1. introduÇÃo - departamento de...

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1. INTRODUÇÃO A empreendedora, Sra. MARIA DA SALETE DA NÓBREGA BARACUHY, projeta a implantação de um trabalho de aqüicultura destinado ao cultivo (crescimento e engorda) de camarão marinho da espécie Litopenaeus vannamei, adaptado para água doce, em viveiros que ocuparão uma área de 2,23 ha, em terra firme, na Fazenda Esperança, localizada no Distrito de Jurema, Município de Itatuba na Paraíba. Para a implementação da atividade proposta, a empreendedora, atende as exigências das Resoluções 01/86, 237/97, 303/02 e 312/02 do CONAMA, visando a obtenção da Licença Prévia – LP, Licença de Instalação – LI e Licença de Operação – LO, junto a SUDEMA e a Ordem de Serviço 20/01 do IBAMA para autorização de desmatamento e limpeza da área destinada ao cultivo, apresentando Relatório de Controle Ambiental –RCA, Plano de Controle Ambiental – PCA, Plano de Regeneração de Área Degradada –PRAD e Plano de Monitoramento Ambiental –PMA. Os documentos citados resultaram de visitas técnicas ao ecossistema que servirá de suporte para o empreendimento e ao seu entorno, considerado como área de influência do projeto. Para a elaboração dos referidos documentos foram considerados os aspectos ambientais, sociais e econômicos, constando a caracterização do meio físico, meio antrópico e meio biótico, a identificação e quantificação dos impactos ambientais benéficos e adversos decorrentes da atividade proposta, algumas restrições, recomendações e medidas mitigadoras capazes de atenuar os efeitos das ações impactantes devido a instalação e operação do cultivo. O empreendimento terá a sua instalação em uma área sob o efeito da ação antrópica, previamente utilizada para a agricultura de subsistência e para a ovinocultura. Este documento foi elaborado de acordo com os Termos de Referência emitidos pelo IBAMA e pela SUDEMA, para o estudo da viabilidade ambiental destinado a implantação da carcinicultura na Paraíba.

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1. INTRODUÇÃO

A empreendedora, Sra. MARIA DA SALETE DA NÓBREGA BARACUHY, projeta a implantação de um trabalho de aqüicultura destinado ao cultivo (crescimento e engorda) de camarão marinho da espécie Litopenaeus vannamei, adaptado para água doce, em viveiros que ocuparão uma área de 2,23 ha, em terra firme, na Fazenda Esperança, localizada no Distrito de Jurema, Município de Itatuba na Paraíba.

Para a implementação da atividade proposta, a empreendedora, atende as exigências das Resoluções 01/86, 237/97, 303/02 e 312/02 do CONAMA, visando a obtenção da Licença Prévia – LP, Licença de Instalação – LI e Licença de Operação – LO, junto a SUDEMA e a Ordem de Serviço 20/01 do IBAMA para autorização de desmatamento e limpeza da área destinada ao cultivo, apresentando Relatório de Controle Ambiental –RCA, Plano de Controle Ambiental – PCA, Plano de Regeneração de Área Degradada –PRAD e Plano de Monitoramento Ambiental –PMA.

Os documentos citados resultaram de visitas técnicas ao ecossistema que servirá de suporte para o empreendimento e ao seu entorno, considerado como área de influência do projeto.

Para a elaboração dos referidos documentos foram considerados os aspectos ambientais, sociais e econômicos, constando a caracterização do meio físico, meio antrópico e meio biótico, a identificação e quantificação dos impactos ambientais benéficos e adversos decorrentes da atividade proposta, algumas restrições, recomendações e medidas mitigadoras capazes de atenuar os efeitos das ações impactantes devido a instalação e operação do cultivo.

O empreendimento terá a sua instalação em uma área sob o efeito da ação antrópica, previamente utilizada para a agricultura de subsistência e para a ovinocultura.

Este documento foi elaborado de acordo com os Termos de Referência emitidos pelo IBAMA e pela SUDEMA, para o estudo da viabilidade ambiental destinado a implantação da carcinicultura na Paraíba.

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2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 2.1 Empreendedora: MARIA DA SALETE DA NÓBREGA BARACUHY 2.1.2 RG: 96.760 – SSP/PB 2.1.3 CIC: 112.251.814-53 2.1.4 Endereço: Rua João Vieira Carneiro, 2866 – Conjunto Pedro Gondim – João Pessoa /PB, Fone: 083-2256111, CEP: 58.031-080. 2.2 Empreendimento: Fazenda Esperança 2.2.1 Atividade principal: Cultivo de Camarão marinho da espécie Litopenaeus vannamei. 2.2.2 Área total do imóvel: 23,18 ha 2.2.3 Área da Reserva Legal: 4,64 ha 2.2.4 Área destinada aos viveiros: 2,23 ha 2.2.5 Área da lagoa de sedimentação: 0,74 ha 2.2.6 Área de preservação permanente: 3,26 ha 2.2.5 Localização: Distrito de Jurema, Município de Itatuba–Paraíba, CEP:58.378-000 3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3.1 – APRESENTAÇÃO

Será implantado um projeto de carcinicultura de pequeno porte (Art. 3o, Resolução 312/02 do CONAMA) , onde serão cultivados camarões marinhos da espécie Litopenaeus vannamei em regime semi-intensivo, iniciando-se com adaptação das pós-larvas para água doce, em 01 (um) tanque berçário, com volume de 25,00 metros cúbicos. Posteriormente, as pós-larvas serão transferidas para viveiros que ocuparão uma área de 2,23 ha, em 03 (três) unidades com as seguintes áreas individuais: 0,98 ha, 0,81 ha e 0,44 ha. Um barramento com açude vazio (fig. 11), já existente na propriedade, será escavado e aproveitado para lagoa de sedimentação (0,71 ha), que receberá o efluente final dos viveiros a cada despesca.

A Fazenda Esperança, propriedade que abrigará o empreendimento, localiza-se no

Distrito de Jurema, Município de Itatuba na Paraíba (vide Carta 1), à 600m da margem esquerda do Rio Paraíba, montante/jusante, de onde será captada a água para abastecimento dos viveiros do cultivo pretendido (Croquis 1, foto 6).

3.2 – OBJETIVOS

A Fazenda Esperança visa a produção de camarão marinho da espécie Litopenaeus vannamei, estimada de 7.710 Kg/hectare/ano e sua comercialização no mercado interno. Em decorrência da implementação deste projeto, compreendendo as fases de instalação, operação e comercialização do produto final, serão gerados novos empregos que promoverão aumento de renda para a população local, com reflexo positivo para as condições sociais dos trabalhadores envolvidos direta e indiretamente no processo de cultivo.

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A empreendedora tem por objetivo, cumprir a legislação ambiental pertinente em vigor, para atenuar os efeitos da implantação e operação do projeto sobre o ambiente natural, já sob o efeito da ação antrópica, que lhe servirá de suporte. 3.3 – JUSTIFICATIVA

A escolha da localidade para a implantação do projeto de carcinicultura foi

precedida de estudos dos parâmetros necessários para estabelecer a sua viabilidade compatível com as condições ambientais, sociais, econômicas e legais.

Para o levantamento dos parâmetros condicionantes, foram considerados os dados

obtidos a partir de análises física, química, geológica e biológica dos recursos naturais que serão utilizados no processo produtivo e a sua adequação a legislação ambiental em vigor.

3.3.1 – Aspectos Ambientais

3.3.1.1 - Solo

O estudo da qualidade do solo constitui um fator importante para o sucesso do

cultivo, pois exerce influência sobre os organismos e sobre a biota natural do viveiro responsável por uma parcela considerável da alimentação dos camarões.

O solo da área a ser cultivada apresenta classificação textural do tipo Franco-

Arenoso, com característica de impermeabilidade, não favorecendo a percolação o que representa um fator favorável para a aquicultura, no caso específico para a carcinicultura, considerando que os taludes dos viveiros serão edificados com o solo natural existente no local do cultivo.

As amostras do solo foram analisadas no Laboratório de Irrigação e Salinidade do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Campina Grande, que constataram valores de pH na camada superficial = 8.47, na camada de 0,30cm a 0,60 cm = 8,63 e na camada de 0,60cm a 1,00cm = 8,63 (laudo em anexo), valores compatíveis com a atividade proposta.

3.3.1.2 – Recurso hídrico

No ambiente natural os camarões vivem em baixa densidade populacional,

compartilhando o espaço com outras espécies, onde a água apresenta boas condições para o seu desenvolvimento. Quando as condições ambientais favoráveis são alteradas, os animais migram para as áreas que lhes ofereçam melhores oportunidades. Na aqüicultura os organismos são retirados do seu ambiente natural e são cultivados visando atingir uma produtividade economicamente viável, o que exige o controle dos parâmetros para mantê-los aproximados das condições do seu habitat.

Na localidade há disponibilidade de água dentro dos parâmetros adequados ao

uso, com características que viabilizam o cultivo garantindo-lhe boa produtividade justificando o investimento.

A água destinada ao abastecimento dos viveiros, encontra-se adequada ao uso

proposto de acordo com os parâmetros de referência da Resolução 20/86 do CONAMA, classe 7, letra c (laudo em anexo), e será captada no caudal do terraço fluvial inundado da

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margem esquerda (montante/jusante) do Rio Paraíba, 10 Km abaixo da descarga da Barragem de Acauã (vide foto 6, croquis 1, diagrama 2, figura 8). 3.3.1.3 – Temperatura

Os processos metabólicos do camarão, animal pecilotérmico, são afetados de

forma significativa pela temperatura da água com reflexo sobre as taxas das atividades vitais (respiração, digestão, crescimento, etc.). A variação da temperatura influencia para a variação da concentração de oxigênio dissolvido no ambiente aquático com conseqüências para os seres aeróbicos ali existentes.

No Nordeste brasileiro a temperatura da água oscila entre 22 graus centígrados no

inverno e 34 graus centígrados no verão. Nos meses de maio a agosto ficam entre 26 a 34 graus centígrados, proporcionando aos camarões boas condições térmicas para um crescimento satisfatório o que tem incentivado o investimento em projetos de carcinicultura nessa região.

3.3.1.4 – Clima

O clima representa um conjunto de variáveis que exercem influência sobre a

produtividade do cultivo e das demais atividades que têm relação com a dinâmica do processo.

A pluviometria da região, onde será implantado o cultivo, flutua em torno de 850

mm/ano, com ausência de chuva de verão, apresentando um período chuvoso que não corresponde ao inverno propriamente dito. A pluviometria de algumas cidades vizinhas constam nos gráficos 1, 2, 3 e 4.

O clima da região é do tipo As’, segundo a classificação de Köppen. Em condições semelhantes outros cultivos de camarão têm obtido boa

produtividade.

3.3.1.5 – Topografia A configuração topográfica da superfície do solo da área prevista para o

empreendimento apresenta um modelado suavemente ondulado, com colinas suaves (foto 1) com variação de elevação e declividade dentro dos limites que viabilizam a atividade a ser implementada (vide perfil- diagrama 2).

3.3.2 – Aspectos Econômicos e Sociais

3.3.2.1 – Econômicos

Do ponto de vista econômico o empreendimento proposto constituirá uma

oportunidade de incremento para a economia do Município de Itatuba, justificando o esforço da empreendedora em investir no cultivo, considerando: - As condições ambientais favoráveis ao cultivo sem os custos de onerosas adaptações, com a potencialidade de uma produção que justifica o investimento com a implantação e operação do projeto; - A procura crescente do produto no mercado interno e externo; a existência de infra-estrutura necessária ao bom desempenho do trabalho;

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- A disponibilidade dos recursos hídricos para o abastecimento dos viveiros com parâmetros compatíveis ao uso e em quantidade que atende as necessidades do cultivo; - O custo da terra compatível com o lucro previsto para a produtividade dos viveiros; - Disponibilidade de vias de acesso para o transporte do material necessário ao desenvolvimento do cultivo e escoamento da produção; - Mão de obra local disponível, com custos acessíveis.

3.3.2.2 – Aspecto social Do ponto de vista social a edificação, implantação e operação do cultivo, criarão

oportunidade de emprego e aumento de renda para a comunidade envolvida direta e indiretamente com a atividade proposta com conseqüente contribuição para a melhoria das condições sociais.

3.3.3 – Aspecto Legal

A propriedade foi adquirida do Sr. Gedié Barbosa Muniz e sua esposa Sra.

Lindóia Sabino de Lima Muniz e da Sra. Berenice Muniz Borba e seu esposo Sr. Artur Camelo Borba, conforme Escritura Pública de Compra e Venda registrada no Cartório Ana Gláucia Araújo de Alencar, Escrevente do Tabelionato, Registro Geral de Imóveis, Oficial do Registro – Títulos e Documentos do Município de Ingá na Paraíba sob número R-795, Livro 97, folhas 84 a 35, cópia anexada ao presente documento.

A execução do projeto em todas as suas fases, acatará os procedimentos

específicos e as exigências constantes na seguinte legislação em vigor: Lei 4.771/65 - que institui o Código Florestal; Lei 9.608/98 – dispõe sobre crimes ambientais; Resolução 01/86 do CONAMA – estabelece as diretrizes gerais para Avaliação dos

Impactos Ambientes, tendo como referência a Política Nacional do Meio Ambiente; Resolução 06/86 do CONAMA – dispõe sobre modelos para publicações de

requerimento e concessão de licença em periódico e no Diário Oficial; Resolução 20/86 do CONAMA – dispõe sobre a classificação das águas doces,

salobras e salinas de modo a assegurar seus usos preponderantes; Resolução 237/97 do CONAMA – dispõe sobre procedimentos e critérios utilizados

para o licenciamento ambiental de acordo com o tipo de atividade; Resolução 303/02 do CONAMA – dispõe sobre parâmetros, definições e limites de

Áreas de Preservação Permanente; Resolução 312/02 do CONAMA - dispõe sobre o Licenciamento Ambiental dos

empreendimentos de carcinicultura.

3.3.4 – Breve histórico do empreendimento

Nos últimos 40 anos a idéia de cultivar camarões tem atraído os grandes e os pequenos investidores devido ao aporte tecnológico e as boas condições ambientais do Brasil que propicia uma produtividade com retorno financeiro considerável. Especialmente no Nordeste brasileiro a carcinicultura tem conquistado os investidores e o mercado consumidor motivando alguns empreendedores a dedicarem-se a essa atividade produtiva, notadamente ao cultivo da espécie Litopenaeus vannamei.

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A divulgação dos bons resultados obtidos com a implementação da carcinicultura motivou a empreendedora a projetar para a Fazenda Esperança o desenvolvimento de cultivo semi-intensivo da espécie Litopenaeus vannamei em viveiros para crescimento e engorda .

A Fazenda Esperança foi adquirida após vários meses em busca de terra com características ambientais favoráveis ao cultivo e que ao mesmo tempo fosse viável do ponto de vista econômico. Daí em diante a empreendedora, juntamente com sua família, buscou informações técnicas na literatura específica sobre a atividade pretendida.

A propriedade sede do empreendimento, resultou do desmembramento da Fazenda

Jurema, onde ainda hoje, o cultivo de graviola e a ovinocultura são as principais fontes de recurso financeiro dos moradores locais. Nos últimos anos a área projetada para a construção dos viveiros serviu de abrigo para a agricultura de subsistência, cujos cultivos mais significativos foram: tomate –Lycopersicum esculentum Mill.; pimenta –Polygonum acre H.B.K.; repolho – Brassica oleracea Linn.; feijão – Phaseolus vulgaris Linn.; milho –Zea Mays Linn.; algodão - Hibiscus bifurcatus Cav.

O cultivo de camarão – crescimento e engorda proposto, surgirá como uma

alternativa que contribuirá para melhorar a conjuntura econômica vivenciada pelos munícipes de Itatuba.

3.4 – LOCALIZAÇÃO E ACESSO

O cultivo de camarão será implantado na Fazenda Esperança, localizada no

Distrito de Jurema, Município de Itatuba na Paraíba (vide Carta 1), dista 129 Km da cidade de João Pessoa.

São duas as possibilidades de acesso ao empreendimento, ambas ocorrem através

da PB 230 no sentido João Pessoa/Campina Grande (croquis em anexo). A1 – via Município de Ingá: percorre 11 km através da rodovia PB 090 até o

Município de Itatuba. Daí, por uma estrada de barro chega ao Distrito de Jurema, segue por uma via vicinal, passa por Taboca, atravessa o Rio Paraíba por uma passagem molhada e segue até a Fazenda Esperança.

A2 - via Município de Itabaiana: percorre a PB 054, passa por São José dos

Ramos, atravessa uma ponte sobre o Rio Paraíba, alcança o Município de Itabaiana. Através da PB 082 chega a Salgado de São Félix, passa por Juá e Taboca, chega ao Distrito de Jurema no Município de Itatuba, por uma via vicinal alcança a Fazenda Esperança.

3.5 – ÁREA DE INFLUÊNCIA As atividades do empreendimento em todas as suas fases promoverão algum tipo

de interferência sobre o ambiente natural, a comunidade da vizinhança e dos Municípios e Distritos adjacentes, considerados como área de influência para efeito deste estudo (vide carta 1 e planta de localização).

A Fazenda Esperança limita-se: ao Norte com terras dos herdeiros do Sr. Alfrêdo

Barbosa Muniz em um segmento de 115,98 m; ao Sul com terras do Sr. José Muniz Sobrinho em 94,69 m de comprimento e terras remanescentes da Fazenda Jurema em 50,06 m de comprimento; ao Oeste com terras do Sr.José Muniz Sobrinho em dois segmentos

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(334,29 m e 84,76 m) e terras de Dedé deValeriano, também em dois segmentos (102,41 m e 230,99 m); ao Leste com a estrada vicinal de acesso a localidade.

4. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

O diagnóstico ambiental do projeto é a descrição completa e análise dos recursos ambientais e suas interações atuais, para caracterizar a situação dos recursos naturais da área antes da implantação do projeto. Para a elaboração do diagnóstico ambiental foram consideradas as condições atuais do meio físico (água, solo, ar e clima), do meio biológico (descrição dos componentes dos ecossistema – fauna de flora) e o meio antrópico (situação sócioeconômica – uso do solo, uso da água e a economia social). 4.1 – MEIO FÍSICO 4.1.1 APRESENTAÇÃO DO ENTORNO DO LUGAR

O empreendimento de criação de camarões está sendo planejado para ser instalado na Região da Borborema, Mesorregião do Agreste Paraibano, na Microrregião de Itabaiana e no município de Itatuba (ver Mapas 1 e 2). A formatação regional desse empreendimento deveria permitir maior capacidade governamental de planejamento socioeconômico, no entanto, no que refere à localização do lugar, necessita-se maiores observações nos quesitos geográficos para atender ao que está determinado na Resolução CONAMA nº 312/2002, que dispõe sobre licenciamento ambiental dos empreendimentos de carcinicultura na zona costeira, como também observando a Lei 6938/81 assim como as outras Resoluções CONAMA, pertinentes ao uso adequado do meio ambiente como suporte à produção econômica. No caso específico do diagnóstico ambiental, não se pode deixar de fazer uma observação mais detalhada do conteúdo da Resolução nº 001/1986 sendo que esta aponta os caminhos para a elaboração do referido diagnóstico. Mapa 1 – Regiões geográficas Mapa 2 – Meso e Microrregiões geográficas

Região da Borborema ITATUBA Agreste e Microrregião de Itabaiana Fonte: Atlas Geo- Histórico da Paraíba

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4.1.2 CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA

A caracterização ambiental requer um inventário geográfico com especificidades apontadas pelas políticas públicas, visando um maior conhecimento da intervenção do empreendimento sobre a paisagem contida no lugar, bem como o ambiente de entorno. Partindo do princípio que a paisagem será alterada, é necessária uma descrição mais minuciosa possível para que se possa realizar um balanço relativo à contabilidade ambiental e assim definir perdas e ganhos tanto para a sociedade quanto para a natureza em si.

O empreendimento será instalado no Distrito de Jurema (ver Carta 1) pertencente

ao município de Itatuba, localizado na vertente esquerda do início do Baixo rio Paraíba. A configuração referente ao perfil longitudinal do rio Paraíba (ver Diagrama 1) reporta-se também à questão do relevo, pois essa é uma área considerada pela literatura geomorfológica como depressão sublitorânea1 no piemonte do Planalto da Borborema.

1Ministério do Interior / SUDENE. Levantamento Exploratório – Reconhecimento de solos do Estado da Paraíba. Boletim Técnico nº 15. Rio de Janeiro, 1972.

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Carta 1 – Referente à localização de quadrículas junto ao município de Itatuba. Fonte: SUDENE, Folha SB.25-Y-C-I/MI 1212, 1999.

Rio Surrão porém denominado localmente derioPoçoVerde

Distrito de Jurema

Rio Paraíba

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NATUBA

R I O P A R A Í B A

BARRAGEM

DE ACAUÃ II

R I

O I

N G

Á

Diagrama 1 – Perfil longitudinal do rio Paraíba destacando o início do baixo rio.

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4.1.3 ASPECTOS GEOLÓGICOS

O empreendimento será instalado sobre o substrato geológico cristalino muito antigo pertencente ao Terreno Alto Moxotó, que abrange rochas do Arqueano e Paleoproterozóico da Província da Borborema. Segundo literatura específica2 esta unidade é formada por gnaisses, granodioritos-graníticos e granitos variavelmente migmatizados. Localmente foram percebidos afloramentos rochosos de ortognaisses de composição granodiorítica-granítica (ver foto 1), nos quais se encontram com mantos de intemperismo e formação de regolito. Em outros pontos, não havia afloramentos expostos, pois já havia desenvolvimento de solos do tipo Litólicos e Brunos Não-Cálcicos e suas associações, onde a vegetação adaptou-se bem, inclusive aos rigores climáticos.

Na área não foram observados pontos de linha de fratura regional, embora

pequenas falhas a nível local podem existir sob os pequenos cursos d’água que cruzam a propriedade, que representam locais de material retrabalhado pelos agentes atmosféricos.

Foto 1 – Afloramentos rochosos cristalinos Data: 26/03/2003

2 Ministério das Minas e Energia. DNPM/CPRM. Mapa Geológico do Estado da Paraíba - 2002.

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4.1.4 SOLOS

Essa zona de depressão sublitorânea, especificamente no município de Itatuba, é contemplada por capeamento de material eluvial oriundo da decomposição do material cristalino contido em sua base, contribuindo assim para formação do solo classificado (segundo literatura especializada3) pela “Associação de: BRUNO NÃO-CÁLCICO planossólico fase floresta caducifólia relevo suave ondulado e ondulado e SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS com A moderado textura média fase pedregosa floresta caducifólia relevo ondulado e substrato gnaisse e granito e PLANOSOL SOLÓDICO com A fraco fase floresta caducifólia relevo suave ondulado” (Levantamento Exploratório – Reconhecimento de solos do Estado da Paraíba, que apresenta mapa exploratório em anexo). O solo Bruno Não Cálcico é considerado de elevado potencial nutricional, sendo muito utilizado em campos antrópicos, seja por culturas ou pastagens, seja por áreas anteriormente exploradas, que agora estão em repouso e apresentam-se repovoadas por angico, baraúna e um estrato arbustivo esparsado; o solo Planosol Solódico que é encontrado normalmente no sopé de encostas é derivado da decomposição das biotitas e gnaisses presentes na região. Apresenta uma fertilidade relativamente alta, porém os índices pluviométricos não permitem o cultivo de grandes lavouras, (apresenta limitações mais sérias e comuns devido às propriedades físicas); apesar dessas restrições, são solos muito usados para pastagens. Os solos litólicos agrupam solos rasos colonizados por uma vegetação herbácea e com pouca utilização antrópica; já os litossolos abrangem os constituídos pelo horizonte A seguido de rocha dura e coerente, por isso apresentam limitação no seu manuseio (rever Fig.1). A partir dessa breve explanação, baseada em literatura especializada, é conveniente observar que o solo do lugar foi analisado e classificado texturalmente como sendo: camada A e B Franco; e camada C Franco Arenoso, conforme laudo de Análise de Solo feita pelo laboratório de Irrigação e Salinidade do Centro de Ciências e Tecnologia da UFCG ( em anexo). Nesse sentido, o solo apresenta-se com possibilidade de aproveitamento agrícola, porém, para esse uso, o que não é conveniente é a baixa presença de água, tanto por precipitação de chuvas não muito regular, como também pela reserva na sub-superfície assim como no lençol freático ou mesmo no aqüífero.

3 Ministério do Interior / SUDENE. Levantamento Exploratório – Reconhecimento de solos do Estado da Paraíba. Boletim Técnico nº 15. Rio de Janeiro, 1972.

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4.1.5 CLIMA

O clima da região mantém um ritmo pouco afeito na questão do abastecimento pluviométrico, por isso procuramos observar as precipitações coletadas em postos instalados pela SUDENE e disponibilizadas em meio gráfico convencional; os dados observados equivalem a aproximadamente um 7 terço de uma normal climática, por isso nos permitimos inferir com elevado grau de confiança, e além do que aponta o Atlas Geográfico da Paraíba como sendo o clima da região como As’ (quente e úmido com chuvas de outono e inverno). Os municípios em que estão implantados os referidos postos estão em torno da cidade de Itatuba. Procuramos desse modo analisar os dados fornecidos pelos postos das cidades de Ingá, Mogeiro, Aroeira e Fagundes (ver quadros 1, 2 .3 e 4 e ver gráficos 1, 2, 3 e 4), porque a inferência sobre o rigor estabelecido pela precipitação nessa zona regional do piemonte da Borborema permite uma aproximação sobre a área em questão, que é o Distrito de Jurema no município de Itatuba. Conforme os dados apresentados, são confirmados os apontamentos estabelecidos na referida obra de referência e assim podemos inferir que as chuvas são relativamente concentradas em alguns períodos do ano, deixando os outros períodos com pouca pluviosidade, razão pela qual o povo do lugar aponta como sendo um lugar com pouca água.

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QUADRO 1 – PLUVIOMETRIA DO MUNICÍPIO DE INGÁ NA ALT. DE 144m

Ano Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. 1963* 2,9 31,0 118,2 112,7 45,4 55,8 82,4 36,2 9,0 0,0 42,7 67,5 1964* 103,5 242,1 112,5 180,3 178,7 209,6 198,1 73,9 68,5 25,4 2,5 9,6 1965* 70,6 17,0 27,8 102,8 77,6 151,9 37,7 34,8 48,7 6,6 17,2 55,0 1966* 32,2 99,3 28,0 137,5 72,4 121,4 0,0 37,0 80,7 5,6 51,9 68,6 1967* 6,1 39,4 135,5 96,9 55,7 119,6 120,7 107,1 5,1 47,3 0,2 17,5 1968* 89,8 34,4 143,1 50,9 127,1 38,2 88,2 34,4 8,7 5,3 2,1 1,3 1969* 20,7 30,4 96,4 73,1 118,5 196,0 215,1 51,7 18,8 20,3 3,1 2,1 1970* 30,2 21,4 109,8 193,2 40,1 85,9 150,4 126,0 18,2 1,0 3,2 5,8 1971* 22,1 5,7 48,8 81,5 185,4 43,3 104,7 66,4 52,1 103,2 48,2 6,3

Somatório 378,1 520,7 820,1 1028,9 900,9 1021,7 997,3 567,5 309,8 214,7 171,1 233,7

Precipitação - Ingá PB - 1963/1971

82%

18%

Fev-AgoJan, Set-Dez

GRÁFICO 1 – Demonstração do Volume Pluviométrico

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QUADRO 2 – PLUVIOMETRIA DO MUNICÍPIO DE MOGEIRO NA ALT. DE 110m

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 1963 34,4 45 102 91,1 50 61,3 51,8 25,4 3 0 34,5 103,8 1964 117,7 156,4 134,2 171,8 202,5 - 198,4 52,2 162 14,7 0 9,6 1965 83,5 0 83,7 193 70,1 193,9 45,1 60,8 34,4 13,4 0 36,4 1966 38,6 131,4 22,9 69,8 41,7 125,8 291,8 42,1 57,7 - - - 1967 - - - - - - - - - - - 70 1968 182,6 75 104 - - - - - - - 4,5 0 1969 15,9 33,5 115 86,4 134,4 168,6 237,7 42,8 17,4 0 0 0 1970 34,2 8,3 103 226 222,5 104,7 144,8 134,4 16,1 0 0 1,6 1971 19,2 2,5 65,9 113,3 137,3 53,9 75,8 55,7 23,4 94,9 31,6 0

Somatório 526,1 452,1 730,7 951,4 858,5 708,2 1045,4 413,4 314 123 70,6 221,4

GRÁFICO 2 – Demonstração do Volume Pluviométrico

Precipitação - Mogeiro PB - 1963/1971

79%

21%

Jan, Mar-JulFev, Agos-Dez

16

QUADRO 3 – PLUVIOMETRIA DO MUNICÍPIO DE AROEIRAS NA ALT. DE 430 m

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 1963 35,4 30,3 46,9 46,6 35,7 58,5 60,6 17,4 14,8 2,0 41,4 206,2 1964 212,5 256,4 271,4 142,4 139,1 125,3 105,9 68,0 46,6 4,1 0,8 5,5 1965 57,1 24,3 9,8 82,6 65,9 129,7 47,3 27,7 32,7 14,3 6,1 27,1 1966 50,3 111,8 25,4 92,8 42,9 142,1 189,2 35,5 47,0 2,8 80,5 34,0 1967 15,8 108,4 72,5 101,1 42,8 26,8 77,6 48,7 5,2 22,2 0,0 10,5 1968 59,4 24,1 139,9 84,6 64,6 32,2 79,1 5,0 17,4 0,0 0,0 28,0 1969 2,0 12,2 64,4 112,8 108,8 480,5 535,6 96,8 40,6 12,3 17,6 2,2 1970 47,2 16,4 142,7 140,7 11,2 114,6 164,8 103,3 0,0 0,0 0,0 0,0 1971 27,8 13,6 58,1 177,2 182,5 30,6 104,6 68,2 23,0 74,5 16,5 0,0

Somatório 507,5 597,5 831,1 980,8 693,5 1140,3 1364,7 470,6 227,3 132,2 162,9 313,5

Precipitação - Aroeiras PB - 1963/1971

Jan-Jul82%

Ago-Dez18%

GRÁFICO 3 – Demonstração do Volume Pluviométrico

17

QUADRO 4 – PLUVIOMETRIA DO MUNICÍPIO DE FAGUNDES NA ALT. DE 520m

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 1963* 21,9 93,6 119,7 131,7 56,5 94,8 93,2 50,8 13,8 0,0 30,6 80,1 1964* 88,4 88 139,8 142 168,2 180,2 173,9 100,7 108,8 7,1 0,0 2,0 1965* 42,9 0,0 47,8 142,6 105,1 180,4 66,4 82,5 44,7 4,5 9,2 52,9 1966* 37,5 168,4 37 102,9 99,8 146,7 184,4 62,5 55,9 0,0 54,8 32,1 1967* 0,0 19,9 19,9 8,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 17,3 1968* 114,5 55,0 168,1 69,4 20,67 71,7 113,9 36,2 3,5 8,3 0,0 8,3 1969* 0,0 45,1 206,9 124,6 135,1 199,1 321,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1970* 40,1 25,8 166,4 247,7 54,7 124,9 184,4 159,9 17,0 0,5 2,0 0,0 1971* 11,2 0,0 115,8 191,8 131,5 96,8 148,8 52,8 35,8 69,2 56,5 0,0

Somatório 356,5 495,8 1021 1161,6 771,6 1095 1287 545,4 279,5 89,6 153 193

Precipitação - Fagundes PB - 1963/1971

79%

21%

Mar-AgoJan, Fev, Set-Dez

GRÁFICO 4 – Demonstração do Volume Pluviométrico

18

Apesar do clima regional apresentar as características classificadas como As’,

isto é, quente e úmido segundo a classificação de Köppen, a vegetação é um dos elementos que acaba sendo o indicador da questão água no solo. A obra de referência Levantamento Exploratório – Reconhecimento de solos do Estado da Paraíba indica que o solo do lugar sustenta uma vegetação com característica de floresta caducifólia e formações florestais secundárias como juazeiro e indivíduos da caatinga (ver foto 2 e 3).

Foto 2 – Faxeiro Foto 3 – Juá Distrito de Jurema – Data: 26/03/2003 Distrito de Jurema – Data: 26/03/2003

4.1.6 HIDROGRAFIA

A vertente esquerda dessa região que denominamos como sendo o Alto do Baixo rio Paraíba contempla um grande conjunto de sub e micro-bacias hidrográficas que drenam as encostas e assim abastecem a calha do rio formando terraços fluviais. Esses terraços fluviais estão na parte inferior das encostas, denotando assim que o rio diminui significativamente seu potencial de energia, pois o material transportado em épocas de maior vazão fica depositado nessa parte inferior do relevo.

A sub-bacia do rio Surrão (denominação na carta da SUDENE embora

localmente seja chamado de rio Poço Verde - ver Carta 2) é a principal unidade do relevo que abriga várias sedes de municípios como Itatuba e Fagundes e ainda uma faixa urbana referente ao Sudeste da cidade de Campina Grande. Esta sub-bacia constitui uma área relativamente grande em seu domínio territorial, por isso é de relevância para a gestão ambiental.

19

Carta 2 – Sub-bacia do rio Surrão (ou Poço Verde)

20

A drenagem dos afluentes converge para a calha do rio Surrão sem dificuldades

aparentes, pois são poucas as áreas de açudagem, no entanto o que se deve levar em consideração é o perfil longitudinal do rio (ver Fig. 1) pois sua área de maior energia está na cota aproximada de 500m e desce em um percurso de 53km até desembocar no rio Paraíba no Distrito de Jurema, na cota aproximada de 90m.

Lendo o documento cartográfico sobre o rio Surrão verifica-se que a nascente

tem o nome de rio do Cruzeiro, nas bordas a Sudeste da Cidade de Campina Grande próximo a cota altimétrica de 560m. Esse rio quando recebe o grande afluente da margem direita denominada Surrão, (com nascente na cota aproximada de 510m) passa a ser chamado de rio Surrão até próximo ao Distrito de Jurema onde o povo local o denomina de rio Poço Verde. O detalhamento sobre este rio e sobre esta sub-bacia está relacionado as informações prestadas pelo povo do lugar indicando que o rio Surrão transborda nos períodos que há chuvas torrenciais nos domínios de sua área de captação, como foi o caso do ano de 1986, onde o caudal é aumentado significativamente trazendo transtornos à população que o habita próximo a sua foz no rio Paraíba .

Figura 1 - Perfil longitudinal do rio Surrão (ou rio Poço Verde) Apesar de uma rede de drenagem relativamente densa e extensa, que desce das

bordas dos Contrafortes de Barlavento do Planalto Cristalino da Borborema, a sub-bacia do rio Surrão não apresenta os cursos d’água perenes e sim intermitentes. O principal agravante para a potencialidade fraca em termos hídricos do lugar é o relevo de encosta sobre um substrato cristalino, que não permite naturalmente a de retenção de água no solo e na subsuperfície não havendo assim uma estocagem de água.

4.1.7 ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS

Observando o rio Paraíba como sendo o determinante na região e este recebe

seus afluentes que também transportam além de água, sedimentos, verifica-se então que a partir da altitude de 96m aproximadamente, tanto o rio Paraíba quanto as fozes de seus afluentes, diminuem seu potencial de energia tanto cinética quanto mecânica, ou

21

seja o trabalho de erosão diminui em função da presença da acumulação dos sedimentos que ficam retidos nessas zonas de menor energia.

O trabalho das águas na modelagem do relevo desse lugar é diretamente

proporcional ao ataque estabelecido pelas precipitações pluviais (ver foto 4) e conseqüentemente fluviais. Nesse caso, observando que como a drenagem na área é contemplada com rios intermitentes, esses só provocam ação erosiva com maior magnitude nos momentos que estão vertendo água, caso contrário esse trabalho erosivo não é executado, pois a drenagem intermitente tende a minimizar a ação erosiva.

A sub-bacia, e toda a rede de drenagem do rio Surrão depende das

precipitações pluviais para a ação modeladora do relevo, no entanto, o perfil longitudinal desse rio denota que o trabalho de ação erosiva regressiva não apresenta de forma acentuada demonstrando assim, a forte resistência do relevo cristalino em permitir o escavamento no leito do rio.

Foto 4 – Erosão na área da propriedade Data: 27/3/2003

22

Como já foi realçada anteriormente a região no entorno da cidade de Itatuba assim como a foz do rio Surrão no Distrito de Jurema, se encontra na região denominada como Sub-litorânea, o rio Paraíba a partir desse lugar inicia tanto sua diminuição de ação erosiva aumentando a sedimentação e conseqüentemente o processo de meandrificação se instala devido a diminuição da energia cinética.

O relevo nas vertentes da sub-bacia do rio Surrão, no entorno da área do

empreendimento é colinoso e formado por ondulações suaves (ver foto 5) com baixa angulação de declividade e conforme demonstra o perfil do relevo (ver Fig. 2 e o Diagrama 2).

Foto 5 –Relevo suavemente ondulado Data: 27/3/2003

100

150m 140 130 120 110

Escala Gráfica Horizontal

200 0 200 400m

PERFIL TOPOGRÁFICO DA PROPRIEDADE

PERFIL SUAVEMENTE ONDULADODA PROPRIEDADE

SENTIDO DO PERFIL SE-NO

Figura 2 – Diagrama do perfil topográfico

100

150m 140 130 120 110

Calha de esco

amento

superf

icial

Área prev

ista p/ta

nques de c

riação

Calha

de esco

amento

superficia

l

Rio do Po

ço Verde /

Surrão

Cultivo

agríc

ola

Reserva

Legal20%

JURE

MA

TanquesRese

rva

Legal20%

Diagrama:p erfil longitudinal da propriedade

200 0 200 400m

Escala Gráfica HorizontalDireção do Perfil SE-NO

Legenda

Caminho

Rio

Canal de escoamento pluvial

Áreas de preservação

122m

116m

Proposições acerca da preservaçãodas calha de escoamento superficial e solo.

Diagrama 2 – Perfil em perspectiva do relevo da propriedade

25

4.1.7 ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS A partir dos elementos já descritos sobre a questão da água, destacamos a

discussão de outra informação importante dentro dessa temática, a questão do aqüífero, pois o Inventário Hidrogeológico Básico do Nordeste, folha nº 16 PARAÍBA – SO, indica que a área onde se encontra o município de Itatuba o potencial hidrogeológico é considerado de fraco a muito fraco, o que nos leva a corroborar que essa é uma área com pouca água no subsolo, como pode ser visto na foto 6, que é um poço amazonas perfuradas com aproximadamente 5 metros de profundidade e que não possui água em abundância, há uma pequena lamina d´água bem ao fundo do poço.

Foto 6 – Poço amazonas Distrito de Jurema – Data: 26/03/2003

O poço amazonas referente à foto 6 está entre o rio Paraíba e a foz do rio

Surrão (ou Poço Verde) no Distrito de Jurema, ou seja, a poucos metros acima do leito do terraço fluvial do rio, mesmo assim é um subsolo com pouca presença de água. Apesar do rio Paraíba apresentar um fluxo relativamente alto de vazão, não consegue abastecer o lençol freático pois há a presença no substrato do relevo rochas duras e impermeáveis.

O empreendimento não terá contato direto com o rio Paraíba, porém se utilizará

a água do caudal do rio, por isso foi necessário tomar a medida de vazão do rio em três pontos distintos, um a montante e dois juntamente no terraço fluvial em que será instalada a bomba de vazão.

26

Vazão Rio Paraíba Local: Distrito de Taboca Trecho: passagem molhada Taboca-Salgado de S. Félix Coordenadas: 7º 25’ 56 “– 35º 32’ 47” Data: 26-03-2003 Hora: 8:50 Vazão média do rio: 0,21 m3/s

Local: Distrito de Jurema Trecho: Meandro do rio 90 m da área de instalação da bomba d’água Coordenadas: 7º 24’ 18 “– 35º 32’ 30” Data: 26-03-2003 Hora: 9:37 Vazão média do rio: 0,49 m3/s = 490lt/s = 1.764.000lts/h

Local: Distrito de Jurema Trecho: passagem molhada Jurema-S. de S. Félix Coordenadas: 7º 24’ 35 “– 35º 32’ 40” Data: 26-03-2003 Hora: 13:00

Vazão média do rio: 0,096 m3/s

No ponto em que será instalada a bomba de vazão d’água para o

empreendimento, o rio Paraíba apresenta uma configuração à primeira vista de uma ilha, pois o rio tem o seu caudal bifurcado (ver Croquis 1), porém, após a medição de vazão deste braço esquerdo do rio que apresentou um fluxo extremamente baixo de 0,096 m3/s (o que consideramos como sendo possível haver uma corrente de retorno), surgiu a necessidade de verificação dessa configuração de ilha. Contudo, nos deparamos com uma situação sem saída ou mesmo sem a ligação com o braço direito (sendo que a Vazão média do rio neste local é de 0,49 m3/s), nesse caso não foi configurada a ilha, por isso consideramos que esta área está inundada, ou seja, o terraço fluvial de inundação está coberto por águas (ver Diagrama 3).

27

AFLORAMENTO

R I O P A R A Í

B A

BARRAMENTOC/ SACOS DEAREIA

57,00 m

90 m

TerraçoFluvial Inundado

Terraço FluvialInundado

Terraço Abandonado

RIACHO DO GROSSOS

CARTOGRAMA RIO PARAÍBADISTRITO DE JUREMA

32,50m

24,50m

FONTE:

Coleta em campo 03/2003

TerraçoAbandonado

TerraçoAbandonado

Local efetuado

toposeqüência

(Vide diagrama 2)

N

Croquis 1 – Representação do rio Paraíba no Distrito de Jurema Data: 26/03/2003

0,20

m

0,10 m

0,30

m

TERRAÇO

FLUVIAL INUNDADO

2,00 m 14,00 m 8,50 m

0,90 m

Perfil Transversal do Terraço Fluvial

TERRAÇO ABANDONADO

TERRAÇO

FLUVIAL INUNDADO

11,80n 14,25 m 8,10 m

0,80

m

0,57

m

0,73

m

Legenda

TradagemÁrea encontradaágua

Fonte:Coleta de campo, 03/2003

Toposeqüência do Terraço Abandonado

TERRAÇO ABANDONADO

POÇOAMAZONAS

TALUDE

TALUDE

N Ver coquis 1 Diagrama 3 – Representação do terraço fluvial de inundação e abandonado - Distrito de Jurema – Data: 26/03/2003

29

A partir dessa constatação verificamos que o leito do rio está com o terraço de

inundação com áreas que configuram concentração de água, ou seja, formação de meandros abandonados. Como foi verificada, essa é uma área em que se inicia o processo de sedimentação no Alto do Baixo rio Paraíba; processo de acumulação de sedimentos oriundos dos períodos em que esse rio sofria processos de inundação a partir de chuvas mais abundantes e concentradas a montante. No entanto, após a construção da barragem de Acauã (ver foto 7 e 8) as cheias serão efetivamente controladas pelo sistema de barramento, organizando assim o sistema de vazão do rio.

Foto 7 – Barragem a montante do Foto 8 – Barragem a montante Distrito de Jurema do Distrito de Jurema Data: 26/03/2003 Data: 26/03/2003

A bomba de vazão que será instalada no sopé do talude do terraço abandonado retirará água do terraço de inundação e não do rio Paraíba, ficando essa bomba afastada da área alagada 24,50m e, 57,00m, do leito do rio. Nesse terraço de inundação foi feita uma tradagem verificando-se a presença, logo abaixo dos solos hidromórficos, de rocha dura a menos de um metro de profundidade (rever perfil esquemático – Diagrama 3 ).

30

4.2 MEIO ANTRÓPICO 4.2.1 População e Infra-Estrutura do Entorno do Empreendimento

O empreendimento será abastecido pelas águas do rio Paraíba, mesmo assim sua

relação com a Comunidade Social do Distrito de Jurema que fica à margem esquerda do rio Paraíba, não será afetada diretamente, pois a retirada da água será a jusante da Comunidade. A propriedade que abrigará o empreendimento tem uma configuração geométrica retangular, porém é uma poligonal estreita e comprida, adentrando para o interior da sub-bacia hidrográfica do rio Poço Verde (rio Surrão), ou seja, afastando-se do rio Paraíba em sua vertente esquerda e a propriedade está estabelecida sobre um relevo cujo modelado é suave com vegetação nativa densa existente na área destinada à reserva legal (rever o Diagrama 2, ver foto 9 e a Planta do lugar no Anexo 2), e no restante da propriedade, como ocorre também nas áreas vizinhas, a ocupação humana é altamente presente, por isso a paisagem está bastante antropizada (ver foto 10).

Foto 9 – Vista parcial da Reserva Legal Foto 10 – Paisagem rural profundamente dentro da propriedade – Foto feita a partir antropizada – criação extensiva de ovinos da área vizinha Data:21/03/2003 Data:21/03/2003

A propriedade corta um riacho que contém um barramento no seu fluxo cuja

finalidade é de contenção da água, porém, como esse riacho é intermitente e segundo informações locais a muito não consegue encher o pequeno açude (ver foto 11).

31

Foto 11 – Barramento com açude vazio no riacho que corta a propriedade Data: 21/03/2003

O distrito de Jurema local sede em que se encontra a propriedade que estabelecerá

o empreendimento é uma Comunidade que conta com oitenta e quatro (84) residências; um (1) grupo escolar; duas (2) igrejas; um (1) posto telefônico; um (1) dessalinizador de água; uma (1) caixa d’água comunitária e um (1) posto de saúde. Esses são equipamentos que permitem um mínimo de urbanização seguido por vias de comunicação viária ligando o distrito com a sede do município de Itatuba (10 km); outra via que liga o distrito com a sede do município de Ingá (20 km), e outra ligação com a rodovia estadual PB 082, via essa que liga as cidades de Salgado de São Félix e Itabaiana assim como a barragem de Acauã.

Não foi feito um censo na Comunidade, porém, por amostragem, inferiu-se o

tamanho efetivo da população abrigada na Vila sede do Distrito de Jurema, a coleta de dados se deu em algumas residências cujas pessoas atenderam e responderam ao questionamento demonstrando assim o número de pessoas residentes, nesse caso foi de novo feita uma inferência demonstrativa que indicou que cada residência possui em média cinco pessoas, considera-se então que a população daquele povoado conta aproximadamente com 420 pessoas (dentre crianças, adultos e velhos).

O volume de equipamentos que dão suporte ao Distrito de Jurema está

diretamente ligado à importância da própria cidade de Itatuba, pois, segundo alguns dos dados referentes ao município disponibilizados pelo IDEME (ver Quadro 5), permitem o destaque sobre algumas situações que permitem interpretações sócio-econômicas bem apuradas.

32

QUADRO 5 – Sinopse estatística referente à População, receitas e energia elétrica

Distribuição da população do município de Itatuba População residente por contagem, estimativa, sexo, situação do domicílio 1996 -2000 POPULAÇÃO RESIDENTE

Contagem Estimativa

População residente em 01.08.2000 (Dados preliminares)

1996 1997 1998 1999 Total Homens Mulher

es Total Urbana Rural 9.417 9.461 9.497 9.534 9.383 4.611 4.772 9.383 4.989 4.394

Finanças Públicas do município de Itatuba Demonstrativo das receitas e despesas orçamentárias do ano de 1999

Município Receita orçamentária Despesa orçamentária Itatuba 2.928.889,36 3.164.486,36

Finanças Públicas Distribuição anual do FUNDEF no município de Itatuba em 1998 e 1999

Valor da Distribuição em (R$) Municípios 1998 1999

Itatuba 319.191,00 657.365,00

Energia Elétrica - SAELPA Número de consumidores por classe, em 1999

NÚMERO DE CONSUMIDORES

Município Total Residencial Industrial Comercial Rural Poder público

Iluminação pública

Serviço público Outros

Itatuba 2.492 2.222 4 84 83 96 1 2 - Fonte: IDEME 2000

Conforme os dados demográficos, podemos ver com nitidez que o efetivo masculino no município de Itatuba é inferior ao feminino cuja diferença é de 161 mulheres a mais que os homens; no mesmo intervalo de tempo entre 1996 e 1999 o crescimento populacional não foi significativo (mesmo em se tratando de estimativa), pois o crescimento foi de 117 pessoas, porém um outro dado importante é que a população urbana (4989 pessoas) supera a rural com 4394 pessoas, cuja diferença é de 595 pessoas, não é muito significativa considerando que a cidade é de apoio à vida rural.

A distribuição da energia elétrica é predominantemente residencial e urbana,

realidade que atinge apenas 3% das residências rurais (ver Gráfico 5) incluindo o Distrito de Jurema (ver foto 12).

33

Itatuba

90%

0%3% 3% 4% 0%0% Residen.Indust.ComercialRuralPod. Pub.Ilumin.PubServ. Publi

Gráfico 5 – Distribuição da energia elétrica no município de Itatuba Fonte: Anuário IDEME

Foto 12 – Residência abastecida com energia elétrica Distrito de Jurema – Data 21/03/2003

34

Os valores referentes à distribuição e conseqüentemente ao consumo da energia

elétrica tornam-se indicativos do sistema produtivo local, denotando que mesmo com baixo consumo energético, referente ao sistema produtivo, há um esforço de crescimento na arrecadação do ICMS, assim como Arrecadação Tributária do município conforme mostram os quadros 6 e 7 e suas representações visuais nos gráficos 6 e 7. QUADRO 6 – Arrecadação do ICMS em Itatuba

FINANÇAS PÚBLICAS ARRECADAÇÃO DO ICMS, SEGUNDO OS MUNICÍPIOS 1995/98

Valor (R$ 1,00) Discriminação 1995 1996 1997 1998

Itatuba 28.779,99 42.221,24 44.625,02 69.103,47 Fonte IDEME 2000

0,00

10.000,00

20.000,00

30.000,00

40.000,00

50.000,00

60.000,00

70.000,00

80.000,00

1995 1996 1997 1998

Seqüência1

Gráfico 6 – Curva ascendente no quesito arrecadação de ICMS

35

QUADRO 7 – RECEITA TRIBUTÁRIA

0

16.848,00

28717,52

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

Itatuba 1995 1996 1997

Gráfico 7 – Curva ascendente referente à arrecadação tributária do município de Itatuba

4.2.2 Estrutura Fundiária e Economia do entorno do empreendimento

A ocupação da área rural municipal é constituída predominantemente de propriedades com menos de 25ha, sendo 23% das propriedades nas classes de 1 a 5ha; 22% de 10 a 25ha; 19% na classe de 5 a 10ha, apenas nessas três classes estão concentradas 63% das propriedades rurais no município de Itatuba conforme mostra o Quadro 8 e o Gráfico 8.

RECEITA TRIBUTÁRIA ARRECADADA 1995/97 Discriminação 1995 1996 1997 Itatuba 10.384,78 16.848,00 28.717,52

Fonte: IDEME 2000

36

QUADRO 8 Demonstrativo da divisão das propriedades rurais no município de Itatuba

Terras Exploradas Terras Não Exploradas

Classes de Áreas (ha)

Total de

imóveis Área

total (ha)

Total dos

imóveis Área

total (ha)

Total dos

imóveis Área Total

menos de 1 4 1,6 2 0,8 3 0,89 1 a 5 52 136 52 123,8 14 9,9 5 a 10 44 315,8 44 276,1 22 30,9 10 a 25 51 807,9 50 666,1 26 122,4 25 a 50 30 1072,7 30 957,2 14 80,8 50 a 100 18 1256,1 18 1196,5 10 39 100 a 200 15 1963,4 15 1789,4 5 20 200 a 500 14 4329,2 14 3931,8 4 52 500 a 1000 3 2045,7 3 1921,4 - - Total geral 231 11928,4 228 10863,1 98 355,89

Fonte: www.incra.gov.br/

0%2%23%

19%22%

13%

8%6% 6% 1%

Classes de Áreas (ha)menos de 11 a 55 a 1010 a 2525 a 5050 a 100100 a 200200 a 500500 a 1000

Gráfico 8 – Representação gráfica da divisão das propriedades rurais em Itatuba

37

Conforme foi observado no gráfico anterior, a distribuição das propriedades

encontram-se divididas em áreas de pequeno tamanho, porém estas áreas estão ocupadas ou por pastagens e por culturas agrícolas, conforme mostra o quadro 9 e o gráfico 9, dados extraídos das tabelas do INCRA. QUADRO 9 – Áreas ocupadas ou por pastagens ou por culturas

Cultura Pastagem

Classes de Áreas (ha)

Total de

imóveis

Área total (ha)

Área explorad

a

Total dos

imóveis

Área total (ha)

Total dos imóveis

área total (ha)

menos de 1 2 1 0,8 0 0 2 1 1 a 5 52 136 123,8 37 100,9 44 122 5 a 10 44 315,8 276,1 39 279 41 292,9 10 a 25 50 792,4 666,1 41 653,3 47 742,9 25 a 50 30 1072,7 957,2 25 883,7 30 1072,7 50 a 100 18 1256,1 1196,5 13 919,6 18 1256,1 100 a 200 15 1963,4 1789,4 12 1512,8 14 1817,4 200 a 500 14 4329,2 3931,8 9 2746,4 14 4329,2 500 a 1000 3 2045,7 1921,4 1 524,3 3 2045,7 Total geral 228 11912,3 10863 177 7620 213 11679,9

Fonte: www.incra.gov.br/

45%

55%

CulturaPastagens

Gráfico 9 – Demonstração de como estão ocupadas as terras no município de Itatuba

38

Quanto ao tipo de exploração das áreas ocupadas as propriedades rurais dedicam-

se a três grandes categorias de produção rural: Granjeira e/ou agrícola, reflorestada com essências nativas e, por extração vegetal, conforme estão demonstradas no quadro 10 e representadas nos gráficos 10.1 e 10.2, o gráfico e 10.3, também referente à tipologia de ocupação das explorações no meio rural do município em tela, que procura realçar em termos de volume a maior dedicação relativa à vocação dos proprietários rurais locais. QUADRO 10 – Tipologia de exploração rural para o município de Itatuba

Granjeira e/ou

Agrícola Reflorestada com essências nativas

Extração

vegetal

Classes de Áreas (ha)

Total de imóveis

Área total (ha) Imóveis

Área total (ha) Imóveis

Área total (ha)

menos de 1 0 0 0 0 0 0 1 a 5 9 21,7 0 0 1 3 5 a 10 12 90 0 0 0 0 10 a 25 17 286,4 0 0 1 20,5 25 a 50 12 421,8 1 33,7 0 0 50 a 100 7 464,6 1 53 0 0 100 a 200 2 3 1 100 1 146 200 a 500 3 757,3 3 809,1 0 0 500 a 1000 0 0 1 875 0 0 Total geral 62 2347,2 7 1871 3 169,5 Fonte: www.incra.gov.br/

86%

10% 4% Granjeira e/ou Agrícola

Reflorestada comessências nativasExtração vegetal

Gráfico 10.1 – Percentual referente à distribuição das tipologias produtivas no município de Itatuba

39

2347,21870,8

169,5 Granjeira e/ou Agrícola

Reflorestada comessências nativasExtração vegetal

Gráfico 10.2 – Dimensão das áreas referentes à distribuição das tipologias produtivas no município de Itatuba

010203040506070

Granjeira e/ouAgrícola

Reflorestada comessências nativas

Extração vegetal

Distribuição da ocupação rural nos domínios do município de Itatuba

Gráfico 10.3 – Realce em termos de volume sobre a maior dedicação relativa à vocação dos proprietários rurais locais.

4.3 – MEIO BIÓTICO

A avaliação dos impactos ambientais sobre o meio biológico prescinde do estudo minucioso dos componentes florísticos e faunísticos existentes na Reserva Legal, nas Áreas de Preservação Permanente e na área destinada ao cultivo, considerando o disposto na Lei 4.771/65, nas Resoluções 01/86, 237/97, 303/02, 312/02 do CONAMA e na Medida Provisória 2.166-65/01.

Os parâmetros sobre o meio biológico resultaram de visitas técnicas a propriedade

nos dias 14 a 22 de março de 2003, quando foram observados e identificados os representantes da flora e da fauna mais ocorrentes no ambiente, compondo o ecossistema suporte para a atividade proposta. O estudo teve por base as consultas a bibliografia técnica específica, as observações in loco e as informações fornecidas pelos moradores da localidade.

40

A Fazenda Esperança, que abrigará o empreendimento, compreende uma área total de 23,18 ha, dos quais: 2,23 ha (9,62%) serão utilizadas para a edificação dos viveiros; 0,74 ha (3,13%) para lagoa de sedimentação; 4,64 ha (20,02%) para a Reserva Legal; 3,26 ha (14,06%) para Área de Preservação Permanente.

Inferindo os parâmetros das análises do solo e do clima, considerando a vegetação

como um dos elementos indicadores e a literatura específica, é possível afirmar que o solo da propriedade serviu de sustentação para uma floresta caducifólia e caatinga hipoxerófila, tendo por testemunho a presença de alguns indivíduos como o faxeiro ou facheiro – Cereus sp., da família das Cactáceas e o ingá – Inga sp., da família das Leguminosas Mimosóideas (fig. 5 e 6).

O estudo do ecossistema suporte ao empreendimento visa estabelecer os níveis de

estabilidade indispensáveis à compatibilização da atividade proposta com os interesses ecológicos.

4.3.1 – Área destinada ao cultivo Os viveiros serão edificados em uma área da propriedade (2,23 ha) onde é visível

o efeito da ação antrópica, devido a prática da agricultura de subsistência durante alguns anos.

As informações prestadas pelos moradores da localidade dão conta da

preexistência do plantio de tomate –Lycopersicum esculentus Mill., repolho – Brassica oleracea Linn., pimenta – Piper sp., feijão – Phasseolus sp., algodão – Hibiscus sp., dentre outros não especificados.

A área a ser cultivada apresenta o solo recoberto principalmente por estrato

herbáceo, ocorrendo raros indivíduos arbustivos e arbóreos (fotos 3, 4, 10, 11 e 12) e pontos desprovidos de cobertura vegetal. O estrato herbáceo apresenta-se constituído por muitos indivíduos da mesma espécie, predominando: capim roça ou pé de galinha – Echinochloa sp., e outras gramíneas não identificadas e chanana – Turnera ulmifolia Linn., família Turneraceae.

São raros os componentes arbustivos presentes: cardeiro – Cereus sp., palma –

Opuntia sp., ambas da família Cactaceae; mussambé – Cleome sp., família Caparidaceae; pinhão – Jatropha sp., família Euphorbiaceae.

Os raros representantes arbóreos são: algaroba – Prosopis sp., da família das

Leguminosas Mimosóideas; juá – Zzyphus Joazeiro Mart., da família das Ranáceas.

4.3.2 – Área de Preservação Permanente É considerada Área de Preservação Permanente as florestas e demais formas de

vegetação natural situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal, cuja largura mínima dependerá da largura do leito considerado (Lei 4.771/65, Art. 2º, letras a e b).

A área de preservação permanente dentro dos limites da propriedade representa

14,06% da área total e será demarcada com 30m de largura nas margens do Rio Poço

41

Verde, denominação local, Rio Surrão, assim denominado na Carta da SUDENE, nas margens do Riacho intermitente (foto 12), que apresenta-se sem vegetação ciliar e margeando o escoamento superficial temporário, localizado após o último viveiro projetado, no sentido Leste/Oeste (vide diagrama 2).

Na área acima citada a mata ciliar foi parcialmente desmatada, privando o rio de

um ecossistema cuja função ambiental vai desde a proteção dos corpos d´água contra os fatores promotores de degradação a produção de alimento para a manutenção da fauna local, inclusive servindo-lhe de abrigo. Embora a empreendedora não tenha realizado tal desmatamento, a mesma, promoverá a recomposição da mata ciliar com plantas arbóreas nativas e exóticas cultivadas, existentes no entorno do empreendimento, considerando as orientações contidas no PRAD, com reflexos positivos para a natureza e para os moradores da localidade.

Nas margens do Rio Surrão, verificou-se a presença de espécies vegetais

predominantemente herbáceas e poucas arbustivas, revestindo o solo, constituindo formações iniciais na dinâmica de sucessão vegetal ciliar do processo de recuperação natural da área que foi degradada, favorecendo a interação que decorre, principalmente, do papel desempenhado pelas raízes na estabilização das suas margens.

Foram identificadas, na área em estudo, algumas espécies vegetais herbáceas

representadas por numerosos indivíduos. Serão citadas as predominantes: capim grama – Oxonopus compressus Beauv., da família das Gramíneas; cajadinho – Froelichia lanata Moq., da família das Amarantáceas; chanana - Turnera ulmifolia Linn., da família das turneráceas; cardeiro - Cereus sp., maracá de cobra – Cereus sp., e facheiro – Cereus sp., da família das Cactáceas.

Quanto a vegetação arbustiva identificada na área, encontra-se representada por

poucas espécies e por poucos indivíduos de cada espécie onde predominam: cardeiro – Cereus sp., palma – Opuntia sp., e xiquexique – Pilosocereus gounellei Byl. Et Rowl., da família das Cactáeas; mussambé – Cleome sp., da família das Caparidáceas; pinhão- Jatropha sp., da família das Euforbiáceas.

Os representantes arbóreos identificados de ocorrência predominante, foram:

algaroba – Ceratonia sp., das família da Caesalpíneas Mimosóideas; facheiro ou faxeiro – Cereus sp., da família das Cactáceas; juazeiro - Zizyphus Joazeiro Mat., da família das Ranáceas; jurema preta – Mimosa acutistipula Benth., e jurema caboclo – Mimosa sp., da família das Leguminosas Mimosóideas.

Embora o Rio Paraíba localize-se fora dos limites da Fazenda Esperança, alguns

parâmetros foram levantados a partir de amostras colhidas no ponto de captação da água para abastecimento dos viveiros, no caudal do terraço fluvial inundado e no terraço fluvial abandonado. A partir do talude do terraço fluvial abandonado, na margem esquerda do Rio Paraíba, sentido montante/jusante, verificou-se um ambiente rochoso com presença de plantas predominantemente arbustivas e arbóreas como: algaroba, facheiro e juazeiro, cujos gêneros e famílias já foram citados no parágrafo anterior. Dentro do terraço fluvial abandonado registrou-se a ocorrência de algumas plantas herbáceas típicas desse ambiente: capim grama – Axonopus sp., da família das Gramíneas; junco – Cyperus sp., da família das Ciperáceas; bredinho de praia – Iresine portulacoides Moq., da família das Amarantáceas.

42

Na superfície da água do rio, constatou-se a ocorrência abundante de aguapé da flor roxa – Eichhornia azurea Kunth., da família das Pontederiáceas.

A análise hidrobiológica de amostras da água colhidas no ponto de captação,

constata a presença das famílias Bacillariophyceae, Euglenophyceae, Chlorophyceae e Cyanophyceae, constituindo o fitoplâncton. De acordo com os dados da análise quantitativa e os parâmetros de referência da Resolução 20/86 do CONAMA, a água apresentou condições apropriadas para o cultivo com 8.541 indivíduos/ml, e predominância das Clorofíceas e Bacilariófitas (vide análise de fitoplâncton em anexo).

4.3.3 – Reserva Legal “A Reserva Legal é uma área localizada no interior da propriedade, excetuada a

área de preservação permanente necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos da biodiversidade e ao abrigo de fauna e flora nativas, com a função ambiental de preservar os recursos, a paisagem , a estabilidade geológica, o fluxo gênico da fauna e da flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar da população humana” (MP 2.166-65/01).

Na propriedade sede do empreendimento, 20% (vinte por cento) da sua área total

constitui a Reserva Legal que será averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente de acordo com o Art. 16 da MP 2.166-65/01.

Verificou-se na área destinada a Reserva Legal uma formação florestal com

presença significativa de vegetação arbórea, densa, com algumas pequenas clareiras apresentando o solo recoberto por estrato herbáceo e às vezes totalmente desprovido de cobertura vegetal (fig. 9, fotos 3, 4, 13 e 14, diagrama 2). Por amostragem aleatória material foi coletado para a identificação da flora, considerando as espécies arbóreas e arbustivas mais ocorrentes.

As espécies arbóreas mais representativas identificadas nessa área de estudo são:

aroeira – Schinus terebinthifolius Raddi., família das Anacardiáceas; barauna – Melanoxylon brauna Schott., família das Leguminosas Caesalpiniáceas; burra leiteira- Himatanthus phagedaeenicus família das Apocinácas; catingueira - Caesalpinia pyramidalis Tull., família das Leguminosas Cesalpinóideas; imburana – Bursera leptophloeos Engl., família das Burseráceas; facheiro – Cereus sp., família das Cactácas; juazeiro – Zizyphus Joazeiro Mat., família das Ranáceas; jurema preta – Mimosa acutistipula Benth., família das Leguminosas Mimosóideas; jurema caboclo – Mimosa sp., família das Leguminosas Caesalpineas; mari ou umari – Geoffraea spinosa Jacq., família das Leguminosas Papilionóideas; papo de peru – Aristolochia sp., família Aristoloquiáceas; quixaba – Bumelia sertorum Mart., família das Sapotáceas; umbu – Aristolochia sp., família das Aristoloquiáceas; presença significativa de uma árvore conhecida pela população local por jucuri, gênero e espécie não identificados.

Os principais representantes da vegetação arbustiva encontrados nessa área de

estudo, são: cardeiro – Cereus sp., família das Cactáceas; marmeleiro – Croton hemyargyreus Muell., família das Euforbiáceas, encontrada em formação densa ao Oeste; mata pasto – Cassia sericea Swartz., família das Leguminosas Caesalpinóideas; mororó – Bauhinia forficata Link., família das Leguminosas Caesalpinóideas, formação densa ao Leste; mussambé – Cleome sp., família das Caparidáceas; palma – Opuntia sp., família das Cactáceas; pinhão – Jatropha sp., família das Euforbiáceas.

43

4.3.4 – FAUNA

4.3.4.1 - Aves

Para identificação da fauna da área da propriedade e do seu entorno considerado área de influência do empreendimento, considerou-se a literatura técnica específica, a observação in situ e a citação de alguns moradores da localidade.

As aves são os componentes da fauna integrante da cadeia trófica do ecossistema

alvo, mais significativos com poucos indivíduos, muitas espécies representadas: anum preto – Crotophaga ani; bacurau – Chordeiles sp., bem-te-vi - Pitangus sulphuratus ; beija flor – Chlorestes notatus; concris – Icterus icterus; dormioco – Nycticorax nycticirax hoactli; galo de campina – Paroaria dominicano; graúna - Gnorimopsar chopi; maracanã – Aratinga leucophthalmus; papa capim – Sporophilla collaris; sanhaçu - Thaupis sp.; gavião – Falco sp.; lavandeira - Fluvicola sp.; papa sebo – Dromococcyx phasianellus; pintassilgo – Spinus ictericus; rolinha – Columbina sp.; roxinol – Trogodytes aedon; sabiá – Mimus sp.; socó – Trigisoma lineatum; tetéo – Vanellus chilensis; tiziu – Volatina jacarina; as aves denominada popularmente de dormioco, gênero e espécies não identificadas.

4.3.4.2 – Répteis

Os moradores locais informaram sobre a existência de algumas espécies de répteis

ocorrentes na área estudada, dos quais os mais freqüentes são: cágado - gênero não identificado de quelônio terrestre; calango – Tropidurus sp., cascavel - Crotalus durissus; coral – Micrurus coralinus; corre campo – Temodon dorsatus; jararaca – Bothrops jararaca; lagarto – Iguana iguana; salamanta – Epicrates sp.; surucucu – Lachesis mula; tejuaçu – Tupinambis teguixim.

4.3.4.3 – Mamíferos

Foram citados alguns mamíferos de ocorrência predominante na área: gato do

mato – Felis wiedii; preá – Cavea aparca; raposa – Vulpes vulpes; tatu – Priodontes sp.; timbú – Didelphis sp.

4.3.4.4 – Fauna do ambiente aquático

Entre as espécies da fauna existentes nas águas do Rio Paraíba, segundo as

informações emitidas por alguns pescadores e moradores locais, os peixes mais encontrados são: Tilapia, Traíra, Piaba e outros; quanto aos crustáceos, destacam-se o camarão – Penaeus sp., siri – Collinectes sp. e alguns moluscos não identificados.

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5. DESCRIÇÃO DO PROJETO

5.1. ESPÉCIE A SER CULTIVADA

A compatibilidade com o meio ambiente e a disponiblidade de pós-larvas são as

razões mais importantes para a escolha de uma espécie a ser cultivada (Lee,1992). A espécie Litopenaeus vannamei, escolhida para o cultivo tem ocorrência natural

no Pacífico Central Oriental, foi transplantada para diversos países, representando 16% das espécies cultivadas com sucesso (Lee, 1998).

Quanto a taxonomia os camarões escolhidos para o cultivo pertencem ao Filo –

Crustacea, Ordem – Decapoda, Sub-ordem – Natantia, Família – Macrobrachium, Gênero – Penaeus, Espécie – vannamei.

Para melhor compreensão vide as figuras A e B, onde constam os aspectos morfológicos dos camarões Penaeidos.

As pós-larvas do camarão a ser cultivado (crescimento e engorda) serão

adquiridas em laboratório comprovadamente registrado no Ministério da Agricultura, devidamente registrado no conselho de fiscalização profissional pertinente, para garantia da procedência e da qualidade da espécie.

5.2 – METODOLOGIA DO PROCESSO

5.2.1 – Preparação da área de cultivo

Na área destinada aos viveiros (2.23 ha) será efetuada a limpeza com a retirada da

cobertura vegetal após a autorização de desmate e limpeza concedida pelo IBAMA. Será procedida a escavação com escavadeira mecânica para a construção de 03

(três) viveiros com as dimensões: 0,98 ha, 0,81 ha, 0,44 ha (ver projeto técnico especifico). Os taludes serão edificados utilizando o material resultante da escavação, inclusive de um barramento já existente na propriedade (fig. 8) que será aprofundado para a edificação da lagoa de sedimentação (0,71 ha) que receberá o efluente final dos viveiros, um por vez, a cada despesca, cuja água poderá ser reaproveitada.

Será construído um tanque berçário com capacidade para 25 metros cúbicos de volume, ou 780.500 pós-larvas/tanques, em alvenaria com formato circular e declive para drenagem central, garantindo um melhor fluxo da água e a limpeza de alimentos não consumidos e dejetos.

As comporta de abastecimento e de drenagem serão providas de telas finas para impedir a presença de predadores nos viveiros, que poderão interferir negativamente na produtividade ou oportunizar o acesso dos camarões ao corpo d’ água receptor, podendo provocar acidente ecológico, por tratar-se de uma espécie exótica.

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Figura A – ANATOMIA GERAL DE UM PENAEIDO: (A) vista lateral; (B) vista dorsal; (C) vista dorsal da fêmea com esquema ovariano;(D) vista ventral para mostrar estrutura copuladora em machos e fêmeas (Lee, 1997).

46

Figura B – CICLO VITAL GENERALIZADO DOS PENAEIDOS: (A) ovo – 24 horas; (B) nauplio – 2/3 dias; (C) protozoea – a partir de 3/4 dias; (D) juvenil; (E) adulto-130/300 dias (Lee, 1997).

A água para o abastecimento do cultivo será captada do caudal do Rio Paraíba, (coordenada geográfica do ponto de captação: Norte- 9.180.674,7604; Leste – 0219.331,7081), no terraço fluvial inundado na margem esquerda, montante/jusante (vide croquis 1, foto 6), onde será escavado um canal que conduzirá a água até a estação de bombeamento, constituída por um conjunto de motor-bomba, composto de motor trifásico de 60 cv, acoplado por luva elástica e bomba INAPI, modelo IN 150-125-40, com capacidade para bombear 300 metros cúbico por hora e Hmt 35 M.C.ª, com vazão de 83,33 litros por segundo, que permitirá uma renovação diária de 10% do volume armazenado no período de 10 horas (vide projeto técnico específico).

A partir da estação de bombeamento será construída uma rede de abastecimento

com 600 m de extensão, com tubos PVC DE 10”x 6 m PN – 60, que conduzirá a água até os viveiros. A distribuição da água até os viveiros ocorrerá através de uma caixa de distribuição com filtro de areia, cascalho e tela fina para evitar a presença de possíveis predadores.

5.2.2 – Infra-estrutura

Uma área de 0,50 ha será destinada a construção de obras civis, para apoio

administrativo ao empreendimento, dotada de dormitórios, cozinha, sanitários, que distará no mínimo 100m dos viveiros, almoxarifado, galpão para embalagem do camarão pós despesca.

47

A propriedade sede do empreendimento está localizada em uma área que dispõe de energia elétrica fornecida pela SAELPA (vide fig, 13).

Quanto a jazida para o aterro, será utilizado o material do próprio local da obra,

resultante da escavação dos viveiros e nivelamento do terreno. O transporte dos insumos e para o escoamento da produção será efetuado através

das rodovias 230, sentido João Pessoa/Campina Grande, PB-054, Itabaiana, PB-082, Salgado de São Félix ou PB-408 Ingá e PB-090, Itatuba. A Fazenda Esperança, dista 100 Km do Aeroporto Castro Pinto no Município de João Pessoa, que constitui uma via de acesso para os principais centros consumidores do país.

5.2.3 – Substâncias adicionadas à água

As substâncias adicionadas a água durante o processo de cultivo são: as

necessárias para a correção do pH- calcário, cal hidratada em dosagens que variam entre 200 a 2000Kg/ha/ciclo, visando obter os níveis recomendados para o cultivo, entre 7,0 e 7.8 ; após a secagem dos viveiros por 8 dias será adicionada uréia em quantidade de 40 a 50 Kg/ha; superfosfato triplo dosagem de 10 a 20 Kg/ha; esterco de aves na quantidade de 30 a 70 Kg/h; para desinfecção pós despesca é utilizado hipoclorito de cálcio e cal virgem hidratada na dosagem de 500 a 2.000 Kg/ha.

5.2.4 – Processo produtivo

5.2.4.1 – Fluxograma de produção

Para iniciar o processo os viveiros serão submetidos ao trabalho de drenagem dos

solos, correção do pH através do uso de calcário e cal hidratado em dosagens que variam entre 200 a 2000 kg/ha/ciclo para obter níveis de pH entre 7,0 a 7,8, considerados adequados para o cultivo

Os viveiros permanecerão secos, durante 8 dias, em seguida, procede-se a

colocação de 40 – 50 kg/ha de uréia, superfosfato triplo na dosagem de 10 – 20 kg/ha, e esterco de aves na quantidade de 50 a 100 kg/ha). Os fertilizantes citados são utilizados para permitir o desenvolvimento de fitoplâncton, base inicial da cadeia alimentar dentro dos viveiros, que irão permitir posteriormente o desenvolvimento do zooplâncton, fito e zoobentos, organismos que participarão da dieta natural dos camarões.

Após fertilizados os viveiros serão abastecidos com uma lâmina de água média de

50cm, e permanecerão neste nível por 3 a 5 dias, até verificar-se a ocorrência do “bloom” de fitoplâncton. O alimento natural constitui 30% a 40% do consumo nutricional dos camarões a serem cultivados. As rações artificiais representam um complemento da alimentação natural, no cultivo semi-intensivo. Os programas de fertilização são muito importantes para o processo produtivo, porque implementam o crescimento dos camarões cultivados.

Os viveiros passarão por um período de secagem, após cada ciclo de produção,

quando os solos dos leitos ficarão expostos à luz solar, para desinfecção e redução dos metabólitos tóxicos ou patogênicos que podem ser transmitidos aos cultivos posteriores. A desinfecção visa, também, a eliminação de ovos e larvas de potenciais predadores existentes. Para a desinfecção química, devem utilizar hipoclorito de cálcio e cal virgem ou hidratada, em aplicação de 500 a 2.000 kg/ha.

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Para correção do pH, será utilizado carbonato de cálcio ou carbonato de magnésio

(calcário dolomítrico). Quando os valores do pH estiverem inferiores a 6.0, utilizar dosagem de calcário superior a 2.000 kg/ha. Quando o pH do solo apresentar valores entre 6,0 e 7,0 aplicar de 1.000 a 1.500 kg/ha de calcário, para a correção necessária.

5.2.4.2 - Seleção da espécie a ser cultivada

O fluxo produtivo de um cultivo de camarão marinho em cativeiro depende da

seleção de espécies que sejam adequadas as condições ambientais do projeto proposto. Entre as espécies mais utilizadas estão: Penaeus schimitti, Penaeus subtilis e Penaeus vannamei, que atingem o tamanho comercial (10 a 14 gramas) entre 90 e 120 dias de cultivo.

Foi escolhida a espécie Litopenaeus vannamei por apresentar melhores resultados

nos cultivos já existentes devido, principalmente, a sua capacidade de suportar a variação da salinidade da água o que o habilitou a adaptação das pós-larvas para o cultivo em água doce, utilizando o sistema semi-intensivo.

5.2.4.3 – Estocagem de pós-larvas

Após a edificação dos viveiros e as correções necessárias ao cultivo, serão

adquiridas pós-larvas em laboratório legalmente autorizado para a sua produção e serão transportadas a partir do tamanho PL10 em sacos plásticos providos de água e oxigênio. Pós-adaptação das condições ambientais aos parâmetros compatíveis ao índice de produtividade desejável, as pós-larvas serão imediatamente estocadas nos tanques berçários em densidades de 40 larvas/litro, onde permanecerão de 15 a 20 dias, quando serão alimentadas com mariscos, biomassa de artêmia e ração balanceada com 35 a 50% de nível de proteína.

Proceder o monitoramento dos parâmetros físicos, químicos e hidrobiológicos,

para garantir uma boa produtividade com qualidade competitiva para o mercado consumidor.

Os camarões devem ser transferidos para os viveiros de engorda, após 15 a 20 dias

de cultivo nos berçários, através da drenagem dos tanques e captura dos exemplares com puçá de malha de 500 micra.

5.2. 4.4 – Crescimento e Engorda

O povoamento dos viveiros ocorrerá após os tratamentos necessários citados

acima, quando receberão as larvas, para crescimento e engorda, que serão alimentadas e monitoradas dentro das recomendações técnicas, visando a sua comercialização após um ciclo de 90 a 120 dias.

5.3 – CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE É previsto que o cultivo terá um efluente final de 3.000 metros cúbicos por ciclo,

3 vezes ao ano, a ser acumulado em uma lagoa de sedimentação, que após um período de aproximadamente 24 horas de retenção, poderá ser reaproveitado para o reabastecimento dos viveiros ou para irrigação de cultivos existentes na fazenda. Quanto aos demais

49

parâmetros, sua obtenção só será possível após o processo de operação do empreendimento, os mesmos serão monitorados para que sejam mantidos de acordo com os parâmetros de referência exigidos pela legislação específica vigente.

5.4. – CARACTERIZAÇÃO DO CORPO RECEPTOR

Considerando que o efluente final dos viveiros a cada despesca será encaminhado

a lagoa de sedimentação para o reaproveitamento da água no reabastecimento dos referidos viveiros e irrigação de outras culturas da fazenda, o Rio Paraíba não será utilizado como corpo receptor do efluente final do empreendimento. A vazão média do rio no local é de 0,49 metros cúbicos por segundo. Os parâmetros das condições físicas, químicas e hidrobiológicas da água no ponto de captação constam nos laudos técnicos específicos em anexo e atendem ao referencial da Resolução 01/86 do CONAMA.

5.5– CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Os resíduos sólidos constituem grande desafio para os gerenciadores públicos. A

implementação da aqüicultura nos últimos anos, constitui mais uma fonte geradora de resíduos sólidos que necessitam de um tratamento que esteja de acordo com a sua qualidade, considerando a sua localização nas proximidades de um ecossistema aquático e a legislação pertinente.

O empreendimento produzirá em média, conforme previsão, 2.000 Kg/mês, que

serão acumulados diariamente em tambores com capacidade para 100 Kg, revestidos por sacos de lixo. Os referidos tambores, ao encher, serão fechados e transportados diariamente em veículo apropriado cujo destino final será o depósito utilizado pelo Distrito de Jurema ou pela Prefeitura Municipal de Itatuba .

50

6. IMPACTOS AMBIENTAIS 6.1 – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

“Considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,

químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam: I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II – as atividades sociais e econômicas; III – à biota; IV – as condições sanitárias e estéticas do meio ambiente; V – a qualidade dos recursos ambientais” (Art. 1o da Resolução 01/86 do CONAMA).

6.2 - METODOLOGIA

Para o estudo dos impactos gerados pela implementação do cultivo proposto na

área a ser utilizada, foram considerados: 1. Identificação dos impactos em todas as fases do projeto e dos componentes físicos ,

biológicos e antrópicos, do local e da sua área de influência direta e indireta; 2. Descrição dos impactos ambientais, possivelmente gerados pelo projeto; 3. Avaliação qualitativa e quantitativa dos impactos ambientais identificados e

previsíveis.

Para a identificação dos impactos sobre o ecossistema suporte em função das ações do empreendimento, utilizou-se o “check list”, constando da lista dos componentes impactantes em todas as fases do projeto, visando subsidiar a avaliação dos impactos.

Em inspeções “in loco”, constatou-se que se trata de um ecossistema de terra

firme, onde é visível os efeitos da ação antrópica. A implantação do cultivo proposto, um empreendimento de pequeno porte, ocasionará poucos impactos ambientais. Os efeitos das ações impactantes serão atenuados pelas restrições, recomendações e medidas mitigadoras constantes do presente documento.

Para cada impacto identificado ou previsto será preenchida uma célula da matriz

que apresentará os principais impactos ambientais benéficos e adversos, decorrentes das fases de instalação e operação do empreendimento.

Foram considerados como atributos fundamentais para a identificação dos

impactos verificados, conforme consta no quadro 1 : caráter - expressa a alteração decorrente da ação do empreendimento sobre o meio ambiente; ordem - determina a relação entre o impacto ambiental efetivado e a sua conseqüência; magnitude - atribui uma valoração gradual para os efeitos das ações sobre os componentes ambientais da área do empreendimento; duração - determina o tempo de permanência do impacto cessada a ação que o gerou .

51

Quadro 11 – Atributos utilizados no “check list” e seus parâmetros de valoração.

ATRIBUTOS Caráter Ordem Magnitude Duração

Parâmetros

B E N É F I C O

A D V E R S O

I N D E F I N I D O

D I R E T A

I N D I R E T A

P E Q U E N A

M É D I A

G R A N D E

C U R T A

M É D I A

L O N G A

Símbolos + - +/- D I P M G c m l ( +/- ) Quando não é possível qualificar e/ou quantificar o impacto. 6.3 – IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Os impactos ambientais identificados e/ou previsíveis na área de influência direta

do empreendimento, constam nos quadros 12 e 13, e foram definidos, considerando as ações decorrentes das fases de implantação e operação do empreendimento e a simbologia de avaliação dos mesmos.

52

Quadro 12 – Prováveis impactos ambientais na área de influência do cultivo a ser implantado (“check list”).

FASE DE INSTALAÇÃO

Atividades do Projeto

Impactos Ambientais Simbologia

Contratação de recursos humanos e treinamento.

- Geração de emprego / renda. - Aproveitamento da mão de obra local. - Redução do êxodo rural. - Preparação técnica de pessoal para o cultivo de camarões.

+D Pl +D Pl + I Pc +DPl

Aquisição de materiais.

- Incrementação do comércio/aumento do ICMS para o Estado e o FPM do Município de Itatuba. - Incentivo ao aumento de produção da indústria de insumos / prestação de serviços.

+ I P l + I P l

Introdução de máquinas e equipamentos.

- Poluição visual e interferência na paisagem local. - Compactação do solo. - Poluição do ar p/gases e poeira. - Poluição sonora (ruído dos motores).

- D P l - D P l - D P c - D P c

Limpeza da área - Descaracterização da paisagem . - Supressão da cobertura vegetal . - Afugentação de alguns espécimes da fauna local.

- DMl - DGl - DPl

Edificação dos viveiros, canais de abastecimento e de drenagem, diques e comportas.

- Descaracterização morfológica do solo (compacta ção p/trator). - Poluição sonora (ruído dos motores). - Poluição do ar – gases resultantes da combustão do óleo diesel dos motores e a poeira produzida pela escavação. - Acidente de trabalho.

-DGl -DPc -DPc - (+/-)

Utilização de mate riais para instalação da obra.

- Geração de resíduos sólidos devido aos restos de materiais utilizados durante os serviços.

-DPc

53

Quadro 13 – Prováveis impactos ambientais na área de influência direta do cultivo a ser implantado (“check list”).

FASE DE OPERAÇÃO

Atividades do Projeto

Impactos Ambientais Simbologia

Contratação de mão de obra local.

-Oportunidade de emprego. -Contribuição para redução do êxodo rural.

+DPl +DPl

Operação de motor bomba.

- Poluição sonora devido ao ruído do motor elétrico. -DPc

Aquisição e utili zação de materiais para a execução do cultivo.

- Incremento da produção da indústria de insumos e outros materiais para o cultivo de camarões. - Geração de resíduos sólidos devido aos restos de materiais (embalagens e outros) resultantes das atividades do projeto.

+ IPc -DPc

Abastecimento dos viveiros.

-Aumento da umidade relativa do ar no local do projeto promovendo a melhoria do micro clima local.

+DPl

Operação do cultivo.

- Aumento do trânsito de veículos motorizados. - Aumento do fluxo antrópico. - Reaparecimento da produção familiar.

-DPc - DPc +DPl

Despesca e comercialização do produto

- Produção de proteínas animal . - Contribuição ao aumento de recursos financeiros para a comunidade local. - Contribuição para a redução da pressão do mercado consumidor sobre os estoques naturais de camarão. - Aumento do fluxo antrópico. Possibilidade de acidente de trabalho.

+DGl + D P c + IPc - IPc - (+/-)

Monitoramento técnico

- Oportunidade de pesquisa para as áreas específicas de algumas instituições de ensino. - Controle de qualidade ambiental.

+Iml +DGl

Regeneração da mata ciliar dos cursos de água

- Produção de frutas para alimentação humana e animal. - Recuperação das áreas degradadas. - Retorno dos espécimes da fauna que migraram durante a fase de instalação.

+ I M l +DMl + I P l

54

6.4 – DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 6.4.1 - Fase de Instalação

O planejamento e a execução da instalação dos viveiros, promoverão a necessidade da contratação de mão de obra especializada ou não, locação de máquinas e aquisição de material. Nessa etapa ocorrem as primeiras intervenções das ações do projeto sobre o ecossistema suporte, que embora já modificado, sofre alguns impactos ambientais, diretos ou indiretos, benéficos ou adversos, tais como: intervenção na paisagem, com a presença das máquinas, supressão da cobertura vegetal, resultante da limpeza da área, nivelamento topográfico do solo, escavação dos viveiros, dos canais de abastecimento e drenagem, diques e comportas, etc. 6.4.1.1 – Recursos humanos

Entre os objetivos do empreendimento, destaca-se a geração de emprego e renda, para o Distrito de Jurema e o Município de Itatuba, contribuindo para diminuir os efeitos de um dos problemas sociais da região de complexa solução para as autoridades locais, que associado ao êxodo rural, tornou-se um desafio para todos. A obsorção da mão de obra local no empreendimento, constitui um dos impactos ambientais positivos, principalmente, de cunho social, por promover geração de renda e a melhoria da qualidade de vida da comunidade local. 6.4.1.2 – Aquisição de material

Esta etapa promoverá impactos ambientais benéficos e diretos, quer seja na compra de material pertinente ao empreendimento, ou na locação de máquinas e equipamentos. Procedimento este, que influenciará no aumento da arrecadação de impostos resultantes do intercambio comercial entre os fornecedores existentes na região ou não. 6.4.1.3 – Máquinas e equipamentos

A introdução de máquinas e equipamentos na área do empreendimento contribuirá para descaracterizar temporariamente a paisagem local, promovendo a poluição visual. Para a edificação dos viveiros serão utilizadas máquinas, que além de compactar o solo emitirão gases resultantes da combustão do óleo diesel, produzirão ruídos, causando impactos de ação direta e adversas de pequena magnitude e média duração. 6.4.1.4 – Limpeza da área

A área destinada ao empreendimento encontra-se sob o visível efeito da ação antrópica, porém incorporada à paisagem local, onde se destaca a cobertura vegetal herbácea, predominada por gramíneas. A supressão desse componente da flora, contribuirá para a geração de impacto ambiental direto, pequeno e longo. Outros impactos serão promovidos: afugentação e migração de alguns representantes de espécimes da fauna local; exposição do solo a erosão; descaracterização da paisagem local; outros indiretos de magnitude e duração indefinidas como os acidentes de trabalho. 6.4.1.5 – Edificação

A escavação do terreno para a edificação dos viveiros, diques, canais de abastecimento e drenagem, uma atividade da engenharia civil, processada com o uso de

55

trator, origina impactos ambientais diretos, negativos, de grande magnitude. Procedimentos estes que contribuirão para a alteração morfológica do solo, para poluição sonora e do ar (gases e poeira), podendo ocasionar alguns acidentes do trabalho. Tais impactos serão minimizados e/ou atenuados com a adoção das medidas mitigadoras propostas no PCA.

6.4.1.6 – Acidente do Trabalho

As ocorrências não esperadas como os acidentes e as doenças do trabalho, podem

atingir o trabalhador em seu ambiente de trabalho, contribuindo para a promoção de impactos ambientais de ação indireta, com magnitude e duração variáveis, (indefinidas). Esses poderão ocasionar transtornos social e econômico para a sociedade.

6.4.2 - Fase de operação

Na fase de operação acontece o processo produtivo propriamente dito, constando:

1. correção dos parâmetros físicos e químicos do solo dos viveiros; 2. em seguida os viveiros serão abastecidos com a água captada do caudal do terraço

inundado do Rio Paraíba (margem esquerda, montante/jusante); 3. será procedido o povoamento dos viveiros com as pós-larvas dos camarões da espécie

Litopenaeus vannamei; 4. atividades diárias de alimentação dos camarões, limpeza do material utilizado,

complementação da água para manutenção do nível do espelho d’água adequado ao cultivo;

5. cuidados na utilização de aeradores; monitoramento até a despesca de cada viveiro, no período de aproximadamente 90 a 120 dias;

6. comercialização dos camarões produzidos.

Em cada etapa do processo de operação do cultivo, serão gerados impactos ambientais, benéficos e adversos de ação direta e indireta, que poderão ser atenuados com a aplicação por parte da empreendedora, das medidas mitigadoras propostas.

Os impactos ambientais benéficos de maior significação são: a melhoria do micro

clima; pequena contribuição para o aumento do volume do lençol freático devido a percolação (embora muito baixa) da água nos viveiros; o retorno de alguns espécimes da fauna anteriormente afugentada; formação de uma nova paisagem e a sua assimilação pela comunidade local.

6.5 – DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Foram identificadas 33 possibilidades de impactos ambientais: 45,5% são

previsíveis para a fase de instalação e 54,5% para a fase de operação (vide quadro 14). Constatou-se que dos impactos ambientais previsíveis 60,6% serão de caráter

benéfico, na sua maioria com efeito social e econômico, e 39,4% serão de caráter adverso, que serão atenuados pelas medidas mitigadoras, pelas restrições e pelas recomendações contidas no PCA/PRAD.

Quanto a magnitude 78,8% surtirão pequeno efeito modificador sobre o ambiente, por tratar-se de um empreendimento de pequeno porte.

Os efeitos de longa duração previsíveis atingem percentuais de 54,5%, dos quais 40,3% são benéficos, com reflexo positivo para a comunidade local e para o ecossistema que serve de suporte para o empreendimento.

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Os atributos foram identificados, qualificados, quantificados e analisados estabelecendo comparações, tendo demonstrado equilíbrio entre os efeitos benéficos e adversos da ação do empreendimento sobre o ecossistema natural local (vide gráfico 11).

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Quadro 14 - Avaliação geral dos impactos do empreendimento e análise dos resultados

Fase de Oper. A T R I B U T O S

Operação Caráter Ordem Magnitude Duração Nº Impactos Ambientais

1 2 3 + - D I P M G +/- C m L +/- 1 Geração de emprego e renda 1 1 2 2 2 1 1

2 Aproveitamento da Mão de obra local 1 1 2 2 2

1 1

3 Redução do êxodo Rural 1 1 2 1 1 2 2

4 Incrementação/comercial/aumento de ICMS p/o Estado e o FPM de Itatuba 1 1 2 2 2

1 1

5 Aumento da comercialização de insumos / prestação de serviço 1 1 2 2 2

1 1

6 Poluição sonora, água, solo e ar 1 1 2 2 2 2 7 Acidente de trabalho 1 1 2 2 2 2 8 Produção de resíduos sólidos 1 1 2 1 1 2 2

9 Alteração do microclima loca c/ o aumento da umidade relativa do ar 1 1 1 1

1

10 Reaparecimento de alguns exemplares da fauna local que migraram ou foram afungentados

1 1 1 1

1

11 Contribuição técnica e oportunidade de pesquisa para IES 1 1 2 2 2

2

12 Produção da proteina animal de qualidade 1 1 1 1

1

13 Redução de pressão pesqueira sobre bancos naturais de camarão 1 1 1 1

1

14 Formação de nova paisagem 1 1 1 1 1

15 Riscos de acidentes ecológicos 1 1 1 1 1

16 Reaparecimento da produção familiar 1 1 2 2 2

2

17 Poluição visual e interferência na paisagem local 1 1 1 1

1

18 Descaracterização da paisagem local 1 1 2 2 2

2

19 Afugentação e migração de alguns espécimes da fauna local 1 1 1 1

1

20 Supressão da coberta vegetal 1 1 1 1

1

21 Descaracterização morfologica do solo 1 1 1 1

1

22 Recuperação/ áreas degradadas 1 1 1 1 1 1 1

Somatório dos Impactos Ambientais 15 18 0 20 13 23 10 26 6 0 2 14 1 18 2

Percentual 45,5%

54,5%

60,6% 39,4

% 69,7% 30,3

% 78,8%

18,2% 6,1

% 42,4%

3,0% 54,5

% 6,1%

1 - Fase de Instalação 2 - Fase de Operação +/- Impactos de caráter

indefinido

58

Avaliação geral dos impactos(Gráfico A)42,4

27,9

21,4

2

40,234,9

8,1

2 25,4 7,4

26,6

40,3

16,2

4

05

1015202530354045

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15Atributos

Perc

enta

gem

D+ D- I+ I- P+ P- M+ M- G+ G- c+ c- l+ l- +/-

Gráfico 11

7 – USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

A ocupação do solo prevista para a implantação do cultivo de camarão, atende ao disposto na legislação pertinente não incidindo sobre nenhuma área de preservação de interesse ambiental. Conforme declaração da Prefeitura Municipal de Itatuba, em anexo, as atividades do empreendimento condizem com o uso e ocupação do solo constantes do planejamento e gestão ambiental municipal.

Segue um detalhamento do uso e ocupação do solo da propriedade sede, pelo empreendimento proposto, cujos percentuais foram calculados considerando a área total:

20,02%, será reservada para a Reserva Legal; 14,06 %, constituirá a Área de Preservação Permanente; 9,62%%, será destinada a edificação dos viveiros, canais de abastecimento e drenagem,

diques e comportas; 3,19%, constituirá a lagoa de sedimentação; pequena área projetada para edificação de estrutura de apoio administrativo ao

empreendimento. Atualmente o solo da propriedade sede, não possui uso específico, com vestígios

de atividade agrícola desativada, apresenta-se sob visível efeito da ação antrópica.

59

8. PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL – PCA

8.1 - CONSIDERAÇÕES

A aqüicultura é uma atividade que utiliza os recursos ambientais para o seu

desenvolvimento, tendo proporcionado aos investidores um retorno financeiro estimulador, especialmente a carcinicultura destinada ao cultivo de camarão em viveiros de crescimento e engorda. A implantação dos referidos cultivos precisam de obras da engenharia civil com atuações modificadoras do ambiente natural, principalmente na fase de instalação quando provoca vários impactos ambientais, pois requer limpeza da área, escavação e nivelamento do terreno, com conseqüente remoção da cobertura vegetal e outras decorrências.

O PCA, é um instrumento técnico legal que atende as exigências da Resolução

312/02 do CONAMA, específica para a carcinicultura. O presente PCA propõe medidas técnicas ambientais com o objetivo de compatibilizar os interesses da empreendedora e a preservação da qualidade do meio ambiente, princípio este utilizado para o desenvolvimento sustentável almejado nos dias atuais.

Após a sua implantação, durante o processo operacional, o empreendimento tende

a ser assimilado pela paisagem local, considerando que o mesmo será acompanhado por entidades públicas responsáveis pela gestão ambiental no Estado da Paraíba, que atuarão durante e após o licenciamento, exercendo o controle da atividade para garantir a efetivação das restrições e das recomendações técnicas contidas no PCA/PRAD.

8.2 - RESTRIÇÕES

8.2.1 - Princípio Constitucional

Considerando o princípio constitucional de que os recursos naturais são bens

coletivos, a empreendedora compete cumprir e fazer cumprir os princípios Constitucionais Nacionais vigentes e a legislação ambiental pertinente, conforme especificada a seguir:

8.2.1.1 - Artigo 225 de C.F. “Meio ambiente, bem de uso comum do povo e essencial a

qualidade de vida...), no seu item VII, proteger a fauna e a flora, vetadas na forma da lei, as práticas que coloquem em risco de extinção das espécies (...). Tal preocupação existe na Constituição Estadual, Artigo 227,228 e 229;

8.2.1.2 - Lei Orgânica do Município de Itatuba e outros Códigos pertinentes ao uso do solo e do meio ambiente;

8.2.1.3 - Código Florestal – Lei 4.771/65; 8.2.1.4 - Código de Proteção à Fauna – Lei 5.197/67; 8.2.1.5 - Código das Águas – Lei 6.308/96 – Estadual; 8.2.1.6 - Lei nº 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais; 8.2.1.7 - Lei 6.938/81 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente; 8.2.1.8 - Não consentir a captura ou caça das espécies da fauna silvestre na área do

empreendimento e de sua influência, como determina a Lei de Crimes Ambientais. Salvo com a devida autorização do IBAMA ou no caso de pesca de subsistência e legal, porém não de forma predatória.

8.3 - RECOMENDAÇÕES

60

8.3.1 – Compete a empreendedora cumprir e fazer cumprir na íntegra este PCA/PRAD e toda legislação pertinente ao meio ambiente, para garantir a sustentabilidade dos ecossistemas locais e do empreendimento.

8.3.2 - Garantir a revegetação da mata ciliar das margens dos cursos de águas

superficiais existentes na propriedade. 8.3.3 - O empreendimento só deverá ser instalação após a obtenção das licenças

pertinentes, ocupando apenas a área requerida e liberada pelo IBAMA e SUDEMA. 8.3.4 – Captar a água em qualquer ponto da propriedade, e do Rio Paraíba, só

após a obtenção da outorga da água fornecida pela SEMARH/PB, como estabelece o Artigo 17 da Lei 6.308/96 do Estado da Paraíba, que dispõe sobre o direito do uso dos recursos hídricos.

8.3.5 - Apresentar ao requerer o licenciamento ambiental (limpeza da área) o que

segue abaixo, como estabelecem as Resoluções 237/97 e 312/02 do CONAMA: RCA/PCA/PRAD; Análises Físicas, químicas e hidrobiológica da água a ser captada para o

abastecimento dos viveiros, Resolução do CONAMA nº 20/86; Outorga da água emitida pela SAMARH/PB Lei 6.308/96. 8.3.6 - Após a liberação da área pelo IBAMA, requerer junto a SUDEMA a

Licença de Instalação e Operação do empreendimento. 8.3.7 - Exigir do laboratório fornecedor das larvas dos camarões, documentos

comprobatórios de registro de aqüícultor no Ministério da Agricultura e no Conselho Regional de Fiscalização Profissional pertinente, a fim de garantir a procedência e a qualidade das espécies que serão cultivadas.

8.3.8 - Realizar sistematicamente, após cada despesca e reabastecimento dos

viveiros, análises físicas, químicas e hidrobiológicas das águas utilizadas no cultivo, de acordo com a Resolução 20/86 do CONAMA. O mesmo deverá ocorrer no ponto inicial de captação da água para o reabastecimento dos viveiros no reinício da operação. Tal procedimento visa a garantia da qualidade e o não comprometimento do ecossistema aquático, evitando reflexo negativo para o empreendimento e para o ambiente.

8.3.9 - Utilizar tela ou sistema de proteção nas comportas de abastecimento

(pulmão) e de drenagem dos viveiros a fim de evitar o acesso de predadores e que os camarões cultivados venham escapar atingindo o ecossistema aquático, evitando possíveis acidentes ecológicos ou competições entre as espécies cultivadas e as nativas.

8.3.10 - Promover treinamento técnico específico e em educação ambiental para

todos os trabalhadores envolvidos em todas as fases (instalação e operação) do empreendimento.

8.3.11 - Não permitir a utilização de qualquer tipo de defensivo químico tóxico ou

potencialmente tóxico, para a desinfecção dos viveiros, pós despesca, ou em outra ocasião, salvo com produtos comprovadamente incapazes de causar danos ecotoxicológicos às espécies aquáticas e ao ambiente.

61

8.3.12 - Garantir assistência técnica ao empreendimento, efetivada por profissional com habilitação técnica comprovada, legalmente registrado no Conselho de Fiscalização pertinente e em pleno direito do seu exercício profissional.

8.3.13 - Registrar o empreendimento no Conselho Regional de Biologia – CRBio,

como estabelece o parágrafo único do artigo 20 da lei 6.684/79 – regulamentada pelo Dec. 88.438/83.

8.3.14 - Enviar aos órgãos gestores ambientais, IBAMA/SUDEMA,

trimestralmente, durante 24 meses, relatórios técnicos de acompanhamento e monitoramento das ações desenvolvidas pelo empreendimento, garantindo o cumprimento das restrições e recomendações contidas no PCA, PRAD. Os referidos relatórios deverão ser elaborados por técnico legalmente habilitado para tal, em pleno direito do seu exercício profissional devidamente comprovado.

8.3.15 - Manter um livro para registro das ocorrências ambientais no

empreendimento e na sua área de influencia, objetivando subsidiar estudos futuros para a melhoria do empreendimento, do meio ambiente, e para facilitar a elaboração dos relatórios de acompanhamento e monitoramento.

8.3.16 - Obter junto ao IBAMA, o Cadastro Técnico Federal de Atividades

Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras dos Recursos Ambientais – item XXII do artigo 9º da Lei 6.938/81.

8.4- MEDIDAS MITIGADORAS E/OU MINIMIZADORAS

Para atenuar os impactos adversos identificados relacionados nos quadros 12 e 13,

compete a empreendedora garantir a execução das seguintes medidas mitigadoras:

8.4.1 - Máquinas As máquinas utilizadas na edificação dos viveiros e da lagoa de sedimentação, são

responsáveis por alguns impactos ambientais e deverão ser mantidas sob rigoroso controle de manutenção preventiva e corretiva, inclusive com regulagem de motor, para que não ocasionem vazamento de diesel, excesso de ruído e de Co2 ao meio ambiente, apresentando as condições de funcionamento condizentes com os parâmetros estabelecidos na legislação pertinente (Resoluções do CONAMA, nº 18/86, 4/88 e 05/89).

8.4.2 - Equipamentos

Conforme previsto no projeto técnico específico, será utilizado motor-bomba

elétrico, que deverá ser provido de silenciador acoplado ao equipamento, para reduzir a poluição sonora. O motor-bomba deverá ser lubrificado e regulado periodicamente.

8.4.3 - Limpeza da área

A área destinada ao empreendimento, deverá ser demarcada previamente e sua

limpeza só deverá ocorrer após a autorização do IBAMA . Não permitir a prática de queimada durante a limpeza.

Os espécimes da fauna encontrados durante a limpeza da área, deverão ser capturados e transportados para outra área próxima do empreendimento de características semelhantes ao seu habitat original.

62

8.4.4 - Edificação dos viveiros e lagoa de sedimentação

8.4.4.1- O material proveniente da escavação para nivelamento do terreno e para a

edificação dos viveiros e da lagoa de sedimentação será aproveitado para a construção dos taludes.

8.4.4.2- Os operadores das máquinas serão orientados para obedecer cronograma

de manutenção e lubrificação desses equipamentos, para evitar ou atenuar a poluição sonora.

8.4.4.3 – O cronograma de execução da edificação do empreendimento, deverá ser

cumprido com rigor, para que os serviços não sejam interrompidos, causando o prolongamento da obra vindo a aumentar a duração dos impactos previstos.

8.4.4.4 - Deverá providenciar um ambiente específico para a higiene dos operários

envolvidos na edificação e para atender as suas necessidades fisiológicas. 8.4.4.5 - Orientar e equipar os trabalhadores para prevenir acidente no ambiente

de trabalho, doando-lhes os equipamentos de proteção individual – EPI, como estabelece a Portaria nº 3.214/78 do TEM – Ministério do Trabalho e Emprego.

8.4.4.6 - Não permitir o trabalho de menores de 18 anos em qualquer etapa do

empreendimento, salvo com autorização expressa do Juízado da Infância e Adolescência ou Conselho Tutelar.

8.4.4.7 – Considerando o aumento do fluxo antrópico, realizar treinamento em

educação ambiental para todo o pessoal envolvido diretamente com a implantação e operação do empreendimento, para despertar a consciência para preservação ambiental com ênfase para a geração dos resíduos visando a boa conservação do ambiente destinado ao cultivo e da sua área de influência .

8.4.4.8 – Em relação ao desmatamento, não permitir qualquer supressão vegetal

da mata ciliar do rio e da reserva legal. Não adotar a prática de queimada na área da propriedade sede do empreendimento.

8.4.4.9 - A poluição sonora (ruído) provocada pelas máquinas durante o processo

de limpeza da área e a escavação dos tanques, não deverá ultrapassar os limites estabelecidos pelo Dec. 18357/93: (70 db no horário diurno e 60 db no horário vespertino). Quanto ao motor-bomba, deverá ser acoplado a um silenciador .

8.4.4.10 – Todo resíduo sólido gerado durante a instalação e a operação do

empreendimento, deverá ser condicionado em coletores específicos, e os entulhos serão recolhidos do local e de sua área de influencia e transportados ao destino final, que deverá atender aos parâmetros estabelecidos pela legislação municipal e a Resolução do CONAMA nº 6/98.

8.4.4.11- Sinalizar a área do empreendimento com placas educativas, pertinentes

ao cumprimento do Código de Proteção à Fauna, Lei 5.197/67, objetivando a proibição da captura predatória de espécimes da fauna local. Qualquer animal capturado durante as etapas do empreendimento deverá ser transportado e solto em local com as mesmas características do ambiente de origem.

63

8.4.4.12 – Para evitar a eutroficação ou poluição orgânica da água receptora do

efluente final, deverá manter pessoal tecnicamente treinado para proceder de forma responsável a alimentação dos camarões durante o seu desenvolvimento nos viveiros, usando a quantidade exata necessária de ração para evitar o excesso, que além de representar perda econômica, juntamente com os excrementos metabólicos dos camarões, poderão comprometer o nível da qualidade da água e do solo dos viveiros, influenciando para o aparecimento de agentes patogênicos. Os viveiros deverão ser mantidos sob controle dos parâmetros físico, químicos e hidrobiológicos, obtido por auferição sistemática dos valores, através de análises específicas, para manutenção da qualidade ambiental e produtividade do cultivo.

64

9. PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA - PRAD

9.1 – INTRODUÇÃO

A utilização dos recursos ambientais para as mais diversas atividades humanas tem exercido uma ação modificadora das suas condições naturais, revertendo em efeitos adversos para o ambiente e para a qualidade de vida do próprio homem.

O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD, constitui um instrumento

legal, integrante da documentação exigida pelas Resoluções 01/86, 237/97 e 312/02, para concessão do licenciamento ambiental junto aos órgãos gerenciadores da política ambiental em nível federal e estadual (IBAMA/SUDEMA), que tem por objetivo reduzir os efeitos da ação do homem sobre o ambiente, através do implemento planejado de medidas eficazes que promovam a regeneração da área que foi agredida pelas atividades anteriores ao empreendimento e aquelas previsíveis para a sua instalação e operação.

As ações planejadas para a recuperação das áreas degradadas na propriedade sede

do empreendimento, visam: controle da erosão; redução do impacto visual causado a paisagem natural local; contribuição para a incorporação gradual do empreendimento a paisagem local; adoção de medidas que proporcionarão o reinicio de alguns processos biológicos que darão oportunidade para a reconstituição das cadeias tróficas interrompidas durante a implantação do cultivo.

As proposições deste, visam efetivar a recuperação das áreas já degradadas de

interesse ambiental existentes na propriedade e daquelas que serão modificadas como resultado dos impactos ambientais negativos previsíveis mencionados no PCA, norteando as ações da empreendedora para compatibilizar os interesses econômicos e a qualidade do meio ambiente.

9.2 - EFETIVAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES

Para a compensação da área atualmente degradada, não decorrente das atividades

do projeto, propõe-se a revegetação das margens dos cursos d’água existentes na propriedade sede do empreendimento, como uma ação indispensável para o êxito da recuperação ambiental pretendida.

9.2.1 – Formação Vegetal Ciliar - margens dos cursos d’água

Proceder a recomposição da flora das margens do Rio Surrão, afluente Paraíba,

do Riacho intermitente, e do escoamento superficial temporário, com plantas arbóreas/arbustivas nativas e exóticas cultivadas existentes no entorno do empreendimento, conforme recomendadas a seguir de acordo com o croquis A:

Acerola – Fam. das Mirtáceas. Araçá – Psidium littorali Raddi. Cajá - Spondias lutea Linn. Cajueiro – Anacardium occindentale Linn. Côco – Cocos nucifera Linn. Goiabeira – Psidium sp. Graviola – Annona muricata Linn. Juá - Zizyphus Joazeiro Mart.

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Jurema – Mimosa sp. Mangueira – Mangifera indica Linn.

9.2.2 – Reserva Legal Na área destinada a Reserva Legal, observou-se algumas clareiras no seu interior e

pequenas porções desmatadas, parcialmente, em suas bordas, que deverão ser enriquecidas com plantas arbóreas/arbustivas nativas encontradas na propriedade e na área de influência do projeto, conforme sugeridas a seguir:

Juá – Zizyphus Joazeiro Mat. Jurema – Mimosa sp. Mandacaru – Cereus jamacaru P.DC.

9.2.3 – Taludes

Revegetar os taludes dos viveiros e da lagoa de sedimentação, com as plantas

herbáceas abaixo indicadas, visando: a redução do impacto visual; a proteção do solo recém – removido, contra a erosão eólica e pluvial; contribuir para maior segurança e durabilidade dos mesmos.

Capim da praia ou capim grama – Axonopus compressus Beauv Salsa da praia – Ipomoea Pes – caprae Roth. Bredinho da praia – Iresine sp.

9.3 – METODOLOGIA

O processo metodológico recomendado para a implementação do presente PRAD,

visa obter o sucesso almejado para a garantia da regeneração das áreas modificadas previamente e daquelas que serão impactadas pela implantação do cultivo, cujos impactos adversos serão poucos e de curta duração, por tratar-se de um empreendimento de pequeno porte. 9.3.1 – Manta vegetal

Durante o processo de limpeza da área (supressão da cobertura vegetal), recolher a manta vegetal e condicioná-la em uma área do empreendimento, para servir como substrato para a produção das mudas (sementeira) e para utilização na revegetação da área. 9.3.2 – Sementeira

Escolher na propriedade um espaço físico para instalação de uma pequena sementeira, destinada a produção de mudas para a revegetação das áreas degradadas e para o enriquecimento arbóreo da formação vegetal ciliar, à margem do Rio Surrão afluente do Rio Paraíba. 9.3.3 – Aquisição de mudas

Caso na sementeira do empreendimento não sejam produzidas, em quantidade

suficiente, as mudas indicadas para o replantio das áreas propostas para a revegetação, a empreendedora poderá obtê-las no Centro de Produção de Mudas do IBAMA/SUPES/PB, em João Pessoa, Centro de Mudas do IBAMA, na Sementeira da SNE – Sociedade Nordestina de Ecologia – Posto Avançado de Itapissuma-PE e no Parque Arruda Câmara – João Pessoa – PB.

66

9.3.4 – Plantio

9.3.4.1 – Preparação da área

Para a revegetação da formação vegetal ciliar das margens dos cursos d’água

existentes no interior da propriedade com as plantas arbóreas indicadas, a área deverá ser demarcada previamente. Utilizando uma enxada formar um círculo de 50 cm de diâmetro. Em cada círculo será aberta uma cova, medindo 30 x 30 x 30 cm, onde deverá ser plantada cada muda, utilizando adubação orgânica, com espaçamento de 10m de uma planta para outra. Para o enriquecimento arbóreo da Reserva Legar proceder de forma idêntica.

A utilização de tutor junto das plantas utilizadas para revegetação, é aconselhável

para garantir-lhes o crescimento reto. Quanto a revegetação dos taludes, as mudas deverão ser plantadas, obedecendo

um espaçamento de 25cm entre as gramíneas e 50 cm entre as salsa de praia – Ipomoea Pes-caprae Roth., e bredinho da praia –Iresine sp.

As mudas deverão ser irrigadas diariamente no inicio do plantio para assegurar-

lhes o pegamento. Tal procedimento é recomendado durante o período de estiagem, ou o plantio deverá ocorrer no período chuvoso.É aconselhável a manutenção de um sistemático serviço de limpeza para não fechar os coroamentos, até um maior desenvolvimento das copas das espécies plantadas (exceto as plantadas sobre os taludes). Cuidado semelhante deverá ser mantido em relação as condições fitossanitárias.

67

10. CRONOGRAMA GERAL DE EXECUÇÃO DO PROJETO

Atividades – Meses 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º

Planejamento Orientação Técnica, Educação Ambiental, para os trabalhadores. Demarcação e Limpeza da área do empreendimento.

X

Edificação: viveiros, lagoa de sedimentação, canais para abastecimento e drenagem, diques e comportas.

X

X

X

Elaboração e encaminhamento de relatório técnico parcial para os órgãos licenciadores – IBAMA/SUDEMA

X

X

X

Início da operação - abastecimento dos viveiros.

X

X

X

Povoamento dos viveiros com as larvas da espécie Litopenaeus vannamei.

X

X

X

Organização de sementeira para produção de mudas.

X X

Revegetação das áreas degradadas, conforme RCA/PRAD.

X X X X X X

Primeira despesca.

X

X

X

Continuação da operação. X X X

Segunda despesca. X X

Relatório Técnico final para os órgão responsáveis pela gestão ambiental na Paraíba final - IBAMA/SUDEMA

X

68

11. PLANO DE MONITORAMENTO AMBIENTAL-PMA

O manejo dos viveiros de acordo com o aporte técnico atualizado e sob rigoroso controle de qualidade, garantirão uma produtividade dentro dos padrões almejados e a manutenção da qualidade do meio ambiente.

O monitoramento da qualidade do cultivo e das condições ambientais, representará um instrumento técnico eficaz de acompanhamento e controle dos parâmetros importantes, dentro e fora dos viveiros, para a manutenção das condições física, química e hidrobiológica, dentro dos limites dos valores de referência da Resolução 20/86 do CONAMA, para atender as exigências metabólicas dos camarões que serão cultivados, sem causar maiores danos ao ecossistema local.

11.1-Preparação técnica da equipe

11.1.1 – Efetivar treinamento sobre questões técnicas e ambientais para dotar a

equipe da qualificação necessária ao bom desempenho dos trabalhos. 11.1.2 – Promover reunião semanal para avaliação das atividades, das condições

do cultivo e do meio ambiente. 11.1.3 - Possibilitar a participação da equipe na elaboração dos relatórios técnicos

de acompanhamento, e no monitoramento da evolução do cronograma do projeto.

11.2 – Inspeção técnica Proceder inspeção técnica no inicio e no final de cada ciclo, a ser realizado por

profissional técnica e legalmente habilitado, em pleno exercício profissional devidamente comprovado.

11.3 – Registro das inspeções

Manter um livro para registrar as ocorrências e as recomendações decorrentes de

cada inspeção, o mesmo estará presente no local de cultivo, durante todas as etapas do projeto.

11.4 – Estações de coleta

11.4.1 – Coletar amostra da água no inicio de cada ciclo, no interior do viveiro e

no ponto de captação e a 100m deste , montante e jusante, para obtenção de parâmetros da qualidade física, química e hidrobiológica.

11.4.2 – A cada inicio e final de ciclo do cultivo, emitir relatório técnico sobre as condições do cultivo e do ambiente suporte ao mesmo.

11.4.3 – Proceder a análise dos parâmetro obtidos estabelecendo comparação com os valores constatados no inicio do cultivo.

11.5 – Freqüência da amostragem

As amostra serão colhidas e analisadas obedecendo uma freqüência no mínimo

trimestral. 11.5.1 – Parâmetros biológicos Deverão constar da identificação da estrutura quali-quantitativa da comunidade

planctônica , descrevendo a metodologia empregada para a análise, a partir de amostra

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coletadas no interior dos viveiros , no ponto de captação da água para abastecimento e a 100m deste, montante e jusante.

11.6 – Relatórios técnicos

Os relatórios técnicos de acompanhamento e monitoramento do cultivo, deverão

ser emitidos trinta dias após cada ciclo.

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11.6 –Cronograma de execução do monitoramento ambiental.

Trimestres

Atividades de acompanhamento e controle.

Primeiro Segundo Terceiro

Quarto

1.Treinamento da equipe envolvida diretamente com o projeto.

2. Avaliação das atividades.

3. Inspeção técnica 4.Definição das estações de coleta.

5.Coleta e análise das amostras.

6.Biometria 7.Relatório técnico parcial.

8.Relatório técnico final.

71

12. CONCLUSÃO

A propriedade sede do empreendimento, Fazenda Esperança, compreende uma

área total de 23.18 ha, dos quais apenas 2.23 ha (9,62%) de terra firme, será ocupado pela edificação dos viveiros de crescimento e engorda para cultivo do camarão da espécie Litopenaeus vannamei. A edificação dos viveiros incidirá sobre uma porção da propriedade desprovida de cobertura vegetal arbórea e arbustiva, não contribuindo para o desmatamento da área .

A área prevista para a preservação permanente 3.26 ha, representará a revegetação de 14,06% da propriedade, com benefício para a paisagem local, promovendo a recuperação das margens dos cursos d’água que atualmente apresentam-se desprovidas da formação vegetal ciliar indispensável a proteção e ao equilíbrio desses ecossistemas .

A área de preservação permanente a ser implantada representará 5.44% a mais que a área destinada ao cultivo.

Quanto a intervenção do empreendimento sobre o ecossistema local, os impactos ambientais previsíveis, identificados, qualificados e quantificados, representarão 60,6% de caráter benéfico e 33,4% de caráter adverso (vide quadro 14), cujos atributos analisados demonstraram equilíbrio dos efeitos positivos e negativos resultantes das ações do projeto sobre o meio ambiente (Gráfico 11).

Os efeitos de caráter benéfico, são na sua maioria de interesse social e econômico, e contribuirão para melhorar a qualidade de vida da comunidade local.

O efluente final dos viveiros pós despesca, será despejado em uma lagoa de sedimentação, não tendo o Rio Paraíba como corpo receptor, outro aspecto positivo a ser considerado.

As condições ambientais, sociais e econômicas, verificadas durante o presente estudo indicam que o empreendimento é viável, para implantação na localidade proposta, desde que sejam atendidas todas as restrições, medidas mitigadoras e recomendações contidas no PCA/PRAD, propostos.

72

13 - ENCERRAMENTO

A execução dos RCA/PCA/PRAD, é de inteira responsabilidade da

empreendedora, o não cumprimento das recomendações e restrições técnicas pertinentes ao

meio ambiente, implicará em sanções penais da Lei de Crimes Ambientais – 9.605/98.

O presente documento contém 77 folhas digitadas em apenas uma face do papel,

sem rasuras, devidamente numeradas em ordem crescente rubricadas e a última assinada

pelos responsáveis técnicos e pela empreendedora. Consta ainda em anexo, cópias de 02

ARTs, documentação fotográfica, Croquis, Levantamento Planimétrico da área do

empreendimento/ planta de situação, Certidão da Prefeitura Municipal de Itatuba, Certdão

de Promessa de Compra e Venda da propriedade.

João Pessoa, 28 de abril de 2003.

RESPONSÁVEIS TÉCNICOS:

SEVERINA ACIOLI DE SOUZA MSC BIÓLOGA CRBio-5 11.483-5/D

PABLO RODRIGUES ROSA GEÓGRAFO CREA-PB 8036-D

MARIA DA SALETE DA NÓBREGA BARACUHY RG 96.760-SSP/PB - CIC 112.251.814-53

PROJETO TÉCNICO AMBIENTAL SEVERINA ACIOLI DE SOUZA

Msc BIÓLOGA –CRBio-5 11.483-5/D Fone: 083 – 235.4602, 083-99794602.

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14 – BIBLIOGRAFIA ALBUQUERQUE , J. R., - Diagnóstico dos Recursos Hídricos do Estado da Paraíba.SAIA/PB - Coordenadoria de Irrigação e Drenagem - João Pessoa, 1996. ANDREATTA, E. R. e outros. Produção de Camarões em Viveiro de Cultivo, SBPC, Ciência Hoje, V.6, nº 36, São Paulo, 78/79p. ARANA, L.V. Aqüicultura e Desenvolvimento Sustentável, Ed, UFSC, Florianópolis,1999,310p. ARANHA, L. V., Princípio Químicos da Qualidade da Água em Aqüicultura. Ed. Da UFSC, Florianópolis, 1997, 165p. ATLAS ESCOLAR DO ESTADO DA PARAÍBA – Espaço, Geo-histórico e Cultural. João Pessoa: Grafset, 1997. ATLAS GEOGRÁFICO DO ESTADO DA PARAÍBA – Secretaria da Educação. Governo do Estado da Paraíba/UFPB. João Pessoa: GRAFSET, 1985. ATLAS GEOGRÁFICO DO ESTADO DA PARAÍBA, Sec. de Educação da Paraíba/UFPB, João Pessoa, 1985, 99p. AYOADE, J. O. Introdução à Climatologia para os Trópicos. Trad. Maria Juraci Zani dos Santos. São Paulo: DIFEL, 1986. BEGUERY, M., A Explosão dos Oceanos – A Economia do Futuro, Ed. DIFEREL, São Paulo, 1979, 137p. BERTONI, J. e LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. São Paulo: Ícone, 1990. BEZERRA, A. M. Aplicações térmicas de energia solar. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 1979. BIGARELLA, J. J., MOUSINHO, M. R. e SILVA, J. X. Considerações a respeito da evolução das vertentes. Boletim Paranaense de Geografia. N°s. 16 e 17, 1965. BRAGA, R., Plantas do Nordeste Especialmente do Ceará, Ed. Universitária UFRN, Fortaleza, 1987, 540p. BRASIL. SUDENE-DPG-PRN-HME. Dados pluviométricos mensais do nordeste – Paraíba. Série Pluviometria – 5. Recife, 1990. BUNTING, B. T. Geografia dos solos. Trad. T. S. Newlands. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1971. CARVALHO, M. G. R. F., Estado da Paraíba. Classificação Geomorfológica. João Pessoa. Editora Universitária, 1982. CEPA (Cia. Estadual de Planejamento Agrícola da Paraíba. Aspectos Climáticos e Pluviométricos da Paraíba. João Pessoa. 1975. CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia fluvial. São Paulo: Edgard Blücher, 1981. ___ , A. Geomorfologia. São Paulo: Edgard Blücher, 1980.

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77

15. ANEXOS 1 - Documentação fotográfica. 2 Croqui de localização 3 Croqui de revegetação A 4 – ART’s. 5 – Declaração da Prefeitura de Itatuba sobre ocupação e uso do solo. 6 – Certidão de registro de compra e venda da propriedade. 7 - Análise físico-química e hidrobiológica da água. 8 - Análise físico-química do solo. 9 - Análise de fitoplâncton. 10 - Lay-out do projeto.