevistas e, como pesquisa de campo, frequentou a sede da Casa de Macau ao longo de quase um ano, marcando presença em todas as suas principais festas e convívios e recolhendo material necessário à produção daquele estudo que teve bom acolhimento no seio da co-munidade.

Começando por enquadrar as suas pesquisas nas con-cepções e definições de antropólogos como Bronislaw Mali-nowski, Evans-Pritchard, Clifford Geertz, Roberto da Matta e Gilberto Velho, que lhe proporcionaram “um manancial de reflexões sobre a prática da observação participante”, dando-lhe o “aporte teórico para a investigação” levada a efeito, a autora procurou, seguidamente, identificar e ca-racterizar as festas da Casa de Macau, descrevendo-as “do modo mais abrangente – embora o menos extenuante pos-sível – a fim de que o leitor possa conhecer como são essas festas e suas dinâmicas, tratando em seguida da importân-cia dessas festas para seus sócios macaenses”.

As ocasiões festivas relatadas foram as seguintes: Ano Novo Chinês, Páscoa, Dia das Mães, Aniversário da Casa de Macau, em que também se comemorou o Dia de Por-tugal, Festa Julhina, Dia dos Pais, Festival Lunar, Festa da Primavera, Dia das Crianças, Festa do Brasil e Natal, “além de festividades que chamam de ‘almoço típico’ em alguns meses do ano, estabelecendo uma sociabilidade entre eles, a par da manutenção de alguns aspectos da cultura ma-caense, como sua culinária”.

Depoimentos de macaensesUma boa selecção fotográfica enriquece o texto da au-

tora, o qual é complementado por testemunhos de sócios. Destacamos parcialmente aqui os de três antigos presiden-tes da Casa:

“Para José Pina, a importância das festas da CMRJ consiste no fato que é através das festas nessa Casa que os sócios podem ter contato com as tradições macaenses, principalmente a gastro-nomia. Segundo ele, ‘Uma das tradições macaenses é a gastrono-mia. Por causa da cultura portuguesa e chinesa, a mistura des-sas culturas gerou uma gastronomia macaense e essas reuniões nossas têm também como objetivo preservar alguma coisa entre as pessoas que vivem aqui. Talvez em outros países, tenha um ob-

jetivo maior, de congregar em função da língua. Os macaenses foram para Canadá, Estados Unidos e outros países, e tiveram alguma dificuldade de se adaptar, mas se adaptaram. (...) Aqui no Brasil, em função da língua, todo mundo se integrou no Bra-sil, então não é tão forte essa necessidade de integração, porque já é natural.’

Mario Carion acredita que a CMRJ é um local para se trans-mitir as tradições de Macau, mas também destaca, assim como Pina, a importância da culinária macaense para essa comunida-de: ‘Em relação às festas, tudo isso começou com um grupo pe-queno, começou com uma brincadeira, jogando carta na casa de um e de outro, até pra matar o tempo, buscar matar saudade dos jogos e começou a formar um grupo pequeno e esse grupo falou: porque não montamos um tipo de uma associação nossa, até pra gente resgatar as nossas culturas, pra gente passar o que nós aprendemos para os nossos filhos. O que podemos passar? Pri-meiro, a culinária, há uma certa miscigenação que nós tivemos a oportunidade de participar, que trouxe culturas diferenciadas que, de certa forma, se aglutinaram pelo lado mais positivo do que negativo, até porque a convivência do macaense em Macau com os chineses e com os portugueses e os comunistas foi sempre muito harmoniosa, considerada muito calma.’ (...)

A mais jovem presidente das Casas de Macau existentes ao redor do mundo, Iana Assumpção, fala da importância das fes-tas da CMRJ, e problematiza o que é ser macaense, já que, por ter nacionalidade brasileira, alguns macaenses não a conside-ram macaense legítima, e sim uma ‘macaísta’, que pode ser uma expressão que reserva distintos significados em um determinado contexto. O depoimento de Iana revela um pouco da tensão exis-tente em torno do que se chama de etnicidade na Antropologia, com sua reivindicação da identidade macaense e uma concepção que pretende não lhe dar o direito de assumi-la, em detrimento de sua convicção a esse respeito. ‘Eu entendo que se eu vivo Macau, eu entendo Macau, se no meu dia-a-dia eu fico vivendo a cultura macaense, eu sou macaense, entendeu? Independen-temente de onde eu nasci. (...) Eu acho que quando uma pessoa vem aqui pra o Brasil e começa a viver como carioca, ela já come-ça a se sentir carioca. Por que eu não posso me sentir macaense se eu vivo a cultura, aqui, de Macau? E a minha família sempre foi muito adepta da cultura, a gastronomia, o idioma, apesar de eu não saber o cantonês, eu corri atrás do patuá, então, o que me fez ficar mais focada em Macau, porque era aqui que eu encontrava outras famílias. (...) Você vive aquela cultura, você não consegue quando é criança identificar se é brasileiro ou ma-caense, é o que você vive. Eu vinha pra cá e via outras pessoas vivendo as mesmas coisas que eu, então foi aqui nas festas da Casa de Macau que eu me interessei mais por Macau, por isso que eu acho que a festa é importante. Porque foi vindo aqui uma vez por mês – a festa sempre foi assim, uma vez por mês – que eu me interessei mais por Macau e comecei a tentar ajudar nas festas, entrei na diretoria, agora estou como presidente. (...) Eu fico triste quando pessoas de Macau acham que eu não sou ma-caense. (...) Ser macaense é sentir Macau no coração, entendeu? Se você pensa em Macau e você age como se você estivesse em Macau, você é macaense, não precisa ter nascido em Macau.’

ConclusõesDepois das suas próprias observações e análises e das

conversas úteis e agradáveis que manteve com sócios da Casa, a autora extraiu as seguintes conclusões: “vemos que o significado das festas da Casa de Macau do Rio de Janeiro é um pouco distinto de acordo com a posição de cada sócio: a que geração pertence, qual a sua participa-ção na administração da CMRJ, seu lugar de autoridade entre membros da comunidade macaense nesta cidade. Entretanto, todos concordam que essas festas permitem que os laços entre eles se reforcem, que vivenciem aspec-tos da cultura macaense que ainda se faz presente em suas memórias, esteja ou não preservada na Macau contempo-rânea, que possam conviver e viver a alegria de ser ma-caense com brincadeiras, jogos e competições, e manter a culinária que os remete à cultura macaense, à língua e às festas que conheceram em Macau, que podem ter corres-pondência com o português falado no Brasil e com festas do calendário brasileiro, mas não deixam em nenhum mo-mento de serem constitutivas da cultura macaense.”

* Presidente do Instituto Internacional de Macau.Escreve neste espaço às 2.ªs feiras.

Dito

“Entre um guarda-chuva molhado e um autocarro à pinha, numa fila de carros que não andam, entre a casa e o trabalho, fica a Macau surda e muda que não responde à crítica, na incapa-cidade de perceber que (....) as pessoas comuns, as que andam por aí na rua, só querem mesmo é ter uma vida mais ou menos tranquila e organizada”.

Isabel Castro, in “Hoje Macau”

Segunda-feira, 12 de Setembro de 201617 JTM | LAZER

• • • MODA

Aliada da alta-costura, amiga do fato de treinoQual a importância e o papel da moda na vida de Michelle Obama? “Não me interessa saber de tendências”, garante a mulher do presidente dos Estados Unidos

Em 2009, para a sua pri-meira dança – literal-mente – na qualidade

de primeira-dama, Michel-le Obama usou um vestido desenhado por Jason Wu. O modelo, de chiffon branco, captou as atenções no baile inaugural do casal presiden-cial e marcou aquela que, mais tarde, o director criati-vo da Hugo Boss descreveu como uma nova forma de mulheres que circulam nos corredores do poder se apre-sentarem: “Mais leves e ele-gantes.” Wu acabaria por ser tornar um dos estilistas de eleição da mulher de Barack Obama, mas não tem sido o único. Tal como as escolhas de Michelle Obama não têm sido reféns da sua condição.

A moda e a forma como se veste, diz a primeira-dama, andam “de mão dada” com o seu papel na esfera políti-ca norte-americana. Acontece com todos aqueles que têm uma presença pública e uma mensagem a transmitir. “A primeira impressão que temos de uma pessoa é através do que vemos”, explica. Por isso, quando se viaja para outro país, “as cores que se vestem, o corte de um vestido, o seu comprimento, o mostrar ou es-conder os ombros”, prossegue, são “declarações importantes” no que toca ao “respeito, à apreciação e à compreensão” de outras culturas.

Não quer com isto dizer que Michelle Obama, de 52 anos, descure o conforto. Às

tais mensagem que são essen-ciais passar através da ima-gem que projecta alia a como-didade. Foram sempre estas duas as barreiras que colocou quando vestiu Isabel Toledo,

Ralph Lauren, Michael Kors, Naeem Khan, Alexander Mc-Queen, Tom Ford ou Oscar de la Renta. Mas também quan-do usou marcas de pronto--a-vestir como Zara e H&M.

“Sinto-me bem com isto?” é a questão que coloca a si mes-ma na altura das provas de roupa. “Não me interessa sa-ber de tendências”, justificou à revista InStyle.

Desde há oito anos, quan-do Barack Obama assumiu o seu primeiro mandato, até ao próximo dia 8 de Novembro, quando se realizarem as elei-ções presidenciais, que elege-rá outro número um dos Es-tados Unidos, Michelle deixa, entre outros, um legado no mundo da alta-costura. Por-que rompeu com o “receio” que as mulheres que se mo-vem no universo político ti-nham, até então, em “expres-sar o seu lado feminino, sob pena de não serem levadas a sério ou de não parecerem su-ficientemente profissionais”, frisou Jason Wu. Michelle veio mostrar que é possível “vestir algo que é feminino e até sexy, sem pôr em causa o seu poder ou inteligência”.

Talvez por isso se justifi-que que, agora que começou a Semana da Moda de Nova Iorque – à qual se seguem as de Londres e Madrid, em si-multâneo, Milão, Paris e, por fim, Lisboa – a ainda primei-ra-dama integre a lista da Va-nity Fair das personalidades mais bem vestidas em todo o mundo em 2016.

E quando não tem os olha-res em cima de si? “Sou bas-tante descontraída. Não uso maquilhagem, visto uma T--shirt e uns jeans rasgados ou umas calças de fato de treino. Porque estou sempre na imi-nência de ir ou de vir de um treino.” É este, o fato de trei-no, o seu outfit ideal. “Adoro as cores e são peças que me fazem sentir muito confortá-vel. Mas, sim, são muito in-formais.”

JTM/DN

Ana Filipe Silveira

• • • ROTEIRO

CANAL MACAU13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:45 RTPi Directo 19:50 Água de Mar 20:30 Telejornal 21:00 TDM Desporto 22:10 O Caçador (El Cazador) 23:00 TDM News 23:30 Magazine Liga dos Campeões 2016/2017 00:05 Telejornal (Repetição) 00:40 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 MotoGP World Championship 2016: Races Grand Prix of San Marino 15:00 UFC on FOX Sports 17:30 Bundesliga 2016-17 Special Shows 18:00 Bun-desliga 2016-17Schalke vs Bayern 19:00 Bundesliga 2016-17 Weekly Highlights 20:00 LIVE FOX SPORTS Central 20:30 LIVE FOX SPORTS FC 21:00 Bundesliga 2016-17 Special Shows 21:30 Bundesliga 2016-17 Weekly Highlights 22:30 FOX SPORTS Central 23:00 MotoGP World Championship 2016: Races Grand Prix of San Marino

31 FOX SPORTS 213:00 MLB Express Kansas City Royals vs Chicago White Sox 13:30 FOX College Football 2016-17 BYU vs Arizona 15:00 World Rugby 15:30 World Cup Of Darts

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866Clube Militar de Macau 28 714 000ANIMA 28 715 732

• • • CÂMBIOS - Info BNUPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.93 8.03EURO 8.97 9.08YUAN (RPC) 1.189 1.212A programação é da responsabilidade das estações emissoras

CINETEATROS2 Nerve14:15 • 16:00 • 19:45 • 21:30

TORRE DE MACAUWar Dogs14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

GALAXYBen-Hur (3D)17:20 • 19:40

Florence Foster Jenkins14:20 • 15:05 • 18:55

Suicide Squad (3D)12:55 • 17:05 • 22:00

Nerve13:05 • 17:05 • 23:15

Bad Moms15:15 • 19:25 • 21:20

War Dogs13:00 • 16:35 • 22:40

22:45FOX

Pirates Of TheCaribbean

2016 17:30 Dream TV Package Swansea Triathlon 18:00 Pro Bull Riding 19:00 Laureus Spirit of Sport 19:30 Spartan Race Golden State Classic 20:30 MLB Express Chicago Cubs vs Houston Astros 21:00 2016 AFC Champions League Shanghai SIPG vs Jeonbuk Hyundai 22:00 2016 AFC Champions League FC Seoul vs Shandong Luneng FC 23:00 FIBA 3x3 World Tour Switzerland 23:30 MLB Express Chicago Cubs vs Houston Astros 00:00 Watersports World

40 FOX MOVIES12:35 Avatar15:20 Kung Fu Panda 216:55 The Good Dinosaur18:35 Avengers: Age Of Ultron21:00 Monday Night Premiere 22:45 Pirates Of The Caribbean

41 HBO13:00 American Sniper 15:10 Wallace & Gromit 16:35 The Boxtrolls 18:15 Maleficent 19:50 Mission: Impos-sible Rogue Nation 22:00 Ballers 22:30 Vice Principals 23:00 Interstellar

50 DISCOVERY CHANNEL12:40 Running Wild With Bear Grylls 13:30 Fast N’ Loud 14:20 Mecca Clock Tower 15:10 Journey To Mecca 16:00 World’s Top 5 16:50 Nasa’s Unexplained Files 17:40 How Do They Do It? 18:05 How It’s Made 18:30 Abalone Wars:Episode 1 19:20 Treehouse Masters 20:10 Idris Elba: No Limits 21:00 Curse Of The Frozen Gold 21:50 Mecca Clock Tower 22:40 Journey To Mec-ca 23:30 Weather Gone Viral 00:20 Kindig Customs

54 HISTORY13:00 Celebrity Car Wars 14:00 Live To Tell 15:00 America’s 9/11 Flag: Rise From The Ashes16:00 How 2 Win 17:00 Last Journey To Sarawak18:00 Hunting Hitler 19:00 Leepu & Pitbull 20:00 Celebrity Car Wars 21:00 Counting Cars 21:30 Ride Ní Seek: Quest For The Priestess’ Cloak 22:00 Celebrity Car Wars 23:00 History Drama: Gangland Undercover 00:00 Counting Cars 00:30 Ride Ní Seek: Quest For The Priestess’ Cloak

62 AXN12:50 Battlebots 17:50 Ncis: Los Angeles 18:40 Ame-rican Ninja Warrior 19:35 Ebuzz 20:05 Ghostbusters Ii 22:00 Ncis: Los Angeles 7 22:55 The Blacklist 23:50 Ncis: Los Angeles 7 00:45 Caught On Camera

82 RTPI13:30 Manchetes 3 14:01 Sabia Que? 14:23 A Praça 15:06 Agora Nós 15:50 Sociedade Recreativa 16:44 Hora dos Portugueses (Diário) 17:00 Nação Valente 20:00 Jornal da Tarde 21:20 Nação Valente 1:00 Portugal em Direto 2:03 O Preço Certo 2:59 Telejornal

• • • TELEFONES ÚTEIS

Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 JTM | LAZER 18

• • • CINEMA

O realizador Lav Diaz descre-veu “Ang Babaeng Humayo” (“The Woman Who Left”, no

título em inglês) como uma prova da luta diária dos filipinos após séculos de colonialismo e suas consequências, e dedicou o Leão de Ouro à sua terra natal.

“Isso é para o meu país, para o povo filipino, para nossa luta, nossa luta por humanidade. Obrigado, mui-to obrigado”, discursou o realizador de 57 anos, cujo filme vencedor tem quase quatro horas de duração.

Vinte filmes norte-americanos e de todo o mundo, com famosos actores de Hollywood e também realizado-res-guionistas, competiram nesta edi-ção, a 73ª, do festival de cinema mais antigo do mundo.

O grande prémio do júri foi para o suspense “Animais Nocturnos”, de Tom Ford, ao passo que o prémio de Melhor Realizador foi compartilha-do entre o russo Andrei Konchalo-

vsky, pelo drama “Rai” (“Paradise”) e o mexicano Amat Escalante, por “La Región Salvaje”.

A norte-americana Emma Stone ficou com o prémio de Melhor Ac-triz pelo seu papel no musical “La La Land”, e o argentino Oscar Martinez ganhou o galardão de Melhor Actor pelo desempenho na comédia dramá-tica “El Ciudadano Ilustre”.

A alemã Paula Beer recebeu o Pré-mio Marcello Mastroianni de melhor revelação pelo papel no drama de pós-guerra “Frantz”.

O prémio especial do júri foi para “The Bad Batch”, história sobre cani-bais, dirigido por Ana Lily Amirpour.

Noah Oppenheim ficou com o prémio de Melhor Guonista pelo seu trabalho em “Jackie”, do realizador Pablo Larrain, que retrata a ex-pri-meira-dama Jacqueline Kennedy após o assassinato de seu marido, o ex-pre-sidente dos EUA John F. Kennedy.

JTM com agências internacionais

Drama filipino sobre vingança ganhaLeão de Ouro no Festival de VenezaUm filme em preto-e-branco sobre a sede de vingança de uma mulher e seu sentimento de perdão após 30 anos na cadeia por um crime que não cometeu obteve o principal prémio do Festival Internacional de Veneza

ANÚNCIO

Concurso Público para o Serviço de Aluguer de Equipamentos para a Produção da Cobertura Televisiva do 63º Grande Prémio de Macau, pela TDM

1. Entidade que põe a obra a concurso: TDM - Teledifusão de Macau, S.A..2. Modalidade do concurso: Concurso público.3. Local de execução da obra: Edifício do Grande Prémio de Macau4. Objecto da empreitada: Prestação do serviço de aluguer de equipamentos para a produção da Cobertura Televisiva do 63º Grande Prémio de

Macau, pela TDM 5. Data de entregue: De acordo com a data referida na lista de remessa na proposta6. Prazo de validade das propostas: O prazo de validade das propostas é de cento e oitenta dias, a contar da data do acto público do concurso,

prorrogável, nos termos previstos no programa do concurso.7. Tipo de empreitada: Por empreitada de preço global ou série de preços.8. Caução provisória: MOP60,000.00 (sessenta mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro ou garantia bancária aprovada nos termos

legais. No caso de depósito em depósito em dinheiro na conta bancária da TDM, os concorrentes deverão pedir um comprovativo de depósito ou número de conta bancária, na Direcção Financeira e Administrativa da TDM. O modelo da garantia bancária consta no anexo III.

9. Caução definitiva: 10% do preço total da adjudicação. (a prestar mediante depósito em dinheiro ou garantia bancária aprovada nos termos legais)

10. Preço base: Não há.11. Condições de admissão: As entidades que desenvolvem, total ou parcialmente, actividades no âmbito do concurso e que comprovem ter

cumprido as obrigações fiscais. É dada preferência às entidades que tenham sede ou escritórios na RAEM. Para as que têm sede ou escritórios na RAEM, devem apresentar documento emitido pela DSF, comprovando que o concorrente não se encontra em dívida, por contribuições e impostos, ou por outros créditos de execução fiscal, com a RAEM, nos últimos cinco anos,(deve requerer, atempadamente, o documento, que necessita de 10 dias úteis para a sua emissão). Para os que têm sede ou sede ou escritórios fora da RAEM, devem apresentar certidão de registo comercial mais recente e documentos comprovativos das alterações dos estatutos da sociedade (originais ou cópias autenticadas). A data de emissão do documento deverá ser posterior ao da publicação do anúncio de concurso público desta obra.

12. As propostas e os documentos que a instruem devem ser redigidos em Chinês, Português ou Inglês.13. Local, dia e hora limite para entrega das propostas:

Local: Direcção Financeira e Administração, sita na Av. da Praia Grande n.º 429, Edf. Centro Comercial da Praia Grande,24.ºandar, Macau.Dia e hora limite: 27 de Setembro de 2016, terça-feira, até as 18horas.

14. Local, dia e hora do acto público:Local: Direcção Financeira e Administração, sita na Av. da Praia Grande n.º 429, Edf. Centro Comercial da Praia Grande, 24.º andar, Macau.Dia e hora: 28 de Setembro de 2016, quarta-feira, às 9,30horas Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes no acto público de abertura de propostas para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

15. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo:Local: O caderno de encargos deste concurso encontram-se na Direcção Financeira e Administração, sita na Av. da Praia Grande n.º 429, Edf. Centro Comercial da Praia Grande, 24.º andar, Macau. Os concorrentes podem consultá-lo, no local acima mencionado, dentro de horário de expediente ou através página eletrónica da nossa sociedade. (http://www.tdm.com.mo)Dia: A partir do dia deste anúncio até o dia e a hora do acto público do concurso.

16. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:- Preço.............................................................................................................................................................................................................60%- Planeamento de proposta..............................................................................................................................................................................10%- Experiência no aluguer de equipamentos de radiodifusão para a produção da Cobertura Televisiva do Grande Prémio de Macau......................30% ou outros eventos relativos

17. Junção de esclarecimentos:Os concorrentes poderão comparecer na Direcção Financeira e Administrativa, sita na Av. da Praia Grande n.º 429, Edf. Centro Comercial da Praia Grande, 24.º andar, Macau, a partir da data do acto público do concurso, inclusive, e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais, através do site da TDM.

Macau, dia 12 de Setembro de 2016

Manuel Gonçalves Pires Júnior (白文浩) Presidente da Comissão Executiva

20 JTM | ÚLTIMA Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016 • Fecho da Edição • 22:30 horas

Em termos de jornal, foi há 15 anos, que noticiámos os ataques terroristas ao “cora-ção” dos Estado Unidos- as Torres Gémeas e o Pentágono entre outros alvos.

Pela primeira vez vimos pela televi-são um ataque terrorista e os seus efeitos, criando entre todo o pessoal do JTM, uma sensação de Horror que ficou estampada na primeira página.

No comentário que então fiz, intitulado “o reforço dos ‘falcões’ dei conta dos efei-tos “colaterais” destas acções.

E terminava: “as próximas horas de-monstrarão até que ponto, os ataques pro-vocaram uma mais fácil aceitação dos pla-nos americanos de informação, segurança e defesa internacional que alguns países condenavam”.

Diz a história que dois meses depois, a 27 de Novembro, o então secretário da defesa Donald Rumsfeld começou os pre-parativos da invasão do Iraque. O Afega-nistão foi em 2001.

Isto é, não foi preciso esperar muito tempo.

ENPASSANTJosé Rocha Diniz

Não foi precisoesperar muito tempo

Muita imaginação na noite que recordou Bond A 28ª edição do Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau teve a segunda noite de actuações no sábado, em que as duas companhias tentaram ser diferentes na forma como prestavam uma homenagem ao icónico James Bond. A companhia britânica “Pyro 2000 Limited” abriu o pano com um espectáculo surpreendente a vários níveis, desde a criatividade do fogo de artifício ao quase “casamento” perfeito com a música encaminhando o espectador para uma via-gem aos filmes do espião mais famoso do mundo. Igualmente deslumbrante em alguns níveis foi a prestação dos suíços “SUGYP SA” que também mostraram cartas no uso de lasers, criando imagens inesperadas nos céus de Macau. Porém, a escolha musical e alguns momentos sem fogo de artifício acabaram por retirar algum brilhantismo à equipa. O Concurso Internacional de Fogo de Artifício prossegue na quinta-feira, com os espectáculos da “Marutamaya Ogatsu Fireworks Co. Ltd” (Japão) e “Daehan Fireworks Co” (Coreia do Sul), a partir das 21:00 e 21:40, respectivamente.

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Obras do Lisboa Palace suspensas após acidente fatalA Direcção dos Serviços para os Assuntos laborais (DSAL) encerrou todos os trabalhos de elevação da empreitada do Lisboa Palace, no seguimento da morte de um operário durante o trabalho. O acidente ocorreu na sexta-feira depois de ter sido atingido por um vidro de mais de seis metros quadrados, enquanto estava a trabalhar numa plataforma de quatro andares. Segundo o comunicado da DSAL, o concessionário das obras só pode reiniciar os trabalhos de elevação, quando forem efectuadas melhorias de segurança ocupacional e forem entregues relatórios de investigação sobre o caso.

Carpintaria portuguesa exibe-se na China em estilo MingVários móveis no estilo chinês da Dinastia Ming (1368-1644), projectados por ‘desig-ners’ chineses e fabricados por carpinteiros portugueses, estão em destaque na edição 2016 da Semana de Design de Pequim. Inti-tulada “Aperto de mão entre a China e Por-tugal”, esta exibição nasceu da cooperação entre ‘designers’ chineses e fabricantes de mobiliário de Paredes. Trata-se de um pro-grama organizado pela Associação Cultural Luso-Chinesa (ACLC) e no âmbito do “Art on Chairs” (Arte em Cadeiras), projecto de-senvolvido desde há cinco anos em Paredes, e co-financiado pela União Europeia”. Para Wei Ningke, um dos 10 desenhadores chi-neses que em Junho de 2015 esteve em Pare-des, este intercâmbio “serviu para contactar com os conceitos do desenho português”, que são “muito diferentes do praticado na China”. “Os portugueses focam-se mais nos materiais e na parte da produção. Os asiáticos prestam mais atenção ao embele-zamento”, descreveu à Lusa. O Embaixador de Portugal na China, Jorge Torres-Pereira, enalteceu “a capacidade para trabalhar a madeira”, que subsiste em Paredes, e que é “capaz de transformar as ideias mais com-plexas em produtos reais”. “É aí que pode-mos ser úteis aos desenhadores chineses», realçou.

Transmac abre portas traseiraspara a entrada de passageiros Durante o Concurso Internacional de Fogo de Artifício, os passageiros que queiram entrar nos autocarros da “Transmac” a partir da Torre de Macau podem fazê-lo pelas portas de trás e do meio (nos modelos com três portas). O novo modelo da companhia foi divulgado no mês passado e só é viável nas carreiras 9A e 32, em que os revisores ficam a cobrar as tarifas no exterior das paragens. Segundo o vice-gerente da “Transmac”, Lei Kai Kin, revelou ainda que o mesmo modelo será adoptado durante o período da manhã nas Portas do Cerco. Para o mesmo responsável, este mecanismo permite encurtar o tempo de entrada dos passageiros de cinco para dois minutos.

2015 foi o ano com a taxa de suicídio mais baixa da décadaOs Serviços de Saúde revelaram que em 2015 foi registada a taxa de suicídio mais baixa desde 2005, 9,6 por cada 100 mil habitan-tes. Os dados foram divulgados no sábado, Dia Mundial de Pre-venção do Suicídio. Macau sinalizou um total de 62 casos de sui-cídio ao longo do ano passado, contra 71 contabilizados em 2014 e 68 em 2013. A Caritas Macau organizou uma vigília no Largo do Senado. À Lusa , a conselheira da Caritas Macau Silvia Mohr considera ser “importante falar de suicídio” para “acabar com o tabu” de que tocar no tema “é mais prejudicial do que benéfico”, defendendo que a prevenção “nunca é demais”. Silvia Mohr coordena uma equipa de 12 voluntários da ‘hotline’ de apoio da Caritas em inglês. Desde criação dessa linha até ao início de Agosto, foram atendidas 195 chamadas. Em 57 “houve necessidade de intervenções: de fazer visitas, acompanhamento a hospitais, a outras instituições de assis-tência social”. O telefone da linha homóloga chinesa ‘Esperança na Vida’ tocou 9.837 vezes nos primeiros oito meses do ano. Do total, 101 casos diziam respeito a pessoas com planos ou pensamentos suicidas ou mesmo em acção.