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7/18/2019 10 - AVAREZA http://slidepdf.com/reader/full/10-avareza 1/50 Cornelius a Lapide, sj (1597-1637) + AVAREZA Tradução por Uyrajá Lucas Mota Diniz O que é avareza As riquezas, diz Santo Ambrósio, chamam-se assim porque dividem ou rasgam a ama!  Dives dicta sunt, eo uod dividant, distra!antue mentem ("erm# ")# A paa$ra avaro si%ni&ica ávido de ouro, diz Santo 'sidoro!  $varus, uasi auri avidus (  Li%# , &rigine)# Ser a$aro, diz Santo A%ostinho, no * somente amar o dinheiro, seno  perse%uir a%o com imoderado ardor# +uem quer que desee mais do que necessita, * a$arento 1 #  Loucura da avareza  o amontoeis tesouros na terra, diz .esus /risto, se%undo So 0ateus,  porque nea os de$oram o mo&o e a traa, e os adr2es os desenterram e roubam!  'olite t!esaurizare vo%is t!esauros in terra u%i erugo et tinea demolitur u%i (ures 1  $varitia non in solo argento, des in omni%us re%us, uae immoderate cumpiuntur, intelligenda est, u%icumue omnino plus vult uisue, uam sal est )*n salm##

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Texto de Cornélio à Lápide traduzido da Obra "TESOROS DE CORNELIO Á LÁPIDE" - Tomo I, por Uyrajá Lucas Mota Diniz.

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Cornelius a Lapide, sj (1597-1637)

+

AVAREZA

Tradução por Uyrajá Lucas Mota Diniz

O que é avareza

As riquezas, diz Santo Ambrósio, chamam-se assim porque dividem  ou

rasgam a ama! Dives dicta sunt, eo uod dividant, distra!antue mentem  ("erm#

")#

A paa$ra avaro  si%ni&ica ávido de ouro, diz Santo 'sidoro!  $varus, uasi

auri avidus ( Li%# , &rigine)#

Ser a$aro, diz Santo A%ostinho, no * somente amar o dinheiro, seno

 perse%uir a%o com imoderado ardor# +uem quer que desee mais do que necessita, *a$arento1#

 Loucura da avareza

 o amontoeis tesouros na terra, diz .esus /risto, se%undo So 0ateus,

 porque nea os de$oram o mo&o e a traa, e os adr2es os desenterram e roubam!

 'olite t!esaurizare vo%is t!esauros in terra u%i erugo et tinea demolitur u%i (ures

1  $varitia non in solo argento, des in omni%us re%us, uae immoderate cumpiuntur, intelligenda est,u%icumue omnino plus vult uisue, uam sal est )*n salm##

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e((odiunt et (urantur   ( Matt!# "', 19)# bser$ai estes tr4s %4neros de destruio! a

traa che%a a perder as $estes, a &erru%em consome o &erro, e os adr2es roubam o

ouro e a prata# .esus /risto aparta ao homem do amor das riquezas por tr4s moti$os!

1# porque passam e se corrompem#

# porque ce%am o esprito

3# porque se apoderam da ama inteira e a impedem de ser$ir a 8eus#

+ue oucura, ecama So .oo /risóstomo, coocar $ossos tesouros em um

u%ar que de$eis abandonar, e no os en$iar para onde ha$eis de ir: Amontoai

riquezas no u%ar de $ossa p;tria#

s campos de um homem rico ha$iam produzido muitssimos &rutos, diz

.esus /risto, e o rico, meditando, dizia para si! +ue &arei< o sei onde encerrar 

minha coheita e todos os meus bens# =or*m, ; sei o que hei de &azer! derrubarei

meus ceeiros, construirei outros maiores e reunirei nees meus &rutos e meus bens,dizendo > minha ama! descansa, come, bebe e ae%ra-te ( Luc# '' 16-19)# =or*m,

8eus disse-he! 'nsensato, nesta mesma noite, $o pedir tua ama e as coisas que

tens, de quem sero< Di-it autem illi Deus stulte !ac nocte animam tuam repetunt a

te uae autem parasti cuius erunt   ( Luc# '', ?)# @a ser; a morte daquee que

acumua muito ouro e no * rico diante de 8eus! "ic est ui si%i t!esaurizat et non

est in Deum dives ( Luc# '', 1)#

que no podemos e$ar conosco no nos pertence, diz Santo Ambrósio#

Somente a $irtude acompanha os de&untos3# s;bio e rico somente porque nada

desea#

a$arento, em sua oucura, amontoa tesouros, e i%nora para quem os reBne,

diz o Samista! T!esaurizat et ignorat cui congrega%it ea  ( salm# "''', 7)#2 .uae stultitia illie relinuere unde e-iturus es, et non illue praemittere uo iturus es/ T!esaurisa u%i patriam !a%es )0omil# C"''' #3 'on mostra sunt, ue non possumus au(erre no%iscum# "ola virtus eomes est de(unctorum )Li%# de 'a%##

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8eiar; suas riquezas a estranhos e no he restar; mais que o sepucro! et 

relinuerent aliens divitias suas1 es sepulcra eorum domus illorum in aeternum

( salm# C"''', 11-1)#

"ede as necessidades que acometem os a$arentos!

1# a primeira * possuir inutimente uma &ortuna, posto que no se atre$em a

$aer-se dea

# a se%unda * amontoar, por meio de um trabaho contnuo e cuidados

indiz$eis, riquezas que outros ho de de$orar

3# a terceira * ser cru*is para consi%o, desprezar-se e atormentar-se, sem ousar 

ae%rar-se e des&rutar de seus bens

D# a quarta * nunca &azer o bem a nin%u*m, seno sem o saber e contra sua

$ontade#

5# a quinta * entre%ar-se a uma paio insaci;$e

6# a seta * no comer nem o po su&iciente para a $ida! a mesa do a$arento *

triste e ser$ida com pobreza

7# a s*tima * no pensar em que h; de morrer o%o aquee que acumua

riquezas, como se hou$esse de $i$er para sempre

E# a oita$a * pri$ar-se de recompensa de$ida pea esmoa, tanto que, na hora de

sua morte, deia, contudo, seus tesouros a uns herdeiros, &requentemente

esquecidos e in%ratos

9# a nona * renunciar a honrar-se por meio da iberaidade, cobrindo-se de$er%onha e de opróbrio, triste patrimFnio da a$areza e

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1?#a d*cima * no &azer-se di%no dos bene&cios de 8eus, e no tratar de ser 

&eiz, sea nesta $ida, sea na outra, por toda a eternidade# =orque 8eus * bom

 para os homens %enerosos e caritati$os por*m, * a$arento para os a$aros e

os &ere com um marteo#

Triste estado do avarento

Se considerais a ama do a$arento, encontr;-a-eis semehante a uma

$estimenta roda peas traas $4-a-eis &erida cruemente por toda as partes,

%an%renada peo pecado e coberta com a &ui%em do ma# Ao contr;rio, a ama do

homem caritati$o e desinteressado briha como o ouro, respandece como o

diamante, abre-se como a rosa# o teme nem a traa, nem o mo&o, nem os adr2es

$4-se i$re da inquietude que do os ne%ócios da terra#

s que querem ser ricos, diz So =auo a @imóteo, caem na tentao e nos

aos do demFnio, e em muitos deseos inBteis e perniciosos que precipitam aos

homens em um abismo de perdio e de condenao# =orque a a$areza * a raiz de

todos os maes &az perder a &* e nos ana em meio de %randes dores D#

Gai$as, dii%4ncias, des$eos, decep2es pesares, temores, trabahos,

contradi2es, desespero, etc# His aqui os &rutos que o a$arento recohe! *nseruerunt 

 se dolori%us multis# Ser$ir-se do dinheiro * uma coisa muito boa, diz So Iernardo

abusar dee, * um ma busc;-o por a$areza e am;-o, * uma conduta $er%onhosa e

de%radante ( De considerat#, c# '")#

Ju%i da a$areza, diz So =róspero se quereis riquezas, $er-$os-eis penos de

di&icudades para descobri-as, de trabaho e de penas para $o-as procurar, de

cuidados para conser$;-as, de amar%ura para deas %ozar, e de dor por perd4-as

( De vit# contempl# li%# '', c# '')#

4 .ui voluntas divites (ieri, incidant in tentationem et in laueum dia%oli, et desideria multa inutiliza, et nociva, uae mergunt !omines in interitum et perdictionem# 2adiz enim ominum malorum est cupiditas,uam uidam appetentes, erraverunt a (ide, et inseruerunt se dolori%us multis ( * Tim# "', 9-1?)#

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homem a quem a a$areza a%ita e atormenta, ecama# A a$areza, peo

contr;rio, imp2e peri%os, tristezas, tribua2es e consentis e so&rer todos esses

maes< /om que &inaidade< =ara ter com que encher $ossos co&res e perder a

tranquiidade muito maior paz tnheis antes de nada possuir, que depois de ha$er 

comeado a reunir# hai o que a a$areza obri%ou-$os a &azer! ha$eis preenchido de

riquezas $ossa casa, e temeis ser roubado ha$eis adquirido ouro, e perdeis o sono#

Ah### no sucede o mesmo com a posse de 8eus# Iasta am;-Co para obter e

conser$ar 5#

Se%undo os poetas e as &;buas, =uto, deus das riquezas, * ce%o de

nascimento e ce%a aos que o honram, diz /emente de Aeandria ( Li%# '" "trom#)#

Sacri&icai $osso dinheiro, diz Santo A%ostinho, para comprar repouso e

tempo para ser$ir a 8eus! erde nummos, ut sem ti%i uietem, tempus vacando Deo

( *n sal# '')#

A a$areza, diz So Iernardo, est; sobre um carro sustentado por quatro rodas

que so quatro $cios! a pusianimidade, a desumanidade, o desprezo de 8eus e oesquecimento da morte# s ca$aos que a arrastam so a tenacidade e a rapacidade6

o cocheiro que os %uia, * o &uror de acumuar# A a$areza no quer ter muitas pessoas

>s suas epensas contenta-se com um criado# =or*m, este criado, * prontamente

in&ati%;$e eecutor do trabaho que se prescre$e, $ae-se dos &ortes ;te%os para

&erir sem compaio e &azer %aopar aos ca$aos estes ;te%os so a paio de

adquirir e o temor de perder 7#

.esus /risto chama KespinhosL >s riquezas ( Matt!# ''', )#

5 & !omo ui la%oras amando aaritiam, cum la%ore amantur uod amas1 sine la%ore amatur Deus# avaritia jussura est la%ores, pericula, tristitias, tri%ulationes1 et o%temperatus es# .uo (ine3 Ut !a%eas uo impleasarcam, et perdas securitatem# "ecurior eras anteuam !a%eres, uam eum !a%ere caepisti4 ecce uid ti%i jussit avaritia# *mpleati domu, timentur latrones1 acuisivisti aurum, perdidisti somnum# Deus sine la%ere,cum amatur, acuiritur et tenetur )Tract# ' in 5o!ann##6 Caracter6stica de uem tem propensão a ou costume de rou%ar, rapinagem )'ota do tradutor#7 $varitia rotis et ipsa ve!itur uatuor vitiorum, uae sunt pusilanimitas, in!umanitas, contemptos Dei,mortis o%l6vio# orro jumenta tra!entia, tenacitas et rapacitas1 et !is unus suruga am%o%us praesidet,!a%endi ardor# "ola siuidem avaritia, uoniam conducere plures non patitur, uno contenta servitore# *psevero injuncti operis promptus admodum atue in(atiga%ilis e-ecutor, urgentia sane, jumentis tra!enti%us (lagris utitur acerrimis, li%idine acuirendi et metu amittendi )*n salm#

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Hnsinai, diz So .oo /risóstomo, > consci4ncia do a$aro, e $ereis nea uma

mutido de pecados, um temor contnuo, a a%itao, a turbao, terrores de todas as

casses, a suspeita e a ansiedade o a$arento teme at* os espritos, suspeita das

sombras, de seus mais &ieis ser$idores, dos estranhos que o $isitam, de sua

companheira que ee &ez semehante a si, por*m, que di%o, ee teme-se a si mesmo

( 0omil# ad pop#)#

A a$areza, diz Santo Ambrósio, tem in$ea de todos os homens $i para si

mesma, pobre no seio das maiores riquezas, consome-se em um a&eto desordenado

 peo que possui! &mni%us invida, si%i vilis, in summis divitiis inops, a((ectu

e-tenuat uod sensu a%undat   ( Li%# '  de Caino, c# ")# @odos os dias do a$aro,

acrescenta este %rande 8outor, passam-se em tre$as, choros, ira, an%uidez e &uror#

Sua paio ecita-o, os cuidados atormentam-no, a in$ea cruci&ica-o, a demora

irrita-o, a esteriidade dos campos desespera-o, a abundMncia inquieta-o e, a%umas

$ezes, torna-o ouco# He cansa os eementos, ee $ea o mar, &az pesquisas nas

entranhas da terra, no deia de perse%uir ao c*u com os $otos de uma insaci;$e

%anMncia no est; satis&eito nem em um dia sereno, nem um dia nubado queia-se

constantemente das coheitas do ano# +uanto padecem todos em sua casa: Ah: o* na abundMncia das riquezas onde se acha a $ida do homem, seno na $irtude e a

&*! 'on in a%undantia divitiarum vita est !ominis, sed in virtute et ac (ide  (Ut 

 supra)#

O avarento esta totalmente entregue à sua paixão

Ai onde est; $osso tesouro, est; tamb*m $osso corao, diz .esus /risto em

So 0ateus! U%i est t!esaurus tuus, i%i est cor tuum ( Matt!# "', 1)# +uer dizer, o

que causa $ossa ae%ria, o que estimais, o que quereis, o que amais, o que perse%uis

com ardor, subu%a $osso corao inteiro# H no * somente a paio da a$areza a

que assim se apodera do homem, seno todas as demais#

 o se encerre $ossa ama em um $i meta, ee$e-se, ao contr;rio, ao c*u,diz So .erFnimo! Mens tua non sit aere, sed in aet!ere ( $d aulin#)#

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Santo AntFnio de =;dua re&ere que, depois da morte de um a$arento,

acharam seu corao em meio do ouro que abarrota$a sua %a$eta#

A$arentos, no pensais mais do que no ouro, no amais mais do que o ouro,

 por*m, em que ouro * compar;$e a 8eus< Iuscais riquezas, por*m, que riquezas

$aem mais que a posse de 8eus<

Se $ossas riquezas mutipicam-se, &azei que $osso corao no se prenda a

eas, diz o Samista! Divitiae, si a((luant, nolite cor apponere ( salm# C', 11)#

O avarento não pode servir a DeusE

 in%u*m pode ser$ir a dois senhores, diz .esus /risto! o podeis ser$ir e ao

8eus e ao dinheiro! 'emo potest duo%us dominis servire1 non potestis Deo servire

et mammonae ( Matt!# "', D)#

A &ortuna e uma consci4ncia em bom estado so duas coisas quase

incompat$eis, diz S4neca! .uase inter se contraria sunt, (ortuna et mens %ona ( *n rov#)#

 Pobreza do avarento

a$aro $4-se mais pri$ado mesmo do que tem, do que daquio que no tem,

 porque no se ser$e do que possui encerra sua &ortuna em seu co&re e, por 

conse%uinte, no * ee quem des&ruta, seno seu co&re no possui ouro, o ouro * que

o possui#

+uem * rico< 8iz So Ieda, * aquee que nada desea# +uem *

$erdadeiramente pobre< a$arento ("entent#)#

8 &utra tradução4 & avarento não consegue servir a Deus#

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/om e&eito, aquee que desea riquezas, no tem bastante o%o, * pobre#

@udo &ata ao a$arento, diz So .erFnimo, tanto aquio que tem, como aquio que

no tem ( 7pist# /'''# $d aulin#)#

+uanto menos %ananciosos seais, mais donos $ós sereis de $ossa &ortuna,

diz So Iernardo# a$arento tem &ome de riquezas da terra como um mendi%o o

$erdadeiro cristo despreza-as como um poderoso!  Magis eris dominus rerum

tuarum, imo totius mundi, uo minus es cupidus1 avarus enim terrena esurit ut 

mendicus1 (idelis, contemnit ut dominus ("erm# in Cant#)#

pobre aquee que eperimenta necessidade daquio que no tem, diz So

Nre%ório, e * rico aquee que, no tendo nada, nada desea! *lle pauper est, ui eget 

eo uod non !a%et, nam et ui non !a%ens !u%ere non appetit, dives est   ( Li%#  '

 Moral#)# mesmo santo 8outor, comentando aqueas paa$ras do a$arento do

H$an%eho (c&#  Luc# '', 17)! K+ue &arei< o sei onde encerrar meus &rutosL,

ecama! O pobreza nascida da saciedade: esprito do a$arento encontra-se

oprimido em meio > abundMncia de suas coheitas! & angustia e- satietate nata de

u%ertate agri angustiatur animus avari (Ut supra)#

Hscutai a S4neca! 0uitas coisas &atam ao indi%ente por*m ao a$arento

todas! Desunt inopiae multa, avaritiae omnia ( 7pist# /"''')#

Aquee que no pode e$ar consi%o aquio que tem, no * rico, diz Santo

Ambrósio porque aquio que temos de deiar aqui na terra, no nos pertence, * dos

outros9#

s ricos, diz o Samista, so&reram a indi%4ncia e a &ome os que buscam ao

Senhor des&rutaro com abundMncia de toda a casse de bens1?#

P; um ma que $i sobre a terra, diz Saomo, no Hcesiastes ("', 1-), e que

che%a a ser &requente entre os homens! &ao do homem a quem 8eus deu riquezas e9 'emo est dives, uod !a%et, secum su(erre non potest1 uod enim !ic relinuitur, non mostram est, sed alienum# ("erm# '")10 Divites eguerunt et esurierunt1 inuirentes autem Dominum, non minuentur omni %ono ( salm# ''',11)#

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opu4ncia sem conceder-he o poder para dis&rutar deas seus bens sero a presa de

um estran%eiro# Hm $erdade, isto * $aidade e muita mis*ria11# @a * o estado do

a$arento, muito bem descrito peo Hsprito Santo#

A $ontade de acumuar empobrece, a in$ea de$ora, a sede de riquezas reduz

> mis*ria# /om e&eito, possumos unicamente aquio de que nos ser$imos mas o

a$arento no usa aquio que tem, resutando que nada possui# dinheiro que ocuta

na terra no * seu, pois pertence > própria terra# Aquee que pa%asse um imposto

i%ua >s suas rendas, estaria na indi%4ncia ora, a paio da a$areza imp2e um

 pesado imposto, que a&asta daquee a quem domina, no somente a renda, seno

tamb*m o capita#

Pomem que tem a& por enriquecer-se e in$ea aos outros, dizem os

=ro$*rbios, no percebe que he sobre$ir;, de repente, a pobreza! .ui destinat 

ditari, et aliis invidet, ignorat uod egesta superveniet ei ( rov# '"''', )#

As riquezas, diz Santo A%ostinho, no i$ram o homem# a$arento so&rer;

tanto mais os e&eitos da pobreza quando mais se torne a&ito por suas riquezas eestas seam mais numerosas1#

0edite &requentemente o a$arento estas paa$ras que se eem no i$ro de .ó

( 5o% , 15)! "omitar; as riquezas que de$orou 8eus has arrancar; das entranhas!

 Divitias, uas devoravit, evomet1 et de ventre illius e-tra!et eas Deus#

Iuscai, antes de tudo, o reino de 8eus e sua ustia, diz .esus /risto, e todas

as demais coisas se $os daro a*m! .uaerite primum regnum Dei et justitiam ejus,

et !aec omnia adjucientur vo%is ( Matt!# "', 33)#

s apóstoos, apesar de estarem pescando toda a noite, no recoheram

nenhum peie, porque .esus /risto no esta$a com ees por*m, no momento que

11 7st malum, uod vidi su% sole et uidem (reuens apud !omines4 vir cui dedit Deus divitias et su%stantiamet !onorem et ni!il deest animae eius e- omni%us uae desiderat nec tri%uit ei potestatem Deus ut comedat e- eo sed !omo e-traneus vora%it illud !oc vanitas et magna miseria est ( 7cl# "', 1-)#12  Divitiae non au(erant egestaem1 tanto enim uisue arde%it egestate, uanto magis eas diligens, majores!a%uerit  ("ermo ", de Divers#, c# ")#

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=edro anou suas redes sob as paa$ras do di$ino 0estre, recoheu uma %rande

quantidade de peies ( Luc ", 5)#

s udeus, diz Santo A%ostinho, temeram se $er obri%ados a sacri&icar a

riqueza tempora, con&essando a .esus /risto no pensaram na $ida eterna e assim

 perderam a ambas! Temporalia perdere timuerunt, et vitam aeternam non

cogitaverunt1 ac sic utrumue amisserunt  ( *n passione)#

O a$arentos, ecama$a So Iasio, no sabeis dizer mais que uma coisa!

Qo tenho, no darei, porque eu tamb*m sou pobreR# Sim, pobres sois, em $erdade,

 pois $os &atam todos os bens# Sois pobres de caridade, pobres de bondade, pobres

de con&iana em 8eus, pobres de esperana eterna ( 0omil# "'', in Divites avaros)#

O ricos, i%norais quo pobres sois:

A natureza no conhece ricos ea %erou todos os homens na pobreza ea os

 pFs no mundo desnudos, e os encerra em uma mesma manso! o sepucro#

Aquee que demonstra, de um modo patente, a pobreza do a$arento * o &ato

de que ee amais tem o bastante, amais est; saciado### o a$arento trans&orma sua

opu4ncia em pobreza# rico * um hidrópico, diz Santo A%ostinho, pois quanto

mais tem, mais desea! 0idropicus est dives, ui, uomagis a%undat, eo magis sitit 

(de Mori%#)#

+uanto mais se bebe, mais se desea beber, diz o =oeta# Suas riquezas

aumentaram, diz $dio, e com eas a sede insaci;$e da opu4ncia quanto mais

 possuem, mais querem possuir!

Creverunt et opes, et opum (uriosa cupido1

 7t cum possideant plurima, plura petunt#

( Li%# 8astorum)

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A a$areza * semehante ao &o%o, que cresce em razo do combust$e que

encontra# a$arento, diz o Hcesiastes, no se saciar; nunca do ouro# Aquee que

ama as riquezas, no dis&rutar; deas!  $varus non imple%itur pecunia1 ui amat 

divitias, (ructum non capiet e- eis ( 7ccli# ", 9)# uni$erso no * su&iciente para o

a$arento e, sem embar%o, um dia $ir; em que ha$er; de $er-se obri%ado a

contentar-se com um ataBde, e nem sequer poder; possuir a si mesmo, pois os

$ermes he disputaro seu corpo e se assenhoraro dee:

So-nos concedidas riquezas para que usemos deas com sobriedade# Aquee

que come mais do que necessita sente n;useas#

 abot, diz a Hscritura, possua uma $inha próima do pa;cio de Acab, rei de

Samaria# Acab disse-he! 8;-me tua $inha ( *** 2eg# ', 1-)# O rico a$arento,

ecama Santo Ambrósio, comentando esta passa%em, tu no sabes quo pobre sois,

tu que dizes ser rico: +uando mais tens, mais cobias, e ainda que acances a

opu4ncia, parece-te que, toda$ia, no tens o bastante# ouro aimenta a a$areza, e

no a apa%a# A cobia tem inumer;$eis %raus quanto mais acana, mais quer 

acanar quanto mais sobe, de mais ato $em a cair# A Hscritura ensina quo&aminto est; o a$arento mani&esta-nos de que modo mendi%a $er%onhosamente#

Acab era rei de 'srae e abot era um pobre# Acab possua imensas riquezas abot

no tinha mais que um pequeno campo# pobre abot no desea$a as riquezas de

Acab e aquee rei desea$a a $inha de abot# Dá9me tua vin!a! que moti$a esta

 petio sem a necessidade< 8;-me, porque no tenho o que me &az &ata# +ue

 baieza: +ue penBria: His aqui o a$arento#

 o podendo meter ouro em seu corao, o a$arento o enche de deseos

insaci;$eis por*m estes deseos no podem preencher aquee $azio seria

necess;rio derramar ai o ouro que se $4 &orado a deiar em seus co&res#

a$arento no pode saciar-se, porque!

:# a a$areza amais diz ;ten!o %astante<1

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=# sua sede aumenta

># o dinheiro no aimenta

?# a a$areza no preenche o corao

@# todas as riquezas que ee acumua so $aidade produzem o $azio e no o

 preenchem, se%undo aqueas paa$ras do N4nesis! Terra autem erat inanis et 

vacua4 a @erra esta$a in&orme e $azia (Aen# ', )#

que si%ni&icam os tesouros que aumentam a &ome > medida que se

mutipicam, e do aos que correm atr;s deas uma sede tanto mais crue, quando

mais abundantes so< dinheiro no &echa a %ar%anta da a$areza, nem preenche

seu $entre, antes o diata no re&resca, seno que queima# s a$arentos no se

contentam com um $aso de ;%ua, porque tem sede para beber um rio#

pobre, diz So .oao /risóstomo, no desea o necess;rio com tanto ardor 

como o rico a$arento desea o sup*r&uo! auper non tam desiderato necessaria,uam supBr(lua dives ( $nton# in Meliss# # ', c# /')#

a$arento parece-se >queas terras ;ridas e arenosas que nunca se $eem

satis&eitas de chu$a, seno que, ao contr;rio, ainda que absor$am torrentes de ;%ua,

$otam quase imediatamente > sua sequido primeira, restando sempre ;$idas de

irri%ao# Ainda que o a$arento acumue imensas riquezas, sempre tem sede, e

quanto mais recebe, mais desea#

Assim como o as areias que, ainda que seam re%adas &requentemente, no

 produzem nenhum &ruto, o a$arento, ainda que estea acumuado sem cessar, no d;

esmoas# Suas riquezas perecem nee e com ee# 'sto obri%ou So .oo /risóstomo a

dizer que o a$arento suspira com mais ardor peo dinheiro e tem mais sede de ouro,

que o rico epuo de ;%ua no in&erno pois este no pedia mais que uma %ota, e oa$arento quer um oceano ( 0omil# ad pop#)#

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a$arento, diz So Iernardo, no se sacia de ouro, como tampouco se

saciam nossos pum2es do ar que aspiram! 'on plus satia%untur corda auro, uam

aura corpora satientur ( *n salm#)#

&o%o amais diz! Q.; * bastanteR# *gnis vero nunuam dicit4 "u((icit   ( rov#

, 16)# &o%o no se det*m seno quando ; nada tem que de$orar ento,

apa%a-se! ainda que a a$areza de$orasse tudo, no se apa%aria# o se ae%ra com o

que tem, diz So Iasio, seno que se atormenta para possuir o que no tem#

=arece-se ao cachorro que, comendo um pedao de po que he arremessam, ocupa-

se somente em mirar o pedao que cai e em preparar-se para o comer# a$arento

no %oza do que acumuou, est; atormentado peo deseo ardente de possuir mais

( 0omil# ")#

a$arento, como a morte, nada respeita como o in&erno, desea tra%ar tudo

e quisera achar-se sozinho na terra para ser seu Bnico dono, diz So .oo

/risóstomo!  $varus in omnes, ut mors, insiliens1 omnes, ut in(erus, deglutiens1

uippe ui nullum !ominem esse vellet, ut omnia possideret   ( 0omil#  ', in

 Matt!#)#

=or isso, So Cucas ( Luc "', 3), contando os tormentos do rico a$arento

no in&erno, diz! Ce$antando seus ohos, quando se acha$a em seu supcios, $iu de

on%e a Abrao e a C;zaro!  7levans oculos suos cum esset in tormentis, vidit 

 $%ra!am et Lazarum# Hsta$a no meio dos tormentos, diz So .oo /risóstomo, no

tinha i$res mais que seus ohos e os empre%a$a em mirar as riquezas dos demais!

 *n tormentis erta, et oculos solos l6%eros !a%e%at, ut alterius divitias posset aspice

( 0omil# in c# "' Luc#)#

+ue si%ni&ica, diz Santo A%ostinho, esta a$idez da paio de possuir< As

 bestas &erozes det*m-se somente anam-se sobre sua presa quando esto &amintas

 por*m, deiam-na i$re quando esto saciadas# A &ome de riquezas * uma coisa

inepic;$e sempre de$ora, e amais est; saciada# a$arento no teme a 8eus,

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no respeita ao homem, no perdoa a seu pai, no conhece a sua me, despreza a

seu irmo e &az traio a seu ami%o13#

dinheiro no contenta o a$arento, antes o irrita, diz S4neca!  ecunia non

 saciat avarum, sed irritat  ( Li% '' de ene(ic#)#

m &ióso&o a quem per%untaram por que era o ouro amareo, respondeu! *

 p;ido porque tem medo todos he &azem armadiha!  rae metu, uia omnes ei

insidiantur :

 o se sacia, diz o Hcesi;stico, o ouro do a$arento com uma poro inusta

de bens! no se saciar; at* que tenha consumido e tenha secado sua $ida# oho

mai%no do a$arento est; sempre &io no ma! no se saciar; de po! encontrar-se-;,

sim, &am*ico e meancóico > mesa ( 7clo# '", 9-1?)#

nde esto aquees que entesoura$am prata e ouro, nos quais p2em os

homens a con&iana, e em cua aquisio amais acabam de saciar-se### eterminados

&oram, e desceram aos in&ernos! .ui argentum t!esaurizant et aurum in uocon(ide%ant !omines et non est (inis aduisitionis eorum ui argentum (a%ricant et 

 solliciti sunt nec est inventio operum illorum e-terminati sunt et ad in(eros

descenderunt et alii loco eorum e-surre-erunt  ( aruc! ''', 1E-19)#

A$arento, ecama So Iasio, com tua insaci;$e cobia, &azes muito ma#

mar tem seus imites, o a$arento no os tem# s dono de muitas terras o que

adquirir;s depois< /inco p*s de terra1D#

A a$areza e um abismo sem &undo, diz Santo Ambrósio ( *n 'a%#, c# '')#

 A avareza é uma carga muito pesada

13 .uae est ista aviditas concupiscentiae, cum ipse %ellum !a%e%ant modum3 Tunc enim rapiunt, uandoesuriunt1 parcunt vero praedae, cum senserint satietatem# *ne-plica%ilis est sola divitiam avaritia# "emper rapit, et nunuam satiatur1 nec timet Deum, nem !ominem reveretur, non parcit patri, non matrem agnoscit,non (ratri o%temperat, nec amico (idem servat  ("erm# " de ver%is Domini)#14  Mare tBrminos !a%e, avarus non# 0a%es terrae, uis ergo post !aec3 Telluris trs tantum cu%iti e-spectant ( 0omil#)#

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ouro * pesado por sua natureza a a$areza &az dee uma car%a insuport;$e

que pesa, toda$ia, mais sobre a ama do que sobre o corpo# "ede, diz Santo

A%ostinho, aquee homem carre%ado com o peso da a$areza $ede-he encur$ado

sob seu &ardo, su&ocado e de$orado de sede no trabaha seno para aumentar sua

car%a# +ue esperas, ó a$arento< =orque te cansas< que aneas< =eo que anseias<

+ueres satis&azer a paio que te domina< =odes te atormentar por*m, *s incapaz

de saciar-te# o sentes o peso desta car%a que te abate at* o ponto de &azer-te

 perder o conhecimento< o te pesa esta paio que te desperta e no te permite

dormir<15

Aquees que no sois ricos, $ós $os achais i$res de uma pesada car%a, diz

So .erFnimo! ohai e se%ui a .esus /risto que se acha$a despoado de tudo! "i non

!a%es, grandi onere li%eratus es4 nudum C!ristum nudus seuere  ( $d 2usticum)#

 o eiste u%o to pesado como a a$areza, diz So =róspero, nem tampouco

outro mais di&ci de romper< =orque buscais $ossa &eicidade em outra parte, e no

no /riador, que * todo bem< que poderia bastar >quee a quem 8eus no basta<

Gea =ro&eta possua este Iem in&inito e esta$a possudo 8ee, quando dizia! 8eus *meu dote e a parte de minha herana ( De vita contempla, c# ''')#

 A cegueira da avareza

Aquee a quem a%emam enquanto dorme no percebe suas cadeias seno

quando, ao despertar, quer se e$antar da mesma maneira aquees que tem riquezas,

eperimentam por eas uma secreta a&eio que hes i%a e no sentem quando

che%am a perd4-as ou a renunciar a eas#

a$arento no possui o ouro, * o ouro que possui a ee * seu ser$idor e

escra$o#

15  Eidete !ominem oneratum sarcina avaritiae4 videte illum su% !ac sarcina sedentem, an!elantem, sitientem, et la%oriando sarcinam addentem# .uid e-spectas, o avare, emplecten Fnus tuum et sarcinam su%!umeris tuis3 .uid e-spectas3 .uid la%oras3 .uid im%ias3 .uid concupiscis3 'empe satiare avaritiam# *llate potest premere, tu illam non potes satiare# $n (orte non est gravis3 Usue adeo su% !ac sarcina sensumetiam perdidisti# 'on est gravia avaritia3 .uere ergo te de somno ecitat3 .uare te etiam dormire non sinit3 ( 0omil# '')#

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romano /urio recusou o ouro dos Samnitas, dizendo! =re&iro manear o

dinheiro e aos que o tem, do que deiar-me %o$ernar por ee ( *ta Ma-im#)#

s a$arentos, diz S4neca, tem as riquezas da mesma maneira que nós

dizemos que temos quentura, enquanto que reamente * ea quem * dona de nós#

8e$eramos reti&icar nossa in%ua%em e dizer! a quentura o tem, as riquezas o tem,

ou mehor, atormentam-no16#

&isco apodera-se daquio que .esus /risto no toma, diz Santo A%ostinho

o a$arento quer coher e * cohido# Hnquanto quer, apoderar-se do ouro como de

uma presa, e este apodera-se dee! .uae nun capit C!ristus, rapit (iscus1 avarus

dum colligit, colligitur, dum vult esse praedo, (it praeda ( *n salm# /''')#

que o escra$o das riquezas, diz So .erFnimo, $ea sobre eas como um

ser$idor ao contr;rio, aquee que sacode o seu u%o, as distribui como um dono 17#

Se sabeis usar $osso dinheiro para &azer o bem, diz S4neca, $osso dinheiro *

$osso ser$idor se no o sabeis usar, * $osso dono!  ecunia, si uti scias, ancilla est1 si nescias, domina ( *n rov#)#

As riquezas ser$em ao s;bio e pertencem-he e ao contr;rio, comandam ao

insensato e so seu dono, s a$arentos esto atados por amor >s riquezas eas

encadeiam-no, e seus aos so mais pesados e mais &ortes que cadeias de &erro#

'sto &az So .oo /risóstomo dizer! /omo * poss$e que o homem que *

arrastado pea a$areza, $ena seus inimi%os< As riquezas so uma cadeia pesada

 para aquees que no sabem %ast;-as so um tirano crue * inumano que imp2em a

suas $timas tudo o que pode contribuir > sua runa# =or*m, se quisessem, poderiam

romper seu u%o e sacudir sua tirania# /omo< Jazendo abundantes esmoas# 8esde

que a%u*m se ache &rente a &rente com =uto 1E, como com um adro, em um u%ar 

16 "ic divitias !a%ent uomodo !a%ere dicimur (e!rim, eum illa !a%eat# 7 contrario dicere de%emos4 8e%risillum tenet1 eodem modo uo dicendum est4 divitiae illum tenente, imo et toruent  ( 7pist# /')#17 .ui divitiarum servus est, divitias custodit ut servus1 ui autem servitutis discussit jugum distri%uit eas ut dominus ( Li%# ' super Matt!#)18 =uto! deus mitoó%ico das riquezas#

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a&astado e soit;rio, no pode seno receber muito ma e $er-se $encido por ee

 por*m, quando se he p2e em presena da mutido, o dinheiro * o que perde as suas

&oras, * $encido e tem que so&rer as cadeias que he imp2em os pobres, auiiando-

se uns aos outros# ( 0omil# ''' in * 7pist# ad Cor#)#

preciso mandar nas riquezas e no ser$i-as, diz S4neca! ecunia imperare

oportet, non servire ( Li%# de 2emed#)#

a$arento, diz admira$emente So .oo /risóstomo, * o deposit;rio e no o

dono de suas riquezas * seu escra$o, e no seu possuidor# /om e&eito, daria antes

um de seus membros que uma moeda de ouro de sua %a$eta abst*m-se de %astar 

seus bens, como se pertencessem a outro# H, com e&eito, no he pertencem# /omo

ha$eria de ohar como seu, um tesouro do qua no permitiria etrair nem um óboo

 para d;-o, nem para ser$ir-se dee em uma necessidade oprimente e por mais

terr$e que &osse a penBria a que se $isse reduzido 19#

a$arento no tira nenhuma $anta%em de suas riquezas, acrescenta aquee

%rande 8outor aparenta no possuir nada# Se trabaha, * para seus herdeiros e com perda e %rande peri%o para sua ama# Seus suores e suas $i%ias no tem utiidade

 para ee sua própria morte, causada peas pri$a2es &amiiares, no * de nenhuma

utiidade aos a$arentos ( 0omil# '' ad pop#)#

 o * $er%onhoso que aquee que tem tantas riquezas no sea o dono de si

mesmo< diz 8ió%enes?#

Santo A%ostinho mani&esta que a a$areza ei%e coisas muito mais penosas

que as que 8eus manda# A a$areza, diz o Senhor, imp2e obri%a2es di&ceis, e Hu

de$eres &;ceis# Seu u%o * pesado, e o meu * a%rad;$e seu peso * insuport;$e, o

meu * e$e# o $os deieis dominar pea a$areza# A a$areza manda-$os atra$essar 

os mares, e he obedeceis ea $os manda epor-$os >s tempestades e aos

19  $varus custos es, non dominus pecuniarum1 servus, non possessor1 (acilus enim alicui de propriiscarni%us, uam e- de(osso auro communicaret4 a suis tamuam a% alienis a%stinet1 uippe sunt aliens# .uaeenim aliis erogarenumuam pateretur, neue in necessariis impendere, etiam in(initas sustineret poenas,uomodo !aec esse prGpria putaret3 ( 0omil# '' ad pop#)#20  $n padet eum tam multa !a%ere, ui seipsum non !a%et3 ( *n $na-imen#)#

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nau&r;%ios, e o &azeis quanto a 0im, somente eio que deis aos pobres, que $o

chamar > $ossa porta, aquio que podeis hes dar# H sendo bastante intr*pidos para

$os a$enturar no oceano, no tendes $aor para &azer uma boa ao que est; > $ossa

mo< A a$areza manda, e $os pondes sob suas ordens ( *n salm#  /"''')#

bedeceis > a$areza, que, on%e de $os dar a%um bem, enche-$os de maes e

recusais obedecer a 8eus, que $os cumuaria de bens e $os preser$aria de todo o

ma:

a$arento deia-se prender peo ouro, como o p;ssaro peas redes, diz So

Nre%ório azianzeno1# +uando o ouro deia ou$ir sua $oz, diz o mesmo 8outor,

toda a sBpica parece &ria (Ut supra)#

Santo A%ostinho diz, com muita preciso! antes de %anhar a%o, o a$arento

 perde-se a si mesmo antes de ter a%o, con$erte-se em escra$o# Aquee que sabe

$aer-se de seu ouro, diz em outra passa%em, * dono por*m, aquee que no sabe se

ser$ir dee, tem por d*spota o ouro# Sede donos do ouro e no seus escra$os porque

8eus, que &ez o ouro, criou-$os superiores a esse meta! &ez o ouro para uso $osso, e

&ez-$os > sua ima%em e somente para He# Ambicionai o que est; sobre $ós, e pisaio que $os est; debaio ( *n salm# /'')#

ouro * um tirano ocuto, diz So Nre%ório azianzeno3#

=ereceram todos aquees que esta$am nadando na opu4ncia, diz o pro&eta

So&onias! Disperierunt omnes involuti argento ("op!# ', 11)#

a$arento, diz Santo Ambrósio, est; sempre entre redes, sempre entre

cadeias, amais est; i$re, porque est; sempre em pecado ( De Cain#)#

21 Ut aves laueo, sic !omines auro capiuntur  ( *n Distic!#)#22  $varus anteuem pecuniam lucretur, seipsum perdit1 priusuam aliuid capiat, capitur   ( *n salm#"''')#23  $urum est ocucultus tyrannus ( *n Distic!#)#

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indispens;$e, diz Santo A%ostinho, que aquee que no suspira mais que

 peas coisas da terra, distancie-se do c*u# A a$areza une-nos > terra, > ama, pois o

ouro no * outra coisa, e nem sequer nos deia dormir em paz D#

Cegueira da avareza

 o $os inquieteis peo que ha$eis de comer, peo concernente > $ossa $ida,

nem como de$eis $estir, peo concernente a $osso corpo, diz .esus /risto em So

0ateus# o $ae mais a $ida que o aimento e o corpo mais que a $este<  'e

 solliciti sitis animae vestrae uid manducetis neue corpori vestro uid induamini

nonne anima plus est uam oesca et corpus plus est uam vestimentum3 ( Matt!# "',

5)# 0as o a$arento esquece-se inteiramente de sua $ida e de sua ama, e no se

ocupa mais que de seu tesouro# +ue ce%ueira: 'nsensatos, que no $os dedicais mais

que a acumuar riquezas, esta mesma noite morrereis:

a$arento est; >s tre$as# Hra noite, diz o H$an%eho, quando .udas saiu para

ir a $ender seu 0estre por a$areza! 7rat autem no- ( 5o!ann# ''', 3?)#

Pomens ce%os, que passais $ossa $ida em ir atr;s das riquezas at* i%norais,

muitas $ezes, por quem trabahas, por quem $os cansais: .uae autem parasti, cujus

erunt3  ( Luc '', ?)# "ós trabahais peos outros e nunca para $ós o que di%o,

trabahais contra $ós mesmos:

Iuscais $ossa &eicidade na opu4ncia, diz So Iernardo, por*m, 8eus no

nos epusou do paraso terreno para dar-nos outro aqui ("erm# in Cant#)# muita

ce%ueira querer &aar de &eicidade onde ea amais se encontrou e onde * imposs$e

ach;-a#

ouro que buscamos no &undo das entranhas da terra, diz Santo A%ostinho,

conser$amo-o por causa das tre$as no corao# 'r atr;s dee * próprio dos

24  'ecessarium est ui terrenis re%us in!iat, a caelesti%us dedcidat# 'os luto et terrae a((ligens neue enimaliud aurum est, in noctu uidem vel minimum respirare non sinist  ( *n salm#)

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condenados am;-o produz um .udas e sem embar%o, o a$arento o pre&ere a .esus

/risto5#

=uto, deus das riquezas, * ce%o de nascimento e &az ce%os aos que o ser$em,

como ; temos dito#

+ue pre&eris<, diz Santo A%ostinho! amar as coisas temporais e passar com o

tempo, ou no as amar e $i$er eternamente com 8eus# Senhor d;-$os mais que

ouro, quer se $os entre%ar a Si mesmo# =or*m, se $os &iais aos bens da terra, ainda

que seam criaturas suas, e desprezais, no ser; adBtero $osso amor< s bens que

8eus $os prodi%aiza so um con$ite para que ameis# Se a He pre&eris a seus

 presentes, $ós pareceis a esposa que pre&ere a aiana de ouro que he presenteou

seu esposo a seu mesmo esposo, a&eto que certamente * adBtero ( "erm# HH*H de

ver%# Domini)#

=or amor >s riquezas transitórias, diz So /irio, o a$arento sacri&ica as

riquezas ceestiais e imperecedouras# @em ohos e no $4 abandona os bens

$erdadeiros peos &asos, o que dura peo que passa, o c*u pea terra troca tesourosin&initos pea pobreza, a %ória pea mis*ria, o certo peo du$idoso, o bem peo ma,

a ae%ria rea pea a&io# Gecohe por &ora ninharias e empobrece-se interiormente

a&i%e-se por ba%ateas que desaparecem, possui a terra e * escra$o do in&erno#

8e$ora, e seu estFma%o que no pode de%ustar o aimento que toma, ama o que

mata, adquire para perder, conser$a preciosamente o que he causar; um

arrependimento perdur;$e, carre%a sobre os ombros o que he &ar; cair com mais

rapidez no abismo eterno# ( 0omil# "'')#

P;, toda$ia, outra doorosssima mis*ria que $i debaio do so! as riquezas

entesouradas para a runa de seu dono, diz o Hcesiastes# =ois ee as $4 desaparecer 

com terr$e a&io de sua parte# =ro&unda mis*ria: Assim como $eio o a$arento,

assim ir-se-;# H que ucro ter; com tanto trabaho &eito< @odos os dias de sua $ida,

comeu >s escuras em meio de muitos cuidados, com mesquinhez e meancoia!Cunctis die%us vitae suae comedit in tene%ris et in curis multis et in aerumna atue

25  $urum uod per tene%ras uaeritur, per tene%ras custoditur# $urum cujus inuisitivo damnatus !a%et,cujus amor 5udam (acit1 aurum apud avarum prae(ertur C!risto ("erm# HHE** de ver%is $post#)

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tristitia  ( 7ccli#  ",  16)# Hssas tre$as indicam as inquietudes do a$arento, a $ida

&astidiosa, triste e amar%a#

a$arento $i$e nas tre$as, isto *, na i%norMncia, nos cuidados, e$ando

consi%o a mancha e a pena do pecado que no cessa de cometer# Sempre * noite

 para ee# A %rande pro$a de sua ce%ueira * que ee quer $i$er na pobreza, a &im de

morrer na abundMncia#

+uaquer um que acredite poder conhecer a $erdade $i$endo criminamente

en%ana-se, diz Santo A%ostinho# =or*m, $i$er criminamente * amar o mundo e o

que cont*m * amar o que passa, oh;-o como a%o de %rande $aor, dese;-o,

trabahar para adquiri-o, estar peno de ae%ria quando se che%a a ser rico, temer as

 perdas, e a&i%ir-se quando os bens que se possuem desaparecem ( Li%# de Mori%#)#

+ue oucura * esta, que ce%ueira a das amas, ecama ainda Santo

A%ostinho,! abandonar a $ida, desear a morte, adquirir ouro e perder o c*u:  .uae

est ista, rogo, animarum insInia, amittere vitam, appetere mortem1 aduirere

aurum, perdere coelum ( Li% de Mori%#)#

"endo 8emóstenes que e$a$am para seputar um a$arento, ecamou! J'ão

 sou%e viverK ( Ma-im#)#

So to ce%os os a$arentos que no notam quanto cup;$eis so oham para

a a$areza como uma $irtude e a chamam ordem# Hsta * a razo porque nunca se

con$ertem# As $ezes, resiste a%u*m a outras incina2es domam-se as demais

 pai2es por*m, amais se triun&a da a$areza antes, peo contr;rio, sempre cresce >

medida que nos aproimamos da morte, a qua, em um minuto, nos despoa de tudo

quanto ha$amos acumuado#

A $ida do a$arento principia nas tre$as, corre em meio das tre$as e passa das

tre$as temporais >s eternas tre$as do in&erno#

O nada de suas riquezas

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Se me mostrais $ossas mans2es, diz So .oo /risóstomo, ainda que seam

 pa;cios respandecestes de ouro e pedras preciosas, no estabeecerei nenhuma

di&erena entres eas e um ninho de andorinha tudo * barro, quando che%a o

in$erno, tudo cai ( 0omil#)#

Hia, pois, ó ricos, chorai, e$antai o %rito em $ista das desditas que $os

sobre$iro!  $gite nunc, divites, plorate ululantes in miseriis vestris, uae

adveniente vo%is ( 5aco% ", 1)# =odres esto $ossos bens, e $ossas roupas &oram

rodas pea traa!  Divitiae vestrae putre(acta sunt, et vestimenta vestra átineis

comestra sunt   ( 5aco% ", )# $osso ouro e a $ossa prata mo&aram e a &erru%em

destes metais d; testemunho contra $ós e de$orar; $ossas carnes como um &o%o#

"ós entesourastes ira para os Btimos dias#  $urum, et argentum vestrum

aeruginavit1 et aerugo eorum testemonium vo%is erit, et manduca%it carnes vestras

 sicut ignis T!esaurizatis vo%is iram in novissimis die%us# ( 5aco% ", 3)#

Hm $erdade, como uma sombra passa o homem, disse o Gei =ro&eta, e, por 

isso, a&ana-se e agita9se  em $o, e no sabe para quem e%ar; tudo aquio!  *nimagine pertransit !ome, sed et (rustra contur%atur4 t!esaurizat et ignorat cui

congrega%it ea ( salm# "''', 7)#

Aquee que con&ia em sua opu4ncia, cair;, diz-se no i$ro dos =ro$*rbios!

.ui con(idit in divitiis suis, corruet  ( rov# ', E)# As riquezas so para o a$arento

um doo, a &eicidade, a &ora, todo o seu bem, toda a sua esperana e toda a sua

ae%ria por*m, at* isso * &Bti, en%anoso e $o# 8es%raado, ecama o pro&eta

Pabacuc, des%raado daquee que mutipica seus bens, que no so seus: At*

quando amontoar; contra si mesmo eementos de barro< Eae ei ui multiplicat non

 sua/ Usueuo et aggravat contra sedensum lutum3 ( 0a%# '', 6)# 

As riquezas chamam-se montão de %arro!

1# porque so $is

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# porque mancham a ama, ce%am e arrastam ao abismo#

As riquezas so um barro ne%ro que mancha a ama e a trans&orma em um

atoeiro de iniquidade#

a$aro e$a as riquezas em suas mos e em suas $estimentas seu corao,

 por*m, est; $azio###

A morte respeita a opu4ncia< Abst*m-se de &erir aquee que possui ouro<

As riquezas so ciadas para a ama, so o anzo da morte, um aimento de

 pecado#

uão vil e desprez!vel é o avarento"

Aquee que * o maior do mundo, diz So /ipriano, nada desea, nada pede

aqui na terra! 'i!il appetere jam, ni!il desiderare saeculo potest, ui saeculo major 

est  ("erm# in &rat# Dominic#)# que so as riquezas< ada mais so que um poucode terra#

.amais se mostra mais e&eminado um corao que quando desea $encer pea

a$areza, diz So .oo /risóstomo!  'i!il mulierosius uam vinci a%a avaritia

( 0omil# " in Matt!##  a$arento * uma topeira e $i$e como uma topeira#

 o h; odor de cha%a to nauseabunda e que 8eus deteste em to ee$ado

%rau como aquee odor que eaa das &eridas causadas pea a$areza, diz So =edro

8amio! o a$arento, acumuando os produtos de um dinheiro sórdido, trans&orma

seus co&res em uma esterqueira onde amontoa a corrupo6#

a$arento sacri&ica sua reputao e deia perecer sua %ória, diz So =edro

/risóo%o! "epelitur (amae, perit gloriae ("erm# ''')#26  'ulla sane putredo vulneris in Dei nari%us intolera%ilius (oetet, uam stercus avaritiae# 7t cupidusuisue dum sordentia pecuniae, uaestus accumulat, vertens e-edram in latrinam, uase molem stercorisconcervat ( 7pist# '', ib# '')#

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Hn%ordou-se esse po$o to amado de 8eus, diz o 8euteronFmio, e $endo-se

opuento, rebeou-se contra He# .; en%rossado, en%ordado e abundante em tudo,

abandonou a 8eus, seu /riador, e se distanciou de 8eus, seu sa$ador!  *ncrassatus

est dilectus et recalcitravit incrassatus inpinguatus dilatatus dereliuit Deum

 (actorem suum et recessit a Deo salutari suo ( Deut # '', 15)7#

+uando um homem che%a a perder a 8eus, ; perdeu sua consci4ncia, a

reputao, a honra, o apreo das pessoas de bem, a caridade e seu próprio corao###

 o seria o mais $i dos seres< @a * a sorte do a$arento#

O avarento é descon#iado

Cana ao seio do Senhor tuas ansiedades e He te sustentar;, diz o Samista#

 5acta super Dominum curam tuam1 et ipse te enutriet  ( salm# C'", 3)# Senhor *

meu =astor, nada me &atar; He mesmo me coocou em meio de seus pastos!

 Dominus regit me, er ni!il mi!i deerit1 in loco pascuae i%i me collocavit   ( salm#

'', 1-)# 0as o a$arento sempre descon&ia de 8eus, da =ro$id4ncia dos homens,e daquees que o rodeiam#

O avarento é inve$oso

a$arento tem in$ea de tudo! tem in$ea dos homens, da terra, etc# A in$ea

e$ou > perdio os anos maus perdeu a Ado e a H$a### hai a que ecessos

conduziu /aim### aos irmos de .os*, etc###

A in$ea, diz So Iernardo, * $erme roedor da ama cansa os sentidos,

queima as entranhas, a&eta o esprito, rói o corao# in$eoso quer o que no he

 pertence e no recohe mais do que pecados ( Li%# de Consid#)#

A prosperidade dos demais atormenta o a$arento###

O avarento é ingrato

27 @raduo da Ibia de .erusa*m! J5acG comeu e saciou9se, 5esurun engordou e deu coices, )(icaste gordo,ro%usto, corpulento rejeitou o Deus ue o (izera, desprezou sua 2oc!a salvadoraK#

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@odo o uni$erso d; %raas a 8eus, menos o a$arento# Hsquece-se de todos os

 bene&cios de 8eus e dos &a$ores dos homens### 0urmura da =ro$id4ncia, amais

esta contente por*m, a in%ratido, diz So Iernardo, * a inimi%a da ama, destrói os

m*ritos, a&u%enta as $irtudes, murcha os bene&cios ( Li%# de Consid#)#

O avarento é traidor 

+ua a causa da perdio de .udas< A a$areza### este traidor esta$a

embria%ado de a$areza, diz So NerFnimo!  7%rius (uit proditor avaritia

(Comment#)# =ossua-a de ta maneira, que tremia temendo que .esus escapasse dos

que ha$iam $indo a prender-Che assim sentia para no perder os trinta dinheiros

que, toda$ia, no ha$ia ainda recebido# $uele a uem eu %eijar , ha$ia hes dado

 por senha, * He# Se%urai-o e atai-o &ortemente!  *pse est, tenete eum (0atth# "',

DE)#

ouro * um criado que nos &az traio#

a$arento $enderia a 8eus# hai a .udas# +ue quereis dar-me### e eu $o-

entre%arei< 8isse aos prncipes dos sacerdotes! .uid vultis mi!i dare et ego vo%is

eum tradam3 ( Matt!# "', 15)#

a$arento &az traio a sua consci4ncia, aos homens, a seus ami%os, a sua

&amia, nada * sa%rado para ee#

A queda de .udas mani&esta-nos que %rande ma * a a$areza, e a que ecessos

 pode nos e$ar# Joi causa da traio deste Apóstoo, de sua hipocrisia, de seu

desespero, de seu suicdio, de sua eterna condenao, e da morte de .esus /risto###

 %rros do avarento e perigos da avareza

a$arento se en%ana!

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1# prometendo-se $i$er muitos anos

# no se ocupando mais que das coisas da terra

3# e$ando uma $ida anima#

8a $em que So Iasio, diri%indo-se ao a$arento, diz-he! Se ti$esses uma

ama de anima imundo, obrarias de outra maneira< ( 0omil# in 7vang#)#

dinheiro, diz So Jrancisco de Assis, * o instrumento do demFnio, * uma

$bora cuo $eneno mata ("# onav#, in ejus vitae)#

 &n$usti'as do avarento

a$arento mancha o dinheiro e o perde, porque o ocuta e o deia mo&ar#

 po que encerrais sob cha$es, diz So Iasio, pertence >quee que tem &ome estas

$estes que %uardais * daquee que est; nu este caado que deiais a traa roer * ocaado do pobre o dinheiro que escondes * o bem dos indi%entes E#

Iuscais ceeiros, a$arentos< .; os tendes preparados! so os estFma%os dos

 pobres, diz em outra parte o So Iasio!  0a%es !orea, scilicet, ventres pauperum

("uper !aec ver%a 7vang#4 .uid (aciam3)#

um erro, diz So .oo /risóstomo, crer que as coisas da terra so nossas e

 pertencem-nos em propriedade# ada nos pertence, tudo * de 8eus, que * +uem no-

os d;9#

rico morreu, diz o H$an%eho, e &oi seputado no in&erno!  Mortuus est 

autem dives et sepultus est in in(erno ( Luc "', )# Joi seputado no in&erno por 

28  7surientes est panis illa uem tu apud te detine- nudi, illa uam in cella ti%i servas1 discalccati, calceusille ui domui tuae putredine corrumpitur1 egeni, argentum uod !umi de(ossum !a%es  ( 0omil# inditescentes $varus)#29  7rronea opinio est possideri a no%is ut dominis res !ujus vitae, et ut %ona propria # nil enim est nostrum, sed omnia sunt datoris Dei ( *n 7vang#)

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causa de sua a$areza, de sua dureza, de seu desprezo a C;zaro, de sua cup;$e

inustia para com aquee pobre carente#

/om e&eito, diz-nos So .oo /risóstomo, * um roubo no dar quando se

tem! "iuidem rapina est non impertiri de tuis (acultati%us   ( *n 7vang#)# o *

 porque &osse rico, acrescenta So .oo /risóstomo, que est; atormentado, seno

 porque no te$e compaio de C;zaro (Ut supra)# o &azendo esmoa, acrescenta,

toda$ia, So .oo /risóstomo, como h; de pertencer-$os $ossas riquezas< o

di%ais, portanto, eu no %asto mais do que o que * meu $ossos bens no so $ossos

 pertencem aos pobres3?#

a$arento, diz o mesmo =adre, * o deposit;rio e no o dono de suas

riquezas * seu escra$o e no seu possuidor pri$a-se deas como de uma coisa que

no he pertence# 8e &ato, aqueas riquezas no so suas ( 0omil# "', in Matt!,)#

8iz o i$ro dos Geis ( 2eg# ', D) que Acab, $tima da cóera e da tristeza,

abste$e-se de comer porque abot resistiu > sua cobia# o comeu seu po, diz

Santo Ambrósio, porque busca$a o po de outro pois, os ricos a$arentos comemantes o po dos outros que o seu $i$em do roubo e das rapinas 31#

ouro e a prata me pertencem, diz o Senhor dos H*rcitos!  Meum est 

argentum et meum est aurum, dicit Dominus e-ercituum  ( $gg# '', 9)# Santo

A%ostinho parte deste ponto para increpar aos a$arentos# Se o ouro e a prata so de

8eus, diz, quando 8eus os mandar aos pobres, manda dar o que * seu e quando

&azeis esmoa, a &azeis com &undos que He $os prescre$e distribuir, e no com o

que $os pertence3# 8eus, acrescenta o mesmo santo 8outor, d; ouro aos homens

caritati$os para que eeram a caridade e obedeam > $oz da humanidade# H o d;

aos a$arentos para casti%ar sua cobia# Se quereis $os enriquecer, perdereis

ine$ita$emente a ustia se, ao contr;rio, quereis ser ustos, sacri&icai a riqueza 33#30  $nima tua non est tua1 uomodo pecunium erunt tuae3 'oli ergo dicere4 rem meum consumo1 non tua est, sed aliena ( *n Moral#, 0omil# )#31  'on manducavit panem suum, uoniam uaere%at alienum# 7tenim divites magis alienum panem uam suum manducant, ui rapta vivunt, et rapinis sumptum e-ercent suum (c# "')#32  "i Dei est argentum et aurum, ergo um ju%ert ut ea aliis communices, de re sua ju%et1 et cum (aciseleemosynam, (acis de re ejus ui ju%et ut (acias, non de re tus (Ut supra)#33  "i miseris manum ad divitias, necesse est ut amittas justitiam, si misaeris manum ad justitiam perantedivitiae (Ut supra)#

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His aqui de que modo So Iasio &az &aar o a$aro, e como responde-he! A

quem inurio, retendo e conser$ando o que me pertence< que *, dizei-me, que $os

 pertence< o sastes nu do seio de $ossa me< H no $otareis nu ao seio da terra<

+uem $os deu $ossos bens< Se dizeis que &oi a casuaidade, sois um mpio que

desconhece Aquee que $os criou, e no dais %raas Tquee que $os cumuou de

 presentes# Se con&essais que 8eus $o-os deu, por qua razo, dizei-me, $ós os

recebestes< que * ser a$arento, eu $os per%unto, seno conser$ar to somente

 para si o que pertence a todos< O riquezas imensas encerradas nessas paa$ras!

JEinde, %enditos de meu ai, vinde possuir o reino ue vos (oi preparado desde o

 princ6pio do mundo/ Tive (ome e me destes de comer1 tive sede e me destes de

%e%er, etc### Ao contrario, que horr$e pobreza e caamidade a que indica aquea

outra sentena! J2etirai9vos de mim, malditos, ide para o (ogo eterno/### Tive (ome

e não me destes de comer, tive sede e não me o(erecestes um copo de água, etc###K#

=or*m, dir; o  a$arento! 0as eu &iz uso dos meus bens: 8eus &az uso dos seus###

J2etirai9vos de mim, maldito/K 8es%raados, que respondereis a $osso .uiz< ("erm#

in !is ver%is 7vang#4 Destruam !orrea)#

O avarento não tem entran(as

a$arento chama de necess;rio ao sup*r&uo! no tem caridade em seu

corao#

/omo * poss$e que um homem que tem bens deste mundo, diz o Apóstoo

So .oo, e que, $endo seu irmo passar necessidade, &echa-he o corao e suas

entranhas como * poss$e que tenha amor a 8eus< .ui !a%uerit su%stantiam

mundi et viderit (ratrem suum necesse !a%ere et clauserit viscera sua a% eo

uomodo caritas Dei manet in eo ( * 5o!ann ''', 17)# 

a$arento $i$e de e%osmo, no tem compaio, nem caridade, nem

entranhas# uma esp*cie de ti%re dom*stico#

O avarento é cruel 

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A a$areza &az cru*is e atrozes a todos os que a ser$em, diz So .oo

/risóstomo! $varitia amnes ui ipsi serviunt, crudeles e((icit atue atroces ( 0omil#

ad pop#)#

Aquee que no tem compaio, recusa at* seus parentes, dizem os

=ro$*rbios! .ui crudelis est, etiam prop6nuos a%jicit  ( rov# ', 17)# a$arento *

crue para sua ama, para seu corpo, para seus pais, para o próimo e para 8eus#

a$arento se parece com a aranha, es%ota suas entranhas para produzir ouro, tece

uma tea inBti e que no ser$e para nada mais, seno apanhar ba%ateas#

A a$areza * uma en&ermidade %ra$e que nos &az ce%os, surdos, e piores que

as bestas &erozes, diz So .oo /risóstomo! Aravis mor%us est avaritia1 oculos

caecat, et auris o%struit, et gravis %ellua saeviores redut  ( 0omil# ad pop#)#

 A avareza é um crime

 o h; coisa mais detest;$e que um a$arento, diz o Hcesi;stico no h;coisa mais iniqua que aquee que cobia o dinheiro, porque $ende at* sua ama!

 $varo ni!il est scelestius,ni!il est iniuius uam amare pecuniam, !ic enim et 

animam suam venalem !a%et  ( 7cle# , 9-1?)#

Hscutai a Si$iano! in%u*m * mais cup;$e que o a$arento, diz a Hscritura,

e isto * $erdade# +ue coisa h; pior que &azer dos bens presentes o princpio dos

maes &uturos, e empre%ar em comprar a morte e a eterna repro$ao as riquezas

que 8eus nos deu para procurarmos uma &eicidade eterna<

 'inguBm B mais culpável ue o avarento, porque!

1# a a$areza * uma inBria %ra$e &eita a 8eus, a +uem o a$arento antep2e o

ouro

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# um preuzo &eito ao Hstado, que aquee $cio enche de usuras, de roubos,

de &raudes, de processos, de sedi2es, de mortes, de ódios, etc###

3# /ondena ao próprio a$arento, manchando-o, corrompendo-o e inspirando-he

ta amor ao ouro que o conduz ao in&erno

D# um crime &eito aos pobres

5# "ioenta at* o mesmo ouro, porque seu destino e, se assim posso me

epressar, sua &eicidade, consiste em satis&azer as necessidades comuns dos

homens### para isso 8eus criou esse meta# a$arento se op2e a que o ouro

che%ue a seu &im o encerra e o aniquia# =or*m, aquio que ne%a aos homens,

o concede ao in&erno, que he compra a sua ama

6# A a$areza insuta todos os eementos, os c*us e a terra###

7# 'nsuta todas as eis, todas as $irtudes, despreza-as e pisoteia-as#

 ada mais inquo que amar o dinheiro, acrescenta o Hcesi;stico!  'i!il est 

iniuius uam amare pecuniam ( 7ccle# , 1?)#

O avarento é um déspota

 o so os ricos (de$orados de a$areza) quem $os oprimem com seu poder,

diz o Apóstoo So @ia%o, e quem $os arrastam ante os tribunais<  'onne divites per 

 potentiam opprimunt vos et ipsi tra!unt vos ad iudicia  ( 5aco% '', 6)# As riquezas,

com e&eito, etra$iam o esprito do a$arento que se tornou opuento, at* ao ponto de

&azer-he crer que tudo he est; permitido, que de$e mandar, que * preciso que os

 pobre he obedeam, e que seam seus ser$idores e escra$os, podendo $aer-seimpunemente dees para acrescentar seu &austo e suas riquezas# rico a$arento

de$ora ao pobre como os peies %randes de$oram aos pequenos e se a%um se

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atre$e a resistir-he, en&urece-se e no he perdoa# @udo atribui a si, e nada aos

demais# /r4-se superior aos que o rodeiam e ima%ina que nin%u*m h; de resistir-he#

asno mont4s * $itima do eo no deserto assim tamb*m os pobres so $timas dos

ricos (a$arentos), diz o Hcesi;stico! Eenatio leonis onager in eremo1 sic et pascua

divitum sunt pauperes ( 7ccle# ''', 3)#

 A avareza corrompe o cora'ão

Pa$endo Aeandre 0a%no en$iado cem taentos a Jócio que era sumamente

 pobre, per%untou este! J orue me envia o rei esta uantidade3K J orue

 $le-andre não con!ece outra pessoa !onrada e %oa como vGs, entre os ateniensesK#

J 7ntão, respondeu Jócio, ue ele me dei-e como souK# H recusou os cem taentos

( 7lian# Li% ')# 

/om e&eito, o pobre ou o homem de mediana &ortuna que * honrado

corrompe-se &requentemente quando tem a des%raa de enriquecer-se# A a$areza

estra%a a ama, o corpo, o indi$duo, a &amia, a sociedade###

O avarento é id)latra

His que eu me &iz rico, esta$a dizendo H&raim, minha &ortuna * meu doo!

 Dives (actus sum, inveni idolum mi!i (&seae '', E)#

Sabei, diz So =auo aos H&*sios, que nenhum a$arento, cuo $cio $em a ser 

uma idoatria, ser; herdeiro do reino de .esus /risto e de 8eus#  0oc scitote

intellegentes uod omnis### avarus uod est idolorum servitus, non !a%et 

!ereditatem in regno C!risti et Dei ( 7p!e# "# 5)# s udeus adoraram o bezerro de

ouro os a$arentos os imitam#

=or que * idóatra em maior %rau o a$arento do que os escra$os dos outros

$cios<

His aqui as raz2es!

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1# os a$arentos &iam toda a esperana de sua $ida nas riquezas oham para

eas, por conse%uinte, como a seu deus

# os idóatras adoram est;tuas de ouro e de prata &az o a$arento outra coisa<

3# a a$areza * insaci;$e e

D# ocupa inteiramente o homem, e isto sempre

idóatra adora um $o simuacro, enquanto o a$arento se prostra ante seu

ouro# idóatra ser$e a um doo, enquanto o a$arento cuida de seu tesouro#

idóatra rodea de respeito o obeto de seu cuto, ; o a$arento $ea ao ado de seu

co&re com uma $i%iMncia etraordin;ria# idóatra p2e sua esperana em seu doo,

e o a$arento, na ci&ra de seu dinheiro# Aquee no quereria mutiar a seu doo,

enquanto este teme $er diminuir seu tesouro#

s a$arentos amam e adoram as riquezas, porque pensam e no a%em seno para procurar outras, conser$;-as e aument;-as consa%ram-hes seu corpo, seu

corao, sua ama, seus cuidados, seus suores, seus trabahos, seu sono, suas $i%ias

e sua $ida# bedecem em tudo > sua paio p2em nea sua &eicidade e seu Btimo

&im# =or ea, desprezam o cuto de 8eus, $ioam seus preceitos e ne%am sua

 pro$id4ncia#

rei abucodonosor, diz 8anie, &ez uma est;tua de ouro# po$o acha$a-se

diante dea, enquanto os arautos %rita$am! =rostrai-$os, adorai a est;tua de ouro e o

 po$o se prostrou, e adorou-a, etc# ( Dan# ''', 1)# Assim obra o a$arento# bezerro de

ouro * o 8eus deste mundo#

8e sua prata e de seu ouro &oraram-se doos para sua perdio, diz o

Senhor, por meio do pro&eta s*ias! $rgentum suum et aurum suum (ecerunt si%iidola ut interirent  (&seae "''', D)#

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O avarento é inimigo mortal de si mesmo

a$arento no * bom para nin%u*m * p*ssimo para si mesmo, diz S4neca!

 *n nullum avarus %Fnus est, in se pessimus ( Li% de 2emed#)#

 in%u*m, diz So /irio, perde tanto como aquee que se perde# +ue possuis,

quando a a$areza reina sobre $ós< =etri&ica o $osso corao ( 0omil# "')#

1# a$arento se probe a si mesmo de %astar suas riquezas, peo que *

 perse%uidor e $erdu%o de si mesmo! condena-se > &ome, > sede, ao &rio, ao

caor, aos suor, > nudez, a todas as pri$a2es e > morte# .amais nenhum

anacoreta se impFs para ir ao c*u maiores morti&ica2es que as que o a$aro

se imp2e para ir ao in&erno# Se &izesse por 8eus os sacri&cios que &az peo

demFnio, estaria peno de m*ritos e maduro para o c*u# Sem embar%o, no

somente no adquire nenhum ttuo >s recompensas di$inas, seno que se

cobre de pecados e de madi2es

# o a$arento se prop2e reunir um cauda para si, e no obstante, acumua paraos demais, para pessoas a quem recusaria uma esmoa

3# * de$orado peo temor de perder sua riquezas e de $4-as passar a mos

estranhas# o deia de sentir o pun%ente de a%uma espinha! dir-se-ia que se

$ae das er$as daninhas arrancadas de seus campos para construir para si

assentos e cama#

a$arento atormenta-se com contnuas pro$a2es so&re at* de $er 

desaparecer o po ene%recido que seus criados comem#

Nuardando seu ouro, o a$arento perde a si mesmo e, mesmo que estea

rodeado de riquezas que he pertenam, $4 reinar a etrema pobreza em seu interior#

A&i%e-se quando se $4 &orado a dar, e no d; mais do que contra seu corao, perdendo assim seus dons e o m*rito da boa %raa#

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co&re do a$arento est; cheio, e sua consci4ncia $azia, diz Santo A%ostinho!

 $varus plenam !a%et arcam, sed inanem conscieniam ("erm# C'")#

a$arento mata seu corpo, sua ama, sua reputao, perde o tempo e a

eternidade###

O avarento é detestado* desprezado e maldito

+uem esconde os %ros ser; madito dos po$os, dizem os =ro$*rbios mas a

 beno descer; sobre a cabea daquees que os coocam no mercado ( rov# ', 6)#

a$arento introduz a perturbao em sua casa, acrescentam os =ro$*rbios!

Contur%at domum suam ui sectatur avaritiam ( rov# ", 7)#

'ntroduz a perturbao em sua casa!

1# obri%ando a seus bois, a seus criados, a seus &ihos, a sua esposa, a

trabaharem mais do que permitem suas &oras, e, a%umas $ezes, at* em

domin%os e dias santos pa%a-hes, pri$ando-hes do aimento e das$estimentas de que necessitam irrita-os tratando-hes duramente, &aando-

hes em tom azedo, com cóera, desumanidade e inso4ncia# bri%a-hes,

deste modo, a murmurar contra ee, a detest;-o, a desprez;-o, a aborrec4-o,

a madiz4-o, a disputar entre ees, a tratar de descarre%ar uns sobre os outros

o peso terr$e que ee hes imp2e e

# o a$arento costuma enriquecer-se pea &raude, a usura e a inustia o que &az

com que sea eecrado e condenado#

Aquee que se apressa a enriquecer-se, no conser$ar; a inoc4ncia, diz a

Hscritura! .ui (estinat ditari, non erit innocens ( rov# "''', ?), seno que ser;

tratado por todos como um cup;$e e um adro# 8eus, os homens e at* os mesmos

demFnios amadioam o a$arento, homem sem piedade e sem entranhas# 8eus odespreza, aborrecem-no os homens, e que &aro os demFnios deste ser inBti<

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a$arento * o comum inimi%o do %4nero humano, diz So .oo /risóstomo!

 $varus, communis generis !umanis !ostis ( 0omil# C' in Matt!#)#

=ara quem pode ser bom aquee que para si mesmo * mesquinho< diz o

Hcesi;stico! .ui si%i neuam est, cui alii %onus erit3  ( 7ccle# "', 5)# in%u*m *

 pior do que aquee que tem in$ea de si mesmo, acrescenta este i$ro! .ui si%i

invidet, ni!il est illo neuius ( 7ccle# "', 6)! ta * o casti%o do a$arento#

8epois de ha$er $encido a /raso, os =artas encontraram o corpo daquee

%enera a$arento no campo de bataha, e por deciso despearam ouro derretido na

 boca, dizendo! tu esta$a sedento de ouro, apaca a%ora a tua sede!  $urum sitiisti,

aurum %i%e ( *ta "a%el# 7nnead# ', li%# ')#

p;ssaro associa-se com os p;ssaros, as reses, com o rebanho os peies,

com os peies somente o a$arento se pri$a de toda sociedade e permanece soit;rio#

8etestado e condenado durante sua $ida, o a$arento o * tamb*m na hora da

morte# &im de sua eist4ncia ae%ra aos $i$os# o se $4 correr uma ;%rima sobresua tumba, no se ou$e nem um suspiro### primeiro &aam dee com desprezo, e,

o%o, &azem cair sua memória em um esquecimento eterno# At* seu sepucro resta

sem honras, porque no se ocupou dee por a$areza, nem enquanto te$e saBde, nem

na ora de sua morte, nem de $i$a $oz, nem por meio de testamento e seus

herdeiros, que no pensam mais do que em suas riquezas, descuidam-no# Hste * o

 usto casti%o que 8eus reser$a ao a$arento# =or ha$er seputado seu dinheiro, $4-se

 pri$ado de um sepucro honroso# @odos o detestam, e ne%am-he uma tumba!

querem i%norar at* o oca que de$e ocupar, a &im de que no pensem mais nee#

Sobre a tumba do homem caritati$o $eem-se escritas as se%uintes paa$ras!  eatus

ui intelligit super egenum et pauperem1 in die mala li%era%it eum Dominus4 Jeiz

o homem que cuida dos pobres 8eus o sa$ar; no ma dia ( salm# C', D)# Sobre a

do a$arento poder-se-ia %ra$ar a inscrio ditada por So =edro! "us lota in

voluta%ro luti ( ** et  '', b)

3D

#

34 J$ porca lavada tornou a revolver9se na lamaK U ota do tradutor#

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 Desgra'as do avarento

ouro que o a$arento desea, e que quer %uardar cuidadosamente, diz Santo

A%ostinho, * obeto de %randes trabahos, * o peri%o daquees que o possuem, o

diminuio das $irtudes, um ma dono, um ser$idor p*r&ido ( 0omil# ')#

Hscutai, a$arentos, diz So .oo /risóstomo, ou$i atentamente o que .udas

so&reu! perdeu seu dinheiro, &ez-se cup;$e de um crime horr$e e condenou sua

ama# A a$areza costuma tratar assim a seus criados# =erdeu seu dinheiro, nada

%ozou nesta $ida, nem %ozar; tampouco na &utura# =erdeu tudo de uma só $ez, e

desprezado por aquees mesmos a quem $endeu .esus /risto, en&orcou-se de

desespero ( *n salm#)# A a$areza, diz So =auo, * a raiz de todos os maes, pea

qua arrastados, a%uns se des$iaram da &*, e se sueitaram eles mesmos a muitas

 penas e a(liçes ( * Tim# "', 1?)# s a$arentos no retrocedem antes os remorsos, a

amar%ura das perdas temporais, as inquietudes, a usura, a &raude, a madio de

8eus e dos homens, e &inamente precipitam-se no in&erno#

 o ameis, pois, as riquezas, diz So Iernardo am;-as, mancha possui-as,inquieta perd4-as * um supcio (Conv# $d Cler#, c# '')#

amor >s riquezas, diz So .oo /risóstomo, * um $eneno, uma

en&ermidade incur;$e, um &o%o inetin%u$e, um tirano# As riquezas s in%ratas,

 perecedouras, homicidas, cru*is, impac;$eis so bestas &erozes * um precipcio

aberto, um estreito peri%oso e peno de tempestades, um mar a%itado por mi $entos

desencadeados produzem inimizades irreconcii;$eis# um inimi%o terr$e! &ere

aos que o amam, despoa aos que se he entre%am, aprisiona a intei%4ncia, destrói a

&*, &az traio ao a&eto, &ere a caridade, turba o repouso mata a inoc4ncia, ensina o

roubo, ordena a mentira, e or%aniza as depra$a2es ( 0omil# C'" in 5o!ann)#

papa 'noc4ncio '" disse, um dia, a Santo @om;s de Aquino, diante do qua

esta$a contando dinheiro! J 5á o vs, Tomás, a *greja não se v !oje o%rigada adizer, como em seu nascimento4 ;'ão ten!o ouro nem prata<  (c&# $ct#)# Santo @om;s

respondeu, com mod*stia! J N verdade, "anto adre, porBm, tampouco pode dizer 

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!oje a *greja aos coc!os, como em outro tempo4 ;Levanta9te e anda< ("urge et 

am%ula)K ( 0ist# 7ccl#)#

"ede isso! sendo pecadores, diz o Samista, abundam de bens no s*cuo e

amontoam riquezas# certo * que tu, ó Senhor, hes destes uma prosperidade

en%anosa! derrubaste-os quando mais ees esta$am se ee$ando# H como &oram

reduzidos > tota desoao: 8e repente, &eneceram: =ereceram deste modo pea sua

madade# /omo o sonho de a%u*m ao despertar, assim, ó Senhor, reduzir;s a nada,

em tua cidade, a ima%em dees35#

Sa$a-me agora, diz tamb*m o Samista, - e i$ra-me das %arras destes

estran%eiros, de cua boca no sai seno $aidade e mentira, e cuas mos esto

 penas de iniquidade! os &ihos dos quais so como no$os rebentos na &or de sua

idade - suas &ihas compostas e en%aanadas por todos os ados, como doos de um

tempo! otadas esto suas despensas, e transbordando de toda a sorte de &rutos! U 

&ecundas suas o$ehas, saem a apascentar em numerosos rebanhos! tem %ordas e

e-u%erantes  suas $acas!     no se $eem brechas nem runas em suas murahas e

cercados! nem se ouvem %ritos de pranto em suas praas# 8eliz chamaro ao po$oque %oza destas coisas# Mas eu digo4 Jeiz aquee po$o que tem o Senhor por seu

8eus36 ( salm# /C''', 11-15)#

Ai de $ós, ecama o pro&eta 'saas, que untais casa com casa, a%re%ais

 propriedades a propriedades, at* que no haa mais terra: Eae ui coniungitis

domum ad domum et agrum agro copulatis usue ad terminum loci ( *saias ", E)#

8es%raados dos ricos: ecama .esus /risto! Eae vo%is diviti%us/  ( Luc "',

D)#

35  7cce ipsi peccatores et a%undantes in saeculo o%tinuerunt divitias  ( salm#  C'', 1)# Eerumtamen propter dolos posuisti eis dejecisti eos dum adlevarentur# .uomodo (acti sunt in desolationem, su%itode(ecerunt4 perierunt propter iniuitatem suam# Eelut somnium surgentium, Domine, in civitate tua imaginemipsorum ad ni!ilum rediges ( salm# C'', 1E-?)#36 His o teto ao qua o autor &az re&er4ncia! JDa espada cruel, salva9me/ Livra9me da mão dos estrangeiros4 sua %oca (ala mentiras e sua direita B direita de perjOrio# "ejam nossos (il!os como plantas, crescidos desdea adolescncia1 nossas (il!as sejam colunas tal!adas, imagem de um palácio1 nossos celeiros c!eios,trans%ordantes de (rutos de toda espBcie1 nossos re%an!os se multipliuem aos mil!ares e mir6ades, emnossos campos1 nossos %ois estejam carregados1 não !aja %rec!a ou (uga, nem grito de alarme em nossas praças# 8eliz o povo em ue assim acontece, (eliz o povo cujo Deus B "en!or/ V"l 1DD(1D3), 1?b-15W (ota dotradutor)#

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=or mais doce que sea a ;%ua dos rios, torna-se amar%a ao entrar no oceano!

ta * a ima%em das riquezas deste mundo# s que as possuem, ae%ram-se com eas

durante o curso da $ida por*m, quando che%am ao %o&o da morte, onde todos $o

 parar, no encontram seno amar%uras e decep2es###

 A avareza é um manancial de todos os pecados e de todos os males

As riquezas, diz Santo Ambrósio, so uma terr$e ocasio de pecado

incham, ensoberbecem e &azem esquecer o /riador ( Li% de Cain et $%el )#

A raiz de todos os maes * a a$areza, diz So =auo ( * Tim# "', 1?)# Ju%i,

 pois, ó homem de 8eus, &u%i da a$arezaL ( * Tim# ', 11)#

s que querem ser ricos, acrescenta aquee %rande Apóstoo, caem na

tentao e no ao do demFnio, e em $;rios deseos inBteis e perniciosos que

mer%uham aos homens no abismo da morte e da perdio! 'am ui volunt divites

 (ieri incidunt in temptationem et laueum et desideria multa inutilia et nociva uaemergunt !omines in interitum et perditionem ( * Tim# "', 9)#

A a$areza, diz Santo Ambrósio, no retrocede diante de nenhum pecado! ea

%era a todos porque, para saciar seus deseos, o que * imposs$e, recorre aos

mae&cios, &az-se cup;$e de homicdio, de impurezas e de todos os crimes ( Li%#

de Caim et $%el )#

s costumes dos Gomanos corromperam-se pea a$areza, diz .u$ena# 8esde

que a pobreza desapareceu de Goma, abundam nea todos os crimes e todas as

corrup2es37#

A a$areza zomba de todos os direitos# As riquezas so uma ocasio de

$aidade, de %ua, de uBria, de deboche, de pre%uia e de todos os ecessos#37   2omanorum mores corrupti sunt per avaritiam#

 'ullum crimen a%est, (aciousue li%idinis, e- uo aupertas 2omana perit#

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8iz-se que aam, %enera dos e*rcitos do rei da Sria, era um homem rico,

 por*m eproso! 'aaman, princeps militiae regis "yriae, erat vir dives, sed leprosus

( *E 2eg# ", 1)# A epra do pecado * insepar;$e da a$areza ou mehor, a a$areza *

uma epra que cobre todo o corpo do homem#

A a$areza %era a increduidade! no teme a 8eus, nem seu terr$e uzo, nem

o in&erno# s a$arentos desprezam a rei%io, $ioam os sa%rados preceitos de 8eus

e da '%rea e, como um crime atrai outro, sucede que o rico a$arento, crescendo em

or%uho, em ambio, em inustia e em toda a casse de desordens, cai, por &im, na

heresia, no atesmo e na idoatria, como sucedeu a Saomo#

deseo das riquezas, diz So .oo /risóstomo, inspira o perBrio, o roubo,

as rapinas, a in$ea, o assassinato, o ódio entre irmos, as %uerras, a hipocrisia e as

adua2es3E#

 

que so as riquezas da terra, diz So /irio, seno uma ecitao das

 pai2es, a &o%ueira aonde de acende a cobia e a presa da morte< Hn%enhosamentecrue, a a$areza atormenta as que a ser$em por meio de todos os $cios corrompe-

os, turba-hes o uzo, mancha seu corpo, destrói as $irtudes, e nada escapa da

destruio que produz ( 0omil# )#

Hm seu discurso contra "erres, diz muito bem /cero! ada h; to santo que

no possa ser $ioado, nada to bem de&endido que no possa ser conquistado com o

dinheiro39#

Ca*rcio dizia que a a$areza * a metrópoe de todos os $cios# s $cios, dizia,

que a a$areza produz so! a traio, a &raude, as decep2es, o perBrio, a inquietude,

a $io4ncia, a desumanidade, a dureza de corao, etc#

38  Desiderium divitiarum est perjurium , rapina, invidia, caedes, odium (ratrum, %ellum, simulatio, adulatio( 0omil# ad pop#)39  'i!il est tam sanctum uod non violari1 ni!il tam munitum uod non e-pugnari pecunis possit (Cont#Eerr#)#

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s que se acham a%itados peo deseo das riquezas $eem-se consumidos peo

sopro das inspira2es de Satan;s, diz Santo 'sidoroD?#

 +ão (, salva'ão para o avarento

Jiho do Pomem, diz So .erFnimo, no tinha onde recinar sua cabea, e

$ós nadais em abundMncia: Aspirais > herana do s*cuo! no podeis ser coerdeiros

de .esus /risto! porque o discpuo do Pomem-8eus no tem mais do que a seu

0estre como toda riqueza (Comment in Matt!#)#

 o podeis ser$ir a 8eus e ao dinheiro, diz .esus /risto!  'on potesti Deo

 servire et mammonae  ( Matt!# "', D)# 0as, aquee que no ser$e a 8eus, no se

 pode sa$ar###

 -esus Cristo despreza as riquezas

 

.esus /risto, diz Santo A%ostinho, desprezou todos os bens deste mundo, a

&im de mani&estar que, com e&eito, eram desprez$eis# So&reu toda casse de pro$asdurante sua $ida morta, a &im de que no se buscasse &eicidade nas riquezas, nem

se temessem >s pro$as nem >s cruzes# Aquee que tudo possui, &ez-se pobre Aquee

que aimenta a todos, te$e &ome Aquee que * a &onte da $ida, te$e sede ( De vera

 2elig#, c# ")#

.esus /risto, disse Sa$iano, &oi pobre, e $ós acumuais riquezas: .esus /risto

so&reu &ome, e $ós $os submer%is nas decias: .esus /risto no te$e ;%ua para

 beber, e $ós $os entre%ais aos ecessos da embria%uez ( Li%# '"# $d 7ccle#)#

8e todos os bens deste mundo, .esus /risto no quis mais que um pres*pio e

uma cruz# o condena esta sua conduta a estima que damos >s riquezas, e,

sobretudo, a a$areza<

 A avareza é um sinal de reprova'ão

40 .ui Desiderio cupiditatis aestuant, (latu dia%olicae inspirationis uruntur ( Li% **, epist# //''')#

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So Nre%ório ensina que os eeitos buscam o c*u e os r*probos as riquezas da

terra ( Li%# Moral#)# .amais se $iu que um $erdadeiro santo se es&orara em che%ar >

opu4ncia, nem tampouco a estimara#

a$arento no busca mais que os bens da terra pouco importam-he os

eternos###

=or*m, diz So =auo, o homem somente pode coher o que semeou! .uae

 seminaverit !omo, !aec et metet  (Aal# "', E)#

Condena'ão da avareza

.esus /risto pro$a a cupabiidade do a$arento com sete raz2es!

1# porque a ama * mais que o corpo###

# apresentando-nos o eempo dos p;ssaros a quem 8eus aimenta

3# porque toda nossa soicitude * inBti sem 8eus

D# recordando-nos que os rios e as er$as do campos no &iam e, sem embar%o,

8eus as $este e as adorna

5# porque buscar os bens da terra * imitar aos pa%os

6# porque 8eus conhece nossas necessidades

7# porque a cada dia bastam seus trabahos#

Assim condena 8eus uma %rande parte dos homens que trabaham muito e

sem 8eus! * trabaho perdido#

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=erea teu dinheiro conti%o, diz So =edro ao a$arento Simo!  ecunia tua

tecum sit in perditionem ( $ct# "''', ?)#

Castigos que a avareza atrai

Si%berto e IarFnio contam um terr$e casti%o da cóera de 8eus contra a

a$areza# o ano de 6?5 d#/#, toda a pro$iso de aimentos de um na$io que

 pertencia a um a$arento, &oram trocadas em pedras, por ha$er o pioto respondido a

um pobre, que he pedia esmoa, que o na$io no continha mais que pedras#

 pobre, desesperado, epressou o deseo de que assim &osse de &ato#

Ateneo ( Deipnosop!#, li%# '''), cita tr4s casti%os impostos pro$idenciamente

> a$areza#

His aqui o primeiro!

A Nr*cia no produz &eio mas durante dois anos, e sem que o ti$essem

semeado, apareceram em %rande nBmero nas panta2es do Hpiro# 8eram

muitssimos %ros e ser$iram de aimento aos muitos pobres do pas# =or*m,Aeandre, &iho de =irro, proibiu que se tocasse na coheita! as panta2es secaram

e os &ei2es desapareceram para sempre#

Se%undo eempo, tirado tamb*m da história de Hpiro!

Jaa$a-se que naquee pas, ha$ia um córre%o cua ;%ua ai$ia$a

mara$ihosamente aos en&ermos# =or*m, os o&iciais de Ant%ono impuseram, por 

a$areza, uma contribuio aos que dea bebessem, a ;%ua perdeu sua $irtude, e

acabou por desaparecer totamente#

@erceiro eempo!

Aconteceu que em @rFade permitiu-se a todos recoher, em @ra%usa, o sa de

que necessita$am essa substMncia amais &atou# =or*m, tendo-a Cismaco sueitado

a um imposto, ea desapareceu# Hnto, Cismaco, surpreso, eiminou o imposto, eo%o $otou a aparecer o sa#

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Assim, a a$areza p2e impedimento aos dons de 8eus e seca o manancia de

suas mara$ihosas iberaidades porque 8eus, que derrama com abundMncia seus

 bene&cios sobre os homens, no permite que a$arentos os entesourem e os restrina#

@endo um a$arento quai&icado aos pobres de Krat2esL, em 97?, &oi de$orado

 por uma mutido desses animais# @estemunhas di%nas de cr*dito a&irmaram esse

ras%o da $in%ana di$ina#

=or causa da mis*ria dos indi%entes e do %emido dos pobres, me e$antarei,

diz o Senhor, para de&end4-os!  ropter miseriam inopum, et gemitum pauperum

nunc e-urgam, dicit Dominus ( salm# ', 6)#

8eus casti%a o a$arento impedindo-he de %astar seus bens, remo$endo-os,

etc#

Niezi &icou coberto de epra por causa de sua a$areza ( *E 2eg# ")#

s a$arentos a&astam os bons sentimentos de seu corao, so insensatos,ce%os e surdos mais direi! morreram para a $ida espiritua# His a%uns dos casti%os

terr$eis impostos > sua paio:

=ea ma$ada a$areza de meu po$o, diz o Senhor pea boca de 'saas, eu me

irritei e o chicoteei a&astei-he o rosto e me indi%nei, e ee se &oi $a%ando atr;s das

Mnsias de seu corao! ropter iniuitatem avaritiae ejus iratus sum, et percussi

eum1 a%scondi a te (aciem meam, et indignatus sum, et a%iit vagus in via cordis sui

(C"'', 17)#

s a$arentos so eterminados, e outros homens se apoderam de seus

tesouros, diz o pro&eta Iaruc ( aruc!# ''', 19)#

+ueiais-$os da aridez e da mis*ria, diz So /ipriano, como se a aridezocasionasse uma mis*ria mais crue que a a$areza# +ueiais-$os de que o c*u

a&astou as nu$ens, $ós que &echais $ossos ceeiros aos pobres# "ossa a$areza * que

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 produz todos esse maes# "ossas coheitas anam-se a perder no seio da terra, em

casti%o daqueas que retendes inustamente e deiais perder nos $ossos ceeiros#

 o se pode du$idar de que a a$areza * &requentemente a causa das des%raas

 pBbicas e pri$adas!  *ta sane, et !odie saepe immisericordia est causa miseriarum

 privatarum et pu%licarum ( 7pist#)#

Gecorde-se o a$arento daqueas paa$ras de .ó ( 5o% , 15)! a$arento

$omitar; as riquezas que de$orou 8eus arranc;-as-; de suas entranhas#

8iz-se pro$erbiamente!  ens mal aduiridos a ninguBm enriueceram#

.udas quer %anhar dinheiro, e sem sab4-o, prepara a corda com que h; de se

en&orcar, antecipa sua morte e %anha o in&erno#

s udeus temem, por a$areza, comprometer a sua nao rene%am .esus

/risto e &azem-no condenar perdem no somente a %raa da sa$ao, seno

tamb*m a sua nao, e ainda perdem-se a si mesmos#

Condena'ão do avarento

 o dia do .uzo, .esus /risto dir; aos a$arentos que estaro > sua esquerda!

A&astai-$os de mim, maditos, ide para o &o%o eterno preparado para o demFnio e

seus anos porque ti$e como e no me destes de comer, etc# ( Matt!# ", D1-D)# H

estes iro para o supcio eterno! *%unt !i in supplicium aeternum ( Matt!# ", D6)#

s a$arentos so condenados ao &o%o preparado para o demFnio, porque

imitaram ao demFnio, que * crue e no tem compaio# Se aquee que deu uma

esmoa * casti%ado se$eramente, diz So Nre%ório, que casti%o no se impor; ao

que ret*m os bens aheios# "i tanta poena multa%itur aui non dedisse convincitur 

uanta poena (eriendus est, ui redarguetur a%stulise aliena/ ( astor )#

0orreu o rico a$arento e &oi seputado no in&erno, diz o H$an%eho!  Mortusest dives, et sepultus est in in(erno  ( Luc "', )# "emos a o que produzem o ouro

e as riquezas, diz So .oo /risóstomo ("erm# in Lazar#)#

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/om $ossa a$areza, tendes-$os entesourado ira para os Btimos dias, diz o

Apóstoo So @ia%o! T!esaurizastis vo%is iram in novissimis die%us ( 5aco%# ", 3)#

So Nre%ório de @ours diz que no in&erno no acha o a$arento, para apa%ar 

sua sede, mais que ouro derretido mescado com eno&re ( De avarit#)#

 o in&erno, os a$arentos estaro atormentados por uma &ome crue, uma sede

de$oradora, um pobreza incompar;$e e uma nudez competa#

Canada ser; pea rua a prata dees, diz o pro&eta Hzequie, e entre o io,

estar; o seu ouro# =ois nem sua prata, nem seu ouro, poder; sa$;-os naquee dia de

&uror do Senhor, nem saciar sua ama, nem encher seus $entres! pois que hes ser$iu

de tropeo em sua madade! $rgentum eorum (oras projicietur, et aurum eorum in

 steruilinium eri4 argentum eorum, et aurum eorum non vale%it li%erare eos in die

 (uroris Domini ( 7zec!# "'', 19)#

 o o esqueam os a$arentos! nem suas riquezas, nem seus &ihos, nem suaesposa, nem seus netos, nem seus pais, a quem ees quiseram enriquecer apesar de

sua consci4ncia e ao preo de sua ama, no os podero i$rar da cóera de 8eus, da

morte eterna e do 'n&erno#

 o, no, no achareis misericórdia, a$arentos cru*is, diz so Iasio# o

abristes $ossa casa aos des%raados! sereis ecudos do reino dos /*us# "ós $os

ne%astes a dar po! no recebereis a $ida eterna#  'on aperuisti domum tuam, a

regno Dei e-cluderis# 'on dedisti panem, non vitam recipies aeternam ( 0omil#)#

O que os pagãos pensaram da avareza

tebano /rates anou todas as suas riquezas ao mar, a &im de poder 

dedicar-se mehor > Jioso&ia# =re&iro perder-$os, disse, a que $ós me percais!  Malote perdere, uam tu me perdas ( $nton# in Meliss#)#

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Se%undo o uzo de 8emócrito, a a$areza * mais miser;$e que a etrema

 pobreza ( Ma-im#, serm# '')# /om e&eito, quanto maior sea o deseo de possuir,

mais sentimos nossa indi%4ncia#

8ió%enes compara$a os a$arentos aos hidrópicos# o * $er%onhoso, dizia,

que o a$arento tra%a tantos bens e no saiba possuir a si mesmo<  'a non pudet eum

tam multa !a%ere, cum non !a%eat seipsum3 ( *n $na-imen#)#

Sócrates dizia que tanto $aia soicitar um bene&cio a um a$arento, como

 pedir uma con$ersao a um morto!  'ec a mortuo petedum collouium, nee a%

avaro %ene(icium ( De $varit#)#

Hscutai que paa$ras diri%e =ato ao a$arento! 8es%raados, no estudeis o

modo de aumentar $ossa &ortuna, seno o de diminuir a sede de ouro que $os

consome! & impro%e, ne possessioni augendae studeas, sed minuendae cupiditati

( De Legi%#)#

Aristótees diz que os a$arentos obram como se amais de$essem morrer, porque nada do, e tudo o conser$am ( 7t!ic)#

Cicur%o a&astou de Hsparta as riquezas e a a$areza# 8a que Hsparta obte$e o

 primeiro posto na Nr*cia durante seiscentos anos, ora pea equidade de suas eis, ora

 por sua %óriaD1# 0ais tarde, o or;cuo predisse ao rei @eopompo que o amor ao

dinheiro ha$eria de perder aos Cacedemonios, e assim sucedeu ( lutarco)#

Apostro&ando a Goma, Xu%urta ecama$a! O cidade $ena, prontamente

desaparecerias, se encontr;sseis comprador: & ur%em venalem et mo- perituram si

emptorem invenerit/

rei A&onso quai&ica$a a seus ministros a$arentos de harpias D de sua corte

( 7m sua %iogra(ia)#

41 Hste uzo * de um pa%o# o poderia ser de um cristo< )'ota do tradutor para a l6ngua espan!ola#42 Ka mitoo%ia %re%a, monstro com cabea de muher, corpo de p;ssaro e %arras muito a&iadasL, pronto atudo de$orar# ( Dicionário 0ouaiss)# ( 'ota do tradutor )#

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A &ortuna e uma ama s nunca $o untas, disse S4neca! .uase inter se

contraria sunt (ortuna et mens %ona ( rov)#

 Por que se nos dão as riquezas

Ions so o ouro e a prata, diz Santo A%ostinho no porque nos &azem bons,

seno porque nos ser$em para &azer o bem! $urum et argentum %ona1 non uod te

 (aciant %onum, sed unde (acias %onum ("entent#)#

Hmpre%uemos nossas riquezas, diz So =edro 8amio, em %anhar amas e

em adquirir $irtudes!  'ostrae divitiae sint lucra animarum, et talenta virtutum

( 7pist#)#

Ioas so as riquezas, diz Santo Ambrósio, se abris $ossos ceeiros, a &im de

que seais o po dos pobres, a $ida dos indi%entes, a $ista dos ce%os, o pai dos

ór&os! ona sunt, si aperias !orre, ut sis panis pauperum, vita egentium, oculus

coecorum, or%atorum in(antium pater ( Li%# de 'a%#)#

 . preciso imitar ao soldado

Hsse preceito recomendo-te, @imóteo, diz So =auo, e * se%undo as

 pre%a2es &eitas antes sobre ti, assim cumpras ou realizes teu dever , miitando como

 bom  soldado de Cristo, mantendo a &* e a boa consci4ncia!  0oc praeceptum

comendo ti%i, ut milites %onam militiam etc# ( * Tim# ', 1E)#

Hscutai a So Iasio, onde est; .esus /risto, nosso Gei< o c*u# ai, ó

sodado de /risto, para aonde de$eis $os diri%ir! esquecei tudo o que eiste nesta

terra# sodado no constrói casas no compra campos no se entre%a ao

com*rcio nem trabaha por ucro o sodado tem $estes de seu rei e$anta sua tenta

em praas pBbicas somente a necessidade o obri%a a comer a ;%ua * sua bebida

no dorme seno quando a natureza o ei%e# Hst; de marcha quase sempre passaem $i%ia muitas noites est; acostumado a so&rer o caor e o &rio tem paci4ncia

entra em terr$eis e peri%osos combates contra seus inimi%os >s $ezes, morre,

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 por*m sua morte * %oriosa, di%na de eo%io e de honra# @a de$e ser $ossa $ida,

sodado de .esus /risto# Sustente-se o $osso $aor com o pensamento dos bens

eternos# 'mponde-$os a ei de ser como se no possusseis nem morada nem bens na

terra# Gompei os aos da a$areza, e desprendei-$os com todo cuidado# +ue a

a&eio de$ida a $ossa esposa no $os aprisione, nem tampouco a soicitude que $os

inspiram $ossos &ihos imitai o Hsposo ceestia a&u%entai aos inimi%os que

&requentemente $os atacam, a&astai-os de $osso corao no hes deieis nenhum

domnio sobre $ós destru as emboscadas que se tramam contra a &* de .esus

/risto, emboscadas que tem por &im &azer-$os pre$aricador e traidor ( rae(# in

 $scet#, "erm# ')#

H certamente * um %rande tesouro a piedade, mas somente para aquee que se

contenta com o que basta para $i$er, diz So =auo!  7st autem uaestus magnus,

 pietas cum su((icientia  ( * Tim# "', 6)# =orque nada trouemos a este mundo e *

certo que tampouco nada poderemos e$ar! ni!il enim intulimus in !unc mundo,

!aud du%ium uod nec au(erre uid possumus  ( *%id# "', 7)# @endo, pois, o que

comer e com que nos cobrir, contentemo-nos com isto! 0a%entes autem alimenta, et 

ui%us tegamur, !is contenti simus ( *%id# "', E)# . preciso #ugir da avareza

Jazei que a a$areza nem mesmo sea nomeada entre $ós, como corresponde

a uem Deus (ez santos, diz o %rande Apóstoo aos H&*sios! &minis avaritia, nec

nominetur in vo%is, sicut decet sanctos ( 7p!es# ", 3)#

Jazei que $ossa $ida estea isenta de a$areza, diz aos Pebreus, contentai-$os

com o que tendes, posto que o mesmo 8eus disse! o $os perderei de $ista, nem

$os abandonarei! "int mores sine avaritia contenti praesenti%us1 Deus enim di-it4

 'on te deseram, neue derelinuam ( 0e%r# ''', 5)#

Senhor, diz Saomo nos =ro$*rbios, no me deis pobreza nem riqueza,

concedei-me somente o necess;rio para $i$er! Mendicitatem et divitias ne dederismi!i1 tri%ue tantum victui neo necessária  ( rov# , E)# o sea que tendo de

sobra, $ea-me tentado a rene%ar a "ós, e di%a peno de arro%Mncia! +uem * o

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Senhor< u mehor, que premido pea necessidade, ponha-me a roubar e a perurar 

o nome de meu 8eus ( rov# , 9)#

 o deiemos o ouro &aar, diz So Nre%ório azianzeno porque, se ee

e$anta a $oz, nenhuma sBpica tem &ora! $uro louente, iners est omnis ratio ( *n

 Distic!)# o * escutada a $oz do pobre nem sua sBpica quando o ouro &aa#

 o esqueamos amais as se%uintes paa$ras de .ó! u sai do $entre de

minha me, e nu $otarei para ;! 'udus egressus sum de Otero matris meae, et 

nudus revertae illuc ( 5o% ', 1)# r%enes, em seus Comentários so%re o * Livro de

 5o%, desen$o$e admira$emente a passa%em que acabamos de citar# demFnio,

diz, no poder; se rir de mim# u sai do $entre de minha me, nu $otarei a terra#

 ada eu tinha quando $im, nada peo para ir-me# ada troue ao nascer, nada quero

e$ar comi%o ao morrer# 'r-me-ei nu, sem dinheiro, por*m, tamb*m sem pecados

sem riquezas, por*m, tamb*m sem iniquidades sem &ortuna, por*m tamb*m sem

inustias, porque a inustia acompanha, muitas $ezes, a &ortuna# =artirei sem ser 

se%uido pea mai%nidade, nem pea cóera, nem peo or%uho, nem pea a$areza

$er-me-ei i$re de todas essas coisas# o sou do nBmero daquees de quem se diz! porque no tinham $estes, &oram cobertos com as chamas do in&erno# 'r-me-ei i$re

de todo pecado, por*m dono de todo bem, re$estido de ustia, rodeado de

santidade, adornado de caridade, coroado de misericórdia e de boas obras# So

&eizes, sero &eizes, ó %orioso .ó, aquees que $os tenham imitado# @odos aquees

que, a $osso eempo, possam dizer! u sai do seio de minha me, e nu ir-me-ei ao

seio da terra# =or*m, des%raados daquees que, tendo $indo nus a este mundo, ir-

se-o carre%ados de iniquidades e inumer;$eis inustias: Sero entre%ues ao

casti%o e > cóera, ao usto uzo de 8eus, do qua nin%u*m pode apear#

Ju%i do ouro, diz So /irio ( $pologet#, li%#  '''), desprezai as riquezas,

apa%ai as chamas da a$areza, porque as riquezas no enriquecem a ama antes,

empobrecem-na, &azem-na cati$a do $cio# Amai e buscai to somente a $irtude,

este bem sóido e $erdadeiro# Hnto, todos os $ossos deseos &icaro satis&eitos#

 Avareza espiritual 

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A a$areza espiritua consiste em no se entre%ar bastante ao ensino, >

instruo, > orao, a socorrer ao próimo# Aquee que tem tibieza e * co$arde no

ser$io de 8eus, * a$arento dos dons ceestiais que recebeu# Hmpre%a-os pouco e

com di&icudade, e acrimFnia comunica-os aos demais# 8eus irrita-se contra

semehante a$arento, &requentemente retira-he os dons de que antes he ha$ia

cumuado! permite que se perca e se abandone a todos os deseos desre%rados#