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“Relações sociais”

Sistemas Biónicos Avançados

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Relações sociais

De onde viemos?

O que nos trouxe a existência?

Como chegamos aqui?

Qual é a nossa relação com a realidade?

Aonde vamos?

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Relações sociais

Microcephalic brain

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Relações sociais

Microcephalic brain

Inter family marriage

O estudo desta doença tem permitido entender qual a diferença entre nós humanos e os animais, cujos cérebrosnão cresceram como os nossos.

Enfim, o que nos faz humanos?

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Relações sociais

Paul Broca (francês, 1824-1880)

O primeiro a achar que inteligência está ligado ao tamanho do cérebro.

Craniometry (craniometria)

Paul Broca em humanos,

Charles Darwin em animais

Hoje há várias investigações sobre o tamanho do nosso cérebro e o QI das pessoas.

Por muitos anos consideraram ser uma teoria elitista, sexista e racista.

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Relações sociais

Tamanho do cérebro não é uma medida de inteligência, mas uma indicação apenas.

Inteligência tem a ver com outras coisas como:

o a maneira que as partes do nosso cérebro estão ligadas, ou interconectadas;

o os tamanhos relativos de áreas diferentes do nosso cérebro;

o a velocidade que o nosso cérebro funciona;

o etc.

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Relações sociais

Nossos órgãos crescem quando as células dentro dele se dividem e multiplicam-se.

As células que fazem o nosso cérebro crescer são chamadas de “neuroblast”.

As proteínas ASPM são responsáveis pela divisão das células do cérebro.

6 milhões de anos atrás os cérebros dos nossos ancestrais começaram a expandir num ritmo colossal.

Como resultado: a espécie humana tem cérebros 3 vezes maior que os primos mais próximos, os chimpanzés.

Muitos chamam o ASPM de o gene da inteligência.

Entretanto ele é apenas um componente genético para a inteligência.

Pode indicar a potencialidade da inteligência de uma pessoa.

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Relações sociais

Chimpanzés tem 99% dos genes em comum com os humanos. (geneticamente somos quase iguais)

A diferença entre nós humanos e os chimpanzés é que nos últimos 6 milhões de anos:

� o cérebro do chimpanzé quase não cresceu e

� o cérebro da espécie humana triplicou.

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Relações sociais

Muito que se sabe do cérebro foi aprendido acidentalmente (através de acidentes ocorridos com pessoas).

O mais famoso caso é o de Phineas Gage que trabalhava nas linhas de ferro dos Estados Unidos em 1848.

Uma barra de metal atravessou o seu crânio.

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Relações sociais

Recentemente um caso muito semelhante ocorreu no Brasil.

Eduardo Leite, de 24 anos, teve a cabeça atravessada por um vergalhão num acidente e sobreviveu.

Seu caso também foi estudado por especialistas da Brown University nos Estados Unidos-

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Relações sociais

Phineas Gage danificou o cortex prefrontal, responsável por comportamentos sociais dos humanos.

Como conectamos com os outros, como resolvemos problemas sociais, regulação de emoções.

Todos os animais têm esta região no cérebro, mas os humanos a têm desproporcionalmente maior, com muito mais conexões neuronais.

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Relações sociais

Por isso, nós humanos somos muito melhor que os animais em mentir e enganar, por exemplo.

Nós somos capazes de gerir a complexidade da vida social:

� decidir se o que uma pessoa está fazendo é de facto o que ela diz estar fazendo;

� decidir se podemos confiar em alguém ou se achamos que estão mentindo para nós;

� gerir com sucesso as interações entre os seres humanos.

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Relações sociais

Animais não têm as habilidades sociais que os humanos têm.

Animais não são capazes de entender as intenções dos humanos, mesmo quando queremos ajudá-los.

Até mesmo crianças são capazes de perceber as intenções dos outros humanos, mas os animais não.

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Relações sociais

Muitas novelas e peças teatrais (como as de Shakespeare) exploram justamente isso:

A forma que cada personagem entende ou falha em entender (se engana) com as intenções dos outros.

A mente humana é capaz de lidar com muitos níveis de complexidade sociais. E a sociedade pode se tornar muito complexa de facto.

Há uma relação entre o tamanho do cérebro e o tamanho das comunidadesque os animais que detém aquele cérebro possuem.

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Relações sociais

Quanto maior o cérebro, maior o grupo de animais que vivem juntos. A vida social dos animais está relacionada com o tamanho dos seus cérebros.

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Relações sociais

Até mesmo nossos ancestrais, os símios, conforme foram tendo cérebros maiores, foram formando grupos maiores.

Cientistas acreditam que o tamanho médio de uma comunidade de humanos para o nosso cérebro é de cerca de 150 pessoas.

Dunbar's number is a suggested ‘cognitive limit to the number of people’

with whom one can maintain stable social relationships.

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Relações sociais

Relationships where an individual knows who each person is, and how those people relate each other.

There is no precise value for Dunbar’s number, but it’s usually set to 150 and our brains just can’t handle more.

This number was first proposed by British anthropologist Robin Dunbar, who found a correlation between primate brain size and average social group size.

Robin Dunbar, da University of Oxford é um antropologista evolucionário britânico e um especialista no comportamento dos primatas.

By using the average human brain size and extrapolating from the results of primates, he proposed that humans can only comfortably maintain 150 stable relationships.

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Relações sociais

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Relações sociais

Por muito tempo nós vivíamos em comunidades, ou grupos, ou clãs, ou tribos, etc. de tamanho médio de 150 pessoas.

Até a idade média ainda se encontrava muitas dessas comunidades, e mesmo até hoje ainda se encontram algumas poucas, em lugares remotos.

Se o grupo crescesse demais já não se conseguia controlar, e também produzir alimentos, etc. para aquele grupo.

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Relações sociais

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Relações sociais

Na Bíblia há menções feitas a alguns casos, como o de Moisés que já não conseguia controlar os judeus e veio com as tábuas dos 10 mandamentos.

Mas depois da Revolução Industrial começamos a nos agrupar em grupos cada vez maiores.

E veio o fenómeno das grandes cidades, etc.

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Relações sociais

Mas há cerca de 5 ou 6 mil de anos atrás, quando as civilizações urbanas começaram a se expandir, surgiu uma nova variante do gene ASPM (associados com a inteligência).

Hoje, 10% das pessoas possuem a nova variante do gene ASPM; 50% das pessoas possuem meio a meio as variantes antiga e nova do ASPM; e os restantes 40% das pessoas possuem somente a variante antiga do ASPM.

Testes genéticos para determinar isso são mas ainda não são simples.

Assim como são os testes de DNA, os testes genéticos irão num futuro próximo disponíveis no mercado (‘genetic screening’).

Não somente para isso, mas dezenas de testes genéticos serão possíveis para testar nossas variantes genéticas como:

saúde, aparência, personalidade, etc., etc.

Corremos o risco de haver uma nova era de eugenia.

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Relações sociais

Patrões vão querer testar os seus empregados;

Professores vão querer testar os seus alunos;

Pais vão querer testar os seus filhos;

Indivíduos em geral vão querer testar os seus(suas)

esposos(as), parceiros(as), amantes, pessoas amada, etc.

No passado a eugenia já defendeu a higiene genética, que devíamos eliminar ou esterilizar os fracos.

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Relações sociais

Nossa sociedade tão competitiva e tão brutalmente meritocrática pode passar ter uma arma perigosa com os novos testes genéticos que surgirão.

Depois de muitos milhões de anos de evolução da vida na terra a seleção natural está tomando uma direção que leva o nosso intelecto tão longe e tão rápido que a própria seleção natural está sendo extinta pela tecnologia.

Podemos passar a julgar as pessoas não pela sua origem (de onde ela veio) ou pelo que ela fez, mas sim pela

qualidade do seu DNA

Nós somos os únicos animais que desafiamos a evolução lógica dos nossos genes.

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Relações sociais

Imitar é um processo muito complexo que só os humanos são capazes de dominar.

Animais não conseguem imitar. O aprendizado feito por animais é basicamente:

• “reward and punishment” (punição e recompensa)

• “trial and error” (erros e tentativas)

Há exemplos isolados e não significativos, bastante limitados de animais que imitam certas coisas como:

• papagaios que imitam nossa fala;

• chimpanzés que pintam quadros;

• animais que aprendem a obedecer linguagem de sinais ou falada;

• etc.

Entretanto a comunicação é sempre “sentido único” (“one way”) do humano para o animal.

Para imitar nós temos que construir uma ‘imagem virtual’ no nosso cérebro de como tudo vai se passar do ponto de vista de quem vai observar.Todas as formas de artes estão associada a “imitação”.

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Relações sociais

Neuron mirrors (neurónio espelho), também conhecido como célula-espelho, é um neurónio que dispara sempre que um animal realiza um determinado ato, como quando observa outro animal (normalmente da mesma espécie) a fazer o mesmo ato.

O neurónio imita o comportamento de outro animal como se estivesse ele próprio a realizar essa ação.

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Relações sociais

Neuron mirrors

Nos humanos, pode ser observada atividade cerebral consistente com a presença de neurónios espelho no córtex pré-motor e no lobo parietal inferior.

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Relações sociais

Neuron mirrors

Este tipo de células são uma das descobertas mais importantes da neurociência da última década.

Some scientists speculate that a mirror system in people forms the basis for social behavior, for our ability to

to imitate,

to acquire language, and to show empathy and understanding.

It also may have played a role

in the evolution of speech.

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Relações sociais

Neuron mirrorsMirror neurons were so named because, by firing both when an animal acts and when it simply watches the same action, they were thought to "mirror" movement, as though the observer itself were acting.

Autistas têm falhas nos chamados “mirror neurons” e têm dificuldade para imitar.

Por esta razão os autistas têm dificuldade para se relacionar e para imitar.

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Relações sociais

experiência com autista Analisando as ondas cerebrais(“brain waves”)

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Relações sociais

experiência com autista

falhas nos “mirror” neurons

Autista também praticamente não falam. O domínio a fala também exige que nós façamos imitação.

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Paul Broca (francês, 1824-1880)

Estudou o cérebro de uma pessoa que sofreu uma lesão cerebral (“brain damage”) após um ataque epitético e não conseguia mais falar.

E assim viveu por mais de 20 anos.

Quando adquirimos um sotaque, ou pegamos uma nova pronúncia, ou mesmo quando aprendemos um novo idioma, fazemos por copiar, por imitação.

Quando essa pessoa morreu Paul Broca abriu e analisou o seu cérebro e descobriu a área exata da lesão.

A nossa habilidade de falar também é única dos humanos. Nós temos o instinto da linguagem.

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Relações sociais

Com isso Paul Broca descobriu a região do cérebro que está associada a linguagem.

Hoje essa área do cérebro é chamada de “Broca’s region”.

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Hoje já sabemos que um gene chamado FOXB2 afeta as nossas habilidades linguísticas.

“Broca’s region” é associada com a fala, com a nossa habilidade de articular palavras.

Mas há 25 mil genes no gnoma humano. E eles estão enterrados em 3 bilhões de letras do nosso DNA.

A linguagem humana é muito complexa que deve ter ocasionado a evolução de muitos genes, não apenas o FOXB2.

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Todos os animais transmitem informação para os seus descendentes.

Mas os humanos também transmitem “cultural information” ou “memes”.

A meme is:any kind of information that is copied in culture;any idea that one copies from another;everything, from scientific theories, wearing clothes, tying the scarf in a particular way, wearing a baseball cap from back to front, …

Hoje somos bombardeados de memes todos os dias.

Nós humanos somos imitadores seletivos (“selective imitators”). Nós somos “meme machines”.

Estamos constantemente escolhendo o que memorizar e o que passamos adiante.

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Em “Marketing” usa-se hoje técnicas que usam o facto de que nós humanos imitamos uns aos outros.

Goethe (alemão, 1749-1832) escreveu um livro em 1774 chamado “The Sorrows of Young Werther”, no qual Werther se suicida quando um romance falhou.

A história tornou-se popular e contagiante em toda Europa. Houve muitos suicídios decorrentes disso.

Mas uma vez é a característica dos humanos de imitar.

O fenómeno persiste ainda hoje. Sociólogos chamam de “the Werther effect”.

Terroristas suicidas são o maior exemplo.

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Relações sociais

Terroristas suicidas: exemplo do “Werther effect”, ou a característica dos humanos de imitar.

New York, 11 Setembro 2001

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Relações sociais

Portanto:

� cultura� imitação� linguagem

são as coisas que nos faz seres especiais (humanos)

e também são as coisas que nos faz afastar do estágio de evolução.

Entre todos os animais, nós humanos somos capazes de aprender um passo além da nossa própria biologia.

(isso é chamado o Paradoxo da evolução humana)

Obrigado!

Felippe de Souza

felippe@ubi.pt

Thank you!