1. sugestÕes para a implantaÇÃo do siscal o sistema...

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5 1. SUGESTÕES PARA A IMPLANTAÇÃO DO SISCAL O sistema intensivo de suínos criados ao ar livre (SISCAL) tem conquistado um grande número de criadores face ao bom desempenho técnico, baixo custo de implantação e manutenção, número reduzido de edificações, facilidade na implantação e na ampliação da produção, mobilidade das instalações e redução no uso de medicamentos. O SISCAL é caracterizado por manter os animais em piquetes nas fases de reprodução, maternidade e creche, cercados com fios e/ou telas de arame eletrificados – através de eletrificadores de corrente alternada. As fases de crescimento e terminação (25 a 100 kg de peso vivo) ocorrem em confinamento. Muitos suinocultores utilizam o SISCAL para a produção de leitões, que são vendidos para terminadores quando atingem de 25 a 30kg de peso vivo. Da mesma forma que no sistema confinado, na implantação do SISCAL é preciso organizar a produção, estabelecendo o sistema de manejo em lotes com intervalos entre os lotes compatíveis com o tamanho do rebanho. Desde 1987, a EMBRAPA–CNPSA vem acompanhando o SISCAL da região Oeste Catarinense. Em 1989, instalou esse sistema nas suas dependências com o objetivo de verificar sua viabilidade técnica e econômica. Este boletim técnico visa fornecer informações básicas sobre a implantação do SISCAL. As recomendações são oriundas de experimentos realizados e da experiência acumulada pela EMBRAPA–CNPSA. 1.1 LOCAL DAS INSTALAÇÕES O SISCAL não deve ser instalado em terrenos com declividade superior 15%, dando-se preferência para os solos com boa capacidade de drenagem. Ao instalar o SISCAL, deve-se prever práticas de manejo do solo, tal como: disciplinar as águas pluviais superficiais, objetivando combater escorrimento das mesmas de fora para dentro do sistema e possibilitar o escoamento rápido das águas de dentro para fora, evitando-se desta forma, a erosão. Essa erosão pode ser prevenida, também, através da implantação de terraços de base larga e da manutenção constante da cobertura do solo. O sistema deve ser implantado sobre gramíneas resistentes ao pisoteio, de baixa exigência em insumos, perenes, de alta agressividade, estoloníferas e de propagação por mudas ou sementes. Por isso, sugere-se o uso de tais gramíneas: Pensacola, Missioneira, Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

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1. SUGESTÕES PARA A IMPLANTAÇÃO DO SISCAL

O sistema intensivo de suínos criados ao ar livre (SISCAL) tem conquistado um

grande número de criadores face ao bom desempenho técnico, baixo custo de implantação e

manutenção, número reduzido de edificações, facilidade na implantação e na ampliação da

produção, mobilidade das instalações e redução no uso de medicamentos.

O SISCAL é caracterizado por manter os animais em piquetes nas fases de

reprodução, maternidade e creche, cercados com fios e/ou telas de arame eletrificados –

através de eletrificadores de corrente alternada. As fases de crescimento e terminação (25 a

100 kg de peso vivo) ocorrem em confinamento. Muitos suinocultores utilizam o SISCAL

para a produção de leitões, que são vendidos para terminadores quando atingem de 25 a

30kg de peso vivo. Da mesma forma que no sistema confinado, na implantação do SISCAL

é preciso organizar a produção, estabelecendo o sistema de manejo em lotes com intervalos

entre os lotes compatíveis com o tamanho do rebanho.

Desde 1987, a EMBRAPA–CNPSA vem acompanhando o SISCAL da região Oeste

Catarinense. Em 1989, instalou esse sistema nas suas dependências com o objetivo de

verificar sua viabilidade técnica e econômica. Este boletim técnico visa fornecer

informações básicas sobre a implantação do SISCAL. As recomendações são oriundas de

experimentos realizados e da experiência acumulada pela EMBRAPA–CNPSA.

1.1 LOCAL DAS INSTALAÇÕES

O SISCAL não deve ser instalado em terrenos com declividade superior 15%,

dando-se preferência para os solos com boa capacidade de drenagem.

Ao instalar o SISCAL, deve-se prever práticas de manejo do solo, tal como:

disciplinar as águas pluviais superficiais, objetivando combater escorrimento das mesmas

de fora para dentro do sistema e possibilitar o escoamento rápido das águas de dentro para

fora, evitando-se desta forma, a erosão. Essa erosão pode ser prevenida, também, através da

implantação de terraços de base larga e da manutenção constante da cobertura do solo.

O sistema deve ser implantado sobre gramíneas resistentes ao pisoteio, de baixa

exigência em insumos, perenes, de alta agressividade, estoloníferas e de propagação por

mudas ou sementes. Por isso, sugere-se o uso de tais gramíneas: Pensacola, Missioneira,

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Hemártria, Estrela Africana, bermuda, Quicuio, Cost Cross. No inverno, pode-se semear

forrageiras como a Aveia, Azevém e Vica, sem mexer muito na estrutura do solo.

Algumas plantas são tóxicas para os suínos quando ingeridas. As principais são:

Baccharis coridifolia (Miomia, vassourinha, alecrim); Pteridium aquilinum (samambaia-

comum, samambaiadas-taperas, feio, pluma-grande, samambaiaaçu); Semma occidentalis

(fedegoso, cafezinho de mato, cafezinho-do-diabo).

Assim sendo, é de bom senso verificar antes da implantação do SISCAL a presença

ou não dessas plantas tóxicas, a fim de se evitar problemas posteriores.

1.2 ÁREA DESTINADA AO SISCAL

1.2.1 REPARTIÇÃO DA ÁREA

De maneira geral, a área do SISCAL deve ser dividida em piquetes para abrigar as

seguintes fases do suíno: quarentena, adaptação, reposição, machos, pré-gestação, gestação,

maternidade, creche e corredores de acesso, depósito e fábrica de ração.

1.2.2 ÁREA POR ANIMAL

A área destinada aos animais depende das condições climáticas, das características

físicas do solo (drenagem e capacidade de absorção de água e matéria orgânica) e do tipo

de cobertura do solo (forragem). Sugere-se, tem terrenos bem drenados e com vegetação

densa, uma área destinada aos reprodutores com 800 m² / matriz, dividida em dois piquetes,

cuja ocupação deve ocorrer de forma alternada. Os piquetes de creche não devem ser muito

grandes, tendo a capacidade para alojar de 2 a 3 leitegadas com 70 m² / leitões. Em alguns

países, tem-se recomendado a rotação da área total utilizada pelo sistema a cada período de

2 a 3 anos, em função de problemas sanitários.

O tempo de ocupação dos piquetes deve ser aquele que permita a manutenção

constante da cobertura vegetal sobre o solo e uma recuperação rápida da mesma. O

crescimento vegetal da planta depende de fatores climáticos e da estação do ano, em geral

um período de descanso de cerca de 35 dias permitirá a renovação da forragem.

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1.2.3 CERCAS

Com o objetivo de facilitar a limpeza do solo sob a cerca, sugere-se colocar os fios

de arame nos piquetes de cobertura, pré-gestação e gestação a 35 e 60 cm do solo, e na

maternidade a 15, 30 e 60 cm do solo. Deve-se limpar constantemente o local sob as cercas,

através do ato de roçar (não capinar), mantendo o solo coberto nesta área, a fim de permitir

boa visualização dos fios e evitar curto - circuitos.

A creche deve ser cercada com tela metálica de arame galvanizado, malha (4 ou 5),

e pela parte interna do piquete devem ser colocados dois fios de arame eletrificado

(corrente alternada), a 10 e 40 cm do solo.

A distância entre as estacas varia de 6 a 9 metros, sendo essencial assegurar uma

boa tensão dos fios.

Os corredores devem ser suficientemente largos (4 a 5 m), para permitir o acesso de

equipamentos destinados a limpeza dos piquetes e o trânsito dos animais.

1.2.4 BEBEDOUROS

O sistema de fornecimento de água deve ser feito mantendo-se uma caixa d’água

como reservatório, num ponto mais alto do terreno. Sendo que a canalização deve ser

enterrada a uma profundidade de 35 cm, evitando assim o aquecimento da água nos dias

mais quentes. Deve-se evitar que a água escorra para o interior dos piquetes, impedindo a

formação de lamaçal, o que pode ser feito com o uso de uma chapa coletora de água sob os

bebedouros e a colocação dos mesmos na parte mais baixa dos piquetes. Quando do uso dos

bebedouros do tipo bóia, taça e calha, estes devem ser limpos diariamente e protegidos da

ação solar.

1.2.5 COMEDOUROS

Os comedouros podem ser de madeira, concreto, metálicos, pneu e do tipo

EMBRAPA, todos com proteção contra a chuva (Figuras 1 e 2).

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Figura 1: Comedouro circular aberto para matrizes em gestação

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1.2.6 CABANAS Existem diferentes formas de cabana (tipo galpão, chalé ou iglu), sendo que a mais utilizada é a do tipo iglu. Normalmente, é utilizada uma chapa galvanizada no 24 ou 26 para cobertura, e as extremidades das cabanas são feitas com compensado ou tábuas de madeira. As cabanas de gestação devem possuir duas seções abertas (em lados contrários), abrigando mais de uma fêmeas (Figura 3). A cabana de maternidade abriga uma fêmea com sua respectiva leitegada e possui uma única entrada na frente. Recomenda-se a colocação de janelas na parte posterior da cabana de maternidade para o controle da ventilação, e o uso de assoalho, ou espessura camada de cama maravalha, feno, palhas), com o objetivo de evitar excesso de umidade no inferior da mesma nos dias de chuva. A entrada da cabana deve ser posicionada de forma a ficar protegida dos ventos frios, que na nossa região são predominantemente sudeste. Deve-se, também, evitar que a mesma seja colocada em locais com excesso de umidade. É importante prever sombra natural (árvores) ou de construídos (sombreadores). A área do sombreador deve ser, no mínimo, de 9 m² por matriz na lactação e de 4,5 m² por matriz na gestação, para permitir que os animais disponham de sombras nos dias quentes. As dimensões da cabana de gestação (Figura 3), normalmente, são de 2,9 x 3,0 x 1,10 m comprimento x largura x altura), podendo alojar de 6 a 8 fêmeas. A cabana de maternidade Figura 12) apresenta as seguintes dimensões: 1,45 x 3,0 x 1,10 m (comprimento x largura x altura), abrigando uma fêmea e sua leitegada. As cabanas de creche podem ter as mesmas dimensões da cabana de gestação, com uma única entrada e acrescidas de assoalho, abrigando de 2 a 3 leitegadas. 1.2.7 DESTROMPE É uma prática utilizada para se evitar que as matrizes e reprodutores revolvam o solo. A mais comum é a colocação de uma argola de metal entre o tecido fibroso subcutâneo e a cartilagem do septo nasal, de forma que fique móvel. Quando o animal fuça o solo, a argola força o septo nasal e, devido ao desconforto que provoca, o suíno para de revolver o solo. Em alguns casos, têm-se colocado no lugar da argola um arame de cobre número 12, com a mesma finalidade. Outra possibilidade é a introdução de dois pedaços de arame de cobre na parte superior da narina das matrizes. Os sistemas intensivos de criação de suínos ao ar livre, que não vêm adotando esta prática de manejo, têm apresentado uma maior destruição das forragens e da camada superficial do solo. Há necessidade de uma vistoria diária de todas as matrizes e reprodutores, recolocando o destrompe nas que perderam. 1.3 ALIMENTAÇÃO A ração utilizada no SISCAL tem a mesma composição energética e protéica que a do confinamento, e pode ser fornecida na forma farelada ou peletizada. Quando farelada, é fornecida em comedouros que devem ser constantemente deslocados para evitar a formação de lodo ou compactação do solo. Quando na forma de pelets, pode ser fornecida no solo, com a alternância do local do fornecimento.

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Figura 2: Comedouro circular tipo EMBRAPA para leitões na creche

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Observa-se um maior consumo de ração das matrizes do SISCAL, comparado ao confinamento devido ao maior gasto de energia dos animais, provocado pelo deslocamento dos mesmos em toda a área. Por isso, normalmente, recomenda-se para as fêmeas em gestação o fornecimento de 2 kg de ração/dia até os 90 dias de prenhez e após, até o parto, de 2,5 a 3kg/dia de ração com 13% PB e 3.300 Kcal EM/Kg de ração. Na lactação, recomenda-se, fornecer à vontade uma ração com 15% de PB e 3.300 Kcal de EM/Kg de ração. 1.4 MANEJO No SISCAL existem algumas características próprias de manejo, que são essenciais para o bom desempenho do sistema. 1.4.1 MANEJO DA CAMA A cama (palha seca, maravalha, serragem, etc) deve ser suficiente para permitir um ambiente agradável aos leitões e à matriz, com mais ou menos 10 cm de espessura, aumentando esta nos dias mais frios. Ela deve ser colocada na cabana três dias antes do parto, para que a fêmea possa escolher a cabana como local de parto e construir seu ninho. A cama deve ser reposta sempre que necessário. 1.4.2 MANEJO DOS LEITÕES As práticas de uniformização do tamanho e peso das leitegadas e de identificação dos leitões (mossagem, brinco), corte ou esmagamento da cauda e o corte dos dentes, normalmente, são feitos no dia do parto ou no segundo dia após o parto. Em geral, no SISCAL não tem sido adotada a prevenção de anemia ferrropriva dos leitões lactentes. Em experimento realizado na EMBRAPA–CNPSA, no qual os leitões tiveram acesso a terra com altos níveis de ferro oxidado, verificou-se que não há necessidade de aplicar um anti-anêmico no terceiro dia de vida dos leitões. No entanto, deve-se ressaltar que os leitões tiveram acesso a terra com alto nível de ferro oxidado. Com relação a solos arenosos não foram realizados experimentos, desta forma os resultados obtidos junto a EMBRAPA–CNPSA não podem ser generalizados. A castração, normalmente, é realizada entre o quinto e décimo quinto dia de vida do leitão.

1.4.3 MANEJO DAS FÊMEAS As fêmeas, durante a gestação, são mantidas em piquetes coletivos com capacidade de alojamento de 6 a 8 fêmeas. De cinco a dez dias antes do parto, são transferidas para piquetes de maternidade, individuais ou coletivos (2 a 3 fêmeas/piquete de maternidade), para que se adaptem às cabanas e construam seus ninhos. Recomenda-se manter um afastamento superior a 20 m entre as cabanas de maternidade, para facilitar o isolamento durante o parto. Todo deslocamento de animais deve ser o mais tranqüilo possível, utilizando-se tábuas de manejo.

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1.4.4 DESMAME Em geral, o desmame é feito entre os 25 a 35 dias de idade. Para recolher os leitões, algumas práticas são realizadas: 1. As porcas e os leitões devem ser fechados à noite dentro da cabana e, ao amanhecer, a porca deve ser liberada. No momento da alimentação, os leitões são transferidos para os piquetes de recria. 2. Ou então, cerca-se os leitões com a ajuda de um cercado móvel, deslocando-os para o piquete de recria. 1.4.5 RECRIA Após o desmame, os leitões são transferidos para um piquete de creche ou recria. Neste piquete, os leitões recebem ração inicial até 60 a 70 dias (25 a 30 kg), quando então passam para as fases de crescimento e terminação em confinamento. 1.4.6 COBERTURA O criador deve estar bem organizado para permitir que a cobertura seja feita com o máximo de sucesso. Normalmente, utiliza-se um macho para 15 a 20 fêmeas. O lote, de matrizes e leitoas, a ser coberto fica num piquete próximo ao piquete do macho e, quando manifesta o cio, é transferido para o piquete do macho onde se realizam as coberturas. Após a cobrição, retorna para os piquetes de gestação. 1.5 PLANTEL E MONITORAMENTO SANITÁRIO O plantel do SISCAL deverá ser constituído por matrizes cruzadas, também chamadas de híbridas ou F1, acasaladas com machos de raça que não entraram na formação das matrizes, ou machos híbridos. A procedência das futuras matrizes deve ser de granjas livres de doenças – tais como, brucelose, toxoplasmose, leptospirose e doença de Aujeszky – e com bons índices de produtividade. Recomenda-se que sejam coletadas amostras de raspados de pele e de fezes para exames laboratoriais para ecto (sarna, piolho) endoparasitas (vermes), respectivamente, bem como soro sanguíneo para exames sorológicos. Como medida sanitária recomenda-se, ainda que periodicamente, com intervalos de 6 meses, que sejam realizados os mesmos exames. No caso específico do controle de endoparasitos, deve-se adotar um esquema de controle desde o início da implantação do SISCAL, principalmente com o uso de anti-helmíntico na ração, que pode ser fornecido em períodos estratégicos ou continuamente. Os criadores de suínos que utilizam o SISCAL vêm obtendo bons índices de produtividade e resultados econômicos positivos, constituindo-se, portanto, este sistema em uma boa opção para aqueles que queiram ingressar na atividade suinícola, ou para aqueles que queiram aumentar a produção de suínos com menores investimentos. Contudo, novos estudos devem ser conduzidos, a fim de melhor avaliar o sistema, principalmente a relação solo-animal-vegetação. Mas isto não impede que o mesmo não seja utilizado na criação de suínos.

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Figura 4: Vista parcial da cabana de lactação do Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre

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2. SISCAL: DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA O Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL) é adotado por produtores de vários países do mundo. No Brasil, existe um número crescente de produtores de suínos, localizados em sua maioria na região Sul, que estão adotando esse sistema de criação. O sucesso do SISCAL depende, fundamentalmente, de três aspectos: do dimensionamento do sistema, do manejo utilizado e da capacidade gerencial do responsável pela granja. Quando o sistema é planejado adequadamente, torna-se uma boa opção para aqueles suinocultores que querem iniciar a atividade sunícola e não podem fazer grandes investimentos ou, aqueles que já possuem um sistema de produção instalado e pretendem ampliar a produção, ou aqueles que desejam proporcionar melhor bem estar aos animais, com a perspectiva de produzir suínos com menor agressão ao meio ambiente. Antes de implantar um SISCAL, sugere-se que os produtores e os técnicos procurem visitar propriedades que já estejam utilizando esse sistema de produção, para obter informações técnicas sobre os princípios básicos de sua implantação e do manejo utilizado. Essa publicação tem por objetivo fornecer subsídios no planejamento para a implantação de um SISCAL e apresentar um croquis para um sistema com 23 matrizes, para produzir leitões até a fase de creche, utilizando o sistema de manejo em lotes a cada 21 dias, com uma produção de 27 leitões por lote. 2.1 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO Esse sistema de produção de suínos foi planejado para trabalhar com dois cachaços e vinte e três matrizes, distribuídas em sete lotes, sendo 5 lotes de 3 matrizes e dois lotes de 4 matrizes. Os leitões serão desmamados com idade média de 28 dias e alojados em piquetes de creche, onde permanecerão até os 22 kg. Quando se utiliza um cronograma de produção, com 21 dias de intervalo entre lotes, tem-se um lote de matrizes em lactação e um lote entrando ou saindo da maternidade, assim, assume-se que sempre haverá um lote na cobrição, cinco lotes na gestação, um ou dois lotes na maternidade e dois lotes de leitões na creche. Para atender o cronograma de produção, com intervalo de 21 dias entre cada lote, deve-se iniciar a produção pela cobertura de 3 a 4 leitoas, a cada 21 dias. Posteriormente, quem define o cronograma de produção é a data do desmame, que deverá ser feito a cada 21 dias, impreterivelmente, nas quintas feiras. Com esse manejo, embora a idade de desmame tenha sido planejada para os 28 dias, num mesmo lote de desmame haverá leitegadas com idade variando de 22 a 32 dias e a idade média do desmame será de aproximadamente 26 dias. Para que esse sistema funcione com regularidade é imprescindível fixar os desmames a cada 21 dias e prever com antecedência a reposição de matrizes, a fim de se evitar a formação de lotes desproporcionais de porcas que, eventualmente, poderão ter leitegadas com menos de 22 dias da data prevista do desmame. Nesse caso pode-se atrasar o desmame dessa leitegada por mais 4 dias, fazendo-o na segunda-feira ao invés de fazê-lo

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na quinta-feira. Com isso as porcas desmamadas permaneceram no mesmo lote de cobertura. 2.2 PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO 2.2.1 ESCOLHA DA ÁREA O SISCAL não deve ser instalado em terrenos com declividade superior a 20%, dando-se preferência a solos com boa capacidade de drenagem e poucas pedras. 2.2.2 REPOSIÇÃO E DESCARTE A área de reposição de leitoas e descarte de matrizes será ocupada por dois piquetes de 840 m², equipados com dois comedouros e dois sombreadores. 2.2.3 REPRODUTORES Está previsto a utilização de 2 cachaços no sistema de produção de suínos. A área utilizada por cachaço será de 800 m² e cada piquete será dividido em 2 sub-piquetes de 400 m², equipados com dois comedouros, dois sombreadores e duas cabanas. 2.2.4 COBRIÇÃO E GESTAÇÃO A área utilizada para as porcas será de 800 m² animal. Durante a gestação as matrizes serão mantidas em grupos de três fêmeas por piquete e cada piquete será subdividido em 3 sub-piquetes, num total de 6 conjuntos de piquetes, totalizando 18 sub-piquetes, com o objetivo de se fazer a rotação da área ocupada pelas matrizes. Na cobrição e gestação serão utilizados dez comedouros e sete sombreadores. 2.2.5 MATERNIDADE Na maternidade serão utilizados 12 piquetes, porque num dado momento, haverá um grupo de 4 porcas em lactação. Nessa fase serão utilizados 800 m² por porca, subdivididos em dois piquetes de 400 m². A maternidade será equipada com sete cabanas, sete comedouros e sete sombreadores. 2.2.6 CRECHE Serão utilizado 8 piquetes de 700 m² cada. Na fase de creche será utilizado 50m²/ leitão, subdivididos em dois piquetes. Os equipamentos necessários são: quatro comedouros, quatro cabanas e quatro sombreadores. O SISCAL será implantado em uma área de 29.080 m² com 44 piquetes em sistema de uso alternado assim distribuídos: 15 piquetes para gestação; 4 piquetes para os machos, 3 piquetes de cobrição; 12 piquetes para a lactação, dois piquetes para reposição e 8 piquetes para creche.

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2.3 ESTIMATIVA DO MATERIAL NECESSÁRIO PARA A INSTALAÇÃO DA REDE HIDRÁULICA 1 caixa de água de 1000 L 2 flanges de 25 mm 700 m de cano de PVC 25 mm 100 m de cano de PVC 20 mm 50 flexíveis 20 mm 4 registros 25 mm 44 T 25 mm p / 20 mm 4 T 25 mm 2 joelhos 25 mm 45 tampões de 12 50 conexões 12" 55 bóias de 12" 4 tubos de cola 4 veda rosca 44 bebedouros de vaso comunicantes simples ou 21 geminados Santa Rosa. 2.4 ESTIMATIVA DO MATERIAL NECESSÁRIO PARA A INSTALAÇÃO DA CERCA ELÉTRICA 1 aparelho de cerca elétrica com capacidade 20.000 m 2 astes de cobre 2 braçadeiras 4 m de fio 10 mm 4.200 m fio de arame galvanizado 550 m tela tipo malha 5 ou 6 de 0,60m de altura 150 palanques de 0,07 × 0,07 × 1,20 m 480 estacas de 0,05 × 0,05 × 1,20 m 1.000 isoladores grandes de cerca 6 kg de prego 17 × 27

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2.5 CROQUI

Figura 5: Croqui do Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre – SISCAL, para 23 matrizes e dois reprodutores.

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Tabela 1 – Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre – SISCAL – para 23 matrizes

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3. COMPARAÇÃO DOS SISTEMAS INTENSIVOS DE CRIAÇÃO DE SUÍNOS CRIADOS AO AR LIVRE (SISCAL) E CONFINADO (SISCO) O sistema intensivo de criação de suínos ao ar livre (SISCAL) tem sido considerado como uma opção de redução do custo de produção de suínos e uma alternativa viável ao ingresso de novos criadores no mercado, em função do seu baixo custo de implantação quando comparado ao sistema confinado. O uso do SISCAL, na Europa e no Brasil, vem aumentando consideravelmente no últimos anos, pelo bom desempenho técnico-econômico que este sistema vem apresentando. Tendo em vista a necessidade de maiores informações sobre os sistemas alternativos de criação de suínos, a EMBRAPA–CNPSA realizou um estudo com o objetivo de avaliar o desempenho técnico dos sistemas intensivos de criação de suínos ao ar livre e confinado. Foram analisados os dados de 60 leitegadas produzidas no SISCAL e 70 no SISCO, oriundas de 43 matrizes mestiças (LW x LD) acasaladas até a quarta ordem de parto com machos Duroc. Em todos os piquetes do SISCAL foi construído um abrigo rústico de madeira, coberto com folha de palmeira e/ou taquara, para proporcionar sombra aos animais. O terreno dos piquetes possuía uma declividade de 10-15%, com solos predominantemente argilosos. A estrutura era composta de três piquetes de gestação (2.310 m² por piquete) com cabanas para 6-8 matrizes, um piquete de cobrição e um piquete para alojar o reprodutor (686,10 m²). Os piquetes eram cercados com dois fios de arame de 2mm de diâmetro, sendo que o primeira ficava a uma altura de 30 cm do solo e o segundo fio a 60 cm do solo. A maternidade era composta de oito piquetes (643,50 m² cada), individualizados, com cabanas móveis, cercados com quatro fios de arame, sendo que os três primeiros fios ficavam a uma distância de 10 cm um do outro, a partir do solo e o quarto a 60 cm do solo. Os piquetes, no início do experimento, tinham uma densa vegetação anual de verão representada pelo capim “papuã” (Brachiaria plantaginea), que na época de inverno dava lugar a “vica” (Vicia sativa) e “azevém” (Lolium multiflorum). O SISCO possuía uma capacidade de alojamento de 240 matrizes e 12 reprodutores, mantidos em confinamento. Durante a gestação as matrizes do SISCAL e SISCO receberam 2,0 kg de ração/matriz/dia, e na lactação receberam ração à vontade. A água foi fornecida sempre à vontade em bebedouros automáticos. Por ocasião do nascimento, os leitões do SISCAL e SISCO tiveram os seus dentes cortados, foram mossados no dia seguinte e os machos castrados entre o 1º e 15º dia de vida. O desmame dos leitões foi realizado em média aos 35 dias de idade.

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Tabela 2 – Dados de desempenho dos sistemas intensivos de criação de suínos ao ar livre (SISCAL) e confinado (SISCO)

O SISCAL apresentou melhor desempenho em relação ao SISCO, quanto ao número de leitões nascidos vivos e ao desmame, peso médio dos leitões ao nascer e ao desmame e taxa de mortalidade do nascimento ao desmame. Contudo, as matrizes do SISCAL consumiram mais ração durante a lactação e tiveram um maior intervalo desmame-cio e intervalo desmame-cio fértil em relação às matrizes do SISCO. O custo de produção dos leitões (kg) no SISCAL foi 32,95% menor do que no SISCO. Isso se deve, principalmente, ao menor custo de implantação e ao melhor índice técnico do SISCAL. Em conseqüência do uso contínuo dos piquetes, e da baixa resistência da cobertura vegetal ao pisoteio na área destinada às matrizes, observou-se que após 2,5 anos da instalação do SISCAL houve uma destruição das gramíneas, erosão da camada superficial do solo e aumento da compactação do mesmo. Novos estudos deverão ser realizados com o SISCAL, com o objetivo de identificar gramíneas resistentes ao pisoteio dos suínos, adequação da área destinada ás matrizes e da taxa de lotação desses piquetes.

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4. ACOMPANHAMENTO PARASITÁRIO NO SISCAL As ecto e endoparasitoses continuam sendo um problema na produção de suínos em todo o mundo. Em rebanhos mantidos em confinamento, o controle dessas parasitoses tem sido feito através do uso de medicamentos. O Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL) é caracterizado por manter os suínos em piquetes com boa cobertura vegetal, nas fases de reprodução, maternidade e creche, cercados com fios e/ou telas de arame eletrificado – através de eletrificadores de corrente alternada. As fases de crescimento e terminação (25 ao 100 kg de peso vivo) são realizadas no sistema confinado. No SISCAL, o suíno é colocado novamente em contato com a natureza e suas múltiplas formas de interrelações, inclusive o parasitismo. Um manejo alimentar correto associado à diminuição do estresse, pode reduzir a probabilidade da doença, porém a criação em piquetes contaminados pode possibilitar a infestação imediata, tornando transitório o efeito dos anti-helmínticos. Assim, o monitoramento parasitológico do plantel pode se constituir em uma estratégia a ser adotada para o controle dos parasitas. O presente trabalho visou acompanhar a evolução das parasitoses em criações de SISCAL. 4.1 ESTUDO REALIZADO Esse estudo foi realizado em três anos consecutivos (1997 a 1999), envolvendo um total de 13 rebanhos localizados nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Foram acompanhados 11 rebanhos em 1997, 12 em 1998 e 13 em 1999. No mínimo, 10% dos reprodutores de cada rebanho foram amostrados anualmente com coleta de fezes, raspados de pele e avaliação clínica individual para ocorrência de ectoparasitas. Clinicamente não é possível avaliar a situação com relação à endoparasitas de forma geral. Os exames coprológicos e dos raspados de pele foram realizados no Laboratório de Sanidade da Embrapa Suínos e Aves, através da técnica de Willis-Mollay. Embora os produtores informassem que faziam o controle químico dos parasitas via ração, não havia um programa padrão estabelecido em cada rebanho estudado. 4.2 RESULTADOS E COMENTÁRIOS O percentual de animais com endoparasitos e ectoparasitos, nos três anos estudados são apresentados na Tabela 1. A freqüência de rebanhos positivos para ectoparasitos foi de 18,20% em 97, 25% em 98 e 23,07% em 99. Em dois sistemas foram identificados a presença de ectoparasitos dos gêneros Haematopinus (piolho), Sarcoptes (sarna) e um SISCAL apresentou a Tunga (bicho de pé) e Cochliomyia. Houve uma redução progressiva no percentual de animais positivos para ectoparasitas de 7,09% em 1997, para 1,78% em 1999. Entre as granjas acompanhadas em 97 e 98, uma delas mostrava-se mais problemática em relação a ectoparasitos. Foi observada a presença de piolho nesses dois anos e em 99. O mesmo SISCAL possuía 8 matrizes, todas apresentando problemas de tungíase (bicho de pé), tanto no aparelho mamário, quanto na coroa dos cascos, provocando grande dificuldade para a locomoção. Esse SISCAL apresentava sérios problemas de manejo das instalações (cabana e da cobertura do solo). Dos 13 sistemas acompanhados em 1999, dois apresentaram animais com miíases por C. hominivorax e quatro, além desse tipo de miíases, ainda apresentavam animais com miíases nodulares por Dermatobia hominis(bernes).

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Com relação ao rebanho, a ocorrência de endoparasitas foi maior, variando de 78,26% em 1997 até 65,77% em 1999. Os endoparasitos identificados foram: Protozoários dos gêneros Eimeria, Balantidium e Isospora; e Helmintos dos gêneros: Oesophagostomum, Strongyloides, Ascaris e Trichuris. Dos sistemas acompanhados, 100% foram positivos para os Protozoários dos gêneros Eimeria sp., Balantidium; e 38,5% (5) dos sistemas foram positivos para Helmintos dos gêneros: Oesophagostomum, Strongyloides, Ascaris e Trichuris. Entre os protozoários identificados, somente o Isospora sp apresenta importância patogênica comprovada para os leitões jovens e somente um animal foi positivo. Entre os helmintos, aqueles do gênero Strongyloides foram os mais freqüentes e com um aumento do número de animais de rebanhos positivos no período de 1997–1999.

4.3 CONCLUSÃO No SISCAL, a ocorrência das parasitoses pode ser alta por aproximar os parasitos dos seus hospedeiros. Assim, maiores cuidados são necessários para o controle, principalmente nos plantéis com diagnóstico positivo de parasitoses, para evitar a excessiva contaminação dos piquetes. 5. BEBEDOURO DE VASO COMUNICANTE - SANTA ROSA A água é uma das substâncias fundamentais na produção de suínos e essa deve ser de boa qualidade e em quantidade. Ela atua no ajuste da temperatura corporal, manutenção na homeostase mineral, excreção de produtos da digestão, substâncias anti-nutricionais ingeridas com as dietas, drogas e seus resíduos, satisfação da saciedade dos animais. O modelo do bebedouro a ser usado no sistema de produção é fundamental para o desempenho dos suínos, pois pode influenciar no consumo de água dos suínos, no alimento e no volume de dejetos produzidos. No Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL), normalmente tem-se utilizado bebedouros de vaso comunicante. Nesse sistema de criação de suínos o dimensionamento do sistema hidráulico pode comprometer o desempenho dos suínos, face às suas características de manter os animais em piquetes e expostos ao sol, às altas temperaturas durante o verão. No sistema de fornecimento de água deve ser incluído um reservatório d´agua, num ponto mais alto do terreno, com capacidade para fornecer água por um período de 2 a 3 dias. Deve ficar protegido da ação dos raios solares. A rede hidráulica deve ser enterrada a 0.35 m de profundidade para evitar danos aos canos e manter a temperatura da água sem alterações. Nesse sistema de criação sugere-se utilizar bebedouro do tipo vasos comunicantes com bóia, construído em concreto, com uma relação de 1 bebedouro para 7 matrizes e de 1 bebedouro para 10 leitões na creche. Os bebedouros devem ser limpos sempre que necessário. Aqueles que não estão sendo usados devem ser desligados do sistema de fornecimento de água, impedindo assim o desperdício. O objetivo deste documento é o de sugerir o uso desse tipo de bebedouro, para os suínos criados no SISCAL.

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5.1 LOCALIZAÇÃO DOS BEBEDOUROS Os bebedouros devem ser instalados na parte mais baixa dos piquetes. Em frente aos bebedouros, os fios da cerca deverão ser isolados, revestindo-os com uma mangueira plástica, evitando assim que as matrizes suínas recebam choque elétrico ao beber água. 5.2 INSTALAÇÃO DOS BEBEDOUROS Os bebedouros devem ser confeccionados no local de sua instalação, de forma a fornecer água para dois piquetes. A base possui uma dimensão de 0,8 m × 1.10 m × 0,08 m (comprimento × largura × altura), chanfrado nos cantos (Figura 6 A). Essa base deverá ficar levemente desnivelada, sendo que a parte mais inferior fique para fora do piquete, evitando que o desperdício de água escorra para dentro dos piquetes. O depósito de água e o nicho bebedouro, propriamente dito são confeccionados em tijolos maciços e rebocados. O depósito de água tem uma altura de 0,10 m (Figura 6 B) e os bebedouros tem um diâmetro interno de 0,18 m (Figura 6 A). Entre o depósito da água e o bebedouro, na base do bebedouro é colocado um segmento de cano de 1/2" (Figura 6 B - detalhe B) e no fundo do depósito de água do bebedouro são fixados duas luvas de 1/2" (Figura 6 C), sendo uma para a limpeza dos bebedouros (detalhe C) e a outra para a entrada da água (detalhe A).

O depósito de água deverá ficar nivelado. Ao redor dos bebedouros deve ser confeccionada, uma proteção frontal (calha), com três centímetros de altura, assim como um declive entre os bebedouros e a calha frontal, evitando o acúmulo de água entre eles

6. BRETE DE MANEJO E CARREGADOURO MÓVEL DE SUÍNOS O Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL) é caracterizado por manter os suínos nas fases de gestação, maternidade e creche em piquetes com boa cobertura vegetal, resistente ao pisoteio dos suínos e pela utilização de equipamentos de baixo custo de implantação. Os equipamentos utilizados junto ao SISCAL, devem ser móveis, leves, resistentes e funcionais. Face as características desse sistema, algumas práticas de manejo podem apresentar maior grau de dificuldade, devido a necessidade de contenção dos animais, tais como: destrompe, aplicação de medicamentos injetáveis, desmame dos leitões e carregamento dos animais. A Embrapa Suínos e Aves nos últimos anos, vem acompanhando o desenvolvimento do SISCAL em algumas regiões, e observou que esses sistemas não possuem estruturas apropriadas para a realização de algumas práticas de manejo, podendo até comprometer o desempenho produtivo dos animais. Esse documento tem por objetivo sugerir o uso do brete de contenção e o carregador móvel de suínos, facilitando assim algumas práticas de manejo dos animais no SISCAL. O brete de manejo tem uma dimensão de 3 x 4 metros, com estrutura de madeira (Figura 7).

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6.1 MATERIAL NECESSÁRIO PARA A MONTAGEM DO BRETE DE MANEJO Tabela 4 – Totalização de materiais para montagem do Brete de manejo

O carregador móvel é construído com uma estrutura metálica (Figura 8) 6.2 MATERIAL NECESSÁRIO PARA MONTAGEM DO CARREGADOR MÓVEL Tabela 5 – Totalização de materiais para montagem do carregador móvel

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Figura 7 – Esquema de montagem do brete de manejo. Cota em metros.

Figura 8 – Esquema de montagem do carregadouro. Cota em metros.

7. CABANAS DE MATERNIDADE Os índices de produtividade dos sistemas de produção de suínos são determinados pela interação dos seguintes fatores: homem, genética, nutrição, manejo, contaminantes, edificações e equipamentos utilizados. O Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL) é caracterizado por manter os suínos, nas fases de gestação, maternidade e creche, em piquetes com boa cobertura vegetal, resistente ao pisoteio dos suínos e com utilização de equipamentos de baixo custo. Nos últimos 15 anos a Embrapa Suínos e Aves vem trabalhando no sentido de apresentar aos suinocultores novas opções de sistemas de produção de suínos, com um menor custo de implantação. Nesse sentido desenvolveu-se o SISCAL.

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Os equipamentos a serem utilizados junto ao SISCAL, devem ser móveis, leves, resistentes e funcionais. No Brasil, o uso de cabanas para as matrizes durante a gestação podem ser dispensadas, em função das condições climáticas, desde que os piquetes tenham sombreadores naturais ou artificiais. Porém, na maternidade a cabana é fundamental, pois serve de alojamento e abrigo para a matriz e os leitões, por ocasião do parto e fornece aos leitões recém-nascidos um melhor conforto térmico. Atualmente vários modelos de cabanas já foram estudados, tais como: tipo cela parideira, chalé, iglu e galpão. A Embrapa Suínos e Aves está recomendando, hoje, o uso de duas novas cabanas para a maternidade: a tipo cela parideira coberta com lona plastificada (Figura 9) e a Cela Parideira tipo Chalé (Figura 12). A cabana da maternidade é individual e abriga uma fêmea com sua respectiva leitegada. A cabana cela parideira é uma cabana de madeira, coberta com lona plastificada, colocada sob uma camada de capim e uma esteira de bambu que serve de suporte. Possui abertura nas extremidades opostas e um assoalho móvel. Tem dimensões de 2,20 m × 1,60 m × 1,10 m (comprimento × largura × altura). No seu interior existe uma proteção contra esmagamento de leitões, composta por 4 canos galvanizados, sendo que o primeiro cano deve estar a uma altura de 0,30 m do assoalho e o segundo situado a 0,30 m do primeiro. A cabana tipo chalé tem dimensões de 2,20 m × 1,80 m × 1,27 m (comprimento × largura × altura). Possui duas aberturas nas extremidades opostas e 4 tábuas que servem de proteção contra o esmagamento dos leitões. A primeira, a 25 cm do chão e a outra distanciada 10 cm da 1ª. Suas principais vantagens são: um custo menor e mais leves. Na parte interna das cabanas deve ser colocado uma camada de 0,10 m de palha ou capim seco para que a fêmea possa fazer o seu ninho. É importante repor a cama sempre que necessário. Durante o inverno deve ser colocado uma cortina de lona viniagro PVC com estrutura de poliester na frente das portas, impedindo a corrente de ar em seu interior. As entradas da cabana devem ficar posicionadas de forma que fiquem protegidas dos ventos frios predominantes na região. As cabanas de maternidade devem possuir assoalho e esse não deve ser fixado na cabana. Nos três primeiros dias de vida os leitões não devem sair de dentro da cabana. Assim sugere-se o uso dos solários para os leitões, onde eles terão melhor conforto térmico. A cada saída de lote, as cabanas devem ser higienizadas erguendo-as após, de modo que fiquem expostas a ação dos raios solares. A cabana cela parideira é construída em 8 etapas, assim descritas: 7.1.1 Estrado (removível) O estrado removível é confeccionado pela justa posição de 5 (cinco) tábuas – sendo 4 (quatro) com dimensões de 0,30 m × 1,98 m e 1 (uma) de 0,18 m × 1,98 m. Esse tablado fica assentado (pregado) sobre 3 (três) caibros de 0,08 m × 0,08 m × 1,38 m (Figura 9A). 7.1.2 Estrutura da Cabana com Cantoneiras de Contraventamento Moldura constituída por 2 (dois) caibros de 0,10 m×0,10 m × 2,20 m e por outros 2 (dois) caibros de 0,10 m × 0,10 m × 1,60 m. A moldura deve adquirir a forma retangular e com dimensões externas de 2,20 m × 1,60 m (comprimento×largura). O contraventamento dessa estrutura é proporcionado pela fixação de cantoneiras de madeira, nos quatro cantos - lado =0,25 m (Figura 9B).

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7.1.3 Cabeceiras e Escoras O fechamento das duas cabeceiras se dá pela utilização de: 4 (quatro) tábuas de 0,30 m com 0,75 m no lado menor e 0,92 m no lado maior; 2 (duas) tábuas de 0,30 m com 0,92 m no lado menor e 1,09 m no lado maior; 2 (duas) tábuas de 0,20 m com 0,92 m no lado menor e 1,03 m no lado maior. Essas cabeceiras, posteriormente serão escoradas por 4 (quatro) caibros 0,08 m × 0,08 m× 0,55 m (Figura 9C). 7.1.4 Laterais e Canos de Proteção aos Leitões A lateral, que possui fechamento fixo, é confeccionada pela sobreposição de 2 (duas) tábuas de 0,30 m × 2,24 m e 1 (uma) de 0,15 m × 2,24 m, fixadas às cabeceiras e à estrutura da cabana. Na lateral oposta é utilizada somente de 1 (uma) guia de 0,15 m × 2,20 m, fixada no vértice superior externo das cabeceiras. A proteção aos leitões recém nascidos (neonatos) se dá pela fixação de 4 (quatro) canos de 3/4" com 2,24 m, afastados entre si em 0,30 m, bem como 0,30 m entre o piso do estrado e o primeiro cano. A fixação dos canos é obtida ao vazar (furar) as tábuas junto às entradas da cabana, nas alturas acima descritas. Para que os canos não saiam das posições, dota-se esses de contra-pinos internos (Figura 9D) 7.1.5 Cobertura: estrutura de madeiramento A estrutura da cobertura é feita através da utilização de: 4 (quatro) ripas de 0,06 m × 0,92 m, nas cabeceiras; 3 (três) ripas de 0,06 m × 2,20 m, nas laterais e cumeeira; 6 (seis) ripas de 0,04 m × 0,88 m, nas travessas e 8 (oito) ripas de 0,04 m × 0,53 m nas entre-travessas. A tesoura de duas águas possui vão de 1,60 m e o ponto central da cumeeira está a 0,45 m (Figura 9C). 7.1.6 Cobertura: telado sobre madeiramento e palhada sobre telado Uma tela do tipo malha número 6, com dimensões de 1,90 m × 2,30 m é sobreposta e fixada à estrutura de madeiramento. Sobre a tela, acrescenta-se uma camada de 0,05 m de cobertura vegetal seca (palhada – capim) (Figura 9F). 7.1.7 Recobrimento com Lona Plástica Sobre a camada de palhada é colocada uma lona plástica, com dimensões de 3,00 m × 2,50 m, que é fixada por ripas de 0,03 m × 0,015 m. Oportunamente (em períodos quentes), a lateral que é protegida somente por lona plástica, terá o recurso de ser móvel (recolhendo-se), proporcionando ventilação no interior da cabana. 7.1.8 Solário para Leitões recém nascidos Para permitir que os leitões recém-nascidos tenham acesso ao meio externo da cabana, sem no entanto dispersarem-se, até o terceiro dia após o parto usa-se em ambas as aberturas um cercado em guias de madeira com altura de 0,15 m × 1,00 m de lado. Ao

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dotar-se essas guias com dobradiças, proporciona a formação natural e firme dos cantos, bem como praticidade na operação de montagem e desmontagem (Figura 10C e D). As cabana de maternidade cela parideira do tipo chalé são construídas em 6 etapas assim descritas: 7.2.1 Base A base da cabana é constituída por moldura formada por quatro tábuas, sendo duas tábuas laterais de 2,20 m × 0,25 m × 1" e por outras duas tábuas na cabeceira de 1,80 m × 0,15 m. As tábuas laterais são perfuradas em quatro pontos eqüidistantes para proporcionar a posterior fixação da lona de cobertura (Figura 12A). 7.2.2 Cabeceiras As cabeceiras da cabana são fechadas através de 12 tábuas com as seguintes dimensões: 4 tábuas de 0,20 m com o lado menor de 0,25 m e o lado maior de 0,42 m; 4 tábuas de 0,20 m com o lado menor de 0,42 m e o lado maior de 0,62 m; 4 tábuas de 0,20 m com o lado menor de 0,62 m e o lado maior de 0,85 m (Figura 12B) e conforme detalhe (Figura 13G). 7.2.3 Linhas de Inclinação da Cobertura e Linhas de Proteção aos Leitões As linhas de inclinação da cobertura são formados por quatro ripas de 1,30 m × 0,10 m × 1", fixadas nas tábuas das cabeceiras (Figura 12C). As barras de proteção aos leitões se constituem na fixação de duas tábuas de 2,20 m × 0,20 m × 1" a 0,25 m do chão e outras duas tábuas de 2,20 m × 0,10 m × 1". A distância entre as tábuas é de 0,10 m. A fixação das linhas de proteção aos leitões é proporcionada por uma escora de 0,45 m × 0,05 m × 0,025 m, pregado, interiormente à parede de cabeceira, no limiar (0,025 m) da abertura (Figura 12C). 7.2.4 Terças de Cobertura e Cumeeira Três guias de 2,25 m × 0,05 m × 0,025 m são pregadas sobre e entre as cabeceiras da cabana (Figura 12D) 7.2.5 Cobertura – Esteira Uma esteira de taquara de dimensões 2,30 m × 2,65 m é fixada sobre as guias que são fixadas nas cabeceiras (Figura 12E). 7.2.6 Cobertura – Palha Sobre a esteira de taquara acrescenta-se uma camada de 0,08 m de cobertura vegetal seca (palha - capim). 7.2.7 Cobertura – Lona Plástica Sobre a camada de palha, é colocada uma lona de aviário de dimensões de 3,00 m × 2,50 m. A fixação é feita em duas barras de ferro de construção 12 " de 2,25 m, que em ambas as laterais da cabana/lona é tencionada e que ao ser introduzida na bainha soldada na extremidade da lona é fixada junto as tábuas laterais da base (Figura 12F).

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Tabela 6 – Material necessário para montagem da cabana cela parideira.

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Tabela 7 – Material necessário para montagem da cabana cela parideira – tipo chalé

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Figura 9 – Cabana cela parideira: a) Estrado Independente (removível); b) Estrutura da cabana com cantoneiras de contraventamento; c) Cabeceiras e escoras; d) Laterais e canos de proteção aos leitões; e) Cobertura: estrutura de madeiramento; f) Cobertura: telhado sobre madeiramento e palhada sobre telado.

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Figura 10 – Cabana cela parideira: a) Cabana recoberta com lona vista fronto-esquerda; b) Cabana recoberta com lona vista fronto-direita; c) Solário para leitões recém-nascidos; d) Detalhe do solário articulável (com dobradiças).

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Figura 11 – Cortes: a) Planta baixa; b) Corte longitudinal; c) Corte transversal; d) Fachada lateral; e) Fachada frontal.

Figura 12 – Cabana de maternidade – Tipo Chalé: a) Base; b) Cabeceira; c) Inclinação da cobertura e proteção aos leitões; d) Terças e cumeeiras; e) Cobertura – Esteira; f) Cobertura – Palhada sob cortina de aviário.

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Figura 13 – Cabana de maternidade – Tipo Chalé: a) Planta baixa; b) Corte longitudinal; c) Corte transversal; d) Vista lateral – sem cobertura; e) Vista frontal; f) Vista lateral – com cobertura da esteira; g) Detalhe g; h) Esteira de taquara.

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8. EFEITO DO CONTATO COM O CACHAÇO E DO ACESSO A PIQUETE NA INDUÇÃO DO ESTRO EM LEITOAS PRÉ-PÚBERES. Na moderna criação de suínos, com programação de grupos de parição, é importante dispor-se de fêmeas cíclicas ou cobertas, em número suficiente para substituir nos grupos aquelas que foram descartadas da reprodução. De uma maneira geral, recomenda-se a cobertura de fêmeas de reposição até os oito meses de idade, ocorrendo desta forma o primeiro parto antes de completarem o primeiro ano de vida. Por outro lado, isto significa que a primeira cobertura deve ser realizada o mais cedo possível, após atingida a maternidade sexual. A puberdade ou o primeiro cio aparece na leitoa em média aos 200 a 210 dias de idade, mas pode ser influenciada por fatores como raça, cruzamento, manejo, meio-ambiente e tipo de alojamento. Diferentes práticas de manejo podem ser adotadas para diminuir a idade ao primeiro cio. Troca de baia, mistura de lotes, transporte e manejo com o macho são recomendados para estimular a manifestação precoce da puberdade. Entretanto, melhores resultados são obtidos através do contato das leitoas com um macho adulto que, de estimular as fêmeas para entrarem em cio, é peça fundamental para a realização do diagnóstico do cio. O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito DOD manejo com o macho em animais confinados e com acesso a piquete na indução do estro em leitoas pré-púberes. 8.1 METODOLOGIA Foram utilizadas 76 leitoas cruzadas Landrace - Large White pertencentes a uma granja com manejo em confinamento, e distribuídas aleatoriamente em quatro tratamentos: Tratamento 1 – 20 leitoas confinadas com contato com macho; Tratamento 2 – 20 leitoas confinadas sem contato com macho; Tratamento 3 – 19 leitoas com acesso a piquete durante o dia e com contato com macho; Tratamento 4 – 17 leitoas com acesso a piquete durante o dia e sem contato com macho. As leitoas foram transferidas para o local do experimento com a idade média de 149 dias, e ficaram alojadas em baias com capacidade para 20 animais. Um dia após a transferência dos animais teve início o experimento. As leitoas dos tratamentos 1 e 2 ficaram confinadas durante todo o período experimental, enquanto que as dos tratamentos 3 e 4, tiveram acesso a piquete gramado durante o dia. Nos tratamentos 1 e 3, um macho adulto, com mais de 10 meses de idade, foi introduzido na baia das fêmeas duas vezes ao dia (pela manhã e a tarde), pelo período de 20 a 30 minutos cada vez, sempre controlado rigorosamente por uma pessoa. Três machos adultos foram utilizados para a realização deste manejo tendo ocorrido o rodízio entre estes a cada dois dias. As fêmeas dos tratamentos 2 e 4 não tiveram contato com o macho durante o período experimental. O diagnóstico do cio nestes tratamentos foi realizado diariamente, pela mesma pessoa encarregada de manejar os cachaços, somente pela observação dos sintomas externos e pelo comportamento das leitoas. As observações foram realizadas durante 44 dias, com uma avaliação parcial aos 20 dias após o início do experimento.

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8.2 RESULTADOS E COMENTÁRIOS Os resultados são apresentados na Tabela 1.

Tabela 8 – Efeito do manejo com o cachaço em leitoas pré-púberes confinadas ou com acesso a piquete na indução da puberdade.

A percentagem de ocorrência de cio até 20 e até 44 dias após o início do experimento foi melhor nos tratamentos 1 e 3, nos quais as leitoas foram submetidas ao manejo com o macho. Entretanto, no Tratamento 3, mais de 50% das leitoas manifestaram cio até 20 dias, o que pode ser interpretado como uma pronta resposta ao estímulo do macho associado ao acesso ao piquete. Pode-se observar também que, no período de 44 dias, uma percentagem razoável de leitoas do Tratamento 4 apresentou cio, o que pode significar que o acesso a piquete pode ter compensado a falta do “efeito ou estímulo macho”. Chama a atenção que nenhuma leitoa confinada e sem contato com o macho (Tratamento 2) manifestou cio durante o período de observação. As fêmeas do Tratamento 3 apresentaram uma resposta mais rápida para o aparecimento do primeiro cio após o início do experimento (18,62 dias), comparado aos tratamentos 1 (22,69 dias) e 4 (22,14 dias), enquanto no Tratamento 2 este período foi superior a 44 dias. O passeio de um macho adulto com mais de 10 meses de idade, entre as leitoas pré-púberes promove o chamado “efeito do cachaço”, que é uma combinação de estímulos provenientes do contato físico, auditivo, visual e olfativo, capaz de antecipar o primeiro cio nesta categoria de fêmeas. A presença do macho na baia das fêmeas, além de estimular a entrada em cio, possibilita a sua detecção, ou seja, desencadeia o “reflexo de tolerância” das fêmeas. Este manejo deve ser realizado durante um período mínimo de seis semanas ou, de preferência durante o período em que as leitoas permanecem na granja, sempre observando, com rigor, a recomendação de passar o macho na baia das fêmeas duas vezes ao dia. As fêmeas que tiveram a puberdade induzida através do manejo com o macho podem ser cobertas no segundo cio. Neste experimento, o efeito do estímulo do cachaço em fêmeas confinadas (Tratamento 1) promoveu um adiantamento da puberdade de, no mínimo, três semanas comparado ás fêmeas somente confinadas (Tratamento 2); em fêmeas com acesso a piquete e manejo com o macho (Tratamento 3) um maior número de leitoas manifestou cio uma fase inicial (20 dias), promovendo uma redução no intervalo início do experimento e aparecimento do primeiro cio, quando comparado às leitoas somente com acesso a piquete (Tratamento 4).

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8.3 CONCLUSÃO Em leitoas pré-púberes confinadas, o manejo com o cachaço promoveu uma maior taxa de ocorrência de cio e reduziu significativamente o número de dias para ocorrência do estro, após o início do tratamento. Leitoas com acesso a piquete e contato com o cachaço dependeram menor número de dias para início de puberdade, comparativamente às fêmeas confinadas, submetidas ao contato com cachaço. 9. AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA NO SISCAL O consumo de água em sistemas de produção de suínos é influenciado por diversos fatores tais como a temperatura ambiental, qualidade e quantidade de alimento oferecido, categoria animal, sistema de fornecimento e, ainda, características químicas e microbiológicas da própria água. Sabe-se que a ingestão voluntária de água, muitas vezes, não é suficiente para maximizar a performance do animal, tornando-se necessários cuidados que incentivem e facilitem o consumo. A pressuposição de que a simples instalação de bebedouros automáticos possa, por si só, suprir as necessidade dos animais não é totalmente verdadeira. Um dos fatores responsáveis pelos problemas de desperdício, ou restrição de água dos sistemas implantados, decorre, basicamente, de erros no dimensionamento dos sistemas hidráulicos, no tipo, número e localização dos bebedouros. No Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL) esse problema adquire uma dimensão maior, face ao nível mais elevado de exposição dos animais, tubulações e equipamentos e às condições climáticas, quando comparados com os sistemas convencionais. Esses aspectos, aliados à carência de informações sobre o consumo de água no SISCAL, se constituem em agravante que dificulta o dimensionamento do sistema hidráulico. No SISCAL estima-se uma necessidade de 25 litros de água por matriz instalada, correspondente ao volume diário necessário para suprir as necessidades nesse tipo de sistema, mas questões relativas à consumo e fornecimento para cada categoria animal continuam merecendo maior atenção, em qualquer sistema de produção de suínos. O objetivo deste trabalho é oferecer informações para o dimensionamento do sistema hidráulico para o SISCAL. 9.1 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no SISCAL da Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia, SC, no período de maio de 1995 a novembro de 1998. Esse SISCAL era composto por 38 matrizes e 1 cachaço. Durante o período de avaliação, as matrizes em gestação foram mantidas em dois piquetes coletivos (4.500 m²) com capacidade para alojar 5 matrizes e em dois piquetes de uso rotativo (4.500 m²), subdivididos em 6 sub-piquetes cada. As matrizes em lactação, e suas respectivas leitegadas, foram mantidas em 5 piquetes individuais de 900 m² de uso contínuo e em 5 piquetes de 900 m² de uso rotativo, subdivididos em 2 sub-piquetes. Os leitões da creche foram mantidos em piquetes coletivos de 1.000 m², sendo 4 de uso contínuo e 3 de uso rotativo, com capacidade para alojar 20 leitões cada. As matrizes em gestação receberam em média 2,0 kg de ração por dia em uma única refeição, enquanto as em lactação tiveram ração à vontade e os leitões lactentes não

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receberam ração pré-inicial, porém tiveram acesso à ração da matriz. Na creche, os leitões receberam 3 tipos de ração: pré-inicial, pré-inicial II e inicial. Em todas as fase de produção os suínos tiveram livre acesso ao bebedouro do tipo vaso comunicante com bóia. Os leitões foram desmamados, em média, com 27,4 dias de vida e transferidos para os piquetes de creche coletivos, onde ficaram, em média, até os 70 dias de vida. O sistema de fornecimento de água foi feito, mantendo-se uma caixa d’água de 1000 L como reservatório, num ponto mais alto do terreno, para cada fase da produção. Junto às saídas da caixa d’água instalou-se hidrômetros onde, diariamente, foi medido o consumo de água. A rede principal era de 32mm, a secundária de 25mm e a entrada junto ao bebedouro de 20mm, enterrados no solo a uma profundidade de ±35 cm. O sistema hidráulico tinha uma coluna de água média de 7 metros. A vazão média dos bebedouros era de 4,5 litros por minuto sendo limpos sempre que necessário. Com o uso do sistema de rotação dos piquetes, os bebedouros que não estavam sendo usados foram desligados do sistema de fornecimento de água, impedindo-se, assim, o desperdício. Os dias em que foi constatado vazamento na rede hidráulica não foram considerados na análise dos dados. A ração de gestação tinha, em média, 0,41% de cloreto de sódio e 0,19% de sódio; a ração de lactação tinha, em média, 0,44% de cloreto de sódio e 0,20% de sódio; os leitões na fase de creche, receberam ração que continha em média 0,27% de cloreto de sódio e 0,19% de sódio. A temperatura média no verão foi de 22,10 °C e no inverno de 16,04 °C. As médias das máximas e mínimas no verão foram de 27,05 °C e 20,81°C, e no inverno de 18,52 °C e 13,60 °C, respectivamente. A precipitação pluviométrica foi semelhante nas duas estações, verão 173,13 mm e inverno 173,07 mm por mês. Os dados do consumo diário de água foram analisados pelo programa SAS (1996), considerando apenas o efeito estação do ano. 9.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados referentes ao consumo de água para as diferentes fases de produção estão na Tabela 9. A estação do ano não influenciou o consumo de água das matrizes em gestação, sendo que o consumo médio diário de água dessas matrizes foi de 11,36 litros/dia (±9,26). A estação do ano influenciou significativamente o consumo de água das matrizes de lactação e dos leitões na fase de creche. As matrizes em lactação consumiram mais água no verão 21,78 litros/dia (±13,23) em relação ao inverno, 20,20 litros/dia (±12,01). O mesmo aconteceu com os leitões da creche que, no verão, consumiram em média 3,15 litros/dia (±3,02) e no inverno 1,63 litros/dia (±1,99). O consumo de água das matrizes em gestação, lactação e dos leitões na creche, mantidos no sistema SISCAL, estão dentro dos valores observados para os suínos mantidos no sistema confinado. Os altos valores dos desvios–padrão observados neste estudo podem ser atribuídos ao fato de que, nesse sistema, foram instalados curvas de nível que, com o decorrer do tempo, proporcionaram acúmulo de água, fazendo com que os animais, provavelmente, reduzissem o acesso aos bebedouros nos dias de chuva.

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9.3 CONCLUSÃO O consumo diário individual médio de água para os suínos alojados no SISCAL foi de 10,36; 20,90 e 2,31 litros/dias para as porcas em gestação, lactação e leitões em fase de creche, respectivamente. Esses valores estão dentro da faixa de consumo de suínos mantidos no sistema confinado. 10. COMEDOURO DE CRECHE A fase de creche é um período crítico ao leitão, devido ao estresse a que ele é submetido (perda da mãe, mistura de lotes, estabelecimento de dominância do grupo, mudança de alimentação líquida para sólida, troca de ambiente, dificuldade de adaptação aos bebedouros e comedouros, troca de dieta), podendo assim provocar queda na imunidade e redução do consumo de ração, favorecendo as manifestações de doenças e reduzindo a taxa de crescimento dos mesmos. O uso de equipamentos apropriados no Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL), é fundamental para bom desempenho dos leitões mantidos nesse sistema. Para evitar uma maior degradação das pastagens junto aos comedouros, esses devem ser trocados de local periodicamente. Em períodos de muita chuva não se deve colocar grandes quantidades de ração junto aos comedouros e, diariamente, o tratador deve observar se não há ração estragada dentro dos comedouros ou se está ocorrendo algum tipo de desperdício de ração. O comedouro de creche deve estar em local seco e de fácil acesso aos leitões, próximo a cabana, e ao bebedouro e na sombra. Para a fase de creche, os comedouros normalmente são de madeira, cobertos com folha galvanizada e possuem 10 bocas. O espaço utilizado por boca corresponde a 0,13 m de comprimento, 0,20 m de largura e 0,15 m de profundidade. O fornecimento de ração deve ser à vontade e com capacidade para 70 kg de ração. O objetivo desse documento é sugerir o uso desse tipo de equipamento para os leitões criados no SISCAL. O comedouro de creche é confeccionado em doze etapas: 10.1.1 Base do Comedouro Base confeccionada pela justaposição de 5 (cinco) tábuas de 0,20 m × 1 m, proporcionando um tablado com dimensões de 1 m × 1 m. O fundo de comedouro é fixado sobre 3 (três) caibros de 0,05 m x 0,05 m × 1 m, sendo um em cada extremidade e outro sobre o meio (Figura 14A).

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10.1.2 Direcionador de Ração Consiste em fixar duas tábuas com dimensões de 0,15 m × 1 m, dando a forma triangular, sendo que a base do triângulo também é de 0,15 m, fixada ao centro da base do comedouro, no sentido longitudinal (Figura 14A). 10.1.3 Laterais do Comedouro Consiste de 4 (quatro) peças, com dimensões conforme Figura 14 detalhe (d), fixadas nas laterais da base do comedouro. 10.1.4 Anteparo do Comedouro Cada face do cocho, fixada sobre o fundo do comedouro em suas extremidades e entre as laterais do cocho é dotada de uma peça com dimensões de 0,08 m × 0,96 m. A inclinação irá acompanhar a da lateral, ou seja, 60°. 10.1.5 Limiar do Comedouro Cada face do comedouro, fixada sobre os anteparos do cocho, e às laterais do cocho, é dotada de uma peça de 0,03 m × 0,05 m × 1 m (largura × altura × comprimento). 10.1.6 Laterais do Depósito de Ração Consiste de (2) duas peças com dimensões de 0,30 m × 0,65 m, sendo uma para cada lateral do cocho, fixada lateralmente à base do comedouro e central à esta. 10.1.7 Depósito de Ração Com a finalidade de depositar e distribuir continuamente a ração. Para cada face do depósito é necessário duas tábuas de 0,30 m × 1 m e outras duas tábuas de 0,10 m × 1 m, fixadas nas laterais do depósito de ração, sendo que devem ficar inclinadas em direção ao direcionador de ração, formando um funil proporcionado pelas duas faces do depósito (Figura 14C). 10.1.8 Colunas de Sustentação da Cobertura Consiste em fixar uma peça de 0,10 m × 1,10 m em cada lateral do comedouro, sobre as laterais do depósito de ração. 10.1.9 Laterais da cobertura Fixadas internamente às colunas de sustentação, consistem em peças triangulares com base de 1 m e com altura de 0,30 m. 10.1.10 Estrutura da Cobertura Consiste de 3 (três) sarrafos de 0,04 m × 0,04m × 0,98 m (altura × largura × comprimento), fixados entre as laterais da cobertura, sendo um no vértice superior (cumeeira) e os outros dois nos vértices inferiores.

10.1.11 Cobertura Consiste de 1 (uma) chapa galvanizada com dimensões de 1,15 m × 1,30 m, fixada sobre as laterais da cobertura e aos sarrafos da cobertura. Possui duas águas proporcionado pelo vinco de cumeeira. Cada água terá 0,65 m.

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10.1.12 Divisores da boca do comedouro Consiste na colocação de 4 (quatro) pedaços de ferro de construção de 1/2" de 0,30 m de comprimento, colocadas a cada 0,20 m de distância uma da outra.

Tabela 10 – Totalização de materiais para montagem do comedouro de creche

Figura 14 – Detalhe da construção do comedouro: a) Direcionador de ração; b) Fixação da lateral e detalhe a; c) Depósito de ração e limiar do comedouro; d) Detalhe A; e) Visto geral do comedouro.

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Figura 15 – Comedouro de creche (Perspectiva; Vista lateral; Corte; Vista frontal)

11. COMEDOURO DE GESTAÇÃO Na gestação, as matrizes suínas devem receber um bom manejo alimentar. No Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL) esse manejo tem um papel

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fundamental no sucesso do sistema, devido as características desse sistema de produção de suínos. A Embrapa Suínos e Aves vem acompanhando alguns SISCAL da região Sul e tem observado que muitos produtores têm fornecido a ração para as matrizes no chão. Essa prática de manejo pode causar problemas às matrizes, além do desperdício de ração. Assim, os comedouros têm papel fundamental no desempenho do sistema. Os comedouros de gestação devem ser móveis e podem ser fabricados com pneus comuns de caminhão, tábuas e ferro. Com o pisoteio constante dos suínos próximo ao comedouro, o solo pode ficar sem cobertura vegetal e compactado. Isso pode ser evitado mudando-se o comedouro de lugar. Em dias chuvosos, os comedouros da gestação são virados após as matrizes consumirem toda a ração, evitando que as mesmas retornem ao local de alimentação e danifiquem a cobertura do solo. O objetivo desse trabalho é o de sugerir um modelo de comedouro na gestação para uso no SISCAL. O modelo do comedouro é composto por 3 partes: • parte 1 – base (pneu); • parte 2 – aros e raios (ferro); • parte 3 – tampa (madeira). 11.1 ETAPAS DA CONFECÇÃO: Divida-se ao meio um pneu 1000. Em seguida confeccione um aro de ferro (4mm) com 1 m de diâmetro e um anel de ferro com 0,05 m de diâmetro. Serre 8 pedaços de ferro de construção 3/8" de 0,20 m de comprimento e 4 pedaços de ferro chato de 4 mm com 0,05 m de comprimento. Separe 4 parafusos 5/16 × 1 1/2". A montagem do comedouro é simples: inicia-se pela construção da tampa do comedouro que é constituída por tábuas, proporcionando um círculo de raio de 0,55 m e fixadas uma as outras por 2 caibros de 0,06 m × 0,06 m × 0,50 m e fixado ao pneu via um caibro central de 0,06 × 0,06 × 0,60 (detalhe C5). Solde os 4 pedaços de ferro chato junto ao aro externo de ferro (1 m diâmetro). Posteriormente solde dos 8 pedaços de ferro (raios) de construção entre o aro externo e o anel central (Figura 16A).

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Figura 16 – Comedouro confeccionado com pneu 1000 usado; a) Vista superior; b) Vista inferior; c) Corte AB; d) Detalhe de fixação do aro externo do pneu.

12. COMEDOURO DE MATERNIDADE Durante a lactação as matrizes devem receber ração à vontade, com o objetivo de produzir leitegadas grandes e sadias. Nessa fase são indicados comedouros construídos de

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madeira e chapa galvanizada. Esses comedouros devem ser móveis e leves para facilitar a troca de local, pois a sua permanência no mesmo local por um período prolongado danifica a pastagem do piquete. Assim, sempre que, nas proximidades do comedouro, o solo estiver sem cobertura vegetal o mesmo deverá ser transferido para outro local. O comedouro deve estar localizado próximo à cabana, à sombra e o bebedouro em um lugar plano e seco. As porcas devem ser transferidas da gestação para a maternidade no mínimo 5 dias antes da data provável do parto, para que a mesma reconheça a cabana de maternidade e possa se preparar para o parto. Nesse período as porcas recebem a ração de lactação. No dia do parto a porca deve receber somente água limpa, fresca e à vontade. A partir do segundo dia, após o parto as porcas começam a receber ração à vontade até o desmame. Os comedouros da maternidade possuem um depósito com capacidade para 40 kg de ração e a distribuição deve ser realizada todas as segundas, quartas e sextas feiras. Diariamente o tratador deve verificar nos comedouros se a matriz está se alimentando e se não existe ração estragada. Em épocas de chuva deve-se observar se há ração úmida dentro dos comedouros, retirado-a. Durante a lactação os leitões não recebem ração pré-inicial, entretanto eles têm acesso a ração das porcas em lactação. O comedouro de maternidade é construído com o uso de madeira rústica, de baixo custo e um pedaço de chapa galvanizada. O modelo do comedouro é apresentado em 5 etapas (Figura 17) sendo: • etapa 1 – base e fechamento posterior (a); • etapa 2 – fechamento laterais (b); • etapa 3 – depósito de ração (c); • etapa 4 – colarinhos e ripa limiar (d); • etapa 5 – cobertura e estacas (e). A base é confeccionada pela justaposição de 2 tábuas, sendo uma com dimensão de 0,30 m × 0,46 m e a outra com 0,20 m × 0,46 m, proporcionando que o tablado de fundo obtenha as dimensões totais de 0,46 m × 0,50 m. Esse tablado fica (pregado) sobre 2 caibros de 0,70 m × 0,08 m × 0,08 m (comprimento × largura × altura) (Figura 17a). O fechamento posterior se dá pela justaposição de 2 tábuas, sendo uma com 0,30 m × 0,80 m e a outra com 0,20 m × 0,80 m, proporcionando o fechamento posterior com dimensões de 0,50 m × 0,80 m (Figura 17b ). As laterais tem a dimensão total de 0,50 m na base inferior e 0,80 m no lado menor (fundos), e 1,0 m no lado maior (frente). Quando confeccionado pela justaposição de tábuas, essas tem as seguintes dimensões: largura de 0,20 m × 0,80 m na altura menor e 0,88 m na altura maior e, outra com largura de 0,30 m por 0,88 m na altura menor e 1,0 m na altura maior (Figura 17b). O depósito de ração consiste na fixação de uma prancha com as dimensões de 0,46 m × 0,90 m, formando um funil em direção ao fundo do comedouro (Figura 17c). O apoio e

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fixação dessa prancha é proporcionado por ripas de 0,02 m × 0,02 m × 0,90 m (largura × altura × comprimento), fixado na diagonal interna de cada lado (Figura 17d). Na parte superior externa, em ambas as laterais fixa-se uma ripa de 0,025 m × 0,04 m × 0,56 m, e na parte posterior com 0,54 m. É fixada uma ripa frontal de 0,045 m × 0,07 m × 0,46 m. Na base do comedouro, onde o animal terá acesso à ração, é de extrema importância que essa ripa limiar seja fixada com inclinação de 60 graus e recoberta com chapa galvanizada (Figura 17d). A cobertura do comedouro consiste de uma chapa galvanizada com dimensões de 0,70 m × 0,70 m. Em uma das extremidade são fixadas 2 dobradiças de 2" que se ficam presas colarinho posterior (Figura 17i). Para fixar o comedouro ao solo é necessário 2 estacas (ganchos), confeccionadas em ferro de construção com dimensões de 0,40 m, dobradas sobre os caibros da base, na frente do comedouro, com enterrio de 0,30 m (Figura 17e). É de grande valia que o interior da base do cocho (fundo) seja revestido com chapa galvanizada, formando uma bandeja. Essa chapa deverá, obrigatoriamente, recobrir a ripa limiar. Opcionalmente poderá ser revestido todo o interior do comedouro com chapa galvanizada. Para evitar que a tampa de cobertura venha a ser aberta por ação de ventos, usa-se amarrar (arame macio) a chapa galvanizada à prancha do depósito de ração. A justaposição de chapas de madeira tem melhor eficiência de vedação se for adotado junta macho e fêmea ou mata-junta. Tabela 11 – Totalização de materiais para montagem do comedouro de maternidade

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Figura 17 – Comedouro de maternidade: a) base e fechamento posterior do comedouro; b) fechamentos laterais; c) depósito de ração/dosador; d) colarinhos e ripa limiar; e) cobertura e estacas; f) vista lateral; g) corte transversal; h) vista frontal; i) vista posterior.

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13. SOMBREADOR MÓVEL O Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre – SISCAL é caracterizado por manter os suínos em piquetes com boa cobertura vegetal, nas fases de reprodução, maternidade e creche, cercados com fios e/ou telas de arame eletrificados – através de eletrificadores de corrente alternada. Nos piquetes do SISCAL com sombras naturais, geralmente não é necessário a construção de sombreadores móveis para proteger os suínos do sol. Entretanto, nos piquetes onde não há sombra natural, há necessidade de fornecer sombra aos suínos, proporcionado assim um melhor conforto e bem estar aos mesmos. O SISCAL, quando implantado em locais com sombra natural, deve-se ter o cuidado de proteger as árvores da ação das matrizes, pois elas podem comer a casca das árvores, matando-as. A melhor forma é isolá-las com fios eletrificados ou através de uma tela de malha 4 ou 5. É importante que todos os piquetes do sistema tenham uma boa área de sombra. Quando for possível a implantação de sombra natural sugere-se a utilização de espécies caducifólias, que perdem as folhas no período hibernal, proporcionando uma boa insolação no inverno e sombreamento no verão. A Uva do Japão constitui-se em uma boa opção. Recomenda-se uma área sombreada de 4,5 m² para matrizes e de 9 m² para um lote de 20 leitões na creche. Essas sombras devem situar-se no centro dos piquetes e quando da utilização de sombreadores no formato de meia água, a parte mais baixa do sombreador deve ficar voltada para o poente. O objetivo deste documento é sugerir a utilização dos sombreadores móveis em áreas com deficiência em sombra natural e a utilização adequada da sombra natural. Os sombreadores móveis são construídos em estrutura de ferro de construção e cobertos com cortina de aviário). Possuem dimensões de 2,80 m × 2,80 m × 1,80 m (comprimento, largura, altura). O modelo da sombra móvel é apresentado em 3 etapas (Figura 18) sendo: • etapa 1 – esteios; • etapa 2 – mãos francesas; • etapa 3 – cobertura. Os Esteios são constituídos por 4 peças em ferro de construção 5/8" com 1,80 m de comprimento, onde nas extremidades inferiores dos esteios é soldado um segmento de ferro de construção 1/2" com 0,35 m de comprimento, de tal forma que proporcione um trespasse de 0,10 m, cuja finalidade deste é de ficar enterrado 0,25 m no solo. Nas extremidades superiores dos esteios, a 0,60 m são soldados 4 ferros de construção de 1/2" com 1,80 m de comprimento, formando-se um quadrado perfeito, e que chamaremos de base da estrutura (Figura 18C). Outros quatro ferros de construção de 1/2" com 1,80 m de comprimento, são soldados nas extremidades dos esteios, proporcionando a base da cobertura. Uma barra de ferro com as mesmas dimensões é soldada entre um lado da base da cobertura e o lado oposto (Figura 18E). Oito mãos francesas em ferro de construção 1/2" com 1,50 m são soldadas entre a intersecção da base da estrutura e os respectivos esteios de canto, direcionadas e soldadas ao centro da base de cobertura, mais 4 barras de ferro de construção 1/2" com 0,60 m de comprimento são soldadas entre as intersecções das mãos francesas e as barras da base da cobertura, direcionadas e soldadas junto ao centro das barras da base da estrutura (Figura 18E).

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Para proporcionar uma estrutura de cobertura com duas águas, 2 (dois) pontaletes em ferro de construção de 1/2" com 0,30 m de comprimento são soldados de um lado e de outro, ao centro e acima das barras da base de cobertura. As tesouras são definidas por 3 (três) peças de ferro de construção 1/2" com 3,00 m de comprimento entre as extremidades dos esteios e soldadas na extremidade superior dos pontaletes, bem como do centro da base de cobertura ao lado oposto, formando o respectivo ângulo de cobertura (Figura 18D). A cumeeira constitui-se em uma barra de ferro de 1/2" com 2,80 m de comprimento, soldada sobre o divisor de águas, formado pelas tesouras. Entre os intervalos formados pelas tesouras, solda-se de um lado ao outro, passando sobre a cumeeira, 2 (dois) arames de ferro 5/6" com 3,00 m. Sobrepondo a estrutura de cobertura é fixado cortina de aviário com dimensões de 4,1 × 3,50 m. Tabela 12 – Totalização de materiais para a sombra móvel

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Figura 18 – Sombreador móvel. a) Perspectiva do modelo do sombreador móvel; b) Corte AB; c) Vista do esteio; d) Perspectiva da estrutura da cobertura; e) Esquema da montagem do sombreador.

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14. CRECHE MÓVEL SOBRE CAMA PARA SUÍNOS O sistema confinado sobre piso ripado, total ou parcial, em conjunto com os sistemas de manejo de dejetos em esterqueiras ou lagoas é o manejo mais utilizado no Brasil. Porém, os altos custos de implantação desses sistemas têm dificultado o ingresso de novos produtores na suinocultura. Na produção de suínos, a fase de creche é um período crítico para a produção de leitões, sendo que existem vários modelos de edificações com o uso de baias suspensas totalmente ripadas, baias com piso em PVC, concreto ou com barras de ferro, porém todos esses sistemas implicam em um elevado investimento de implantação e dependem de um sistema de manejo de dejetos em esterqueiras ou lagoas. A suinocultura brasileira vem sendo questionada em função dos problemas ambientais causados por essa atividade. Entretanto, nos últimos anos, houve uma evolução nos sistemas de produção de suínos do Brasil, principalmente nas áreas de manejo, genética, nutrição, sanidade e instalações. O correto manejo dos dejetos de suínos é o maior desafio que as regiões de produção intensiva de suínos terão que enfrentar nos próximos anos, em função dos problemas de poluição das águas, dos custos de armazenamento dos dejetos, dos sistemas de tratamentos e transporte, e o aproveitamento como adubo na agricultura. O sistema de criação sobre leito formado por maravalha, palha ou casca de arroz constitui-se numa alternativa viável para a fase de creche, onde os dejetos sofrem compostagem “in situ”, visando uma redução dos investimentos em edificações, minimizando os riscos de poluição e melhor valorização agronômica. Os países europeus vêm estudando o sistema de criação de suínos em cama sobreposta desde o final da década de 80, com bom resultados. No Brasil esse sistema de produção foi introduzido pela Embrapa Suínos e Aves no ano de 1993, através da realização de estudos de avaliação de desempenho dos suínos nas fases de crescimento e terminação. O sistema de produção em cama sobreposta apresenta algumas vantagens em relação ao sistema convencional como: menor custo de investimento em edificações, melhor conforto e bem estar animal e melhor aproveitamento da cama como fertilizante agrícola. Contudo, esse sistema requer alguns cuidados quando da construção das edificações, tais como: maior pé direito e maior ventilação, maior disponibilidade de água, disponibilidade de material de boa qualidade para a cama, como maravalha, serragem, casca de arroz ou feno e um plantel de matrizes com bom status sanitário. A proposta deste trabalho é o projeto de uma creche móvel, para o uso na agricultura familiar, construída com o uso de madeira rústica, de baixo custo, para a implantação em pequenas propriedades produtoras de suínos. O modelo de creche móvel é um sistema de criação de leitões, construído em estrutura de madeira, coberto com lona em PVC para caminhão, medindo 6 m × 3,5 m, colocada sobre uma estrutura de ferro (CA–60 e CA–50). Possui dimensões de 6 m × 2,4 m × 1,2 m (comprimento, largura, altura). O modelo é composto por 4 módulos 3 m × 1,2 m, e 2 módulos de 2,4 m × 1,2 m (Figuras 19 e 20) sendo: • módulos 1, 2, 4 e 5 – módulos laterais • módulo 3 – portão • módulo 6 – comedouro

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Os módulos 1, 2, 4 e 5, são constituídos por 2 tábuas de madeira de 3 m × 0,25 m; 4 montantes, que são caibros de 0,06 m × 0,08 m × 1,20 m (comprimento × largura × altura); 1 guia superior com 0,10 m × 3 m; 1 guia de beiral de 0,15 m × 3,0 m; 4 apoios para a guia de beiral na forma de triângulo eqüilátero de 0,10 m de lado; tela metálica – tipo aviário, malha 6, de 0,70 m × 3,0 m. O detalhe dos cantos, nos últimos módulos laterais, que formam os cantos da creche, logo abaixo da guia beiral, é fixado um conjunto de dobradiças em que a primeira peça consiste em uma chapa metálica 0,03 m × 0,14 m, com 4 mm de espessura (DC1), com uma extremidade soldada em um elemento metálico fixo (macho). A parte móvel da dobradiça (DC2) é soldada a uma chapa de 0,03 × 0,07 m, um segmento de cano, que é a parte (fêmea) da dobradiça. Essa peça é parafusada ao montante do portão móvel da cabeceira de acesso. Esse conjunto (encaixe/dobradiça) também é fixado na parte inferior do canto, assim como em todos os cantos da creche móvel, inclusive na cabeceira dos comedouros (Figura 21). O detalhe de amarramento conforme detalhado em (DA2), em cada montante de amarramento (entre módulos laterais e entre módulos de comedouros) fixa-se uma chapa metálica de 0,03 × 0,05 m, soldada a esta chapa, um segmento de cano que transpassará um ferrolho de amarração (DA3). Na base dos montantes de amarramento (entre módulos e cantos) fixa-se uma cantoneira metálica (DA4), com parafusos e essa é perfurada para que se processe estaqueamento (Figura 22). O módulo 3 (portão) é constituído por 4 tábuas de madeira de 1,2 m × 0,25 m; 4 montantes, que são caibros de 0,06 m × 0,08 m × 1,20 m (comprimento × largura × altura); 2 guias superiores com 0,10 m × 1,2 m; 2 guias de beiral de 0,15 m × 3,0 m; 8 apoios para a guia de beiral na forma de triângulo eqüilátero de 0,10 m de lado; tela metálica - tipo aviário, malha 6, possuindo 0,70 m × 2,4 m. Esse módulo é dividido ao meio, de forma que as duas metades formam o portão de acesso ao interior das instalações (Figura 23). Possui cortinado de lona de aviário, formando um semi-circulo de 1,5 m de raio. O módulo 6 (comedouro) é constituído por dois comedouros e um tablado de madeira. Cada comedouro possui 1,0 m × 0,8 m × 0,3 m (comprimento × altura × largura), posicionado entre os montantes da cabeceira. Esses comedouros (Figuras 24 e 25) são constituídos de: • 1 tampa superior (j1) em prancha de 1,0 m × 0,30 m; • depósito de ração (j2) formado por um funil de duas tábuas justapostas de 1,06 m × 0,20 m; • fundo do cocho (j3) em prancha de 1,0 m × 0,30 m, afastado do nível do chão 0,20 m, coincidindo com a altura do estrado (k); • limiar do cocho (j4) em madeira de 0,96 m × 0,80 m; • gradil separador (j5) em ferros de construção, com 0,20 m, distribuídos eqüidistantes entre o limiar do cocho e o funil do depósito de ração. Para que haja fluxo de ração do depósito de ração ao cocho, dota-se o comedouro de duas barras móveis (j6) em ferro de construção, suspensas por uma barra fixa de ferro entre um lado e outro do comedouro (internamente ao depósito de ração). A face posterior do comedouro (j7), que consiste na cabeceira dos comedouros, é constituída por três pranchas justapostas de 1,20 m × 0,30 m, para cada módulo. O tablado possui dimensões de 2,25 m × 1,25 m e 0,20 m de altura.

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A estrutura da cobertura é confeccionada em arcos de ferros de 1/2", sendo que suas extremidades são dotadas com dispositivo de encaixe ao montante (i), conforme detalhe (DA1). Esse dispositivo é confeccionado em chapa de 1/4". Também esses arcos são unidos por três segmentos de canos galvanizados, 0,03 m, no sentido transversal e distribuídos eqüidistantes à barra estrutural. Os cursores (Figura 26) proporcionam o contraventamento dos arcos estruturais, via parafuso, pressionando as barras de contraventamento (c) aos arcos estruturais. As barras de contraventamento em ferro de 1/2" possuem 6 m de comprimento. Legenda adotada aos desenhos de creche móvel sobre cama: 1 – Cabeceira de acesso a – Lona de cobertura b – Arcos estruturais da cobertura c – Barras de contraventamento d – Fechamento cortinado da cabeceira e – Guia superior do portão f – Guia beiral g – Tela metálica h – Fechamento inferior do portão i – Montantes j – Comedouro k – Estrado s – Guia superior do módulo

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Tabela 13 – Material necessário para montagem da creche móvel sobre cama

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Figura 19 – Perspectiva do modelo de creche

Figura 20 – Planta baixa do modelo de creche

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Figura 22 – DA – Detalhe de Amarramento

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Figura 23 – Vista do módulo 3 – portão

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Figura 24 – Perspectiva do módulo 6 – Comedouro

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Figura 25 – Corte transversal do comedouro

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15. APLICAÇÃO DE FERRO DEXTRANO EM LEITÕES LACTANTES NO SISCAL O Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL), é adotado por produtores de vários países do mundo. O SISCAL é caracterizado por manter os suínos, durante as fases de reprodução, maternidade e creche, em piquetes com boa cobertura vegetal e cercados com fios e/ou telas. A anemia ferropriva dos leitões lactentes, comumente chamada apenas de anemia, tem motivado uma série de estudos por parte dos pesquisadores desde 1923. Leitões lactentes criados em piso, sem acesso à terra e tendo como única fonte de ferro o leite materno, apresentam anemia já na primeira semana de vida. Dessa forma, considera-se correta e suficiente a prática de aplicação subcutânea ou intramuscular de 200 mg de ferro dextrano entre o terceiro e quinto dia de vida. Os leitões lactentes criados no SISCAL têm livre acesso à terra, considerada como fonte natural de ferro. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da aplicação de ferro dextrano sobre o peso médio ao desmame (28 dias), o nível de hemoglobina e o percentual de hematócrito de leitões criados no SISCAL, sobre solo argiloso. O experimento foi conduzido no SISCAL da EMBRAPA–CNPSA, em Concórdia, SC, no período de julho a novembro de 1994. Foram utilizados 110 leitões mestiços, filhos de mãe Landrace x Large White e pai Duroc, oriundos de 11 leitegadas. Das leitegadas foram escolhidos 50% dos machos e fêmeas com peso médio semelhante ao nascer, sendo que esses receberam uma dose de 200 mg de ferro dextrano via intramuscular no terceiro dia de vida, enquanto que o restante dos leitões serviram como testemunha não recebendo suplementação de ferro. Durante o período experimental as leitegadas dos dois tratamentos foram mantidas, com suas respectivas mães, em piquetes individuais de 800 m², com boa cobertura vegetal e solo argiloso. No 3o, 7o, 14o, 21o e 28o dias de idade os leitões foram pesados e colhidas amostras de sangue da veia cava anterior para determinar o nível de hemoglobina e o percentual de hematócrito.

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Não foi observada diferença significativa (P > 5%) no peso médio dos leitões. Com relação ao nível de hemoglobina, aos 14, 21 e 28 dias de idade, verificou-se também que não houve diferença significativa (P > 5%) entre os leitões dos dois tratamentos. Entretanto, a aplicação de ferro dextrano influenciou significativamente (P < 5%) o nível de hemoglobina dos leitões aos 7 dias de idade (10,11 vs 9,47) e a taxa de hematócrito aos 7, 21 e 28 dias de idade. Deve-se ressaltar todavia, que esses valores encontram-se dentro de valores considerados como normais para suínos criados em sistema de confinamento, e no SISCAL. 15.1 Conclusão Não há necessidade da aplicação suplementar de ferro dextrano, como preventivo da anemia ferropriva, no terceiro dia de idade, em leitões produzidos no SISCAL, em solos argilosos, resultando em uma economia do ferro injetável e na redução da mão-de-obra.

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