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1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ORÇAMENTÁRIOS (CONTINUAÇÃO) 1.1. Princípio da Anualidade Característica fundamental da Lei Orçamentária é a sua anualidade, sua periodicidade. Lei orçamentária criada para um exercício financeiro que coincide com o ano civil, 1º de janeiro a 31 de dezembro. Art. 165, III – orçamento anuais; §5o A lei orçamentária anual compreenderá: (...) Princípio da Anualidade Tributária revogado – Retirado do Sistema Impossibilitava a cobrança dos tributos não previstos na lei orçamentária. O Parlamento deveria renovar a cada ano, a autorização para a cobrança dos tributos existentes. Foi definitivamente revogado pela EC 18/65. Importa esclarecer que, nos dias atuais, a cobrança de tributo não necessita estar prevista e autorizada em prévia lei orçamentária. Ficava impossibilitada a cobrança dos tributos não previstos na lei orçamentária. O Parlamento deveria renovar a cada ano, a autorização para a cobrança dos tributos existentes. 1.2. Princípio da Unidade Pelo art. 73 da Constituição de 1946, havia a exigência de elaboração de um único documento orçamentário.O Princípio da Unidade orçamentária atualmente, não mais se preocupa com a unidade documental, mas com a unidade de orientação política ou de programação. Não mais é previsto a elaboração de um único orçamento em um único documento. Preocupa-se com a unidade de orientação política e não com a unidade documental.

Previsão no art. 165, §5o da CRFB/1988. 1.3. Princípio da Universalidade As parcelas da receita e da despesa devem figurar em bruto no orçamento, sem quaisquer deduções. Significa, ainda, a inclusão de todas as receitas e despesas, de todas as entidades, no orçamento geral anual. Previsão no art. 165, §5o da CRFB/1988.

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O respeito ao Princípio da Universalidade possibilita ao Poder Legislativo ter conhecimento do exato volume global das despesas projetadas pelo Governo. 1.4.Princípio da Legalidade O orçamento só poderá ser aprovado por lei formal.

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. É pratica comum, atualmente, a lei orçamentária anual conter delegação ao Executivo para transferir recursos de uma dotação para outra, fato que não acarreta a violação do princípio da legalidade. 1.5. Princípio da Transparência Orçamentária Possibilidade da fiscalização e o controle interno e externo da execução orçamentária.

Art. 165, § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. Fixação de instrumentos de transparência na gestão fiscal.

LRF, art. 48: Art. 48.: São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: (Redação dada pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

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I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar nº

131, de 2009). II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). 1.6. Princípio da Não-Vinculação de Receita de Impostos / Não-Afetação Nos exatos termos do art. 167, IV da CRFB/1988, fica vedada a vinculação da receita de imposto a órgão, fundo ou despesa. Permitida a vinculação apenas nas exceções previstas pela própria Constituição EC 42/2003, quais sejam: a) repartição das receitas tributárias (arts. 158 e 159) b) destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde (art. 198, §2o) c) manutenção e desenvolvimento do ensino (art. 212); d) para realização de atividades de administração tributária (art. 37, XXII); e)prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita (art. 165, §8o) ; f) para o Fundo Social de Emergência (art. 71 do ADCT); g) a vinculação de impostos estaduais e municipais para a garantia ou contragarantia à União para pagamento de débitos com ela (art. 167, §4o);

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h) outras vinculações da Receita Tributária: art. 204, parágrafo único / art. 216, §6 / arts. 79 e 80 ADCT / art. 82 ADCT.

Despesa Pública

Conforme a classificação proposta por Aliomar Baleeiro a despesas pública significa “a aplicação de certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro duma autorização legislativa, para execução de fim a cargo do governo”.

Despesa pública representa a utilização, pelo agente público competente, de recursos financeiros previstos na dotação orçamentária. Despesa pública pressupõe dispêndio de dinheiro.

A despesa pública há de corresponder a um dispêndio relacionado com uma finalidade de interesse público, que é aquele interesse coletivo, encampado pelo Estado.1

Nenhuma despesa pode ser realizada sem previsão orçamentária.

Classificação das Despesas Públicas – Lei 4.320/64

Conforme a Lei 4.320/64, as despesas públicas podem ser correntes e de capital.

Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas: DESPESAS CORRENTES Despesas de Custeio Transferências Correntes DESPESAS DE CAPITAL Investimentos Inversões Financeiras Transferências de Capital

1 Kiyoshi Harada

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Despesas Correntes:

� Despesas correntes são aquelas que não enriquecem o patrimônio público, mas são necessárias à execução dos serviços públicos e à vida do Estado.

As Despesas de Custeio (art. 12, §1°) são as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis. Estão entre elas as despesas do pessoal civil, salários, pessoal militar, despesas com compra de material de consumo, remuneração de serviços prestados por pessoas físicas, locação de imóveis, etc. É o custeio da máquina pública.

As Transferências Correntes (art. 12, §2°) são as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado. Estão entre elas as transferências feitas de um nível de governo para outro, as transferências decorrentes da lei do orçamento e destinadas a atender a despesas correntes de autarquias e fundações, pagamento de inativos, juros da dívida pública, pensionistas, etc.

Despesas de Capital:

� Despesas de capital são as que determinam uma modificação no patrimônio público por meio de seu crescimento.

Os Investimentos (art.12, §4°) são as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro. Estão entre elas as aquisições de material permanente, aeronaves, automóveis, mobiliário, obras de arte, equipamentos hospitalares, aumento de capital em empresas agrícolas e industriais.

As Inversões Financeiras (art. 12, §5°) são as dotações destinadas a: I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

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II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros. As Transferências de Capital (art. 12, §6°) são as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública. Estão entre elas a Amortização da Dívida Pública, Auxílios para Obras Públicas e Auxílios para Equipamentos e Instalações

Realização da Despesa Pública

EMPENHO:

A primeira providência para efetuar uma despesa é o empenho.

Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

O empenho visa garantir os diferentes credores do Estado, na medida em que representa reserva de recursos na respectiva dotação inicial ou no saldo existente.

O empenho limita-se a diminuir do determinado item orçamentário a quantia necessária ao pagamento do débito, o que permitirá à unidade orçamentária o acompanhamento constante da execução orçamentária, não só evitando anulações por falta de verba, como também possibilitando o reforço oportuno de determinada dotação, antes do vencimento da dívida.

No ato do empenho fica deduzido do orçamento o valor da transação. Tem-se um bloqueio formal da parcela envolvida que reduz o saldo até então disponível.

Materializa-se pela emissão de “Nota de Empenho”.

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Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

LIQUIDAÇÃO:

É a segunda etapa da execução da despesa. A liquidação torna líquida e certa a obrigação preexistente. É a verificação do direito adquirido pelo credor.

Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

O processo de liquidação procura verificar:

- a origem e o objeto do que se deve pagar; - a importância exata a pagar; - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

Terá por base, o contrato, ajuste ou acordo respectivo, a nota de empenho e os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

ORDEM DE PAGAMENTO:

É a terceira etapa da execução da despesa pública, caracteriza-se pelo despacho da autoridade competente determinando o pagamento da despesa.

Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga. Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços de contabilidade

O processamento contábil é providencial para manter o acompanhamento e preservar a estabilidade financeira.

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PAGAMENTO:

É a última etapa da despesa pública.

Conforme art. 65 da Lei 4320, o pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídas, por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento2.

A Despesa Pública / CF e a LRF – LC 101/2000

Constituição Federal:

Art. 167. São vedados:

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

A Lei de Responsabilidade Fiscal vem impor um equilíbrio fiscal ao orçamento e a responsabilidade no que tange à execução de despesa, estabelecendo:

A despesa só deve ser realizada, havendo dotação específica e suficiente na LOA, sendo compatível com a PPA e a LDO. Não verificada a receita, os empenhos devem ser limitados.

2 Adiantamento para os casos de serviços extraordinários e urgentes, que não permitam delongas na satisfação de despesas, quando se tratar de despesa a ser paga em lugar distante de qualquer estação pagadora ou no exterior, quando se tratar de despesas miúdas e de pronto pagamento, nas diversas repartições públicas.

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Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de: I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes; II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

Novas despesas de caráter continuado devem ser compensadas por aumento permanente de receita.

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.

§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.

§ 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o do art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.

§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

§ 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo proponente, conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.

§ 5o A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das medidas referidas no § 2o, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.

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§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.

§ 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.

Criação de Limites com despesas de pessoal, em relação à receita corrente líquida, discriminada por Ente e por Poder

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados: I - União: 50% (cinqüenta por cento); II - Estados: 60% (sessenta por cento); III - Municípios: 60% (sessenta por cento).

Proibição do aumento de despesas com pessoal nos últimos 180 dias de mandato

Art. 21. Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.

Empréstimos – Bancos Oficiais

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.

Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.

Restos a Pagar – Art. 42 da LRF

Consideram-se restos a pagar as despesas empenhadas, mas não-pagas, até 31 de dezembro, estando sua execução condicionada aos limites fixados à conta das fontes de recursos correspondentes.

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Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

Questões selecionadas:

01 – ( ) É na fase da liquidação que a Administração verifica o direito adquirido pelo credor, tendo por base os documentos comprobatórios da despesa. Examinam-se a conformidade entre o contrato, a nota de empenho e os comprovantes da entrega do material ou da prestação efetiva do serviço. 02 - ( ) Considere a seguinte situação hipotética. Determinado município da Federação criou contribuição de melhoria, em virtude da construção do Parque Central, cobrada dos moradores das proximidades do referido parque, em face da valorização imobiliária decorrente de sua construção. Entretanto, apesar de legalmente constituído, o aludido município não regulamentou a cobrança do tributo em comento, prejudicando a sua efetiva arrecadação. Nessa situação, ficará vedada a realização de transferências voluntárias ao município da Federação em epígrafe. 02 – AGU 2004 – ( ) É vedado a um banco estatal conceder empréstimo ao ente federado que o controla, ressalvadas as hipóteses previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal. 03 - PGE-RS - Assinale a alternativa correta a) Empenho é o ato administrativo emanado da autoridade administrativa competente que efetiva a entrega de valores monetários ao credor do Estado. b) A liquidação da despesa pública é o ato administrativo emanado de autoridade administrativa competente que verifica o direito adquirido pelo credor para receber valores devidos, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. c) O empenho de uma despesa pública é o ato final de um processo administrativo, antecedido dos atos de liquidação e de pagamento, no qual o Estado julgará a legalidade do crédito. d) Não impede o pagamento da despesa pública a ocorrência de nulidade nas fases antecedentes do respectivo procedimento administrativo. e) As fases da despesa pública competem somente ao Poder Executivo, porque são atos administrativos.

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04 – ( ) Caso determinado estado da Federação apresente, como garantia ao pagamento de dívida que possui com a União, 5% da receita própria do IPVA, nessa situação, a afetação da receita não representa violação ao princípio da não-vinculação. 05 - ( ) De acordo com o princípio da não-afetação, é proibida a vinculação da receita dos tributos a qualquer órgão, fundo ou despesa, ressalvadas as situações previstas no próprio texto constitucional.

06 - ( ) A Constituição brasileira, atual já não requer a prévia autorização orçamentária para a cobrança de tributos, mas exige que a lei tributária que institua ou majore tributo tenha sido publicada anteriormente ao exercício financeiro em que o tributo vai ser cobrado. 07 - ( ) O texto constitucional vigente concebeu feição mais moderna ao princípio da unidade orçamentária, que antes previa a reunião, em um único documento, de todas as despesas e receitas do Estado. Segundo tal texto, a lei orçamentária compreende os orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimentos. Assim, na sua concepção doutrinária atual, o referido princípio, na Constituição atual, implica a harmonia dos orçamentos entre si. 08 - ( ) O princípio orçamentário da não-afetação da receita veda a vinculação da receita de impostos a órgãos, fundo ou despesa, ressalvada apenas a destinação a recursos para ações e serviços públicos de saúde e para a manutenção e desenvolvimento do ensino.

09 – ( ) O princípio da não-afetação da receita, expressamente previsto no texto constitucional, veda, sem ressalvas, a vinculação da receita de quaisquer espécies tributárias a órgão, fundo ou despesa. 10 – ( ) Em respeito ao princípio da exclusividade, os orçamentos só podem ser aprovados por lei formal. 11 – ( ) O princípio da universalidade, positivado na Constituição de 1988, estabelece que o orçamento não conterá dispositivo estranho à previsão de receita e à fixação de despesa.

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Ainda acerca dos orçamentos, julgue os itens que se seguem. 12 - ( ) O princípio da universalidade estabelece que todas as receitas e despesas devem estar previstas na LOA. 13 - ( ) O princípio da não-afetação refere-se à impossibilidade de vinculação da receita de impostos a órgãos, fundo ou despesa, com exceção de alguns casos previstos na norma constitucional. 14 - Segundo o art. 6º da Lei Federal 4.320/64: “Todas as receitas e despesas constarão na lei de orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções”. Esse artigo consagra o princípio orçamentário da (A) universalidade. (B) unidade. (C) não afetação das receitas. (D) sinceridade. (E) especificação. 15 – (Procurador do Estado – RS) O princípio que estabelece que todas as receitas e despesas estarão contidas no orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções, é o da

a) Universalidade b) Unidade c) Anualidade d) Especialização e) Exclusividade

16 - ( ) A liquidação da despesa consiste no pagamento ou na inscrição em restos a pagar. 17 - ( ) Despesas de capital são voltadas para a manutenção de serviços já criados ou para a realização de obras de conservação de bens imóveis. 18 - ( ) O valor referente ao pagamento de inativos é apropriado como despesa corrente. 19 - ( ) Empenho e liquidação são estágios das despesas públicas. 20 – ( ) A realização de despesa pública passa por três fases distintas: o empenho, a liquidação e o pagamento. Quando se tratar de obras, serviços e compras, a realização de despesas será precedida de licitação;

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21 – ( ) O empenho é ato pelo qual se reserva, do total da dotação orçamentária, a quantia necessária ao pagamento. 22 – ( ) O pagamento é a última fase da realização da despesa pública. Precede-o a ordem de pagamento, que é o despacho proferido pelo ordenador de despesa (autoridade legalmente competente para a prática do ato) 23 – ( ) É na fase da liquidação que a Administração verifica o direito adquirido pelo credor, tendo por base os documentos comprobatórios da despesa. Examinam-se a conformidade entre o contrato, a nota de empenho e os comprovantes da entrega do material ou da prestação efetiva do serviço. 24 - PGE-RS - Assinale a alternativa correta b) Empenho é o ato administrativo emanado da autoridade administrativa competente que efetiva a entrega de valores monetários ao credor do Estado. b) A liquidação da despesa pública é o ato administrativo emanado de autoridade administrativa competente que verifica o direito adquirido pelo credor para receber valores devidos, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. c) O empenho de uma despesa pública é o ato final de um processo administrativo, antecedido dos atos de liquidação e de pagamento, no qual o Estado julgará a legalidade do crédito. d) Não impede o pagamento da despesa pública a ocorrência de nulidade nas fases antecedentes do respectivo procedimento administrativo. e) As fases da despesa pública competem somente ao Poder Executivo, porque são atos administrativos.