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ORIENTE MÉDIO – ASPECTOS GERAIS O que é o Oriente Médio? 1- Correspondendo à porção sul-ocidental, ou sudoeste, da Ásia, o Oriente Médio constitui um verdadeiro ponto de contato desse continente com a África. Na verdade, o norte da África é quase um prolongamento do Oriente Médio ou vice-versa: em ambos, a paisagem natural dominante é desértica, é grande a presença de povos árabes ou de troncos étnicos semelhantes, há muito petróleo e principalmente tradições históricas comuns, que remontam à expansão muçulmana a partir do século VII da nossa era. 1.1- Considera-se atualmente Oriente Médio toda a região que vai da Turquia, a oeste, até o Afeganistão, a leste, tendo como centro a parte asiática do Egito (predominantemente um país africano), Israel, Jordânia, Síria, Líbano, Iraque, Irã e os países da península Arábica: Arábia Saudita, Kuwait, Iêmen, Omã, Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos. Também no Oriente Médio está situado Chipre, país que ocupa a maior parte de uma pequena ilha do Mediterrâneo, com 9200 km²; um terço desse total está sob controle turco. Por sua vez, parte do território da Turquia fica na Europa, mas, por causa da religião muçulmana, da sua tradição histórica e dos valores do povo, a Turquia é considerada um país asiático e pertencente ao Oriente Médio. Aspectos físicos 2- Predomina no Oriente Médio o clima desértico, lembrando o deserto do Saara, do norte do continente africano. Em alguns trechos, especialmente próximos ao litoral, o clima é subtropical mediterrâneo. se concentra a maioria da população. 2.1- O relevo em geral é baixo, com exceção das partes leste e, especialmente, norte dessa região Afeganistão, norte do Irã e da Turquia – onde surgem planaltos e cadeias de montanhas. A principal planície é a da Mesopotâmia, localizada na Síria e, principalmente, no Iraque. Essa planície, formada pelos rios Tigre e Eufrates, apresenta grandes densidades demográficas e nela se cultivam vários gêneros agrícolas, como arroz, trigo, cevada e algodão. 2.2- A estrutura geológica – formação geológica dos terrenos, suas rochas e recursos minerais – constitui uma característica fisiográfica importantíssima para o Oriente Médio. Aí predominam as bacias sedimentares – especialmente na península Arábica e ao redor do golfo Pérsico -, que são áreas rebaixadas e preenchidas por rochas sedimentares. São bacias sedimentares que atendem plenamente as condições necessárias para a ocorrência de hidrocarbonetos, ou seja, existe aí um anticlíneo (formação curva ou em foram de cúpula), uma fenda que foi preenchida há milhões de anos por organismos marinhos que ficaram aprisionados no meio de camadas rochosas e transformaram-se em petróleo e gás no decorrer desse tempo. Esse anticlíneo foi produzido pela colisão de duas placas tectônicas, a placa Eurasiana e a Árabe, que têm uma zona de encontro nessa região.

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ORIENTE MÉDIO – ASPECTOS GERAISO que é o Oriente Médio?

1- Correspondendo à porção sul-ocidental, ou sudoeste, da Ásia, o Oriente Médio constitui um verdadeiro ponto de contato desse continente com a África. Na verdade, o norte da África é quase um prolongamento do Oriente Médio ou vice-versa: em ambos, a paisagem natural dominante é desértica, é grande a presença de povos árabes ou de troncos étnicos semelhantes, há muito petróleo e principalmente tradições históricas comuns, que remontam à expansão muçulmana a partir do século VII da nossa era.1.1- Considera-se atualmente Oriente Médio toda a região que vai da Turquia, a oeste, até o Afeganistão, a leste, tendo como centro a parte asiática do Egito (predominantemente um país africano), Israel, Jordânia, Síria, Líbano, Iraque, Irã e os países da península Arábica: Arábia Saudita, Kuwait, Iêmen, Omã, Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos. Também no Oriente Médio está situado Chipre, país que ocupa a maior parte de uma pequena ilha do Mediterrâneo, com 9200 km²; um terço desse total está sob controle turco. Por sua vez, parte do território da Turquia fica na Europa, mas, por causa da religião muçulmana, da sua tradição histórica e dos valores do povo, a Turquia é considerada um país asiático e pertencente ao Oriente Médio.

Aspectos físicos2- Predomina no Oriente Médio o clima desértico, lembrando o deserto do Saara, do norte do continente africano. Em alguns trechos, especialmente próximos ao litoral, o clima é subtropical mediterrâneo. Aí se concentra a maioria da população.2.1- O relevo em geral é baixo, com exceção das partes leste e, especialmente, norte dessa região – Afeganistão, norte do Irã e da Turquia – onde surgem planaltos e cadeias de montanhas. A principal planície é a da Mesopotâmia, localizada na Síria e, principalmente, no Iraque. Essa planície, formada pelos rios Tigre e Eufrates, apresenta grandes densidades demográficas e nela se cultivam vários gêneros agrícolas, como arroz, trigo, cevada e algodão.2.2- A estrutura geológica – formação geológica dos terrenos, suas rochas e recursos minerais – constitui uma característica fisiográfica importantíssima para o Oriente Médio. Aí predominam as bacias sedimentares – especialmente na península Arábica e ao redor do golfo Pérsico -, que são áreas rebaixadas e preenchidas por rochas sedimentares. São bacias sedimentares que atendem plenamente as condições necessárias para a ocorrência de hidrocarbonetos, ou seja, existe aí um anticlíneo (formação curva ou em foram de cúpula), uma fenda que foi preenchida há milhões de anos por organismos marinhos que ficaram aprisionados no meio de camadas rochosas e transformaram-se em petróleo e gás no decorrer desse tempo. Esse anticlíneo foi produzido pela colisão de duas placas tectônicas, a placa Eurasiana e a Árabe, que têm uma zona de encontro nessa região.

Aspectos políticosO Oriente Médio é uma das principais áreas estratégicas de todo o mundo em virtude de sua importância econômica e militar. Aí se localiza grande parte das reservas mundiais de petróleo e de gás natural. Calcula-se que cerca de 65% das reservas mundiais de petróleo e 30% das de gás natural estejam no subsolo dessa região. Como se sabe, é do petróleo que são extraídos o querosene, a gasolina, o óleo diesel – combustíveis muito usados na industria moderna. O petróleo serve também como fonte de energia para usinas termelétricas e como matéria-prima das industrias petroquímicas, de plásticos e derivados.3.1- Aí se encontram alguns dos maiores produtores e exportadores mundiais de petróleo: Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, etc. mas, além da produção e exportação de petróleo, o Oriente Médio apresenta muitas tensões e conflitos – religiosos, sociais e fronteiriços -, que costumam periodicamente dar origem a guerras locais ou até mesmo a movimentos terroristas internacionais. 3.2- Alguns países, como os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita, o Kuwait e Israel, possuem elevada renda per capita, porém apresentam violentas desigualdades e injustiças sociais. Em todos eles há o uso intenso de força de trabalho estrangeira, que ganha salários baixíssimos e não tem os direitos de um cidadão. Em Israel emprega-se mão-de-obra palestina; nos Emirados Árabes Unidos, na Arábia Saudita e no Kuwait utiliza-se mão-de-obra indiana, paquistanesa, palestina, egípcia, etc. esses três países apresentam ainda minorias com rendas altíssimas, que investem capitais nos países mais desenvolvidos, e uma maioria – especialmente os trabalhadores estrangeiros – com baixo padrão de vida.3.3- Deve-se destacar a difícil questão de pôr em prática os termos do acordo entre Israel e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), que, em 1993, depois de 46 anos de terríveis conflitos, ações terroristas, guerras e milhões de mortes, levaram ao reconhecimento recíproco de ambos os povos. Esse reconhecimento político-diplomático é o primeiro passo para resolver a complicada questão do povo palestino, desprovido de território desde a criação do Estado de Israel (1948).

3.4- Outras questões importantes são a difícil convivência da religião muçulmana, que predomina nessa região de forma absoluta, com outras religiões (judaísmo, catolicismo e cristianismo ortodoxo oriental) e os conflitos internos do próprio islamismo, entre os xiitas, mais radicais, que predominam no Irã, no Iraque e no Iêmen, e os sunitas, mais moderados, que constituem a maioria nos demais países islâmicos.3.5- Com o fim da guerra fria, as disputas políticas desses países em torno dos centros mundiais de poder mudaram de natureza, mas continuam a existir. Até o final da década de 1980, havia uma acirrada disputa entre aliados dos EUA e da União Soviética nessa região; desde os anos 1990, existe uma tendência de união dos povos muçulmanos contra o ocidente – simbolizado principalmente pelos EUA, em primeiro lugar, e pelas potências da Europa ocidental. Apesar de rivais, os regimes políticos do Irã e do Iraque promovem uma permanente campanha para isso, advogando (geralmente até com o investimento de milhões de dólares anuais em propaganda, doutrinação ou treinamento de pessoas, etc.) uma oposição de todos os islâmicos ao Ocidente, que é visto como culpado pelos problemas da região e do mundo. Todavia, outros países – em particular a Arábia Saudita – continuam aliados do Ocidente e, especialmente, dos EUA.3.6- Com tudo isso, podemos perceber por que o Oriente Médio, às vezes, é chamado “barril de pólvora”. De fato, alguns dos principais conflitos armados das últimas décadas ocorreram nessa região:* guerra dos Seis Dias, em 1967, entre Israel e vizinhos árabes;* guerra do Yom Kippur, em 1973, novamente entre Israel e vizinhos árabes;* guerra entre o Irã e o Iraque, iniciada em 1980 e encerrada em 1988;* ocupação do Afeganistão por tropas soviéticas durante nove anos (a retirada dessas tropas ocorreu em 1989);* guerra civil no Líbano, que teve início em 1975 e terminou em 1991;* guerra do Golfo, em janeiro e fevereiro de 1991, quando tropas norte-americanas e de outros países aliados (Reino Unido, França, Arábia Saudita, Egito, etc) retomaram o Kuwait, que havia sido invadido pelo Iraque em agosto de 1990;* bombardeios sobre o Afeganistão, em 2001, depois que um atentado terrorista nos EUA – que teria sido realizado por um grupo abrigado no Afeganistão – levou os EUA a bombardear esse país e a derrubar o seu governo, substituindo-o por um outro;* nova guerra do Golfo, em 2003, quando as forças armadas dos EUA e do Reino Unido, com o apoio de alguns outros Estados, invadiram o Iraque e promoveram a queda do seu regime político com o pretexto de que esse governo estaria fabricando armas de destruição em massa, auxiliando grupos terroristas e não respeitando os direitos humanos de sua população.3.7- Em virtude de conflitos territoriais, da importância do petróleo dessa região e de sua localização estratégica – vizinha da Europa -, é muito grande a presença militar estrangeira no Oriente Médio e nas regiões próximas.3.8- Os navios de guerra, principalmente norte-americanos, vigiam permanentemente o mar Mediterrâneo, o mar vermelho, o norte do oceano Indico, aí denominado mar Arábico, e o golfo Pérsico. Essas águas, importantíssimas para a navegação mundial, são também muito perigosas por serem extremamente militarizadas.3.9- A colocação de minas em certos trechos dessas águas marítimas – como no golfo Pérsico, pelo Irã e pelo Iraque, por exemplo – tem sido comum durante os últimos anos, assim como os conflitos navais, os bombardeios de navios e lanchas e os ataques terroristas.

Turquia e Chipre3- Turquia e Chipre localizam-se na porção ocidental do Oriente Médio, no encontro dessa região com a Europa.4.1- A Turquia tem um território de 780.576 Km² , que ocupa dois continentes: o europeu e o asiático. Na Europa, a Turquia faz fronteira com a Grécia e a Bulgária. Nessa porção turca encontra-se Istambul, a maior cidade do país, com cerca de 7,8 milhões de hab. Na Ásia estão 90% da área total do território turco. Localizada entre os mares Negro, ao norte, e Mediterrâneo, ao sul, a Turquia faz fronteira a sudeste com a Síria, o Iraque e o Irã, e a nordeste com a Armênia e a Geórgia.4.2- A maioria da população de quase 64 milhões de habitantes concentra-se na parte asiática da Turquia. Aí se localiza a capita do país, Ancara, com cerca de 3 milhões habitantes. A Turquia ocupa ainda cerca de um terço da pequena ilha onde se localiza Chipre, um pequeno país cuja população, em sua maioria, é de origem grega.4.3- A Turquia enfrenta um sério problema interno de separatismo. A minoria étnica constituída pelos curdos – ocupa uma área do sudeste da Turquia, bem como regiões do Irã e do Iraque. Esse povo reivindica sua independência política, isto é, o direito a ter seu próprio Estado. O separatismo curdo já deu origem a muitos conflitos que perduram e devem se agravar, pois o proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) enfrenta sem cessar o governo turco por meio da guerrilha.4.4- Trata-se de um país pobre, apesar de não se igualar aos países africanos e asiáticos em geral. Sua renda per capita é de cerca de 3 mil dólares. É uma economia apenas semi-industrializada. Destacam-se as indústrias de aço, de refino de açúcar e petróleo, têxteis e de fertilizantes. Existe uma razoável extração e exportação de minérios, com destaque para o cromo. Mas a base da economia turca está no turismo ( cerca de 3 milhões de turista por ano) e na agricultura ( cereais, algodão, açúcar, fumo, frutas diversas). O envio de dinheiro por parte de milhares de trabalhadores turcos que foram para a Europa ocidental – especialmente para a Alemanha – em busca de melhores

salários também contribui para o reforço das finanças do país.

4.5- Chipre, um minúsculo país com cerca de 768 mil habitantes (75% de origem grega), fica numa ilha que se encontra sob constante ameaça turca. A Turquia invadiu Chipre em 1974 com a finalidade de impedir a união desse país com a Grécia, um velho sonho dos cipriotas não turcos. Como aproximadamente 25% da população cipriota é de origem turca, a Turquia tem usado isso como pretexto para impedir a unificação de Chipre com a Grécia.4.6- Essa invasão marca o início de uma divisão do país e de sua população em duas partes: norte e sul de Chipre. No norte, a Turquia proclamou uma “República Turca do Norte de Chipre” (não reconhecida pelos demais Estado do mundo), os cipriotas turcos tem sido substituídos por habitantes procedentes da Turquia. No sul, mais rico graças a atividades como o turismo, a estabilidade política parece se instalar gradativamente. E a aceitação do Chipre como um dos novos membros da União Européia, em 2003, poderá ser um fator de progresso e estabilidade para esse pequeno Estado.

Afeganistão4- Com uma área de 652.225 km² e quase 23 milhões de habitantes, o Afeganistão é uma nação peculiar no Oriente Médio. O país não tem litoral, o que dificulta o seu comércio externo. Sua economia é pouco desenvolvida, com a mais baixa renda per capita da região – cerca de 800 dólares – aproximando-se da renda média dos países da áfrica Negra. A população é composta de diversos grupos étnicos, que vivem em constantes conflitos. Esses povos em gral seguem a religião muçulmana, porém são muito diferentes dos árabes e dos turcos que predominam no Oriente Médio.5.1- Na realidade, o Afeganistão é um país arrasado por inúmeras guerras: contra os soviéticos, contra os movimentos guerrilheiros internos e contra uma coalizão liderada pelos Estados Unidos, que bombardeou duramente o território afegão em 2001.5.2- Em 27 de dezembro de 1979, a ex-União Soviética invadiu o Afeganistão por ter interesses políticos na região. Os dirigentes soviéticos justificaram essa ocupação como uma tentativa de proteger o socialismo afegão. Alegaram também que tal ato era uma resposta a um período de ajuda militar do governo desse país para sufocar o forte movimento oposicionista e guerrilheiro. Mas o governo desse país para sufocar o forte movimento oposicionista e guerrilheiro. Mas o governo da época, liderado por Babrak Karmal, acabou deposto pelos próprios soviéticos, que colocaram em seu lugar um governante ainda mais submisso a Moscou.5.3- A estratégia soviética de tentar manter um governo aliado sem o apoio popular e tentar conter a expansão do radicalismo islâmico acabou fracassando. Em 1989, as tropas soviéticas abandonaram o Afeganistão, em virtude não só da forte reação dos guerrilheiros como também do agravamento dos problemas internos (forte crise econômica e política) da União Soviética.5.4- A saída dos soviéticos não resultou num período de paz e reconstrução do Afeganistão, pois logo em seguida ocorreu uma guerra civil entre os diversos grupos guerrilheiros. Estes na verdade representavam etnias ou oposições religiosas diferentes e se uniram apenas durante algum tempo para combater o inimigo comum, os soviéticos.5.5- Após uma fase de intensas disputas pelo poder, em 1995 assume o governo do país o grupo guerrilheiro Taliban, apoiado pelo Paquistão e formado por fundamentalistas sunitas da etnia patane (majoritária no Afeganistão e no Paquistão). o governo taliban, que durou até setembro de 2001. pouco contribuiu para reconstruir a economia afegã, pois se preocupou mais com a imposição de determinadas regras morais, extremamente rígidas: os canais de televisão e todos os cinemas foram fechados, manifestações musicais foram proibidas, as mulheres foram impedidas de sair sozinhas de casa (além de terem sido obrigadas a usar uma roupa que cobre todo o corpo e o rosto, a burca), os homens foram proibidos de se barbear, etc. Durante os seis anos do governo taliban, grande parte da população de alimentou graças à ajuda internacional.5.6- Em setembro de 2001, ocorreram alguns fortes atentados terroristas contra os Estados Unidos (em Nova York e em Washington), e as autoridades norte, americanas culparam o grupo terrorista Al-Qaeda por esses atos. A principal base e os campos de treinamento desse grupo terrorista situavam-se no Afeganistão. Como o governo afegão se recusou a prender os líderes da Al-Qaeda, os Estados Unidos, com o auxílio da ONU e de inúmeros Estado, promoveram fortes bombardeios sobre o Afeganistão, além de apoiarem um outro grupo guerrilheiro afegão, a Aliança do Norte, que combatia o governo taliban. Isso tudo produziu uma enorme matança, uma grande destruição dos poucos edifícios, aeroportos e estradas do país, e, em dezembro de 2001, o governo do Taliban foi oficialmente encerrado.

Irã5- Com uma área de 1.648.732 km², e uma população de 73 milhões de habitantes, o Irã tem a maior população e o segundo maior território do Oriente Médio, precedido pela Arábia Saudita.6.1- A revolução islâmica de 1979 instalou um regime político profundamente religioso e antiliberal. Com base no Corão, o governo, entre outros atos, vedou a música e a dança ocidentais, proibiram homens e mulheres de freqüentarem juntos praias ou piscinas e determinou

que, nas universidades, as mulheres sentem-se atrás dos homens durante as aulas e nunca olhem diretamente nos olhos do professor nem lhe dirijam a palavra. Esses atos e muitos outros, fundamentados no islamismo mais radical – o xiismo – são estranhos para os ocidentais, embora não o sejam para esse povo que há séculos convive com eles.6.2- Com a revolução islâmica, o Irã contestou radicalmente a hegemonia dos Estados Unidos, a quem qualificou como o “grande Satã” e com o qual as suas relações permanecem tensas até hoje. Em 1995, os Estados Unidos colocaram em prática uma política de embargo comercial ao país, na tentativa de levá-lo a respeitar os direitos humanos e de por fim às suas ações terroristas na região e no mundo inteiro, pois havia se tornado o maior incentivador da expansão do islamismo mais radical, gastando milhões de dólares por ano com essa finalidade.6.3- Contando com os votos das mulheres, dos intelectuais e dos jovens interessados em reformas políticas, o político moderado Mohamad Khatami foi eleito presidente em 1997. de fato, o seu governo assinala a retomada de relações políticas e econômicas mais estreitas com os Estados Unidos, mas enfrenta muitas dificuldades internas, pois alguns postos-chaves da administração do Estado continuam nas mãos dos políticos mais conservadores, contrários a qualquer mudança.6.4- O Irã, todavia, ainda não se refez das conseqüências da longa guerra com o Iraque, que se estendeu de 1980 a 1988 e só terminou pelo esgotamento da capacidade de continuação dos combates, especialmente por parte do Irã. Na verdade, encerraram-se os combates, mas os dois Estados ainda não assinaram um tratado de paz.6.5- A economia, arruinada pela destruição de inúmeras instalações industriais (especialmente petroquímicas), ainda não se recuperou, apesar da renda obtida com a exportação de petróleo: em 1996 atingiu o montante de 19 bilhões de dólares. O país depende da importação de bens de consumo, de produtos industrializados e também de alimentos. O precário desempenho da economia é uma das fontes da insatisfação do povo iraniano, que reivindica mais abertura política e melhores condições de vida.

ATIVIDADESI- Explique por que o Oriente Médio é considerado uma região estratégica no mundo atual.II- Faça uma comparação entre o Oriente Médio e o norte da áfrica.Qual é o grande problema do Chipre?