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OFICINAS DE ORTOGRAFIA Uma classificação dos problemas de escrita: G1A – Escrita pré-alfabética As atividades propostas a seguir contribuem para o desenvolvimento das capacidades relacionadas à construção do princípio alfabético: - Compreender a relação entre escrita e a pauta sonora; - Desenvolver o conceito de palavra. Atividades propostas: 1- Observe as figuras e os seus nomes. Quatro crianças, durante um ditado, produziram essas escritas. Circule a escrita que for mais adequada: Dado (Figura) DD – D – DADO - AO Pião (Figura) IAU – PA – ESMPLH - PIÃO Peteca (Figura) EEA – PETECA – PTK - PETEK Pipa (Figura) PIPA – IPA – IPAP - IA Boneca OMPKL – BONECA – BUNEKA – OEA Referência bibliográfica: OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005. TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998. 1

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Atividades sobre ortografia

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Page 1: 1-Oficinas de Ortografia

OFICINAS DE ORTOGRAFIA

Uma classificação dos problemas de escrita:

G1A – Escrita pré-alfabética

As atividades propostas a seguir contribuem para o desenvolvimento das capacidades relacionadas

à construção do princípio alfabético:

- Compreender a relação entre escrita e a pauta sonora;

- Desenvolver o conceito de palavra.

Atividades propostas:

1- Observe as figuras e os seus nomes. Quatro crianças, durante um ditado, produziram essas

escritas. Circule a escrita que for mais adequada:

Dado

(Figura)

DD – D – DADO - AO

Pião

(Figura)

IAU – PA – ESMPLH - PIÃO

Peteca

(Figura)

EEA – PETECA – PTK - PETEK

Pipa

(Figura)

PIPA – IPA – IPAP - IA

Boneca

(Figura)

OMPKL – BONECA – BUNEKA – OEA

Bola

(Figura)

BLA – OA – FELIPEASEL – BOLA

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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Page 2: 1-Oficinas de Ortografia

2- Coloque as letras na ordem certa e forme 5 nomes de brincadeiras.

Dica: Você deverá usar todas as letras, uma para cada tracinho.

Modelo:

E I A A

Q U E I M A D A

Q M D U

1-

I Ã O

___ ___ ___ ___

P

2-

A A E I A

___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___

M R L N H

3-

E A E A

___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___

P G P G

4-

A A E A

___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___

C B R C G

5-

A A A E I A

___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___

B R R M N T G

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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Page 3: 1-Oficinas de Ortografia

G1B – Escrita alfabética com correspondência trocada por semelhança de traçado

Diretrizes metodológicas:

- No início do processo de alfabetização trabalhar apenas com um tipo de alfabeto;

- Alertar os alunos para as convenções da escrita que determinam como as letras devem

ser grafadas;

- Levar os alunos a perceberem as variações de traçado entre uma letra e outra.

Atividades propostas:

1- Apresentar uma série de palavras com diferenças sutis, duplicando uma palavra para que o aluno

identifique qual delas é igual ao modelo da esquerda, em cada linha:

Mala Mata Mapa Mala

Mata Nata Mata Mala

Sol Sal Sol Sul

2- Apresentar uma série de palavras iguais para o aluno identificar a diferente:

Casa Caso Casa Casa

Pipa Pipa Popa Pipa

3- Com qual deles?

Há várias formas de se grafar a mesma letra, pinte da mesma cor todas as formas da mesma

letra.

C G Q C Q g q G c

Q G C C q G C Q C

Q g Q c G G Q g C

Usando apenas as letras acima, complete tentando formar novas palavras. Mas, atenção! Ao usar o

q, não se esqueça do u!

Fi___o Fi___o man___a man___a

___ente ___ente ___orro ___orro

___ela ___ela bre___a bre___a

___osta ___osta ___ravo ___ravo

pe___o pe___o ___ola ___ola

GIC – Escrita Alfabética com correspondência trocada pela mudança de sonsReferência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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Page 4: 1-Oficinas de Ortografia

Diretrizes metodológicas:

Propor atividades orais e escritas para que o aluno perceba as diferenças entre esses

sons na fala e na sua grafia. Recomenda-se o trabalho com pares mínimos de palavras:

faca/vaca; pule/bule; chá/já; cato/gato; tente/dente. Este trabalho poderá ser feito a partir

de texto ou frases, o objetivo é levar o aluno a perceber que, mudando o fonema, muda,

também, o significado:

Ex.: *A vaca está dentro da gaveta.

*O menino está tirando leite da faca.

Atividades propostas:

1 – Completar com as palavras dos parênteses:

a) A menina _____________ chegou para tomar _________. (chá, já)

b) Lúcia pede a sua mãe que _________ arrancar o seu _________. (dente, tente)

c) O ___________de café quebrou. (bule, pule)

d) O ___________ da vizinha é peludo. (cato, gato)

2 – Completar com c e g:

___ola ___ola

tri___o tri___ô

___orro ___orro

man___a man___a

___osta ___osta

bre___a bre___a

3 – “O jogo da atenção”

Falar várias palavras com “P” e “B”

1- Bater uma palma quando ouvirem palavras com “P”.

2- Bater duas palmas quando ouvirem palavras com “B”.

Usar o mesmo exercício para f/v, d/t, etc.

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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Page 5: 1-Oficinas de Ortografia

G2B – Violações das regras invariantes que controlam a representação de alguns sons.

Diretrizes Metodológicas:

O aprendizado das regras de escrita da língua exige uma sistematização, a fim de que os

aprendizes gravem o seu emprego.

Em primeiro lugar o professor apresentará lista de palavras que proporcionarão a

dedução da regra.

Em seguida, os alunos deverão verbalizá-la e escrevê-la em um caderno destinado

especialmente ao trabalho com a ortografia.

Finalmente, a regra será escrita em um painel maior e afixada num painel da sala, sob o

título: Regras ortográficas que já conhecemos.

Abaixo de cada regra, os alunos poderão colar palavras retiradas de jornais e revistas

que se enquadrem nelas.

O trabalho com as regras já deduzidas deverá ser constante a cada dúvida dos alunos, o

professor deverá retornar à regra, no painel.

Atividades propostas:

EMPREGO DE Ç, RR E SS NO INÍCIO DA PALAVRA.

1 –

a) Pedir que os alunos inventem palavras (logatomos) com ç, rr e ss. Analisar as palavras que

poderiam existir na língua e as que seriam impossíveis de existir (no início da palavra).

b) Pedir que os alunos redijam a regra do uso de ç, rr e ss.

c) Colar a regra no caderno e no painel da sala.

2 – Observe as palavras que eu inventei:

Cassote – parraticha – çoala – ralabou – ssacalanha – rrebatocha – massarrote.

a) Circule as palavras que não podem existir na língua.

b) Explique o motivo:

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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Page 6: 1-Oficinas de Ortografia

NÃO ATENDIMENTO ÀS REGRAS QUE REGULAM O EMPREGO DE C (DIANTE DE A, O, U) E

DE QU (DIANTE DE E, I): *QOMIDA (COMIDA), *CANDO (QUANDO).

NESSES CASOS O APRENDIZ DEVERÁ PERCEBER A GRAFIA DO SOM [k] NOS DIVERSOS

AMBIENTES.

1 – Use c ou qu nos traços.

___asa

___ero

___intal

___olônia

___urió

___erida

___ilo

___adeia

___apa

___ulpado

Agora responda:

a) Quando você usou c?

b) Quando você usou qu?

c) Escreva a regra que você descobriu?

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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Page 7: 1-Oficinas de Ortografia

NÃO ATENDIMENTO ÀS REGRAS QUE REGULAM O EMPREGO DE G (DIANTE DE A, O, U) E

DE GU (DIANTE DE E, I): *GERA (GUERRA), *LOGA (LOJA).

NESSES CASOS O APRENDIZ DEVERÁ PERCEBER A GRAFIA DO SOM [g] NOS DIVERSOS

AMBIENTES.

1 – Use g ou gu nos traços.

___ota

___erreiro

___itarra

___ula

___ala

___alinha

Agora responda:

d) Quando você usou g?

e) Quando você usou gu?

f) Escreva a regra que você descobriu?

NÃO ATENDIMENTO ÀS REGRAS QUE REGULAM O EMPREGO DE Ç (DIANTE DE A, O, U) E

DE C (DIANTE DE E, I): *ACO (AÇO), *ÇENA (CENA).

1 –

Cinema

Cena

Laço

Açude

Poço

Açúcar

Pescoço

Peça

Pecinha

celular

Agora responda:

g) Quando as palavras são escritas com c?

h) Quando as palavras são escritas com ç?

i) Escreva a regra do uso do c e ç?

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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OFICINA DO R

1ª) Inicialmente, chamar a atenção dos alunos para o fato de que a letra R pode representar dois

sons diferentes: na garganta [h] (r forte), ou na ponta da língua [r] (r brando).

2ª) Em seguida, distribuir uma folha xerocada, contendo 24 desenhos de objetos escritos com R.

Pedir que recortem todos os 24 objetos, separando-os em duas colunas: na primeira, colocar os

objetos cujos nomes são falados com R na garganta [h] e, na segunda, colocar os objetos cujos

nomes são falados com o R na ponta da língua [r].

[h] [r]

Rodo

Carro

Relógio

Serrote

Rato

Barriga

Rádio

Roda

Rei

Carroça

Burro

Rio

Beterraba

Macarrão

Rede

Cenoura

Arara

Urubu

Peneira

Cadeira

Vassoura

Coração

Mamadeira

Nariz

3º) Afixar as gravuras no caderno dos aprendizes e/ou no painel da sala, incentivando-os a

recortarem outras gravuras para ampliar o mural.

4º) Distribuir uma folha contendo 24 palavras, nas quais o R aparece nos mais diversos ambientes,

dentro da palavra. Pedir que recortem todas as palavras e as classifiquem, nessa ordem:

R no início da palavra: rato, roda

R no final da sílaba: porta, carta, argola, mar, vender, devagar.

R entre vogal nasal e outra vogal: Henrique, honra, enrola.

R entre consoante no final da sílaba anterior e vogal: Israel, desrespeito.

R entre consoante e vogal: cravo, pranto.

R ou RR entre vogais (intervocálico): careta, carreta, carro, caro, muro, murro, Europa, errado,

corrente, parente.

5º) Levar os alunos a perceberem que tanto o r, quanto o rr, são grafados entre vogais, portanto o

ambiente não é suficiente para decidir que regra deverá ser usada. Deve-se, então, observar a

pronúncia:

[h]: carreta, carro, errado, corrente, rato, rádio, relógio.

[r]: careta, muro, Europa, caro, parente.

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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6º) Formular uma regra para cada grupo de palavras. As regras deduzidas deverão ser colocadas no

painel e nos cadernos das crianças, juntos com os exemplos. A partir daí, toda palavra que aparecer

deverá ser acrescentada aos exemplos do painel e do caderno. Sempre que necessário, o professor

deverá chamar a atenção dos alunos para a razão da escrita da palavra, ou seja, qual regra está

sendo utilizada.

Oficina do S

1º) Inicialmente, chamar a atenção dos alunos para o fato de que a letra S, ora pode representar o

som [s] ora pode representar o som de [z].

2º) Distribuir uma folha com 10 desenhos que representam objetos escritos com S. Pedir que

recortem todos os desenhos, separando-os em dois grupos: 1º) desenhos de objetos nos quais o S

tem o som de [z] (tesoura, vaso, mesa); 2º) S com som de [s] (sapato, suco, mansão, sino, pássaro,

pêssego, urso).

3º) Em seguida, distribuir uma folha contendo 24 palavras, nas quais o S aparece em vários

ambientes. Pedir que recortem todas as palavras e as classifiquem em três colunas:

1ª - Todas as palavras escritas com S, com som de [s]: sino, verso, pensar, sapo, semente, tensão,

senso, sopa, mansão, suco, sapato e personagem.

2ª - Todas as palavras com som de [s], mas escritas com ss: missa, passado, possuir, tosse, massa

e pêssego

3ª - Todas as palavras escritas com S, mas com som de [z], casa, asinha, roseira, usado, rasura.

4º) Em seguida, pedir que os aprendizes separem as doze palavras da primeira coluna: as 6

iniciadas por S e as 6 que têm S entre consoantes e vogais.

5º) Levar os alunos a perceberem a existência de 4 regras distintas:

1- Usa-se S no início da palavra: Sino, sapo, semente, sopa, suco e sapato;

2- Usa-se S entre vogais e consoantes: verso, pensar, tensão, senso, mansão,

personagem;

3- Entre vogais, usa-se SS quando o som é de [s]: missa, passado, possuir, tosse, massa

pêssego.

4- Ente vogais, usa-se S quando o som é de [z]: casa, asinha, caso, roseira, usado,

vassoura.

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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6º) Após a dedução das regras, verbalizá-las e, em seguida, escrevê-las no caderno e no painel. O

professor deve incentivar os alunos a aumentarem o número de exemplos do painel, acrescentando

novas palavras abaixo de cada regra, sempre que elas surgirem na sala de aula. É importante que o

professor estabeleça, sempre que surgir a oportunidade, a ligação entre a palavra escrita e a regra

que já foi trabalhada, para que o aprendiz grave a sua escrita e a regra utilizada.

Atividades propostas:

1- Dê o que se pede:

a) Duas palavras com S no início da palavra:

b) Duas palavras com S entre uma consoante e uma vogal:

c) Duas palavras com SS entre vogais:

2- Observe as palavras:

Rosa e Missa

a) Qual a semelhança entre o S de rosa e o SS de missa?

b) Qual a diferença existente entre eles?

3- Justifique o emprego de S ou SS nas seguintes palavras:

a) Sapo

b) Passar

c) Uso

d) Mesa

e) Pensamento

f) Urso

g) Pássaro

h) Semente

4- Pedrinho grafou errado duas palavras: pêsego e manssão.

a) Grafe-as corretamente:

b) Explique para ele porque elas não podem ser grafadas da maneira como ele escreveu:

Não atendimento às regras que definem o uso da nasalização

Os aprendizes apresentam vários problemas em relação à nasalização: o principal deles é a

omissão do grafema que nasaliza a vogal (m ou n) ou ainda do til, em alguns casos.

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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Uma das maneiras de mostrar a nasalização aos aprendizes é apresentando a eles os pares de

palavras como: boba/bomba, mudo/mundo, fá/fã, chamando a atenção para o som nasal produzido.

Outro problema percebido é o uso de duas marcas de nasalização na mesma palavra. Ex.:

Maçãm. Nesse caso o aluno já entendeu que o vocábulo será nasalizado, mas ainda não aprendeu

que não pode haver duas marcas para indicar um só som nasal. Cabe ao professor mostrar quais

são as marcas da nasalização e como elas são usadas na escrita.

Oficina da Nasalização

1º) Apresentar aos alunos uma folha xerocada contendo 24 palavras que possuam som nasal.

2º) Pedir que os alunos recortem as palavras agrupando-as de duas maneiras diferentes: no primeiro

grupo, as palavras que têm som nasal no meio da palavra e no segundo, as que têm som nasal no

final da palavra.

3º) Levar os alunos a perceberem a existência de três regras diferentes:

No interior da palavra, usa-se m antes de P e B: bomba, campo, tampa, tempo, samba e

tombo.

Usa-se n nos demais ambientes: longe, anta, onda, pente, grande, inca.

A nasalidade, no final da palavra, ora é representado pelo til – irmã, fã, lã, alemã, romã,

maçã – ora por m – armazém, refém, bom, ontem, imagem.

Após a dedução das regras levar os alunos a verbalizá-las, escrevendo-as no caderno e

no painel.

Atividades propostas:

1- Encontre um par:

1ª coluna 2ª coluna

Mudo

Bomba

Tampa

Tuba

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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Sombra

Rapa

2- Retire uma letra de cada palavra e forme novas palavras:

Grande –

Mundo –

Venta –

Tronco –

Nunca –

a) Que letra você retirou?

b) Qual a diferença existente entre as palavras da 1ª e da 2ª coluna?

3- Em um texto de aluno foi encontrada a seguinte frase:

“O mudo em que vivemos é o planeta terra.”

a) Qual a palavra que não foi escrita corretamente?

b) O que está faltando nela?

Uso indevido das determinações am e ao

Usa-se am em palavras paroxítonas: cantaram, amaram;

Usa-se ao em palavras oxítonas: cantarão, capitão.

Diretrizes Metodológicas:

Embora haja influência da oralidade na escrita de palavras terminadas em am e ao (ambas realizam-

se foneticamente como /aw/), é possível levar os alunos a perceberem as regras que determinam o

uso de uma ou outra terminação.

Para isso é fundamental que o professor trabalhe com os alunos o fator acento, mostrando que se a

última sílaba for átona, ela é escrita com am, se for tônica, é escrita com ao.

As atividades propostas devem favorecer a percepção do acento na sílaba final da palavra: é ele que

determina a escrita de am e ao.

Atividades propostas:

1- Observe a última sílaba de cada palavra e escrevam se ela é átona (fraca) ou tônica (forte):

Tubarão:

Falaram:

Inventam:

Capitão:

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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Escreveram:

Escreverão:

Falam:

Balão:

Complete:

a) Todas as palavras que terminam em /am/ são:

b) Todas as palavras que terminam com /ão/ são:

c) Redija as regras que determinam o uso de am e ão. Dê três exemplos de cada

terminação:

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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G2C – Violações da relação entre os sons e os grafemas por interferência das características

estruturais do dialeto do aprendiz.

Atividades propostas:

1 –

Nós falamos assim Escrevemos assim

Os meninu

Os ovu

Seus ninhu

As borboleta

8 – “Brincadeira de fala / escrita”

1) Organizar a turma em grupos;

2)Distribuir para cada grupo uma ficha contendo uma palavra com ditongo, escrita de maneira

como se fala.

Pexi Oru Cadera Falo

Faxa Acabô Caxa Amexa

3) Após a análise da palavra, o grupo escreverá em uma outra ficha, a forma dicionarizada da palavra,

colocando-a no lugar adequado.

Assim se fala Assim se escreve

Pexi Peixe

Oru Ouro

Cadera Cadeira

Falô Falou

Natureza da variação:

Redução vocálica, tanto no meio como em final de palavras, produzindo escritas como *matu (mato),

*leiti (leite), *furmiga (formiga, *mininu (menino).

Em sílabas finais, átonas, fala-se com [i] e [u] e escreve-se com e e o;

Em sílabas finais, tônicas, fala-se com [i] e [u] e escreve-se i e u mesmo.

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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Page 15: 1-Oficinas de Ortografia

Diretrizes Metodológicas:

Essas variações também são resultado da interferência da oralidade na escrita, pois nelas pode-se

notar a atuação de um processo fonológico na sílaba (redução vocálica) e também, a interferência

do fator acento.

No entanto, bem no princípio do processo de aquisição da escrita, os aprendizes já podem ser

levados a perceber que esse fenômeno acontece apenas nas sílabas átonas, ou seja, é nessas

sílabas que eu falo de um jeito [matu], [leyt∫i], [mininu] e escrevo de outro: mato, leite e menino.

O professor deve entender que os aprendizes continuarão falando de uma maneira e escrevendo de

outra e não o contrário: ditar [bolo], [leite] e [menino], usando uma pronúncia artificial pode fazer com

que o aluno acerte o ditado, mas não o levará a aprendizagem da escrita desse tipo de palavra, pois

em suas escritas espontâneas grafarão *bolu, *leiti, *mininu.

O professor deve apresentar listas de palavras escolhidas, com a última sílaba átona, para que os

alunos percebam que, nesses casos, fala-se com [i] e [u], mas escreve-se com e e o.

Os pares mínimos de palavras são importantíssimos para melhor compreensão da regra:

Sente / senti

Vende / vendi

Pede / pedi

Ele / Eli

Nele / Neli

Tato / tatu

Pito / pitu

Chucho / chuchu

Ano / anu

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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Page 16: 1-Oficinas de Ortografia

Atividades propostas:

1- Leia em voz alta as palavras abaixo:

Mato

Falo

Bolo

Colo

Lado

Tato

Acabo

Amolo

Tolo

Repolho

a) Durante a leitura eu percebi que quando a sílaba final é fraca eu falo com _____, mas

escrevo com ____.

b) Formule a regra de escrita dessas palavras, e escreva-a em seu caderno dando mais

três exemplos.

2- Leia, em voz alta as palavras abaixo:

Vendi

Saci

Pedi

Juriti

Urubu

Tatu

Jacu

Malu

Nesses casos, fala-se com [i] e escreve-se com ____, fala-se com [u] e escreve-se com ____,

porque a última sílaba da palavra é _________.

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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Page 17: 1-Oficinas de Ortografia

G2D – Violação de formas dicionarizadas.

Diretrizes metodológicas:

- Nesta categoria estão as palavras cuja grafia não é regulamentada por regras e que, portanto, não

podem ser generalizadas;

- Os alunos devem perceber que, em alguns casos, se aprende a escrita pela escrita, sem o apoio

da fala (repetir a palavra ansioso não ajudará o aluno a saber se ela será escrita com s ou c na 2ª

sílaba, ou com s ou z na última sílaba);

- Cada palavra deverá ser aprendida uma a uma e a habilidade de usar o dicionário é fundamental

nessa aprendizagem.

- O professor poderá construir junto com os alunos cartazes com grafias que constituam dificuldades

para a turma, que poderão ser afixados nas paredes da sala de aula;

- É importante para o aluno memorizar a escrita dicionarizada desse tipo de palavras, o que pode ser

feito através de jogos e brincadeiras.

Atividades propostas:

Cruzadinha

Caça-palavras

Bingo

Construir um mini-dicionário com os aprendizes, composto pelas palavras aprendidas em sala de

aula.

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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G3A – Violação na escrita de seqüências de palavras.

Diretrizes metodológicas:

- Apontar para o aluno que falamos de um jeito e escrevemos de outro;

- O problema será sanado, a partir da maior exposição do aprendiz aos textos escritos.

Atividades propostas:

1-

Assim se fala Assim se escreve

Mileva

Tocumfome

Apartirde

Dirrepente

Me leva

Estou com fome

A partir de

De repente

(Usar de preferência as variações encontradas nos textos dos alunos.)

2- Um bilhete meio estranho:

O Pedrinho, um sobrinho meu, escreveu-me um bilhete “meio estranho”.

Leia-o e veja se concorda comigo.

Tiacarmem,

Hojeeuvouasuacasaparajogarfutebol

Comosmeusprimosfaçaporfavoraquele

Bolodechocolatequeeugostotantotabom

Obrigadoumbeijo.

Pedrinho

a) Você conseguiu entender o bilhete? Por quê?

b) Escreva novamente o bilhete de Pedrinho de forma a ficar fácil para compreendê-lo.

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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G3B – Outros casos

Natureza da variação:

Hipercorreção: Ocorre em casos como:

*jogol (por influência de gol);

*lapes (por influência de quedes);

*professoura (por influência de couro);

*hontem (por influência de hoje).

Nesses casos o aluno aplica a regra que justifica a grafia de determinada palavra para grafar

erroneamente, outra parecida.

Atividades propostas:

1- Jogo do L e do U.

a) Dividir a sala em dois grupos;

b) Ao sinal da professora, um aluno de cada grupo vai até o quadro e escreve, ora uma palavra

terminada com L, ora uma palavra terminada com U;

c) Quem escrever, corretamente, maior número de palavras ganha;

d) Copiar no caderno as palavras do jogo.

2- Jogo do H ou não H.

Proceder como no jogo anterior, só que escrevendo palavras iniciadas com h, ora só com a

vogal.

Referência bibliográfica:OLIVEIRA, Marco Antônio de. Conhecimento lingüístico e apropriação do sistema de escrita. Belo Horizonte: Ceale/Fae/UFMG, 2005.TONELI, Neiva Costa. Apêndice da dissertação de mestrado: A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 1998.

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