1. introdução -...
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1. Introdução
Desde os tempos mais primórdios a necessidade humana de alimentação é tratada
com a gerência de recursos. Seja pela distribuição comunitária do trabalho ou futuramente
pela divisão social do trabalho, a segurança da alimentação foi planejada para que o
desenvolvimento da tribo ou comunidade fosse possível.
No mundo contemporâneo o comércio internacional de alimentos é responsável
por movimentar mais de um trilhão e meio de dólares anualmente. É visível então que a
produção e o consumo de alimentos se tornou uma questão global e a discussão acerca
das tarifas de importação sobre produtos alimentícios é necessária para definir os
objetivos da segurança alimentar, do desenvolvimento dos países e do comércio
internacional.
Na reunião da Organização Mundial do Comércio será discutida a revisão das
tarifas de importação para produtos alimentícios, observando os ganhos do consumidor
com menores tarifas, a proteção da produção nacional e as barreiras para uma maior
integração internacional no comércio de alimentos.
2. A Formação da OMC
2.1 Princípios da Institucionalização de um Órgão de Comércio Mundial
Os esforços para o estabelecimento de um comércio mundial, no qual todos os
países sejam tratados de forma igualitária e no qual ocorra o livre comércio iniciou-se na
metade do século XIX. O Estado que abriu esse processo foi o Reino Unido por meio da
abolição da Corn Law — lei que estabelecia taxas exorbitantes para o milho importado a
fim de resguardar os seus produtores nacionais. Entretanto, apesar desse processo iniciar-
se nos anos de 1846, muito pouco foi feito até a virada do século. A hegemonia Britânica
em virtude da sua supremacia naval, econômica e colonial frente aos outros países e,
portanto, a falta de concorrentes expressivos até a Primeira Guerra Mundial fizeram do
comércio mundial um conjunto de trocas unilaterais resumidas nas relações com o Reino
Unido.
A partir do fim da Primeira Guerra Mundial, o cargo de nação com a maior
influência política passou para os Estados Unidos. Entretanto, diferentemente dos
britânicos, os americanos não possuem mais a capacidade de liderar sozinhos todas as
diretrizes do comércio mundial. Dessa forma, o padrão de acordos bilaterais — no qual o
princípio de abertura de mercado a todos os países não foi respeitado, e posterior a grande
crise de 29 — se manteve, e as medidas protecionistas voltaram a ganhar força.
O sistema moderno de comércio internacional iniciou das ruínas da Segunda
Guerra Mundial pelo esforço conjunto entre o Reino Unido e os Estados Unidos, devido
ao interesse principalmente deste em organizar e planejar a economia após a Segunda
Guerra Mundial. Um dos mais importantes princípios para a Organização Mundial do
Comércio foi promulgado em 1941 no “Atlantic Charter”, posteriormente remodelado
no “The Master Lend– Lease Agreement” de 1942; definia que deveria ser abolida
qualquer forma de tratamento discriminatório no comércio internacional (MFN), além da
redução de tarifas e de outras barreiras. Essas negociações, principalmente entre os países
aliados na Segunda Guerra encaminharam os grandes acordos internacionais e o órgãos
vigentes atualmente como Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, Conferência
de Brettons-Woods (a Organização Internacional do Comércio foi planejada, no entanto,
não foi ratificada).
A precursora da OMC foi o GATT, Acordo Geral de Tarifas e Comércio,
instaurado em 1947 na Conferência de Havana. Esse acordo tinha caráter temporário, e
as nações envolvidas tentaram estabelecer a ITO que nunca saiu do papel devido ao
congresso norte-americano nunca aprová-la.
Na década de 90, a Europa e o Canadá começaram a planejar uma organização
mundial que iria substituir o GATT, que já não conseguia mais atender as reivindicações
de todos os seus membros de forma plena. Na Rodada do Uruguai, a precursora — o
GATT — foi substituída e, assim, iniciou-se a Organização Mundial do Comércio, OMC
(WTO).
2.1 A OMC
A Organização Mundial do Comércio, abrangendo 164 países ao redor do mundo,
é o principal mecanismo utilizado pelos países para que ocorra a diminuição de barreiras
tarifárias, além da abertura do mercado como um todo. Além disso, a OMC tem por
finalidade regular todas as trocas entre países, por meio da legislação internacional,
evitando assim abusos por parte de países protecionistas ou a discriminação de
mercadoria por certos países. Portanto, o seu principal objetivo é a garantia que o
comércio flua cada vez mais e, em virtude disso, que o os países consigam crescer sua
economia e fortalecer a sua produção.
Os principais objetivos são:
• A não discriminação entre países.
• A diminuição de barreiras, subsídios e tarifas entre os países.
• A transparência e a não arbitrariedade no aumento de tarifas.
• A redução de práticas como dumping.
• O tratamento especial para países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
• O incentivo a proteção do meio- ambiente.
3. Apresentação do Problema
3.1 Apresentação de conceitos
3.1.1 Subsídio
Subsídio é qualquer benefício econômico que tenha por finalidade fortalecer um
produto no mercado, seja por meio da redução de algum imposto ou o financiamento por
meio de doação ou empréstimo de dinheiro proveniente do governo. Além de fortalecer
um produto, os subsídios podem ser utilizados para suportar uma atividade comercial
importante, manter preços estagnados (evitar o fenômeno da inflação), manter o lucro de
produtores de produtos estratégicos ou cruciais, evitar o desemprego ou induzir a geração
de emprego. Os subsídios são divididos em duas categorias: os permitidos pela
Organização Mundial do Comércio e os proibidos por ela.
Proibidos: subsídios que tenham por finalidade afetar determinados países que
importam o produto ou subsídios que provoquem a compra do produto nacional ao invés
do importado, aumentando o poder de compra do nacional. Eles são proibidos por
distorcerem o princípio da abertura econômica e da igualdade entre os países dentro do
comércio mundial, visto que a economia de um país é prejudicada. Caso ocorra a
utilização de algum desses subsídios, a OMC deve ser notificada para que abra um
processo a fim de atestar a veracidade do fato. Caso seja comprovada a medida econômica
citada, ela deve ser retirada imediatamente; caso isso não ocorra, o país prejudicado pode
implantar taxas de importação a fim de arrumar a distorção no mercado.
Acionáveis: o subsídio poderá ser utilizado, exceto se causar algum dano colateral
na econômica, que no caso podem ser 3: enfraquecer a indústria doméstica de um país
que utiliza subsídio, prejudicar país rival que exporta o mesmo produto para um terceiro
e prejudicar exportadores que competem pelo mercado de um país que pratica subsídio.
Os países de economia periférica possuem uma vantagem em relação aos outros
por possuírem leis mais flexíveis no tocante a subsídios, muitas vezes podendo colocar o
subsídios que querem, visto seu desenvolvimento econômico incipiente.
3.1.2 Dumping
Dumping é a prática de uma companhia de exportar um produto abaixo do seu
preço normal (custo de produção acrescido de uma taxa de lucro de mercado). Entretanto,
o dumping é marcado pela venda de um produto com o preço abaixo do seu custo de
produção. Ao realizar essa medida, grandes companhias com capital de reserva consigam
manter-se por bastante tempo nessa conduta, a ponto de falir pequenas empresas que
competem com elas.
Apesar de muitos países tomarem medidas para evitar os danos dessa prática, a
OMC se abstém dessa questão. Dessa forma, os países não podem proibir ou iniciar
processos sobre essas medidas, apenas tomar ações que evitem o efeito danoso dessas
práticas nos seus países, estabelecidas no “Anti-Dumping Agreement”.
O país, para tomar ações antidumping, deve mostrar como o dumping o está
afetando, calcular a sua extensão (comparar o preço de venda em seu país em relação ao
no país que o produz) e mostrar os danos do dumping. Após isso, ao país é permitido o
aumento das tarifas para aqueles produtos a fim de evitar que o dumping afete o seu
mercado interno.
3.1.3 Impostos
Impostos são valores pagos em moeda nacional por pessoas físicas e jurídicas
para o Estado.
Eles têm como finalidade custear gastos públicos em áreas como educação, saúde,
transporte, entre outros. A alocação dos impostos não é vinculada a gastos específicos, o
governo com a aprovação do legislativo que define onde a arrecadação será investida,
através do orçamento.
Impostos também podem ser utilizados como instrumentos políticos,
principalmente no comércio internacional e desenvolvimento de indústrias nascentes.
Quando um país possui impostos sobre a importação altos, suas empresas acabam,
por conta dos custos, optando por produtos nacionais, gerando assim o protecionismo
econômico, prática muito utilizada pelos EUA. O contrário também é válido, quando se
tem impostos baixos sobre a importação, as empresas são incentivadas a importar
produtos/bens ao invés de comprar da indústria nacional, podendo assim explorar outras
vantagens comparativas que o mercado interno pode possuir.
3.1.4 Impostos de importação
Impostos de importação são taxas ou obrigações que os governos impõem sobre
um produto importado para que este entre no seu mercado interno. De modo geral são
uma porcentagem específica para cada produto importado sobre o seu valor de venda. Há
três situações na qual as tarifas podem ser impostas:
• Para proteger indústrias incipientes de competição estrangeira.
• Para proteger indústrias que não possuem o mesmo poder de mercado que um dia
tiveram ou ineficientes de competição estrangeira.
• Para proteger produtores domésticos de dumping de empresas ou governos
estrangeiras.
Os impostos de importação impactam tanto o país que a impõem quanto o país
aos quais são impostas.
No país exportador:
• Aumento do custo de produção e consequentemente diminuem a quantidade de
produto vendido.
• Diminuição dos postos de trabalho, visto que a produção como um todo cai devido
à falta de demanda.
• Diminuição da demanda de produtos no país, visto que o maior desemprego
acarreta na redução do poder aquisitivo, ocasionando a redução do consumo.
No país importador:
• Fortalecimento do posicionamento de mercado;
• Protecionismo da indústria nacional;
• Fomento do mercado interno.
• Perda do excedente do consumidor, que poderia comprar por um preço menor o
produto importado
• Concentração de renda, aumentando a parcela de ganho do empresariado nacional
em detrimento ao consumidor final
3.1.5 Impostos vs Taxas
É muito comum confundir os dois conceitos, porém, devemos ter em mente que
são coisas diferentes e com objetivos também diferentes.
Impostos são tributos sem destinação específica. As tarifas são recolhimentos
condicionados a uma atividade. De forma geral, o imposto não é retribuído diretamente a
quem paga, nem na mesma proporção. A tarifa é um tributo com destinação específica,
geralmente relacionado a atividade regulada.
3.1.6 Teorema Stolper-Samuelson
O Teorema de Stolper-Samuelson afirma que se o preço relativo1 de um bem
aumenta, mantendo-se constantes as ofertas de fatores2, então os retornos do fator usado
intensivamente na produção do bem aumenta, enquanto o retorno do outro fator diminui.
Ou seja, se o preço do computador fica proporcionalmente mais alto do que o do pão e o
maquinário e a mão de obra na economia permanecem os mesmos, o lucro obtido pelo
capital produtivo aumenta, enquanto o lucro obtido pelo trabalho humano diminui. O
aumento do preço do computador irá fazer com que os capitalistas decidam fabricar mais
computadores, aumentando a oferta do bem computador. Com isso, as máquinas que
fabricam computadores serão mais lucrativas do que os trabalhadores.
3.1.7 Teorema de Hecksher-Ohlin
O teorema de Hecksher-Ohlin postula que uma determinada nação irá exportar
aquela mercadoria cuja produção exige a utilização intensiva do fator relativamente
abundante e barato da nação, e irá importar aquela mercadoria cuja produção exige a
utilização intensiva do fator relativamente escasso e caro da nação. Em síntese, a nação
relativamente rica em termos de mão de obra exporta a mercadoria relativamente
1 Preço relativo de um bem é o preço dele em comparação com outro bem em análise. Nesse caso
somente dois bens estão sendo analisados, o bem pão (intensivo em trabalho, ou seja, é necessário mais trabalho do que capital para produzi-lo) e o bem computador (intensivo em capital, ou seja, é necessário mais capital do que trabalho para produzi-lo). 2 Fatores de produção são os elementos necessários para produzir um bem. Nesse caso usaremos
trabalho e capital
intensiva em mão de obra e importa mercadoria relativamente intensiva em termos de
capital.
3.2 Impostos, Emprego, Estado, Consumidores e Distribuição de Renda
Impostos de importação podem garantir o aumento do preço do bem importado e,
caso o bem importado se torne mais caro do que o nacional, a preferência pelo bem
nacional, caso sejam bens substitutos. A preferência pelo bem nacional acarreta também
no mantimento dos postos de trabalho nacionais, elevando a renda. O Estado também se
beneficia de impostos, recolhendo recursos para a gestão pública.
Por outro lado, os consumidores têm um único objetivo: utilizar a sua renda para
comprar itens que deem satisfação máxima pelo menor preço. Com isso os impostos são
vistos de forma negativa do ponto de vista do consumidor.
Impostos de importação em nações pequenas3 causam concentração de renda no
sentido do produtor nacional. O excedente do consumidor4 retirado é igual em módulo ao
excedente do produtor5 dado pelo imposto. Em nações grandes6 o valor do excedente do
produtor dado pelo imposto é superior ao valor do excedente do consumidor retirado,
contudo, ainda há concentração de renda em direção ao produtor nacional. De forma
análoga funciona os subsídios à exportação.
3.3 A Função do Estado
Cabe aos delegados seguir as recomendações do Estado que representam. Seja o
Estado mínimo, provedor de bens básicos e liberal economicamente ou o Estado como
regulador e garantidor do emprego e desenvolvimento nacional. Os impostos sobre
importação de produtos alimentícios, além de instrumento de receita e estratégia de
comércio internacional devem ser vistos como válvula da segurança alimentar e da
produção rural do país.
4. Panorama
Segundo dados do Banco Mundial, o país com maior PIB no setor agrícola é a
China, sendo responsável por cerca de 22% do PIB agrícola mundial. Com a entrada da
China na OMC, em 2001, o país desenvolveu ainda mais seu setor agrícola, utilizando-se
de técnicas de plantio e colheita mais eficientes, o resultado disso foi uma realocação do
3 Nações incapazes de mudar o preço internacional 4 O Excedente do Consumidor corresponde à diferença entre o montante que o consumidor estaria
disposto a pagar por determinada quantidade de um bem e o montante que efectivamente paga. 5 O Excedente do Produtor corresponde à diferença entre o montante que o produtor vende o produto
e o custo de produção. 6 Nações capazes de mudar o preço internacional
plantio, onde eram plantados os grãos, passou a ser plantado vegetais e frutas, para
demanda interna e exportação.
Na Índia, a agricultura desempenha um papel importante na economia, sendo
responsável por cerca de 17% do PIB. Mundialmente é o país com o segundo maior PIB
do setor agrícola e também segundo maior produtor de frutas. Um dado interessante é que
a Índia é o maior produtor, consumidor e exportador de especiarias do mundo.
A agricultura está presente na economia americana desde seus primórdios, com
a agricultura familiar. Nos dias de hoje, não é diferente. O PIB do setor agrícola
americano é o terceiro maior no mundo. Hoje, nos EUA vemos uma realidade de
agricultura de precisão, com máquinas com alto nível tecnológico, além de contarem com
clima favorável e solo fértil. O principal produto produzido pelos americanos é o milho.
O quarto país com maior PIB no setor agrícola é o Brasil. Historicamente a
agricultura se faz importante na economia brasileira. O Brasil é conhecido mundialmente
por ser um importante exportador de commodities. Destaca-se a produção de café, cana
de açúcar, milho e soja e também de frutas como laranja, abacaxi, mamão papaia e coco.
Na produção de carne bovina, o Brasil é o segundo maior, perdendo apenas para os
Estados Unidos.
5. Posicionamento dos Países
África do Sul
Devido à valorização de sua moeda, a África do Sul retomou o posto de maior
economia do continente africano no final do ano de 2016. A economia deste país depende
fortemente dos setores indústrias, da agricultura e do extrativismo, tornando-se assim uma
economia diversificada.
As principais origens das importações sul-africanas são China, Alemanha,
Estados Unidos da América, Nigéria e índia.
A base da alimentação sul africana é o milho, que é o produto mais plantado e
colhido do país e também lidera a lista dos produtos agrícolas mais importados.
Fonte: World Trade Organization
Ao serem analisados os dados acima, é possível afirmar que a categoria “outros
produtos agrícolas” é a categoria importada onde se encontra os itens com maior
incidência de tarifa de importação zero e a categoria que tem seu mercado interno mais
protegido, apresentando a menor taxa é algodão.
Alemanha
A Alemanha é a maior potência da Europa, mas, mesmo assim, apresenta um dos
maiores níveis de desigualdade social do continente. Em 2016 seu crescimento (1,7%) foi
alicerçado pelo consumo interno e pelo comércio. Sua taxa de desemprego atual é a menor
dos últimos 25 anos, não chegando a 5%. Vale ressaltar que o país aceitou mais de um
milhão de refugiados no último ano, o que traz diversos problemas âmbitos,
principalmente econômicos.
Outro dado relevante é que a Alemanha, em 2016, foi o maior importador do
mundo. Os principais países que originam as importações alemãs são: China, Holanda,
França, EUA e Itália. As importações de produtos alimentícios não estão entre as
principais da Alemanha, ou seja, não é grande o volume deste tipo de transação.
O produto mais importado pela Alemanha, na subdivisão de produtos agrícolas é
o queijo e a coalhada.
Fonte: World Trade Organization
Argentina
A economia argentina é fortemente marcada por momentos de recessão e
recuperação. O ano de 2016 foi um ano bastante difícil para o país, dado que a taxa de
inflação chegou a 40%, o desemprego aumento e por consequência, houve grande queda
no consumo.
A fim de aumentar a participação do setor agrícola no comércio mundial, a maior
parte das colheitas argentinas são beneficiadas por incentivos fiscais, como por exemplo
o imposto sobre a soja, que diminuiu cerca de 35%. O protecionismo vem sendo deixado
de lado no governo Macri, o que trouxe uma queda nos investimentos no setor industrial,
dada a insegurança dos empresários em relação à concorrência chinesa. Apesar de todos
os problemas, a Argentina continua sendo uma economia importante a nível mundial,
sendo a maior exportadora de soja e seus derivados e também de biodiesel.
As importações argentinas são lideradas pelo petróleo. As principais origens são
Brasil, China, EUA, Alemanha e o México.
Os grãos de soja são o produto agrícola mais importado pela Argentina, seguido
das bananas.
Fonte: World Trade Organization
A maior parte dos produtos agrícolas não são livres de impostos de importação, o
que mostra que o protecionismo continua presente nesta categoria de produtos.
Bolívia
A Bolívia é um dos países mais pobres da América Latina, sua economia se baseia
nas indústrias de gás e petróleo, mineração e agropecuária.
As importações bolivianas são lideradas pelos carros, representando 6,14% das
importações. China, Brasil, Chile, Estados Unidos e Argentina são as principais origens
das importações bolivianas.
Por sua vez, os produtos agrícolas não apresentam um alto valor agregado nas
importações, podemos então concluir que o volume de exportação de produtos agrícolas
supera fortemente o volume dos importados da mesma categoria.
Fonte: World Trade Organization
As únicas duas categorias que são livres de tarifa de importação, na divisão de
produtos agrícolas, são os produtos animais e outros produtos agrícolas. Mais um país
que se mostra bastante protecionista nesta categoria.
Brasil
O Brasil é a nona maior economia mundial, é membro do BRICS e suas
exportações são fortemente norteadas pelas commodities. Um de seus principais parceiros
comerciais é a China, cuja desaceleração do crescimento impactou também no
crescimento brasileiro no último ano. O Brasil está passando por diversas crises políticas
e econômicas, o que eleva o grau de instabilidade de sua economia, gerando ainda maiores
problemas sociais.
As importações brasileiras são lideradas por petrolíferos refinados, que
representam 4,7% das mesmas e suas principais fontes de importação são a China,
Estados Unidos, Alemanha, Argentina e a Coréia do Sul.
No Brasil, trigo e mesel são os produtos agrícolas mais importados. Destaca-se
também o alto volume de exportações de soja, cujo principal destino é a China.
O Brasil também tarifa boa parte das suas importações de produtos agrícolas, a
categoria “outros produtos agrícolas” também é a menos taxada.
Canadá
A economia canadense é uma das maiores economias mundiais, e o país está entre
os dez países menos corruptos do mundo, tanto social quanto politicamente, o que acaba
por aumentar os investimos e empregos no país. As importações canadenses cresceram
cerca de 1,4% nos últimos cinco anos, sendo estas lideradas por carros, cuja representação
é de 6,48%. As principais origens das importações do Canadá são: Estados Unidos, China,
México, Alemanha e Japão.
O produto agrícola mais importado pelo Canadá é o vinho ou uvas frescas e o
mais exportado é o trigo e mesel.
Fonte: World Trade Organization
Grande parte das importações agrícolas canadenses tem alto nível de importações
livres de tarifa, com destaque para o algodão, onde toda e qualquer importação é livre de
tarifas.
Chile
Após anos de estabilidade econômica, o ano de 2015 foi marcado por uma
desaceleração da economia chilena, oriunda da queda dos preços do cobre no mercado
mundial, dado que o Chile é o principal exportador de cobre do mundo.
As importações chilenas são lideradas pelos petrolíferos refinados, representando
5,91% das importações totais. As cinco principais origens das importações do Chile são:
China, Estados Unidos, Brasil, Alemanha e Argentina.
Os vinhos chilenos, mundialmente conhecidos e valorizados são o produto de
origem agrícola mais exportado do Chile, e a carne bovina é o produto mais importado.
Fonte: World Trade Organization
Nenhuma das categorias de produtos agrícolas é livre de impostos, o que mostra
uma faceta bastante protecionista do Chile.
China
grãos, passou a ser plantado vegetais e frutas, para demanda interna e exportação.
A China é a maior potência em desenvolvimento mundial e a segunda maior
economia, perdendo apenas, por enquanto, para os Estados Unidos. Sua economia
apresenta um alto nível de diversificação, produzindo, exportando e importando itens de
diferentes valores agregados. É o país mais populoso do mundo, o que faz com que a
necessidade de importação de commodities seja elevado, o que é benéfico para o Brasil,
visto que ambos são parceiros econômicos estratégicos.
As principais origens das importações chinesas são: Coreia do Sul, Estados
Unidos, Japão, Alemanha e outros países da Ásia. O principal produto importado pela
China é o Crude Pretoleum.
A soja lidera a lista de produtos agrícolas importados pela China, com volume dez
vezes maior que o segundo colocado, o extrato de malte.
Fonte: World Trade Organization
Bebidas e tabaco é a categoria com maior volume de importações livre de
tarifas (9,4%).
Cingapura
Cingapura pertence ao seleto grupo dos tigres asiáticos, que é composto por quatro
países que, a partir da década de 70 alcançaram alto crescimento econômico e
desenvolvimento industrial.
Sua economia hoje é baseada no setor industrial, sem recursos naturais e espaços
para o desenvolvimento do setor agrícola.
Cingapura é o 16º país mais importador do mundo, e as importações são lideradas
por circuitos integrados (16,5%). As principais origens das importações de Cingapura são
a China, Malásia e o Japão.
Álcool com volume de até 80% é o produto agrícola mais importado por
Cingapura e também o mais exportado.
Fonte: World Trade Organization
Em Cingapura, o único produto agrícola que não é totalmente livre de tarifas de
importação é bebidas e tabaco, as demais são livres de taxação
Coreia do Sul
A Coreia do Sul viu seu crescimento ser freado em 2015 em decorrência da queda
no consumo das famílias, oriunda de um surto de Síndrome Respiratória do Oriente
Médio (MERS).
O setor agrícola é o menos importante de sua economia, representando apenas
2,6% do PIB e empregando apenas 6% da população sul coreana. A principal cultura
plantada é o arroz.
O país é o nono país mais importador do mundo, e o produto que lidera as
importações, é o Crude Petroleum, representando 12% dela. As principais origens são:
China, Japão, Estados Unidos, Alemanha e Arábia Saudita.
Milho é o produto mais importado pela Coreia do Sul, e o cigarro, por sua vez, é
o mais exportado. Vale ressaltar que o volume de importações de produtos agrícolas tem
o mais do que o dobro de volume do que as exportações dos mesmos..
Fonte: World Trade Organization
As tarifas de importação da Coreia do Sul são encontradas em grande parte dos
produtos agrícolas excluindo-se o algodão. Nas demais commodities, é baixo o percentual
de inexistência de taxação sobre importação.
Cuba
Cuba é o único país socialista da América, suas belezas naturais atraem um
volume grande de turistas, e seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ocupa a
posição de número 51, frente inclusive do Brasil. Cuba é também o país que mais gasta
com educação no mundo, dadas as proporções dos PIBs.
O principal produto importado por Cuba é a carne de aves, representando 3,21%
das importações cubanas.
As principais origens das importações cubanas são a China, Espanha, Brasil,
Canadá e Itália.
Fonte: World Trade Organization
As tarifas de importação se mostram presentes em grande parte dos produtos
importados por Cuba
Emirados Árabes Unidos
Por sua posição geográfica, os Emirados Árabes Unidos, necessitam da
importação de bens alimentícios para subsistência do país. Analisando dados coletados
pela World Trade Organization, podemos verificar que mesmo com a evidente
necessidade de importação de alimentos a taxação ocorre em alíquotas significativas.
Fonte: World Trade Organization
De acordo com dados do Euromonitor, os EAU em 2015 possuíam um ratio of
imports to GDP de aproximadamente 79,9%. Tendo como seu principal parceiro de
importação a China.
Também a partir de dados do Euromonitor, 15,4% dos bens alimentícios da EAU,
é proveniente da China. Porém, considerando o conjunto das importações, verifica-se que
a maior parte provém da União Europeia.
Dessa maneira, percebe-se que os Emirados Árabes Unidos estão adotando
medidas protecionistas para uma tentativa de desenvolvimento da agricultura local. Um
exemplo recente desta medida é a taxação de 100% na importação do tabaco.
Consequentemente, para os EAU a redução nas alíquotas de importação é
ameaçadora para os produtores locais, que, mesmo com as adversidades que enfrentam
com o solo e o clima, estão tentando se tornar competitivos no mercado. Por outro lado,
a longo prazo com uma produção agrícola efetiva e competitiva, alíquotas mais baixas
em outros países irão potencializar a exportação.
Hong Kong
Considerado por muitos como o paraíso dos liberais, Hong Kong é uma divisão
administrativa da República Popular da China, que possui um mercado aberto e
consideravelmente livre. Por possuir recursos naturais limitados, a maior parte dos
produtos alimentícios e materiais brutos são importados.
Assim como os outros aspectos da economia local, a importação de produtos
alimentícios é livre de taxas, uma vez que a zona é muito voltada ao comércio exterior.
Fonte: World Trade Organization
Para Hong Kong é interessante que exista uma redução nos impostos sobre a
importação, principalmente em seus principais parceiros comerciais, por sua dependência
nas importações tanto de materiais brutos, como alimentos, somente em 2016 foram
consumidos 509.5 bilhões de dólares em importações (The World Factbook).
Devemos atentar que, apesar de ser uma zona administrativa independente, Hong
Kong segue a política externa da República Popular da China.
Entre os parceiros comerciais de Hong Kong, destacam-se a China, Japão
Cingapura e Estados Unidos.
Estados Unidos da América
Os Estados Unidos possuem um histórico de protecionismo da indústria nascente,
o que gerou altas tarifas alfandegárias no decorrer do desenvolvimento do país,
principalmente na área industrial localizada no norte do país.
A produção agrícola norte americana é forte, suficiente para abastecer o mercado
interno. Além do consumo interno, os EUA são os maiores exportadores de milho e trigo
no mundo.
Os bens alimentícios representam 4,9% do total de importações do país e 9,2%
das exportações do país. (The World Factbook)
Por ser um grande exportador, é interessante para os EUA alíquotas de importação
mais baixas, principalmente nos países que mantêm um comércio mais intenso. Entre eles
a China, Canadá, México e Japão.
Porém, com a recente política protecionista que o atual presidente Donald Trump
planeja, não temos a certeza do posicionamento dos EUA perante a OMC no que tange
as tarifas alfandegárias, então os países devem estar atentos ao posicionamento americano
a respeito de suas próprias alíquotas, pois grande parte do globo utiliza material exportado
pelos EUA.
Fonte: World Trade Organization
Israel
Israel é um dos país mais desenvolvidos economicamente da região, possui uma
grande indústria de alta tecnologia e um expressivo setor de serviços.
O país é um caso à parte, mesmo possuindo recursos naturais escassos a
agricultura local vem se desenvolvendo a ponto do país ser autossuficiente na produção
de alimentos.
Como o país possui a autossuficiência alimentar, o nível de importação de bens
alimentícios é relativamente baixo, e o setor ainda não está forte suficiente para a
exportação dos bens.
No momento, pode-se afirmar que Israel está passando por uma fase protecionista
em relação a seu setor agrícola, então em alguns produtos se tem uma taxa sobre a
importação considerável. Analisando os dados provenientes da WTO, percebe-se que os
alimentos classificados como Dairy Products, não existe produto livre de taxação, ou
seja, todos os produtos desta categoria se importados irão sofrer tributação. O objetivo
dessa medida claramente é proteger a agricultura local do país.
Fonte: World Trade Organization
Japão
O Japão possui uma das maiores economias do mundo, isso se dá principalmente
por seu alto investimento em alta tecnologia, tanto nas indústrias como em sua produção.
A indústria japonesa está voltada principalmente para as áreas de engenharia automotiva,
eletrônica, informática, entre outras. Grande parte da exportação japonesa também
provém destes mesmos produtos.
Na área de bens alimentícios o Japão é um país considerado dependente,
principalmente na pecuária, pois, de todo seu território, apenas 15% é considerado próprio
para a produção agrícola, sendo assim, grande parte dos produtos agrícolas acabam sendo
importados, com a exceção do arroz. Mesmo que pouca, essa produção agrícola japonesa
é subsidiada e protegida pelo governo.
Por ser dependente da importação tanto de carne, como de grãos, o Japão tem
interesse em uma redução das alíquotas em seus principais parceiros comerciais.
Principais parceiros comerciais do Japão são: China, EUA, Austrália (The World
Factbook).
Jordânia
A economia jordaniana é uma das mais limitadas do Oriente Médio, possui um
alto nível de desemprego (15% em 2015), aliado a uma forte estatização da economia e
baixo investimento. Esses e outros fatores econômicos da região fazem com que o país
tenha um crescimento lento (3,1% em 2014, 2,4% em 2015 e 2,8% em 2016, de acordo
com The World Factbook).
Além disso o país tem um grande déficit na balança comercial, uma dívida pública
grande (90,6% do PIB EM 2016) e nenhuma expectativa de melhora para atrair
investimentos.
A Jordânia já recorreu a diversas ajudas internacionais para a estruturação e
alavancagem de sua economia, porém até agora sem sucesso.
Por conta do PIB baixo, da economia desaquecida e da desorganização na gestão
pública, a Jordânia necessita de alíquotas mais baixas para a importação de seus bens
alimentícios.
Holanda
A Holanda é uma das potências da União Europeia, conta com uma economia
diversificada, possuindo forte presença nos setores industriais, com destaque para setor
químico.
O país é um dos maiores exportadores do mundo, sendo destaque na exportação
de bens alimentícios.
Para a Holanda é interessante existir uma redução das alíquotas de importação por
se tratar de um grande exportador de alimentos, tanto para a própria União Europeia,
como para outros mercados do globo.
Fonte: World Trade Organization
Espanha
Após sofrer graves consequências da crise econômica de 2008, a Espanha vem se
recuperando economicamente, através do incentivo ao consumo (Após um período de
forte austeridade)*.
De acordo com os dados da WTO, as exportações de produtos agrícolas
representam 17,4% do total das exportações da Espanha, porém, segundo o The World
Factbook, a agricultura representa apenas 2,5% do PIB espanhol.
Fonte: World Trade Organization
Fonte: CIA- The World FactBook
As exportações da Espanha tem como principal destino a própria União Europeia,
principalmente a França e a Alemanha.
É importante para a Espanha seguir o posicionamento do restante do bloco
europeu, principalmente por sua economia em processo de recuperação e para isso
necessitará de ajuda da UE e pelo fato de seus principais parceiros comerciais também
fazerem parte da organização.
França
Juntamente à Alemanha, a França é uma das potências da União Europeia, isso se
dá por seu forte setor financeiro, aliado com uma indústria de alta tecnologia bem
estruturada.
A produção é voltada para o mercado interno, a pauta de exportação é focada em
produtos manufaturados.
Por seus parceiros comerciais serem da própria União Europeia, a França deve se
manter alinhado com os outros países da organização.
Fonte: World Trade Organization
Itália
Até a Segunda Guerra Mundial, a economia italiana era baseada na agricultura,
porém após o período da guerra a economia começou a se diversificar, então surgiram
dois grandes pólos. O norte da Itália, mais desenvolvido e majoritariamente industrial, e
o sul, agrícola e menos desenvolvido, dependente de subsídios.
O país é um dos exportadores de bens agrícolas da Europa, tendo como principais
produtos, grãos como arroz e milho. E a pecuária, com a exportação de carne bovina.
Além disso, a Itália tem uma consistente produção de tabaco.
Por ser um país exportador de alimentos, as altas alíquotas protegem a produção
do país, uma vez que, para um país europeu, disputar a produção agrícola com países
como o Brasil é difícil. Porém, seus parceiros comerciais europeus (que são maioria) são
importantes para as importações de manufaturados e matérias primas para a indústria
italiana, então é essencial para a Itália manter o bom relacionamento com esses países.
Fonte: World Trade Organization
Grécia
A Grécia possui um quadro delicado em relação à economia. Desde 2010 o país
sofre uma grande instabilidade econômica, pedindo diversas vezes ajuda ao FMI e a UE.
A principal atividade econômica grega é o turismo, também possui, porém,uma
agricultura desenvolvida que gera bons índices de exportação.
Para a Grécia, a taxação na importação é importante para a proteção da produção
local, visto que pela delicada situação econômica que se encontra é imprescindível que
todas as fontes de receita sejam preservadas.
Kuwait
O Kuwait é um dos países mais desenvolvidos do Oriente Médio, principalmente
se analisarmos pela ótica da Paridade do Poder de Compra. Sua economia gira
principalmente em torno do petróleo.
O clima do país é uma grande barreira no desenvolvimento agrícola do país, o que
gera uma enorme dependência na importação de produtos alimentícios, inclusive o da
água potável.
Tendo isso em vista, são de extrema importância para o Kuwait alíquotas mais
baixas para a importação de alimentos de seus principais parceiros (China, EUA e Arábia
Saudita), pois, por se tratar do principal produto importado pelo país, beneficiaria seu
“trade”.
Mali
Um dos países mais pobres do mundo, a República de Mali destaca-se
principalmente pela mineração de ouro e pela exportação de produtos agrícolas.
Apresenta 10% da população nômade e 80% da força de trabalho envolvida na pesca ou
no cultivo.
A exportação de produtos agrícolas representa 1/5 de sua economia,
demonstrando sua forte dependência a esse setor, principalmente com algodão,
ultrapassando 60% do total. Devido a sua agricultura ser para exportação, os produtos
agrícolas importados, cerca de 14%, são para abastecer a população com gêneros básicos,
como arroz, trigo e açúcar.
As exportações são voltadas para a África do Sul, Suiça e China. Mali importa
principalmente do Senegal, da União Europeia e da China.
México
Como membro do Nafta, o México tem como principal parceiro os Estados
Unidos, seja na importação quanto na exportação, com a China ocupando o segundo lugar
muito depois. Muito da economia mexicana é baseada em produtos manufaturados, que
são produzidos por maquiladoras (empresas americanas localizadas na fronteira com os
Estados Unidos) e por multinacionais. Por apresentar acordos de livre comércio com 60%
do seu PIB, fazendo com que instalar uma indústria seja algo extremamente vantajoso,
além de sua alta produção de petróleo para abastecer as indústrias.
O setor alimentício apresenta uma porcentagem menor que 10% da economia,
sendo baseada sua exportação em bebidas fermentadas, vegetais, abacaxis, abacates e
tomates. Sua importação é baseada no milho, na carne suína e nos produtos da soja.
Panamá
A Economia do Panamá é baseada principalmente no setor de prestação de
serviço, englobando 3/4 do PIB. A sua principal fonte de renda é o Canal do Panamá,
amplamente utilizado pelos Estados Unidos e pela China. A maior parte das exportações
e importações do país são baseados na entrada e saída de produtos no país, ou seja, o país
serve de meio de transporte, sendo quase nada produzido nele.
A agricultura baseia a produção panamenha, com bananas, café, farinhas e cana
de açúcar. O país importa praticamente todo os outros produtos, desde produtos
manufaturados até indústria de ponta. Os seus principais parceiros comerciais são os
Estados Unidos, A União Europeia e a China. O Panamá possui uma isenção de tarifa
para o algodão no seu território.
Paquistão
A República Islâmica do Paquistão adotou um plano de incentivo econômico do
Fundo Monetário Internacional em 2016 com o objetivo de aumentar a matriz energética,
equilibrar as finanças e deixar a balança comercial favorável. Entretanto, o país ainda
possui uma grande porcentagem de trabalho informal e desemprego, necessitando de uma
máxima transformação na economia para a atração de investimentos estrangeiro no país.
Os principais parceiros econômicos são a União Europeia, Estados Unidos e
China no tocante à exportação. As importações são adquiridas da China, dos Emirados
Árabes Unidos e da União Europeia. Não há acordos para isenção de tarifas alfandegárias,
fazendo com que todos os produtos sejam importamos nas mesmas condições em relação
à alfândega.
Paraguai
A república do Paraguai se caracteriza por um país latino que comercializa
principalmente com Brasil, Rússia, Chile e Argentina, muito dos países do Mercosul. Sua
economia é baseada principalmente na exportação de eletricidade, da soja, de carne
bovina e dos derivados da soja.
O Paraguai apresenta cerca de 25% de isenção de taxas para produtos como óleos,
produtos animais e cereais. Dessa forma, há um incentivo para a dinamização da
economia.
Peru
O PIB peruano é divido principalmente em três setores, no qual o de serviços
engloba quase 60%, e o de telecomunicações junto com serviços financeiros abrangem
40% do total do PIB, inclusos no setor de serviços. A indústria abrange cerca de 35 % do
PIB, passando por um processo de modernização desta, a fim de aumentar sua
competitividade. As exportações peruanas englobam principalmente minerais (50%),
seguido de comidas (21%) e de combustíveis minerais (12%). Após 11 longos anos de
balança comercial favorável, as importações em 2014 e 2015 vem crescendo, invertendo
esse quadro e deixando o Peru no vermelho.
Os principais parceiros econômicos do Peru são a China, os Estados Unidos e a
União Europeia, tanto na importação quanto na exportação. As taxas alfandegárias
paraguaias possuem muitas isenções, em todos os produtos, no qual se destacam óleos de
origem animal ou vegetal e peixes.
Reino Unido
O Reino Unido é a terceira principal economia da União Europeia, descantando-
se como principal porte de entrada de capital estrangeiro na UE. Sua agricultura tem como
característica de ser intensa, mecanizada, moderna e muito produtiva, produzindo 60%
de sua necessidade alimentícia empregando menos de 2% de mão de obra. O principal
acontecimento que afeta a economia inglesa é o Brexit, tendo em vista que essa nação
possuía fortes traços com a Europa. Dessa forma, o Reino Unido passa a perder força na
sua moeda e procurar outros mercados para diversificar seus parceiros, visto que muitas
das relações que possuía com membros da EU passaram a ser discutidas e reavaliadas nos
últimos anos.
Apesar do processo de saída, o principal parceiro ainda é a União Europeia,
seguido dos Estados Unidos nas exportações e da China nas importações.
Fonte: World Trade Organization
Ruanda
Ruanda é um dos países com o pior índice de IDH do mundo, apresentando cerca
de 90% da força de trabalho ligada a agricultura de subsistência ou a mineração. Ruanda
vem se fortalecendo pela cooperação de outros países, seja pela junção a East African
Community ou com o investimento do FMI, no qual foi possível a reestruturação de sua
economia e a redução significativa da parcela de sua população abaixo da linha da
pobreza.
Em virtude de sua fraca industrialização, a economia é sustentada pela exportação
de produtos agrícolas e de minérios, no qual o governo vem investindo o dinheiro
arrecadado no comércio internacional para melhorar a sua população e atender as
necessidades básicas de sua população.
As isenções fiscais desse país se resumem principalmente no algodão e nos
produtos de origem animal. Os principais compradores de seus produtos são a República
Democrática do Congo, o Quênia os Emirados Árabes e Suíça. Em contrapartida, Ruanda
importa da China, da União Europeia, da Uganda e do Quênia.
Fonte: World Trade Organization
Taiwan
Reconhecida até 1970 no Conselho de Segurança da ONU, a ilha de Taiwan serviu
de destino para os grandes empresários chineses quando eclodiu a revolta comunista na
China. Dessa forma, a grande quantidade de capital, o incentivo a educação e a exportação
de produtos elevaram a ilha a uma das economias que mais cresce no continente asiático.
Dessa forma, esse tigre asiático tem como principal produto exportador bens de alta e
média tecnologia, como circuitos elétricos. O modelo de plataforma de exportação
adotado nas últimas décadas possibilitou o desenvolvimento extremamente rápido dessa
ilha.
Taiwan exporta para China, Hong Kong, Estados Unidos, União Europeia e Japão,
enquanto importa da China, Japão, Estados Unidos, União Europeia e Coreia do Sul na
sua maioria. Devido ao seu caráter exportador, possui uma variedade de redução de taxas
a fim de facilitar o comércio desta nação, deixando o país mais competitivo.
Fonte: World Trade Organization
Turquia
A Turquia sofreu em 2015 e em 2016 um período de retração econômica muito
motivado graças a entrada de refugiados sírios em seu território, dessa forma muitos
recursos foram voltados a atender minimamente essa população que procurava abrigo.
Em 2017, a balança comercial começou a mostrar resultados favoráveis em virtude do
crescimento da União Europeia e do desaceleração do aumento das importações.
A Turquia importa da União Europeia, China, Rússia e Estados Unidos, enquanto
exporta para União Europeia, Iraque, Estados Unidos e Emirados Árabes. A Turquia
possui uma isenção de 100% de taxa no algodão.
Fonte: World Trade Organization
Uganda
O governo de Uganda vem implementando projetos de infraestrutura além de uma
política fiscal e monetária em 2016 para acelerar a economia, por meio do 2º Plano
Nacional de Desenvolvimento. Dessa forma, o empreendedorismo nesse país vem
crescendo, possuindo índices muito melhores que os países que o cerca, promovendo cada
vez mais a expansão de sua economia.
A economia é baseada principalmente na exportação do café, que se destaca como
principal produto exportados do país. Os principais parceiros econômicos são a União
Europeia, o Quênia, o Sudão do Sul e a Ruanda nas exportações, enquanto nas
importações destacam-se Índia, China, União Europeia, Quênia e Emirados Árabes.
Fonte: World Trade Organization
Uruguai
A República Oriental do Uruguai é voltada para a exportação de produtos
agrícolas, uma mão de obra com muita escolaridade e altos gastos com programas sociais.
Apesar de ter enfrentado uma crise em 2002 em virtude da retirada de enormes
quantidades de dólares argentinos de seus bancos, a nação conseguiu voltar a crescer, mas
de forma lenta.
A agricultura se destaca como principal setor exportado abrangendo 74%. Os
principais países destinos de produtos uruguaios são Brasil, União Europeia, China,
Estados Unidos e Argentina. O Uruguai importa da China, Brasil, União Europeia,
Argentina e Estados Unidos principalmente.
Fonte: World Trade Organization
Venezuela
A Venezuela passa por uma das piores crises de sua história, política, social e
econômica. Décadas de um governo com um modelo de socialismo que gastava mais do
que podia produzir acarretaram em uma dívida gigante, que após a queda do barril de
petróleo em 2014, a situação entrou em calamidade. Dessa forma, a Venezuela não
somente deve contornar o seu problema de abastecimento como também diversificar sua
economia voltada principalmente para a exportação de um único produto, o petróleo.
A Venezuela não possui um grande receptor do seu petróleo, mas importa
principalmente dos Estados Unidos, da China, da União Europeia, do Brasil e da
Colômbia.
Fonte: World Trade Organization
6. Referências
KRUGMAN, P. e M. OBSTFELD. Economia Internacional: Teoria e Política. 6. ed.
São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2005. (cap. 04-05)
SALVATORE, DOMINICK. Introdução a Economia Internacional, 5ª ed. LTC, 2012.
World Trade Organization. “The World Trade Organization Agreements”.
https://www.wto.org/english/thewto_e/whatis_e/inbrief_e/inbr03_e.htm (acesso em
17/08/17)
World Trade Organization. “Anti-dumpings, subsidies, safeguards: contingencies, etc”
https://www.wto.org/english/thewto_e/whatis_e/tif_e/agrm8_e.htm (acesso em
17/08/17)
World Trade Organization. “Get tariff data”.
https://www.wto.org/english/tratop_e/tariffs_e/tariff_data_e.htm (acesso em 17/08/17)
World Trade Organization. “Principles of the trading system”.
https://www.wto.org/english/thewto_e/whatis_e/tif_e/fact2_e.htm (acesso em 17/08/17)