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1 Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos Curso de Formação de Formadores em Teoria Geral do Juízo Conciliatório – ENAMAT Graça Maria Borges de Freitas

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos

Curso de Formação de Formadores em Teoria Geral do Juízo Conciliatório – ENAMAT

Graça Maria Borges de Freitas

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos 1 - Apresentação

Importância do Tema na formação de profissionais do Direito

2 - Teorias do conflito Ênfase no sujeito (na percepção/interpretação

que os atores/sujeitos têm da realidade) Ênfase na realidade, no contexto (origem do

conflito é estrutural, considera o contexto como fundamental para a ocorrência do conflito)

Teorias mistas ou interdisciplinares

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos 3 - Análise do

conflito Só há conflito onde

há relação; As relações não se

dão no vazio, mas em um contexto - Enfoque “anidado” de análise do conflito (questão, relação, subsistema, sistema);

subsistema

relação

questão

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos

Nas relações com expectativa de futuro maiores há mais conflito, sendo também mais relevante o seu tratamento;

Avaliar a expectativa de futuro da relação para avaliar a importância de intervenção nele;

As relações não se dão no vazio. É necessário entender o contexto em que estão inseridas – subsistema e sistema;

(subsistema – familia, escola, empresa, instituição)(sistema – econômico, religioso, político, mundo

contemporâneo).

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos 4 - Formas de Tratamento dos conflitos

Prevenção (estudar a situação para prevenir conflitos futuros);

Gestão (dos conflitos imaturos ou dos insolúveis – p. ex. conflitos de valores);

Solução (Dissolução ou Resolução): Dissolução (eliminação do conflito) Resolução

métodos endógenos – negociação, diálogo, votação; Métodos exógenos – intervenção de um terceiro:

facilitação, mediação, conciliação, arbitragem, processo judicial;

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos 5 - Teorias dos Conflitos – enfoques diversos

O problema dos conflitos está na sua causa ou no efeito que os autores querem produzir?

O conflito está na realidade, na percepção desta pelos atores ou em ambas?

Insuficiência do Direito para resolver conflitos – há conflitos não normatizados – importância dos estudos interdisciplinares;

Mapeamento do Conflito – aspecto estático e dinâmico

Importância do Mapeamento para eleger a forma de prevenção, gestão ou solução, inclusive para selecionar os casos mediáveis;

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5.1 - Mapeamento estático do conflito – análise dos seus elementos: Atores e terceiros; Objetivos; Problemas de “Consciência”; A Relação; As emoções; Os marcos de referência; As coalisões; O poder;

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos 5.1.1 – Atores e Terceiros

Importância de identificar se os atores estão presentes no ato de resolução – podem estar quem não são e não estar quem são;

O ator tem interesse específico no conflito + capacidade para condicionar o resultado;

Se uma pessoa é vista como ator de um conflito serão praticados atos para que ela perceba sua condição de ator ou passe a fazer parte do conflito;

O terceiro no conflito pode ser: Participante – tem interesse mas não pode condicionar

o resultado. Ex: amigo; Interveniente – não tem interesse, mas pode

condicionar o resultado;

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos 5.1.1 – Atores e Terceiros

Magnetismo conflitual – os conflitos tendem a fazer com que os terceiros tomem posição Um terceiro ou um representante (advogado) podem

virar ator do conflito; Ator Coletivo – o objetivo é comum e todos decidem –

há que se estabelecer processos de decisão conjunta; Importância de identificar a “monoliticidade” do ator

coletivo – existência ou não de coesão interna; Há risco de divisão quando não há coesão e de

manipulação desse dado; O grau de monoliticidade é identificado pelos objetivos

e grau de coerência destes;

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos 5.1.2 – Objetivos

Quando se analisa os objetivos do conflito muitas vezes se descobre atores ocultos;

Tipos de objetivos: Tangíveis Não tangíveis – por razões instrumentais ou

morais; Ocultos; Não ocultos;- Quanto menos tangíveis e mais ocultos os

objetivos, geralmente é mais difícil a solução do conflito;

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5.1.3 – Problemas de consciência (reconhecimento do outro como ator) Para solucionar o conflito é necessário

reconhecer o outro como interlocutor válido;

Quando não há essa consciência geralmente o conflito está “imaturo” – até que não se supere a questão não há meios de avançar;

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos 5.1.3 – Problemas de consciência

(reconhecimento do outro como ator) Tipos de conflito:

Autoral (o objeto do conflito é seu autor) Objetal (o objeto do conflito é sua causa) Há que se cuidar para evitar que um conflito objetal

se torne em autoral; Diferença entre “Negociar” e “Dialogar”;

Dialogar supõe reconhecer o outro como sujeito de razão pública;

A negociação diz respeito a questões de razão prática;

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5.1.4 – Poder Quantidade de recursos que se tem para

conseguir seus objetivos no conflito São muitos:

Assumir os custos (emocionais, financeiros) do conflito;

Manipulação/ sedução; Persuasão/ dissuasão; Ameaça/ promessa; Compromisso; Dinheiro.

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos 5.1.4 – Poder

Recurso não é só o que se tem, mas o que temos interesse, disposição para usar;

Intensidade: nem todos os recursos valem o mesmo, ou seja, possuem a mesma intensidade; Os recursos devem ser ordenados por sua intensidade; A intensidade depende das consequencias para o outro

do ponto de vista negativo; Nem sempre a intensidade é um dado objetivo,

especialmente em conflitos multiculturais; O que denota a intensidade é como o recurso impacta o

outro.

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos 5.2 – Mapeamento Dinâmico do conflito

– análise do conflito em movimento Intensidade do Conflito - meios ou recursos

de poder que utilizam as partes, ou ameaçam utilizar, em busca do seu objetivo;

Escalada e Desescalada - Escalada construtiva Escalada destrutiva

Mudança dos níveis de intensidade ao longo do conflito (nem sempre acaba a conflituosidade com a resolução).

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos 5.2.1 – Escalada e Desescalada do

conflito A tendência dos conflitos é sua escalada; Um bom operador deve romper a dinâmica da

escalada dos conflitos; Linha de retorno do conflito – a linha de não

retorno deve ser fixada antes da negociação – deve-se refletir sobre o ponto máximo de escalada do conflito;

Exemplo do jogo da velha (objetivo de ganhar se converte em não deixar o outro ganhar, ou seja, perder o menos possível);

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Teoria dos Conflitos, prevenção, gestão e resolução de conflitos 5.2.2 – Escalada Construtiva e

Destrutiva num conflito A Escalada Construtiva visa alcançar um objetivo

vinculado à solução do conflito (por exemplo, ser reconhecido como ator, ser escutado na mesa de negociação);

A Escalada Destrutiva tem o único objetivo de destruir o outro; uma das partes só escala porque a outra escala;

Há que ter cuidado para que uma escalada construtiva não se converta em destrutiva (por exemplo, concessão controlada);

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5.2.2 – Escalada Construtiva e Destrutiva num conflito Fatores que favorecem a escalada

destrutiva num conflito Magnitude do Conflito:

Aspirações rígidas; alternativas que causam poucos benefícios a ambos;

Instabilidade do Conflito: Reação desproporcional; redução dos

inibidores de agressividade diante de situação agressiva; redução da capacidade de gerir conflitos;

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5.2.2 – Escalada Construtiva e Destrutiva num conflito Fatores que favorecem a desescalada do

conflito: Forma de escuta (passiva, monossilábica,

ativa); Transformar os ataques em temas de discussão; Não cair em “perguntas armadilha”; Evitar “temas de estoque”; Planejar a saída do conflito;

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5.2.2 – Escalada Construtiva e Destrutiva num conflito Fatores que favorecem a desescalada do

conflito (continuação): Transformar a escalada destrutiva em construtiva; Buscar empatia – colocar-se no lugar do outro,

sem necessariamente dar-lhe razão Gerar “objetivo comum” ou “inimigo externo”;

Empatia ou confiança – com o mediador ou entre as partes;

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5.2.2 – Escalada Construtiva e Destrutiva num conflito Fatores que favorecem a desescalada do

conflito (continuação): Construir alternativas; Influência do peso do passado – reconstruir a

trajetória do conflito nas múltiplas visões Fazer perguntas abertas e reflexivas; Reconstruir historia alternativa contada pelas partes;

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Estudo de Caso – Despedida Massiva Novelis – Ouro Preto – Análise dos Elementos do Conflito e dos passos para sua solução

Graça Maria Borges de Freitas [email protected]