1 ofÍcio divino das comunidades teolodia

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UMA LITURGIA DAS HORAS

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UMA LITURGIA DAS HORAS

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Talvez seja interessante perguntar:

- Qual é o momento do dia que você mais gosta?

- Como você sente as horas?

- O que você faz nas horas do dia?

- Em que HORA da vida você está?

- Você já viveu uma ‘hora’ que marcou a sua vida?

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• Existe a hora marcada pelo relógio à qual nos submetemos com uma certa (ou estreita) disciplina.

• Aí o tempo é percebido como limitado: “não tenho tempo”; “o tempo foi curto”; “não dá mais tempo”; “correndo contra o tempo”; “tempo é dinheiro”.

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• Este tempo da hora marcada, é o tempo ligado à economia, ao lucro... é o tempo de bater o cartão, dos prazos, dos vencimentos.

• Neste sentido, o tempo é cruel, devora a vida, envelhece, adoece, nos aproxima da morte. Os gregos o identificaram com o deus Cronos que devora os seus filhos. Projetam o tempo ideal fora do tempo.

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Se o tempo for percebido e vivido apenas nesta dimensão nada

pode desabrochar.

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Mas existe uma outra maneira de perceber e viver o tempo. Na bíblia, é o kairós, o tempo da graça de Deus em que ele opera a sua obra dentro de nós e na história. O TEMPO QUE PASSA nos permite aprender, crescer, acumular sabedoria...

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KAIRÓS tem a ver com a criação, com êxodo, com o exílio... Tem a ver, sobretudo, com

a manifestação de Jesus, na plenitude do tempo.

- João identifica a HORA de Jesus com a Cruz que é também a sua glória.

- Ao ver o Menino o velho Simeão exclamou: AGORA, Senhor podes deixar teu servo ir em paz...

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O Ofício, ao interromper o trabalho pela oração

liberta o TEMPO...

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Somos lembrados/as Pela oração

TODO O TEMPO PERTENCE A DEUS.

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O Ofício como toda a liturgia aponta para o kairós, à medida que faz memória das manifestações de Deus na vida.

E nos educa a fazer de toda a nossa vida uma liturgia.

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Neste sentido, todo trabalho feito com amor, a serviço da vida, todo gesto de compaixãoé um OFÍCIO DIVINO.

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Mas chamamos OFÍCIO DIVINO,especialmente,

o trabalho comunitário de louvor e

intercessão, pela salvação do

mundo.

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O Ofício estabelece um ritmo (determinadas horas; determinados cantos, orações,ações

simbólicas...com certa cadência na recitação, no canto)

Vai como que estruturando a vida Chama-nos de volta ao nosso sopro... ao

nosso equilíbrio ameaçado pelo ritmo acelerado do nosso tempo...

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Canto

Todo o dia o sol levanta e a gente canta o sol de todo dia.

Fim da tarde a terra coraE a gente chora porque é o fim da tarde.

Quando a noite a lua avançae a gente dança venerando a noite.

Madrugada um céu de estrelase a gente dorme sonhando com o dia.

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DE ONDE VEM O OFÍCIO DIVINO

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Das comunidades judaicas

Oração cotidiana, três vezes ao dia: manhã, tarde, meio dia.

De manhã – “antecipar-se ao sol para agradecer e adorar o Senhor” (Sb 16,28).

De tarde –ação de graças a Deus que transformou o caos primitivo e faz surgir a manhã depois de cada noite.

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De Jesus

- Jesus orou como judeu, conheceu a oração diária, três vezes ao dia.

- Ensinou que é preciso vigiar e orar sempre com perseverança (Lc

18,1).

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As primeiras comunidades cristãs (I século)

Fizeram do ensinamento de Jesus seu ideal.

Às nove (h. terceira) (Atos 2,1.15) - oração da manhã

• Às três (hora nona) (Atos 3,1-2) - oração da tarde

• Vigília noturna: na comunidade de Jerusalém (At 12,12,5.12); na prisão em Filipos (At 16,25); em Trôade, a liturgia habitual do domingo (cf. At 20,7-11).

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DAS COMUNIDADES DO SÉCULO III

- Orar sem cessar: ao levantar-se, às nove horas, ao meio dia, às três da tarde, ao cair da tarde e à noite

- Em particular e também em comunidade

- Uma oração de louvor a Deus e intercessão por meio de salmos, hinos e cânticos espirituais (Cf. At 3,16)

- A cada hora um sentido em memória da paixão e ressurreição de Jesus.

- Gestos : voltar-se para o oriente; mãos levantadas; lucernário.

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Das comunidades do 4º século

- Assembléias cotidianas, com o povo ( crianças)

- Especialmente manhã e tarde

- Salmos, antífonas, hinos e orações...

- Associando o mistério pascal à hora, tempo ...

- Atuação de ministros;

- O rito do lucernário.

- Vigílias noturnas cotidianas e ocasionais (páscoa, natal, pentecostes, e do domingo).

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• A fixação da liturgia em latim

• Sobrecarga de elementos devocionais

• A clericalização

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Para o povo as devoções

• O Ângelus três vezes ao dia (as horas)

• O rosário 150 ave-Marias no lugar dos salmos

• O ofício de Nossa Senhora: hinos do antigo ofício de Maria

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A CELEBRAÇÃO COMUMfoi preservada

pelas comunidades monásticas

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VOLTA ÀS FONTES

MOVIMENTO LITÚRGICO:

- Redescoberta da liturgiadas horas. - A Comunidade Ecumênica de Taizé: a oração das horas com multidões.

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CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II

• 1963 Sacrosanctum Concilium • 1971 publicação da - Liturgia das Horas reformada. - IGLH – Instrução Geral à Liturgia das Horas, explicitando os princípios teológicos e pastorais.

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O OFÍCIO DIVINOFAZ PARTE DA LITURGIA DA IGREJA

Na SC ocupa o capitulo IV da SC

– I- fundamentos teológicos– II- eucaristia– III sacramentos e sacramentais– IV Ofício divino– V ano litúrgico– VI Música– VI arte

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Ofício = lit-URGIA = trabalho; ação do povo ou a favor do povo.

Divino – ação de Deus a favor do povo (não apenas nossa ação)

Das horas - no ritmo das horas

Das comunidades: celebrado pelas

comunidades

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A reforma do Concílio resgata do Ofício:

- A memória da Páscoa- nas horas do dia (+ manhã e tarde)

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De TARDE, com o sol poente,

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FAZEMOS MEMÓRIA DA PÁSCOA DE CRISTO NA CEIA E NA CRUZ

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Rendemos graças pelas vitórias conquistadas

e intercedemos pelas necessidades do mundo.

- Ofício de Ação de graças

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De manhã,

COM O SOL NASCENTE,

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Fazemos

Memória de Jesus Cristo em sua RESSURREIÇÃO.

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Dirigimos a Deus Nossa prece de LOUVOR pela luz do novo dia...Renovamos nossa adesão ao Cristo assumindo nossas responsabilidades na preservação do mundo.

- Ofício de Louvor

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A HORAarticulando-se com:– O DIA – domingo dos dias da semana– O TEMPO LITÚRGICO – natal, páscoa...– SANTORAL – solenidades, festas e memórias

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- Em comunidade, com a participação do povo

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Como Povo sacerdotal,participamos “da mesma piedade do

unigênito do Pai, daquela oração que ele dirigiu durante a sua vida terrena e que agora continua, sem interrupção, em toda Igreja e em cada um de seus membros, em nome e pela salvação da humanidade”(IGLH 7)

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ÉFonte de piedade

e alimento da oração pessoal

(cf. SC 90 e 14)

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- Não é reservado aos clérigos e monges, mas pertence a toda comunidade cristã (cf. IGLH 270).

- Cada comunidade, ou um pequeno grupo, ou mesmo uma pessoa, o faz como Igreja, em nome de Jesus, pela humanidade (IGLH 7).

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INCULTURAÇÃO

A igreja não deseja impor uma forma rígida e única (cf. SC 37-40)

Aplicando este princípio ao Ofício Divino: Foi elaborado o Ofício Divino das Comunidades

levando em conta três referências:

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A TRADIÇÃO DA IGREJA, de celebrar em determinadas horas, uma oração de louvor e intercessão, com salmos, leituras bíblicas, hinos e orações...

O jeito de celebrar a fé em nossa América Latina, no contexto das Comunidades Eclesiais de Base sobretudo a partir da II Conferência do Celam em Medellin.

A PIEDADE POPULAR, buscando realizar a “mútua fecundação” entre liturgia e a piedade popular, correspondendo “aos anseios de oração e de vida Cristã” que o povo manifesta.

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O louvor de Deus na boca do povo1988-2008