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ções Unidas é adotado de maneira generalizada e,para nossos propósitos, a falta de homogeneidadeentre sistemas nacionais é apenas um problema amais que se acrescenta aos que discutimos a seguir.

O que mais comumente se toma como uma me-dida direta de desenvolvimento é a do produto iA-terno bruto ou a da renda nacional per capita .:. Ba-sicamente surgem três estágios de problemas quandoesses agregados são utilizados como estimadores dedesenvolvimento, a saber: 1. problemas decorrentesda incapacidade das conceituações desses agregadosem abranger o processo de desenvolvimento confor-me definido anteriormente; 2. problemas derivadosde usos e metodologias de computação e obtenção fi-nal do agregado diferentes e/ou inapropriadas; 3.problemas de erros incorporados nas estimativas.Grosso modo, a análise, desenvolvida na presentecomunicação, de cada um destes três estágios cor-responde à eliminação, respectivamente, das trêshipóteses normalmente adotadas de que: a) cres-cimento, considerado como aumento na produçãode bens e serviços, é uma aproximação adequadade desenvolvimento; b ) taxas de crescimento sãointernacionalmente comparáveis; c) tais taxas sãocomparáveis para o mesmo país em diferentes pe-ríodos de tempo.

O primeiro grupo de problemas pode ser desa-gregado, meramente para tornar mais clara a expo-sição em três categorias principais. Estas catego-rias referem-se: a) aos coeficientes fixos e, numsentido mais amplo, à hipótese de constância nasrelações econômicas implícita nos modelos de esti-mação da renda nacional; b) a não-consideração,em qualquer das etapas relevantes de obtenção decifras para as contas nacionais, de algum tipode função de benefício social; c) a impossibilidade decomparações entre funções de bem-estar e de pre-ferência entre países distintos e até dentro de ummesmo país.

Com vistas a se chegar às cifras das contas na-cionais, as economias (e, neste caso, referimo-nosparticularmente às economias dos países em desen-volvimento) são desagregadas em vários setores,paria cujas estimativas, regra geral, se segue proce-dimento diverso entre si. 1:- raro em países desen-volvidos e, a fortiori, nos em desenvolvimento, con-tar-se com levantamentos periódicos dos setores daeconomia. Assim sendo, para cada um tendem osresponsáveis pela contabilidade nacional a, natural-mente, identificar certas relações tidas como repre-sentativas do setor e passíveis de serem reproduzidasa cada ano com novos valores para as variáveis. Emconseqüência, à medida que os censos são real izadoscom intervalos de 10 anos e à medida que o montan-te de conhecimento acumulado é escasso, os conta-dores nacionais e estatísticos normalmente repetem,com variações muito pequenas e mais freqüente-mente por muitos anos, os procedimentos que aexperiência, não sem grandes esforços, lhes ensinoucomo sendo capazes de conduzir a uma cifra "ra-zoável". Em outras palavras, um modelo supondocoeficientes constantes dentto da economia e, por-tanto, estabilidade de estruturas, passa a ser intro-duzido como um instrumento útil para a quantifi-cação das características em transformação acelerada

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de um país em desenvolvimento. Em alguns casos,como por exemplo, o dos setores de construção eagricultura de subsistência, a hipótese de relaçõesfixas para um largo período de tempo é feita expli-citamente. Se esses setores representam uma fraçãoconsiderável da atividade econômica naquele país ouse também estão passando por transformações, avalidade de qualquer cifra finalmente obtida tor-na-se, por conseguinte, bastante duvidosa.

O que os aumentos no produto interno bruto ouna renda nacional significam em últim~ análise éuma maior disponibilidade de bens e serviços dentroda economia. Mas bens e serviços é o que perma-nece, uma vez postos de lado os pesos dados pelospreços de mercado quando se decompõe o valor au-mentado dos agregados. Desenvolvimento, medidodessa maneira, restringe-se, portanto, a objetos ma-teriais imediatamente quantificáveis. 5

Todavia, os efeitos de, digamos, uma nova fábrica,não se circunscrevem a uma maior produção deum determinado bem. I: comum tais efeitos daremorigem a tantos problemas adicionais que estes po-dem até mais que contrabalançar os supostos be-nefícios sociais de uma maior produção. Agrava-mento de problemas urbanos, deterioração das con-dições de saúde, poluição ambiental, 'destruição deatividades de artesanat.o e desemprego, são custosfreqüentes que se opõem aos benefícios de um maiorestoque de capital, substituição de importações,efeitos de encadeamento, aquisição de maior ex-periência e capacidade de trabalho, etc. A ques-tão, porém, reside no fato de que se se define desen-volvimento da estrita maneira como a que fica im-plícita quando se toma 'como indicadores apenas osagregados econômicos, então necessariamente deve-rnqs utilizar uma função de custo e benefício, pelaqual maiores ou menores quantidades potenciais debens e serviços, correspondendo aos benefícios ouprejuízos líquidos, sejam acrescentadas às cifras deprodução corrente.

Além do mais, se o processo de desenvolvimentofor considerado em sua concepção mais ampla, co-mo deve forçosamente ser o caso em países recente-mente libertos do domínio colonial, as transforma-ções que ocorrem não são usualmente seguidas deaumento imediato na produção. Reformas agráriasradicais têm historicamente sido acompanhadas dealgum declínio na produção dos primeiros anos.No entanto, são pré<ondições para maiores produ-ções futuras e melhores condições sociais no campo."Assim como pode haver crescimento econômicosem desenvolvimento, pode haver desenvolvimen-to sem crescimento econômico". 6

O procedimento normal para se chegar aos agre-gados nacionais é o da conversão de todo o volumeproduzido, via seus preços, num montante expressoem termos monetários que, somado aos demais,resultará na cifra procurada. Cabem aqui algumasobservações importantes. Diz-se, em defesa da rendanacional, que ela é um indicador objetivo, isentode juízos de valor. Os pesos que se atribuem acada tipo de produto ou serviço, ou seja, os preçoscorrentes de mercado, refletem, todavia, a estruturade demanda daquela economia, particular e esta édeterminada pela distribuição da renda. Isto sig-

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Contas nacionais e de,enoolvimento

Medidas de contas nacionais e desenvolvimento retorno a um tema antigo Renato J. Mayer

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nifica que quando os contadores nacionais tomamos preços de mercado como a expressão das funçõesde preferência de uma comunidade, estão ao mesmotempo implicitamente aceitando o conceito de queos aumento na produção dentro do atual quadrode distribuição de renda podem servir como um bomindicador ,de desenvolvimento. É claro que nesteprocedimento há um juízo de valor, pois o desen-volvimento (de acordo com outro juízo de valor)pode ser considerado como demandando indispensa-velmente uma distribuição diversa da renda. É essetipo de critério enganoso que explica por que emalguns países um aumento de 5% na produção debens de luxo ou armas (ou até mesmo bicicletas),acompanhado de uma queda 'de 1% na produçãode gêneros alimentícios pode aparecer como demons-trativo de um aumento na renda e, portanto, nodesenvolvimento. Em países onde há sério problemade pobreza, não representaria este fenômeno justa-mente um aumento dessa pobreza?

Além disso, em países de vasto território, usual-mente a produção está concentrada regionalmente.Haverá sempre uma certa especialização entre asregiões do país, mas uma ou poucas tenderão aconcentrar a produção manufatureira ou as colheitasde maior valor. Isto não apenas gerará diferentesníveis regionais de poderes aquisitivos, mas, tam-bém, e, como resultado, diferentes preços de mer-cado, tornando extremamente difícil a determinaçãodos pesos a serem atribuídos aos bens e serviçosconsiderados no agregado econômico e lançando dú-vidas sobre essa determinação. E deve-se acrescentarque, segundo o clima e os hábitos culturais, regiõesnum mesmo país podem vir a apresentar diferentespadrões de necessidades, de tal modo que certosbens e serviços de pouco valor em determinados lu-gares são inestimáveis em outros.

Tais problemas são aumentados várias vezes nocaso de tentativas de comparações internacionais,O método costumeiro, adotado pelas Nações Unidas,de conversão das rendas nacionais às taxas de câm-bio vigentes tem-se revelado insatisfatório. Implicase ter um conjunto comum de preços como cri-tério básico de comparabilidade, mas dadas as di-ferentes dotações de fatores, tal conjunto não existe.Ademais, os países crescem de acordo com padrõescaracterísticos distintos, atendendo a diferentes ne-cessidades em ambientes diferentes, a própria idéiade uma comparação internacional neste caso per-dendo bastante de seu sentido.

A renda nacional, seja um conceito ou seja umacifra, não é capaz de indicar desenvolvimento. Me-nos ainda a renda nacional per capita. Esta passacompletamente por cima da questão de quem apro-pria a renda em crescimento, isto é, da questão dadistribuição da renda. (Há, pelo menos, um con-senso geral de que o índice de Gini deva ser mantidoafastado de 1.) O exemplo clássico é o da rendamédia do Kuwait duas vezes maior que a do ReinoUnido - mesmo levando em conta os planos demelhoria do padrão de vida daquele país árabe ea atual crise britânica. Tem havido algumas suges-tões de que a renda mediana (ou a modal) sejaadotada como um indicador superior à renda mé-dia; isto, porém, não invalida qualquer das consi-

Revista de Administração de Empresas

derações feitas. Os economistas em países em de-senvolvimento continuam agarrados ao uso de ci-fras de contas nacionais como indicadores de de-senvolvimento e isto somente pode ser explicadopelo seu bias ideológico. É comum afirmar-se queos incrementos na renda nacional, se forem sufi-cientemente rápidos, cedo ou tarde levam à soluçãodos problemas econômicos, sociais e políticos; arealidade, porém, tem demonstrado que não só cer-tos tipos de crescimento falham em superar estasdificuldades, como ainda contribuem para seu agra-varnento ,"

Até aqui viemos discutindo problemas relativos àprópria natureza do conceito de produto internobruto ou de renda naclonel e deixamos de lado qual-quer preocupação quanto ao grau de precisão comque as cifras efetivamente publicadas correspondemàquilo que pretendem indicar. Veremos agora umaoutra série de problemas, a saber, os concernentesà compatibilidade metodológica nos procedimentosempíricos de obtenção das cifras finais.

Os sistemas de contas nacionais foram elaboradose têm sido aperfeiçoados nos países industriais, ondeas condições para levantamentos estatísticos são,pelo menos, melhores que nas áreas em desenvol-vimento ." Isto significa que, nos primeiros, dadaa sua maior confiabilidade, são mais úteis comoinstrumentos de análise, planejamento e políticaeconômica. No entanto, mesmo nos países desen-volvidos, a precisão das informações requer perma-nente verificação e questões aparentemente inócuascomo quanto da população é coberta em cada le-vantamento não parecem fora de propósito. Mor-genstern, por exemplo, reporta ao censo norte-ame-ricano de 1950 como tendo omitido a presença decinco milhões de pessoas." A questão é, naturalmen-te, muito mais relevante em países subdesenvolvidos,nos quais a falta ou insuficiência de tão básica infor-mação não apenas torna enganosa qualquer compa-ração internacional numa base per capita, comoainda provoca distorção da realidade com que sedefrontam os agentes de decisão, levando inevita-velmente ao desperdício de recursos escassos,

A causa desse segundo estágio de problemas re-side na não-dlsponibilidade de dados estatísticos.Uma vez que cada país tem suas próprias peculia-ridades e deficiências específicas (para não mencio-nar as categorias econômicas/completamente dife-rentes que criam novos problemas conceituais), éraro haver homogeneidade de critérios entre os paí-ses, entre as regiões de um mesmo país e suas ins-tttulções" e mesmo dentro da mesma instituiçãoem diferentes momentos, de tempo. Diferentes pro-blemas estatísticos e diferentes lacunas a serem pre-enchidas requerem abordagens e respostas diferen-tes.11 Isto explica por que em cada lugar e em cadamomento de tempo artifícios distintos, engenhosose com freqüência inexatos são empregados para sechegar a estimativas de componentes relativamentedesconhecidos. O resultado mais geral é um' con-junto de valores agregados de duvidosa precisão ecomparabilidade no que se refere a tempo e lugar.Morgenstern chama a atenção para o fato de que"nada para o qual não existam bons conceitos pode

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ser medido, e conceitos, não importa quão precisos,são de pouco valor prático se as mensurações cor-respondentes não puderem ser realizadas". 12

Em linguagem mais direta, permanecem certosproblemas relativamente aos quais os contadoresnacionais e estatísticos podem sempre seguir mé-todos alternativos, sendo conduzidos, ao final, aresultados díspares. Experiências coroadas de êxitocom algum método em um país tendem a ser difun-didas aos demais, mas este processo deixa aindamuito a desejar. Os problemas mencionados con-cernern normalmente ao tratamento das variaçõesde preços e das suas ponderações na avaliação doproduto, da renda gerada em atividades extramer-cado, das mudanças na qualidade dos bens e ser-viços, do valor a ser imputado aos fluxos criadospelas habitações ocupadas pelos proprietários e pelosserviços domésticos, etc. O que deve ser conside-rado como atividade econômica e, port.anto, medido,e a valorização dos serviços do governo têm mere-cido especial atenção recentemente, mas continuamaltamente controvertidos.

Dado que a metodologia de computação das con-tas nacionais vive ainda problemas de inconsistên-cia, dificilmente se pode tomar seus resultados comobons indicadores de um fenômeno tão complexocomo o do desenvolvimento. Mesmo se aceitarmosa usual confusão com O conceito de crescimento,adotando este como um estimador não-tendenciosode desenvolvimento, terminaríamos no problemamaior de quais medidas de crescimento empregar.

Os. economistas em países em desenvolvimentocostumam reconhecer o escasso grau de confiançados agregados nacionais quanto à sua precisão, masà medida que part,i1ham da crença de que são osmelhores indicadores, justificam o seu uso comotal, preferindo acreditar que as cifras têm sido me-Ihoradas a cada ano. Cifras melhores, entretanto,deixam ainda lugar à questão de quantas represen-tações (correspondendo às diferentes abordagens eprocedimentos de computação) podem ser incluídassob um único e mesmo conceito.

Dediquemo-nos agora, para finalizar, à discussãodos números obtidos. O terceiro estágio de proble-mas refere-se, assim, de uma maneira geral, à fra-gilidade das taxas de crescimento estimadas, devidoa erros nas estatísticas de renda nacional.

Segundo Morgeristern, três são as principais cau-sas de erro: amostragem (em dados industriais, porexemplo) e/ou enumeração em massa (estatísticasde comércio exterior, agricultura, mineração, etc. );os ajustamentos realizados nas estatísticas disponí-veis para que caibam no quadro conceitual do agre-gado (caso de dados obtidos como subprodutos decomputações ou residualmente e não por informaçãodireta); e as práticas generalizadas de interpolação,extrapolação, atribuição de pesos mais ou menosarbit.rários, projeções de tendências e universaliza-ção de informações amostrais, com o objetivo desuprir lacunas para setores e anos, cujas estimativasnão são ou são apenas parcialmente disponíveis.Esperançosamente, os economistas tomam como cer-to que os erros permaneçam constantes no tempo,ou que variam uniformemente ao longo dos anos,ou ainda, com mais freqüên"cia, que simplesmente

sejam cancelados. Está ainda para ser provado quequalquer dessas hipóteses, relativamente às contasnacionais, tem alguma dose de validade.

Em seu magnífico trabalho, Morgenstern cita Si-mon Kuznets como tendo afirmado que uma margemmédia de erro de 10% para as estimativas de rendanacional dos Estados Unidos da América seria ra-zoável. E, contudo, os departamentos de estatísticados Estados Unidos e do Reino Unido são conside-rados como os responsáveis pela melhor apuraçãode contas nacionais do mundo. 1lI Além do mais,esta percentagem de 10%, que se afigura o limiteinferior de imprecisão, não é de maneira algumairrelevante: 10% do PNB norte-americano represen-ta aproximadamente três quartos do PNB do ReinoUnido e excede a soma dos PNBs de muitos paísessubdesenvolvidos!

Morgenstern aponta ainda a irrelevância de com-parações de taxas de crescimento quando há errosincorporados nas estimativas. Tomando a cifra hi-potética de US$ 550 milhões (e que correspondemais ou menos ao que se estimou como o PNB dosEstados Unidos em 1962), mostra o que ocorre seas cifras divulgadas, supostamente corretas, para oano seguinte forem de US$ 560 milhões (a uma taxade crescimento de 1,8%) ou de US$ 566,5 milhões(a uma taxa de crescimento de 3,0%). No primeirocaso, se os erros no ano I e ano II contribuírempara uma diferença de menos de 5% relativamenteaos valores tidos como corretos, a relação 532,0/522,5 nos dará ainda uma taxa de crescimento de1,8%. Se os erros no ano li, porém, forem demais de 5%, a taxa de crescimento resultante será588,0/522,5, ou seja, 12,5 por cento! Repetindo-seo mesmo procedimento para taxas de crescimentosupostamente corretas de 3%, erros de - 5% oude + 5% nas estimativas para o segundo ano, cau-sarão variações nas taxas de crescimento desde 3%até 13,8%. ~ óbvio que esta ampla margem de di-ferenças em taxas de crescimento é completamenteindependente do nível absoluto alcançado e sua cau-sa reside nos percentuais assumidos para as varia-ções no PNB e para os erros. Os últimos, tomadoscomo de mais ou menos 5%, estão visivelmentesubestimados .

Este simples exemplo chama a atenção para afalta de propósito em discussões quanto aos deci-mais nos números adotados para taxas de cresci-mento. O que está realmente em questão é a vali-dade dos inteiros.

Mesmo se nenhum erro houvesse, diferentes taxasde crescimento seriam obtidas pela escolha de dife-rentes anos-base. Uma vez que comparações doPN.Bno tempo são normalmente feitas tomando-seuma média ponderada dos valores adicionados porcada setor de atividade em um determinado pe-ríodo como o agregado 8, por outro lado, ponde-rando-se cada um dos valores agregados setoriaispor uma expressão correspondente ao valor adicio-nado no ano-base, o emprego como ano-base dosúltimos anos de uma série de médio ou longo prazoproduz taxas médias de crescimento mais elevadas.Os setores de atividade que têm crescido mais ten-dem a impor relativamente maior peso no final doperíodo do que em seu início. 14 Os preços, nesse

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Contas nacionais e desenvolvimento

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caso, foram admitidos constantes. Variações nospreços e, de novo, a escolha dos anos-base, quandoisto acontece, implicam margens adicionais devariação das taxas de crescimento e criam mais di-ficuldades à obtenção de uma taxa "correta". E,por último, mas não menos importante, as sucessi-vas e comuns revisões nas t,axas de crescimento,acarretando aleatoriamente mudanças positivas ounegativas nas cifras anteriores, fazem a análise, porexemplo, de séries temporais, depender muito domomento de tempo particular em que é realizada.

Podemos concluir, portanto, que o valor práticodas taxas de crescimento normalmente divulgadastem sido muito superestimado. Em quase todos oslugares são publicadas sem qualquer acompanha-mento de estimativas do erro implícito nas cifras eaceitas incondicionalmente, não somente como indi-cadoras de desenvolvimento, mas sobretudo parafins de política econômica. Uma vez que os recursossão escassos, especialmente em áreas subdesenvol-vidas, sua má alocação devido a informação básicaenganosa tem um custo de oportunidade elevadís-simo.15

A ênfase corrente em taxas de crescimento podeser explicada em parte pela usual e urgente neces-sidade de dados informativos sobre os progressosda economia. Há países em que as taxas são apre-sentadas antes mesmo do fim do ano a que se refe-rem. !: claro que há nisso um apelo político bas-tante forte; Broffenbrenner é mencionado comotendo conhecimento do processo de negoci.çio entreo governo japonês e as Forças de Ocupação Nor-te-Americanas sobre qual seria a renda nacional doJapão logo após o fim do último conflito mundial,visando definir o montante de ajuda econômica. 16

Mais recentemente, tem-se conhecimento da mani-pulação das cifras de renda perc.pit. por parte dogoverno do Paquistão Ocidental com vistas a dimi-nuir as diferenças entre aquela parte e a Oriental,esta transformada depois em república independente.

Não obstante, as computações do PNB tem algumaimportância, embora bem menor do que- o que sesupõe usualmente. Fornecem certamente uma idéiaaproximada das principais relações na economia epara propósitos de política isto já é uma grandeajuda. Além do mais, podem ser utilizadas em com-parações de longo prazo de modo a indicar as prin-cipais tendências e transformações históricas daestrutura econômica. O seu aperfeiçoamento per-mite superar parcialmente algumas das dificuldadesdiscutidas anteriormente, mas é evidente que aosrecursos estatísticos escassos deveriam ser dadasoutras prioridades, principalmente aquelas capazesde gerar guias práticos e imediatos para os agentesde decisão nos países em desenvolvimento.

11

Desde os anos cinqüenta as Nações Unidas vêminsistindo na descrição dos objetivos e do próprioprocesso de desenvolvimento por um conjunto devariáveis, tanto econômicas como sociais. Nos pri-meiros trabalhos, estas eram reunidas sob o títulogeral de "níveis de vida" .17 Pesquisas posteriores,destinadas já especificamente à obtenção de um in-

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dicador de desenvolvimento mais amplo, produto deuma média ponderada de várias séries, foram le-vadas a cabo sobretudo pelo .Instituto de Pesquisaspara o Desenvolvimento Social das Nações Unidas- UNRISD - resultando na seleção rigorosa de24 indicadores. 18 Estes foram finalmente reduzidospara 18, a saber:111

1. esperança de vida ao nascer;

2. percentagem da população total em localidadesde 20 000 ou mais habitantes;

3. consumo diário perc.pit. de proteínas animais;

4. número de matrfcules-no ensino primário esecundário combinadas como percentagem do grupoetário de 5 a 19 anos;

5. matrículas em treinamento vocacional comopercentagem do grupo etário de 5 a 19 anos;

6. número médio de pessoas por quarto de habi-tação;

7. circulação de jornais diários de interesse geralpor cada 1 000 habitantes;

8. número de telefones por cada 100 000 habi-tantes;

9. número de receptores de rádio por cada 1 000habitantes;

10. percentagem da população economicamenteativa empregada em geração de energia elétrica, for-necimento de gás, água, serviços sanitários, trans-porte, armazenamento e comunicações;

11. produção agrícola por trabalhador do sexomasculino empregado •.•a agricultura em dólaresnorte-americanos de 1960;

12. força de trabalho adulta do sexo masculinoempregada na agricultura como percentagem daforça de trabalho total;

13. consumo de eletricidade de kwh per c.pit.;

14. consumo de aço em kg per c.pit.;

15. consumo de energia em kg de carvão ou equi-valente per c.pit.; .

16. percentagem do produto interno bruto geradapelo setor industrial;

17. comércio exterior (soma das exportações e im-portações) per c.pit. em dólares norte-americanosde 1960;

18. percentagem de assalariados sobre o total dapopulação economicamente ativa.

Estes indicadores apresentam uma estreit,a cor-relação com valores do desenvolvimento; são men-suráveis e possíveis de serem utilizados de maneiraa resultar num índice agregado. Todavia, mesmo

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este indicador geral não está despido de juízos devalor, conforme veremos a seguir.

Com base em comparações dos dados de diversospaíses, um sistema de pontos. correspondentes foimontado, servindo também a determinação de "pon-tos crltlcos" quando da conversão dos indicadoresa uma escala comum. Um índice geral de desenvol-vimento foi finalmente obtido, usando-se um sistemade pesos variáveis derivados do grau de correlaçãoentre cada indicador e os demais a cada nível dedesenvolvimento.

I: de se observar que o enfoque das Nações Uni-das é multidisciplinar, ou melhor, interdisciplinar.O conjunto proposto de indicadores econômicos,sociais, educacionais e nutricionais certamente servemelhor a nossa definição de desenvolvimento doque o uso exclusivo de contas nacionais. O índicegeral que se elaborou é, no entanto, mais uma sim-ples medida de quanto um país já avançou ao longode um caminho definido .por dados de diversas na-ções em diversos estágios de progresso do que umindicador normativo. Uma vez que a própria seleçãodos indicadores é não-neutra, ainda que sela um fatoobjetivo em que há pontos crfticos correspondendoa um mínimo em necessidades humanas, a adoçãodeste ou daquele enfoque forçosamente implica jul-gamentos de valor. I: mais confortante, porém, re-conhecer que são comuns a muitos e diferentes paí-ses e ao corpo dos técnicos de renome internacional.

Os estudos nas Nações Unidas não são as únicastentativas de se chegar, através de diversas variáveisquantitativas, a relações entre estas e os indicadoresrazoáveis de desenvolvimento. Beckerman, em 1966,correlacionou sete indicadores não-monetários a es-timativas independentes de renda real e consumopara um .grande número de países. Os coeficientesde correlação obtidos foram extremamente elevados,mas verificou-se existir uma causação mútua entreas variáveis. Além disso, a idéia básica não era apon-tar um conjunto alternativo de indicadores, masao contrérlo; permitir a predição dos níveis de rendareal para aqueles países via as variáveis utilizadas.Adleman e Morris, em 1967, recorreram a análisefatorial no sentido de lançar alguma luz sobre ainterdependência entre variáveis sociais, políticas einstitucionais e econômicas em três diferentes está-gios de desenvolvimento socloeconõrnlco , Setenta equatro variáveis foram selecionadas (algumas delastipicamente não-quantitativas como, por exemplo, ograu de modernização das perspectivas da liderançapolítica ou de seu compromisso com o desenvolvi-mento econômico), porém mais uma vez a principalmotivação não consistia em prover indicadores dedesenvolvimento, mas, sim, testar a utilidade de mé-todos quantitativos empíricos na análise dos proces-sos de modernização. E há ainda o trabalho dirigidopor Harbison, na Universidade de Princeton, em1970, de análise quantitativa do desenvolvimentode recursos humanos. Chegou-se a uma medida dedesenvolvimento, porém todo o tratamento é voltadopara indicadores de desenvolvimento educacional ede disponibilidade em recursos humanos. 20

Por mais incipiente que seja, todo este recenteesforço aponta a possibilidade de construção de umnovo conjunt.o de indicadores mais relevantes de

desenvolvimento. Juntarnente com a crítlca -ceda vezmais acerba das limitações e do pouco crédito atri-buído às contas nacionais, constitui prova de queno futuro um conjunto complexo de indicadores oufunções de bem-estar claramente especificadas tor-nar-se-ão as funções objetivas cuja maximizaçãoforma o cerne dos programas de desenvolvimento.Tal fenômeno não passou despercebido a conhecidospesquisadores: "Parece bastante claro que um certonúmero de problemas analíticos e de mensuraçãopermeiam ainda a teoria e a avaliação do cresci-mento econômlco nos próprios países desenvolvidose que, além disso, pode-se vislumbrar à frente mu-danças substanciais em alguns aspectos da análise,nos estudos de contabilidade nacional e no estoquede resultados empíricos que ocuparão os economistasnos países desenvolvidos nos anos que se seguem". 21

O desvio de recursos e know-how estatístico deestimativas do PNB para a determinação destes no-vos conjuntos de indicadores de desenvolvimentorequer, porém, que de antemão certas questões se-jam esclarecidas.

Embora pareça mais apropriado considerar o de-senvolvimento em seu enfoque mais amplo, interdis-ciplinar, e portanto medido por vários indicadores,separadamente ou combinados em uma função debem-estar semelhante às funções de produçãousuais,22 não há concqrdância geral em torno desteprocedimento mesmo' entre os que estão a favor deindicadores de desenvolvimento significativos. Di-versos enfoques têm sido alternativamente propos-tos, desde a simples correlação dos indicadores deeducação, saúde, seguro social, lazer e serviços pú-blicos aos correspondentes montantes de dispêndiogovernamental, que então os expressariam, à consi-deração de melhorias nestas categorias de bem-estar,como objetivos do desenvolvimento e, assim, incluí-dos em um sistema interdependente eo mesmo nívele juntamente com outros valores econômicos dodesenvolvi mento.

Uma outra questão refere-se aos fenômenos nãcdiretamente mensuráveis. Devem estes ser excluídosou, levando-se em conta que o vínculo entre os cons-trutores teóricos e as definições empíricas é habi-tualmente débil, estamos autorizados a introduziralgum tipo de escala, ainda que apenas aproximada,de quantificação destes fenômenos?

Buscando uma saída' para este tipo de problema,Dudley Seers oferece um critério mais operacionalpelo qual os países em desenvolvimento podem me-dir o sucesso de seus programas.23 Baseia-se emindicadores de pobreza, desemprego e desigualdadee no fato de que, estando tão intimamente essocla-dos, a erradicação ou atenuação de qualquer umdesses dilemas deve necessariamente levar eo mesmoefeito nos outros.

Os indicadores de pobreza estão centrados noconsumo alimentar, pois para que haja vida humanasem prejuízo da saúde física e mental, uma quanti-dade mínima de alimentos é requerida. Na lndla,por exemplo, chegou-se a estabelecer urna linha ofi-ciai de pobreza, traduzida num montante de rendamonetária que admite também despesas básicas emmoradia, vestuário, calçados, etc. Tal procedimentopoderia ser estendido a outros países, reconhecen-

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Conta. nacionais e desenvolmmento

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do-se como um indicador a proporção da populaçãoque se enquadrasse abaixo desta linha de pobreza.Ao contrário, um traço de desenvolvimento seriareconhecido por uma proporção maior da popula-ção que atingisse ao menos o nível de vida demar-cado por esta linha.

Tanto o desemprego como as desigualdades sociaissão reconhecidamente difíceis de se medir. 24 Levan-tamentos regulares podem, todavia, identificar maisou menos precisamente quantas pessoas necessitamde emprego. Emprego aqui é tomado em seu sen-tido mais amplo, abrangendo atividades como tra-balho de empresa familiar, est.udo, manutenção dacasa, em suma, atividades básicas sem as quais apersonalidade humana não se pode desenvolver.Por outro lado, admite-se que haja outras fontesde desigualdade além da renda; mas esta é possi-velmente a determinante, e o coeficiente de Gini esuas variações são ainda indicadores úteis da desi-gualdade em uma população.

Para propósitos de planejamento em países sub-desenvolvidos, metas relativas à pobreza, empregoe distribuição da renda deveriam receber a maiorprioridade. Uma vez definidas estas metas, os pla-nejadores teriam diante de si a tarefa de determi-nar como atingi-Ias e quais medidas. implicariam naárea de política econômica.

Sem sombra de dúvida, novos conjuntos de indi-cadores trazem consigo inúmeros problemas concei-tuais e práticos. Contudo, como diz Seers, "estesnão são mais formidáveis que aqueles apresentadospelas contas nacionais, mas nós nos acostumamossimplesmente a ignorar os últimos".

~ tempo, portanto, de mudar as prioridades atri-buídas ao trabalho estatístico. A economia é muitocomumente definida como "a ciência da alocaçãoótima dos recursos escassos" e recursos e know-howestatísticos são certamente escassos. Deveríamos,portanto, usá-los para medir variáveis mais relevan-tes do que as que viemos enfatizando até aqui.Deveríamos agir como economistas. O

118

Ver, a propósito Seers, Dudley. What are we trying to mea-sure? The Journal of Development Studies, v. 8, n. 3, Apr. 1972.

2 Para um tratamento um pouco mais detalhado dessa questão,ver Helleiner, G. K. Socialism and development in Tanzania.The Journal of o.valopment 5tudles, v. 8, n. 2, Jan. 1972 eKuznets, Simon. Modern economic growth: findings and reflec-tlons . American. Economic Revi_, v. 63, n. 3, Jun. 1973.

A distinção que se faz aqui é entre o produto interno brutoa preços de mercado e a renda nacional, esta sendo igual aoproduto nacional líquldo a custo de fatores, ambos divididospela população do paIs.

4 Ver, para o caso brasileiro, Instituto Brasileiro de Economia.Contas nacionais do Brasil. Rio de Janeiro, Fundação GetulioVargas, 1972. p. 37 e seg.

Não parece desejável diJéutir aqui e agora a essancie abstratados serviços. Estamos supondo que estes possam ser expressosde alguma maneira material e quantificável, qualquer que seja.

Revista de Administração de Empresas

e 5treeten, Paul. The Iront1er .of development stud1es. London,Macmillan, 1972. p. 31.

7 V. Seers. cp. cit. Além disso, aumentos muito desiguais narenda das classes numa sociedade, mesmo se deixam em melhorsituação, relativamente a sua posição anterlor, as classes de rendamais baixa, estão sujeitas a criar sirias dificuldades polfticas esociais no futuro. Se esses estratos inferiores aumentam suarenda, digamos, de 1%, e aqueles no topo da pirâmide social asua de 10%, uma vez que as necessidades não são apenas aquelasbásicas e sim e cada vez mais as socialmente determinadas, 11

consclêncla da diferença entre as classes e da inacessibilidade 11maior parte dos resultados do crescimento econômico é um ge-rador potencial de tensões sociais dificilmente compatfveis coma idéia de desenvolvimento. Ver, para exemplos, Banfield, EdwardC. The moral basis of a backward soci.ty. Chicago, The FreePress, 1958.

8 Como estimar a produção não levada ao mercado e o consumono setor de agricultura de subsistência é, por exemplo, um dosmais intrincados desafios às autoridades em países em desenvol-vimento e que praticamente inexiste nos desenvolvidos. Sugere aexistência de uma renda oculta, não medida pelos departamentosde estatlstica e que pode servir de explicação para a continuidadeda vida e das atividades econômicas em áreas de baixa renda,como a Etiópia, onde a renda média se situa em torno deUS$ 0,20 por dia.

9 Morgenstern, Oskar. On the accuracy of economic observa til, s ,Princeton, N. J., Princeton University Press, 1963.

10 Os resultados desta falta de homogeneidade foram apontadospor Clóvis Cavalcanti em um estudo em que compara as estima-tivas da 'Fundação Getulio Vargas de produto interno para osnove estados nordestinos e as da SUDENE. Considerando-se que

o a FGV só publica cifras para o produto interno líquido e que asdespesas de consumo do capital representam, segundo seus pró-prios cálculos, 5-6% do produto interno bruto da região, arelação entre os valores encontrados para o PILer (FGV) e para oPIBer (SUDENE), em percentagens, a preços correntes para osanos 1965-68 é a seguinte:

Setores 1965 1966 1967 1968

Agricultura 110 103 109 103

indústria 44 40 40 39

Serviços 97 95 96 93

Total 90 86 88 83

Ver Cavalcanti, Clóvis. Uma avaliação das estimativas de renda eproduto do Brasil. Pesquisa e Planejamento Econ6mico, v. 2,n. 2, dez. 1972.

11 Mesmo para os países desenvolvidos, para os quais estas di-ferenças estão presumivelmente reduzidas a um mínimo, afirmaum expert: "Em particular, a conversão de produtos complexosem elementos de preços e quantidades envolve inevitavelmente di-flceis julgamentos que podem afetar em grande medida os resul-tados obtidos. Desse modo, tais estatlsticas não devem ser tra-tadas como dados inteiramente objetivos e pelo menos parte davariação observada entre palses deve ser atribuída a diferentesdepartamentos. estatlsticos adotando diferentes soluções para osmesmos tipos de poblemas". Hill, T. P. The me.surement of r.alproduct. Organization for Economic Co-operation and Development,1971. p. 73.

12 Morgenstern. op. clt. p. 244.

13 .Quanto ao Reino Unido, segundo um sistema de gradação esta-belecido em 1956, as melhores estatfsticas para componentes dosagregado& admitem uma margem de erro ao redor ou inferior a3% em qualquer direção.

Page 8: 1:- - rae.fgv.brrae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/10.1590_S0034... · cifra, não é capaz de indicar desenvolvimento. Me-nos ainda a renda nacional per capita. Esta passa

14 Para o perfodo 1950-65. a adoção de pesos alternativos parao valor agregado dá origem aos seguintes extremos para taxas decrescimento médio do PIB em alguns países selecionados:

Pesos de 1950 I Pesos de 1965

NoruegaEstados UnidosSuéciaBélgicaAlemanha Fed.*

3,86%3,50%3,60%3,60%**6,52%

4,50%3,98%4,08%4,34%7,31%

* Para o perlodo 1953·65.** Pesos de 1953.Ver Hlll, T. P. op. cito p. 86.

15 Nossa imaginação pode ir longe se se consideram as conse-qüências para o Nordeste brasileiro da possível subestimação daimportância de sua indústria implícita nos da'dos oficiais da Fun-dação Getulio Vargas. Ver Cavalcanti. Clóvis. op. cit.

16 Ver Morgenstern. op. cit. p. 243.

17 Ver United Nations. Report on iaternatlonal definition andmeasurement of standards and leveis of living. New York, UnitedNations. 1954 e International definition and measurement of leveisof Jjving: an interim guide. New York, United Nations. 1961.

18 Ver United Nations. Department of Economic and Social Aff-airs. International Social o.veIopment RwJ.w. New York, n. 2,1970.

19 Ver McGranahan, D.V. Richard-Proust, C. Sovani, N.V. eSubramanian, M. Contents and meBsurement of socioec_micdevelopment. New York e London, Praeger Publishers. 1972 .As outras seis variáveis inicialmente incluídas eram as taxas denatalidade e de mortalidade, o consumo de calorias prcwenientes

de cereais e tubérculos como percentagem do consumo calóricototal. a percentagem de habitações supridas de eletricidade sobreo total. a diferenciação estrutural da população (entendida comoa soma dos valores das diferença"s entre a parcela do PNB geradaem cada um dos três setores. em percentagem, e 'a distribuiçãopercentual da população economicamente ativa por estes mesmossetores) e a percentagem do dispêndio de consumo privado totaldestinada a alimentação.

20 Ver, respectivamente, Beckerman, W. International comparl-sons of real incomes. Paris, CECO Development Centre, 1966 eBeckerman, W. & Bacon, R. International comparisons of incomeleveis: a suggested new measure. Economic Journal, vol. 76,1966; Adelman, Irma & Morris, C.T. Soclety, poIitlcs and eco-nomic development. Baltimore, The Johns Hopkins Press, 1967;Harbison, F.H. Maruhnic, J. & Resnick, J.R. Quantitativa analysisof moclernization and development. Industrial Relations Section,.Princeton University, 1970. Um resumo mais detalhado destestrabalhos pode ser encontrado em Baster, Nancy. Developmentindicators: an introduction. The Journal of Development Studies,v. 8, n. 3, Apr. 1972.

21 Kuznets, Simon. op. cit. p. 258.

22 Esta nova função de produção é bastante semelhante ao tipomais familiar, com a diferença de que nela os indicadores de bem-estar aparecem como variáveis independentes, claramente não re-legadas a um papel residual. Como se chegar a uma tal funçãoé ainda uma questão extremamente contrcwertida. Ver Drewnowski,Jan. Social in::licators and welfare measurement: remarks onmethodology. The Journal of Development Studles, v. 8, n. 3,Apr. 1972.

23 Ver Seers, Dudley. op. cit.

24 Difíceis" porém não impossíveis. Ver. entre outras, as ten-tativas para o caso brasileiro de Salm, Claudio & O'Brien, F.S.Desemprego e subemprego no Brasil. Revista Bruileira ele Eco-nomia, v. 24, n. 4, out . / dez. 1970 e de Wells, John. Distri-bution of earnings, growth and the structure of demand in Brazilduring the 1960's. World Development, v. 2, n. 1, Jan. 1974.

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Contas nacionais e desenvolvimento