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CURSO DE CAPACITAÇÃO CURSO DE CAPACITAÇÃO NOTARIAL E REGISTRAL NOTARIAL E REGISTRAL TJ/BA TJ/BA 24/04/2014 24/04/2014

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CURSO DE CAPACITAÇÃO CURSO DE CAPACITAÇÃO NOTARIAL E REGISTRALNOTARIAL E REGISTRAL

TJ/BATJ/BA

24/04/201424/04/2014

Professora: Professora: Ms. Juliana Follmer Bortolin Ms. Juliana Follmer Bortolin LisboaLisboa

TEMA: O REGISTRO CIVIL DAS TEMA: O REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS PESSOAS NATURAIS

Professora Juliana Follmer Bortolin Professora Juliana Follmer Bortolin LisboaLisboa

MESTRE EM DIREITOMESTRE EM DIREITO - - Universidade Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.UFRGS.

ESPECIALISTA EM DIREITO ESPECIALISTA EM DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL – IBEST/PRNOTARIAL E REGISTRAL – IBEST/PR

Registradora do 8º Registro Civil de Registradora do 8º Registro Civil de Pessoas Naturais - Pessoas Naturais - Cartório Cartório FollmerFollmer

Ainda sobre a qualificaçãoAinda sobre a qualificaçãoProfessora universitária e de Pós- Professora universitária e de Pós- Graduação de Direito Notarial/Registral e Graduação de Direito Notarial/Registral e Direito Civil Direito Civil

Autora do livro “A atividade notarial e Autora do livro “A atividade notarial e registral como delegação do Poder registral como delegação do Poder PúblicoPúblico””

Palestrante do Congresso Internacional da Palestrante do Congresso Internacional da União Internacional do Notariado Latino – União Internacional do Notariado Latino – UINL - México - 2004UINL - México - 2004

ESTRUTURA DO TEMA ESTRUTURA DO TEMA (Plano de aula):(Plano de aula):

I – Introdução ao Registro Civil das I – Introdução ao Registro Civil das Pessoas Naturais – Contextualização Pessoas Naturais – Contextualização do nascimento dentro do Direito do nascimento dentro do Direito Registral brasileiroRegistral brasileiro

II - Princípios que regem o Registro II - Princípios que regem o Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN)Civil das Pessoas Naturais (RCPN)

I – Introdução ao Registro Civil das I – Introdução ao Registro Civil das Pessoas Naturais - Contextualização Pessoas Naturais - Contextualização dentro do Direito Notarial e Registral dentro do Direito Notarial e Registral brasileirobrasileiro

1.1 - Noções básicas das Leis Federais 1.1 - Noções básicas das Leis Federais 1.2 -1.2 - Finalidade do Registro Civil das Finalidade do Registro Civil das

Pessoas NaturaisPessoas Naturais1.3 - Atribuições do Registrador Civil 1.3 - Atribuições do Registrador Civil 1.4 - Principais Livros do RCPN1.4 - Principais Livros do RCPN1.5- Registro de nascimento1.5- Registro de nascimento

II - Princípios que regem o RCPNII - Princípios que regem o RCPN

2.1 – Princípio da Legalidade2.1 – Princípio da Legalidade2.2 – Princípio da Publicidade2.2 – Princípio da Publicidade2.3 - Princípio da Conservação2.3 - Princípio da Conservação2.4 – Princípio da Instância ou Rogação2.4 – Princípio da Instância ou Rogação2.5 – Princípio da Continuidade2.5 – Princípio da Continuidade2.6 – Princípio da Territorialidade2.6 – Princípio da Territorialidade2.7 – Princípio da Imutabilidade do nome2.7 – Princípio da Imutabilidade do nome

2.8 – Princípio da Autenticidade2.8 – Princípio da Autenticidade2.9- Princípio Constitucional ao 2.9- Princípio Constitucional ao Registro Registro

e à certidãoe à certidão2.10 – Princípio da Dignidade da Pessoa 2.10 – Princípio da Dignidade da Pessoa

HumanaHumana2.11- Princípio da Independência 2.11- Princípio da Independência 2.12 – Princípio da Imparcialidade2.12 – Princípio da Imparcialidade

PREVISÃO DA ATIVIDADE PREVISÃO DA ATIVIDADE NOTARIAL E REGISTRAL NA CF/NOTARIAL E REGISTRAL NA CF/

8888

Art. 236. Os serviços notariais e de Art. 236. Os serviços notariais e de registro são registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder por delegação do Poder Público. Público.

1.1 - Noções básicas das Leis 1.1 - Noções básicas das Leis FederaisFederais

LEI 8.935/94LEI 8.935/94 Art. 1º Serviços notariais e de Art. 1º Serviços notariais e de

registro são os de organização registro são os de organização técnica e administrativa destinados a técnica e administrativa destinados a garantir a garantir a publicidade, autenticidade, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos segurança e eficácia dos atos jurídicos.jurídicos.              

Art. 3º Art. 3º Notário, ou tabeliãoNotário, ou tabelião, e , e oficial de oficial de registro, ou registradorregistro, ou registrador, são profissionais , são profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial delegado o exercício da atividade notarial e de registro. e de registro.

(NOMENCLATURA!)(NOMENCLATURA!)

Contextualização do Direito Contextualização do Direito Registral Civil no Sistema JurídicoRegistral Civil no Sistema JurídicoNa esfera privada, vemos a Na esfera privada, vemos a Constitucionalização do Direito Constitucionalização do Direito Privado ( ser humano passa a estar Privado ( ser humano passa a estar no centro do Direito Privado!)no centro do Direito Privado!)

Na esfera pública, o Registro Civil Na esfera pública, o Registro Civil exerce um papel relevante: oferece exerce um papel relevante: oferece Publicidade aos seus registros e Publicidade aos seus registros e garante o acesso à cidadania, além garante o acesso à cidadania, além de conferir segurança jurídica. de conferir segurança jurídica.

Por outro lado, o RCPN informa aos Por outro lado, o RCPN informa aos órgãos públicos, os órgãos públicos, os dados/informações sobre a pessoa dados/informações sobre a pessoa natural ( Exerce, assim, relevante natural ( Exerce, assim, relevante papel para a formação de papel para a formação de estatísticas, para o planejamento estatísticas, para o planejamento social, educacional, de saúde, etc).social, educacional, de saúde, etc).

Informações são enviadas para Informações são enviadas para INSS, IBGE, SEAD, FORÇAS ARMADAS, INSS, IBGE, SEAD, FORÇAS ARMADAS, FUNAI, ETC.FUNAI, ETC.

Por que o Estado delega a Por que o Estado delega a atividade notarial e registral?atividade notarial e registral?

Lei Federal 8.935/94 Lei Federal 8.935/94

Art. 12. Aos oficiais de registro de imóveis, de Art. 12. Aos oficiais de registro de imóveis, de títulos e documentos e civis das pessoas títulos e documentos e civis das pessoas jurídicasjurídicas, , civis das pessoas naturais civis das pessoas naturais e de e de interdições e tutelas compete a prática dos atos interdições e tutelas compete a prática dos atos relacionados na legislação pertinente aos relacionados na legislação pertinente aos registros públicos, de que são incumbidos, registros públicos, de que são incumbidos, independentemente de prévia distribuição, mas independentemente de prévia distribuição, mas sujeitossujeitos os oficiais de registro de imóveis e civis os oficiais de registro de imóveis e civis das pessoas naturais das pessoas naturais às normas que definirem às normas que definirem as circunscrições geográficasas circunscrições geográficas..

Lei Federal 6.015/73 Lei Federal 6.015/73

Título I - Parte Geral (art.1º ao 28) – para Título I - Parte Geral (art.1º ao 28) – para todos os Registros Públicos;todos os Registros Públicos;

Título II (art. 29 a 113) Especificamente, Título II (art. 29 a 113) Especificamente, sobre o RCPN e suas atribuiçõessobre o RCPN e suas atribuições;;

Aplica-se ao RCPN: Aplica-se ao RCPN: suscitação da dúvida suscitação da dúvida (296 C/C art. 198 a 204 LRP) (296 C/C art. 198 a 204 LRP)

1.2 - Finalidade do RCPN

A pessoa natural encontra no A pessoa natural encontra no RCPN a PROVA, imediata, de seu RCPN a PROVA, imediata, de seu ESTADO e CAPACIDADE.ESTADO e CAPACIDADE.

Como?Como?

O registro faz PROVA: Da IDADE, demonstrando a menoridade Da IDADE, demonstrando a menoridade

e a maioridade civil;e a maioridade civil; Da aquisição antecipada da capacidade Da aquisição antecipada da capacidade

(pela emancipação ou a sua perda da (pela emancipação ou a sua perda da capacidade (interdição);capacidade (interdição);

Do estado civil e do vínculo parental, Do estado civil e do vínculo parental, para o exercício de direitos e obrigaç.para o exercício de direitos e obrigaç.

Da nacionalidade, para gozo dos Da nacionalidade, para gozo dos direitos civis;direitos civis;

E da própria existência jurídica da E da própria existência jurídica da pessoa natural.pessoa natural.

Luiz Guilherme Loureiro ensina:“O RCPN tem como foco a pessoa física ou

natural, vale dizer, o indivíduo, o ser humano, tal como ele é levado em consideração pelo direito. Cabem ao registrador civil o registro e a publicidade de fatos e negócios jurídicos inerentes à pessoa física, desde seu nascimento até sua morte, tendo em vista que tais fatos e atos repercutem não apenas na esfera do indivíduo, mas interessam a toda a sociedade.”(p. 18, 2010)

1.3 - Principais atribuições do 1.3 - Principais atribuições do Registrador CivilRegistrador Civil - REGISTROS - REGISTROS

- AVERBAÇÕES- AVERBAÇÕES- EXPEDIÇÃO DE CERTIDÕES - EXPEDIÇÃO DE CERTIDÕES - ANOTAÇÕES E COMUNICAÇÕES- ANOTAÇÕES E COMUNICAÇÕES- OFÍCIOS (respostas a ofícios, relatórios - OFÍCIOS (respostas a ofícios, relatórios mensais, etc.)mensais, etc.)- TRANSCRIÇÕES (art. 32, parágrafo1º LRP)- TRANSCRIÇÕES (art. 32, parágrafo1º LRP)

RESOLUÇAO 155/2012 CNJ – TRASLADOS DE RESOLUÇAO 155/2012 CNJ – TRASLADOS DE CERT. LAVRADAS NO EXTERIOR (LV E)CERT. LAVRADAS NO EXTERIOR (LV E)

ATOS REGISTRÁVEIS(Art. 9 CCB e art. 29 LRP)

- Nascimento- Casamento (civil e religioso c/ efeito civil)- Óbito- Emancipação (por sentença judicial ou por

outorga dos pais – Escritura Pública)- Interdição (decorrente da incapacidade

relativa ou absoluta)- …

Outros atos registráveis- Sentença declaratória de ausência e de

morte presumida- Opções de nacionalidade Conversão de união estável em

casamento (atenção para ADI 4277 e a ADPF 132 )

AVERBAÇÃO É ATO DE CARÁTER ACESSÓRIO

Averbação: lançada à margem do registro (ex.:o reconhecimento de paternidade)

Tem a finalidade de alterar, modificar ou cancelar um registro já existente.

DIFERENÇA ENTRE DIFERENÇA ENTRE AVERBAÇAO E ANOTAÇAOAVERBAÇAO E ANOTAÇAO

A AVERBAÇAO produz uma modificação no registro

Ex. 01: averbação de reconhecimento de paternidade no registro de nascimento;

Ex. 02: averbação de divórcio no assento de casamento)

A ANOTAÇÃO consiste numa informação adicional

Ex. 01:anotação de casamento no assento de nascimento

Ex. 02: anotação de emancipação junto ao Lv. A, após o registro no Livro E da Escritura de emancipação

AVERBAÇÕES MAIS COMUNS DO RCPN

Av. de cancelamento de registro Av. de divórcio (eventuais separações –

Ver EC 66/2010) Av. nulidade ou anulação do casamento; Av. de alteração de regime de bens (art.

1.639, parág. 2º CCB); Av. de restabelecimento da sociedade

conjugal; Reconhecimento de filiação; Av. de retificação; Perda ou suspensão do poder familiar (art.

163, parágrafo único ECA);

Anotações e comunicaçõesarts. 106 a 108 LRP (prazo: 05 dias – ato de

ofício) Visa assegurar as remissões recíprocas.

ANOTAÇÃO quando o assento primitivo encontra-se no próprio RCPN.

COMUNICAÇÃO quando o assento (registro) primitivo encontra-se em outro RCPN

1.4 - Livros do Registro Civil das 1.4 - Livros do Registro Civil das PessoasPessoas Naturais – (art. 33 LRP) Naturais – (art. 33 LRP)

““A” – Registro de NascimentoA” – Registro de Nascimento ““B” – Registro de CasamentoB” – Registro de Casamento ““B -Auxiliar” – Casamento relig. para efeitos civisB -Auxiliar” – Casamento relig. para efeitos civis ““C” – Registro de Óbito C” – Registro de Óbito ““C- Auxiliar” – Registro de NatimortoC- Auxiliar” – Registro de Natimorto ““D” – Registro de ProclamasD” – Registro de Proclamas Livro “E” – Registro dos demais atos relativos ao Livro “E” – Registro dos demais atos relativos ao

estado civil. (EX: estado civil. (EX: emancipação, interdição, etc.)emancipação, interdição, etc.)

CASAMENTOCASAMENTO MODALIDADES DE CASAMENTO E MODALIDADES DE CASAMENTO E

COMUNICAÇOES OBRIGATÓRIAS!COMUNICAÇOES OBRIGATÓRIAS! CASAMENTO HOMOAFETIVO COM CASAMENTO HOMOAFETIVO COM

MESMO TRATAMENTO DO MESMO TRATAMENTO DO CASAMENTO HETERO!CASAMENTO HETERO!

Resoluçao 175/2013 CNJResoluçao 175/2013 CNJ Regimes de bensRegimes de bens Separaçao obrigatória(70 anos) – Separaçao obrigatória(70 anos) –

art. 1641 do CCBart. 1641 do CCB

ÓBITOÓBITO REGISTRO DEVE SER LAVRADO NO REGISTRO DEVE SER LAVRADO NO

LOCAL DO ÓBITO! (ART. 77 da Lei LOCAL DO ÓBITO! (ART. 77 da Lei 6.015/73)6.015/73)

COMUNICAÇÕES OBRIGATÓRIAS!COMUNICAÇÕES OBRIGATÓRIAS!

1.5- REGISTRO DE 1.5- REGISTRO DE NASCIMENTONASCIMENTO

Envolve o direito de personalidade (art. 11 e ss.CC)Respeito à dignidade da pessoa humana

(fundamento da Carta Magna – art. 1º da CF/88)

O REGISTRO DE NASCIMENTO ASSEGURA A CIDADANIA À PESSOA, pois a partir dele se tem acesso à saúde, escola, possibilidade de voto, etc.

O Direito ao nome: NOME – identifica as raízes familiares e identifica a

pessoa. (ATENÇAO PARA IRMÃOS GÊMEOS)O nome NÃO pode expor a pessoa ao ridículo.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL COMPETÊNCIA TERRITORIAL PARA REGISTROPARA REGISTRO

art. 50 LRP – Local do nascimento ou art. 50 LRP – Local do nascimento ou da residência dos pais!da residência dos pais!

Exceçao – Regra de competência Exceçao – Regra de competência prorrogada: quando a criança vai a prorrogada: quando a criança vai a óbito com menos de 01 ano de óbito com menos de 01 ano de idade. Se o RCPN que lavrar o idade. Se o RCPN que lavrar o óbito nao teria competência para óbito nao teria competência para lavrar o nascimento, poderá fazê-lavrar o nascimento, poderá fazê-lo, mesmo que nao seja sua zona lo, mesmo que nao seja sua zona para o nascimento.para o nascimento.

PRAZOS PARA REGISTRO DE PRAZOS PARA REGISTRO DE NASCIMENTO NASCIMENTO

PRAZO DO REGISTRO: PRAZO DO REGISTRO: art. 50, art. 50, in finein fine 15 DIAS – para genitor registrar15 DIAS – para genitor registrar 3 MESES – desde que nascimento 3 MESES – desde que nascimento

tenha ocorrido a mais de 30Km da tenha ocorrido a mais de 30Km da serventiaserventia

15+45 DIAS=60 DIAS – para a mãe 15+45 DIAS=60 DIAS – para a mãe registrar o nascimento, neste caso, registrar o nascimento, neste caso, somente no RCPN do local de somente no RCPN do local de residência residência (art. 52, 2)(art. 52, 2)

REGISTRO TARDIOREGISTRO TARDIOA Lei Federal 11.790/08 facilitou o

procedimento do REGISTRO TARDIO – vem auxiliar no combate ao subregistro (alterou o art. 46 LRP).

O Provimento 28/2013 do CNJ FACILITOU, AINDA, MAIS O REGISTRO TARDIO E ESTABELECEU ORIENTAÇAO AOS REGISTRADORES SOBRE COMO PROCEDER O PROCESSO ADMINISTRATIVO DE REGISTRO EXTEMP0RÂNEO!

O requerimento de registro tardio será assinado por 2 testemunhas; se o oficial de registro suspeitar sobre a falsidade da declaração pode exigir mais provas, se, ainda, persistir a suspeita, encaminhará os autos ao juízo competente (art. 45, parágr. 1, 3 e 4 da LRP)

REGISTRO DOMICILIARREGISTRO DOMICILIAR Art.52, par. 1 LRP Art.52, par. 1 LRP Comparecem genitores e 2 Comparecem genitores e 2

testemunhas. (pode Oficial solicitar testemunhas. (pode Oficial solicitar atestado da parteira)atestado da parteira)

ATENÇAO PARA A LEI FEDERAL ATENÇAO PARA A LEI FEDERAL 12.662 DE 05/06/2012 regula a 12.662 DE 05/06/2012 regula a expediçao de DNVs e altera o art. 54 expediçao de DNVs e altera o art. 54 da Lei Federal 6.015/73 da Lei Federal 6.015/73

IMPUTAÇÃO DE IMPUTAÇÃO DE PATERNIDADEPATERNIDADE

A mãe noticia quem é o suposto pai.A mãe noticia quem é o suposto pai.

Lei Federal 8.560/92 – art. 2Lei Federal 8.560/92 – art. 2

Provimento 16 CNJ de 17/02/2012Provimento 16 CNJ de 17/02/2012

Reconhecimento de Reconhecimento de paternidadepaternidade

APLICAÇÃO DO PROVIMENTO APLICAÇÃO DO PROVIMENTO 16/2012 DO CNJ POR TODOS OS 16/2012 DO CNJ POR TODOS OS REGISTRADORES CIVIS DO PAÍS!REGISTRADORES CIVIS DO PAÍS!

Possibilidade de Reconhecimento de Possibilidade de Reconhecimento de paternidade direto, sem parecer do paternidade direto, sem parecer do MP e em QUALQUER RCPN DO MP e em QUALQUER RCPN DO BRASIL (NAO MAIS NO RCPN DO BRASIL (NAO MAIS NO RCPN DO NASCIMENTO!)NASCIMENTO!)

Casos complexos abre vista ao Juiz Casos complexos abre vista ao Juiz competente.competente.

REGISTRO INDÍGENAREGISTRO INDÍGENAREGISTRO DE NASCIMENTO PARA ÍNDIOS REGISTRO DE NASCIMENTO PARA ÍNDIOS

– vem crescendo muito a procura pelo – vem crescendo muito a procura pelo registro civil de nascimento. registro civil de nascimento.

Estatuto do índio e art. 50, par. 2 LRP –Estatuto do índio e art. 50, par. 2 LRP –respeitar o nome ÉTNICO (CNJ) respeitar o nome ÉTNICO (CNJ)

ART. 231 CF/88ART. 231 CF/88 Índio não integrado – basta registro FUNAI Índio não integrado – basta registro FUNAI

(RANI)(RANI) Índio integrado – pode requerer registro Índio integrado – pode requerer registro

civil – DOC. BASE É O RANI!civil – DOC. BASE É O RANI!

Atenção!Atenção! RESOLUÇÃO CONJUNTA Nº RESOLUÇÃO CONJUNTA Nº

03/202 CNJ e CNMP – dispõe 03/202 CNJ e CNMP – dispõe sobre sobre assento de nascimento de assento de nascimento de indígena no Registro Civil das indígena no Registro Civil das Pessoas NaturaisPessoas Naturais

2ª PARTE DA TEMÁTICA:2ª PARTE DA TEMÁTICA:

““PRINCIPIUM” (LATIM) = ORIGEM, PRINCIPIUM” (LATIM) = ORIGEM, COMEÇO;COMEÇO;

2.1 – Princípio da Legalidade2.1 – Princípio da Legalidade

Trata da necessidade do cumprimento da lei, para a realização da atividade registral. (exame prévio da legalidade)

2.2 – Princípio da Publicidade2.2 – Princípio da Publicidade Permite o conhecimento Permite o conhecimento erga omneserga omnes..(gera a ficção do conhecimento).(gera a ficção do conhecimento). Ocorre a desnecessidade de informar o Ocorre a desnecessidade de informar o

motivo do pedido da certidão.motivo do pedido da certidão. Há limitações à publicidade:Há limitações à publicidade: Registro de nascimento (quanto à origem, Registro de nascimento (quanto à origem,

se decorrer de adoção - 47 ECA)se decorrer de adoção - 47 ECA) Programa de proteção à testemunha Programa de proteção à testemunha (art. (art.

57, parág. 7º LRP).57, parág. 7º LRP).

2.3 - Princípio da Conservação

O registrador tem o dever de guardar e zelar pelos documentos públicos pertinentes à sua função.

O arquivo é perpétuo, pois os Livros O arquivo é perpétuo, pois os Livros e documentos (mandados, ofícios, e documentos (mandados, ofícios, DNVS, etc) permanecem DNVS, etc) permanecem indefinidamente na serventiaindefinidamente na serventia..

2.4 - Princípio da Instância ou Rogação

Os registros dependem da iniciativa do particular.

Ex.: os noivos buscam o RCPN para habilitar o casamento;

Cuidado!As anotações são lavradas de ofício;

2.5 - Princípio da Continuidade

Trata da continuidade de registros, averbações e anotações.

De grande aplicabilidade no RI, também alcança o RCPN.

Fica impedido o lançamento de qualquer anotação ou averbação sem o lançamento de registro e/ou averbação anterior.

2.6 – Princípio da Territorialidade Art. 12 da Lei 8.935/94 (delimita a atuação

RCPN) UM DOS PRINCÍPIOS MAIS RELEVANTES DO

SISTEMA REGISTRAL CIVIL! A atividade registral somente poderá ser

exercida dentro da área territorial definida em lei. (Competência territorial).

Ex.: Se 6 RCPNs,o nascimento deve ser lavrado no RCPN da zona onde o nascimento se deu ou onde os genitores domiciliados (art. 50 LRP devido ao Princípio da Territorialidade).

2.7- Princípio da Imutabilidade do nome

- Princípio de ordem pública;

- O NOME PERTENCE AO ROL DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ESTABELECIDOS NO CCB DE 2002!

- É de interesse da sociedade que o nome seja definitivo, isto é, permaneça imutável, para a segurança das relações jurídicas.

Mais que isso:Mais que isso:

O NOME INDIVIDUALIZA A PESSOA!

““Toda pessoa tem direito ao nome, Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendido o prenome e nele compreendido o prenome e o sobrenome” (art. 16 CC)o sobrenome” (art. 16 CC)

SIGNIFICADO DO NOMESIGNIFICADO DO NOME

NOME É UM SIGNO QUE IDENTIFICA A NOME É UM SIGNO QUE IDENTIFICA A PESSOA, QUE A TORNA PESSOA, QUE A TORNA PERTENCENTE À SOCIEDADE. PERTENCENTE À SOCIEDADE.

O NOME ASSEGURA DIGNIDADE À O NOME ASSEGURA DIGNIDADE À PESSOA HUMANA.PESSOA HUMANA.

O NOME É UM DIREITO DE TODO O O NOME É UM DIREITO DE TODO O SER HUMANO E UM DEVER DOS SER HUMANO E UM DEVER DOS GENITORES. GENITORES.

Exceções à Imutabilidade

Art. 56 – No primeiro ano da maioridade, poderá, pessoalmente ou por procurador, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração. Ex. registrada como Maria, mas conhecida por todos como Simone;

OUTRA EXCEÇAO À OUTRA EXCEÇAO À IMUTABILIDADEIMUTABILIDADE

Art. 57 LRP - ALTERAÇÃO POSTERIOR DO NOME SOMENTE POR EXCEÇAO E MOTIVADAMENTE, APÓS AUDIÊNCIA DO MP E POR SENTENÇA JUDICIAL.

EX.: Juiz autoriza o acréscimo de sobrenome decorrente de união estável (57, parág. 2º e 3º);

Ainda art. 57 LRP – ALTERAÇÃO DO NOME

EM FUNÇÃO DA ALTERAÇÃO DE SEXO E DE NOME (CERTIDÃO NÃO MENCIONARÁ O SEXO E O NOME ORIGINAL, SÓ MENÇAO AO ART. 21, PARÁGRAFO ÚNICO DA LRP).

ALTERAÇAO DECORRENTE DE PRENOME VEXATÓRIO (ART. 55,PARÁGRAFO ÚNICO)

HIPÓTESE DO PARÁGRAFO 8º DO ART. 57 LRP

ENTEADO(A) – HAVENDO MOTIVO PONDERÁVEL - PODERÁ REQUERER AO JUÍZO COMPETENTE, QUE SEJA AVERBADO, NO SEU REGISTRO DE NASCIMENTO, O NOME DE FAMÍLIA DE SEU PADRASTO OU MADRASTA, desde que haja concordância expressa destes, SEM PREJUÍZO DE SEUS APELIDOS DE FAMÍLIA ( LEI 11.924/2009). NOVIDADENOVIDADE!!

Art. 58 – PRENOME É DEFINITIVO, ADMITINDO-SE A SUA ALTERAÇÃO POR APELIDOS PÚBLICOS NOTÓRIOS.(LEI 9.708/98) – Ex.: Lula

PARÁGRAFO ÚNICO – ADMITE-SE A SUBSTITUIÇÃO DO PRENOME EM RAZÃO DE FUNDADA COAÇÃO OU AMEAÇA – COLABORAÇÃO COM APURAÇÃO DE CRIME (LEI 9.807/99) C/C ART. 57,PARÁGRAFO 7º LRP – ALTERAÇAO DO NOME).

2.8 – Princípio da Autenticidade

Diz respeito à declaração de veracidade do documento (certidão) fornecido pelo Registrador;

A presunção de veracidade é juris tantum (presunção relativa).

2.9 - Princípio ao Direito Constitucional 2.9 - Princípio ao Direito Constitucional ao Registro e à Certidãoao Registro e à Certidão

CF/88 - CF/88 - INÍCIO DO ACESSO GRATUITO INÍCIO DO ACESSO GRATUITO ao registro de nascimento e de óbito no ao registro de nascimento e de óbito no art. 5, inc. LXXVI (gratuidade dos art. 5, inc. LXXVI (gratuidade dos reconhecidamente pobres);reconhecidamente pobres);

TENDO EM VISTA O PAPEL TENDO EM VISTA O PAPEL FUNDAMENTAL do REGISTRO PARA O FUNDAMENTAL do REGISTRO PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA;EXERCÍCIO DA CIDADANIA;

Lei 9534/97:Lei 9534/97: Incluiu o registro de nascimento no rol de Incluiu o registro de nascimento no rol de

documentos essenciais à cidadania (Lei documentos essenciais à cidadania (Lei 9.265/96).9.265/96).

Universalizou a gratuidade do registro de Universalizou a gratuidade do registro de nascimento e de óbito para TODOS, bem nascimento e de óbito para TODOS, bem como a primeira certidão (alterando o art. como a primeira certidão (alterando o art. 30 LRP). 30 LRP).

GRATUIDADE E FUNDO DE GRATUIDADE E FUNDO DE SUSTENTABILIDADESUSTENTABILIDADE

Combate ao SUBREGISTRO É UM DOS Combate ao SUBREGISTRO É UM DOS GRANDES DESAFIOS DO REGISTRO CIVIL GRANDES DESAFIOS DO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS.DAS PESSOAS NATURAIS.

NECESSÁRIO Fundo de sustentabilidade para NECESSÁRIO Fundo de sustentabilidade para os Registros Civis de TODO O BRASIL, os Registros Civis de TODO O BRASIL, decorrente da gratuidade universal.decorrente da gratuidade universal.

Lei 10.169/00 (art. 8º) definiu a obrigação dos Lei 10.169/00 (art. 8º) definiu a obrigação dos Estados e do DF em estabelecer forma de Estados e do DF em estabelecer forma de COMPENSAÇÃO aos Registradores Civis para COMPENSAÇÃO aos Registradores Civis para indenizar os atos gratuitamente praticados.indenizar os atos gratuitamente praticados.

2.10 – Princípio da Dignidade da Pessoa Humana

- - Constituição Federal alemã (1949)Constituição Federal alemã (1949)- Decorrente da perda de dignidade física - Decorrente da perda de dignidade física

moral e psicológica (2ª Guerra Mundial).moral e psicológica (2ª Guerra Mundial). Honra perdidaHonra perdida

No Brasil, a dignidade (introduzida na CF/No Brasil, a dignidade (introduzida na CF/88) no período pós-ditadura;88) no período pós-ditadura;

O ser humano passa a ser o centro da O ser humano passa a ser o centro da proteção jurídica.proteção jurídica.

REFLEXOS NO RCPN :art. 227, art. 227, § 6° CF/88 -§ 6° CF/88 -Filhos passam a ter os Filhos passam a ter os

mesmos direitos e qualificações, proibida mesmos direitos e qualificações, proibida quaisquer designações discriminatórias quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.relativas à filiação.

No registro de nascimento No registro de nascimento não deve não deve constarconstar: : natureza da filiação; Cor do natureza da filiação; Cor do registrado;Ordem de filiação em relação a registrado;Ordem de filiação em relação a outros irmãos (exceto se registro outros irmãos (exceto se registro gemelar);Lugar e RCPN de casamento gemelar);Lugar e RCPN de casamento dos pais; nem o estado civil dos genitores.dos pais; nem o estado civil dos genitores.

Exemplos de mudanças no DIREITO REGISTRAL - devido à força normativa

- A inclusão do sobrenome (nome de família) do padrasto ou madrasta no registro de nascimento do enteado(a) - Lei 11.924/2009

- A desjudicialização do divórcio, do inventário etc.- A facilitação do Registro Tardio de nascimento.- Facilitaçao do reconhecimento de paternidade- Casamento homoafetivo (Resolução

175/2013/CNJ)- A possibilidade de adoção por pessoas do

mesmo sexo (via judicial).- Multiparentalidade e biparentalidade.

2.11- Princípio da Independência

REGISTRADOR GOZA DE AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA PARA ATUAR, TENDO COMO LIMITES PARA A SUA ATUAÇÃO AS DISPOSIÇÕES LEGAIS.

DELEGAÇÃO EM CARÁTER PRIVADO!

PJ FISCALIZA(37 LEI 8.935/94)

2.12 –Princípio da Imparcialidade

O registrador deve agir de forma imparcial no desempenho de suas funções.

A imparcialidade garante segurança jurídica aos que buscam o serviço registral, bem como notarial.

Registrador não pode atuar visando privilegiar interesses de um.

Aplicação da Qualificação Registrária

Registrador realiza a qualificação dos documentos – isto é a ANÁLISE dos docs. - a ele apresentados, a fim de verificar a sua legalidade, antes de proceder o registro.

Passível de suscitação de dúvida, quando a parte interessada não se conformar com a exigência.art 198.

O Direito de Família gera reflexos no Direito Registral Civil

Importância do Princípio do Afeto EVIDENTE: DIVERSAS entidade familiar No RECONHECIMENTO DE relações

homoafetivas e relações sócio-afetivas! Na reprodução assistida e seus reflexos

registrais (permitido R.A. por pessoas do mesmo sexo, conforme Resolução do CFM de dezembro de 2010).

Para TERMINAR...

A CF/88 influencia DIRETAMENTE o Direito Registral, assim como o Direito Privado, o que evidencia que P. da Dignidade da Pessoa Humana é o pilar de sustentação do nosso sistema jurídico atual. (SER HUMANO NO TOPO!)

FUTURO DO DIREITO REGISTRAL REQUER A COMPREENSÃO DO RESPEITO AO SER HUMANO!

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADABIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

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