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1 - FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICA – PEDAGÓGICA - TURMA - PDE/2012
Título: UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EM ESPAÇO URBANO: UMA POSSIBILIDADE PARA SE ENSINAR E APRENDER A CUIDAR DOS RECURSOS NATURAIS.
Autor NADIR LEANDRO DE SOUZA
Disciplina/Área (ingresso no PDE) GEOGRAFIA
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
COLÉGIO ESTADUAL CIANORTE -
Município da escola CIANORTE
Núcleo Regional de Educação CIANORTE
Professor Orientador PROFº. Dr. BRUNO LUIZ DOMINGO DE ANGELIS
Instituição de Ensino Superior UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Relação Interdisciplinar
Resumo
(descrever a justificativa, os objetivos e a metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Pretende-se com esse material didático apresentar os parques, enquanto unidades de conservação, para a proteção, pesquisa e educação ambiental. Sendo que, esta última finalidade, ou seja, a educação ambiental, é compreendida como fator de estímulo para disseminar a postura de cuidado para com a biodiversidade, riqueza sem igual no território brasileiro, entre educandos da Rede Básica da Escola Pública do Paraná. Nessa perspectiva, a presença de fragmentos vegetais, localizados em áreas urbanas na condição de unidades de conservação na categoria de Proteção Integral, constituem-se em oportunidade para fomentar a educação ambiental no alunado, e sua formação cidadã. Logo, a presença do Parque Municipal Cinturão Verde de Cianorte, na área urbana de Cianorte/PR, traduze-se em objeto que permitirá o desenvolvimento da prática pedagógica para processo da educação ambiental que dará suporte para desenvolver, nos sujeitos, os discentes, atitudes de cuidado com o patrimônio ambiental do meio onde vivem. Tem por objetivo propor estudos sobre as possibilidades de como proteger o patrimônio natural presente em cidades, tendo como foco norteador a Unidade de Conservação o referido parque, a partir do público alvo que por meio de diversas atividades espera-se que ocorrerá o desenvolvimento da referida intervenção pedagógica.
Palavras-chave (3 a 5 palavras) Educação Ambiental; Unidades de Conservação; Espaço Urbano e Preservação dos Elementos Naturais.
Formato do Material Didático UNIDADE DIDÁTICA
Público Alvo Alunos do Ensino Médio
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2 – Apresentação Para o desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica denominado: UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO EM ESPAÇO URBANO: UMA POSSIBILIDADE PARA SE
ENSINAR E APRENDER A CUIDAR DOS RECURSOS NATURAIS elaborou-se este
material didático no formato de Unidade Didática, os quais correspondem a etapas do
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), desenvolvido pela Secretaria de
Educação do Estado do Paraná (SEED), pretende-se com estes contribuir para o
processo de formação continuada do professor da Rede Básica de Ensino, da Escola
Pública do Paraná, bem como melhorar a aprendizagem dos alunos e alunas dessa
escola.
Nessa perspectiva, esse material pedagógico direcionado para alunos do Ensino Médio,
poderá fomentar as ações de cidadania com o desenvolvimento de práticas pedagógicas
voltadas para a Educação Ambiental. Sendo que, a Educação Ambiental (EA) é
assegurada na Constituição Federal (CF) de 1988, no Capítulo I. E no art. 2º que ressalta
a mesma é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo
estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo
educativo, em caráter formal e não-formal.
Na busca de meios que tornem a Educação Ambiental realidade das escolas aproveita-se
da presença de elementos naturais em espaços preservados na área urbana, para
promover ações que resultem na prática da Educação Ambiental. Dessa forma, a
presença do Parque Municipal Cinturão Verde de Cianorte, na área urbana de
Cianorte/PR, traduze-se em objeto que contribuirá para o desenvolvimento da prática
pedagógica em questão.
A Unidade didática compõe-se de textos explicativos sustentados em um referencial
teórico que aborda as unidades de conservação e também as práticas pedagógicas que
norteiam a Educação Ambiental.
As atividades aqui explicitadas irão subsidiar a compreensão da temática em tela,
permitindo que a mesma seja familiarizada pelo público alvo, a qual se destina esse
material.
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A Unidade Didática de intervenção na Escola abordará, por meio de textos e atividades, o
histórico da inserção da preservação da natureza no território brasileiro; a formação das
unidades de conservação no Paraná; o Sistema de Unidades de Conservação; a
categorização das mesmas; o processo de formação do Parque Municipal Cinturão Verde
de Cianorte; Plano de Manejo; a legislação pertinente; os conflitos de uso, entre outros
elementos que poderão surgirão no decorrer do desenvolvimento das atividades aqui
propostas.
3 – Objetivos
3.1 – Objetivo Geral
Propor estudos sobre as possibilidades de como proteger o patrimônio natural presente
em cidades, tendo como foco norteador a Unidade de Conservação o Parque Municipal
do Cinturão Verde de Cianorte, em Cianorte/Pr, a partir do público alvo.
3.2 – Objetivos Específicos
� Reconhecer a importância ambiental de áreas preservadas como as Unidades de
Conservação para as cidades;
� Conhecer as ações dos gestores para manutenção da Unidade de Conservação
em Cianorte;
� Identificar os principais conflitos de interesse entre as finalidades da Unidade de
Conservação e o uso desta pela sociedade;
� Verificar como os moradores do entorno da Unidade de Conservação contribuem
para a sua preservação;
� Identificar ações de moradores e usuários que contribuem para a degradação da
Unidade de Conservação;
� Conhecer a legislação que disciplina as Unidades de Conservação no Brasil.
4 – Procedimentos/Estratégias de ação
Os alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Cianorte desenvolverão atividades que
lhes permitirá assimilar o conteúdo sobre a preservação do patrimônio natural da Cidade
de Cianorte, por meio das seguintes ações:
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Levantamento bibliográfico sobre a formação das Unidades de Conservação no
Brasil, Paraná e Cianorte;
A leitura e compreensão de mapas e cartas do Município de Cianorte e do Parque
Municipal Cinturão Verde;
A localização no espaço paranaense e cianortence do fenômeno geográfico em
estudo;
A descrição dos fatos inerentes ao tema;
A observação direta e indireta do fenômeno em questão. Os alunos realização
atividades de campo, com orientação da Secretaria do Meio ambiente de Cianorte;
A analogia do fenômeno estudado com outros da mesma categoria localizados em
outros espaços urbanos.
Entre outros que serão inseridos durante o desenvolvimento do projeto.
5 – Conteúdos de Estudo e Atividades Propostas
Os assuntos abordados por esse material didático pedagógico têm por finalidade primeira
dar suporte para o desenvolvimento das propostas explicitadas no Projeto de Intervenção
Pedagógica, bem como servir de material de apoio para alunos e professores que tenham
a intenção de abordar conteúdos relacionados à preservação do patrimônio natural, áreas
preservadas, presentes em cidades a exemplo de Unidades de Conservação.
5.1 – Evolução histórica das unidades de conservação
A história de proteção de algumas áreas, de acordo com alguns estudos, não é um fato
novo e sim um processo que vem acompanhando a humanidade há muitos séculos. Para
Thomas (1989) apud Hassler (2005, p.82),
Na época medieval, já se manifestava uma preocupação pelas classes
dominantes quanto à disponibilidade de alimentos que se apresentavam cada vez
mais escassos, sobretudo as espécies animais que mais lhe interessavam para a
prática da caça.
Nessa perspectiva, Miller (1997) apud Paz (2006, p.26)
[...] uma das mais antigas referências documentada vem da Ásia, onde o
Imperador Ashoka, da Índia, em 252 a.C, ordenou a proteção de certos animais,
peixes e áreas florestadas. A primeira área de Proteção na Indonésia foi criada em
684 d.C., na ilha de Sumatra, por ordem do Rei Srivijya. Conta-se que no século
XV, Babar, o primeiro Imperador Mogul da Índia, caçava rinocerontes em reservas
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especiais criadas para esse fim nas zonas pantanosas do Punhab. O Real Parque
Nacional de Chitwan, no Nepal, foi criado inicialmente como reserva de caça para
a família Rana. Assim também, Ujung Kulon, em Java, e Ranthambore, na Índia,
hoje em dia importantes parques nacionais, foram originalmente criados como
reservas de caça. Em Kumano, Japão, há milhares de anos que o povo vai ao
santuário de Tamaki para comunicar-se com os cedros. A reverencia aos macacos,
captada no antigo épico da cultura hindu, o Ramayana, ainda hoje é mantida na
reserva de Cagar Alam, assim como também em Bali. Esses sítios preservam não
somente valores culturais e religiosos, como também os hábitos florestais
próximos.
Mas, para grande parte dos estudiosos o Parque nacional de Yellowstone, nos Estados
Unidos, constituído em 1872, é considerado o marco inicial da história das áreas naturais
protegidas no mundo. A partir daí outros países constituíram áreas protegidas em seus
territórios, a exemplo do Canadá, 1885, Nova Zelândia em 1894, África do Sul e México
em 1898, na Argentina em 1903, na Suíça em 1914, no Chile em 1926, no Equador em
1934, e finalmente em 1937 o Brasil juntamente com a Venezuela, criaram suas primeiras
áreas protegidas. (MILANO, 2002)
Aqui no Brasil, a história das unidades de conservação assenta-se no período colonial.
Em 1797 D. Maria I, através da Carta Regia, determinou ao governador da Capitania da
Paraíba que aplicasse as penas severas àqueles que incendiasse e destruísse as matas
(PAZ et al, 2006)
Atividade 1
Para conhecer a 1ª Unidade de conservação do mundo Ocidental – O Parque Nacional
de Yellowstone, nos Estados Unidos, visite a página: www.nps.gov/yell em inglês.
Atividade 2
a) Observe o mapa da vegetação do Brasil (Figura 1) e a seguir apresente as
características dos biomas presentes no território do Paraná. Para isso, pesquise em
sites na Internet.
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Outros sujeitos contribuíram para a constituição de áreas protegidas a exemplo Mauricio
de Nassau que se preocupava com a exuberância das florestas do Nordeste. Também há
indícios que os povos ameríndios apresentavam preocupações com a conservação da
natureza. Entretanto, um nome de relevância nesse contexto, foi André Rebouças que
propôs a criação de dois parques no Brasil, em 1876, o da Ilha do Bananal e de Sete
Quedas. Mas foi somente em 1937, sob o governo de Getulio Vargas que ocorreu a
criação do primeiro parque nacional no Brasil, em Itatiaia, no estado do Rio de Janeiro.
(SOUZA, 2010)
O processo de criação de unidades de conservação no Brasil é bem recente. Sendo que,
a partir da Conferência de Estocolmo, na Suécia, em 1972, foi criado no Brasil uma
secretaria especial para os assuntos do meio ambiente a SEMA, ligada ao Ministério do
Interior que posteriormente criou diversas áreas protegidas além de implantar o conceito
de Áreas de Proteção Ambiental. (JORGE PÁDUA, 1997)
A organização do processo de criação de unidades de conservação no Brasil só passou a
ocorrer a partir das propostas do antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal
Figura 1 - Vegetação do Brasil Fonte: http://www.ecoa.unb.br/probioea
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(IBDF) que em 1979 lançou o primeiro Sistema Nacional de Unidades de Conservação –
SNUC – do Brasil. Entretanto, foi somente em 2000 que a Câmara dos Deputados e
Senado que a lei que disciplina as unidades de conservação foi aprovada, na forma da Lei
nº 9.985, de 18 de julho de 2000.
De acordo com o SNUC Unidades de Conservação refere-se a,
[...] espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais,
com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Pode Público,
com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
De acordo com a lei que instituiu o SNUC, no Cap III. Art 8º e Art 14º, essas áreas
protegidas são classificadas em duas categorias. Ou seja, as Unidades de Conservação
de Proteção Integral ou Uso Indireto e as Unidades de Conservação de Uso Sustentável
ou uso Direto.
Atividade 3
Para responder as questões que seguem consultem em:
www.idema.rn.gov.br/.../LeiFederal9985_esse.pdf
a) Quais os objetivos das Unidades de Conservação?
b) Quais os objetivos dos Parques Nacionais (estaduais e municipais)?
Atividade 4
Para saber mais sobre as Unidades de Conservação no Brasil visite a página do
Instituto Chico Mendes de conservação da Biodiversidade. www.icmbio.gov.br
Atividade 5 Ainda com ajuda da Lei nº 9.985/2000 responda: O Sistema Nacional de Unidades de Conservação determina que todas as Unidades de Conservação possua Plano de Manejo. a) O que é Plano de Manejo? b) Quem deve construir o Plano de Manejo?
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No Brasil o processo de preservação tem muito que avançar. A situação que ora se
apresenta, segundo Balarotti (2005, p.42) deve-se ao:
[...] pequeno interesse da sociedade para com as questões ambientais. A
priorização de assuntos ligados à conservação da natureza, em especial, fauna e
flora em extinção, entre outros, induz o cidadão à não associar a questão
ambiental com as variadas formas de graves desequilíbrios com os quais convive
diariamente, e desta forma minimizar suas reais ameaças.
Dessa forma espera-se que o Estado brasileiro cumpra o seu papel de guardião da
biodiversidade do território brasileiro.
5.2 O Estado do Paraná e as Unidades de Conservação
Atividade 6 No Brasil as áreas protegidas são regidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC - Lei 9.985/2000). O SNUC agrega todas as áreas protegidas do país, agrupadas em duas categorias: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. Para que você perceba a diferença entre essas duas categorias acesse a página do Blog do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque http://montanhasdotumucumaque.blogspot.com.br/ , o maior parque do Brasil. Você irá encontrar muitas informações na forma de texto, reportagens; fotografia, mapas etc. Com ajuda desse material você perceberá que essa unidade de conservação se conecta a outras através de corredores ecológicos, também chamados de corredores de biodiversidade. Assim responda: a) Classifique as unidades de conservação, em unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável, que se conectam ao Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. (Consulte o mapa PNMT_MOSAICO) b) Identifique as principais diferenças entre essas duas categorias de unidades de conservação. (Com ajuda da Lei 9.985/2000) c) Qual seria a finalidade da existência de um corredor englobando essas unidades de conservação? c) Compare as características da vegetação, área, data de criação desse parque com o Parque de Yellowstone, nos Estados Unidos, o primeiro a ser criado no mundo.
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O atual território do Estado do Paraná apresentava-se originalmente em cerca de 80%
recoberto por florestas. Contribuíram para essa condição de significativa diversidade de
biomas os fatores climáticos, edáficos, geomorfológicos e altimétricos. (MAACK, 1981)
Entretanto, a maior parte da vegetação que recobria o território paranaense fora retirada
devido à expansão das atividades econômicas durante o processo de ocupação e
povoamento do Paraná. (Figura 2 e 3)
A retirada da cobertura florestal foi mais acelerada nas regiões norte e oeste do território
do Paraná. Nessas regiões do estado o fato da supressão vegetal relaciona-se ao
desenvolvimento da agricultura devido a elevada qualidade do solo propício para o cultivo
de café, cultura importante naquele período, meados do século XX até aproximadamente
as décadas de 1970. O café era cultivado associado ao feijão, milho, entre gêneros
alimentícios, e posteriormente a inserção da soja e cana, além de significativas áreas de
pastagens, foram progressivamente substituindo a floresta semidecidual. (SOUZA, 2010)
Grandes Companhias colonizadoras adquiriram terras junto ao Estado, a exemplo da
Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, que loteou parte do Norte e Noroeste do
Paraná. De acordo com o Instituto Ambiental do Paraná, o intenso processo de ocupação
foi responsável pela drástica redução florestal, sendo que atualmente a vegetação original
do Estado não ultrapassa a 2,5% de cobertura vegetal nativa.
Algumas dessas áreas nativas, ou seja, pequenos fragmentos vegetais estão inseridos na
área urbana de cidades como Maringá, Londrina e Cianorte.
De acordo com dados do IAP, no Estado do Paraná é possível encontrar representantes
dos biomas, que no passado formavam sua vegetação nativa o que equivale a cerca de
1,7 milhões de ha.
Os biomas mais representativos em termos de biodiversidade florística e faunística,
encontrados no território paranaense, são a Floresta Atlântica do litoral e Serra do Mar,
com mangues e restingas, Mata nebular, a Floresta de Araucária, Floresta Pluvial,
Campos e alguns trechos de Cerrados.
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Atividade 7
Os mapas a seguir, do estado do Paraná, apresentam quatro momentos da cobertura
vegetal do nosso Estado. Observe-os e responda:
a) A que causas se atribuem essa modificação tão significativa na extensão da
cobertura vegetal do nosso Estado?
b) Em quais áreas do território paranaense ainda restam alguns fragmentos vegetais?
c) Agora compare esses mapas com o da página anterior, produzido pela ONG SOS
Mata Atlântica e INPE, e construa um texto enfatizando as alterações ocorridas na
região onde se localiza o Município de Cianorte.
Figura 2 - Os remanescentes florestais do Paraná em 2005 Fonte: SOS Mata Atlântica e INPE·
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Segundo Hassler (2205, p.63), a história das unidades de conservação no Paraná tem
inicio,
[...] em 1943, quando o interventor Manoel Ribas destinou 248 mil hectares de
terras devolutas ainda não ocupadas do interior paranaense para a constituição da
Reserva Florestal do Paranapanema, no nordeste do Estado e mais 224 mil
hectares na região de Goio-Êre para a constituição da Reserva Florestal do Rio
Piquiri.
Em 1948 mais 121 hectares foram incorporados às áreas que deveriam ser preservadas.
Esse novo incremento de área representaria territórios das antigas reduções jesuíticas da
Província do Guairá e de dois antigos publeos espanhóis (Ciudade Real Del Gayrá e Villa
Del Espírito Santo). (Hassler, 2005).
A contínua expansão agrícola e pecuária, para o interior do Estado do Paraná, (vide Mapa
dos momentos da cobertura vegetal do Paraná) e conseqüente formação de novos
Figura 3 - Momentos da cobertura vegetal do Paraná Fonte: http://www.funverde.org.br/blog
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centros urbanos, funcionando como vetores de atração populacional, provenientes de
outros estados e regiões do Brasil, títulos de propriedade particulares são expedidos por
volta de 1850, em terras das reservas do Piquiri e Paranapanema. O mesmo se repetindo
nos territórios das antigas reduções jesuíticas (Gubert, 1995).
O primeiro Parque Estadual do Paraná, o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta
Grossa, criado pela Lei Estadual nº 1.293/1993, em 1955, após doze anos das primeiras
iniciativas de conservação;
De acordo com dados do IAP o Estado do Paraná chegou de 1970 com apenas sete
áreas naturais protegidas, estando assim distribuídas: quatro Estaduais, uma Reserva
Florestal e dois Hortos Florestais. (IAP, 2002).
O Poder público paranaense por meio dos seus agentes institucionais, a Secretaria
Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA), o Instituto Ambiental do Paraná
(IAP) respondem diretamente pela manutenção e elaboração de políticas públicas que
resultem na preservação dos ecossistemas em tela.
Atividade 8
Para responder as questões a seguir visite a página do Instituto Ambiental do Paraná
www.iap.pg.gov.br.
a) Verifique o nº atual de Unidades de conservação.
- Quantas são as Unidades do tipo Integral e quantas são do tipo Sustentável.
b) Marque no Mapa da Divisão Político-Administrativa do Paraná a localização de uma
delas em cada uma das regiões do Paraná separando-as por categorias, para isso,
utilize-se de uma legenda.
c)Verifique e identifique em quais municípios paranaenses há a ocorrência de
Unidades de Conservação em área urbana.
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5.3 – Unidade de Conservação em Cianorte – Da criação a consolidação como
unidade de conservação.
A formação do Município de Cianorte (Figura 5) ocorreu de forma acelerada resultando
em profundas modificações no meio físico, pois em menos de 30 anos a vegetação que
antes recobria toda a área, a Floresta Estacional Semidecidual, foi reduzida a menos de
5%. Essa vegetação ao ser retirada deu lugar inicialmente às lavouras de café e, após a
redução da cafeicultura, a partir da 2ª metade da década de 1970, às pastagens e
também às lavouras temporárias.
Figura 4 - Mapa Divisão Política do Estado do Paraná Fonte: IPARDES, 2002.
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Nas áreas do Município de Cianorte que teve a vegetação nativa retirada, mas não foi
plenamente utilizado ou mesmo subutilizado desenvolveu um tipo de vegetação
secundária, que segundo Fachini (1987, p.58) assemelha-se a “uma espécie de cerradão
ou campo sujo, onde predomina formações de pteridófitas”.
Outra questão importante relacionada a rapidez da instalação da área urbana do
Município de Cianorte foi desencadeamento de inúmeros problemas de ordem ambiental,
como bem observa Fachini (1987, p.62),
A partir de 1953 iniciou-se o desmatamento, a retirada da vegetação pioneira e a
construção de edificações, ocasionaram o retardamento do condicionante ‘tempo
de concentração’ das águas de escoamento superficial, incrementando o deflúvio,
propiciando condições favoráveis dos processos erosivos.
Corroborando com Fachini (1987), Dias (1998, p. 41-42) escreve,
O rápido e intenso desmatamento que acompanhou toda a fase de colonização do
norte (e Noroeste) do Paraná, não deixa a dever em nenhum sentido à forma
Figura 5 - Mapa de Localização do Município de Cianorte Fonte: Souza, 2010.
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predatória de ocupação recente da Região Norte do país, motivo de denúncias de
diversas entidades ambientais nacionais e internacionais.
O Plano de Manejo (2008) do Parque Municipal Cinturão Verde apresenta um percentual
de 13,77% da área do município recoberto de vegetação nativa, embora alterada, o que
corresponde a 11.176,20 ha de cobertura vegetal, sendo que o espaço territorial de
Cianorte equivale a 813,7 km², desse total 809,23 km² corresponde a áreas terrestres, dos
quais 3.000 hectares ou 3,69% representa a área urbanizada. Esse total de área com
vegetação original quando comparado a dados do Estado é relevante, pois o território do
Paraná, de acordo dados da Fundação S.O.S Mata Atlântica possui menos de 8% de
cobertura vegetal nativa. (Figura 6)
No entanto, esses remanescentes florestais não se distribuem de maneira ideal sobre o
território do Município de Cianorte. Concentra-se em pequenas ilhas de matas geralmente
já bem exploradas, em fazendas da CMNP e próximas ao perímetro urbano, compondo o
que se acostumou a denominar “Cinturão Verde de Cianorte”, compreendendo uma área
de uma pouco mais de 300 hectares (311,9935 há ou 31.199,35 m²). Na zona urbana os
fragmentos vegetais acompanham os cursos d’água.
Atividade 9
Com ajuda do mapa da cobertura vegetal e do Município de Cianorte e do texto acima
responda:
a) De acordo com o texto que aborda a formação do município de Cianorte quais as
causas das alterações imprimidas à cobertura vegetal ocorridas em Cianorte?
b) Observe e comente a disposição dos fragmentos vegetais do município de Cianorte.
Em quais áreas do Município ocorre maior concentração de vegetação
c) Você considera importante que os corpos hídricos (rios) sejam protegidos por
vegetação? Justifique sua resposta.
d) De acordo com o mapa de vegetação de Cianorte todos os corpos hídricos
apresentam cobertura vegetal em suas margens?
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A presença de fragmentos vegetais no entorno da cidade de Cianorte está diretamente
ligada a participação da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP), pois o
Município de Cianorte bem como sua área urbana são produtos da ação dessa
colonizadora. A CMNP como era a única colonizadora e também loteadora teve condições
de resguardar áreas estrategicamente localizadas no entorno do Plano Original da malha
urbana, o Plano Piloto, para valorização e venda futura. Até os anos setenta a Companhia
tinha exclusividade em oferecer novos loteamentos dentro da área pertencente ao plano
original, essa realidade começa a modificar-se a partir dos anos de 1980, quando alguns
loteamentos foram implantados na porção oeste da cidade em áreas de chácaras
desprovidas de vegetação primitiva. (Dias, 1998). (Figura 7)
A situação ora exposta é também percebida por Fachini (1987, p.79-80),
A empresa colonizadora sempre manipulou as decisões do sistema urbano, como
um mero instrumento de interesse. No caso, Cianorte reflete todas as
características de uma paisagem manipulada como um ‘monopólio’ ou seja, como
uma ‘propriedade’, para privilegio de grupos minoritários, fruto de interesses
Figura 6 - Fragmentos de Vegetação no Município de Cianorte Fonte: SOUZA, 2010.
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capitalistas.
As áreas com vegetação nativa mantidas pela CMNP no entorno do projeto original serviu
aos seus propósitos de lucro proveniente das vendas dos lotes da área urbana.
Nessa perspectiva Dias (1998, p.140) esclarece que,
O projeto de uma área para a efetivação da cidade, associado ao Cinturão-Verde
que circunda praticamente toda a área originalmente proposta, impediu que
ocorressem loteamentos feitos por particulares que possuíam propriedades
próximas à cidade. Como é possível constatar. O Cinturão-Verde não esta
presente como um elemento simplesmente paisagístico, mas favoreceu os
interesses imobiliários monopolistas da empresa na cidade, garantindo, em certa
medida e por algum tempo a manutenção da sua expansão territorial dentro dos
limites indicados no plano original.
Essa área de vegetação nativa presente em parte da cidade foi abordada pelo Plano
Diretor de 1995, onde segundo Dias (1998, p.144),
O Cinturão-Verde é considerado como área de preservação ecológica, mas, de
Figura 7 - Fragmentos de Vegetação área urbana de Cianorte Fonte: Souza, 2010.
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fato, como a Companhia detém a propriedade dessa área, sua real preservação
depende muito dos planos da CMNP, das pressões da comunidade e do interesse
do poder público pela questão, através da Prefeitura Municipal e do IAP – Instituto
ambiental do Paraná.
Além do Cinturão-Verde localizado no entorno do plano original, outros fragmentos foram
mantidos dentro da malha urbana, como já era política da CMNP, que os fundos de vale
permanecessem recobertos por vegetação original. Mesmo porque, esses locais não
eram atrativos para a implantação de empreendimentos imobiliários.
As áreas com vegetação nativa que restaram na cidade de Cianorte passaram a ser vistas
por alguns como a possibilidade de uma área de preservação, protegida por leis
municipais (Plano de Manejo, 2008).
Em 26 de junho de 1980, através de Lei municipal nº 604 estabeleceu-se que aquelas
áreas com vegetação primitiva, localizadas no perímetro urbano de Cianorte seriam
transformadas em áreas de preservação do meio ambiente.
Em 14 de junho de 1988, a Lei Municipal nº 1.098, transformou a área de que trata a lei
citada no parágrafo anterior, em “Sitio Ecológico de Relevância Cultural”. Em 7 de
dezembro de 1993, através da Lei Municipal nº 1.534, cria-se o “Parque Municipal do
Cinturão Verde de Cianorte – Módulo Mandhuy”, com área total de 209.763,47 m².
Naquele momento formado apenas por um módulo o Mandhuy. (SOUZA, 2010)
A participação da Apromac, uma ONG, foi fundamental para a consolidação do processo
de constituição do parque. A ONG lançou campanhas a fim de conscientizar a sociedade
cianortense e com isso pressionar os políticos a encampar a ideia de defesa das áreas
florestadas presentes no perímetro urbano de Cianorte. (SOUZA, 2010)
Em julho de 1994 a Universidade Estadual de Maringá apresentou o Plano de Manejo do
Atividade 10
Questão para refletir:
a)A formação do Parque Municipal Cinturão Verde de Cianorte resultou de
preocupações para proteger o meio ambiente? Justifique sua resposta.
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Parque Mandhuy hoje um dos módulos, em atendimento a solicitação da Prefeitura
Municipal de Cianorte, por meio da Secretaria do Município da Agricultura e meio
ambiente, a qual o parque estava subordinado. (SOUZA, 2010).
Em 31 de janeiro de 1995, através da Lei Municipal nº 1.625, foi criado o Módulo Uruçora
na parte norte da cidade, onde fora instalado um empreendimento privado, ligado a uma
construtora, que abriu uma verdadeira “brecha” na floresta nativa para instalação de um
conjunto de prédios de apartamentos e um condomínio fechado, com casa de alto padrão.
O Módulo representa a Reserva Florestal deixada como compensação pela implantação
do loteamento, implantado em 1992. (SOUZA, 2010)
Ainda com base no Plano de Manejo (2008) em 1995 houve tentativa de negociação entre
a CMNP, IAP, Apromac e Prefeitura Municipal, com o objetivo de que esta doasse lotes
florestados para o projeto de criação do Parque cinturão Verde de Cianorte.
Cinco anos após a criação do Módulo Mandhuy, em 1998, o então governador do Estado
do Paraná (Jaime Lerner) inaugurou as obras de infraestrutura construídas neste módulo,
uma pista de caminhada, equipamentos para recreação infantil e o Centro de Educação
Ambiental.
As negociações se ampliaram entre os agentes interessados e em 28 de abril de 2000,
através da Lei Municipal nº 2.067 foi criado o Parque Cinturão Verde de Cianorte, quando
a CMNP doou alguns lotes de terras com cobertura vegetal nativa.
Os lotes doados ao município pela CMNP faziam parte da Gleba Patrimônio Cianorte,
conforme escritura pública lavrada às fls. 140/148, Livro 219-N do 2º Tabelionato de Notas
da Comarca de Cianorte.
A Apromac apresentou na sua proposta de criação de um Parque com os fragmentos
florestais uma área bem maior a esta acordada entre os interessados e a proprietária, que
era de 1.270,080 hectares, entretanto foram doados, naquele momento, 282,3714
hectares (52%), somados aos já existentes (28,724 hectares) atingiu-se a área de 311,095
hectares constituindo o parque Cinturão Verde de Cianorte.
O Parque Cinturão Verde de Cianorte é constituído por vários módulos que representam
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20
fragmentos vegetais separados um do outro pela urbanização. Atualmente o Parque é
dividido em seis módulos, a saber: Mandhuy, Cristalino e Corujinha, estes se encontram
bem distantes uns dos outros, além dos módulos Fantasminha, uruçora e das Perobas,
onde os módulos Fantasminha e Uruçora são conectados e o Módulo das Perobas
separa-se dos demais por uma Rodovia além de ser atravessado por uma estrada vicinal,
assim como o Módulo Fantasminha que é cortado por uma estrada de ligação para os
novos loteamentos que estão se configurando na sua porção oeste do plano original da
cidade.
Atividade 11
O Parque Municipal Cinturão Verde de Cianorte é constituído por várias partes,
denominadas de módulos, separados uns dos outros e isto se configura em problemas
de ordem ambiental, como por exemplo, o isolamento das espécies da fauna. Uma
maneira de amenizar esse isolamento seria por meio da arborização urbana. Assim
utilizando-se de uma imagem de satélite observe a vegetação das ruas no entorno dos
módulos do Parque e responda. (OBS: a imagem de satélite será disponibilizada no
momento da realização desta atividade)
a) a arborização das ruas próximas aos módulos está completa? Todo o passeio
apresenta árvores?
b) Como a arborização das ruas poderia contribuir para conectar os módulos do
PMCV?
c) Quais animais da fauna do Parque poderiam beneficiar-se desse corredor ecológico
entre os módulos?
d) Há árvores defronte à sua residência? Como você poderia contribuir para melhorar
essa situação?
e) Quais ações seriam possíveis para envolver a população de Cianorte no processo
de arborização das ruas próximas aos Módulos formadores do PMCV?
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Figura 8 - Parque Municipal Cinturão Verde Fonte: Souza, 2010.
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Para alcançar os objetivos de conservação/preservação propostos quando da criação de
uma UC o planejamento é via condutora onde são estabelecidos os princípios básicos
para o uso racional de uma área protegida. Toda a operacionalidade de uma UC será
expressa no seu plano de manejo, que funcionará como um guia para definir todas as
ações relacionadas a mesma, devendo ser construído com a participação de todos os
entes envolvidos.
O plano de manejo é uma das exigências estabelecidas no SNUC, no Art. 1º, t XVII,
definido como “documento técnico mediante o qual, com fundamentos nos objetivos
gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas
que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a
implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade”. Assim, o
zoneamento faz parte do plano de manejo, constituindo-se, na verdade, num instrumento
de ordenamento territorial, em setores ou zonas a unidade de conservação. O mapa
abaixo apresenta o zoneamento do PMCV. (Figura 9)
Atividade 12
O atual modelo brasileiro de Unidades de Conservação além de ter por principal
finalidade a proteção da biodiversidade busca proteger as bacias hidrográficas e
mananciais, as paisagens, fomentar a recreação e o turismo ao ar livre, a conservação
de sítios arqueológicos, históricos e culturais. Além de que, devem ser mantidos livres
das alterações desencadeadas pelas atividades humanas, sendo permitido apenas o
uso indireto desses espaços. (SNUC/2000)
a) Qual dos elementos citados como finalidades das UC’s tem sido de fato cumprido
pelo PMCV?
b) Qual dos elementos citados tem apresentado menor cuidado pelos gestores da UC?
c) Os ecossistemas componentes do Parque estão livres das atividades humanas que
conseqüentemente provocam alterações?
d) Apresente alguma atividade humana que esta em conflito com os objetivos do
Parque.
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As zonas ou setores demandam diferenciados graus de proteção e intervenção,
contribuindo significativamente para que a unidade de conservação cumpra o seu papel
de forma adequada, pois no zoneamento serão identificados os conflitos de uso do solo
no interior e exterior da unidade, localizando os pontos potencialmente em desequilíbrio,
além de propor normas e regras que redimensione as diferentes formas de usos,
adequando-os à finalidade primeira da unidade que é a proteção dos seus atributos
naturais.
Figura 9 - Zoneamento do Parque Municipal Cinturão Verde Fonte: Souza, N.L. 2012.
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Atividade 13
Desde de 2008 o Parque Municipal Cinturão Verde de Cianorte possui Plano de
Manejo. Neste plano consta o Zoneamento de todo o Parque, assim com base no
mapa de zoneamento do Parque responda as questões.
a) Identifique os diferentes tipos de Zonas e os objetivos principais de cada uma.
b) Qual a zona possui a maior área?
c) Em qual das zonas é possível realizar atividades de lazer?
d) Há alguma zona onde não é permitido o trânsito de pessoas? Qual e porque?
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6. Orientações aos Professores
Prezado professor e professora, o presente instrumento de trabalho constitui-se em uma
Unidade Didática como formato de Produção Didático Pedagógica. E tem como principal
objetivo disponibilizar ao professor um material didático para sua prática pedagógica
quando abordar conteúdos relacionados aos cuidados com o meio ambiente, na disciplina
de Geografia, contribuindo, dessa forma, para a transmissão dos conhecimentos no
âmbito dessa ciência, partindo das possibilidades do lugar onde o educando atua, seu
espaço de vivencia, e assim instrumentalizá-lo para agir em âmbito nacional e global.
As atividades aqui propostas visam compreender as particularidades e finalidades das
áreas preservadas, classificadas como Unidades de Conservação, tais como a legislação
que as rege e suas particularidades, tanto para o aprofundamento do tema para os
professore e professoras como material de apoio. Quanto aos educandos, espera
possibilitar a estes, entendimento sobre o contexto das Unidades de Conservação, como
Atividade 14
Aula de Campo
Fazer uma visita pelo entorno do Parque Municipal Cinturão Verde observando os
principais problemas de ordem ambiental e social que afetam a área da Unidade de
Conservação, utilizando-se de FICHA DE LEVANTAMENTO DE CAMPO e máquina
fotográfica, sob orientação da professora e de um funcionário da SEMMA.
Os alunos deverão observar os seguintes elementos no entorno do PMCV:
a) Presença de animais domésticos.
b) Disposição de resíduos;
c) Existência de espécies vegetais e animais invasores;
d) Observar as condições dos quintais das residências, localizadas no entorno imediato
do PMCV, quanto à possibilidade de permeabilidade das águas chuvas.
e) Observar a presença de animais silvestres.
f) Observar se há árvores nas calçadas das residências do entorno imediato do PMCV.
g) Se os equipamentos de lazer (parque infantil, ATI’s, pista de caminhada etc)
apresentam algum tipo de vandalismo.
h) Existência de trilhas clandestinas.
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26
uma das melhores opções na proteção dos recursos naturais.
Entende-se que essa proposta é relevante, pois poderá levar aos educandos condições
de construir condutas de cuidados com o patrimônio natural presentes em cidades
resultando em práticas cidadãs.
Espera-se que esse material contido nesta Unidade Didática contribua para que
educandos e comunidade escolar reconheçam o valor de uma área preservada, na
modalidade de Unidade de Conservação, situação essa rara em espaço urbano, como é o
caso do Parque Municipal Cinturão Verde de Cianorte.
7. Referências
BALLAROTTI, L. Análise das Condições ambientais do Parque Arthur Thomas e sua
importância para a população de Londrina – PR. Dissertação (Mestrado em
Geociências) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina. 2005.
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Centro
Gráfico,1988.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza. SNUC - Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Brasília:
MMA, 2000.
DIAS, E. S. Atuação do agente fundiário na produção do espaço urbano –
Companhia Melhoramentos Norte do Paraná: uma presença constante na cidade de
Cianorte. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 1998.
FACHINI, M. P. A urbanização e impactos ambientais em Cianorte. Monografia de
conclusão de Curso – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 1987.
HASSLER, M. L. A importância das unidades de conservação no Brasil. Sociedade &
Natureza, Uberlândia, 17 (33): 79-89, dez. 2005.
<http://www.sociedadenatureza.ig.ufu.br> . Acesso 19 nov. 2008.
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____________. As unidades de conservação no âmbito do Estado do Paraná –
Revista Caminhos de Geografia nº 7, junho de 2005. p. 62 – 72.
IAP – Instituto Ambiental do Paraná. Curitiba, 2000.
IPARDES – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico, 2002.
MAACK, R. Geografia Física do Paraná. Rio de Janeiro: J. Olympio; Curitiba:
Secretaria da Cultura Esporte do Governo do Estado do Paraná, 1981.
MILANO, M. S. (org.) – Unidades de conservação: atualidades e tendências.
Curitiba. Fundação o Boticário de Proteção à Natureza, 2002.
PAZ, R. J; FREITAS, G. L.; SOUZA, E. A. Unidades de conservação no Brasil:
História e legislação. João Pessoa. Ed. Universitária: UFPB, 2006.
Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Cianorte. Plano de Manejo. Cianorte, 2008.
SOUZA, N. L. Parque Municipal Cinturão Verde de Cianorte – Módulo Mandhuy e sua
relação com a cidade de Cianorte, Paraná. Dissertação (Mestrado em Geografia)
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2010.