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1    

 

Na  fase  pós-­‐troika,  terminado  o  Programa  de  Assistência  Económica  e  Financeira,  Portugal  vai   regressar   aos   mercados   para   se   financiar   mas   não   vai   poder   regressar   ao   passado  despesista   e   ao   sobre-­‐endividamento.   Regressar   aos   mercados   pressupõe   cumprir  restrições   incontornáveis   ao   défice   e   prosseguir   uma   trajetória   exigente   de   redução   da  dívida  pública.  

Como   a   PCS   sempre   afirmou,  o  problema  português   não   é   contudo   apenas   o   défice   e   a  dívida  pública.  A  consolidação  orçamental  é  uma  condição  necessária  mas  não  suficiente  de  sustentabilidade.  

Portugal   não   pode   passar   outra   década   como   a   anterior,   com   crescente   endividamento,  estagnação  económica  e  cada  vez  menos  habitantes:  sem  crescer  e  a  envelhecer.    

Na  situação  atual,  a  correção  das  desigualdades  sociais  e  a  proteção  dos  mais  afetados  pela  crise  constitui  um  dos  objetivos  mais  relevantes  da  atuação  pública.  

Todas  as  políticas  públicas  necessitam  de  adaptação  a  inevitáveis  e  imprevisíveis  alterações  sociais  e  económicas;  no  entanto,  tais  adaptações  devem  ser  graduais  e  sempre  precedidas  de  uma  correta  avaliação  custo-­‐benefício,  quer  dos  resultados  obtidos  no  passado,  quer  dos  impactos   expectáveis   no   futuro.   A   estabilidade   das   políticas   públicas   e   a   transparência   e  racionalidade  da  intervenção  legislativa  são  condições  prévias  do  crescimento  sustentável.  

Por   isso,  consideramos  ser  urgente  um  novo  modelo  de  desenvolvimento  que  favoreça  a  coesão   económica,   social   e   territorial.   Por   isso,   propomos   este   Contrato   para   o  Crescimento   Sustentável   baseado   na   discussão   pública   das   511   recomendações  apresentadas   há   um   ano,   no   Relatório   para   o   Crescimento   Sustentável.  

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2    

Parte  I  

(Geral)  

 

Cláusula  Primeira  

(Objeto)  

O   Contrato   para   o   Crescimento   Sustentável   tem   por   objeto   contribuir   para   libertar   o  potencial  de  desenvolvimento  de  Portugal  e  mobilizar  os  Portugueses,  na  concretização  de  um  modelo  de  desenvolvimento  sustentável,  inteligente,  competitivo  e  inclusivo.    

 Cláusula  Segunda  

(Duração)  

O  Contrato  para  o  Crescimento  Sustentável  tem  que  ser  duradouro  e  estável,  assente  num  elevado   nível   de   solidariedade   intergeracional   e,   por   isso   mesmo,   com   um   horizonte  temporal  que  não   se   confina  ao  estreito  período  de  uma   legislatura.  O  Contrato   constitui  um   compromisso   coletivo   de   longo-­‐prazo,   fundamentado   numa   visão   partilhada   para  Portugal  e  baseado  num  modelo  de  desenvolvimento  que  estimula  a  participação  direta  dos  cidadãos  e  promove  a  confiança  nas  instituições  e  num  sistema  político  reformado.    

 

Cláusula  Terceira  

(Intervenientes)  

Todos  os  Portugueses  são  chamados  a  intervir  no  Contrato,  no  exercício  da  sua  inalienável  liberdade   individual,   com  o   envolvimento   das   associações,   das   instituições   e   dos   partidos  políticos.   Cabe   ao   Estado   e   aos   dirigentes   políticos   um   papel   de   insubstituível  responsabilidade   na   concretização   das   propostas   desta   iniciativa   da   sociedade   civil.  Acreditamos  que  a  diversidade  de  sensibilidades  políticas  não  é  impeditiva  da  obtenção  de  um   amplo   consenso   em   torno   das   principais   medidas   aqui   propostas.

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Contrato  para  o  Crescimento  Sustentável  

3    

Parte  II  

(Eixos)  

 

Cláusula  Quarta  

(Crescimento  e  Consolidação  Orçamental)  

Portugal  precisa  de  uma  nova  fase  de  consolidação  orçamental  que  seja:  

− Mais  estrutural  e  mais  orientada  para  o  crescimento  sustentável;  − Compatível  com  os  limites  ao  défice  e  à  despesa  pública  em  vigor  na  União  Europeia;  − Baseada  em  objetivos  controláveis  e  assente  em  mecanismos  transparentes  e  eficazes  de  

monitorização;  − Sustentada  numa  reforma  do  sistema  fiscal  que  o  alinhe  com  os  objetivos  essenciais  de  

justiça   social,   valorização   do   trabalho,   criação   de   riqueza   e   proteção   dos   recursos  naturais,   através   de   uma   tributação   ambiental   que   desincentive   a   degradação   dos  recursos   naturais,   com   uma   discriminação   positiva   de   boas   práticas   e   promotora   da  descarbonização  da  economia.    

 

Cláusula  Quinta  

(Reforma  do  Estado)  

Portugal   precisa   de   um   Estado   mais   inteligente,   mais   eficiente   e   mais   transparente,  facilitador  do  desenvolvimento  económico,  mais  justo  no  exercício  das  suas  funções  sociais,  e  eficaz  nas  suas  atribuições  reguladoras,  legislativas  e  judiciais  orientadas  para  a  realização  do  bem  comum.    

  Na  área  empresarial,  é  importante  que  à  menor  presença  do  Estado,  enquanto  acionista,  se   associe   o   reforço   do   Estado   na   promoção   da   concorrência   e   na   arbitragem   dos  interesses   privados,   a   par   do   papel   de   fomento   económico   na   alocação   prioritária   de  recursos  financeiros  a  sectores  estratégicos.    

No   âmbito   das   políticas   sociais,   é   fundamental   caminhar   gradualmente   para   um   Estado  promotor   de   prestações   complementares,   mais   próximas   e   mais   adequadas   às  necessidades   individuais,   num   quadro   de   liberdade   de   opção   dos   cidadãos   e   de   sã  complementaridade   entre   os   vários   prestadores   dos   serviços,   visando   o   objetivo   de   que  nenhum  cidadão  deixe  de  aceder  a  serviços  de  qualidade  por  razões  económicas.    

Finalmente,  um  Estado  de  Direito  com  uma  justiça  ao  serviço  de  todos,  eficaz  na  punição  dos   infratores   e   na  defesa  dos   lesados,   onde  o   tempo  não   funcione   como   sua  negação  e  onde  o  segredo  de  justiça  seja  um  valor  respeitado  por  todos.

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4    

Cláusula  Sexta  

(Emprego)  

Portugal   precisa   de   aumentar   o   emprego,   assente   na   valorização   e   fixação   dos   seus  recursos,  num  contexto  de  maior  diversidade  e  flexibilidade  nos  regimes  de  contratação  e  de  formação  e  do  desagravamento  da  carga  fiscal  sobre  o  trabalho.  É  necessário,  também,  requalificar   os   desempregados   de   longa   duração   e   responder   ao   drama   do   desemprego  jovem,  num  quadro  de  mudança  de  paradigma  da  formação  para  um  sistema  dual  em  que  as  aprendizagens  escolares  e  profissionais  se  entrecruzem.  

 

Cláusula  Sétima  

(Valorização  dos  Recursos  Humanos)  

Portugal  precisa  de  alicerçar  o  seu  sistema  educativo  na  busca  permanente  da  excelência  e  no  exercício  da  liberdade  e  da  responsabilidade,  formando  gerações  criativas,  competentes  e   confiantes.   Precisa   de   certificar   menos   e   qualificar   mais,   assumindo   a   liberdade   de  escolha  como  poderosa  alavanca  de  melhoria  e  concorrência  dos  projetos  educativos.    

No   Ensino   Superior,   a   reorganização   da   rede   é   imperativa   e   é   importante   dotar   as  instituições   de   autonomia   reforçada   e   liberdade   de   gestão   académica   que   permitam  competir  efetivamente  por  mais  recursos  e  alcançar  níveis  de  desempenho  mais  elevados,  numa  aposta  clara  do  retorno  económico  da  ciência  e  da  internacionalização.  

 

Cláusula  Oitava  

(Inovação  e  Investigação)  

Portugal   precisa   de   inovação   reprodutora   de   investimento,   de   apostar   na   investigação  orientada   para   a   transferência   de   conhecimento,   num   quadro   de   incentivo   à  permeabilidade  entre  o  sistema  científico  e  tecnológico  e  a  indústria,  recetivo  ao  sentido  do  risco  e  à  iniciativa  individual.    

Os   resultados   da   investigação   têm   que   criar   valor   económico-­‐social   e   emprego.   O  empreendedorismo   deve   ser   facilitado   e   incorporado   como  uma   competência   transversal  alicerçada  no  investimento  privado,  apoiado  por  mecanismos  inovadores  de  matching  funds  de  apoio  ao  crescimento  de  empresas  de  base  tecnológica.    

É  urgente  incentivar,  também  no  campo  social  e  na  administração  pública,  a  difusão  de  uma  cultura  de  inovação.      

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Contrato  para  o  Crescimento  Sustentável  

5    

Cláusula  Nona  

(Valorização  dos  Recursos  Endógenos)  

Portugal   precisa   de   valorizar   os   seus   recursos   endógenos   naturais,   humanos   e   culturais,  num   quadro   de   investimento   público   e   privado   seletivo   e   reprodutivo,   indutor   do  desenvolvimento  de  uma  economia  verde.  Deve  apostar  em  setores  com  maior  potencial  de  crescimento,  onde  existem  vantagens  comparativas,  tais  como  a  biodiversidade,  o  mar  e  os   recursos   energéticos   renováveis,   inserindo-­‐os   num   ciclo   virtuoso   de  investigação/conhecimento/valorização,  na  perspetiva  de  uma  nova  política  industrial.  

 

Cláusula  Décima  

(Mar)  

Portugal   precisa   de   encarar   o  Mar   como   uma   prioridade   estratégica,   assumindo-­‐o   como  fator  de  centralidade  e  desenvolvimento  económico  e  de  afirmação  no  Mundo.  Para  isso,  há  que:  encetar  um  processo  de  reaproximação  dos  portugueses  ao  mar;  desenvolver  a  fileira  náutica  de  desporto  e  lazer;  fazer  um  uso  inteligente  dos  recursos  naturais,  promovendo  a  dinamização   integrada   dos   setores   mais   tradicionais   como   a   pesca   e   aquacultura;  intensificar  a  aposta  no  potencial  geoestratégico  dos  portos,  modernizando-­‐os  e  tornando-­‐os  mais  competitivos,  e  apostar  em  novos  subsetores  como  o  aproveitamento  energético,  a  exploração   de   recursos   minerais   e   a   utilização   da   biotecnologia   aplicada   aos   recursos  marinhos.  

 

Cláusula  Décima  Primeira  

(Agricultura  e  Floresta)  

Portugal  precisa  de  fomentar  a  agricultura,  contribuindo,  decisivamente,  para  a  redução  do  défice  da  balança  comercial  alimentar,  de  desenvolver  os  territórios  e  de  uma  nova  agenda  para  a  floresta.  Reinventar  a  fileira  florestal  é  fundamental  para  o  futuro  do  país  e  deverá  ser   considerada   uma   aposta   estratégica   para   os   próximos   anos,   considerando   a   sua  importância   na   valorização   dos   territórios,   no   combate   ao   flagelo   dos   incêndios   e   no  fornecimento  da  matéria-­‐prima  para  as   indústrias  de  base  florestal  (cortiça,  pasta  e  papel,  madeira  e  mobiliário)  e  novas  indústrias  de  maior  valor  acrescentado.    

É  ainda   fundamental  uma  aposta   forte  na  melhoria  das  condições  de  vida  das  populações  residentes   nas   regiões   interiores   e   rurais,   impulsionando   o   investimento   e   o   emprego   e,  com   isso,   contrariar   a   crescente   e   preocupante   desertificação   humana   das   regiões   do  interior  do  país.  

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6    

Cláusula  Décima  Segunda  

(Ambiente)  

Portugal  precisa  de  aumentar  a  resiliência  territorial,  planeando  e  gerindo  o  território,  num  quadro   de   integração   do   valor   económico   e   social   dos   serviços   dos   ecossistemas,  remunerando-­‐os  (por  via  fiscal  ou  através  de  um  sistema  de  créditos  de  biodiversidade)  de  forma   a   inserir   o   seu   valor   no   cálculo   do   PIB.   Fundamental   para   a   sua   preservação   é   a  definição   de   um  modelo   de   gestão   sustentável   para   os   parques   e   reservas   naturais,   com  impactos   positivos   ao   nível   do   desenvolvimento   económico   local.   Portugal   necessita   de  continuar  a  visar  níveis  elevados  de  qualidade  ambiental  e  de  reduzir  de  forma  consistente  o  uso  de  recursos  e  a  produção  de  resíduos  e  efluentes  por  unidade  de  PIB,  melhorando  a  sua  “pegada  ecológica”,  num  esforço  coletivo  e  de  cidadania  participativa.  Nesta  perspetiva,  a  gestão  integrada  de  Recursos  Hídricos  deve  ser  implementada  e  encarada  como  um  eixo  fundamental,  pela  sua  importância  para  a  sustentabilidade  ambiental  e  económica  do  país.  

 

Cláusula  Décima  Terceira  

(Energia  e  Clima)  

Portugal  precisa  de  uma  política  energética  que  promova  a  eficiência  no  uso  da  energia  e  faça   face   ao   desafio   climático,   visando   a   descarbonização   e   a   valorização   dos   recursos  endógenos.   Neste   momento   de   grande   transformação   do   paradigma   energético,   a  sustentabilidade  ambiental,  a  competitividade  económica  e  a  segurança  do  abastecimento  devem   ser   prosseguidos,   num   quadro   de   estabilidade   regulatória   independente,  transparente  e  que  potencie  a  inovação.    

Deve   ser   promovida   a   participação   do   Sistema   Científico   nacional   na   concretização   das  novas  soluções,  da  mobilidade  elétrica  às  redes  inteligentes,  da  participação  nos  programas  europeus  à  atuação  a  nível  das  cidades  e  do  edificado  novo  e  reabilitado.    

O  cidadão  deve  ser  convidado  a  ser  um  protagonista  cada  vez  mais  ativo  e  não  apenas  um  consumidor  passivo.  

 

Cláusula  Décima  Quarta  

(Cidades)  

Portugal  precisa  de  uma  requalificação  das  cidades,  tendo  em  conta  a  complementaridade  intermunicipal,  com  o  objetivo  de  aumentar  a  qualidade  de  vida,  nomeadamente  através  da  preservação   dos   espaços   verdes   e   do   seu   planeamento   ao   nível   ambiental,   energético   e  

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Contrato  para  o  Crescimento  Sustentável  

7    

urbano,   integrador   da   segurança   e   proteção   civil   dos   cidadãos   e   pela   aposta   numa  mobilidade  verde  e  inteligente,  contribuindo,  não  só  para  a  descarbonização  da  economia,  como  também  para  o  desenvolvimento  do  “cluster  científico”  e  tecnológico  da  mobilidade.  

 

Cláusula  Décima  Quinta  

(Saúde)  

Portugal  precisa  de  promover  um  sistema  de  saúde  inclusivo,  financeiramente  sustentável,  num  quadro  de  maior   liberdade  de  escolha  e   concorrência  entre   instituições  e  empresas,  solidário  no  financiamento  e  que  promova  a  equidade  e  a  qualidade.    

Neste  âmbito,  deve  ser  promovido  um  Sistema  Nacional  de  Saúde  que  facilite  a  integração  dos   cuidados   de   saúde   com   as   políticas   de   segurança   social,   de   forma   a   responder   ao  aumento  da  esperança  de  vida  e  aos  desafios  da  multimorbilidade,  com  especial  enfoque  na  prevenção,  possibilitando  que  as  pessoas  permaneçam  socialmente  ativas  até   idades  mais  avançadas,  melhorando  a  sua  qualidade  de  vida.  

 

Cláusula  Décima  Sexta    

(Subsidiariedade  e  Economia  Social)  

Portugal   precisa   de   reconstruir   a   sua   coesão   territorial   baseada   no   princípio   da  subsidiariedade,  valorizando  as  comunidades  locais  e  envolvendo  o  terceiro  setor.  Importa  potenciar   e   valorizar   a   rede   de   IPSS   e   associações   humanitárias,   apoiando   ativamente   a  melhoria   do   seu   desempenho   através   de   uma   gestão   otimizada   dos   recursos   disponíveis,  definindo   políticas   que   habilitem   com   formação   adequada   os   seus   agentes,   juntando   à  generosidade  e  altruísmo  de  largos  milhares  de  cidadãos  uma  capacidade  de  gestão  efetiva.  

 

Cláusula  Décima  Sétima  

(Cultura  e  Valorização  do  Património)  

Portugal   precisa   de   valorizar   a   sua   cultura   e   o   seu   património   material   e   imaterial,   de  forma   inovadora,   num   quadro   de   promoção   inspirada   na   História   e   nas   vivências  contemporâneas,   assumindo-­‐os   como   fatores  de   identidade,  de  afirmação   internacional   e  de   criação   de   valor,   permitindo   o   desenvolvimento   de   “clusters”   de   indústrias   culturais   e  criativas,   sem   descurar   a   necessária   abordagem   estratégica   de   afirmação   do   português  como  língua  global  e  oficial  de  trabalho  das  instituições  internacionais.  

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8    

Cláusula  Décima  Oitava  

(Cidadania)  

Portugal  precisa  de  regenerar  o  sistema  político,  de  aproximar  os  eleitores  dos  eleitos  num  quadro   de   uma   democracia   mais   participada   e   de   uma   representação   política   mais  responsabilizada.    

Deve   promover   a   participação   direta   dos   cidadãos   na   definição,   aplicação   e   avaliação   de  políticas   públicas   e   a   valorização   das   instituições   da   sociedade   civil,   com   garantia   das  condições  de  liberdade  e  responsabilidade  dos  cidadãos,  num  escrutínio  de  quem  exerce  e  como  exerce  funções  públicas.    

Deve   tirar   partido  das  novas   tecnologias   de   informação  e   comunicação   para   potenciar   o  acesso   interativo  à   informação  e  a  participação  dos  cidadãos  nos  processos  de  tomada  de  decisão.    

Cláusula  Décima  Nona  

(Europa  e  Desafios  Globais)  

Portugal  precisa  de  valorizar  o  seu  património  histórico  e  geográfico,  assumir  a  sua  vocação  atlântica,  nomeadamente  explorando  adequadamente  a  Zona  Económica  Exclusiva,  tirando  partido   da   sua   posição   central,   no   quadro   de   relação   entre   os   continentes   americano   e  africano  e  da  nossa  diáspora  no  Mundo.    

É  ainda  fundamental  contribuir  para  o  reforço  interno  e  externo  da  CPLP  como  plataforma  de  promoção  e  defesa  dos   interesses  comuns  dos  seus  Estados  Membros.  Deve,   também,  ser  um  agente  ativo  no  aperfeiçoamento  da  União  Europeia,  no  sentido  de  aumentar  a  sua  legitimidade,   eficácia   e   coesão,   preservando   os   princípios   e   valores   que   presidiram   à  constituição  das  Comunidades  Europeias,  no  equilíbrio  entre  os  vários  países,  num  quadro  de  solidariedade  associada  à  coesão  económica,  social  e  territorial  da  União  e  ao  reforço  da  cidadania  europeia.  

   

Lisboa,  9  de  Novembro  de  2013      Anexo:  Parte  III  (Medidas).  Depois  do  debate  aberto  e  alargado  que  promovemos,  durante  um  ano,  em  todo  o  território  nacional,  em  torno  das  511  recomendações  do  Relatório  para  o  Crescimento  Sustentável,  consideramos  que  é  prioritário,  no  âmbito  do  Contrato  para  o  Crescimento   Sustentável,   desenvolver   todos   os   esforços   visando   a   concretização   das   72  recomendações  seguintes.  

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Contrato  para  o  Crescimento  Sustentável  –  Anexo  

1    

ANEXO:  PARTE  III    

Medidas  Indispensáveis  para  libertar  o  Potencial  de  Crescimento  de  Portugal    

 

CONSOLIDAÇÃO  ORÇAMENTAL  

1  -­‐ Introduzir,   para   além   das  metas   relativas   ao   défice   orçamental,   limites,   em   termos  reais,   fixados  para   cada   legislatura,   sobre   todos  os   itens  da  despesa  do  Estado  que  não  dependam  do  ciclo  económico  (isto  é,  todos  os  itens  exceto  as  prestações  sociais).  Estes   limites  à  despesa  permitirão  atingir,  mais  eficazmente,  os   limites  estabelecidos  para  o  défice  estrutural  no  quadro  do  Tratado  Europeu  de  Estabilidade,  Coordenação  e  Governação;    

2  -­‐ Proibir  o  endividamento  pelas  empresas  deficitárias  do  Sector  Empresarial  do  Estado  junto  da  banca  ou  através  da  emissão  de  obrigações,  cobrindo  os  seus  défices  através  de  subsídios  estatais  com  repercussão  imediata  no  Orçamento  do  Estado.  No  caso  de  empresas   deficitárias   do   Sector   Empresarial   do   Estado,   sendo   prestado   um   serviço  público,   este   deve   ser   coberto   diretamente   pelo  Orçamento   do   Estado.  No   caso   de  Despesas   de   Investimento,   o   recurso   ao   endividamento   através   de   dívida   junto   da  banca   ou   de   emissão   de   obrigações   terá   de   ser   feito   de   forma   a   que   estas   sejam  contabilizadas  como  Dívida  Direta  do  Estado  e  devidamente  justificadas  em  termos  de  cobertura  de  despesas  de  juros;    

3  -­‐ Criar  uma  instituição  independente  para  as  PPP  com  responsabilidade  pela  avaliação  ex-­‐ante   dos   projetos.   Limitar   a   aprovação   de   projetos   para   as   PPP   a   parcerias   que  apresentem   benefícios   claros   em   relação   à   alternativa   de   financiamento   público,  avaliando  as  suas  obrigações  futuras  anuais;    

4  -­‐ Estabelecer   uma   regulação   bancária   que   limite   o   recurso   excessivo   dos   bancos   ao  crédito  externo  e  reduza  o  risco  sistémico  no  setor  financeiro  português.    

 

REFORMA  FISCAL    

5  -­‐ Concretizar  uma  reforma  fiscal  que,  em  harmonia  com  a  reavaliação  responsável  das  funções  do  Estado,  caminhe  no  sentido:    

i. Da  simplificação  do  sistema  fiscal  e  da  reposição  de  níveis  equilibrados  de  carga  fiscal;    

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2    

ii. Da   promoção   do   crescimento   sustentável,   através   do   aumento   da   tributação  ambiental   que   desincentive   a   degradação   dos   recursos   naturais,   compensada,  num  quadro  de  neutralidade   fiscal,   com  a   redução  da   tradicional   tributação  do  rendimento  das  pessoas  singulares  e  coletivas;    

iii. Da   significativa   promoção   do   investimento   empresarial,   de   fonte   externa   ou  interna,  aqui  incluindo  um  novo  padrão  de  transparência,  colaboração,  segurança  jurídica,   rigor   e   eficiência   entre   a   Administração   Fiscal   e   os   Contribuintes,   bem  como   uma   visão   renovada   do   sistema   de   tributação   dos   rendimentos,   visando  incentivar   fortemente   o   reinvestimento   dos   lucros   empresariais   não  distribuídos;    

6  -­‐ Criar   condições   para   o   desagravamento   do   IRS,   pela   introdução   de   uma   taxa   de  carbono,  sobre  todas  as  emissões  nacionais  de  gases  com  efeito  de  estufa,  induzindo  padrões  de  produção  e  de  consumo  mais  sustentáveis  e  fomentando  a  eco-­‐inovação;    

7  -­‐ Assumir  uma  visão  integrada  do  combate  à  corrupção  e  fraude  fiscal,  conferindo-­‐lhe  uma  nova  dimensão  de  obrigações  preventivas  e  de  instrumentos  de  controlo;    

8  -­‐ Promover  um  acordo  multilateral  com  países  lusófonos  para  as  relações  económicas  entre   os   espaços   (acordo   de   dupla   tributação,   acordo   de   troca   de   informações   e  assistência  mutua  em  matéria  fiscal,  acordo  de  segurança  social,  acordo  de  proteção  de  investimentos).    

 

REFORMA  DO  ESTADO  

9  -­‐ Concretizar   uma  menor   presença   do   Estado   enquanto   agente   económico   na   área  empresarial   e   aumentar   a   eficácia   reguladora   na   promoção   da   concorrência   e   na  arbitragem   dos   interesses   privados,   sem   prejuízo   do   papel   supletivo   de   fomento  económico  em  alguns  sectores;    

10  -­‐ Estabelecer   uma   reforma   do   modelo   de   governação   da   Administração   Pública  assente  em  5  passos:    

i. Definição  de  objetivos  e  prioridades  a  alcançar,  no  sector  público,  durante  uma  legislatura;    

ii. Mobilização   de   toda   a   Administração   Pública   em   torno   dessas   prioridades,  estabelecendo  contratos,  com  objetivos  vinculativos,  a  atingir  por  cada  dirigente;    

iii. Conferir   autonomia,   ao   nível   da   gestão   operacional,   para   a   obtenção   daqueles  objetivos;    

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Contrato  para  o  Crescimento  Sustentável  –  Anexo  

3    

iv. Amplo  escrutínio  público  dos  resultados  atingidos  e  do  desempenho  orçamental  de  cada  instituição  estatal;    

v. Avaliação  anual,  justa  e  exigente,  de  desempenho  dos  funcionários  e  dirigentes,  conferindo-­‐lhe  peso  significativo  na  remuneração  individual;    

11  -­‐ Assegurar,   no   âmbito   de   uma   entidade   independente   sediada   na   Assembleia   da  República   (um  provedor  das  novas   gerações),   a   avaliação  do   impacto   geracional   de  políticas  públicas  que  possam  comprometer  as  novas  gerações.  

 

JUSTIÇA  

12  -­‐ Redefinir   as   competências   dos   tribunais,   em   termos   do   território,   da   matéria,   do  valor  e  da  hierarquia,  consagrando  a  especialização  em  razão  da  matéria;    

13  -­‐ Erigir   um   tronco   processual   único   –   e   estável   no   tempo   –   para   todas   as   causas   da  competência  dos  tribunais  judiciais  (com  exceção  do  processo  criminal),  em  torno  do  qual   se   estatuam   as   especialidades   de   tramitação   estritamente   necessárias.  Ultrapassar   as   dificuldades   na   citação   ou   na   notificação   mediante   a   obrigação   de  manutenção  de  um  domicílio  judicial,  único  e  atualizado  –  à  semelhança  do  domicílio  fiscal  –  que  permita  considerar  aquelas  validamente  efetuadas;    

14  -­‐ Assegurar,   através   da   formação   e   da   organização   do   trabalho   dos   funcionários  judiciais,   que   o   desempenho   das   secretarias   judiciais   evolua   para   uma   verdadeira  assessoria  ao  juiz  na  gestão  processual,   libertando  este  para  a  essência  da  tarefa  de  julgar.  

 

CIDADANIA  

15  -­‐ Assegurar   a   descentralização   político-­‐administrativa   e   o   maior   envolvimento   dos  cidadãos   no   governo   local,   designadamente,   aprofundando   a   experiência   dos  orçamentos  locais  participativos,  com  verdadeira  dimensão  deliberativa;    

16  -­‐ Reforçar   o   acesso   à   informação   e   à   participação   dos   cidadãos   na   avaliação   das  políticas   públicas.   Valorizar   a   base   científica   das   opções   estratégicas,   envolvendo   a  comunidade   científica,   através   de   uma   Comissão   específica   a   funcionar   em  permanência   no   âmbito   da   Assembleia   da   República.   Fazer   uma   avaliação   custo-­‐benefício  das  iniciativas  legislativas  e  promover  a  discussão  pública  das  decisões  de  carácter  estratégico.    

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EDUCAÇÃO  

17  -­‐ Estabelecer  uma  nova  visão  da  autonomia  e  responsabilização  das  escolas,  alicerçada  na  definição  de  projetos  educativos  próprios,   adequados   à   comunidade  escolar,   na  liberdade   de   escolha   por   parte   das   famílias   e   na   concorrência   entre   projetos  educativos,  no  âmbito  de  uma  rede  nacional  de  educação  e  formação  que  integre  as  escolas  públicas,  particulares  e  cooperativas;    

18  -­‐ Conferir   aos   agrupamentos   de   escolas   o   poder   de   contratar   os   seus   recursos  humanos   e   financiar   aqueles   agrupamentos   tendo   por   base   critérios   transparentes  que,   entre   o   mais,   premeiem   os   bons   resultados   dos   projetos   educativos   –  reconhecendo  os  esforços  de  melhoria  dos   resultados  escolares   face  às  dificuldades  específicas  de  cada  comunidade  educativa  –  e  que  tenham  em  atenção  o  número  de  turmas  constituídas,  enquanto  elemento  de  valorização  da  escolha  da  escola  por  parte  das  famílias;    

19  -­‐ Estabelecer   a   regra   da   liberdade   de   escolha   ilimitada   na   rede   de   oferta   pública  (escolas  públicas  estatais  e  privadas).  Após  dois  anos,  pelo  menos  10%,  e  após  quatro  anos,  pelo  menos  20%,  dos  alunos  deverão   frequentar  uma  escola  da   sua  escolha  e  não  apenas  a  que  fica  mais  próxima  do  seu  local  de  residência;    

20  -­‐ Dotar   as   escolas   de  meios   de  apoio   acrescidos   a   crianças   e   jovens   em   situação   de  risco,   com  dificuldades   na   aprendizagem  ou   com  necessidades   educativas   especiais,  procurando   promover   o   sucesso   educativo   e   combater   o   abandono   escolar,  assegurando  a  igualdade  de  oportunidades,  nunca  perdendo  de  vista  que  o  sucesso  é  um  conceito  relativo,  suportado  no  mérito   individual  de  superação  de  dificuldades  e  limitações.  

 

ENSINO  SUPERIOR  

21  -­‐ Reorganizar  e  racionalizar  a  rede  do  ensino  superior  em  Portugal,  através  da  fusão,  extinção  e  associação  de  instituições,  com  recurso  à  avaliação  das  instituições  e  a  um  novo  modelo  de  financiamento,  que  promova  a  definição  de  missões  distintas  para  as  instituições  de  ensino  superior,  num  quadro  de  competição  e  cooperação  dentro  do  sistema   e   de   criação   de  massa   crítica   indispensável   à   internacionalização   do   ensino  superior;    

22  -­‐ Criar   consórcios,   envolvendo   empresas,   universidades   e   laboratórios   do   Estado,  comprometidos  com  programas  em  áreas  estratégicas  nacionais  (como  por  exemplo,  mar,   agro-­‐florestal,   recursos   minerais,   energia,   alterações   climáticas,   biotecnologia,  novos  materiais);    

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Contrato  para  o  Crescimento  Sustentável  –  Anexo  

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23  -­‐ Rever   o  método   de   cálculo   e   o   valor  máximo   das  propinas,   aumentar   as  bolsas   de  estudo   de  natureza   social   e  de  mérito  e  estabelecer  um   sistema  de  empréstimos   a  amortizar  pelos  alunos  após  a  entrada  no  mercado  de  trabalho;    

24  -­‐ Adotar  um  modelo  de  financiamento  do  sistema  científico  mais  integrador  da  procura  de   ciência,   por   parte   do   tecido   produtivo,   em   vez   do   atual   modelo   baseado  essencialmente  na  oferta,   e   atribuir,  mediante   avaliação,   o   estatuto  de  entidade  do  sistema  científico  e  tecnológico  nacional  a  unidades  de  I&D  empresariais.    

 

INOVAÇÃO    

25  -­‐ Criar   um   Sistema   Acelerador   de   Inovação   e   Competitividade   Empresarial,   visando  aumentar   a   probabilidade   de   sucesso   dos   projetos   e   start-­‐ups   que   venham   a   ser  apoiados  pelo  ecossistema  de   Inovação  e  Competitividade,   facilitando  a  captação  de  investimento  através  de  fundos  sectoriais  e  temáticos;    

26  -­‐ Tirar   partido   dos   instrumentos   fiscais   que   fomentam   a   atração   de   investimento  estrangeiro   em   condições   vantajosas,   bem   como   de  profissionais   de   atividades   de  valor  acrescentado.  A  flexibilidade  prevista  deve  ser  utilizada,  sobretudo,  em  projetos  que,   cumulativamente   preencham   três   requisitos:   compromisso   de   criação   de  emprego;   enfoque   nas   atividades   e   bens   transacionáveis;   envolvimento   do   sistema  científico  e  universitário  nacional  nas   atividades  de   investigação,  desenvolvimento  e  inovação;      

27  -­‐ Considerar  o  empreendedorismo  como  uma  competência  transversal  a  usar  ao  longo  da   vida,   quer   dentro  de  uma  organização  quer   no   auto-­‐emprego  e  promover  o   seu  desenvolvimento  na  educação  e  formação  ao  longo  da  vida,  garantindo  que  os  vários  curricula,  quer  para   jovens,  quer  para  adultos  em  fase  de  requalificação  profissional,  incluem  estes  conteúdos.      

CULTURA  E  VALORIZAÇÃO  PATRIMONIAL  

28  -­‐ Apoiar  o  desenvolvimento  de  clusters  de  indústrias  culturais  e  criativas,  beneficiando  do   património,   dos   talentos,   das   competências   e   das   infra-­‐estruturas   existentes   em  diversas  regiões  do  país,  e  apostar  na  promoção  internacional  da  cultura  e  da  criação  artística  contemporânea  portuguesas;    

29  -­‐ Reabilitar   e   ter   em   uso   integral   todo   o   património   declarado   como   património  nacional.  Um  dos  elementos  dessa  estratégia  passa  por  fazer  reverter  1%  do  valor  da  despesa   do   Estado   em   empreitadas   públicas   para   um   fundo   de   reabilitação   do  património;    

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30  -­‐ Adotar   uma   estratégia   de   afirmação   do   português   como   língua   global   e   oficial   de  trabalho   das   instituições   internacionais,   desenvolvendo   programas   específicos  vocacionados   para   o   crescimento   do   uso   da   língua   portuguesa   que   incluam,   entre  outras  medidas,  programas  de  formação  de  professores  de  português  no  estrangeiro,  cursos  de  língua  portuguesa  dirigidos  a  quadros  de  empresas  estrangeiras  e  ações  de  formação  inicial  e  contínua  de  tradutores  e  intérpretes.    

 

AMBIENTE  

31  -­‐ Assumir,  no  âmbito  de  um  amplo  acordo  a  alcançar  na  Assembleia  da  República,  uma  visão   de   médio   e   longo   prazo   de   descarbonização   do   nosso   desenvolvimento,  visando   a   redução   das   emissões   de   gases   com   efeito   de   estufa   per   capita   para  6,5tCO2eq  até  2020  e  2tCO2eq  até  2050  e  estabelecer  um  “Orçamento  de  Carbono”,  atribuindo  responsabilidades  direitas,  a  cada  Ministério,  pelas  metas  de  redução  das  emissões  no  respetivo  sector;    

32  -­‐ Valorizar  os  serviços  prestados  pelos  ecossistemas,  integrando  o  seu  valor  no  cálculo  do   PIB,   remunerando   esses   serviços   –   via   fiscalidade,   transferências   para   os  municípios   ou   sistema   de   créditos   de   biodiversidade   –   e   definindo   um   modelo   de  gestão  económica  e  financeira  sustentável  para  parques  e  reservas  naturais.  Valorizar  a  imagem  do  país  associada  à  qualidade  do  ambiente,  como  fator  de  desenvolvimento  e  diferenciação,  potenciador  do  crescimento  económico;    

33  -­‐ Avançar   para   o  greening   da   economia,   internalizando   as   externalidades   ambientais  nos   produtos   e   serviços,   de   modo   a   atingir   novos   padrões   de   sustentabilidade:  aumentar,   em   cerca   de   4   vezes,   até   2020,   a   eficiência   na   utilização   de   recursos,  correspondendo   a   0,93   €/kg   de   criação   de   valor   por   matérias-­‐primas   consumidas;  assegurar   que,   até   2020,   40%   de   produtos   e   serviços   portugueses   no  mercado   têm  rotulagem   ecológica,   certificação   ambiental   ou   outra   que   permita   a   decisão  consciente;   atingir   um   rácio   pegada   ecológica/bio   capacidade   entre   2,15   e   2,75   em  2020;    

34  -­‐ Concluir  o   ciclo  de   infra-­‐estruturação  ambiental,   proporcionando  maior  eficiência  e  qualidade  no  serviço  prestado,  reforçando  a  independência  e  a  capacidade  reguladora  do   estado,   assegurando   um   maior   envolvimento   do   sector   privado   e   garantindo   a  manutenção   e   melhoria   da   qualidade   e   sustentabilidade   dos   sistemas   e   serviços  ambientais.  

 

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Contrato  para  o  Crescimento  Sustentável  –  Anexo  

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ENERGIA  

35  -­‐ Reduzir   a   dependência   energética   para   73%   prosseguindo   a   aposta   nas   energias  renováveis  e  assumindo  a  prioridade  de  melhorar  a  eficiência  energética  do  lado  do  consumo;   construir   uma   rede   inteligente   que   permita   a   participação   dos  consumidores  no  mercado  de  energia  e  a  gestão  mais  eficiente  do  sistema  elétrico;    

36  -­‐ Reduzir   a   intensidade   energética   do   PIB,   equiparando-­‐a   à  média   da   UE,   até   2020,  assumindo   a   prioridade   de  melhorar   a   eficiência   energética   do   lado   do   consumo   –  designadamente,  através  do   lançamento  de  programas  concursais  para  a  otimização  dos   consumos   nos   edifícios   públicos,   acompanhados   da   criação   de   um   fundo   de  garantia  público,  que  dinamizem  o  mercado  das  ESCO;    

37  -­‐ Promover   a   eletrificação   dos   transportes,   nomeadamente   através   de   incentivos   às  frotas  públicas  e  privadas  assim  como  a  novos  conceitos  de  mobilidade  (car  sharing,  car  pooling,  etc.),  e  reformular  o  modelo  de  carregamento  público.    

 

CIDADES  E  ORDENAMENTO  DO  TERRITÓRIO  

38  -­‐ Fazer  convergir  para  o  plano  diretor  municipal  todas  as  opções  de  planeamento  do  território,   consolidando   toda   a   legislação   sobre   o   ordenamento   do   território,  incluindo  dos  regimes  territoriais  sectoriais  que  se  repercutem  no  uso  do  solo;    

39  -­‐ Implementar  um  novo  modelo  institucional  que  reconheça  as  grandes  cidades  com  a  criação   de   entidade  metropolitana,   com   efetivas   competências   supramunicipais   de  forma  a  beneficiarem  de  um  efeito  escala;    

40  -­‐ Criar   “zonas   francas   urbanas”   para   que,   através   de   uma   significativa   redução   dos  encargos   fiscais,   aí   se   permita   a   fixação   dos   jovens,   a   criação   de   novos   negócios   e  incentive  os  proprietários  à  realização  de  ações  de  reabilitação  urbana;    

41  -­‐ Definir   um   modelo   de   financiamento   dos   transportes   públicos,   na   vertente   de  exploração  e  de  novos  investimentos,  que  beneficie  do  reconhecimento  das  emissões  de  CO2  evitadas  face  ao  transporte  individual  (através  da  alocação  de  uma  parte  das  receitas   dos   leilões   de   CO2   ou   das   receitas   de   uma   taxa   de   carbono),   das   receitas  resultantes  de  portagens  urbanas  (que  urge  criar)  e  do  estacionamento,  da  tributação  sobre   o   transporte   individual   (combustível,   registo   automóvel   e   portagens  rodoviárias).  

 

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MAR  

42  -­‐ Reorganizar,  reestruturar  e  regular  a  economia  do  Mar,  num  quadro  uniforme  ainda  que   não   unitário,   simplificador   do   seu   uso   e   valorização,   tendo   em   conta   cada  subsector,   devendo   ser   acompanhada,   como   de   atrair   investimento   e   melhor  comunicar  o  valor  do  mar,  da  elaboração  de  manuais  sectoriais  do  investidor  do  mar  e  criar  guias  de  carreiras  no  sector  marítimo;    

43  -­‐ Assegurar  um  maior  envolvimento  do  sector  privado,  deixando  de  ter  o  Estado  como  agente   económico   direto   na   área   portuária,   privatizando   ou   concessionando   as  atividades   por   si   desenvolvidas,   em   particular   a   gestão   de   Portos,   sempre   com  adequados  instrumentos  de  partilha  de  risco;    

44  -­‐ Desenvolvimento   integrado   dos   subsectores   da   economia   do   mar   tendo   como  exemplo  a   "Fileira  Náutica",   capaz  de   criar  uma   imagem  renovada  do  Mar  e,   com  a  generalização  da  prática  de  desportos  náuticos,  incluindo  o  desporto  escolar,  colocar  Portugal  na  rota  dos  grandes  eventos,  num  quadro  de  desenvolvimento  estratégico  de  toda  a  cadeia  de  apoio  a  navegação  e  prática  de  desportos,  incluindo  reparação  naval,  fabrico  de  equipamentos,  cultura  e  turismo;    

45  -­‐ Salvaguardar   a   soberania   de   Portugal   sobre   a   sua   plataforma   continental   e   a  capacidade   de   dela   extrair   valor.   Apostar   na   criação   de   consórcios   nacionais   de  investigação  e  exploração  e  na  viabilização  dos  que,  de  origem  externa,  permitam  uma  participação  portuguesa  de  peso,   suscetível  de   impedir  a  usurpação  dos   recursos  da  plataforma  por  terceiros.      

AGRICULTURA  E  FLORESTA  

46  -­‐ Reduzir  em  75%  o  défice  da  balança  comercial  do  sector  agro-­‐florestal,  apostando  na  substituição   de   importações   com   produção   interna   e   na   internacionalização   da  floresta,   do   vinho,   da   cortiça   e   das   hortofrutícolas   –   e   limitar   a   área   ardida,   nos  próximos  10  anos,  a  um  terço  da  verificada  na  última  década;    

47  -­‐ Considerar   a   diversidade   da   agricultura   portuguesa   nas   suas   diferentes   dimensões  bem  como  o  papel  fundamental  e  de  relevância  crescente  da  empresa  agrícola  como  motor   de   desenvolvimento   e   crescimento   do   sector   e   apoiar/reforçar   o   papel   das  organizações   associativas   e   cooperativas   agrícolas   na   obtenção   de   economias   de  escala;    

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Contrato  para  o  Crescimento  Sustentável  –  Anexo  

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48  -­‐ Desenvolver   medidas   que   incentivam   a   cooperação   e   internacionalização   de  iniciativas   empresariais   agrícolas   nos   países   de   língua   oficial   portuguesa   tirando,  simultaneamente  partido  do  conhecimento  sobre  a  agronomia  tropical  existente  e  do  potencial  de  crescimento  destes  países;    

49  -­‐ Incentivar   a   multi-­‐funcionalidade   das   explorações   agrícolas,   compensando-­‐as   pela  prestação   de   serviços   de   carácter   agro-­‐ambiental   ou   outros   de   interesse   coletivo   e  contribuindo  assim  para  a  sua  diversificação  interna  e  viabilidade  económica.    

 

INDÚSTRIA  

50  -­‐ Fomentar  o   investimento  em  start-­‐ups  através,  por  exemplo,  do  aumento  para  25%  da  dedutibilidade  das  entradas  de  capital  das  empresas  nos  primeiros  3  anos  de  vida;    

51  -­‐ Gerar  start-­‐ups  que  funcionem  no  mesmo  ecossistema  –   isto  é,  com  uma  relação  de  proximidade   e   de   cumplicidade   –   com   as   empresas,   com   as  Universidades   e   com  o  sistema  financeiro.  Para  o  sucesso  das  start-­‐ups  é  mais  importante  poder  beneficiar  de  economias  de  rede  do  que  de  economia  de  escala;    

52  -­‐ Assegurar   a   articulação   dos   instrumentos   públicos   e   privados   disponíveis   de  financiamento   à   criação   e   desenvolvimento   de   projetos   empresariais   (incentivos  fiscais,   apoio   à   atividade   de   I&D,   linhas   PME-­‐Crescimento,   mercado   de   capitais   e  capital  de  risco),  gerando  massa  crítica  na  capacidade  de  análise  e  financiamento  de  projetos  inovadores.    

 

EMPREGO  

53  -­‐ Desenvolver   políticas   ativas   de   emprego   e   programas   de   qualificação   para   a  população   sénior   (com   mais   de   55   anos)   e   com   mais   de   45   anos,   através   da  requalificação   de   funções   na   população,   benefícios   fiscais,   regulamentação   dos  contractos  de  interim  management,  promoção  do  trabalho  a  tempo  parcial;    

54  -­‐ Estabelecer   quotas,   criteriosas   e   flexíveis,   para   contratos   de   trabalho   a   termo   e  temporário,  limitando  o  número  de  trabalhadores  neste  regime;    

55  -­‐ Aprofundar  o  sistema  de  formação  dual,  com  a  oferta  centrada  nos  clientes  diretos  –  alunos   ou   formandos   –   e   nos   indiretos   -­‐   as   empresas   e   outros   empregadores,  articulando  as  aprendizagens  em  sala/laboratório  e  em  contexto  laboral  (formação  na  empresa),  com  carácter  de  obrigatoriedade  na  formação  de  alunos  e  formandos;    

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56  -­‐ Promover   políticas   ativas   de   emprego   para   a   população   jovem   mais   dirigidas   a  subgrupos   e   segmentos   desta   população,   tendo   em   conta   o   nível   de   formação,   a  localização   e   o   perfil   de   transição   escola/mundo   do   trabalho   e   revisão   das   políticas  ativas   de   emprego   generalistas   e   avaliação   da   sua   real   capacidade   de   criação   de  emprego.    

 

FAMÍLIA  

57  -­‐ Reforçar   o   papel   da   família,   reconhecendo-­‐a   como   o   primeiro   contexto   de   coesão  social  e  de  diversidade  –  tendo  em  atenção  as  transformações  nos  modos  de  vida  –  e  incentivando  a  natalidade;    

58  -­‐ Promover  uma  flexibilização  responsável  dos  horários  de  trabalho  e  dos  horários  de  funcionamento  dos  serviços  (de  educação,  de  apoio  à  família,  de  promoção  da  cultura  e  lazer),  favorecendo  a  conciliação  entre  a  vida  profissional  e  a  vida  pessoal  e  familiar,  assumindo  a  centralidade  da  família.    

 

ECONOMIA  SOCIAL  

59  -­‐ Alargar  as  responsabilidades  e  influência  das  instituições   intermédias,  das  ONG,  das  IPSS  do   setor  da  economia   social  e  das  organizações  de  voluntariado,  que  estão  em  condições  de  prestar  muitos  serviços  públicos,  com  maior  qualidade  e  eficiência;    

60  -­‐ Tirar   partido   da   capacidade   instalada,   material,   humana   e   económica   das  instituições   da   economia   social   no   planeamento   e   desenvolvimento   dos   sistemas  sociais   públicos   e   criar   as   condições   para   que   aquelas   instituições   possam   passar   a  desenvolver   algumas   atividades   económicas   que   lhes   garantam   sustentabilidade  financeira;    

61  -­‐ Reconhecer  o  voluntariado  como  política  ativa  de  juventude  através  da  formalização  de  horas  de  voluntariado  no  currículo  EUROPASS  e  da  contabilização  de  horas  numa  base  de  dados  nacional  de  voluntariado;    

62  -­‐ Incentivar  as  entidades  da  economia   social   a  estabelecerem  acordos  para  a  partilha  de  infra-­‐estruturas.    

 

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Contrato  para  o  Crescimento  Sustentável  –  Anexo  

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SAÚDE  

63  -­‐ Redefinir  o  modelo  de  financiamento  do  Serviço  Nacional  de  Saúde,   substituindo  o  atual   modelo   contabilístico,   centrado   no   pagamento   dos   atos,   por   um   modelo  centrado  nos  resultados  e  nos  ganhos  para  a  saúde,  assegurando  a  universalidade  do  acesso   através   de   uma   política   de   preços   que   estimule   a   concorrência   entre  prestadores,   independentemente   da   sua   natureza   pública,   privada   ou   social,   e   se  constitua  como  uma  verdadeira  ferramenta  de  indução  de  uma  prestação  eficiente;    

64  -­‐ Assegurar   a   liberdade   de   escolha   do   utente   face   ao   prestador   como   motor   da  competição   e   do   bom   desempenho,   preservando   o   princípio   constitucional   da  provisão   dos   cuidados   sob   a   responsabilidade   do   Estado   mas   não   a   sua   prestação  exclusiva   através   de   operadores   públicos,   garantindo-­‐se,   assim,   a   plena   separação  entre   financiamento   e   prestação,   exigência   fundamental   para   a   melhoria   da  competitividade;    

65  -­‐ Reforçar  o  Cluster   da   Saúde,   através  da   criação  de  uma   rede  de   serviços  de   saúde,  com  acreditação  por  organizações   internacionais  especializadas  (de  que  é  exemplo  a  Joint  Commission  International),  que  apresentem  elevados  padrões  de  qualidade,  com  reconhecimento   internacional   e   estimular   o   turismo   de   saúde   sénior,   dirigido   para  cuidados  diferenciados  de  elevada  qualidade,  que  incluem,  diversos  tipos  de  cuidados  cirúrgicos  mas  também  a  utilização  de  recursos  em  cuidados  continuados  de  saúde;    

66  -­‐ Reforçar   as   políticas   de   prevenção   e   de   redução   de   riscos,   nomeadamente,  promovendo  políticas  de  prevenção  no  âmbito  dos  acidentes  rodoviários,  domésticos  e  de  trabalho,  reforçar  programas  de  redução  de  riscos  no  consumo  de  álcool,  tabaco  e  estupefacientes  e  desenvolver  políticas  de  adaptação  futura  aos  riscos  associados  às  alterações  climáticas.      

EUROPA  E  DESAFIOS  GLOBAIS  

67  -­‐ Reformar   o   Pacto   de   Estabilidade   e   Crescimento   de   modo   a   que,   continuando   a  assumir  a  preocupação  em  evitar  políticas  orçamentais  irresponsáveis  e  em  manter  a  estabilidade  de  preços,  tenha  igualmente  em  atenção  a  importância  do  investimento  reprodutivo  em  áreas  que  representam  fatores  de  crescimento,  como  a  educação,  a  ciência,  o  empreendedorismo,  o  ambiente  e  a  política  industrial;    

68  -­‐ Promover  o  reforço  dos  poderes  da  Comissão  Europeia  bem  como  da  sua  legitimidade  democrática.   Neste   âmbito,   a   curto   prazo   e   ainda   no   atual   quadro   político-­‐institucional,   a   escolha   do   seu   presidente   deve   recair   no   candidato   previamente  apresentado   pelo   grupo   político   mais   votado   nas   eleições   para   o   Parlamento  

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Europeu.  A  prazo,  deve  ser  operada  uma  modificação  dos  Tratados  para  consagrar  a  eleição  do  Presidente  da  Comissão  Europeia  por  sufrágio  direto;    

69  -­‐ Aumentar  o  Orçamento  da  União  Europeia  de  modo  a  que  os  recursos  próprios,  hoje  limitados   a   cerca   de   1%   do   Rendimento   Nacional   Bruto   da   UE,   sejam   aumentados  para,   pelo   menos,   1,24%,   em   2014,   1,8%   até   2020   e   2%   a   partir   de   2020.   Este  acréscimo  de   dotação   orçamental,   herdeiro   do   espírito   do   Plano  Marshall,   deve   ser  totalmente   alocado   à   dinamização   do   crescimento   e   emprego   na  UE,   investindo   no  conhecimento   e   empreendedorismo,   na   economia   verde   e   numa   nova   política  industrial;    

70  -­‐ Assegurar   mecanismos   adequados   de   supervisão   e   de   coordenação   europeia   das  políticas   orçamentais   nacionais   e   estabelecer   uma   gestão   coordenada   do   sistema  bancário  com  o  intuito  de  combater  o  ciclo  vicioso  entre  a  crise  da  dívida  soberana  de  alguns  países,  como  Portugal,  e  a  crise  do  sistema  bancário;    

71  -­‐ Aprofundar   os   laços   que   unem   Portugal   à   comunidade   portuguesa   espalhada   pelo  Mundo,   valorizando   e   colocando   em   rede   o   capital   de   conhecimento   e   experiência  global   que   possuem   e   torná-­‐lo   num   dos   ativos   mais   importantes   na   projeção   de  Portugal  no  mundo;    

72  -­‐ Participar  ativamente  na  reforma  das  Nações  Unidas  e  das  instituições  multilaterais  que   crie   as   condições   para   uma   globalização   inclusiva   e   sustentável,   que   dê   uma  resposta,   multilateral,   aos   desafios   globais   tais   como   as   alterações   climáticas,   a  proteção   dos   oceanos   e   da   biodiversidade,   o   combate   ao   terrorismo   e   à   pobreza  extrema,  e  à  volatilidade  do  preço  das  matérias-­‐primas.    

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