1 sistema registral e notarial prof. esp. paulo jorge delício caravage [email protected]

112
1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage [email protected]

Upload: internet

Post on 22-Apr-2015

110 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

1

Sistema Registral e Notarial

Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage

[email protected]

Page 2: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

2

Agenda

IMÓVEL•Bem imóvel é todo aquele que, por sua natureza ou por destino, não pode ser removido de um lugar para o outro sem perda de sua forma e/ou substância.

•Assunto 3.

•Assunto 4.

Page 3: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

3

Agenda

COMPRADOR•No contrato de compra e venda, é aquele que recebe a coisa (Imóvel) mediante o pagamento de seu preço.

•Pode ser comprador todo aquele que tiver capacidade para contratar.

•Até 16 anos, é considerado absolutamente incapaz, pode comprar representado pelo pai.

Page 4: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

4

Agenda

•Aos 17 anos, é considerado relativamente incapaz, pode comprar assistido pelo pai.

•Os emancipados podem comprar livremente.

Page 5: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

5

Agenda

VENDEDOR•Aquele que tem o legítimo direito de usar, gozar, dispor do bem e de reavê-lo do poder de quem quer que injustamente o possua, ou indevidamente o usufrua.

Page 6: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

6

Agenda

RECIBO DE SINAL DE NEGÓCIO•O Recibo de Sinal de Negócio é o instrumento que determina a vontade das partes de efetivarem uma transação.

•O Sinal de Negócio, desde que as partes determinem, é regido pelos artigos número 417 a 420 do Código Civil Brasileiro, publicamente conhecido como Lei de ARRAS.

Page 7: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

7

Agenda

• Em síntese, esta lei diz que: se o(a) adquirente desistir do negócio, perderá o sinal dado em favor do(a) vendedor(a), caso contrário, se o(a) vendedora desistir do negócio, se obriga a devolver o sinal recebido mais o equivalente, com atualização monetária conforme índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários advocatícios quando necessário.

Page 8: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

8

Agenda

• Recomenda-se sempre consultar as partes sobre a inclusão das ARRAS no negócio a ser efetuado, esclarecendo a sua importância e suas implicações.

Page 9: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

9

Agenda

CONTRATO PROMESSA DE COMPRA E VENDA•Este contrato deve ser utilizado sempre que as partes não forem transferir de forma definitiva o domínio do imóvel, quando não houver escritura definitiva no fechamento do negócio.

Page 10: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

10

Agenda

• Só poderá existir quando o(a) proprietário(a) possuir(em) o título definitivo do imóvel, como por exemplo: escritura pública de compra e venda; escritura pública de compra e venda com pacto adjeto de hipoteca; instrumento particular de compra e venda, desde que seja outorgado com interveniência de Agente Financeiro ligado ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

Page 11: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

11

Agenda

IMÓVEL•Bem imóvel é todo aquele que, por sua natureza ou por destino, não pode ser removido de um lugar para o outro sem perda de sua forma e/ou substância.

Page 12: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

12

Agenda

Quando não puder lavrar um contrato particular de Promessa de Compra e Venda, deverá observar na Certidão Negativa de ônus Reais se o imóvel é de propriedade do(a)(s) transmitente(s), e lavrar-se-á a Promessa de Compra e Venda, prometendo aos mesmos a Cessão de Direitos.

Page 13: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

13

Agenda

• O proprietário, na qualidade de Promissário Comprador, não detém o domínio do imóvel, não possuindo o título definitivo.

Page 14: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

14

Agenda

CESSÃO DE DIREITOS•Usado no sentido contrário da Promessa de Compra e Venda, quando o proprietário é o Promissário Comprador do imóvel objeto da transação, neste caso, não possuindo o domínio sobre o imóvel.

Page 15: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

15

Agenda

LEMBRETES IMPORTANTES•Ao lavrar qualquer instrumento não se deve esquecer de mencionar os nomes corretos das partes contratantes, bem como suas qualificações completas (profissão, RG, CPF, endereço, estado civil e, se casado, o registro de casamento, e informar se o matrimônio ocorreu antes ou depois da Lei 6515/77 "mencionar a data" - Lei do Divórcio de 26/12/77 e o tipo de regime).

Page 16: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

16

Agenda

• Se o vendedor(a) for casado(a), o cônjuge terá que participar do ato, não importando o regime de casamento e nem se o imóvel foi adquirido antes do casamento; caso o regime de casamento seja o da separação de bens, o cônjuge comparecerá como assistente e não como vendedor(a).

Page 17: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

17

Agenda

• Quando o imóvel tiver sido adquirido pelo(a) vendedor(a) quando solteira(a), e a transação se der após o casamento, e este ter sido pelo regime da comunhão parcial de bens, o cônjuge também participará como assistente, somente no caso de o regime ser de comunhão universal de bens, o casal assina na qualidade de vendedores.

Page 18: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

18

Agenda

• Todas as alterações ocorridas no estado civil do(a) proprietário(a)(s) como casamento, separação e falecimento (viuvez) terão que ser averbados no cartório de Registro de Imóveis.

Page 19: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

19

Agenda

• Para se inteirar da situação jurídica do imóvel, deve-se comparar a documentação apresentada pelo proprietário(a)(s) com a certidão de ônus reais expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis.

• O valor da transação e a forma de pagamento devem ser expostos no instrumento de maneira clara e objetiva.

Page 20: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

20

Agenda

• Quando um bem móvel entrar na negociação, deve-se constar no bem o seu valor correspondente em moeda corrente.

• Prazos e condições para a entrega do imóvel, estado de conservação, utensílios e aparelhos incluídos no valor da venda e a situação sobre o imóvel é de fundamental importância em um instrumento que caracterize a transação.

Page 21: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

21

Agenda

• Torna-se importante constar no instrumento que o mesmo foi concretizado através de sua intermediação, informando ainda o valor de sua comissão que lhe é devido.

Page 22: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

22

Agenda

TIPOS DE IMÓVEIS•O imóvel pode ser comercial, residencial, urbano ou rural.

•Em seu Art. 79, o Código Civil assim define Bens Imóveis:

• São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Page 23: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

23

Agenda

Em seu Art. 80, o Código Civil diz:

Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta.

Page 24: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

24

Agenda

Em seu Art. 81, o Código Civil define:

Não perdem o caráter de imóveis:

I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;

II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

Page 25: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

25

Agenda

DIREITOS DO PROPRIETÁRIO•A lei assegura ao proprietário o direito de usar, de gozar e de dispor da propriedade, esses elementos são constitutivos da propriedade.

•Há ainda o direito que tem o proprietário de reaver bens do poder de quem injustamente os possua.

Page 26: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

26

Agenda

DIREITO DE USAR Morar no imóvel, servir-se dele para outros fins, utilizá-lo como bem pretender.

Page 27: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

27

Agenda

DIREITO DE GOZARLocar, arrendar, ceder, tirar-lhe frutos e rendimentos, dar o imóvel em comodato.

Page 28: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

28

Agenda

DIREITO DE DISPOR •Vender, doar, transformar, alienar, etc...

Page 29: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

29

Agenda

FORMAS DE AQUISIÇÃO DE UM IMÓVELREGISTRO DE IMÓVEL

•Ato solene em que a propriedade passa do domínio de uma para outra pessoa.

•A escritura por instrumento público, o compromisso ou o escrito particular não bastam, é necessário transcrever (registrar) o título na circunscrição imobiliária competente.

.

Page 30: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

30

Agenda

ACESSÃO

•É o modo pelo qual ao proprietário fica pertencendo o que se une ao seu bem, como por exemplo: O aluvião que tem aumento da área do terreno por agregação natural à margem de um rio.

Page 31: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

31

Agenda

USUCAPIÃO

•É o modo de adquirir um imóvel pela sua posse contínua e inconteste por via judicial.

Page 32: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

32

Agenda

DIREITO HEREDITÁRIO

•É o modo pelo qual o imóvel passa ao domínio dos herdeiros no momento da morte do proprietário desse imóvel.

Page 33: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

33

Agenda

COMPRA E VENDA

•Esta modalidade define que o vendedor transfere a posse ao comprador do imóvel mediante o pagamento à vista, ou dentro de critérios, em que não figura o agente financeiro.

Page 34: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

34

Agenda

PROMESSA DE COMPRA E VENDA

•Nesta modalidade, o vendedor autoriza o uso, mas não transfere a posse, esta só ocorre ao findar o pagamento.

•Este tipo de operação poderá ocorrer com a cobertura de um agente financeiro.

Page 35: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

35

Agenda

• O promitente comprador garante a realização do negócio através de um sinal ou arras, passando a posse do imóvel ao agente financeiro como garantia da operação.

• Caso haja desistência do negócio por parte do promitente comprador, o mesmo perde o sinal de negócio em favor do vendedor.

• Se a desistência ocorrer por parte do promitente vendedor, este pagará em dobro o valor do sinal ao comprador.

Page 36: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

36

Agenda

INCORPORAÇÃO•É a reunião de mais de um imóvel em cada empreendimento, em que a unidade imobiliária é comercializada individualmente.

•Ex: Loteamentos, conjuntos residenciais e comerciais.

Page 37: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

37

Agenda

REGISTRO DE DOCUMENTAÇÃO •Os contratos referentes às operações imobiliárias como: compra e venda, promessa de compra e venda, locação, incorporação e administração devem ser registrados em Cartórios de Registro de Títulos e Documentos.

Page 38: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

38

Agenda

• Os Contratos de compra e venda deverão ser registrados nos Cartórios de Registro de Imóveis da Circunscrição onde pertence o imóvel.

• As escrituras públicas só terão força pública após o competente registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Page 39: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

39

Agenda

PROCURAÇÃOTambém denominado de instrumento de mandato.

É o documento no qual se materializa o mandato, ou seja, a transferência de poderes do titular para um terceiro com fim de praticar determinado ato representando quem outorgou os poderes.

Page 40: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

40

Agenda

É denominado outorgante aquele que transfere os poderes, também chamado constituinte ou representado.

Diz-se outorgado aquele que recebe os poderes, também chamado procurador, representante, patrono, etc.

Page 41: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

41

Agenda

PODERES DA PROCURAÇÃO

Deve haver uma descrição dos poderes que estão sendo transferidos, que é o limite de atuação do outorgado.

O mandato, em termos gerais, só confere poderes de administração.

Para alienar, hipotecar, transigir ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos.

Page 42: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

42

Agenda

TIPOS DE PROCURAÇÃO

"Ad-Negotia": Aquela que transfere poderes para o outorgado realizar negociações em nome do outorgante, podendo ter caráter mercantil ou não.

"Ad-Juditia": Aquela passada para advogados com a finalidade de representar o outorgante em juízo; é bastante comum que estas tragam também a possibilidade de representação do outorgante extrajudicialmente.

Page 43: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

43

Agenda

FINS OU FINALIDADE

É importante que a procuração contenha a finalidade para qual foi passada.

É um meio de restringir a atuação do procurador evitando excessos.

Page 44: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

44

SUBSTABELECIMENTO

Substabelecer significa transferir a um terceiro os poderes que lhes foram outorgados por mandato.

É comum constar na procuração a possibilidade ou não de substabelecer.

O substabelecimento pode ser efetuado com reserva de poderes ou sem reserva de poderes.

Podendo ser total ou parcial.

Page 45: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

45

PROCESSOS E OBRIGAÇÕES DO

VENDEDOR/COMPRADOR

COMPRA E VENDA É a forma mais comum de transação imobiliária.

É a consequência da existência da moeda como denominador comum das trocas.

Page 46: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

46

O vendedor deverá transferir o domínio do imóvel pela transcrição ou registro ao comprador.

Page 47: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

47

OBRIGAÇÕES DO VENDEDOREntregar ao comprador, pela transcrição ou registro, o imóvel.

Assegurar a propriedade e posse pacífica do imóvel.

Indenizar os defeitos.

Assegurar que o imóvel tenha as qualidades apresentadas.

Assegurar a área do imóvel.

Page 48: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

48

OBRIGAÇÕES DO COMPRADORPagar o preço.

Receber o imóvel.

Pagar as despesas de escritura, transcrição e Intervivos.

Pagar as despesas de conservação.

Receber as coisas singulares que lhe foram vendidas, embora por um preço global, podendo rejeitar as defeituosas.

Page 49: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

49

ARRAS OU SINALÉ a quantia em dinheiro, ou outro bem redutível a dinheiro, que uma parte entrega a outra para indicar que o negócio está concluído, visa assegurar o seu cumprimento.

Em caso de desistência do negócio de uma das partes, se o arrependimento for de quem deu o sinal (as arras), perderá em proveito do outro. Se o arrependimento for de quem as recebeu, restituirá as arras em dobro.

Page 50: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

50

TIPOS DE VENDASA VENDA "ad mensurum"

Ocorre quando a venda se faz de área determinada e medida.

A VENDA "ad corpus"

Ocorre quando a venda se faz de imóvel certo e determinado, de acordo com suas confrontações.

Page 51: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

51

PACTO DE RETROVENDAÉ a cláusula em que o vendedor pode reservar-se o direito de receber em certo prazo o imóvel que perdeu, restituindo o preço mais as despesas feitas pelo comprador.

Page 52: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

52

VENDA A CONTENTOÉ a cláusula pela qual se confere ao comprador o direito de revogar ou desfazer o negócio, mediante cláusula suspensiva ou resolutiva.

Page 53: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

53

PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIAÉ a cláusula pela qual o comprador é obrigado a oferecer ao vendedor a coisa que vai alienar, desde que este se disponha a pagar determinada quantia.

Page 54: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

54

PACTO DE MELHOR COMPRADORÉ a cláusula pela qual um negócio pode ser desfeito, se dentro de certo prazo aparecer quem ofereça melhor vantagem.

Page 55: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

55

O PACTO ADJETO DE HIPOTECA É uma cláusula pela qual o comprador dá o imóvel recebido, em garantia real de seu compromisso de saldar o preço, para o vendedor ou para terceiro.

Page 56: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

56

PACTO COMISSÓRIO É uma cláusula pela qual as partes (comprador e vendedor) ajustam que a venda será desfeita se o preço ou parte dele não for pago até certo dia quando, então, o vendedor poderá desfazer o contrato ou pedir o preço.

Page 57: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

57

A IMPORTÂNCIA DAS CERTIDÕESA intermediação de uma transação imobiliária, seja ela de venda, permuta ou de locação é uma operação extremamente complexa, dado que confere aos seus signatários uma série de direitos e obrigações que não se extinguem após as assinaturas dos atos constitutivos do negócio.

Page 58: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

58

Uma escritura, mesmo depois de assinada e registrada, pode ainda sofrer alterações tanto quanto à pessoa do alienante quanto do adquirente.

Page 59: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

59

Mesmo tomando todos os cuidados tidos como lógicos numa transação envolvendo a transferência ou o uso de um imóvel, somos obrigados a reconhecer que ninguém pode adquirir um imóvel com a certeza absoluta sobre sua posse, sua propriedade e seu domínio, tanto assim que a legislação, no sentido de amenizar essa incerteza, estatui que:

Page 60: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

60

“nos contratos onerosos, pelos quais se transfere o domínio, posse ou uso, será obrigado o alienante a resguardar o adquirente dos riscos da evicção, toda vez que se não tenha excluído expressamente essa responsabilidade” (Código Civil, art. 1.107).

Page 61: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

61

São federais as diversas legislações que cuidam da propriedade imóvel, quanto ao uso, direitos, obrigações, transferência de domínio, bem como as formalidades aplicadas a cada situação. Entretanto, é na esfera estadual que, via de regra, se discutem as questões originadas dos problemas imobiliários, inclusive quanto às normas de funcionamento e de fiscalização sobre as atividades cartoriais.

Page 62: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

62

Sendo de competência dos Tribunais de Justiça de cada Estado, à aplicação da Lei Federal, não raro encontramos variações sobre a forma de se fazer cumprir os seus preceitos.

Page 63: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

63

A Lei nº 6.015/73 que cuida dos Registros Públicos é a principal legislação que, em título específico, a partir do artigo 167, disciplina e regula o sistema pelo qual todo bem imóvel deve estar registrado em cartório e as condições em que esse imóvel pode sofrer mutações.

Page 64: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

64

Se, por um lado a lei cuida de normatizar o sistema imobiliário brasileiro, por outro, a justiça não dispõe de mecanismos suficientes e capazes de evitar que pessoas façam uso nocivo da propriedade, inclusive alienando-a de forma fraudulenta. Não existe nenhuma forma de pesquisar, em termos nacionais, com segurança absoluta sobre eventuais ações que poderiam refletir na propriedade imóvel.

Page 65: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

65

"O único modo teoricamente seguro de comprar qualquer imóvel no Brasil seria tirar todas as certidões de todos os donos do imóvel nos 20 anos anteriores à compra, em todas as esferas do direito (trabalhista, cível, penal, fiscal, etc.) e em todos os Estados e Municípios da federação. Estamos falando de algumas dezenas de milhares de certidões que inviabilizariam qualquer negócio pelo tempo e dinheiro que demandariam".

Page 66: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

66

É neste complexo mundo registral brasileiro que os profissionais do ramo atuam e, por isso mesmo, devem tomar todos os cuidados possíveis para que, se não podem dar uma segurança absoluta, pelo menos, procurem diminuir os riscos de que alguém de boa fé venha a sofrer as consequências por um negócio mal sucedido.

Page 67: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

67

Afinal, ao leigo, aparenta cristalino o seu direito à propriedade pelo simples fato de ter comprado, pago e escriturado para o seu nome. Todo negócio envolve riscos, porém, quando se trata de negócios com imóveis, cabe ao Corretor de Imóveis tentar minimizá-los.

Page 68: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

68

Numa operação imobiliária, uma das primeiras preocupações é examinar se o imóvel, objeto da transação, confere ao seu proprietário o direito real pleno ou limitado. Será pleno quando confere ao seu titular o clássico enunciado do artigo 1.228 do Novo Código Civil, qual seja o direito de usar, gozar e dispor e ainda o de reavê-lo de quem injustamente o possua ou detenha.

Page 69: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

69

Será limitado quando esse direito está condicionado ou vinculado a uma situação espontânea do proprietário, ou forçada por alguém que tem algum direito ou interesse legítimo na propriedade alheia.

Page 70: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

70

Entretanto, essa não pode e não deve ser a única preocupação do Corretor de Imóveis ou imobiliária. A prudência nunca é demais. É sempre recomendável, tanto para as partes como para o Corretor de Imóveis ou empresa que faz a intermediação, tomar os cuidados e as providências necessárias antes de qualquer pagamento, seja a que título for.

Page 71: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

71

Quando o dinheiro muda de mão, ele leva consigo uma série de direitos ou obrigações, as quais nem sempre são possível de se realizar ou retroceder, criando, consequentemente, situações embaraçosas, conflitantes e que, mesmo não havendo más intenções, podem ocasionar prejuízos que poderiam ser evitados se houvesse o cuidado preliminar de quem fez a intermediação.

Page 72: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

72

Mais do que uma preocupação, deve ser encarada como obrigação a verificação dos seguintes tópicos quando se tratar de uma operação imobiliária:

I) o título de propriedade.

II) a identidade das partes.

III) a capacidade das partes.

IV) as certidões atualizadas do imóvel e do vendedor.

Page 73: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

73

CERTIDÕES ATUALIZADAS As certidões podem ser tanto do imóvel quanto do vendedor, sendo algumas de caráter obrigatório e outras exigidas de acordo com as características da transação.

Page 74: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

74

Antes de qualquer pagamento, seja a que título for, é necessário verificar se o negócio é viável no seu aspecto documental, ou seja, se é uma operação revestida das formalidades para torná-lo um negócio jurídico perfeito; entendido este como todo ato lícito que tenha por objetivo imediato de adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, dando, dessa forma, segurança para todas as partes envolvidas.

Page 75: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

75

Existem quatro certidões que são obrigatórias para qualquer transação de compra e venda, cujo rol tem a finalidade própria e específica, sendo duas do imóvel e duas do proprietário. São elas:

Page 76: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

76

I) DO IMÓVEL:

a) O título de propriedade que se prova com a Certidão negativa de ônus reais, fornecida pelo Cartório onde o imóvel encontra-se matriculado. Nesta certidão, comprova-se não só a titularidade, mas também a existência ou não de ônus ou gravames de qualquer natureza incidindo sobre o bem objeto da transação, como por exemplo: hipoteca, arresto, penhora, usufruto, impenhorabilidade, etc... ;

Page 77: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

77

b) Certidão negativa de tributos municipais (IPTU) fornecidos pela Secretaria das Finanças da Prefeitura. Havendo algum imposto não quitado relativo aos últimos cinco anos, ou algum deles em cobrança judicial, a certidão será emitida devidamente caracterizada pela existência do débito.

Page 78: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

78

Tratando-se de imóvel rural, deverá também ser apresentado:

Page 79: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

79

a) Certificado de Cadastro emitido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA – com a prova de quitação do imposto territorial rural do exercício em que ocorrer a transação e o correspondente ao ano imediatamente anterior.

b) A prova de ter sido averbada à margem da matrícula do imóvel, a Reserva Legal.

c) A certidão negativa de multa prevista no artigo 37 da Lei nº 4.771/65 (Código Florestal).

Page 80: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

80

II) DO PROPRIETÁRIO:

a) Certidão negativa quanto à dívida da União, que é fornecida pela Procuradoria da Fazenda Nacional e que prova estar o titular do imóvel sem execução relativo a débitos de natureza fiscal, tributária ou social em que tenha o governo federal como credor.

b) Certidão negativa de tributos estaduais fornecido pela Secretaria da Fazenda Estadual.

Page 81: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

81

CONSTRUTORA

Sendo pessoa jurídica, deverá ainda ser apresentada a Certidão Negativa de Débitos Previdenciários – CND – , excetuando os casos em que o vendedor tem como objeto fim de sua atividade a produção e venda de bens imóveis, situação esta em que a CND é substituída pela certidão de regularidade e que deve ser renovada a cada seis meses.

Page 82: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

82

Em legislação específica, através da Lei nº 7.433/85, dispõe os requisitos para a lavratura de escrituras públicas, prescrevendo nos parágrafos segundo e terceiro do artigo primeiro que:

Page 83: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

83

§ 2º - O tabelião consignará no ato notarial a apresentação do documento comprobatório do pagamento do imposto de transmissão inter vivos, as certidões fiscais, feitos ajuizados e ônus reais, ficando dispensado sua transcrição.

§ 3º - Obriga-se o tabelião a manter, em cartório, os documentos e certidões de que trata o parágrafo anterior, no original ou em cópia autenticadas.

Page 84: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

84

É oportuno destacar que o Código Tributário, no sentido de resguardar a preferência de recebimento das dívidas em que o governo é o credor, prescreve:

Artigo 185 – Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa em fase de execução.

Page 85: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

85

Artigo 186 – O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo de constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho.

Page 86: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

86

Sendo o governo um credor que tem preferência sobre os demais, à exceção dos de natureza trabalhista, é mister que não se pode intermediar nenhuma operação imobiliária sem que inicialmente se busque a matrícula do imóvel a ser alienado, partindo dali para as diversas certidões que a lei obriga, e o bom senso recomenda o seu cumprimento.

Page 87: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

87

Prescreve o artigo 236 da Lei dos Registros Público que:

“Nenhum registro poderá ser feito sem que o imóvel a que se referir esteja matriculado”.

Page 88: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

88

Daí, decorre que o primeiro documento que se deve ter em mãos é a Certidão do Cartório de Registro de Imóveis onde o mesmo encontra-se matriculado. Esta certidão é a carteira de identidade do imóvel. É nela que consta toda e qualquer situação que poderá permitir ou impedir a transferência do domínio da propriedade.

Page 89: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

89

As certidões podem ser dividas em dois grupos. As obrigatórias, que acabaram de ser vista, que constituem o grupo um, e as demais que variam conforme o caso, chamadas de grupo dois, que, para uma melhor compreensão, podem ser assim definidas:

Page 90: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

90

GRUPO UM: São as certidões exigidas pelo Cartório de Notas, onde se vai lavrar o documento de compra e venda, permuta, cessão ou qualquer outra forma permitida em lei, e pelo Cartório de Registro de Imóveis onde o imóvel está inscrito e onde a escritura será levada para o devido registro ou averbação à margem de sua matrícula.

Page 91: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

91

São as certidões fornecidas pela União, pelo Estado e pela Prefeitura através de seus respectivos órgãos, além da já citada certidão do imóvel e que constituem providências preliminares, já que no ato de outorga da escritura, tais documentos devem ser apresentados. É, portanto, o pré-requisito, sem o qual nenhuma escritura poderá ser lavrada;

Page 92: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

92

GRUPO DOIS: São aquelas exigidas de conformidade com a natureza da operação imobiliária, tal seja: imóvel urbano, rural, novo, usado, em construção, financiado, a financiar, com hipoteca, com alienação fiduciária, com uso de FGTS e mais uma grande variedade de situações que podem envolver uma transação com determinado bem imóvel.

Page 93: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

93

Cada certidão tem um certo tempo de validade, uma vez que, em um curto espaço de tempo, os acontecimentos na vida das pessoas podem resultar em grandes transformações na sua idoneidade moral, financeira e patrimonial, algumas vezes por iniciativa do próprio titular e muitas outras por ordem judicial, como por exemplo, uma ordem de arresto ou penhora.

Page 94: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

94

A importância da documentação imobiliária é de tamanha relevância, que o Código Civil em diversos de seus artigos é imperativo nas suas exigências, além de merecer 121 artigos específicos na Lei dos Registros Públicos. Vejamos alguns exemplos no Novo Código Civil:

Page 95: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

95

Art. 1.227 – Os direitos reais sobre imóveis constituídos ou transmitidos por atos entre vivos só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.

Page 96: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

96

Art. 1.245 – Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.

Page 97: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

97

Parágrafo Primeiro: Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.

Parágrafo Segundo: Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.

Page 98: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

98

Art. 1.246 – O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo.

Art. 1.247 – Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule.

Page 99: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

99

Considerando a multiplicidade de situações que requerem certidões, tanto do titular como do imóvel, vamos enumerar aquelas que, com mais frequência, o Corretor de Imóveis ou Imobiliária, têm que providenciar quando responsáveis pela intermediação do negócio, observando-se que aquelas constantes do grupo um são obrigatórias em qualquer situação, e as demais de conformidade com a natureza da transação.

Page 100: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

100

CERTIDÕES QUANTO AO IMÓVEL1) Certidão expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis onde o mesmo encontra-se matriculado (para fazer prova de quem é o legítimo proprietário).

2) Certidão negativa de ônus (verifica se existe algum gravame judicial ou extra judicial, como arresto, penhora, hipoteca, etc).

Page 101: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

101

3) Certidão vintenária (verifica todos os atos a que esteve submetido nos últimos vinte anos, bem como todas as pessoas que direta ou indiretamente tiveram algum interesse no bem).

4) Certidão negativa de tributos municipais (quitação de ITU ou IPTU relativo aos últimos 5 anos).

Page 102: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

102

5) Regularidade junto ao INCRA (tratando-se de imóvel rural).

6) Patrimônio Histórico (imóvel sujeito a tombamento).

7) Certidão do registro da incorporação (para condomínios em construção).

8) Certidão do registro de loteamento (para lotes a prestação).

Page 103: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

103

CERTIDÕES QUANTO AO TITULAR1) Cartório Distribuidor do Cível (Certidão negativa de ações reais e pessoais reipersecutórias).

2) Justiça Federal (ações e execuções federais em contencioso da União).

Page 104: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

104

3) Procuradoria da Fazenda Nacional (qualquer tributo e contribuições devidos à União).

4) Receita Federal (impostos e tributos administrados pelo órgão).

5) Secretaria da Fazenda (tributos estaduais).

6) Secretaria das Finanças (tributos municipais).

Page 105: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

105

10) CND/INSS – Certidão negativa de débito para com a previdência social (exigido de todas as pessoas para a obtenção do termo de Habite-se, e para as pessoas jurídicas sempre que estiverem alienando um imóvel pertencente ao seu ativo imobilizado. As pessoas jurídicas que exerçam a atividade de construção e venda de imóveis estão dispensadas de sua apresentação);

Page 106: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

106

11) Certidão de regularidade de situação junto ao INSS (para pessoas jurídicas que exerçam a atividade de construtor, renovável a cada seis meses).

Page 107: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

107

OUTROS DOCUMENTOSParalelamente às certidões que, como foi visto, podem recair sobre o imóvel ou sobre o seu titular, existem ainda alguns documentos que tornam-se necessários em virtude do modo com que é feita a operação imobiliária. Alguns casos:

Page 108: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

108

1) Manifestação escrita de desistência firmada pelo locatário quanto ao direito de preferência que lhe é assegurado pelo artigo 27 da Lei nº 8.245/91 (Lei do Inquilinato).

2) Autorização judicial (para venda de bens de menores, incapazes, no curso de inventário, etc).

3) Carta de arrematação (para bens adquiridos em leilão ou praça).

4) Termo de Habite-se (para imóvel novo).

Page 109: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

109

5) Certidão do Cartório de Registro de Imóveis onde conste a averbação de: construção; demolição; acréscimo de construção; desmembramento; remembramento; alteração de nome ou do estado civil do alienante.

6) Declaração de inexistência de débito condominal (fornecido pelo síndico, quando se tratar de imóvel de condomínio).

Page 110: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

110

7) Autorização para baixa de hipoteca quando houver a quitação de imóvel hipotecado.

8) Certidão negativa de decreto desapropriatório do poder municipal.

9) Certidão atualizada do Registro de Comércio, para pessoas jurídicas.

10) Certidão atualizada do Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas para sociedades civis, esportivas, religiosas, associações e demais entidades de registro obrigatório.

Page 111: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

111

Visto assim a importância da documentação numa operação imobiliária, seja quanto ao imóvel, seja quanto às partes, ficam ainda outras etapas em que o profissional do ramo imobiliário precisa conhecer bem para que o negócio por ele intermediado possa ter princípio, meio e fim, de maneira correta e que, acima de tudo, faça jus à sua remuneração. Ao bom serviço deve estar a boa remuneração.

Page 112: 1 Sistema Registral e Notarial Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage p.caravage@gmail.com

112

Sistema Registral e Notarial

Prof. Esp. Paulo Jorge Delício Caravage

[email protected]