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1 CONTRUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO CIENTÍFICO: ARTICULAÇÃO DA ÁLGEBRA COM A ARITMÉTICA E A GEOMETRIA NA 7ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL Cleusa Ap. Didomenico do Nascimento de Souza * * * * João Candido Bracarense Costa * * * * Resumo As novas tendências metodológicas apresentadas nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná, as teorias de aprendizagem, a tecnologia, a inclusão digital, agora facilitada com a implantação do Paraná Digital (laboratórios de informática em LINUX) e a TV Multimídia em todas as escolas públicas do Estado, são fatores que aparecem em cena como ferramentas poderosas para o sucesso na educação, mas causam dúvidas, inseguranças e questionamentos quanto à sua aplicabilidade em sala de aula. Portanto, o objetivo principal deste trabalho foi a elaboração de um Material Didático Científico - MDC, que contempla uma nova metodologia para o ensino e aprendizagem da Álgebra, interligada com a Aritmética e a Geometria, buscando inserir uma mídia tecnológica que facilite a tarefa do professor na disseminação dos conteúdos trabalhados em sala de aula, possibilitando ao aluno o acesso a estes conteúdos - por meio da internet (webquest, pbwiki), pendrive, DVD, laboratório de informática da escola, etc. – no momento em que ele desejar e onde ele estiver. Esta nova metodologia segue as orientações pontuadas nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná, principalmente no que se refere às tendências metodológicas. Palavras-chave: Matemática. Álgebra. Metodologia. Tecnologia. * Professora Mestre em Educação pela UNICS – Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná. Professora PDE Titulada – SEED/UNIOESTE. E-mail: [email protected] * Professor Doutor do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. E-mail: [email protected].

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CONTRUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO CIENTÍFICO: ARTICULA ÇÃO DA

ÁLGEBRA COM A ARITMÉTICA E A GEOMETRIA NA 7ª SÉRIE DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Cleusa Ap. Didomenico do Nascimento de Souza ∗∗∗∗ João Candido Bracarense Costa ∗∗∗∗

Resumo

As novas tendências metodológicas apresentadas nas Diretrizes Curriculares da

Educação Básica do Paraná, as teorias de aprendizagem, a tecnologia, a inclusão

digital, agora facilitada com a implantação do Paraná Digital (laboratórios de

informática em LINUX) e a TV Multimídia em todas as escolas públicas do Estado,

são fatores que aparecem em cena como ferramentas poderosas para o sucesso na

educação, mas causam dúvidas, inseguranças e questionamentos quanto à sua

aplicabilidade em sala de aula. Portanto, o objetivo principal deste trabalho foi a

elaboração de um Material Didático Científico - MDC, que contempla uma nova

metodologia para o ensino e aprendizagem da Álgebra, interligada com a Aritmética

e a Geometria, buscando inserir uma mídia tecnológica que facilite a tarefa do

professor na disseminação dos conteúdos trabalhados em sala de aula,

possibilitando ao aluno o acesso a estes conteúdos - por meio da internet

(webquest, pbwiki), pendrive, DVD, laboratório de informática da escola, etc. – no

momento em que ele desejar e onde ele estiver. Esta nova metodologia segue as

orientações pontuadas nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do

Paraná, principalmente no que se refere às tendências metodológicas.

Palavras-chave: Matemática. Álgebra. Metodologia. Tecnologia.

∗ Professora Mestre em Educação pela UNICS – Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná. Professora PDE Titulada – SEED/UNIOESTE. E-mail: [email protected] ∗ Professor Doutor do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. E-mail: [email protected].

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Abstract

The new methodological tendencies presented in the DCEs of Basic Education in

Paraná State, the learning theories, the digital inclusion, now easily used due to

Digital Paraná Program (labs in LINUX) and the multimidia TV in all public schools in

the state, are factors which appear as powerful tools for the education success, but

cause doubts, insecurities and questions related to its aplicabiity in the classroom.

Therefore, the main reason of this work was the creation of a Scientific and Didatic

Material (MDC), which involves a new methodology for the learning and teaching of

Algebra, conected to Aritimethics and Geometry, searching for an intersection of a

technological media which facilitates the teacherś work in the dissemination of the

contents worked in the classroom, making it possible for the student the access to

these contents – by means of the internet (webquest, pbwiki), pendrive, DVD,

computing labs in the school, etc. - whenever and wherever the students wish. This

new methodology follow the steps pointed in the DCEs of Basic Education of Parana

State, mainly whatś concerned to the methodological tendencies.

Key-words: Mathematics, Algebra, Methodology, Tecnology.

Introdução

O homem, ao longo de sua existência, vem assistindo às diversas transformações

ocorridas nos meios utilizados para a produção do conhecimento sistematizado. Da

argila ao papiro; do papel ao computador, percebe-se, não somente o incontestável

avanço tecnológico, mas também o esforço incessante da escola em busca da

formação de um indivíduo crítico, com capacidade de resolver problemas e de se

posicionar adequadamente no mercado de trabalho. No entanto, se os objetivos da

Educação Básica é promover a leitura, a escrita, a interpretação e a inserção crítica

do jovem no mundo do trabalho (PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional:

Documento Síntese, 2007, p.16), a maioria das escolas está muito aquém desses

objetivos.

Há algum tempo autores e pesquisadores chamam a atenção para os

problemas da educação no Brasil. Para Saviani (1986, p.82):

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...o fundamental hoje no Brasil é garantir uma escola elementar que possibilite o acesso à cultura letrada para o conjunto da população. Logo, é importante envidar todos os esforços para a alfabetização, o domínio da língua vernácula, o mundo dos cálculos, os instrumentos de explicação científica estejam disponíveis para todos indistintamente. Portanto, aquele currículo básico da escola elementar (Português, Aritmética, História, Geografia e Ciências) é uma coisa que temos de recuperar e colocar como centro das nossas escolas, de modo a garantir, que todas as crianças, assimilem esses elementos, pois sem isso elas não se converterão em cidadãos com a possibilidade de participar dos destinos do país e interferir nas decisões e expressar seus interesses, seus pontos de vista.

A mesma preocupação aparece nas palavras de Grajew (1997, p.3):

Nossas escolas estão preparando os jovens para exercer funções que possivelmente não serão mais necessárias, e o número de vagas disponíveis não será suficiente para empregar a próxima geração. As profundas transformações tecnológicas e econômicas terão que nos fazer repensar o papel da educação para os próximos anos.

É neste contexto que muitas dúvidas surgem quanto ao papel da escola atual

frente aos problemas educacionais: aulas que não despertam o interesse do aluno;

professor desmotivado por não conseguir desenvolver o conteúdo de forma

contextualizada; falta de material didático mais completo e ao mesmo tempo falta de

capacitação para bem usar os já existentes e que são ofertados pelo Estado, tais

como: Livro Didático Público, Biblioteca do Professor, Portal Dia-a-dia Educação, TV

Paulo Freire; carga horária não compatível com a quantidade de conteúdos que

devem ser trabalhados em cada série; etc., os quais se mesclam com os problemas

básicos de infra-estrutura social e com uma sociedade altamente tecnológica, que

exige um mínimo de conhecimentos para que o jovem tenha uma oportunidade de

trabalho.

Assim, surgem também, na sociedade contemporânea, e mais precisamente

nas duas últimas décadas, as discussões de um grande problema educacional: O

ensino de Matemática.

Em meio a tantas transformações tecnológicas, a matemática continua sendo

apresentada de forma desinteressante, obsoleta, tradicional e na maioria das vezes,

inútil aos olhos do educando. Esse descontentamento e fracasso se mostra no

momento em que esta ciência, não possibilita ao indivíduo atingir seu potencial

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crítico, fazer análises, conjecturas, se apropriar de conceitos e formular idéias e,

isso é comprovado também, através de pesquisas como a do Sistema Nacional de

Avaliação da Educação Básica (SAEB) que tem chamado a atenção para o fato de

que o aproveitamento médio dos alunos, está abaixo do desejado.

Diante das dificuldades encontradas no ensino da Matemática, está a álgebra,

por ser trabalhada em muitas escolas, ainda hoje, de forma abstrata, desconecta

dos números e da geometria e principalmente é ensinada por meio de memorização

e repetição.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2006, p.28),

“No trabalho de passagem da aritmética para a álgebra faz–se necessário um

cuidado para não haver uma ruptura entre ambas, mas ampliação das possibilidades

de argumentar e resolver problema”.

A construção do pensamento algébrico exige muito além do que o livro

didático pode oferecer. As atividades, ricas em significados, devem permitir que o

aluno estabeleça relações, perceba regularidades, pense e se expresse

algebricamente.

A contemporaneidade está impondo novos modos de pensar e interpretar o

conhecimento matemático. A tecnologia adquire importância singular no processo de

ensino aprendizagem e apresenta os recursos tecnológicos: Inteligência Artificial –

I.A., educação através da Web, Internet, EAD, software educacional, enciclopédia

em CD-ROM, vídeo, filmadora, TV Escola e outros, como ferramentas essenciais

nesse processo. Diferentes posturas frente ao conhecimento e aos saberes

modificam a relação professor/aluno, assim como, a relação destes com as

contínuas transformações sociais.

As novas tendências metodológicas, as teorias de aprendizagem, a

tecnologia, a inclusão digital, agora facilitada com a implantação do Paraná Digital

(laboratórios de informática em LINUX) em todas as escolas públicas, são fatores

que aparecem em cena como ferramentas poderosas para o sucesso na educação,

mas ao mesmo tempo causa dúvidas, inseguranças e questionamentos quanto à

sua aplicação em sala de aula.

O objetivo principal deste trabalho foi elaboração de um material didático

científico - MDC que contemple uma nova metodologia para o ensino e

aprendizagem da Álgebra, interligada com a Aritmética e a Geometria, buscando

inserir uma mídia tecnológica que facilite o trabalho do professor na disseminação

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dos conteúdos trabalhados em sala de aula, possibilitando ao aluno o acesso a

esses conteúdos - por meio da internet (webquest, pbwiki), DVD, laboratório de

informática da escola, etc. – no momento em que ele desejar e onde ele estiver.

Esta nova metodologia seguirá as orientações pontuadas nas Diretrizes Curriculares

da Educação Básica do Estado do Paraná, principalmente no que se refere às

tendências metodológicas.

Buscou-se, também, atender a solicitação do Programa de Desenvolvimento

Educacional - PDE da Secretaria de Estado da Educação - SEED, de produzir

material que venha ao encontro das necessidades do Ensino Básico do Paraná.

Como abordagem metodológica, a tendência que fundamentará o

desenvolvimento da atividade é a Resolução de Problemas. No entanto, procurou-se

subsídios em outras tendências que estão pautadas na Educação Matemática e

pontuadas nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica, tais como: História da

Matemática, Etnomatemática, Modelagem Matemática, Investigação Matemática e,

principalmente, Mídias Tecnológicas.

Para iniciar este trabalho foi necessário selecionar um dos Conteúdos

Estruturantes trabalhados no Ensino Fundamental: “Números e Álgebra”, no entanto,

no desenvolvimento das atividades foi possível trabalhar com outros conteúdos:

“Grandezas e Medidas” e “Geometrias”. Foi selecionado, como foco principal, a 7ª

série do ensino fundamental, pois, apesar de ser um conteúdo presente em todas as

séries do ensino fundamental, é nesta série que é dado maior ênfase no ensino da

Álgebra.

Para a efetivação do mesmo, realizou-se pesquisa bibliográfica, das principais

problemáticas do ensino da Álgebra, buscando embasamento em autores que

discutem esse tema, detectando as possíveis causas das dificuldades encontradas

pelos alunos do ensino fundamental e seus erros mais comuns no que diz respeito à

linguagem algébrica e a partir daí formular atividades diferenciadas, introduzindo

uma nova metodologia para minimizar esse problema.

Desenvolvimento

Visando mudar o quadro negativo que se apresenta, em relação à

aprendizagem, não só em Matemática, mas em âmbito geral, a partir de 2003, o

Estado do Paraná propôs aos professores da rede estadual a elaboração das

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Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná. Iniciou-se, então,

um processo de discussão coletiva, envolvendo professores atuantes em sala de

aula, técnicos pedagógicos dos Núcleos Regionais de Educação (NRE) e da

Secretaria de Estado da Educação (SEED).

Segundo Arco-Verde (2004, p.1-3)

A concepção adotada é de que o currículo é uma produção social, construído por pessoas que vivem em determinados contextos históricos e sociais; portanto, não almejamos construir uma proposta curricular prescritiva, mas uma intervenção a partir do que está sendo vivido, pensado e realizado nas e pelas escolas. [...] Ainda como orientações de base curricular, o trabalho de reformulação curricular é coletivo, de construção por parte de todos os profissionais da Educação. [...] Para enfrentamento das discussões curriculares é fundamental que os problemas da prática social sejam enfrentados e passem de uma ação assistemática para a da sistematização, com a clareza e transparência necessárias à compreensão de todos os sujeitos envolvidos na dinâmica escolar.

O processo coletivo se constituiu de discussões centralizadas por disciplina

em nível estadual com o Grupo Permanente(GP) e encontros descentralizados com

reuniões técnicas regionais (por NRE) e reuniões técnicas municipais com os

professores de todas as escolas, para estudo e discussão dos fundamentos teórico-

metodológicos, dos conteúdos estruturantes, do encaminhamento metodológico e da

avaliação, pertinente a cada disciplina. Desse trabalho resultou, em 2005, a versão

preliminar das Diretrizes Curriculares para a Educação Básica do Estado do Paraná.

Durante os anos de 2006 e 2007, retoma-se as discussões para a implementação

das Diretrizes e hoje, em 2008, apresenta-se para o Estado do Paraná o

Documento: Diretrizes Curriculares para as Séries Finais do Ensino Fundamental e

para o Ensino Médio – DCEs.

O texto das Diretrizes de Matemática apresenta a Dimensão Histórica da

Disciplina; Fundamentos Teórico-Metodológicos; Conteúdos Estruturantes –

Números e Álgebra, Grandezas e Medidas, Geometrias, Funções e Tratamento da

Informação – Encaminhamento Metodológico; Avaliação e Referencial Bibliográfico.

Neste contexto, o ensino da matemática é apresentado sob uma visão

histórica, sendo a ciência Matemática vista como atividade humana em construção,

resgatando a importância do conteúdo e do desenvolvimento dos conceitos sem

esquecer o rigor cientifico que a disciplina exige. Assim, surgem diversas

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metodologias que podem resgatar o caráter científico da matemática enquanto

ciência, harmonizando programa curricular e tempo para compreensão significativa

de conteúdos.

Os conteúdos estruturantes se articulam entre si e, também, com os

conteúdos específicos proporcionando uma interdependência que enriquece o

processo pedagógico e para a efetivação desse processo, busca-se embasamento

na Educação Matemática que apresenta as tendências metodológicas,

fundamentando a prática docente.

O movimento em Educação Matemática tem sido enriquecido com estratégias

novas, importantes nas atividades didáticas. Baroni e Nobre (1999) afirmam que

essas estratégias são componentes que subsidiam a prática pedagógica, pois

fornecem instrumentos metodológicos que são introduzidos por uma “reflexão

teórico-metodológica” e “divulgados sob o ponto de vista de propostas didático-

pedagógicas”. Como exemplo esses autores citam a Resolução de Problemas,

Modelagem Matemática, Etnomatemática, Informática e História da Matemática. Nas

DCEs a Informática é tratada de maneira mais ampla e essa tendência é chamada

de Mídias Tecnológicas e aparece também a Investigação Matemática.

No contexto da Educação Matemática, um problema pode provocar a

curiosidade proporcionando ao aluno o prazer pela descoberta da resolução.

A Resolução de Problemas , uma das metodologias apontadas nas DCEs,

está embasada nas idéias de Polya (2006) e Schoenfeld (1997). George Polya

(1995), que é considerado o sistematizador da proposta da Resolução de Problemas

no prefácio do seu livro A Arte de Resolver Problemas, destaca:

Uma grande descoberta resolve um grande problema, mas há sempre uma pitada de descoberta na resolução de qualquer problema. O problema pode ser modesto, mas se ele desafiar a curiosidade e puser em jogo as faculdades inventivas, quem o resolver por seus próprios meios, experimentará a tensão e gozará o triunfo da descoberta (...)

A resolução de problemas é uma metodologia que, parece tornar o educando

mais participativo, pois é dada a oportunidade de buscar possíveis caminhos e

soluções.

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Assim, as quatro fases para a resolução de problemas propostas por Polya

(1995): Compreender o problema; Estabelecimento de um Plano; Execução do

Plano e o Retrospecto corroboram a necessidade de desafiar a curiosidade dos

estudantes, podendo apresentar problemas de acordo com o nível de seus

conhecimentos e auxiliando-os com naturalidade, para que ao estudante caiba uma

parcela razoável de trabalho. O professor pode, também, auxiliá-los fazendo

indagações e dividindo os problemas em subproblemas.

Ainda segundo Polya (1995):

Um professor de Matemática tem, assim, uma grande oportunidade. Se ele preenche o tempo que lhe é concedido a exercitar seus alunos em operações rotineiras, aniquila o interesse e tolhe o desenvolvimento intelectual dos estudantes, desperdiçando, dessa maneira, a sua oportunidade. Mas se ele desafia a curiosidade dos alunos, apresentando-lhes problemas compatíveis com os conhecimentos destes e auxiliando-os por meio de indagações estimulantes, poderá incutir-lhes o gosto pelo raciocínio independente e proporcionar-lhes certos meios para este objetivo.

Portanto, uma das finalidades do ensino da Matemática, é o desenvolvimento

da capacidade de resolver problemas. Segundo Schoenfeld (1985) o domínio da

resolução de problemas deve ser o alicerce para a compreensão e o ensino da

Matemática. Valendo-se dessas considerações, percebe-se ser necessário a

substituição da prática pedagógica que enfatiza a transmissão de regras, algoritmos,

resolução de exercícios ou problemas-modelo por uma prática que permita ao

educando dominar os significados dos conceitos matemáticos inter-relacionados

com situações do cotidiano.

Dante (1989, p.11) ressalta que “um dos principais objetivos do ensino da

matemática é fazer o aluno pensar produtivamente e para isso, nada melhor que

apresentar-lhes situações problemas que o envolvam, o desafiem e o motivem a

querer resolvê-las”.

Assim, como a Resolução de Problemas, as Investigações Matemáticas

contribuem com o desenvolvimento da capacidade de pensar dos alunos e também

dinamizam o ambiente das aulas de Matemática. Segundo Ponte (2003, p.23), a

Investigação

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Ajuda a trazer para a sala de aula o espírito da atividade matemática genuína, constituindo, por isso, uma poderosa metáfora educativa. O aluno é chamado a agir como um matemático, não só na formulação de questões e conjecturas e na realização de provas e refutações, mas também na apresentação de resultados e na discussão e argumentação com os seus colegas e o professor.

Além de promover momentos de discussão, a Investigação cria também

condições para o desenvolvimento da capacidade de argumentação e possibilita o

desenvolvimento de diferentes processos como, representação, classificação,

abstração, visualização, análise. Estimula os alunos a questionar, formular

conjecturas e testá-las para redefinir estratégias de abordagem. “Enfim investigar

significa procurar conhecer o que não se sabe, que é o objetivo maior de toda ação

pedagógica.” (Paraná/SEED, 2008, p.29).

Como uma metodologia diferenciada de ensino que prima pela qualidade e

melhoria efetiva do processo de ensino e aprendizagem, a Modelagem Matemática

surge como uma alternativa repleta de significância, visto que a criação de modelos

matemáticos proporciona ao educando um contato expressivo da Matemática com o

meio em que ele está inserido.

Neste sentido, cita-se Scheffer (1999, p.14):

A Modelagem Matemática envolve problematização porque busca uma situação do interesse dos alunos, dando origem à comunicação, diálogo, perguntas, curiosidades e partindo para a formulação e resolução de problemas. Envolve o cognitivo, porque leva o aluno a pensar para formular, buscar modelo e resolver a situação-problema de origem em questão; e o afetivo, já que, nesse movimento, o gosto e o prazer pelo trabalho com a Matemática ocorre através de uma atividade que envolve o aluno integralmente.

Assim, a modelagem estimula os alunos a investigarem situações de outras

áreas que não a matemática por meio da matemática. Portanto, ao se trabalhar com

modelagem é mister observar dois pontos: aliar o tema à ser trabalhado com a

realidade dos alunos e aproveitar as experiências dos mesmos aliadas à experiência

do professor em sala de aula.

Neste sentido Biembengut e Hein (2005, p.12), também preconiza:

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Modelagem Matemática é o processo que envolve a obtenção de um modelo. Este, sob certa óptica, pode ser considerado um processo artístico, visto que, para se elaborar um modelo, além de conhecimento de matemática, o modelador precisa ter uma dose significativa de intuição e criatividade para interpretar o contexto, saber discernir que conteúdo matemático melhor se adapta e também ter senso lúdico para jogar com as variáveis envolvidas.

Segundo Bassanezi (2002) a modelagem matemática é a arte de transformar

problemas da realidade em problemas matemáticos e resolvê-los, interpretando

suas soluções na linguagem do mundo real.

A modelagem matemática é, contudo, um processo que possibilita ao aluno

traduzir a linguagem do mundo real para o mundo matemático, ou seja, interpretar

fenômenos do cotidiano, descrevendo-os, analisando-os, transformando-os em

linguagem matemática para uma tomada de decisão.

No trabalho com resolução de problemas, modelagem matemática ou

qualquer outra metodologia, não se pode deixar de considerar a existência de

inúmeras realidades culturais caracterizada pelos diferentes costumes e formas de

educação.

Nessa perspectiva surge a Etnomatemática , uma proposta de ensino da

matemática que visa exemplos ligados à realidade cultural dos alunos, elevando a

compreensão da disciplina, valorizando o conhecimento prévio e respeitando as

suas raízes culturais.

Para D’Ambrosio (2001, p.42) “reconhecer e respeitar as raízes de um

indivíduo não significa ignorar e rejeitar as raízes do outro, mas, num processo de

síntese, reforçar suas próprias raízes.” E, ainda: a proposta pedagógica da

etnomatemática é transparecer na disciplina matemática, algo que leve o aluno a

lidar com as diversas situações reais, tanto no tempo como no espaço, considerando

a etnomatemática como um caminho para uma educação renovada que reconhecerá

a importância de várias culturas e tradições, formando, assim, uma nova civilização

transcultural e transdiciplinar.

Em seu livro Educação Matemática da teoria à prática D’Ambrósio (2004)

apresenta, também, um novo perfil à prática docente, caracterizando o professor

como professor-pesquisador que busca o novo juntamente com seus alunos e passa

a conhecê-los em suas características emocionais e culturais. Assim, segundo as

Diretrizes Curriculares “o trabalho pedagógico deverá relacionar o conteúdo

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matemático com essa questão maior – ambiente do indivíduo e suas manifestações

culturais e relações de produção de trabalho.” (Paraná/SEED, 2008, p.26)

Para Ferreira (1997, p.16) a Etnomatemática é uma “Proposta Pedagógica”,

“Modelo Pedagógico” ou ainda, “um método de se ensinar matemática” O autor

defende e propõe técnicas da etnografia, ou seja, os alunos sairiam a campo e, por

meio de entrevistas e gravações, estudariam a matemática do grupo ou um

problema da comunidade. Esta proposta se alia à Modelagem Matemática para um

aprendizado mais efetivo. Vale salientar que, assim como Ferreira, outros autores,

tais como: Borba (1987), Monteiro (1998) e Wenger (1998), o trabalho de campo

para pesquisar manifestações matemáticas da comunidade é considerado um

encaminhamento pedagógico da Etnomatemática.

Em consonância com a Etnomatemática a História da Matemática pode

promover uma aprendizagem significativa desde que a Matemática seja entendida

pelo aluno como um conhecimento construído historicamente a partir de situações

reais da atividade humana, pautadas na manifestação cultural.

Para Silva (2001, p.130), a “História da Matemática é uma forma de entender

melhor as relações do homem com o conhecimento matemático dentro de um certo

contexto cultural.” Assim, a abordagem histórica deve atrelar as descobertas

matemáticas aos acontecimentos de cada época propiciando ao aluno a

compreensão da natureza da Matemática e sua importância na atividade humana.

Essa metodologia, para Miguel (1993), pode ser instrumento de

desmistificação e desalienação no ensino da matemática, promovendo atitudes e

valores, já que por meio dela o aluno pode superar as barreiras enfrentadas em seu

aprendizado.

O uso de Mídias Tecnológicas , no contexto da Educação Matemática, pode

potencializar o processo pedagógico e permite trabalhar com os conteúdos por meio

de outras tendências - Resolução de Problemas, Etnomatemática, História da

Matemática, Investigação Matemática - possibilitando ao estudante ampliar o campo

de observação, investigação e experimentação.

As DCEs de Matemática (2008, p.28) destacam que “o trabalho com as

mídias tecnológicas insere diversas formas de ensinar e aprender e valoriza o

processo de produção de conhecimentos”.

Considerando o computador como uma ferramenta importante no

desenvolvimento de atividades matemáticas, Borba e Penteado (2001, p.34),

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destaca que "as atividades, além de naturalmente trazerem a visualização para o

centro da aprendizagem matemática, enfatizam um aspecto fundamental na

proposta pedagógica da disciplina: a experimentação".

Dessa forma, essa tendência metodológica, incentiva a inserção dos recursos

tecnológicos – computador, softwares, internet, televisão – no fazer pedagógico,

para que o professor usufrua de sua usabilidade, descortinando práticas docentes

diferenciadas, no intuito de transformar o ambiente escolar num espaço privilegiado

no qual os alunos terão oportunidade de contato, manuseio e apropriação de

conhecimentos por meio das novas tecnologias.

Visando oportunizar, aos professores e alunos, espaços e condições para o

desenvolvimento de práticas inovadoras e, consequentemente a melhoria do ensino,

o Estado do Paraná, através da Secretaria de Estado da Educação (SEED) em

parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), desenvolveu o Projeto

Paraná Digital, no qual todas as escolas e colégios do Estado receberam os

laboratórios de informática, com no mínimo 20 computadores, com acesso a internet

via fibra ótica e, em alguns casos, com recepção digital por antena parabólica.

Desde 2004, foi disponibilizado aos professores na rede de internet, o Portal

Dia-a-dia Educação, o qual tem como missão disponibilizar informações

educacionais, conteúdos pedagógicos e curriculares para professores, alunos,

gestores escolares e comunidade. Possibilita, também, uma integração com a TV

Paulo Freire - criada em 2006, com o intuito de produzir programas educativos

transmitidos via satélite, web e multimídia, a partir de conteúdos pedagógicos -

podendo veicular informações complementares aos programas e temáticas

abordadas na sua grade de programação.

Outro projeto que visa a inclusão e o acesso de alunos e professores da rede

pública estadual às novas tecnologias é a TV Pendrive ou TV Multimídia: projeto

disponibilizou televisores de 29 polegadas - com entradas para VHS, DVD, cartão de

memória e pen drive∗ e saídas para caixas de som e projetor multimídia - para todas

∗ O pen drive é um dispositivo portátil, de armazenamento constituído por uma memória flash que armazena vídeos, áudios, imagens e animações. Este se ajusta ao computador ou ao televisor - desenvolvido exclusivamente para o Estado do Paraná - a partir de uma porta de entrada USB – conexão universal. Transfere dados e informações que podem ser visualizados na tela da TV e de microcomputadores. A entrada para cartão de memória é uma conexão para dispositivos como os usados em máquinas fotográficas e filmadoras, principalmente para armazenar imagens. http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=4 – acesso em 25/04/2008.

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as 22 mil salas de aula da rede estadual de educação, bem como um dispositivo pen

drive para cada professor.

Espera-se que o conjunto destas ações estruturadas de forma integrada e

incorporadas pelas escolas, possibilite um avanço significativo na prática docente.

O simples fato de o professor aprender a manusear as tecnologias, não

garante uma transformação da sua prática. Para tanto, a Secretaria de Estado da

Educação, em parceria com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino

Superior, instituiu em 2006, o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE,

cujo objetivo é produzir progressões na carreira do professor e, principalmente, a

melhoria na qualidade da educação das escolas públicas do Paraná. Este programa

oferece condições físicas, ferramentas tecnológicas, tempo livre para os estudos,

pesquisas, e com o apoio das Universidades se fortalece como um importante

programa de formação continuada em serviço, o qual deverá resultar

necessariamente em um novo repensar da prática pedagógica, tanto do ponto de

vista prático quanto teórico e culminar com a apresentação de material didático.

É neste contexto de estudo e reflexão sobre a prática escolar, interagindo

com outros professores e, principalmente com o professor orientador∗, que se

produziu o Material Didático Científico durante o período PDE em 2007. Esse

material se apresenta na forma de um FOLHAS∗ - material de apoio elaborado por

professores e destinado aos alunos – que desenvolverá o conteúdo específico

“fórmulas e equações” pertencente ao Conteúdo Estruturante “Números e Álgebra”.

A escolha da Álgebra para o desenvolvimento deste trabalho se justifica pelo

grau de importância que o mesmo assume nas séries finais do ensino fundamental

e, como professora da 7ª série por muitos anos foi possível perceber as dificuldades

dos alunos em relação aos conceitos abordados na introdução do tema.

A preocupação com a problemática no processo ensino-aprendizagem da

Álgebra é percebida, por exemplo, quando Imenes e Lellis (1994, p. 2), destacam:

Professores e alunos sofrem com a álgebra da 7ª série. Uns tentando explicar outros tentando engolir técnica de cálculo com letras que, quase sempre, são desprovidas de significados para uns e outros.

∗ Professor orientador: Professor do Ensino Superior que acompanhou e orientou todo o

desenvolvimento do trabalho de estudo e pesquisa. ∗ Informações sobre o Projeto Folhas estão disponível no Portal Educacional em:

http//www.diadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/projetofolhas.

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Mesmo nas tais escolas de excelência, onde aparentemente os alunos da 7ª série dominam todas as técnicas, esse esforço tem pouco resultado.

Isso é evidenciado, também, em Lorenzato (1995, p.3) quando diz que a

geometria não deve ser ensinada “rigidamente separada da aritmética e da álgebra”.

A geometria favorece a percepção espacial e a visualização, constituindo um

conhecimento que é relevante e até indispensável em determinados momentos do

desenvolvimento dos saberes escolares como, por exemplo, ao se trabalhar com

geografia ou estatística. Para esse mesmo autor (1995, p.7) “a geometria é a mais

eficiente conexão didático-pedagógico que a Matemática possui: ela se interliga com

a aritmética e com a álgebra porque os objetos e relações dela correspondem aos

das outras; assim sendo, conceitos, propriedades e questões aritméticas ou

algébricas podem se clarificados pela geometria, que realiza uma verdadeira

tradução para o aprendiz”.

Para Lins e Gimenez (2005, p.151) “Pensar algebricamente é produzir

significado para situações em termos de números e operações aritméticas (e

igualdades ou desigualdades), e com base nisso transformar as expressões

obtidas...”. Trabalhar com o conteúdo estruturante Álgebra é desenvolver o

pensamento algébrico enquanto linguagem.

No National Council Teaching of Mathematics (NCTM’s, 1989, p. 50) a

Álgebra é descrita como a linguagem através da qual a Matemática é comunicada e,

na maioria das vezes, o aluno é colocado frente a esta linguagem sem as

necessárias preliminares. Por isso, é notável a necessidade de um maior

embasamento teórico para o professor trabalhar de forma significativa, integrando

aritmética, geometria e álgebra.

Segundo Schultz (1991), o conceito de variável deveria ser construído

gradualmente, trabalhando com tabelas, gráficos e jogos como auxiliares nesta

construção. Assim seria mais apropriado trabalhar a Álgebra como um corpo coeso

de conceitos rigorosamente conectados a outros ramos da Matemática. A idéia de

Schultz é válida, levando em consideração que a representação de um problema

consiste na interpretação ou compreensão do mesmo e, segundo Polya (1978, p.

73) “equacionar significa expressar por símbolos matemáticos uma condicionante

que está formulada por palavras; é a tradução da linguagem corrente para a

linguagem das fórmulas matemáticas.”

15

Assim, equacionar ou representar usando corretamente os símbolos é de

grande importância, pois facilita a solução dos problemas. No entanto, os alunos

apresentam grandes dificuldades em relacionar a Álgebra com a generalização da

Aritmética. Cabe então, ao professor criar situações onde seja estimulada a

investigação, a exploração e, principalmente, a tomada de decisão pelos alunos do

“como fazer”.

Portanto, após leituras, análises e investigações sobre o trabalho da Álgebra

no ensino fundamental, apresenta-se a seguir uma das atividades desenvolvidas

durante o PDE.

Material Didático – FOLHAS

Casa grande... casa pequena... uma incógnita a ser calculada Para fazermos uma análise deste assunto vamos iniciar com a história de

uma família que saiu da zona rural e veio para a cidade grande em busca de uma

vida melhor, aumentado assim as estatísticas do

êxodo rural.

A família Souza morava no

interior do Paraná. Enquanto os

4 filhos eram crianças,

conseguiram sobreviver do

trabalho na “roça”, pois as

necessidades eram poucas em

relação ao estudo e, principalmente ao consumismo.

No entanto, a partir da adolescência os filhos começaram a fazer exigências

que já parecia não ser possível suprir morando na roça. Ouvindo o pedido dos filhos

decidiram mudar para um centro urbano, sem imaginar que as dificuldades que iriam

enfrentar, seriam bem maiores, pois, “Os povos do campo tem uma raiz cultural

16

própria, um jeito de viver e de trabalhar, distinta do mundo urbano, e que inclui

diferentes maneiras de ver e de se relacionar...” (Kolling, 2002).

Sem conseguir comprar uma casa própria em lugar bem localizado, com

saneamento básico e com atendimento de saúde e educação próximos da moradia,

já que, este era o sonho da família ao decidir mudar para a cidade, resolveram então

alugar um “cantinho” para morar e, pelas condições financeiras, foi no subúrbio, na

periferia, que conseguiram uma casa, ou melhor, um barraco, para iniciar sua vida

na cidade.

Com o passar do tempo, depois de alguns anos passando grandes

dificuldades, principalmente no momento de pedir emprego, pois não tinham

experiência no trabalho urbano, o pai e o filho mais velho conseguiram emprego de

empilhador de caixa em uma indústria de ferragens e com isso oportunizou o sonho

da casa própria. Com as primeiras economias compraram um terreno de 7m de

frente por 10m de fundo. Com o terreno já pago começaram a idealizar a tão

sonhada casa. Pelo número de pessoas da família imaginaram o seguinte desenho:

Ao iniciar o desenho da “planta” surgiu a primeira dúvida: qual seria a melhor

posição da casa considerando o tamanho do terreno? Será que conseguiriam

construir uma casa desse tamanho no terreno adquirido? Pela trajetória da família

Souza sabemos que seus conhecimentos matemáticos eram mínimos. Portanto,

você que já possui conhecimentos sobre geometria e aritmética poderia ajudá-los

com algumas idéias?

Desenhe em seu caderno a casa para a família Souza, com a quantidade

de cômodos que achar adequado, desde que seja possível construí-la no terreno.

Agora é com você...

17

Quanto deve ser retirado, da medida do lado, para q ue a casa

de 60m² fique com 50m²?

Como podemos escrever uma “fórmula” matemática que

indique como se calcula o tamanho dessa casa?

Após algumas tentativas de fazer a “planta” da casa, descobriram que era

possível construir, apesar de o terreno ser pequeno, pois os lados da casa mediriam

6m e 10m e o terreno era de 7m por 10m. Como na maioria das favelas as casas

são de “parede meia”, ou seja, ligadas umas nas outras por uma parede. Poderiam

deixar apenas 1m de um lado para fazer as janelas dos quartos e do outro lado

utilizariam a parede da casa vizinha.

Foram, então, em busca do financiamento. Ao procurar o banco foram

informados de que a área sugerida por eles, através do desenho, era de 60 m². No

entanto, a área máxima que poderiam financiar seria de 50m², pois a renda familiar

era baixa. Com tristeza e decepção, voltaram para casa e tentaram adequar a planta

que haviam feito, às exigências do banco.

Observando o desenho, decidiram que seria melhor diminuir o tamanho do

lado maior, pois a frente da casa já estava com uma medida pequena. Aí surgiu

mais uma dúvida: Vamos ajudar a família Souza a resolver seu problema?

Como você representaria geometricamente as duas situações? A casa de

60m² e agora a de 50m²? Desenhe em seu caderno e coloque as medidas

necessárias.

Planta atual da casa Nova proposta de Planta

Agora é com você...

18

Para facilitar vamos recordar alguns conhecimentos matemáticos básicos.

Você lembra como encontrar o perímetro e a área de um retângulo?

Como as figuras podem variar de tamanho, podemos usar letras para indicar

a medida dos lados.

O perímetro P de uma figura geométrica é dado pela soma de todos os

lados. Observe que na figura acima não temos a medida de b que representa um

lado chamado de base e de h que representa o outro lado chamado altura. Então,

de que forma podemos representar o perímetro do retângulo utilizando as letras?

Em seu caderno desenhe um retângulo de lados a e h e escreva a

“fórmula” matemática de como calcular seu perímetro.

A área de um retângulo encontra-se multiplicando os dois lados diferentes

(um lado pelo outro), ou seja, base vezes altura. Então escreva em seu caderno a

expressão que representa do retângulo.

Agora já podemos usar como exemplo o terreno que a família Souza comprou

e calcular o perímetro e a área total de qualquer figura ou situação que tenha

formato de um retângulo.

Primeiro representamos geometricamente para visualizarmos as medidas e

depois aplicamos a fórmula.

Perímetro do terreno Calculando a área do terreno

P = 2b + 2h A = b x h

P = 2.7 + 2.10 A = 7m x 10m

P = 14 +20 A = 70m²

P = 34 m

Temos então que o perímetro é 34m e a área total do

terreno é de 70m².

Agora é com você...

19

Agora é com você...

Se na sua escola tem laboratório de informática, poderá dispor desta

tecnologia, ir até o laboratório e fazer o desenho do terreno, utilizando o software

Start C.A.R conhecido como Régua e Compasso. É um software* livre, fácil de

trabalhar e já está instalado no sistema PRD. Se você tem computador em casa

pode fazer o download†, instalar no seu computador e começar a trabalhar. É só

entrar no site: http://www.professores.uff.br/hjbortol/car/car.overview.html

Veja como se constrói um quadrado e depois você conseguirá desenhar outras

figuras.

Construa um retângulo utilizando software régua e compasso.

Você pode seguir o mesmo encaminhamento dado para a construção do

quadrado;

* Software é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação ou acontecimento. † download significa descarregar, transferir dados de um computador remoto para um computador local. http://pt.wikipedia.org/wiki/Download

20

Trace um segmento de reta AB;

Trace uma perpendicular em A;

Desenhe uma circunferência com centro em A passando pelo ponto B;

Crie o segmento de reta AD;

Desenhe uma circunferência com centro em D passando pelo ponto A;

Una os pontos A, B, C e D. O ponto C é a intersecção das duas circunferências em

azul;

Clique na ferramenta “mover ponto” e arraste um ponto transformando a figura em

um retângulo;

Agora que o terreno foi representado através da geometria, você consegue

imaginar como seria esse terreno no real?

Em comunidades carentes as pessoas, geralmente, moram muito próximas

uma das outras, estreitando assim, os laços de amizade. Seu Souza, ao conhecer

seus novos vizinhos, ficou sabendo que eles também haviam saído da zona rural

para procurar emprego na cidade e com tantas

dificuldades acabaram morando na favela.

No início dessa história mencionamos o

termo êxodo rural. Agora podemos discutir um

pouco sobre isso. O Êxodo Rural, ou seja, a

saída do homem do campo para a cidade

acontece também nos dias de hoje mas, este

fenômeno se deu em grandes proporções no

Brasil, nos séculos XIX e XX e foi sempre

acompanhado pela miséria de milhões de retirantes.

Só para se ter uma idéia da grandiosidade do fenômeno ocorrido, no Brasil “a

população urbana salta de 12,8 milhões, em 1940, para 80,5 milhões, em 1980”.

(Ribeiro, p. 181). O latifúndio e a monocultura expulsou a população camponesa que

foi para acidade em busca de melhores condições de vida. Hoje ainda muitas

pessoas abandonam a “roça” para viver na cidade.

Sugestão: Navegue pelo software e descubra como colocar as medidas, como salvar a

figura e outras possibilidades que o mesmo oferece. Disponibilize suas descobertas na

página da turma. http//setima.pbwiki.com.br e na sua pasta individual.

21

Você já ouviu falar sobre IMC?

Mas, existem outros motivos para o aumento do êxodo rural. Por exemplo, os

conflitos que acontecem na África e noutras regiões do mundo fazem com que

milhões de pessoas migrem para as grandes cidades. Os desastres naturais, como

ciclones e secas, também deixam as populações rurais sem meios de subsistência e

as empurram, muitas vezes de forma permanente para as cidades.

O êxodo rural provoca, na maioria das vezes, problemas sociais. Cidades que

recebem grande quantidade de imigrantes, muitas vezes, não estão preparadas para

tal fenômeno. Os empregos não são suficientes e muitos partem para o mercado de

trabalho informal e passam a residir em lugares que nem sempre oferecem boas

condições de moradias (favelas, cortiços, etc).

Além do desemprego, como aconteceu com a família Souza, o êxodo rural

descontrolado causa outros problemas nas grandes cidades. Como são bairros

carentes em hospitais e escolas, a população destes locais acabam sofrendo com o

atendimento destes serviços. Por causa dessa carência grupos de pessoas, ONG’S,

instituições filantrópicas realizam campanhas para amenizar o sofrimento da

população mais pobre.

Durante o último trabalho realizado na favela, onde reside a família Souza um

grupo fez uma análise da população em relação à saúde e não tiveram muita

surpresa ao perceber que a maioria das pessoas estão desnutridas. Mas tiveram a

surpresa ao perceber que aparece uma considerável porcentagem de pessoas

obesas, ou seja, bem acima do peso ideal considerado saudável.

Mas, como o grupo chegou a essas conclusões?

Investigação...

Em grupos de 02 ou 03 alunos encontrem pessoas que saíram do campo para

morar na cidade e organizem um trabalho de pesquisa sobre a vida delas. Preparem um

roteiro de perguntas incluindo questões como por exemplo: Quais os motivos a levaram

deixar o campo? Quais as maiores dificuldades encontraram ao chegar na cidade? Do

que sentem mais saudade? Depois da pesquisa pronta utilize o laboratório de

informática, crie uma apresentação, utilizando o software Impress e passe os resultados

para sua classe. Para a apresentação você pode usar a TV Multimidia/Pendrive.

22

IMC - Índice de Massa Corporal é a medida do grau de obesidade de uma

pessoa adulta. Através do cálculo do IMC é possível saber se uma pessoa está

acima do peso, se está obeso ou abaixo do peso ideal considerado saudável.

Para o cálculo do IMC utiliza-se uma fórmula matemática:

IMC = peso / (altura)2 ou

Para saber se a pessoa está acima ou abaixo do peso, obeso ou com peso

ideal, a Organização Mundial de Saúde – OMS usa um critério simples:

Condição IMC em adultos

abaixo do peso Abaixo de 18,5

no peso normal entre 18,5 e 25

Acima do peso entre 25 e 30

Obeso acima de 30 Tabela 01 - Fonte: http://www.copacabanarunners.net/imc.html

Existe ainda tabelas mais detalhadas:

Tabela 02 - Fonte: http://www.copacabanarunners.net/imc.html

Com essas informações podemos descobrir se a família Souza está ou não

saudável. Vamos pegar como exemplo seu Souza que pesa 75kg e sua altura é de

1,79m. Aplicando à fórmula:

IMC = peso / (altura)2

IMC = 75 / (1,79) 2

IMC = 75 / 3,2041

IMC = 23,40

Conforme a tabela fornecida pela OMS, observamos que seu Souza está no

peso normal.

Condição IMC em Mulheres IMC em Homens Abaixo do peso < 19,1 < 20,7 no peso normal 19,1 - 25,8 20,7 - 26,4 marginalmente acima do peso 25,8 - 27,3 26,4 - 27,8 Acima do peso ideal 27,3 - 32,3 27,8 - 31,1

Obeso

IMC= peso�altura�²

23

Agora é com você...

Calcule o IMC dos familiares do seu Souza,

sabendo que todos são adultos. Faça os

cálculos em seu caderno.

Tabela 03 – IMC da família Souza

Se você já completou a tabela acima deve ter observado que os resultados

encontrados mostram pessoas que estão acima do peso e também abaixo do peso.

Dentre as que estão acima do peso tem alguma que é considerada obesa?

A obesidade já é considerada uma doença crônica?

Veja a notícia que se encontra no site do IBGE:

Fonte: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/noticias/obesidade.html

As principais conseqüências da obesidade são as doenças cardiovasculares.

Segundo Claudio Giulliano Alves da Costa, Médico - Pesquisador Associado do

NIB/UNICAMP, várias são as alterações cardiovasculares ocasionadas pela

obesidade, achados tais como alto débito cardíaco, congestão sistêmica-pulmonar,

sobrecarga volêmica e/ou pressórica de ventrículo esquerdo, hipertrofia ventricular

esquerda excêntrica e complancência diminuída, levam ao conceito da chamada

cardiomiopatia da obesidade Tal conjunto de alterações levam a grande número

de sintomas e outras doenças.

Estima que 75% da hipertensão na população em geral pode estar

diretamente associada a obesidade.

Pessoa Peso (Kg) Altura (m) IMC Claudia (esposa) 89 1,60 ? Tiago 76 1,75 ? Tatiane 65 1,62 ? Diogo 85 1,68 ? Marcinha 45 1,58 ?

A segunda etapa de divulgação da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE, mostrou que os brasileiros não estão se alimentando corretamente. Segundo a pesquisa, são 38,8 milhões de pessoas com 20 anos ou mais de idade que estão acima do peso, o que significa 40,6% da população total do país. E, dentro deste grupo, 10,5 milhões são obesos.

24

Através desses dados podemos observar que a obesidade não é apenas uma

alteração estética e sim um distúrbio que provoca inúmeras doenças com sérios

impactos na saúde.

Para você pensar....

Como está sua saúde? Como está se alimentando?

Em qual índice do IMC você se encontra?

Depois de tantas informações consideradas importantes para o nosso bem

estar, vamos voltar à construção da casa?

Seu Souza estava preocupado, pois precisaria fazer uma escada para dar

acesso à entrada de sua casa que ficava acima do nível da rua. Como não tinha

experiência em construção e, querendo fazer o melhor, foi pedir ajuda ao seu vizinho

Diogo, que era pedreiro. O mesmo explicou que, uma escada deve seguir um

padrão para ter fácil acesso.

Um item importante é que a profundidade não deve ser menor que 24 e nem

maior que 34 e que ele sempre encontrava a altura de cada degrau fazendo 63

menos a medida da profundidade dividido por 2. Por exemplo:

Se a profundidade fosse de 24, ele fazia 63 – 24 = 39 39 : 2 = 19,5

Investigando...

A fórmula e as tabelas 01 e 02 são aplicáveis apenas para adultos. Que tal você

fazer uma pesquisa sobre o IMC em crianças e adolescentes. Será que existe uma

fórmula específica para saber se você, que é adolescente, está no peso ideal?

Pesquise e aplique seus conhecimentos para saber se na sua classe, escola ou

comunidade tem crianças e adolescentes abaixo ou acima do peso e quais são os

riscos, causas e conseqüências da desnutrição ou obesidade. Construa uma tabela

contendo peso e idade. Apresente a pesquisa à sua classe e depois divulgue através

panfletos e cartazes.

Projeto “Brasil – Coração Saudável 2020”

Utilize o laboratório de informática e pesquise na internet sobre

este projeto. Apresente seu estudo aos colegas de classe.

25

Se a profundidade fosse de 25, ele fazia 63 – 25 = 38 38 : 2 = 18

Agora, se a profundidade fosse 32, qual seria a altura adequada para cada

degrau da escada?

Diogo sabe fazer as “contas” pela experiência que tem na sua profissão de

pedreiro. Será que é possível escrever os cálculos que Diogo faz de uma outra

forma, ou seja, na forma de uma expressão algébrica? Faça seus cálculos e escreva

em seu caderno uma possível fórmula para a construção de uma escada.

Se o senhor Souza deseja fazer a escada com uma

profundidade de 30 cm, qual deve ser a medida da

altura para que a mesma fique dentro dos padrões?

Se o desnível entre a rua e a entrada da casa é

de 48 cm e o senhor Souza deseja fazer a escada com três degraus, qual deve ser o

valor de p e de a para que a escada fique bem feita? Sugestão: Desenhe a escada

e identifique as medidas com letras e números.

Agora mais tranqüilo em relação à construção da escada, seu Souza iniciou

os preparativos para construção da tão sonhada casa. Pensou que em primeiro

lugar precisaria construir uma caixa para fazer a massa e, com as tábuas que tinha,

construiu uma caixa com as seguintes medidas:

Agora é com você...

26

Agora é com você...

Depois de construída, o Sr. Souza achou que a caixa ficou muito pequena,

mas não sabia quantos metros cúbicos de massa poderia fazer na caixa. Vamos

ajudá-lo?

Você lembra a fórmula para encontrar o volume de um bloco retangular? Se

não lembra, dialogue com seus colegas e encontre qual é o volume máximo de

massa que poderá ser feita nesta caixa? O volume é maior ou menor de 1m³?

E, se ele desejar aumentar o volume para 1m³ e só possui tábuas de 1,8m de

comprimento por 0,8m de largura, qual deverá ser a altura da caixa? Para você

visualizar melhor vamos planificar a caixa e colocar as medidas.

Observe que usamos o x para representar a medida da altura que para nós é

desconhecida. Neste caso a letra x é chamada de incógnita .

Aplique a fórmula do volume e calcule o valor de x. Depois substitua o valor

de x novamente na fórmula e veja o que acontece. Escreva em seu caderno

as observaçàoes.

Você calculou o volume da primeira caixa e observou que realmente

ficou pequena. Por isso o Sr. Souza vai usá-la para plantar flores, mas para isso

deseja pintá-la antes de plantar. Vamos calcular quantos metros quadrados(m²) de

madeira deverá ser pintado sabendo que caixa não tem tampa e que só será pintada

a parte externa. Desenhe em seu caderno a planificação e depois calcule a área.

27

Escreva a fórmula que representa a área externa de madeira utilizada para a

construção da caixa maior, antes de ter encontrado o valor de x.

Agora substitua o x por 0,5 m. Qual é a área da caixa?

E, se x = 0,6 m qual será a nova área da caixa?

Observe o que acontece com a área quando o x muda de valor. Se a medida

da altura, aqui representada pela letra x, muda de valor a área também muda. Neste

caso a letra x é chamada de variável , pois conforme varia seu valor, também varia o

valor numérico da expressão algébrica que representa a área.

Você observou que durante o desenrolar da história da família Souza

surgiram várias situações nas quais aparecem letras no lugar de números? E, que

para encontrar as respostas às situações foram resolvidas fórmulas e equações?

Para resolver as situações problemas, você deve ter observado que usamos

números, formas e letras. Na Matemática os números são estudados pela aritmética,

as formas pela geometria e as letras que representam números pela Álgebra .

Segundo Boyer (1974), a origem da palavra Álgebra surge com

o título do mais importante livro do matemático e astrônomo

Mohammed ibu-Musa al-Khwarizmi: Al-jabr Wa'l muqabalah, o livro

fundador da Álgebra.

Não se sabe o que significa, exatamente, os termos al-jabr e muqabalah,

mas a interpretação mais usada é de que al-jabr, da qual a álgebra foi derivada,

significa restauração ou completação e também parece referir-se à transposição de

termos subtraídos para o outro lado da equação e, a palavra muqabalah refere-se à

redução ou equilíbrio, ou seja, ao cancelamento de termos semelhantes em lados

opostos da equação.

Álgebra???? Mas o que

é exatamente isso?

Investigação...

Em suas aulas no laboratório de informática faça uma pesquisa mais profunda

sobre a história da Álgebra, produza um texto e disponibilize na página da turma, assim

todos os seus colegas terão acesso.

28

Você já tinha pensado que a álgebra e equação tinh am relação com a construção de casas?

Depois de ter ajudado o Sr. Souza em todas as suas dúvidas vamos voltar à

primeira situação em que você foi solicitado a participar e resolver logo o principal

problema.

A questão era: Quanto deve ser retirado, da medida do lado, para que a

casa de 60m² fique com 50m²?

Já revisamos muitos conteúdos aprendidos nas séries anteriores e também

adquirimos novos conhecimentos. Então vamos agora desenhar novamente a casa

do Sr. Souza, escrever a expressão matemática que representa a situação e

encontrar quanto será necessário diminuir para que eles consigam o financiamento.

Para que a nossa aula fique mais interessante podemos novamente ir ao

laboratório de informática e agora construir a planta baixa da casa imaginada pela

família Souza e também da que eles conseguirão construir.

Considerações Finais

É um grande desafio mudar a forma de ensinar e aprender. Durante o

desenvolvimento do PDE foi possível constatar que a prática do professor é regada

de desafios e problemas educacionais, como os citados no início deste artigo. No

entanto, as possibilidades se abrem para que as tendências metodológicas

pontuadas nas Diretrizes Curriculares sejam colocadas em prática, no momento em

que o professor se dispõe a estudar, pesquisar e produzir materiais didáticos que

contemplem estas metodologias, propiciando a construção de conceitos

matemáticos a partir do cotidiano dos alunos, que normalmente são apresentados

como algo muito distante da realidade em que vivem.

Com a produção e aplicação desses materiais, almeja-se provocar mudanças

no ensino da Matemática e na visão que muitos alunos têm das aulas e do

conhecimento dessa ciência.

A metodologia utilizada na elaboração do material didático referente ao

estudo da álgebra pode ser transferida para o desenvolvimento de outros conceitos

matemáticos.

Espera-se com este trabalho, oferecer ao professor e ao aluno um material

que contemple uma nova metodologia possibilitando o ensino e a aprendizagem da

29

Álgebra, de forma significativa, que permita aos alunos uma familiarização com o

uso das letras, não de maneira mecânica e isolada, mas que elas sirvam para a

exploração dos seus vários significados e que através de uma mídia tecnológica o

aluno possa ter acesso aos conhecimentos de maneira mais efetiva e com maior

freqüência.

Fica aqui o desafio para que os educadores apliquem os materiais didáticos,

produzidos durante o PDE e posteriormente publiquem seus resultados.

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