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Conheça alguns dos muitos pontos turísticos culturais de Campinas Projeto Unicampinas Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) e Departamento de Turismo de Campinas Outubro de 2012 1. Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP A Unicamp integra, na atualidade, uma cidade formada por 590 estabelecimentos educacionais, entre eles: 159 escolas estaduais (níveis fundamental e médio); 191 escolas municipais (níveis infantil, fundamental e médio), 220 escolas privadas (níveis infantil, fundamental e médio), 7 instituições de ensino técnico e 13 universidades. Esta tradição educacional encontra-se nas bases do entrelaçamento entre ciência, tecnologia, indústria e serviços tecnológicos, que tem permitido à cidade e sua região responder por 9% do PIB nacional. O chamado polo de desenvolvimento tecnológico, localizado na porção norte do município, reúne parte das mais importantes instituições no setor de ciência e tecnologia do Brasil, entre elas: a Fazenda Santa Elisa (reserva florestal e centro de experiências do Instituto Agronômico de Campinas/IAC), a sede do CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, criada em 1967 como órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo, para orientar o produtor rural), o ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos, criado em 1969 como órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo, para promover pesquisa, desenvolvimento e assistência tecnológica junto a empresas de alimentos, a órgãos oficiais e na esfera de políticas públicas), a Unicamp (fundada na década de 1960), o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), o Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puccamp). A Unicamp foi oficialmente fundada em 5 de outubro de 1966, dia do lançamento de sua pedra fundamental. Mesmo num contexto universitário recente, em que a universidade brasileira mais antiga tem pouco mais de sete décadas, a Unicamp pode ser considerada uma instituição jovem que já conquistou forte tradição no ensino, na pesquisa e nas relações com a sociedade. O projeto de instalação da Unicamp veio responder à crescente demanda por pessoal qualificado numa região do País, o Estado de São Paulo, que já na década de 60 detinha 40% da capacidade industrial brasileira e 24% de sua população economicamente ativa. Uma característica da Unicamp foi ter escapado à tradição brasileira da criação de universidades pela simples acumulação de cursos e unidades. Ao contrário da maioria das instituições, ela foi criada a partir de uma ideia que englobava todo o seu conjunto atual. Basta dizer que, antes mesmo de instalada, a Unicamp já havia atraído para seus quadros mais de 200 professores estrangeiros das diferentes áreas do conhecimento e cerca de 180 vindos das melhores universidades brasileiras. A Unicamp tem três campi — em Campinas, Piracicaba e Limeira — e compreende 22 unidades de ensino e pesquisa. Possui também um vasto complexo de saúde (com duas grandes unidades hospitalares no campus de Campinas), além de 23 núcleos e centros interdisciplinares, dois colégios técnicos e uma série de unidades de apoio num universo onde convivem cerca de 50 mil pessoas e se desenvolvem milhares de projetos de pesquisa. O ensino conjugado à pesquisa A Unicamp tem uma graduação forte com um grande leque de cursos nas áreas de ciências exatas, tecnológicas, biomédicas, humanidades e artes. Por outro lado, é a Universidade brasileira com maior índice de alunos na pós-graduação – 48% de seu corpo discente – e responde por aproximadamente 12% da totalidade de teses de mestrado e doutorado em desenvolvimento no País. A qualidade da formação oferecida pela Unicamp tem tudo a ver com a relação que historicamente mantém entre ensino e pesquisa. Tem a ver também com o fato de que 86% de seus professores atuam em regime de dedicação exclusiva e 97% têm titulação mínima de doutor. Isso faz com que os docentes que ministram as aulas sejam os mesmos que, em seus laboratórios, desenvolvem as pesquisas que tornaram a Unicamp conhecida e respeitada. E permite que o conhecimento novo gerado a partir das pesquisas seja repassado aos alunos, muitos dos quais frequentemente delas participam — como é o caso dos estudantes de pós-

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Conheça alguns dos muitos pontos turísticos culturais de Campinas

Projeto Unicampinas

Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) e Departamento de Turismo de Campinas

Outubro de 2012

1. Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

A Unicamp integra, na atualidade, uma cidade formada por 590 estabelecimentos educacionais, entre eles: 159

escolas estaduais (níveis fundamental e médio); 191 escolas municipais (níveis infantil, fundamental e médio), 220 escolas privadas (níveis infantil, fundamental e médio), 7 instituições de ensino técnico e 13 universidades. Esta tradição educacional encontra-se nas bases do entrelaçamento entre ciência, tecnologia, indústria e serviços tecnológicos, que tem permitido à cidade e sua região responder por 9% do PIB nacional.

O chamado polo de desenvolvimento tecnológico, localizado na porção norte do município, reúne parte das mais importantes instituições no setor de ciência e tecnologia do Brasil, entre elas: a Fazenda Santa Elisa (reserva florestal e centro de experiências do Instituto Agronômico de Campinas/IAC), a sede do CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, criada em 1967 como órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo, para orientar o produtor rural), o ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos, criado em 1969 como órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo, para promover pesquisa, desenvolvimento e assistência tecnológica junto a empresas de alimentos, a órgãos oficiais e na esfera de políticas públicas), a Unicamp (fundada na década de 1960), o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), o Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puccamp).

A Unicamp foi oficialmente fundada em 5 de outubro de 1966, dia do lançamento de sua pedra fundamental.

Mesmo num contexto universitário recente, em que a universidade brasileira mais antiga tem pouco mais de sete décadas, a Unicamp pode ser considerada uma instituição jovem que já conquistou forte tradição no ensino, na pesquisa e nas relações com a sociedade. O projeto de instalação da Unicamp veio responder à crescente demanda por pessoal qualificado numa região do País, o Estado de São Paulo, que já na década de 60 detinha 40% da capacidade industrial brasileira e 24% de sua população economicamente ativa.

Uma característica da Unicamp foi ter escapado à tradição brasileira da criação de universidades pela simples acumulação de cursos e unidades. Ao contrário da maioria das instituições, ela foi criada a partir de uma ideia que englobava todo o seu conjunto atual. Basta dizer que, antes mesmo de instalada, a Unicamp já havia atraído para seus quadros mais de 200 professores estrangeiros das diferentes áreas do conhecimento e cerca de 180 vindos das melhores universidades brasileiras.

A Unicamp tem três campi — em Campinas, Piracicaba e Limeira — e compreende 22 unidades de ensino e pesquisa. Possui também um vasto complexo de saúde (com duas grandes unidades hospitalares no campus de Campinas), além de 23 núcleos e centros interdisciplinares, dois colégios técnicos e uma série de unidades de apoio num universo onde convivem cerca de 50 mil pessoas e se desenvolvem milhares de projetos de pesquisa. O ensino conjugado à pesquisa A Unicamp tem uma graduação forte com um grande leque de cursos nas áreas de ciências exatas, tecnológicas, biomédicas, humanidades e artes. Por outro lado, é a Universidade brasileira com maior índice de alunos na pós-graduação – 48% de seu corpo discente – e responde por aproximadamente 12% da totalidade de teses de mestrado e doutorado em desenvolvimento no País. A qualidade da formação oferecida pela Unicamp tem tudo a ver com a relação que historicamente mantém entre ensino e pesquisa. Tem a ver também com o fato de que 86% de seus professores atuam em regime de dedicação exclusiva e 97% têm titulação mínima de doutor. Isso faz com que os docentes que ministram as aulas sejam os mesmos que, em seus laboratórios, desenvolvem as pesquisas que tornaram a Unicamp conhecida e respeitada. E permite que o conhecimento novo gerado a partir das pesquisas seja repassado aos alunos, muitos dos quais frequentemente delas participam — como é o caso dos estudantes de pós-

graduação —, de um grande número de bolsas de iniciação científica para os alunos de graduação ou das atividades extracurriculares propiciadas pelas empresas juniores existentes em praticamente todas as unidades.

Levantamento por amostragem realizado recentemente mostrou que, dos aproximadamente 40 mil ex-alunos de graduação da Unicamp, 88,2% estavam empregados e que, desses, 48,3% ocupavam cargos de direção em empresas ou instituições públicas, 9,3% davam continuidade a seus estudos em nível de pós-graduação, 2,5% estavam desempregados e 1,8% eram constituídos de aposentados. 15% da pesquisa universitária brasileira Ao dar ênfase à investigação científica, a Unicamp parte do princípio de que a pesquisa, servindo prioritariamente à qualidade do ensino, pode ser também uma atividade econômica. Daí a naturalidade de suas relações com a indústria, seu fácil diálogo com as agências de fomento e sua rápida inserção no processo produtivo. Tal inserção começou já na década de 70, com o desenvolvimento de pesquisas de alta aplicabilidade social, muitas das quais logo foram difundidas e incorporadas à rotina da população. Exemplos: a digitalização da telefonia, o desenvolvimento da fibra óptica e suas aplicações nas comunicações e na medicina, os vários tipos de lasers hoje existentes no Brasil e os diversos programas de controle biológico de pragas agrícolas, entre outros. Deve-se acrescentar a estas e às centenas de outras pesquisas em andamento um número notável de estudos e projetos no campo das ciências sociais e políticas, da economia, da educação, da história, das letras e das artes. A maioria dessas pesquisas não somente está voltada para o exame da realidade brasileira como, muitas vezes, tem-se convertido em benefício social imediato. No seu conjunto, elas representam em torno de 15% de toda a pesquisa universitária brasileira.

Atuando como uma autêntica “usina de pesquisas” e como um centro de formação de profissionais de alta qualificação, a Unicamp atraiu para suas imediações todo um polo de indústrias de alta tecnologia, quando não gerou ela própria empresas a partir de seus nichos tecnológicos, através da iniciativa de seus ex-alunos ou de seus professores. A existência desse polo, aliada à continuidade do esforço da Unicamp, tem produzido grandes e benéficas alterações no perfil econômico da região. Fortes relações com a sociedade

A tradição da Unicamp na pesquisa científica e no desenvolvimento de tecnologias deu-lhe a condição de Universidade brasileira que maiores vínculos mantêm com os setores de produção de bens e serviços. A instituição mantém várias centenas de contratos para repasse de tecnologia ou prestação de serviços tecnológicos a indústrias da região de Campinas, cidade onde fica seu campus central. Localizada a 90 quilômetros de São Paulo e com uma população de 1 milhão de habitantes, Campinas é um dos principais centros econômicos e tecnológicos do país.

Para facilitar essa interação, a Unicamp conta, desde 2003, com uma Agência de Inovação, serviço que é hoje a porta de entrada para os empresários que necessitam modernizar seus processos industriais, atualizar seus recursos humanos ou incorporar a suas linhas de produção os frutos da pesquisa da Universidade.

Nas últimas décadas, o papel da Unicamp, como instituição geradora de conhecimento científico e formadora de mão-de-obra qualificada, atraiu para seu entorno um complexo de outros centros de pesquisa vinculados ao Governo Federal ou Estadual, além de um importante parque empresarial nas áreas de telecomunicações, de tecnologia da informação e de biotecnologia. Muitas dessas empresas — quase uma centena somente na região de Campinas — nasceram da própria Unicamp e da capacidade empreendedora de seus ex-alunos e professores. São as chamadas “filhas da Unicamp”, quase todas atuando nas áreas de tecnologia de ponta. Além disso, a Unicamp tem se caracterizado por manter fortes ligações com a sociedade através de suas atividades de extensão e, em particular, de sua vasta área de saúde. Quatro grandes unidades hospitalares, situadas em seu campus de Campinas e fora dele, fazem da Unicamp o maior centro de atendimento médico e hospitalar do interior do Estado de São Paulo, cobrindo uma população de cinco milhões de pessoas numa região de quase uma centena de municípios.

Estrutura de ensino, pesquisa e apoio técnico Unidades de ensino e pesquisa 1 - Instituto de Artes - IA 2 - Instituto de Biologia - IB 3 - Instituto de Computação - IC 4 - Instituto de Economia - IE 5 - Instituto de Estudos da Linguagem - IEL 6 - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH

7 - Instituto de Física “Gleb Wataghin” _IF 8 - Instituto de Geociências - IG 9 - Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica - IMECC 10 - Instituto de Química - IQ 11 - Faculdade de Ciências Médicas - FCM 12 - Faculdade de Ciências Aplicadas – FCA (Limeira-SP) 13 - Faculdade de Educação - FE 14 - Faculdade de Educação Física -FEF 15 - Faculdade de Engenharia Agrícola - FEAGRI 16 - Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo - FEC 17 - Faculdade de Engenharia de Alimentos - FEA 18 - Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação - FEEC 19 - Faculdade de Engenharia Mecânica - FEM 20 - Faculdade de Engenharia Química -FEQ 21 - Faculdade de Odontologia de Piracicaba –FOP (Piracicaba-SP) 22 - Faculdade de Tecnologia (FT (Limeira -SP) Outras Unidades de Ensino 1- Colégio Técnico de Campinas - COTUCA 2 - Colégio Técnico de Limeira - COTIL Centros e Núcleos Interdisciplinares 1 - Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética 2 - Centro de Componentes Semicondutores 3 - Centro de Documentação de Música Contemporânea 4 - Centro de Engenharia Biomédica 5 - Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura 6 - Centro de Estudos de Opinião Pública 7 - Centro de Estudo do Petróleo 8 - Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência 9 - Centro de Memória Unicamp 10 - Centro Multidisciplinar para Investigação Biológica 11 - Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas 12 - Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade 13 - Núcleo de Estudos da População 14 - Núcleo de Estudos de Gênero “Pagu” 15 - Núcleo de Estudos de Políticas Públicas 16 - Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais 17 - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação 18 - Núcleo de Estudos Estratégicos 19 - Núcleo de Integração e Difusão Cultural 20 - Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora 21 - Núcleo de Informática Aplicada à Educação 22 - Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais 23 - Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético Unidades de Serviços voltadas à Sociedade 1 - Hospital das Clínicas - HC 2 - Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher -CAISM 3 - Hospital Estadual de Sumaré 4 - Centro de Diagnóstico de Doenças do Aparelho Digestivo - Gastrocentro 5 - Centro de Hematologia e Hemoterapia - Hemocentro 6 - Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Gabriel Porto” -CEPRE 7 - Centro de Integração em Pediatria 8 - Centro de Tecnologia 9 - Editora da Unicamp 10 - Escola de Extensão da Unicamp

11 - Agência de Inovação

2. Deslocamento entre a UNICAMP e a APA Campinas O município de Campinas, terceira maior cidade do Estado de São Paulo, conta na atualidade com uma

população de pouco mais de um milhão de habitantes, distribuída por um território de 800 km². Polo metropolitano de 19 cidades, Campinas apresenta um crescimento urbano acelerado, associado ao desenvolvimento já centenário, de atividades agrícolas, industriais e de serviços, ou ainda, ao desempenho do papel de “entroncamento” das principais vias do interior do Estado.

Com cerca de 50% do território ocupado por propriedades e atividades rurais, a cidade se caracteriza pela grande diversidade econômica, social e cultural, bem como por uma trajetória de mais de 230 anos de história singular, permeada por realizações e transformações importantes à trajetória histórica do país. Entre as características e atrativos, Campinas guarda testemunhos e tradições dos mais significativos fenômenos que levaram o Estado de São Paulo a assumir, no curso dos séculos XIX e XX, um lugar de destaque na história nacional, registrando suas paisagens, aspectos essenciais dos processos de modernização agrícola, expansão industrial, imigração e desenvolvimento urbano; processos que marcaram de forma profunda a história recente do país. De forma complementar, o município guarda testemunhos e tradições de uma história paulista mais recuada e caracterizada pela presença de bairros rurais, por hábitos e formas de vida do “sertão” colonial.

Na atualidade, o município apresenta 76 unidades territoriais básicas1, 4 distritos (com as sub-prefeituras de Joaquim Egídio, Sousas, Barão Geraldo e Nova Aparecida) e 14 administrações regionais, integradas por uma malha viária, de produção, moradia e serviços articulada e que, em seu conjunto, é responsável por um produto interno bruto (PIB) de 20,6 bilhões de reais (0,96% do /PIB nacional), dados que a configuram como a 11ª cidade mais rica do Brasil. Na porção rural, Campinas reúne ainda, diversos bairros,

alguns deles associados à fixação de grupos étnicos que imprimiram à paisagem características culturais muito especiais. Entre eles, constam o bairro de Friburgo (origem alemã, datado do final do século XIX) e o bairro de Pedra Branca, formado por italianos (final do século XIX) e japoneses (meados século XX), os distritos de Sousas, e Joaquim Egídio (com presença majoritária de italianos) e o bairro rural de Carlos Gomes.

3. Área de Proteção Ambiental de Campinas O que é a APA?

Com aproximadamente 222 quilômetros quadrados de extensão (correspondente a 27% do território), a APA Campinas é a área de maior concentração de água e matas naturais do município, registrando 60% da Mata Atlântica remanescente e uma vegetação típica de ambientes rochosos (hoje em dia de rara presença). Com fauna e flora diversificada, além de uma paisagem diferenciada pela presença de serras e morros, a região conta com 250 espécies de aves, 68 de mamíferos, 45 de anfíbios e 40 de répteis, podendo-se encontrar em suas matas, macacos, tatus, tucanos, maritacas, capivaras, sabiás, além de animais ameaçados de extinção como a jaguatirica, a sussuarana, o sagui, a lontra e a paca. Nestes Distritos acham-se preservadas também parte das antigas fazendas de açúcar/café que outrora configuraram o município como centro do complexo cafeicultor paulista. Além das fazendas, dois núcleos urbanos - outrora arraiais – continuam a manter arruamentos e casarios das últimas décadas do século XIX, ou ainda, monumentos remanescentes (estação, ponte, instalações) do antigo Ramal Férreo Campineiro, a “cabrita”, estrada de ferro criada em 1889 e substituída em 1918 por bondes elétricos que perduraram até 1956. Na atualidade, seu leito abriga um “caminho de lazer” entre os dois Distritos.

Protegido por legislação específica, este patrimônio natural, fluvial (rios Atibaia e Jaguari), cultural e arquitetônico exige a prática e o desenvolvimento de atividades turísticas criteriosas e sustentáveis, razão pela qual o Departamento de Turismo da Secretaria de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo oferece sugestões de roteiros

comprometidos com a preservação do meio ambiente e do patrimônio histórico-cultural dos Distritos de Sousas e Joaquim Egídio. Os Distritos de Sousas e Joaquim Egídio

No início do século XIX, o território hoje ocupado pela APA e localizado à margem direita do Rio Atibaia, encontrava-se coberto de matas. Este rio que no curso do tempo se transformou no principal fornecedor de água potável de Campinas, desempenhou desde cedo um papel central na transformação de boa parte desta paisagem.

Foi em suas proximidades que, no final do século XVIII começaram a surgir sesmarias, seguidas pelo

comércio de terras que deu lugar à formação de grandes propriedades monocultistas (primeiramente de cana de açúcar, depois de café) com emprego de mão de obra escrava, ou ainda, a formação de grandes latifúndios, como o do Sertão/Cabras (Joaquim Egídio) e o de Atibaia/Fazendinha (Sousas). Estas sesmarias e latifúndios imprimiram outras marcas ao território; escravos e posteriormente trabalhadores livres (de diferentes origens étnicas) foram trazidos para derrubar matas, criar lavouras, processar gêneros e cuidar de animais, surgindo senzalas, engenhos, tulhas, casas, terreiros, casas de máquinas e colônias, estruturas que, a cada momento, respondiam a processos produtivos específicos. No interior ou nas proximidades das grandes propriedades formaram-se também alguns núcleos de moradia que, ao longo do século XIX, originaram os arraiais, hoje distritos, de Sousas e Joaquim Egídio.

O povoado de “Ponte Alta” (Sousas) e o “bairro de Luciano Teixeira” ou “bairro do Laranjal” (Joaquim Egídio) surgiram nas imediações dos caminhos, capelas e fazendas de açúcar e café por volta de 1840 e se desenvolveram na proporção em que as lavouras de café (em lugar da cana) se expandiram pelo interior da região. Sousas teve origem nas proximidades da primeira ponte de madeira construída sobre o rio Atibaia, nas terras da Fazenda Atibaia que então iniciava as primeiras plantações de café na região; nesta ocasião, a família de Joaquim Monteiro ergueria uma capela em honra a São Sebastião (1833), fazendo nascer o arraial. O segundo núcleo, localizado nas terras da Fazenda Laranjal, surgiu como “bairro de Luciano Teixeira”, também conhecido como “bairro do Laranjal” e posteriormente como “Arraial de Joaquim Egídio”. Neles encontramos referências centenárias da presença de populações africanas mantidas originalmente como escravas (e depois integradas como mão de obra livre) e de famílias migrantes fixadas como colonos nas fazendas cafeeiras (procedentes especialmente da Itália, além de alemães, espanhóis, japoneses) que nas últimas décadas do século XIX já movimentavam os dois arraiais, constando diversas casas de moradia, pequenas vendas e armazéns, além de uma ferrovia, o Ramal Férreo Campineiro (1889/1911), cuja locomotiva – a “cabrita” – alcançava os cafezais no alto da Serra das Cabras. A partir de 1912, a “cabrita” e seus vagões foram substituídas por um bonde rural da Companhia Campineira de Tração, Luz e Força que se manteve em atividade até a década de 1950. Em 1958, a Rodovia Heitor Penteado passaria a interligar Campinas a Sousas (9km) e a Joaquim Egídio (3km).

Em um passeio pelos distritos de Joaquim Egídio e Sousas, e pelo bairro de Carlos Gomes, pode-se tomar contato com um cenário de fazendas centenárias (em especial, de café); com trilhos e estações das Companhias Mogiana (Estações Desembargador Furtado e Carlos Gomes, do trecho Campinas/Jaguari, de 1875) e Ramal Férreo Campineiro (Estação de Joaquim Egídio, atual Estação Ambiental, de 1894); ou ainda, com as antigas Usinas hidroelétricas de Macaco Branco e Jaguari (construídas no início do séc XX). A região convida-nos ainda a conhecer o Observatório Municipal (na Serra das Cabras, Distrito de Joaquim Egídio), a mata do Ribeirão Cachoeira (no Distrito de Sousas) e o “circuito gastronômico” da área, marcado por bares, restaurantes internacionais e regionais. Um pouco da história de Sousas

Na origem, a Capela de São Sebastião não possuía torre e contava apenas com um vão de porta, duas folhas de madeira, bandeira em arco abaulado, um frontão com óculo circular e uma modesta cruz na fachada, além de um pequeno altar na parte interior. Mas, a construção da capela favoreceu a ocupação nos arredores e contribuiu para a elevação do povoado à condição de Arraial de Sousas (na ocasião, família representada pelo tronco dos Sousa Aranha).

O antigo povoado de “ponte alta” - também conhecido como “ponte do arraial” e “povoado ponte do atibaia” – ganhou em 1889 (do vereador Dr. Ricardo Gumbleton Daunt) o nome de “Arraial dos Sousas” devido a proximidade e vínculo com as terras da família Sousas (entre outros, de José de Sousa Siqueira e do Brigadeiro Luís Antônio de Sousa Macedo e Queiroz, senhores do latifúndio e fazenda Atibaia, pioneira no plantio de café em Campinas). Seu núcleo histórico se formou nas imediações da primeira ponte sobre o rio Atibaia, construída pelos sertanistas Antonio Aleixo de Godoy e Bernardo Sampaio para interligar as duas margens do rio e dar passagem às lavouras de café da Fazenda Atibaia; no mesmo período e nas imediações da ponte (rua Maneco Rosa), a família de Joaquim Monteiro construiu uma capela em honra a São Sebastião (1833) .

No curso do século XIX e na proporção em que a economia cafeeira se consolidava na região, a Igreja de São Sebastião substituiu a capela e o casario se ampliou, instalando-se em 1889 uma agência de correios e em 1894 o Ramal Férreo Campineiro (estrada de ferro que interligava Campinas a Serra de Cabras) com sua ponte de ferro nas proximidades da antiga ponte de madeira. Em 1896, o “ Arraial dos Sousas” foi elevado a Distrito de Paz e em 1898 à condição de Freguesia, inaugurando-se na ocasião o cemitério e a primeira indústria de bebidas, a Destilaria Dal Porto. A igreja matriz de Sousas, concluída no ano anterior sob a invocação de N.Sra. do Bom Conselho, recebera da família Salgado a doação do terreno e o apoio da população para a construção, mudando sua invocação para Santana em 1903. Ao lado da igreja, foi construída também a Casa Paroquial pelo Arcebispo Arquidiocesano de Campinas.

Cercada pelas terras dos Sousas – em especial,, do Brigadeiro Luiz Antonio de Sousa e seus descendentes -, a população do Distrito foi formada ao longo do século XIX por famílias descendentes de portugueses (Rosa, Nascimento, Barreto, Vieira, Pinto, Mendes, França, Pedroso, Lima) e de origem afro-brasileira (Teixeira, Trajano, Oliveira, Santos, Ribeira, Silva, Francisco e dos próprios Souza), somando-se na última década do século XIX um forte contingente de italianos que rapidamente se fixaram nas porções urbana e rural. O crescimento do arraial seguiu em direção sul (rua Humaitá), leste e norte (pela rua 13 de maio, área em que se fixaram ex-escravos e seus descendentes) e se caracterizou pelo desenvolvimento do comércio (secos e molhados) e dos serviços (ferrarias, moinhos de fubá, selarias, carpintarias, beneficiamento de arroz e café, fábrica de linguiça e indústria de bebidas), concentrando-se cerca de 90% do contingente populacional na área rural

No início do século XX, a comunidade italiana deu origem à Sociedade Italiana Lavoro e Progresso (1900), transformada em 1938 na Sociedade Beneficiente de Sousas, surgindo na sequência o matadouro (1908) e, a partir da elevação do “Arraial dos Sousas” à Distrito (1911), o prédio da Sub-Prefeitura (1912/1914). Em 1911, o Município de Campinas contava então com 7 Distritos: Campinas, Santa Cruz, Valinhos, Arraial dos Sousas (renomeada como “Sousas” apenas em 1938), Vila Americana, Cosmópolis, e Rebouças.

4. Deslocamento entre a APA e o centro histórico de Campinas

Campinas foi fundada em 1774 como Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso, ocasião em que seu povoado já se destacava como centro de abastecimento e comércio de sal e algodão de uma amla região. Em 1792, já produtora de açúcar, foi elevada a condição de Vila com o nome de São Carlos; em 1842, como pordutora de café, alcançou o título de cidade de Campinas. - o segundo nome – na ocasião em que o povoado já se firmava como, ou ainda, em que começava a se firmar como área de produção açúcareira. O açúcar fez nascer a Vila de São Carlos (1794) e o café a transformou em Cidade de Campinas (1842).

Entre o final do século XIX e o começo do século XX, a cidade se adensou e passou a concentrar uma profunda diversidade étnica. Conforme dados fornecidos pelo Museu da Imigração de São Paulo, o território paulista recebeu, neste período o montante de 70 grupos étnicos, povos atraídos para o interior da Província/Estado pelo vigor da economia cafeeira. A cidade de Campinas, localizada no centro do principal entroncamento viário do período, acolheu parte desta diversidade, registrando em sua formação, a constituição de uma profunda dinâmica de conhecimento.

Com a crise da economia cafeeira, a partir da década de 1930, a cidade "agrária" de Campinas assumiu uma fisionomia mais industrial e de serviços. No plano urbanístico, por exemplo, Campinas recebeu do "Plano Prestes Maia" (1938), um amplo conjunto de ações voltado a reordenar suas vocações urbanas, sempre na perspectivas de impulsionar velhos e novos talentos, como o de polo tecnológico do interior do Estado de São Paulo.

No mesmo percurso, a cidade passou a concentrar uma população mais significativa, constituída de migrantes e imigrantes procedentes das mais diversas regiões do estado, do País e do mundo, e que chegavam à Campinas atraídos pela instalação de um novo parque produtivo (composto de fábricas, agroindústrias e estabelecimentos diversos). Entre as décadas de 1930 e 1940, portanto, a cidade de Campinas passou a vivenciar um novo momento histórico, marcado pela migração e pela multiplicação de bairros nas proximidades das fábricas, dos estabelecimentos e das grandes rodovias em implantação - Via Anhanguera, (1948), Rodovia Bandeirantes (1979) e Rodovia Santos Dumont, (década de 1980).

Estes novos bairros, implantados originalmente sem infraestrutura urbana, conquistaram uma melhor condição de urbanização entre as décadas de 1950 a 1990, ao mesmo tempo em que o território da cidade aumentava 15 vezes e sua população, cerca de 5 vezes. De maneira especial, entre as décadas de 1970/1980, os fluxos migratórios levaram a população a praticamente duplicar de tamanho.

Na atualidade, Campinas ocupa uma área de 801 km² e conta com uma população de mais de 1 milhão de habitantes, distribuída por quatro distritos (Joaquim Egídio, Sousas, Barão Geraldo, e Nova Aparecida) e centenas de bairros. Este vigor econômico e social, trazido em especial pela ampliação de sua população trabalhadora, tem

permitido à Campinas constituir-se como um dos polos da região metropolitana de São Paulo, formada por 19 cidades e uma população estimada em 2,33 milhões de habitantes (6,31% da população do Estado)

5. Bosque dos Jequitibás

O território no qual se acha localizada a cidade de Campinas foi ocupado por uma densa cobertura vegetal entremeada por áreas de campos. No final do século XVIII, quando as plantações de cana de açúcar começaram a se instalar na região, as queimadas abriram espaço para a agricultura, movimento que se intensificou com os cafezais, transformando-se profundamente a paisagem. O crescimento urbano e o desenvolvimento de uma agricultura diversificada complementaram este fenômeno secular de recriação da natureza, desaparecendo progressivamente as matas remanescentes. Na passagem de viajantes e na memória de cronistas encontramos registros destas mudanças, restando-nos lembranças e alguns poucos testemunhos do que foi a mata de outrora. A área de “bosque” que então se localizava no “Campo das Caneleiras” nas imediações do Largo São Benedito, pertencia a Francisco Bueno de Miranda; empreendedor que em 1880 resolveu contratar o escritório de Ramos de Azevedo para “aformosear” e transformar o terreno em um “ponto de recreio” da população de Campinas. As primeiras intervenções vieram no mesmo ano com a inauguração de um lago artificial, o “Lago da Prata”, e um botequim. No ano seguinte, o bosque recebeu um “Chalé” restaurante, um pavilhão e uma “casa de banhos” (sanitários) na intenção de conferir ao espaço o mesmo estilo de “jardim inglês” que inspirara alguns anos o “Jardim Público” (Centro de Convivência). Mas, de maneira especial, o “Bosque dos Jequitibás” pretendia atrair famílias campineiras para um local de refúgio de aspecto rústico e “pinturesco” (com vegetação densa e pouco alterada) de forma a aliar descanso, diversão e saúde. O projeto trouxe ainda um coreto (criado pelo mesmo arquiteto) e uma programação especial de atividades que, no ano de 1885 incluiu “caçadas” simbólicas para o entretenimento de um público pagante.

Em 1915, o poder municipal adquiriu a propriedade na intenção de ampliar seu acesso público, realizando reformas para adequar a área a uma visitação mais ampla. Foram feitas obras no chalé restaurante e construído alguns ranchos, além de reforços nos muros de arrimo e a criação de barragem no tanque. Nas décadas seguintes, a área mereceu novas atenções e esforços no embelezamento e preservação da mata; iniciativas que contaram com o incentivo, alguns anos depois, de importantes urbanistas trazidos para Campinas para propor e realizar mudanças de maior vulto. De maneira especial, Anhaia Mello e Prestes Maia ofereceram um destacado apoio à conservação da mata e à concepção paisagística da área, reforçando a importância da cobertura vegetal para a cidade. Por isso mesmo, entre as décadas de 1920 e 1930, o bosque transformou-se em símbolo de um novo conceito de “Parque” em proposição na cidade, tornando-se parte das propostas do “Plano de Melhoramentos Urbanos”. Às “áreas verdes” cabia agora o papel de trazer saúde e lazer à cidade como um todo, devendo o Bosque dos Jequitibás permanecer com a mesma fisionomia “pitoresca” que assumira nas décadas anteriores.

6. Santa Casa de Misericórdia

Em Campinas, o crescimento da cidade e das necessidades progressivas de assistência social, somada à presença das primeiras epidemias, levaram as famílias mais ricas a criar uma Misericórdia local. A s Santas Casas de Misericórdia constituem uma das mais importantes instituições portuguesas e elas surgiram em Lisboa, em 1498, com a Rainha D. Leonor, para prestar socorro e auxílio aos pobres, aos presos e outras obras filantrópicas, conferindo-se aos a elas o poder de possuir bens e receber legados. Às Santas Casas se vincularam pessoas de posses, os Irmãos da Misericórdia, que associados à prática da caridade (assistência hospitalar, recolhimento de crianças abandonadas, entre outros tipos de ajuda) também obtinham grande prestígio pessoal. Depois de Lisboa, várias outras cidades criaram suas Santas Casas, estendendo-se o mesmo costume às colônias lusitanas. No Brasil, a sociedade colonial encontrava nas irmandades e suas capelas um espaço central de vida e de organização; através delas estabelecia-se o lugar social de segmentos profissionais, de grupos étnicos e classes sociais (N.Sra. Da Lapa dos Mercadores no RJ + N.Sra. do Rosário dos Pretos + Ordens Terceiras de São Francisco + Ordens Terceiras de N.Sra do Carmo, etc..), realizando-se no interior de suas capelas os casamentos, o batizado dos filhos, a participação em cultos, em procissões, os enterros. As Irmandades obtinham recursos de donativos diversos (heranças, encomenda de missas, esmolas nas ruas..) e muitas vezes chegavam a possuir grande patrimônio em bens e dinheiro, realizando inclusive, empréstimos aos seus membros. No curso do tempo, mais de duas centenas de Santas Casas foram criadas no Brasil, algumas de caráter centenário, como a de São Paulo, que antes de 1600 já existia.

Em Campinas, o crescimento da cidade e das necessidades progressivas de assistência social, somada à

presença das primeiras epidemias, levaram as famílias mais ricas a criar uma Misericórdia local: foram doados o terreno e recursos necessários ao Padre Joaquim Vieira (o “Vigarinho”) para realizar as obras. Os primeiros donativos vieram de Antônio Manoel Proença, da família Pinto Nunes, da família Soares (que doou o terreno para a edificação de um hospital) e de José Bonifácio de Campos Ferraz (depois, Barão de Monte Mor) que se dispõe a construir a Capela nas proximidades do hospital. A planta original é então alterada para receber a capela no meio da construção, junto à área onde deveriam ficar as irmãs religiosas encarregadas do hospital; prevendo-se a instalação das enfermarias à direita e à esquerda o futuro Asilo de Órfãs. Entre os primeiros colaboradores estão Diogo Prado (“Dioguinho”) que assume a administração das obras e Bento Quirino dos Santos que assume a tesouraria, assim como membros das famílias Abreu Soares, Campos Andrade e Souza Aranha nas figuras Baronesa de Atibaia e da futura Viscondessa de Campinas (D. Maria Luiza de Souza Aranha), entre outras. No desenvolvimento das obras, a Capela é construída (1871/1873) com recursos de José Bonifácio de Campos Ferraz, futuro Barão de Monte Mor, para cumprimento de um voto; o edifício destinado à educação de meninas desvalidas (iniciado em 1872 e concluído em 1874) é construído com recursos de Diogo Prado (“Dioguinho”) e as obras do hospital contam com a grande colaboração do “Bahia” – Antônio Francisco de Guimarães – (fundador da Irmandade do Santíssimo Sacramento, em 1847, falecido em 1873) que deixa recursos para concluir os trabalhos e inaugurar o hospital em 1876.

A partir de 1875, ainda, a Irmandade da Misericórdia passava a ser organizada, integrando os debates as figuras de Francisco Glicério, Campos Sales, entre outros. Os primeiros irmãos registrados, em um conjunto de 44 membros, seriam: Padre Vieira (depois, a partir de 1883, Bispo do Ceará), Antonio Quirino dos Santos, Dr. Antonio Moraes Sales, Antonio Carlos Silva Teles, Joaquim Egídio de Sousa Aranha (futuro Marquês de Três Rios), Bento Quirino dos Santos, Joaquim Bonifácio do Amaral (futuro Visconde de Indaiatuba), Joaquim Ferreira Penteado (futuro Barão de Itatiba), Dr. João Ataliba Nogueira (futuro Barão de Ataliba Nogueira), Antonio Manuel Proença, Coronel Floriano de Camargo Campos, Dr. Manoel Ferraz de Campos Sales, o Barão de Atibaia, o Barão de Monte Mór, entre outros. Vários beneméritos possuem seus retratos nas dependências nobres da instituição. Em 1876, na ocasião da entrega do hospital e dependências à Irmandade, esta já contava com 302 irmãos. A direção interna da Santa Casa e o tratamento dos enfermos ficariam sob encargo das Irmãs de São José (congregação criada em 1650) que iniciaram os trabalhos em três pessoas. Ao longo de sua história, alguns acontecimentos se fizeram marcantes, entre eles, consta a visita do Imperador D Pedro II em 1886; nesta ocasião a escola do Asilo de Órfãs foi contemplada, assim como as enfermarias e as dependências do edifício. Sobre a Santa Casa de Misericórdia:

Em registros documentais, fala-se da construção de paredes de pedra a partir de 1871 e da cobertura de uma parte do edifício em 1872; em 1874, concluía-se parte das obras destinadas à educação de meninas desvalidas (iniciada em 1872, com recursos específicos). A capela, erguida com recursos de José Bonifácio de Campos Ferraz (para cumprimento de um voto), recebeu cobertura de telhas em 1873 e no ano seguinte, o benemérito foi agraciado com o título de Barão de Monte Mor. Em 1875, deu-se a conclusão de outro grande lance (“..lance, que completava o edifício”). Mas, na prática, as obras enfrentavam o risco de parar; Padre Vieira recebia auxílios em geral modestos na forma de “..materiais de construção, como sejam tijolos, cal, areia, pedras, telhas, vigotas, tábuas, etc.. além de pessoal operário e veículos para o serviço de transporte. Mas a construção era grandiosa para os recursos desta terra naquela época” (p.93). Na prática, foi uma contribuição legada pelo “Bahia” – Antônio Francisco de Guimarães – que em 1847 fundara a Irmandade do Santíssimo Sacramento, e que em 1873 faleceu, o que permitiu concluir as obras iniciadas e inaugurar o hospital. Na ocasião da abertura do Hospital, em 1876, a irmandade recebeu inúmeros donativos, entre elas, 50 camas de ferro dos Irmãos Bierrenbach, um valor significativo para a compra de medicamentos pelo Barão (depois Marquês) de Três Rios, além da roupa necessária pelas senhoras campineiras. O hospital compunha-se de enfermarias gerais (para os doentes pobres) e quartos reservados (para pensionistas); fornecia gratuitamente todo o serviço médico, cirúrgico e farmacêutico a indigentes (devidamente comprovados), registrando no primeiro ano de funcionamento o atendimento a 80 escravos, 9 pensionistas e 147 pobres, em um total de 236 pessoas. Em 1878 seriam tratados 337 doentes no hospital, sendo 220 indigentes, 107 pensionistas escravos e 10 pensionistas livres, registrando-se 310 irmãos. Nos 10 primeiros anos de funcionamento contabilizou-se 5038 doentes (3817 homens, 1221 mulheres) nas enfermarias

Sobre o Asilo das Órfãs:

A ideia de criar uma casa de educação para meninas estava na mente do Padre Vieira durante a construção do hospital e, em 1972, a experiência desenvolvida pela Irmandade de Misericórdia do Rio de Janeiro anima a adoção

desta iniciativa. Em 1873 inicia-se a construção do Asilo com recursos doados por Diogo Prado (“Dioguinho”) que, a semelhança de outras pessoas, faz doações específicas para esta construção. Em 1878 o asilo é então entregue à Irmandade, achando-se o ensino confiado a duas irmãs da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry (ordem criada em 1650 pelo Padre João Pedro Médaille, jesuíta). Esta Congregação de missionárias francesas havia chegado no Brasil em 1859 para cuidar do Colégio N.Sra. do Patrocínio, em Itú (na atualidade, a ordem conta com 20 mil irmãs presentes em todos os continentes e em quase todos os países). Em 1876, por solicitação da irmandade, três irmãs são designadas para Campinas, constituindo-se uma delas farmacêutica. A irmã Ana Felicité del Carreto, superiora da Santa Casa de Campinas entre 1876 e 1880, tinha origem nobiliárquica (Condessa del Carreto); com seu afastamento (por motivo de saúde), a irmã Ana Justina Martinet permaneceu no posto por 41 anos. Sem condições de receber alunas internas, inicia-se o externato para meninas pobres, contando em 1879 com 23 meninas e donativos da família Souza Aranha. Em 1889, dez anos depois, a organização de uma quermesse em benefício do Asilo de Órfãs no Jardim Público auxiliaria a conclusão dos trabalhos, inaugurando-se no ano seguinte, o Asilo das Órfãs como internato para amparar as crianças órfãs de Campinas, mais numerosas na ocasião das epidemias. Mas esta casa de educação receberia também meninas mais abastadas em função da ausência de alternativas. Em 1892, ocasião de nova epidemia de febre amarela, a irmã responsável pelas aulas do Asilo de Órfãs contrai a doença e morre, permanecendo fechado o asilo por um período de tempo. Nos dois anos desta epidemia, a Santa Casa trataria de 1016 enfermos, falecendo 228 pessoas – destes, 854 eram indigentes e 162 pensionistas, e ainda, 546 eram nacionais e 470 eram estrangeiros.. O asilo chegou a abrigar 506 meninas (492 externas e 14 internas – constando 48 órfãs e 7 pensionistas). Além de órfãs, a Santa Casa desempenhou papel central na assistência às pessoas deficientes, a idosos desvalidos e pessoas pobres. A Santa Casa de Campinas não manteve algumas características tradicionais (como o sepultamento de seus membros no interior da capela), mas se tornou uma das mais importantes instituições da cidade. Sobre a Capela Nossa Senhora da Boa Morte: Inaugurada oficialmente em 1876, mas construída entre 1871 e 1873 com recursos de José Bonifácio de Campos Ferraz, futuro Barão de Monte Mor, em função do cumprimento de um voto, a Capela de N. Sra. da Boa Morte foi na década de 1870 “..o templo religioso que mais encantava os fieis da cidade..”(p99), apresentando o altar mór em mármore, além de galerias laterais sustentadas por colunas de madeira e teto em abóboda. Em 1877, a Capela recebeu – por trem da Mogiana – as imagens do Sagrado Coração, N.Sra das Dores, São José, São Joaquim, S. Pedro e S. Roque, além de painel da Imaculada Conceição oferecido por Torrini. Posteriormente (1907), a capela recebeu telas laterais de Concilis. Também foram trazidas para a Capela esculturas em mármore de Santa Izabel e S. Vicente de Paulo, além de N.Sra. da Boa Morte em redoma de vidro. No curso do tempo, a data de 15 de agosto celebrou-se como de festa tradicional de Nossa Senhora da Boa Morte; momento em que se realizava missa cantada, sermão e procissão pelas ruas da cidade. Sobre o Hospital Irmãos Penteado As origens do Hospital Irmãos Penteado remontam à criação, em 1926, do Pavilhão de Cirurgia da Santa Casa de Misericórdia, construído a partir de doações do Dr. Salustiano Penteado. Suas obras, no entanto, alcançaram uma nova dimensão com o legado de seu irmão, Sr. Severo Penteado que em 1932 deixou recursos para ampliar e transformar o pavilhão em um novo hospital. Sua inauguração ocorreu em 1936 e desde então o Hospital funciona sob orientação da Mesa Administrativa da Santa Casa, com corpo médico próprio. Sobre a saúde em Campinas: Além da Santa Casa, Campinas contava também com o Asilo dos Morféticos (1863), com a Sociedade Protetora dos Pobres (1889), com a Sociedade São Vicente de Paula (1892), com o Asilo dos Inválidos (1904), além de duas instituições criadas por imigrantes estrangeiros: a Real Sociedade Portuguesa de Beneficiência (1879) e o Circulo Italiani Uniti (1881).

7. Marco Zero de Campinas

Campinas se originou da instalação de “pousos” nas margens da Estrada dos Goiases e do desenvolvimento

de um comércio de abastecimento que, pouco a pouco, atraiu para a região a presença de agricultores e de comerciantes, e motivou algumas décadas depois a criação da “Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das

Campinas do Mato Grosso” (1774) nas terras do bairro rural do “Mato Grosso de Jundiahy”. A área hoje ocupada pela Praça Bento Quirino foi, no passado, o centro desta Freguesia, achando-se sua “capela provisória” instalada no local do monumento túmulo de Carlos Gomes e a antiga “Igreja Matriz” (“Matriz Velha” ou “Matriz de Santa Cruz”) nas imediações da atual Basílica do Carmo. A Matriz foi erigida em taipa de pilão e permaneceu presente na extremidade da Praça Bento Quirino entre os anos 1781 e 1930 (demolição).

A Freguesia de Nossa Senhora da Conceição se transformou em Vila de São Carlos no ano de 1797 graças à intensificação das atividades de comércio e a instalação de grandes lavouras de cana de açúcar na região. A criação da Vila permitiu ao povoado instalar sua Câmara Municipal, originalmente em um edifício alugado e a partir dos anos 1824/1829 em prédio próprio localizado na outra extremidade da praça, em frente a Igreja Matriz (Matriz Velha). A Casa de Câmara e Cadeia funcionou nesta área por setenta anos (1898), tempo no qual a riqueza obtida com a lavoura e produção de açúcar, seguida pela produção de café, permitiu à vila pleitear o estatuto de cidade (1842), registrando-se desde então um novo processo de crescimento urbano.

O território público da Vila, mais conhecido como “rocio”, consistia na demarcação a partir do pelourinho, de uma área isenta de impostos, capaz de abrigar moradores interessados em se fixar na região. Sob administração da Câmara, o rocio orientou a expansão urbana de Campinas ao longo do século XIX, conforme observamos no mapa de 1878. Durante este período, os antigos Largos “da Matriz Velha” e “da Cadeia” continuaram a desempenhar um papel central na vida política e religiosa da vila e da cidade.

Com a expansão urbana, os antigos Largos “da Matriz Velha” e “da Cadeia” perderam sua centralidade na vida política, cultural e religiosa da Vila e da cidade de Campinas para se transformarem em testemunhos da história. No curso do século XX, a instalação de marcos célebres como o monumento túmulo de Carlos Gomes (1905), o busto de César Bierrenbach (1912) e a estátua de Bento Quirino (1937) integraram estas mudanças, contribuindo para que os largos se convertessem em símbolos de origem e poder. A derrubada de prédios mais velhos, assim como a instalação de edificações associadas à nova dinâmica expressaram o mesmo fenômeno, envolvendo o “marco zero” da Vila de São Carlos em um conjunto mais amplo de testemunhos e referências fundamentais à história e memória da cidade.

8. Mercado Municipal : o talento de Campinas como “centro de abastecimento” regional A cidade de Campinas cumpre, historicamente, com o papel de centro regional de abastecimento. Desde o século XVIII, nas margens da Estará dos Goiases (1722), instalaram-se unidades produtoras voltadas a fornecer gêneros para a estrada, atividades que, posteriormente, foram complementadas pela produção de açúcar (final do século XVIII) e de café (primeiras décadas do século XIX). Na atualidade, Campinas produz, concentra e distribui uma vasta gama de gêneros de abastecimento que, em grande medida, nascem fruto da diversidade dos repertórios culturais da população. O Mercado Municipal, propriamente dito, foi inaugurado em 1908 no km zero de uma ferrovia destinada às atividades de abastecimento da região, a Companhia Funilense; seu edifício, tradições e alimentos comercializados no local guardam parte desta trajetória. A região conhecida como “Brejo da Ponte” ou “Brejo do Poente”, área pantanosa do Córrego Serafim, encontrava-se coberta por árvores de “jurumbevas” quando a Câmara Municipal, em meados do século XIX, resolveu demarca-la para criar um largo; o nome ficou sendo Largo Jurumbeval. Na década seguinte, a área recebeu o Colégio Florence (1863/1865), instituição que se destinava à educação de mulheres seguindo padrões e princípios liberais e que estimulou, anos depois, a instalação nas imediações, do Colégio Culto à Ciência (1874) e da Escola Correia de Melo (1881). Esta última, criada por republicanos para homenagear Correia de Melo (químico e farmacêutico falecido), destinava-se a receber crianças carentes e assim procedeu até ser incorporada pela Câmara (1894). Mas, tal área “de estudos” se caracterizava também pelo despejo de lixo sob as áreas de charco, o que tornou a região insalubre e exposta às epidemias. Coube, então, aos Colégios (em especial, ao Florence) pressionar pelo seu saneamento, desenvolvendo-se as obras de limpeza, drenagem e aterro entre as décadas de 1870 e 1890. A urbanização do “Largo Correia de Melo” (1880), no entanto, não conseguiu impedir novas epidemias, e em especial a de febre amarela (1889/1897) que causou muitas mortes à cidade, inclusive no Colégio Florence. Este estabelecimento prestigiado deixou Campinas em 1889 para se instalar em Jundiaí. A epidemia de febre amarela desencadeou uma verdadeira batalha sanitarista que foi empreendida, em especial, pelo poder público. A “Praça Correia de Melo” mereceu uma atenção especial; as obras de dissecação e aterro se intensificaram e receberam fundações de tijolos, permitindo que, que em 1899, a Companhia Agrícola Funilense instalasse seus trilhos e conferisse ao Largo uma outra característica e função. Criada para interligar Campinas ao bairro do Funil (Cosmópolis) passando pelo Núcleo Colonial Campos Sales, a Companhia Carril Agrícola Funilense

tinha como propósito “fixar” colonos na área rural para produzir abastecimento e, ao mesmo tempo, oferecer uma nova fonte de alimentos para a cidade. À linha férrea cabia a função de escoar a produção e garantir sustentação econômica para as populações rurais, localizando-se seu “quilometro zero” no terreno que alguns anos depois recebeu o Mercado Municipal. A Funilense foi inaugurada em 1899 e até 1924 trouxe para Campinas alimentos, produtos e os próprios colonos que encontravam nesta ferrovia a melhor condição para circular pela região. Sua história encontra-se associada às regiões de Barão Geraldo, Paulínia, Cosmópolis, entre outras, transformadas posteriormente em Distritos e Municípios. O Mercado Municipal, inaugurado em 1908 em terreno já urbanizado, foi criado para atender às novas necessidades da cidade, reunindo em um mesmo edifício a comercialização de produtos até então separados: carnes verdes, hortaliças, secos e molhados. O Mercado tinha também o papel de associar o produtor ao consumidor, utilizando-se da linha férrea para receber a produção do Núcleo Colonial Campos Sales (e de áreas vizinhas) para oferece-la à uma cidade que dobrara de tamanho entre os anos 1850 e 1900. Com a criação do novo edifício, pessoas e atividades até então reunidas no entorno dos mercados “Velho” e “das Hortaliças” (Largo das Andorinhas) passaram a se concentrar nesta nova porção da cidade, juntando-se a elas um grupo de fotógrafos ambulantes (“lambe-lambes”) que, com suas máquinas, cadeiras e baldes ofereciam aos colonos, moradores e visitantes da região um recurso há décadas desenvolvido por Hércules Florence em Campinas, a fotografia. O prédio do mercado, enfim, foi construído com projeto de Ramos de Azevedo em estilo mourisco, possui dois mil m² de área e 143 boxes com os mais variados produtos. Tombado pelo CONDEPACC e CONDEPHAAT Em um território até então ocupado por importantes colégios, a instalação dos trilhos e da estação da Companhia Funilense (1899), ou ainda, do novo Mercado Municipal (1908) significou para Campinas a formação de um novo centro de comércio e cultura. Neste espaço, toda uma diversidade de gêneros e produtos permitiu o encontro de costumes, hábitos alimentares, tradições religiosas e saberes procedentes dos mais variados lugares do Brasil e do mundo. Nos bares e bancas de legumes, frutas, carnes, temperos, pimentas, embutidos, secos e molhados do “mercadão” encontramos, então, histórias e tradições de um profundo significado para a vida dos campineiros. Em suas imediações podemos ainda presenciar a mesma circulação de pessoas outrora garantida pela Companhia Funilense; circulação que acabou por se sobrepor e apagar as marcas educacionais e residenciais da região, mas que manteve viva a dinâmica fundamental de “encontros” entre novos e velhos habitantes, os verdadeiros construtores da cidade. Nas proximidades podemos visitar: 1) Colégio Culto à Ciência (fundado em 1874 por fazendeiros e comerciantes ligados aos ideais da República, propunha uma nova perspectiva de educação baseada em preceitos da ciência e lógica positivista. Tombado pelo CONDEPACC. Rua Culto à Ciência, 422. Visita mediante autorização); 2) Antigo Colégio Sagrado Coração de Jesus (criado em 1910, destacou-se como instituição de ensino feminino, permanecendo neste endereço entre 1928 e 1983, até sua transferência para o Parque Nova Campinas. Tombado pelo CONDEPACC. Rua José Paulino, 1359. Visita mediante autorização); 3) Colégio Técnico Bento Quirino (antigo Instituto Profissional Bento Quirino, foi criado em 1915 e inaugurado em 1918 para oferecer ensino profissional masculino e gratuito. Instalado em edifício eclético com projeto de Ramos de Azevedo, foi assumido pelo Estado em 1927. Tombado pelo CONDEPACC. Rua Culto à Ciência, 177. Visita mediante autorização)

9. Colégio Culto a Ciência O Colégio Culto à Ciência (tombado pelo CONDEPHAAT e CONDEPACC) foi fundado em 1874 por fazendeiros e comerciantes ligados aos ideais da República com o propósito de oferecer uma nova perspectiva de educação baseada em preceitos da ciência e lógica positivista. Em sua estrutura original, compunha-se de um único bloco com dois pavimentos, 4 salas de aula, ambientes administrativos, sanitários e biblioteca. Após a decretação da República, o Colégio foi transferido para o Estado (1894) e transformado em “Ginásio de Campinas” (1897), o primeiro instituto secundário oficial da cidade e o segundo do Estado. Desde então, a edificação ganhou novos blocos até alcançar, na atualidade, 5.800,00 m² de área construída. Nas proximidades, o Colégio Técnico Bento Quirino, antigo Instituto Profissional Bento Quirino, também guarda marcas republicanas, voltando-se a oferecer, desde 1918, ensino profissional masculino e gratuito; seu edifício foi projetado por Ramos de Azevedo.

“A região conhecida como “Brejo da Ponte” ou “Brejo do Poente”, área pantanosa do Córrego Serafim, encontrava-se coberta por árvores de “jurumbevas” quando a Câmara Municipal, em meados do século XIX, resolveu demarca-la para criar um largo; o nome ficou sendo Largo Jurumbeval. Na década seguinte, a área recebeu o Colégio Florence (1863/1865), instituição que se destinava à educação de mulheres seguindo padrões e princípios liberais e que estimulou, anos depois, a instalação nas imediações, do Colégio Culto à Ciência (1874) e da Escola Correia de Melo (1881). Esta última, criada por republicanos para homenagear Correia de Melo (químico e farmacêutico falecido), destinava-se a receber crianças carentes e assim procedeu até ser incorporada pela Câmara (1894). Mas, tal área “de estudos” se caracterizava também pelo despejo de lixo sob as áreas de charco, o que tornou a região insalubre e exposta às epidemias. Coube, então, aos Colégios (em especial, ao Florence) pressionar pelo seu saneamento, desenvolvendo-se as obras de limpeza, drenagem e aterro entre as décadas de 1870 e 1890. A urbanização do “Largo Correia de Melo” (1880), no entanto, não conseguiu impedir novas epidemias, e em especial a de febre amarela (1889/1897) que causou muitas mortes à cidade, inclusive no Colégio Florence. Este estabelecimento prestigiado deixou Campinas em 1889 para se instalar em Jundiaí.” (Fonte de Informação: Pessoa, Ângelo; Pellicciotta, Mirza; Nasiasene, Alberto. “Um pouco da história da Educação em Campinas” IN Pessoa, Ângelo Emílio da Silva (org e coord). IN Conhecer Campinas numa Perspectiva Histórica. Campinas: Secretaria Municipal de Educação, 2004, capítulo 7, pp98-114) “(...) O crescimento da malha urbana e da área rural de Campinas no século XIX, impulsionado pela produção açucareira e cafeeira, também deu lugar a um expressivo e contínuo aumento de população, constituída por um numeroso contigente de escravos e por um progressivo número de imigrantes (de países estrangeiros e de outras regiões do Brasil). Esta crescente população, acompanhada pela difusão de novos costumes, trouxe significativas mudanças para a cidade e motivou a criação de instituições capazes de organizar a vida urbana cada vez mais complexa, devendo-se responder à questões fundamentais como de abastecimento de gêneros, saúde pública, assistência social, transportes, entre outras. No que se refere à Educação, ganhou forma novas escolas, dotadas de métodos pedagógicos considerados mais atualizados e adequados para a época. Entre os imigrantes, a presença de grupos de outras denominações cristãs não Católicas (Protestantes) motivou a formação de escolas particulares específicas, como a Sociedade Alemã de Instrução e Leitura e a Escola Alemã (1863), criada por imigrantes alemães. A Escola Alemã trouxe para a cidade métodos de ensino inovadores e marcou a presença de um grupo de imigrantes que desde meados do século XIX se instalara em Campinas. A Escola funcionou originalmente na Rua da Matriz Nova (atual Regente Feijó) e depois se transferiu para a Rua Visconde do Rio Branco, passando a denominar-se Colégio Rio Branco em 1931. (...) Os imigrantes italianos, fixados em sua grande maioria nas fazendas de café, também assumiram uma presença marcante na cidade, mas em especial, na segunda metade do século XX. No entanto, foi nas últimas décadas do século XIX que integrantes desta colônia com posição social de maior destaque (como o comerciante Attilio Bucci) criaram uma instituição importante de auxílio aos conterrâneos: o Circulo Italiani Uniti (1881); entidade voltada a oferecer ensino escolar gratuito e atendimento médico à população de origem italiana, ou ainda, à pessoas de outras origens étnicas. Seu hospital começou a funcionar em 1881 e cinco anos depois foi aberta a Escola do Circulo em uma ala do edifício, com duas classes primárias (uma para meninos e outra para meninas), aulas em português e italiano, e durante algum tempo, com curso noturno de comércio para adultos. No ano de 1889, suas salas foram transformadas em quartos de Hospital (febre amarela), mas com o fim da epidemia elas retornaram às atividades de ensino, sobrevivendo até a década de 1920. Desde então, o Circulo - hoje conhecido como Casa de Saúde de Campinas - assumiu o papel exclusivo de Hospital. (....) Por outro lado, outras transformações se achavam em curso no Brasil e em Campinas na segunda metade do século XIX, e entre elas, uma significativa mudança de costumes definidores (e restritivos) dos papéis femininos relativos à vida familiar e doméstica. Neste sentido, é interessante observar que Campinas recebeu em 1863 uma instituição muito singular; o Colégio Florence, criado pela alemã Carolina Krug Florence (segunda esposa de Hércules Florence) para a educação de moças. Neste colégio, Carolina Florence adotou padrões de educação, métodos, conhecimentos e um qualificado corpo docente (que incluía, entre outros importantes professores da época, Rangel Pestana e Júlio Ribeiro) para oferecer às moças fundamentos e perspectivas educacionais mais amplas do que as familiares e domésticas. O Colégio Florence funcionou até 1889 e marcou, no plano local, uma profunda mudança de padrões de comportamento feminino, deixando marcas importantes nas décadas seguintes. Sobre o Colégio Culto a Ciência::

(..) Campinas abrigou uma parte importante da elite pensante republicana. Os testemunhos são notáveis... Em 1874, quatro anos depois da fundação do Partido Republicano na cidade, um grupo de fazendeiros e comerciantes ligado aos ideais da República e organizados em uma entidade sem fins lucrativos, fundou um colégio de inspiração positivista para rapazes: o Colégio Culto à Ciência. Neste período, o colégio contava com um único bloco de dois pavimentos, 4 salas de aula, ambientes administrativos, sanitários, biblioteca, um corpo docente de ilustres professores e um conjunto de alunos cujos pais se afinavam com os fundamentos preconizados pela escola. Em função de seu grande sucesso, e já em plena vigência do regime republicano, o Colégio foi transferido para o Estado (1894) para abrigar, em 1897, o “Ginásio de Campinas”, o primeiro instituto secundário oficial da cidade e o segundo do Estado de São Paulo. Em sua trajetória, podemos então medir um pouco de seu ineditismo na qualidade da biblioteca: um acervo (tombado pelo CONDEPHAAT) de obras eruditas em edições centenárias que testemunha a formação e transformação da ciência no curso do tempo. Nas proximidades do “Culto à Ciência” - que vale considerar, reservava vagas para alunos sem recursos -, foi criada também por republicanos, em 1881, uma escola destinada à crianças carentes: a Escola Correia de Melo (doada para a Câmara em 1884, conforme colocamos). Outros Colégios de inspiração republicana: “(..) A escola Corrêa de Mello, criada por uma associação presidida pelo Coronel Joaquim Quirino dos Santos, doou seu patrimônio à Câmara Municipal de Campinas em 1888 com a condição de sustenta-la e conserva-la; o mesmo ocorreu com a Escola do Povo de ensino primário para crianças pobres, fundada e mantida pelo Comendador Joaquim Ferreira Penteado (Barão de Itatiba), e que em 1893 doou seu patrimônio para a Câmara, mediante as mesmas condições e a obrigação de conferir-lhe o nome de Escola Ferreira Penteado. (...) No mesmo período, as Lojas Maçônicas Fidelidade (1871), Independência, e Liberdade e Ordem ofereciam ensino de primeiras letras em aulas noturnas gratuitas (que depois seriam transformadas em Escolas Noturnas), e no campo da educação feminina, à semelhança do Culto à Ciência, criou-se em 1900 o Colégio Progresso; instituição que sob a direção de Emília de Paiva Meira (a partir de 1902) tornou-se um marco no ensino de Campinas. (...) Por fim, com esta mesma inspiração e com recursos doados por iminentes republicanos foram criadas no início da República outras escolas em Campinas, como a Escola Prática de Comércio (1910), depois transformada em Escola Técnica Bento Quirino (instalada na Praça Bento Quirino, no lugar onde situou-se a residência e casa comercial desse ilustre campineiro) e o Instituto Profissional Bento Quirino (1915), voltado a oferecer ensino profissional masculino e gratuito (com recursos doados por Bento Quirino dos Santos) em um período no qual a cidade já se destacava no ramo industrial. O Instituto mereceu um soberbo edifício projetado por Ramos de Azevedo em estilo eclético e alvenaria de tijolos, sendo assumido em 1927 pelo Estado e transformado na década de 1950, em “Ginásio Industrial Estadual Bento Quirino”. Na atualidade, o conhecido COTUCA se acha incorporado à Unicamp.

10. Escola Preparatória de Cadetes: o talento educacional de Campinas “A Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) localiza-se na cidade de Campinas, estado de São Paulo, no Brasil. É uma instituição com mais de meio século de existência, cuja missão é preparar candidatos para o ingresso na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), responsável pela formação do oficial combatente do Exército. O ingresso na EsPCEx é feito por intermédio de um concurso de admissão realizado anualmente a nível nacional, para jovens do sexo masculino que estejam cursando, ou tenham concluído, a Segunda Série do Ensino Médio. O aluno da EsPCEx realiza em um ano, um curso equivalente à Terceira Série do Ensino Médio, acrescido de formação militar necessária ao futuro cadete da AMAN. Inclui-se, além das disciplinas do último ano do Ensino Médio, a disciplina de Instrução Militar, entre outras de cunho preparatório para a AMAN e a vida militar”. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre “A Escola Preparatória de Cadetes do Exército teve sua origem em 1939, com a transformação do Colégio Militar de Porto Alegre em "Escola de Formação de Cadetes". Essa vitoriosa experiência (...) incitaria o governo a criar outras escolas similares. Dessa forma, pelo Decreto-Lei nº 2584, de 17 de setembro de 1940, surgia a Escola Preparatória de Cadetes de São Paulo, instalado no edifício destinado, anteriormente, ao Hospital Sírio-Libanês, situado na rua da Fonte, 91, Bairro da Bela Vista (...) Em 1942, foi criada, também, a Escola Preparatória de Fortaleza (..) As três Escolas Preparatórias de Porto Alegre, São Paulo e Fortaleza atravessaram as décadas de 40 e 50 em franca atividade, mas

em l962, por decreto presidencial, as escolas de Porto Alegre e Fortaleza são extintas, restando apenas a Escola Preparatória de São Paulo, nessa época já transferida para Campinas. De fato, a Escola Preparatória funcionou em São Paulo por 18 anos. O ano de l958 seria o último ano de funcionamento da Escola em São Paulo, em 1959 por decreto, a sede foi transferida (..) A transferência da Escola para Campinas começa no início da década de 40 (..) Para que Campinas fosse sede de uma Escola Preparatória de Cadetes, correram as despesas de sua instalação por conta do Governo Estadual. A doação inicial do terreno foi feita pelo Decreto-Lei nº13.906, de 20 de março de l944, ficando condicionada à conclusão da obra a instalação da Escola. (...) a obra foi iniciada em l944. O Governo do Estado de São Paulo conduziu a obra até o estágio conveniado para então passá-la ao Ministério da Guerra, a quem caberia concluí-la. Face à sua magnitude, faltaram recursos, na época, para a conclusão e, durante alguns anos, a obra ficou parada e a Escola abandonada. O estado, em consequência, anulou a doação feita em l944 (..) Em l958, o Exército voltou a se interessar pelo projeto (..) A doação do imóvel ocorreu, solenemente, no dia 25 de agosto de l958. Finalmente, em l959, a Escola foi transferida para Campinas (..) As obras de acabamento foram reiniciadas em 1967”. (Fonte: internet)

11. Instituto Agronômico de Campinas/ Fazenda Santa Elisa

O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) é instituto de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos

Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e tem sua sede no município de

Campinas. Foi fundado em 1887 pelo Imperador D. Pedro II, tendo recebido a denominação de Estação Agronômica de

Campinas. Em 1892 passou para a administração do Governo do Estado de São Paulo.

Sua atuação garante a oferta de alimentos à população e matéria-prima à indústria, cooperando para a segurança

alimentar e para a competitividade dos produtos nos mercados interno e externo. Seu corpo de servidores conta com

189 pesquisadores científicos e 340 funcionários de apoio. Sua área física de 1.279 hectares de terras abriga a Sede,

Centro Experimental Central e 11 Centros de Pesquisa distribuídos entre Campinas, Cordeirópolis, Jundiaí e Ribeirão

Preto, ocupados com casas de vegetação, laboratórios, demais infraestrutura adequada aos seus trabalhos.

O IAC, como Instituição de Pesquisa tem como missão:

"Gerar e Transferir Ciência e Tecnologia para o Negócio Agrícola, visando à otimização dos sistemas de produção

vegetal e ao desenvolvimento socioeconômico com qualidade ambiental."

O programa de pesquisa do Instituto Agronômico (IAC) consiste na execução de cerca de 645 projetos de pesquisa, dentro de praticamente todos os programas executados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Destacam-se ações nas cadeias de produção do café, citros, cana-de-açúcar, grãos e fibras em geral, horticultura de mesa, envolvendo olerícolas, frutas frescas e flores, bem como nas áreas básicas de solo e clima, fitossanidade vegetal, mecanização agrícola, etc, com objetivos de fornecer subsídios técnicos às áreas básicas de desenvolvimento sustentável e agricultura familiar. Os projetos, realizados mediante ensaios e testes no campo, em casas de vegetação e em laboratórios, resultam em novos cultivares, novas tecnologias ou novos processos. Fitotecnia e Melhoramento de Culturas Resultados expressivos têm sido obtidos na área de melhoramento genético e técnicas culturais. Mais de quinhentos cultivares foram colocados à disposição da lavoura paulista e brasileira no decorrer dos 118 anos de atividade, fornecendo material para alimentação humana e animal, para indústria e para fins ornamentais e medicinais. Os laboratórios de ciências biológicas desenvolvem técnicas modernas, constituindo recursos para a aceleração dos trabalhos de seleção e melhoramento genético das culturas, abreviando o período que vai desde a concepção de um projeto de pesquisa até a disponibilidade da tecnologia ao produtor. Solo e Clima As pesquisas básicas e aplicadas no sistema solo-planta-atmosfera envolvem reconhecimento dos tipos de solo, estudos de adubação e nutrição de plantas, irrigação e conservação do solo, visando a sua máxima produção econômica, sem degradá-lo, e preservando a qualidade do ambiente. Levantamentos do meio físico com o uso de técnicas de sensoriamento remoto e inventários climáticos são integrados, visando gerar mapeamentos através do

Sistema Geográfico de Informações (SGI), fornecendo subsídios para a orientação do agricultor no planejamento agrícola e para a segurança ambiental. A diversidade das condições climáticas no Estado tem sido avaliada por arquivos de informações agro e meteorológicas centenários, orientando os usuários em geral quanto à potencialidade agrícola regional. Engenharia Agrícola Os laboratórios da Engenharia Agrícola realizam estudos sobre maquinaria agrícola, dinamometria e materiais. Suas ações estão voltadas para a viabilidade de tecnologias adaptadas, desenvolvimento e protótipos de máquinas agrícolas e mecanismos visando aumentar sua eficiência agrícola, ensaios para avaliação do seu desempenho, adequação de implementos à fonte de potência, adequação da máquina agrícola às necessidades da cultura e fontes alternativas de energia aplicadas à agricultura. Destacam-se, ainda, seus estudos comparativos de pneus agrícolas, mecanização com tração animal, pulverização de culturas e utilização de energia solar na secagem de grãos e desinfecção de solos para viveiros. Ciências Biológicas Os laboratórios de botânica, citologia e citogenética, biotecnologia, fisiologia de plantas, fitoquímica, biologia molecular, fitopatologia, entomologia, virologia, nematologia e tecnologia de sementes, fibras e fios, desenvolvem pesquisas básicas e aplicadas, para suporte aos trabalhos de fitotecnia e melhoramento de plantas, visando à obtenção de cultivares mais produtivos, com características agronômicas e de qualidade superior, e também mais resistentes a pragas, doenças e condições adversas do ambiente de cultivo. visam, também, ao desenvolvimento de novas técnicas de sanidade para proteção das plantas cultivadas. Produção de Bens e Prestação de Serviços

Através da produção de bens e prestação de serviços, o IAC tem uma ação mais direta sobre a agricultura, tornando-se, assim, conhecido pela comunidade. Embora essa atuação resulte da ação da pesquisa, a qualidade dos serviços prestados e dos bens produzidos faz com que assuma relevante papel na vida da Instituição e represente seu melhor cartão de visitas. Muitos dos serviços prestados servem de padrão de qualidade a outras instituições ou laboratórios do Estado e do País. Produção de bens: • Sementes genéticas e básicas de cultivares melhorados; • Borbulhas e estacas de plantas sadias; • Batatas-sementes; • Mudas de morango livres de vírus; • Mudas de citros microenxertadas e livres de vírus; • Inoculantes para fixação biológica do nitrogênio e fungos micorrízicos. Prestação de serviços: • Análise química de solos e plantas; • Análise tecnológica de fibras e fios; • Análise tecnológica de sementes; • Análise sanitária de sementes e plantas. Análise de produtos vegetais: • Identificação de material botânico e informações técnicas; • Introdução, quarentena e intercâmbio de germoplasma; • Testes de tratores e motores; • Informação agrometeorológica; • Planejamento de uso agrícola da terra.

12. Lagoa do Taquaral : os talentos “verdes” da cidade A Lagoa do Taquaral é, na atualidade, um dos 16 parques urbanos que Campinas mantêm, e é também o mais visitado; de 20 a 30 mil pessoas frequentam este espaço por final de semana atraídos por grande variedade de equipamentos culturais e esportivos. A cidade reúne no segmento de esportes e lazer, 21 praças de esportes, 13 pesqueiros e 20 clubes sociais. O Parque Portugal e o Lago do Café são remanescentes da antiga sesmaria do Sr. Francisco Barreto Leme, fundador oficial da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso em 1774. Como sesmaria, esta área foi produtora e fornecedora de milho, feijão, cana-de-açúcar e aguardente dos tropeiros que seguiam pela Estrada dos Goiáses rumo as minas de ouro de Goiás e de Mato Grosso. No final do século XVIII, estas terras se voltaram para a produção de açúcar e, em meados do século XIX, para a produção de café, integrando-se a Fazenda Taquaral a um processo produtivo que em pouco tempo transformou toda a história da Província de São Paulo.

No curso do tempo, a região viu multiplicar o número de picadas e estradas que seguiam em direção às fazendas (como a São Quirino) e por onde passavam boiadas, carroças e tropas - que encontravam em suas extremidades, um grande “tanque” de águas escuras cercado por bambuzais. A região recebeu também os trilhos do Ramal Férreo Campineiro (ferrovia local que seguia em direção aos arraiais de Sousas e Joaquim Egídio) já então nas proximidades da “Estrada Pública para Mogi Mirim” , nascendo desta dinâmica centenária de entroncamento um comércio de abastecimento - estábulos e chácaras produtoras de leite, verduras, cereais e frutas – essencial à cidade. Suas populações permaneceram por muitas décadas ocupando uma área considerada “pobre” pela cidade devido a permanência de traços rurais e em função da pequena infraestrutura presente, mas as mudanças vieram aos poucos. Na ocasião da instalação da linha 3 do bonde, o bairro do Taquaral já contava com personagens, histórias e tradições próprias. Cortada pelo traçado da Rua Paula Bueno, duas “colônias” de moradores demarcavam o território: de um lado, a colônia “do Pito Acesso” (nome associado ao hábito de homens e mulheres se reunirem em torno de fogueiras acesas para queimar lixo e folhas secas); de outro, a colônia “do Carvalhino” (em homenagem a um morador). Haviam também dois times de futebol: o palestrino e o paulista, formados por portugueses, italianos e brasileiros. Na década de 1930 o bairro recebeu algumas indústrias cerâmicas, olarias e uma refinaria de açúcar. Foi, por fim, na década de 1940 que parte da Fazenda Taquaral fez-se incorporada pela União que ali instalou o Instituto Brasileiro do Café (IBC) para realizar pesquisas agrícolas. Podemos visitar também na cidade: 1) Bosque Augusto Ruschi (área com 26 mil m² de árvores nativas, queda d'água natural, lago, pista e equipamentos de ginástica, entre outros atrativos. Rua Carlos Roberto Gallo esquina com Avenida Coacyara - DIC I ); 2) Mata de Santa Genebra (área de 2.517.759 m² de mata nativa da antiga Fazenda Santa Genebra. Rua Mata Atlântica, 447/Barão Geraldo. Tombada pelo CONDEPACC. Visitas com autorização); 3) Bosque São José (área de 33.500 m² de densa cobertura vegetal, passeios, bancos e playground. Rua Barretos, s/n/Jardim Proença); 4) Bosque da Paz Yitzhak Rabin (65 mil m² com mata natural, lago com queda d'água, parquinho e equipamentos esportivos. Rua Prof. Ary Monteiro Galvão e rua José Strazzacappa/Jardim Madalena); 5) Bosque Valença (com mata natural, lagos e equipamentos esportivos. Rua Olindo Gardelin/rua 15/rua 16 - Parque Valença); 6) Parque dos Guarantãs (com 87.016 m² formado por bosque, lago, área de piquenique, parquinho e equipamentos esportivos. Jardim Nova Europa); 7) Bosque dos Artistas (com 7.773 m² em área anexa a Sanas, no bairro Swift, conta com árvores plantadas por artistas que passaram pela cidade. Av. Augusto Figueiredo, s/nº, Swift); 8) Bosque dos Cambarás (área de 58.300 m² estruturada a partir de fragmento de mata nativa remanescente em terreno com características arenosas, conta com muitas árvores típicas de serrados, parque infantil, quadras e equipamentos esportivos, área de piquenique. Rua 15/Rua 23/Rua 13 - DIC V); 9) Bosque Chico Mendes (com 34.000 m² de mata nativa, plantas ornamentais e árvores diversas, o bosque conta com quadra poliesportiva, mini campo, equipamentos de ginástica, playground. Rua Moscou - Pq. São Quirino); 10) Bosque dos Italianos/ Praça Samuel Wainer (14.411 m² de mata nativa, equipamentos de recreação e biblioteca. Rua Dr. Miguel Penteado, s/nº, Jardim Guanabara); 11) Bosque dos Jequitibás (adquirido pelo Município em 1915, conta com dois alqueires de reserva florestal, fontes e bicas de água potável, um zoológico, pista de corrida, trenzinho, quiosques, lanchonetes e playground, Casa do Caboclo, Museu de História Natural, Aquário Municipal e o Teatro Carlos Maia. Tombado pelo CONDEPHAAT/zoológico, CONDEPACC/todo o conjunto do parque. Rua Cel. Quirino, 02. Bosque)

13. AEROPORTO INTERNACIONAL DE VIRACOPOS

Instalado em um dos mais importantes polos tecnológicos do país, a Região Metropolitana de

Campinas – que é servida por grandes universidades, rodovias e empresas de tecnologia de ponta, o

aeroporto é hoje um dos mais expressivos centros de investimento da Infraero. É considerado

alternativa viável para absorver o futuro tráfego dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, por sua

proximidade com a capital paulista e sua capacidade de expansão. Possui o menor índice anual de

fechamento entre os aeroportos do Brasil, fecha em média apenas três vezes por ano devido sua

localização privilegiada. Atualmente também é referência no país na movimentação de carga

internacional, principalmente de produtos com alto valor agregado. O aeroporto é um dos principais

portões de entrada e saída de mercadorias do país, cercado por excelentes rodovias que facilitam o

escoamento de produtos pelo interior do estado de São Paulo, Rio de Janeiro, baixada santista, além

de diversas regiões do Brasil. O sistema de transporte urbano oferece táxis e linhas de ônibus que

ligam Viracopos as principais cidades da região de Campinas, a cidade de São Paulo e aos

aeroportos de Guarulhos e Congonhas.

Ampliação - O novo Plano Diretor, revisado recentemente (2012), prevê ampliações que

transformarão Viracopos no maior complexo aeroportuário da América do Sul, a longo prazo, com

capacidade para movimentar 61 milhões de passageiros e mais de 3 milhões de toneladas de

mercadorias por ano. O Plano também consolida o aeroporto como alternativa viável para absorver

o futuro tráfego dos aeroportos de Guarulhos e Congonhas. De acordo com estudo da Agência

Nacional de Aviação Civil (ANAC), os voos dos dois aeroportos deverão ser transferidos

gradativamente para Campinas nos próximos anos. O projeto de expansão teve início em 2008 e

envolve a desapropriação de uma área inicial de 12,36 quilômetros quadrados no entorno do

aeroporto. Posteriormente, em uma segunda etapa, também será desapropriada uma nova região de

6,7 quilômetros quadrados. A primeira fase da ampliação deverá ser concluída em 2014, tendo

como principais obras a construção da segunda pista de pousos e decolagens e de um novo terminal

de passageiros, com capacidade instalada para processar até 9 milhões de embarques e

desembarques por ano.

Viracopos registrou em 2009 a melhor movimentação de passageiros desde sua inauguração na

década de 60. Foram 3.364.300 embarques e desembarques no ano todo, o que representa 210% de

crescimento comparado ao mesmo período no ano anterior que registrou 1.084.059 embarques e

desembarques. O incremento na movimentação se deve, principalmente, ao aumento no número de

voos regulares de passageiros a partir do terminal campineiro. Com isso, Viracopos passou da 19ª

para a 12ª posição no ranking de passageiros da rede Infraero. Já no ranking de cargas, Viracopos se

manteve na 2ª posição. A Infraero pretende incrementar o mix de serviços e lojas em Viracopos

para atender a essa nova demanda. A empresa também prepara algumas ações pontuais e rápidas

que irão melhorar o atendimento aos passageiros, entre elas o aumento no número de vagas do

estacionamento. Viracopos opera diariamente uma média diária de 193 voos regulares de

passageiros para 18 destinos diretos, entre eles Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Porto

Alegre (RS), Salvador (BA) e Fortaleza (CE). Já no segmento de carga, são cerca de 20 voos

regulares diários para 23 destinos diretos, entre eles Memphis, Miami e Frankfurt. (Fonte: site do aeroporto)

14. MUSEU CARLOS GOMES

O Museu Carlos Gomes é um museu localizado no município de Campinas e criado em 1956 com o

objetivo de reunir documentos e objetos pertencentes ao maestro e compositor campineiro Antônio

Carlos Gomes (1836-1896), que se localiza no mesmo prédio onde estão a Pinacoteca do Centro de

Ciências, Letras e Artes e o Museu Campos Sales.

O museu possui um grande arquivo musical composto por diversas coleções de manuscritos e

impressos de música erudita e de música popular, indo da primeira metade do século XIX até

meados do século XX, totalizando aproximadamente 3.000 obras. Também possui uma extensa

bibliografia sobre o compositor e suas obras, bem como libretos de óperas.

Subdivisões: Coleção Carlos Gomes: composta pelas obras do compositor;

Coleção Manuel José Gomes: formada por manuscritos juntados e referentes à vida e à obra de

Manuel José Gomes (1792-1868) e José Pedro Sant'Anna Gomes (1834-1908), que tiveram papel

de relevo na vida musical de Campinas.

15. MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DE CAMPINAS

O Museu da Imagem e do Som (MIS) é um museu público focado em difundir e preservar o acervo

da memória audiovisual da cidade de Campinas. Está localizado no Centro, na Rua Regente Feijó,

859 - Palácio dos Azulejos.

A fundação abrange setores de áudio e vídeo, além de fotografia, música, equipamentos e educação

patrimonial. Frequentemente ocorrem cursos gratuitos, palestras, exposições e ciclos gratuitos de

cinema, atuando assim, como um importante e democratizado ponto cultural e educativo da cidade.

O Museu da Imagem e do Som de Campinas foi idealizado a partir de um grupo de fotógrafos,

cineastas e cineclubistas da região, liderados por Henrique de Oliveira Júnior e Dayz Peixoto

Fonseca.

O espaço, através da lei municipal 4576/75 de 30 de dezembro de 1975, foi oficialmente viabilizado

pelo poder público na difusão, preservação e produção audiovisual da cidade.

O objetivo era preservar e reunir, sistematicamente, a memória audiovisual de Campinas e região,

cujas peças vinham sendo guardadas de maneira isolada, em outros museus da cidade, e em outras

instituições públicas municipais ou mesmo integrando coleções particulares.

Hoje o Museu da Imagem e do Som de Campinas agrega funções educativas (com cursos gratuitos),

e de lazer cultural, sendo um valioso ponto de debates e palestras, além de ser o último cineclube no

centro da cidade de Campinas depois do fechamento do Cine Paradiso, famoso na região por exibir

filmes do circuito alternativo.

Atualmente, o Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas tem sua sede no Palácio dos

Azulejos, patrimônio estadual e municipal, foi tombado pelo CONDEPHAAT (1981) e

CONDEPACC (1988).

Acervo

O acervo do Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas constitui-se de fotos, filmes,

negativos, vídeos, slides, discos, fitas e objetos sobre a história social e cultural da cidade de

Campinas e região, e se apresenta em cinco diferentes linguagens: Audiovisual (cinema e vídeo),

Fotografia, Música, Tecnologia e Biblioteca, disponível para pesquisadores de todo o país.

Setor de acervo fotográfico

Composto 75 coleções e aproximadamente 35.000 imagens, retratando Campinas e região desde o

final do século XIX até os dias atuais.

O acervo mostra a intensa e gradual transformação urbana na cidade, os movimentos culturais, os

atos administrativos de vários prefeitos e obras públicas, solenidades políticas e principalmente o

povo. (fonte: Internet)

16. MUSEU DE ARTE CONTEMPORANEA DE CAMPINAS “JOSE PANCETTI”

O Museu de Arte Contemporânea de Campinas tem como finalidade reunir, documentar, estudar,

conservar, expor e divulgar a arte contemporânea, bem como realizar outras atividades artísticos-

culturais. Também é finalidade do MACC desenvolver atividades arte educativas, junto as escolas

da cidade e a grupos especiais. O MAC de Campinas caracteriza-se como uma instituição de

natureza museológica e educacional, preservadora da memória e patrimônio cultural, representados

por seu acervo, sua história e experiências e geradora de produção artístico cultural, orientada pela

convicção de que o desenvolvimento do potencial expressivo/criativo do ser humano é elemento

fundamental no processo de construção da individualidade, sensível e consciente e pela adoção de

um conceito contemporâneo e dinâmico de Museologia em que todo ser humano, em sua relação

com o objeto, independente de sua classe social e nível de formação, é visto como agente

transformador da realidade concreta da qual ambos fazem parte.

O MAC de Campinas tem como objetivo atingir a população da cidade com eventos, palestras e

cursos que traduzam, informem e aproximem os segmentos de arte contemporânea junto a

população, também deve haver junto ao Museu a questão da “inclusão social”, de modo a que

deficientes e outras camadas mais desfavorecidas da população possam acessar o MACC. É do

interesse do MACC atingir o público mais variado possível, incluindo da pré-escola à terceria idade.

Histórico

A criação do MACC foi a junção de esforços particulares, públicos e, principalmente, pela vontade

e empenho de artistas de Campinas envolvidos com o movimento contemporâneo nas artes

plásticas, como o Grupo Vanguarda, formado por Bernardo Caro, Edoardo Belgrado, Eneas

Dedecca, Francisco Biojone, Franco Sacchi, Geraldo Jürgensen, Geraldo de Souza, Maria Helena

Motta Paes, Mário Bueno, Raul Porto e Thomaz Perina. A maioria representada no acervo do

museu.

Fundado em 1965 pela Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura Municipal de Campinas, sob

a coordenação da professora Jacy Milani, funcionou até 1976 no antigo prédio da CPFL, na

Avenida da Saudade, quando o milionário campineiro Roque Mellilo doou para a cidade o atual

edifício do museu, que, em homenagem ao artista plástico campineiro, passou a chamar Museu de

Arte Contemporânea de Campinas “José Pancetti”.

Hoje, com 41 anos, podemos dizer que o MACC é uma das instituições mais importantes e

significativas do panorama cultural brasileiro.

No MACC foram expostas algumas obras dos mais renomados artistas plásticos como Roberto

Burle Marx em 1990; Salvador Dali 1998; Lasar Segal em 2000; Guignard em 2001; José Pancetti

em 2002; A Arte Brasileira no Acervo da Pinacoteca, em comemoração aos 40 anos do museu entre

outras.

Exposições como estas tem fortalecido a programação junto ao público que aumenta a sua

frequênca a cada ano.

Num espaço de 1300m2, estão instalados a administração, biblioteca, salão de exposição, e um

espaço para reserva técnica além de uma sala climatizada com 140m2.

O Museu possui um acervo composto por 660 obras entre esculturas, pinturas, objetos e instalações

artísticas, originadas principalmente através de doações dos artistas e dos Salões de Arte

Contemporânea já realizados, onde grandes nomes no cenário artístico como Cláudio Tozzi,

Antonio Henrique do Amaral, José Roberto Aguilar, Mira Schendell, entre outros, começaram sua

carreira.

Por meio desses salões, foi adquirida a maioria das obras do seu acervo, por meio de prêmios

conferidos pela Prefeitura, Câmara Municipal e, eventualmente, por outras entidades públicas ou

empresas privadas.

Entre os principais nomes do acervo figuram José Roberto Aguillar, Amélia Toledo, Mira

Schendell, Antonio Henrique Amaral, Cândido Portinari, Luis Paulo Baravelli, Lasar Segall,

Roberto Burle Marx, Ivald Granato, Bassano Vaccarini, Odila Mestriner, Emanoel Araújo, Claudio

Tozzi, Waldomiro de Deus, Cildo Meireles, Ana Maria Maiolino e Waltércio de Caldas.

17. FUTEBOL – GUARANI FUTEBOL CLUBE

A história do Estádio Brinco de Ouro da Princesa começa em 1947, quando a Federação Paulista de

Futebol profissionalizou seu “Campeonato do Interior”. O Guarani, um dos primeiros a aderir à

iniciativa, percebeu que seu velho estádio, situado na rua Barão Geraldo de Rezende, bairro

Guanabara, estava, mais do que nunca, ultrapassado.

O relatório apresentado pela “Comissão Pró-Reforma Estádio”, liderada pelo diretor Antonio Carlos

Bastos, ao então presidente Emílio Porto, era conclusivo: o clube deveria buscar uma área maior

para construir um novo estádio, ainda que mais distante do Centro da cidade. Uma nova reforma do

velho “Pastinho” era inviável e as dimensões do terreno, pouco mais de 19 mil m², não permitiam

que ali se construísse um novo campo.

Surge, no início de 1948, uma proposta irrecusável. Uma imobiliária interessada em lotear a área do

Guanabara oferece uma gleba de 50,4 mil m² na chamada “Baixada do Proença”. Ainda executaria

sua drenagem e terraplanagem, pagando 2 milhões de Cruzeiros, em parcelas, para início das obras

do novo estádio. Negócio fechado em 2 de Abril, dia do aniversário do clube. Logo depois, o

Guarani recebe a doação de mais dois terrenos ao lado da área negociada, um de 19,405 mil m² e

outro de 2,92 mil m².

Antonio Carlos Bastos passa a comandar a agora chamada “Comissão Pró Estádio”, com total

autonomia para obtenção e aplicação de recursos, enquanto a Diretoria ficava com a

responsabilidade de levar o time à 1ª Divisão do futebol bandeirante, já que a Federação Paulista

instruiu em 1948 a “Lei do Acesso”, que permitiria ao clube campeão do interior juntar-se, no ano

seguinte, aos clubes profissionais de São Paulo e Santos.

Em 11 de Julho de 1948, um domingo festivo que terminaria com mais uma vitória em “Dérbi”, os

arquitetos Ícaro de Castro Melo e Osvaldo Correia Gonçalves apresentaram a maquete do novo

Estádio. No dia seguinte, na redação do jornal Correio Popular, o jornalista João Caetano Monteiro

Filho aguardava um clichê da foto da maquete para completar uma pequena matéria. Ao ver a forma

circular e a beleza do novo estádio, lhe veio à mente a imagem de um brinco. E como Campinas era

conhecida como a “Princesa D´Oeste”, criou no título um trocadilho que ficaria para a história:

“Brinco de ouro para a “princesa””, publicado na página 6 da edição de 13 de Julho. Foi o que

bastou para que a população passasse a chamar o futuro estádio dessa maneira. Quando se decidiu

pelo nome oficial, não houve dúvida: Brinco de Ouro da Princesa.

No campeonato de 1949 veio o tão aguardado acesso à 1ª Divisão de Profissionais. Mais do que

nunca, era preciso arregaçar as mangas e construir o estádio. Além dos 2 milhões de Cruzeiros

pagos pela Imobiliária, outros 3,5 milhões foram arrecadados com a venda de Cadeiras Vitalícias.

Mas era preciso muito mais. Foi quando alguns membros da “Comissão de Obras” se revelaram

verdadeiros heróis. Bugrinos como João D´Agostino, Dr. Januário Pardo Mêo, Rubens Trefiglio,

Luis Marcelino Guernelli, Vicente Canecchio Filho, Orlando Santucci e Raphael Radamés Pretti

comandaram dezenas de outros colaboradores em iniciativas como a “Campanha do Cimento”,

“Campanha do Tijolo”, “Campanha da Quermesse”, “Campanha da Boa Vontade” e outras 25 do

tipo, conseguindo, pouco a pouco, os recursos necessários.

Ao contrário de outros clubes, o Guarani não teve ajuda financeira do poder público, quer

Municipal ou Estadual. Seu estádio foi construído com o suor, trabalho e o amor dos verdadeiros

bugrinos.

Chegava o ano de 1953. Depois de árduo trabalho, era preciso usufruir da nova casa. Não havia

como concluir as cabeceiras do estádio e a saída foi construir arquibancadas de madeira provisórias

atrás dos gols.

O programa de inauguração, idealizado por uma comissão liderada pelo Prof. Hilton Federeci, foi

dos mais culturais e detalhistas que já se viu no País, em festividades do gênero. Para exemplificar,

o Estádio seria batizado com água colhida no Rio Paraíba, em Taubaté, onde nasceu Francisco

Barreto leme, o fundador de Campinas, e junto à Cascata Guarani, no rio Paquequer, próximo à

Teresópolis (RJ), onde - segundo o romance “O Guarani” de José de Alencar - teria se desenvolvida

a saga do índio Peri. Foi esse livro que inspirou o maestro campineiro Antonio Carlos Gomes a

escrever a ópera “O Guarani”, que, por sua vez, daria origem ao nome do clube.

Duas partidas amistosas foram programadas para a inauguração do Brinco de Ouro, sendo

convidados Palmeiras e Fluminense para as festividades.

A 31 de Maio de 1953, sob a presidência do Dr. Ruy Vicente de Mello, era inaugurado aquele que

ainda hoje é um dos mais belos, completos e seguros estádios particulares do país, com o Guarani

vencendo o Palmeiras por 3 a 1. Coube a Nilo a honra de marcar o primeiro gol oficial do novo

estádio, aos 44 minutos do 1º tempo, cobrando falta no atual gol de entrada. Dido e Augusto

completaram para o Guarani e Lima marcou para os visitantes. As chuvas que caíram naquele dia,

porém, fizeram com que grande parte da solenidade fosse adiada para a segunda partida realizada na

tarde de 4 de Junho, quando o Fluminense venceu o Guarani por 1 a 0 (gol de Marinho).

No projeto original, o Estádio teria forma elíptica e capacidade para 29 mil pessoas. O setor

coberto, das sociais e vitalícias, possuía número maior de degraus que as gerais, do lado contrário.

As cabeceiras deveriam partir das arquibancadas cobertas, diminuindo até chegar nas gerais.

Por volta de 1960, no entanto, decidiu-se alterar o projeto e construir a Cabeceira Norte, com o

mesmo número de degraus das sociais. O mesmo seria feito, futuramente, na Cabeceira Sul. A

construção da atual “cabeceira do placar eletrônico” demorou pouco mais de 2 anos.

A inauguração do sistema de iluminação do Estádio Brinco de Ouro aconteceu em 11 de Janeiro de

1964, com o jogo amistoso entre Guarani e Flamengo, do Rio de Janeiro. Na primeira vez em que

os dois clubes se enfrentaram, o Bugre venceu por 2 tentos a 1. Sob a luz dos refletores, dispostos

em quatro grandes torres de concreto, o Guarani obteve algumas de suas vitórias mais expressivas,

sendo a primeira delas a heróica goleada, alcançada com uma equipe repleta de ex-juvenis, sobre o

Santos de Pelé e Cia., por 5 tentos a 1.

A Cabeceira Sul (atual entrada principal) começou a ser construída em 1966, com um primeiro

segmento de arquibancada. No início dos anos 70, já sob a presidência de Leonel Martins de

Oliveira, as obras foram retomadas e concluídas. Também o Conjunto Poliesportivo teve novo

impulso, com ótimo aproveitamento do terreno em torno do Estádio, ampliado por uma doação do

poder público.

O Brinco de Ouro da Princesa, finalmente fechado em seu anel inferior, chegou a ter público

superior a 33 mil pagantes. Dos dez maiores públicos verificados em Campinas até o ano de 1978,

oito foram no estádio bugrino.

Logo após a maior conquista do Bugre, o Título de Campeão Brasileiro de 1978, iniciou-se a

construção do “Tobogã”, ainda sob a administração do saudoso presidente Ricardo Chuffi. Seu

sucessor, Antonio Tavares Jr, deu sequência a uma obra vultosa e arrojada, que poucos clubes

brasileiros já tiveram a coragem de executar, mas que aumentaria a capacidade do estádio em mais

de 15 mil lugares. A venda de “camarotes” muito colaborou para o custeio das obras e alguns atletas

campeões acabaram sendo negociados em prol da necessária ampliação do Brinco de Ouro.

Além do Tobogã, outras obras deram um contorno fantástico ao Brinco de Ouro. O edifício da

Administração e as bilheterias circulares passaram a fazer parte da nova entrada principal do

Estádio, realçando ainda mais sua beleza e eficiência. Há ainda um sistema interno de hidrantes e de

segurança com poucos similares em todo o país.

O Brinco de Ouro ainda possui, além de alojamentos para atletas - profissionais e amadores -

dezenas de salas e salões internos, em dois pavimentos, e fica circundado por um dos mais

completos e funcionais conjuntos aquáticos e poliesportivos do Brasil, um orgulho para os bugrinos.

Sem falar dos Centros de Treinamento da Avenida Guarani e da Rodovia dos Bandeirantes.

O Brinco de Ouro da Princesa foi palco de partidas memoráveis, inclusive de várias decisões de

campeonatos. A Seleção Brasileira pisou em seu gramado duas vezes em 1966, quando realizou

jogos-treino contra um combinado campineiro, durante a preparação para a Copa do Mundo de

1966, na Inglaterra, e outra em 5 de Maio de 1990, quando venceu a Bulgária por 2 a 1, registrando

o 2º maior público do Estádio: 51.720 pagantes. O recorde foi estabelecido em 14 de Abril de

1982, com 52.002 pagantes, no jogo Guarani 2 X 3 Flamengo, pela Semifinal do Campeonato

Brasileiro de 1982. Pelos atuais critérios de dimensionamento de público nos Estádios, essas marcas

não mais poderão ser batidas.

Antes da inauguração do Brinco de Ouro, a história do Guarani Futebol Clube passa essencialmente

pelo Pastinho. Pouco depois de sua fundação, o Bugre conseguiu autorização de uso de um campo

de terra batida, na confluência das ruas Dr. Salles de Oliveira e Francisco Theodoro, na Vila

Industrial.

Dois anos depois, passou a usar outro campo, agora localizado numa rua de terra, travessa da Rua

José Paulino, chamada Barão Geraldo de Rezende, no bairro Guanabara, pertencente a Dona

Libânia, viúva de Joaquim Policarpo Aranha, o Barão de Itapura.

Em 1918, o quadro social do Guarani foi aumentando de novos e bons elementos. E cogitou-se, sob

a presidência de Carmine Alberti, então, construir a praça de esportes que o clube necessitava. Para

dar sequência a este ambicioso sonho (nenhum time de futebol de Campinas tinha estádio particular

àquela época), foi criada a “Comissão Pró Estádio”, formada por João Pereira Ribeiro (Presidente),

Frederico Borghi (Tesoureiro), João Silveira Bello (Secretário) e que ainda tinha como membros os

bugrinos Mateus Romeiro Pinto, Vicente Canecchio e Alfredo M. Maia.

Em 1921, após a morte da Baronesa, o Clube negociou com a herdeira, Dona Isolethe Augusta de

Souza Aranha (tia do pioneiro bugrino Egydio de Souza Aranha), e decidiu comprar aquela área, de

pouco mais de 22.000 m², iniciando uma série de campanhas para arrecadação de fundos, incluindo-

se uma grande quermesse. A escritura de compra e venda foi lavrada no dia 4 de janeiro de 1922,

mediante pagamento de 19.847$700 a Dona Isolethe.

Para conseguir os recursos necessários para as obras de construção das arquibancadas e vestiários, o

clube acabou fazendo um empréstimo, hipotecando o terreno. Até que chegasse o grande dia da

inauguração do novo estádio, o Guarani mandou seus jogos no Hipódromo Campineiro.

Num domingo pela manhã, 15 de julho de 1923, a diretoria bugrina, liderada pelo presidente

Antonio Albino Jr, e inúmeros torcedores se acotovelavam na frente da Estação Ferroviária da Cia.

Paulista. Ali chegava o poderoso Club Athletico Paulistano, comandado pelo grande astro do

futebol brasileiro Artur Friedenreich. Da estação, os visitantes foram levados a pontos pitorescos de

Campinas. Após um almoço servido no Restaurante do Bosque dos Jequitibás, o Paulistano foi

conduzido ao “Estadium do Guarany”, já completamente abarrotado de torcedores bugrinos.

O Guarani Futebol Clube, para a inauguração de seu primeiro estádio, entrou em campo formado

com Pacheco; Joca e Tavares; Deputado, Juca e Joaquim; Miguel, Zequinha, Barbanera, Nerino e

Pilla. O visitante Club Athletico Paulistano, por sua vez, entrou em campo com Tidoca; Clodoaldo e

Guarani; Sergio, Tango e Abate; Formiguinha, Hermógenes, Friedenreich, Mestres e Netinho.

Responsável por ter conseguido o jogo, o benemérito bugrino, Nagib José de Barros, foi o árbitro da

partida.

No jogo, o bravo Guarani conquistou a vitória por 1 X 0, com um gol de Zequinha, aos 36 min. do

2º tempo. Encerrada a partida, a torcida fez grande festa pelas ruas até o centro da Cidade,

comemorando o duplo feito.

As obras no Estádio ainda prosseguiram até 1924, havendo, além da arquibancada, também um bar

e uma pequena casa para o “Zelador”, atrás do gol dos fundos. A primeira grande reforma

aconteceu em 1929, quando o gramado foi trocado, o campo ampliado e foi construída uma geral de

alvenaria do lado oposto às sociais. Dez anos depois, em 1939, foi feita uma reforma na velha

arquibancada de madeira atrás do gol de entrada. Outra grande reforma aconteceu em 1942/43,

incluindo troca do gramado.

O primeiro estádio bugrino ainda teve duas ampliações posteriores, a primeira inaugurada em 14 de

abril de 1946, oferecendo aos torcedores uma nova arquibancada para 800 pessoas e mais 300

cadeiras especiais, colocadas na pista, e outra após o acesso à 1ª Divisão de Profissionais, em 1950,

com a construção de uma arquibancada de madeira atrás do gol dos fundos, aumentando a

capacidade de público.

O “Estádio do Guarani” foi utilizado até 1953, quando o Brinco de Ouro da Princesa foi

inaugurado. O último jogo realizado no estádio do bairro Guanabara foi um amistoso contra o São

Paulo FC.

O apelido “Pastinho” foi inicialmente dado de forma depreciativa pelos adversários, mas acabou

sendo adotado pelos próprios bugrinos para se referirem carinhosamente ao seu antigo estádio, onde

o Bugre recebeu, por 30 anos, vários dos maiores clubes do País, e mandou seus jogos pelos

Campeonatos Paulistas de 1927 a 1931 e de 1950 a 1952.Antigamente, o futebol em Campinas era

praticado no pátio do Gymnasio do Estado (atual Culto à Ciência). Cerca de 25 times campineiros

foram formados por estudantes, operários, e ferroviários durante os anos 1902 a 1911. Em março de

1911, alguns adolescentes da classe baixa e média começaram a idealizar a fundação de mais um

clube de futebol na cidade. Mas esse não haveria de ser apenas “mais um”.

Os estudantes do Gymnasio, Pompeo de Vito, Vincenzo (Vicente) Matallo e seu primo Hernani

Felippo Matallo, depois de uma reunião sobre a Praça Carlos Gomes, passaram a contatar amigos e

parentes para que aderissem à nova agremiação. Naquela época, a Praça Carlos Gomes era um

grande terreno com grama, cercado de palmeiras imperiais.

Os jovens invadiam a praça para jogarem futebol. O nome Carlos Gomes, dado à praça, foi uma

homenagem da cidade ao grande maestro e compositor campineiro Antônio Carlos Gomes

(11/07/1836 – 16/09/1896), autor de óperas internacionalmente conhecidas, como f osca, il condor,

salvador rosa, lo schiavo e il guarany, entre outras. Il guarany obra mais famosa do compositor, foi

baseada num romance homônimo escrito por José de Alencar, que narrava a estória de um índio da

nação Guarany que se apaixona pela filha de um fidalgo colonizador.

Em 1º de abril de 1911 ocorreu a reunião da fundação, no qual compareceram doze jovens, sendo

que dois eram italianos: Vicente Matallo (18 anos) e Antonio de Lucca (16). Outros eram filhos de

imigrantes italianos: Pompeo de Vito (15 anos), seu irmão Romeo Antonio de Vito (16), Angelo

Panattoni (16), José Trani (16), Luiz Bertoni (19), José Giardini (18), Miguel Grecco (17), Julio

Palmieri (16) e Hernani Felippo Matallo (16). E Alfredo Seiffert Jaboby Junior (18) era o único de

família oriunda da Alemanha.

Depois de muita discussão em relação ao nome do clube, foi aprovada a proposta de José Trani de

“Guarany Foot-Ball Club”, em homenagem à obra mais conhecida do maestro Carlos Gomes, que

dava nome à praça onde se reuniam anteriormente. E as cores do time foram compostas pelo verde e

branco, que fazem alusão à luz do ia que os iluminava e ao gramado sobre o qual se sentavam,

sendo sugestão de Romeo de Vito. E estabeleceu se também uma mensalidade de 500 réis. Alias,

foi eleita uma diretoria provisória, com Vicente Matallo como Presidente do clube.

Porém havia um detalhe aquele dia era conhecido como “dia da mentira”, e para evitar gozações

futuras, decidiram que o clube passaria a existir a partir do dia seguinte, ficando estabelecida à data

de fundação como 02 de abril de 1911.

Uma nova reunião foi realizada em 09 de abril para instalação definitiva da associação. O número

de adeptos crescera rapidamente. O local já era uma ampla sala no centro da cidade, cedida pela

Sociedade Recreativa 7 de Setembro, e ali compareceram ao menos 21 pessoas. Procedeu-se, então,

à eleição de uma diretoria definitiva, com mandato de um ano, e Vicente Matallo foi ratificado

como o primeiro presidente do Clube.

Em poucas semanas foram elaborados os primeiros estatutos. E ao mesmo tempo, outro grupo

conseguia junto à Prefeitura Municipal à concessão de uso de um terreno de terra batida, na

confluência das ruas Francisco Theodoro e Dr. Salles de Oliveira, no bairro Villa Industrial. Ali se

instalou o primeiro campo para treinos e jogos, confeccionando-se as traves com bambus. No dia 23

de abril de 1911 realizava-se, no chamado Ground da Villa Industrial, o primeiro treino entre dois

times formados por associados do Guarani.(Fonte: site do GFC)

18. FUTEBOL – ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA PONTE PRETA

Ponte Preta, o time mais antigo do Brasil. O ano era 1900 e, na cidade de Campinas, um grupo de

alunos do Colégio Culto à Ciência passava suas tardes jogando bola em campos improvisados de

um bairro de nome curioso: Ponte Preta. A vizinhança fora batizada em virtude de uma ponte de

madeira feita pela ferrovia e que, para ser melhor conservada, havia sido tratada com piche.

Os jovens alunos que naquele dia 11 de agosto resolveram fundar um clube não tiveram dúvidas ao

nomeá-lo com o mesmo nome do bairro. Ali surgia a Associação Atlética Ponte Preta, o primeiro

clube do Brasil em funcionamento ininterrupto e dono da maior torcida do interior do País. Os

fundadores e patronos da AAPP foram: Capitão João Vieira da Silva , Theodor Kutter,

Hermenegildo Wadt e Nicolau Burghi.

Ao longo do tempo, a Ponte Preta fortaleceu o futebol regional e tornou-se um dos grandes clubes

brasileiros, gozando do reconhecimento internacional pela formação de atletas que marcaram época.

HISTÓRIA-

O surgimento da Ponte Preta está diretamente ligado ao crescimento e desenvolvimento da cidade

de Campinas. Por volta de 1860, o bairro que hoje abriga a sede da Ponte Preta era conhecido como

Bairro Alto, que se estendia desde o Largo do Tanquinho (hoje Largo do Pará). Em 1870 se deu

início à construção da ferrovia Paulista, de Jundiaí até Campinas. Com os trabalhos de instalação

dos trilhos, devido ao relevo acidentado do bairro, foi necessário a construção de uma ponte sobre

uma vala. Esta ponte era de madeira e para melhor conservação, foi tratada com piche. Desta forma,

enegrecida pela presença do piche, surgiu o nome PONTE PRETA. A partir daí se originou o bairro

hoje conhecido como BAIRRO DA PONTE PRETA, isto em 1872.

Segundo o "papa" dos historiadores brasileiros, Thomaz Mazzoni, o futebol de Campinas, por estar

próximo da capital paulista, teve início em 1897. Alunos do antigo Ginásio "Culto à Ciência"

introduziram na cidade o novo e fascinante esporte que despontava em São Paulo.

No bairro da Ponte Preta, diversos rapazes limparam uma área de terreno, ao lado da linha da

ferrovia Paulista, próximo à ponte que deu origem ao nome do bairro. Levantaram duas traves feitas

de bambu e iniciaram a prática do futebol.

A maioria das vezes o futebol era praticado com bolas feitas de panos, e vez ou outra, bolas com

câmara de ar, adquirida pela contribuição dos jogadores que, três anos mais tarde, viriam a ser os

fundadores da ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA PONTE PRETA. Como a cada dia se conseguiam mais

adeptos, resolveu-se criar uma associação.

O nascimento da Ponte Preta se deu numa reunião no dia 6 de agosto de 1900, na casa número 1 do

que hoje vem a ser a Rua Abolição, à sombra de duas paineiras, onde hoje se situa o prédio da

Escola SENAI. Foi oficializado o surgimento da ASSOCIAÇÃO ATHLETICA PONTE PRETA,

cuja mensalidade foi fixada em 300 réis. (Fonte: site da AssociaçãoAAPP)

Textos de apoio: Mirza Pellicciotta – historiadora PMC

Divulgação: Magdaelei Costa Amorim – jornalista SAE