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De Susy Welch

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SuzyWelch

Tradução

Carlos Szlak

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10-10-10 — 10 minutes, 10 months, 10 years : a life transforming idea

© 2009 by Suzy Welch

Direitos de tradução reservados à Ediouro Publicações Ltda., 2009Publicado sob acordo com a Scribner, um selo da Simon & Schuster, Inc.

Diretor: Edaury Cruz

Editora: Cristina Fernandes

Coordenação de produção: Adriane Gozzo/AAG Serviços Editoriais

Preparação de texto: Rodrigo Fragelli

Revisão: Flávia Schiavo e Adriane Gozzo

Editoração eletrônica: Elaine Batista

Capa: Douglas Lucas

Todos os direitos reservados à Ediouro Publicações S.A.

Rua Nova Jerusalém, 345 - BonsucessoRio de Janeiro - RJ - CEP 21042-235

Tel.: 3882-8200 Fax: (21) 3882-8212/ 3882-8313www.ediouro.com.br

09-4124. CDD: 153.83 CDU: 159.947.2

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

Welch, Suzy, 195910-10-10: hoje, amanhã e depois : tome as melhores decisões considerando 10 dias, 10 meses, 10 anos / Suzy Welch ; tradução Carlos Szlak. - Rio de Janeiro : Ediouro, 2009.

Tradução de: 10-10-10 : 10 minutes, 10 months, 10 years : a life-transforming idea ISBN 978-85-00-02460-3

1. Processo decisório. 2. Autorrealização. 3. Solução de problemas. 4. Sucesso. 5. Experiências de vida. I. Título: Dez-dez-dez. II. Título: Dez dias, dez meses, dez anos

W471d

14.08.09 20.08.09 014511

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Com amor, respeito e gratidão, dedico este livro

aos 10-10-10 que compartilharam suas

histórias de transformação.

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Sumário

Introdução: antes do nascer do sol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

1. O que era aquilo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

O 10-10-10 à luz do dia

2. Esse é seu cérebro no 10-10-10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

A ciência por trás do sistema

3. Autêntico, afi nal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

A equação de valores do 10-10-10

4. Felizes para sempre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

O 10-10-10 e o código do amor

5. No trabalho, a dignidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105

Na carreira profi ssional com o 10-10-10

6. Você pode chegar ali a partir daqui . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127

Planejando sua carreira com o 10-10-10

7. Cuide bem de educar seus fi lhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151

O 10-10-10 como aliado dos pais

8. Confi e em mim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173

Amizade perdida e encontrada com o 10-10-10

9. A fl echa envenenada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193

Algumas ideias sobre o 10-10-10 e o círculo da vida

Conclusão: a lista da felicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213

Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221

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INTRODUÇÃO

Antes do nascer do sol

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NASCI EM PORTLAND, no Oregon — a exótica Portland, como gosto

de dizer, já que a cidade sempre parece provocar risadas. Em geral, acho que as

pessoas se lembram de Portland como um lugar agradável.

Portland é adorável.

Exceto pelas cobras. Quando eu era bem jovem, uma delas se meteu no

nosso quintal e, no momento em que me ajoelhei para examiná-la, minha mãe

saiu correndo da cozinha e a matou com uma pá.

Minha mãe era linda e elegante; audaz e intrépida. Mas, veja bem, não

estou querendo dizer que era do tipo “faroeste e bangue-bangue”. O fato é

que mulheres desesperadas fazem coisas desesperadas. Isso, sim, posso segu-

ramente afi rmar.

Meu pai era arquiteto. Quinze anos depois do incidente com a cobra, en-

sinou-me a estacionar o carro. E o fez daquele jeito que as pessoas fazem

quando têm a engenharia correndo nas veias, compreendem a física e estão ensi-

nando pessoas que são escritoras na alma e que carregam a poesia no coração.

Hoje em dia rimos disso.

Passei todos os verões da minha juventude em Cape Cod, a bordo de um

pequeno barco, carregando o isopor com percas e anchovas. A título de registro,

e com Deus como testemunha, sentia tristeza pelos peixes.

Entrei na faculdade; tornei-me jornalista em Miami; vi a cidade se con-

fl agrar duas vezes; mudei-me para o norte do país; consegui um emprego na

Associated Press; casei-me; fi z a pós-graduação em administração; tornei-me

consultora de negócios; e trabalhei duro para parecer que sabia muito sobre

produção industrial.

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Depois, fui editora da revista Harvard Business Review, até ser demitida.

Aos 41 anos, divorciei-me. Foi a coisa certa a fazer.

Três anos depois, voltei a me casar. Foi a coisa mais certa que fi z em toda

minha vida.

Tenho quatro crianças. Na realidade, não são mais crianças. Mas são minhas

crianças.

Nenhum dos meus fi lhos se parece comigo. Dois deles são tipos bem

nórdicos; parecem camponeses suecos. No entanto, mesmo os dois more-

nos parecem estranhos ao meu lado. E não estou dizendo que tenho pro-

blemas em relação a isso. Na verdade, é um bom lembrete de que eles devem

seguir a própria vida.

Se tivesse uma varinha mágica, eu a teria usado para ensinar meus fi lhos

tudo o que sei com um simples toque na testa. Como a maioria dos pais, eu

gostaria que eles pudessem apenas pular as partes difíceis.

Mas sei que isso não acontecerá e, honestamente, acho que é assim que

deve ser. Como dizia Dostoievsky: “O sofrimento é a origem única da cons-

ciência”. Aprender como viver a partir da experiência é parte inerente da

condição humana.

Contudo, há uma única coisa que eu desejaria ensinar aos meus fi lhos

sem todo sangue, suor e lágrimas geralmente envolvidos. Como tomar boas

decisões.

Trocando em miúdos, é disso que trata este livro: uma nova abordagem

sobre como fazer escolhas que permitirão que você crie uma vida própria,

independentemente de onde nasceu, de como passou os dias ou da sorte de

erros que cometeu pelo caminho.

O livro discorre a respeito de uma disciplina fi rme que pode nos ajudar

a substituir o caos pela coerência, a confusão pela clareza e, talvez o melhor de

tudo, a culpa pela não culpa ou, para utilizar outra palavra, a culpa pelo prazer.

É sobre uma ideia que mudou a minha vida e transformou a de homens e

mulheres ao redor do mundo.

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Agora, por favor! Não estou dizendo que apresento uma fórmula perfeita

e infalível. Muitas vezes ainda não consigo resolver meus próprios dilemas,

com minhas ideias brilhantes e meus planos tão bem traçados. Além disso,

também sei que, às vezes, a vida é constituída por acasos ou eventos fora

do nosso controle. Acidentes e milagres acontecem; e quanto a isso não

tenho dúvidas.

No entanto, muito mais frequentemente, nossa vida engloba decisões

que se encontram, sim, sob nosso controle, ainda que não possamos nos dar

conta disso. No mundo acelerado de hoje, com tantas e incessantes infor-

mações, opções desconcertantes, a economia global em crise e a cultura

sempre em transformação, muitas das decisões que enfrentamos podem

nos parecer inacreditavelmente complicadas, como se existissem muitas delas

em muito pouco tempo. Assim, optamos por não decidir ou deixamos nos-

sa intuição agir como guia. Pedimos conselhos aos amigos, como se fossem

bolas de cristal, ou procuramos místicos sinais de advertência, exata-

mente como faziam os povos antigos quando consultavam seus oráculos.

E esperamos pelo melhor.

Hoje, minha vida está renovada; minhas decisões são ponderadas, deter-

minadas, objetivas e cautelosas. Porém, há treze anos, eu estava ali fl anando

naquela posição segura. Mesmo com minhas qualifi cações e realizações, com

todo o amor da minha família e dos amigos queridos, mesmo com todo o afeto

e respeito que tive a bênção de receber, tomava muitas das minhas decisões

como se as estivesse vendo do banco de trás de um carro. Às vezes as coi-

sas davam certo. Com mais frequência não davam. E minha vida demonstrava

isso. Ficava bem por um dia, uma semana ou um mês; depois, perdia a razão.

Era o tédio, então a frustração, depois tudo dava errado e em seguida tudo dava

certo. Sentia-me feliz e plena e, de repente, solitária. Avançava e retrocedia.

Em vez de eu conduzir minha vida, era ela que me conduzia.

Então, chegou fevereiro de 1996. Eu estava no Havaí, mas não de férias.

Com um emprego em tempo integral na Harvard Business Review, quatro fi lhos

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com menos de 6 anos de idade e um casamento pouco estável. Não tirava mui-

tas férias naquele tempo. Estava no Havaí para dar uma palestra que ajudaria a

pagar parte da minha hipoteca, em uma convenção de executivos do setor de

seguros para esclarecê-los a respeito da história da administração.

Minha chefe fi cou alvoroçada com a viagem. Eu estava, como ela disse,

“levando a marca da revista para lá”. No entanto, sabia que não podia deixar

meu marido sozinho cuidando de quatro crianças. Assim, decidi que as coisas

poderiam dar certo para todos se eu viajasse com meus fi lhos de 5 e 6 anos.

Pedi para a organizadora da viagem não se preocupar. Os clientes podiam ser

“demasiadamente exigentes” — foram suas palavras —, mas meus fi lhos eram

muito maduros. Eram quase pequenos adultos! “Os clientes nem vão perceber

a presença deles”, prometi.

De volta para casa, tomei Roscoe e Sophia em meus braços. “Vamos par-

ticipar de uma aventura maravilhosa”, disse a eles. “Mamãe tem que traba-

lhar um pouco com alguns clientes. Mas vocês não vão nem perceber que eles

estão ali!”

Com um plano inteligente, tinha fi nalmente decifrado o código do equilí-

brio entre trabalho e vida pessoal e, ao mesmo tempo, depositaria algum

dinheiro no banco! Foi o que, digamos, “decidi”. Palmas para mim.

Palmas, ao que constatei, para a santa comissária de bordo do nosso avião,

que não me matou quando Sophia passou todas as doze horas do voo demons-

trando o uso daqueles saquinhos brancos para vomitar. Minha coisinha linda!

Ela estava verde no momento do pouso. “Não se preocupe”, pensei. “Algumas

horas de praia farão muito bem a ela. Farão maravilhas para todos nós. Hora da

família! Castelos de areia, pegar jacaré, lembranças felizes!”

E queimaduras. Não, eu não havia esquecido do protetor solar. Tinha lem-

brado muito bem dele, passando quantidades generosas sobre a leitosa pele

nórdica de Roscoe. Em seguida, cobri meu fi lho, por precaução, com uma

camiseta, um chapéu e uma toalha. Como mãe prudente, tinha convertido meu

menininho em um forno sobre pernas.

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De modo previsível, por causa das bolsas de gelo e das palavras recon-

fortantes que precisei usar para interromper as queixas das crianças, aca-

bei chegando atrasada na festa dos clientes naquela noite. Para compensar,

no entanto, comecei logo a me enturmar e a bater papo, apresentando-me

a todos.

Minha abordagem parecia estar funcionando bem; eram os executivos do

setor de seguros –– depois de um dia no campo de golfe. Percebi um gru-

po que realmente não parecia disposto a se enturmar e a bater papo comigo.

Não eram as garçonetes, mas as esposas dos executivos. Talvez estivessem que-

rendo saber onde estava meu marido. Ou talvez pensassem, corretamente, que eu

parecia tão enlouquecida quanto uma mulher que tinha duas crianças gemendo

no quarto e uma palestra para dar na manhã seguinte.

Horas depois a recepção terminou e corri de volta para as crianças, fi cando

acordada com elas a maior parte da noite enquanto nós três lutávamos contra

o jet lag — e também entre nós. Elas queriam ver A pequena sereia na TV, eu

queria ver os telejornais. Elas queriam ouvir mais uma história sobre a vovó e

a cobra. Eu queria mais era fechar os olhos.

Às 5 da madrugada, para alcançar a paz, pedi sorvete para o café da manhã e,

fi nalmente, com os rostos pegajosos e bem juntos, dormimos.

Não por muito tempo. Às 9 da manhã, mandei as crianças para uma recreação

infantil de dança havaiana oferecida pelo hotel e, cumprindo o dever, vesti meu

tailleur de executiva. Então, subi os degraus até o centro do auditório e, com

a varinha na mão, passei a hora seguinte regendo minha plateia sonolenta através

dos quatro princípios da administração científi ca de Frederick Taylor, dos

insights essenciais de Max Weber a respeito de hierarquias de comando e con-

trole, e dos pontos de vista inovadores de Peter Drucker sobre terceirização.

Posso não ter sido exatamente brilhante, mas estava ganhando meu pão, um

slide de PowerPoint de cada vez.

Tudo ia bem, isto é, até os últimos minutos da palestra, quando, contem-

plando o fundo do auditório, percebi duas pessoinhas tentando entrar no

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recinto, com o corpo colado nas portas corrediças de vidro e as mãos em

forma de cuia em torno dos olhos para espiar melhor o interior do salão.

Eram Roscoe e Sophia em trajes de dança havaiana. Eles tinham fugido da

jaula e vieram na minha captura.

No palco, embrulhei as coisas o mais rápido possível — sem perguntas e

respostas, como havia planejado — e depois escapuli para o fundo do recinto

para interceptá-los. Nunca me esquecerei de como agarraram freneticamente

minhas pernas quando os alcancei, nem da intensidade com que os executivos

que presenciaram a cena me esquadrinharam, de olhos arregalados.

Sim, sim, percebo agora que deveria ter feito as malas naquele mesmo

instante e voltado para casa. No entanto, de acordo com minha mentalidade

“posso resolver isso tudo deixando todos felizes e, além disso, assoviar e chupar

cana”, ainda tinha 24 horas até ir embora. Rapidamente decidi que iria pas-

sar o resto do dia praticando scuba diving com as crianças até deixá-las exaustas,

então colocá-las na cama e, em seguida, voltar ao luau dos clientes, pronta para

encantá-los até o sol nascer, se preciso fosse.

Não contava que a água salgada fi zesse Roscoe gritar, nem que o luau du-

rasse, de fato, até quase o amanhecer, hora em que eu, decididamente, não estava

encantadora. Estava confusa e exausta, prestes a chorar. Em certos momentos,

até inclinei a cabeça sobre a mesa e fechei os olhos. Quando voltei a abri-los,

vi a mulher de um executivo olhando para mim com um sorriso irônico.

“Vocês, mães que trabalham...”, murmurou ela, a voz pingando veneno. “Não

sei como vocês fazem”.

“Apenas um velho truque de mágica”, falei tolamente.

“Seu marido só pode ser um sujeito extremamente paciente”, vociferou,

com asco.

“Ah, com toda certeza...”, assegurei.

Depois deste rápido e agradável bate-papo, a mulher do cliente saiu andando

para um lado e eu para o outro, rumo ao meu quarto, esfrangalhada. Dispen-

sei a babby-sitter e me joguei sobre uma cadeira na varanda. Um sol enorme,

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triunfante e dourado — exatamente como o dos cartões-postais — estava se

erguendo no céu azul e limpo da manhã.

Não sabia disso no momento, mas um novo dia, com certeza, estava

nascendo.

“Tenho de acabar com essa loucura!”, ouvi minha voz me dizer. Posso ter

adormecido por um instante ali ou posso ter somente fi cado zonza. Minha

consciência estava esvaindo-se, como uma chamada de telefone celular feita

de alguma região montanhosa. “Tenho de descobrir outra maneira de agir”,

murmurei.

Não sei o que aconteceu a seguir, ou por quê, e provavelmente nunca o

saberei.

Talvez tenha simplesmente chegado ao ponto em que uma mudança tinha

de acontecer; não restava outra alternativa. Ou talvez aquela viagem fosse o

fator que faltava na equação de experiências que se adicionava a alguma forma

nascente de juízo, visão ou compreensão. Talvez eu apenas tenha recebido um

presente divino. Tudo que sei ao certo é que, quando o sol nasceu sobre o mar,

tive uma ideia.

Foi uma tábua de salvação, daquele ponto em diante.

Foi o início de uma jornada de descoberta e reinvenção que assumi, e que

agora vamos assumir juntos.

Era o 10-10-10.

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