1° capítulo -...

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1° capítulo (Cristão andando pela rua.)

Narrador - Eu me deitei em um lugar para dormir, tive um sonho, vi um homem com um grande fardo em suas costas, lendo um livro. Percebi que visões de fogo dos céus assombrava o homem chamado Cristão.

(Cristão assombrado vendo uma bola de fogo * pelo data show.)

(Cristão sentado a mesa com esposa e filhos)

Mulher - Ainda está lendo aquele livro?

Cristão - Na verdade sim. Faz muito sentido.

Mulher - Você disse que aquele livro te chateava, mas você continua lendo. Pensei que fosse parar.

Cristão - Bem eu sei que isso vai parecer loucura, e eu... eu não diria isso se não soubesse que é verdade.(Parando e pensando) Mas hoje eu sei que nossa cidade será destruída pelo fogo.

(os filhos se entreolham)

Cristão (continuando) - Todos nós vamos morrer, a menos que eu encontre uma maneira de escaparmos. Eu amo muito vocês, mas do que qualquer coisa. E eu não vou parar enquanto não achar esse lugar de refúgio, este de pura alegria do qual esse livro fala.

Mulher - Ta certo! Isso é loucura. (se levanta da mesa com os filhos e diz) – Crianças, eu e o papai precisamos conversar.

Mulher - Quero que você pare de ler este livro, porque não passam de histórias, fantasias, conto de fadas. Nada é real. Cristão eu sou real, nossas crianças são reais, e não quero que você os preocupe com essa conversa maluca sobre o fim do mundo. Querido, estamos perfeitamente seguros aqui.

Cristão – Eu não vou ficar de braços cruzados esperando que a gente morra. E esse fardo fica cada vez maior. Preciso encontrar uma maneira de me livrar dele e salvar nossa família. Essa é a verdade.

Mulher – Então deixa a gente te ajudar a se livrar deste fardo. Liguei para alguém com quem acho que você deve conversar sobre.

Cristão – É? Você acha que é tão fácil? Acho que gosto disso?(pegando no rosto da esposa) Ninguém nesse mundo pode me livrar disso.

Mulher - Eu arrumei um lugar pra você no quarto de hóspedes. Acho que você vai ficar mais confortável ali.

Cristão – Não faça isso!

Mulher (brava) – Não quero ouvir mais nada sobre isso. Entendeu? (levanta e sai)

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Narrador – No meu sonho, vi que o grande fardo e as visões da destruição futura perturbavam o sono de Cristão. Dia após dia, Cristão andava pelo bairro estudando seu livro. Ele orava pela resposta que salvaria a todos. Mas. Em meu sonho, vi que sua família não dava ouvidos a ele. Sua família se recusava a abri os olhos para a verdade. Assim como muitos, estavam cegos pelas coisas deste mundo.

(Cristão vê de novo pelas ruas bolas de fogo e fica assustado. Olhando de um lado para o outro. Quando vem em sua direção Evangelista.)

Cristão (nervoso e olhando pro céu) – O que queres que eu faça?

Evangelista – Qual é o problema?

Cristão – Não consigo achar um jeito de salvar a minha família do fogo que virá. Não estão prontos para morrer.

Evangelista – Não estás pronto? Com tanta maldade no mundo, não seria bom fugir disso tudo?

Cristão – Se eu morrer, minha família morre. E esse fardo está me levando para o inferno.

Evangelista – Entendo bem, eu acho que posso ajudar.

Filha (pela janela) – Mãe, com quem o papai está falando?

Mulher – Não sei, fique aqui que já volto.

(Evangelista dá um certificado a cristão escrito: Fuja da ira que virá.)

Cristão – Fugir? Fugir para onde?

Evangelista (vira as costas e aponta para cima) – Para lá! Vê a porta? Se olhar com atenção verá uma luz brilhante.

Cristão – acho que vi alguma coisa.

Evangelista – então corra para lá! E não olhe para trás. Quando chegar lá, vai encontrar a porta.

Cristão – E depois?

Evangelista – Bata. Você sabe o que fazer depois. Não fique parado aí filho, corra. E não olhe para trás.

(Cristão sai correndo)

Mulher (sai de casa gritando) – Cristão, não vá!

(Cristão corre...)

Narrador – Cristão correu com todas as suas forças para o caminho que o levaria até a porta.

O povo na rua gritava – Espera, volta. E a sua família?

Alguém na rua - Continua correndo garoto.

Obstinado - Parece que tens um fugitivo.

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Narrador – Mais dois de seus amigos, Obstinado e Flexível estavam determinados a trazê-lo de volta. Eles o alcançaram pouco antes dele encontrar o caminho.

CIDADE DA DESTRUIÇÃO

Flexível – Cristão, para, para, para. Nós estamos velhos.

Cristão – Porque me pararam?

Obstinado – É porque queremos botar juízo na sua cabeça.

Flexível – É.

Cristão – Vocês querem que eu volte para a cidade da Destruição?

Flexível e Obstinado – É.

Cristão – Pensem comigo, só o nome da nossa cidade já deveria fazer com que corressem comigo.

Flexível – Como nunca pensamos nisso?

Obstinado – Ah isso é besteira! É um nome Cristão. É só isso, um nome.

(eles se entreolham)

Obstinado – Eu também ouvi todas essas histórias. Se você sair vagando por lá, se formos como você, todos nós vamos morrer.

Cristão – Todos nós vamos morrer de qualquer jeito, certo? E vamos acabar no lago que queima com fogo e enxofre. Ouçam os seus corações. Vocês sabem que eu estou dizendo a verdade. Venham comigo, salvem-se, salvem suas famílias.

Obstinado – Você não sabe o que está dizendo, Cristão. Mesmo que passasse pelo Pântano da Desconfiança, mesmo que conseguisse chegar lá, há criaturas lá fora que vão arrancar a sua pele. Arrancar!

(Flexível concorda e Obstinado continua falando)

Obstinado – Sem contar com o rei de todos os demônios. O A.. Ap.. Apo... Apo... Polião

Flexível – Apolião

Obstinado – Você tem tudo que alguém pode querer nesse mundo. Têm uma bela casa, uma esposa que te ama, filhos que te adoram. Vivemos numa cidade de luxo aqui.

Flexível – Muito luxo.

Cristão – Não, não, espera. É tudo fachada. Venham comigo e vai experimentar a vida real, felicidade verdadeira. Não se comparará ao que terás seguindo fielmente por esse caminho até o final.

Obstinado – Pra onde acha que esse caminho vai te levar?

Cristão – Para uma herança incorruptível, certo? Algo que vai além da sua imaginação.

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Flexível (para Obstinado) – Você está ouvindo isto?

Cristão – É incorruptível, inquestionável. Que nunca faltará desde que você busque o caminho certo.

Flexível – Parece bom.

Cristão – Vamos, está tudo escrito nesse livro, vamos.

Flexível – Está no livro.

Obstinado – Eu não estou interessado no livro, Cristão. Eu quero que você volte para casa, isso é o que quero.

Cristão – Eu não posso voltar.

(Cristão querendo passar, Flexível e Obstinado impedindo)

Obstinado – Como assim, não pode voltar? Você não pode voltar?

Cristão – Não

Obstinado – Ok faça como quiser. Vamos Flexível, vamos embora, ele está louco, perdeu o juízo.

Flexível – não, não. Espera, espera, e se. Ele estiver certo?

Obstinado – Se estiver certo?

Flexível – Calma aí, calma aí, escuta. Eu já ouvi algumas dessas histórias e, se for verdade, então ele é mais esperto que a gente. Ele está tentando olhar um lugar mais bonito do que tudo que possamos imaginar.

Flexível – Certo?

Cristão – Certo!

Obstinado – Você ficou louco Flexível! Ficou louco, andou muito perto dele. Escute, a coisa mais inteligente que você pode fazer é voltar para casa comigo. Voltar pra sua esposa, pra sua família. (apontando para Cristão) Ele é maluco e se você for com ele, vai morrer.

Cristão – Não, não é verdade. Não é verdade. Se você vier comigo, vai ganhar tudo o que eu disse e muito mais.

Obstinado – Claro.

Cristão – Foi tudo escrito em sangue por aquele que nos ama.

Flexível (olhando pra Obstinado) – Eu me decidi.

Obstinado – Certo, vamos.

Flexível – Eu vou com o Cristão.

Flexível (olhando pra Cristão) – Você sabe chegar nesse lugar né?

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Cristão – Sei sim. Um homem chamado evangelista disse que se seguirmos por esse caminho até o final, chegaremos numa porta. Vamos.

(Obstinado olha tudo indignado)

Flexível – Está bem.(olha pra Obstinado ) – Vamos com a gente. Vamos?

Obstinado – Eu vou para casa. Vocês dois são malucos. Eu vou pra casa curtir meu ar condicionado, vou sentar e ter uma ótima refeição com minha família. Mas vocês não; podem ir brincar no Pântano (olhando para Flexível) Eu vou comer aquela salsicha caseira que minha esposa faz e que você gosta tanto. Vou comer umas batatas, tomar uma cerveja gelada, talvez. É, uma bebida gelada. Espero que se divirtam no pântano, porque eu vou estar bem confortável. Vou fumar um cigarro ou dois, talvez tirar uma soneca, faz mais meu estilo. Divirtam-se e até mais.(sai de cena)

Cristão(para Flexível) – Está pronto pra essa jornada comigo?

Flexível – É, estou. Vamos, vamos lá!

Cristão – Isso é maravilhoso!

Flexível – Você pode me falar mais sobre esse reino para onde vamos?

Cristão – Ah, é meio difícil de descrever na verdade.

Flexível – E aquele livro? Você acredita mesmo que tudo que está escrito ali é verdade?

Cristão – Sem dúvida

Flexível – Tipo o quê?

Cristão – Tipo...que vamos ter vida eterna num reino de pura alegria. Que teremos coroas de glória e roupas que brilharão como o sol. E não haverá mais lágrimas, pois o dono do lugar vai enxugar todas elas.

Flexível – Vai ter mais gente lá?

Cristão – Anjo e criaturas cujo brilho nos deslumbrará. Milhares e milhares de outras que estiveram lá antes de nós, que são amáveis e santos.

Flexível – Ah, nossa. Parece bom demais pra ser verdade. Mas quando chegarmos lá, como vamos entrar?

Cristão – Bem, diz no livro que se quisermos mesmo receber nos será concebido de graça.

Flexível – Ah, eu não posso esperar pra chegar lá. Será que a gente pode apressar o passo?

Cristão – estou fazendo o melhor que eu posso

(seguem caminhando e conversando)

Narrador – Eu vi Cristão e flexível indo em frente, falando sobre as maravilhas da Cidade Celestial, sem prestar muita atenção no caminho e por onde andavam.

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Flexível – Vamos andar um pouco mais rápido, para chegarmos mais cedo, está bem?

Cristão – Está bem.

Flexível – Vamos, vamos.

(os dois se desequilibram e fazem sussurros de quem vai cair “Pântano”[batistério])

Cristão – Estou preso

Flexível – O que aconteceu?

Cristão – A gente se apressou, saímos do caminho!

Flexível (bravo)– saímos do caminho? Acabamos de começar! Eu estava te seguindo. Está fedendo aqui! Porque dei ouvidos a você? (tentando sair do Pântano) – Quando sairmos daqui, você vai ficar por sua conta. Você vai sozinho.

Cristão – Estou preso. Flexível, estou preso, pode me ajudar?

Flexível – Não, desculpa.

Cristão – Flexível! Pode me ajudar?

Flexível (saindo do Pântano) – Hum, não!

Cristão (gritando)- Flexível

Flexível (indo embora) – Divirta-se.

(Cristão desesperado soca a água e faz cara de indignação)

Cristão (tentando sair) – Socorro!

Narrador – Mas quando tudo parecia perdido, um homem chamado Auxílio viu Cristão no Pântano.

Auxílio – Que situação! Mas como é que você foi parar aí?(Colocando as ferramentas no chão)

Cristão – Não sei, acho que fui descuidado.

Auxílio – Não estava olhando o caminho, né?

Cristão – será que você pode me ajudar?

Auxílio – Vou jogar essa corda aqui pra você.

(joga a corda e faz cara de esforço, Auxílio puxa Cristão e cristão sai da água cansado)

Auxílio – Você está bem?

Cristão (balança a cabeça que sim) – Obrigado, Obrigado!

Auxílio – Deus te abençoe. Olhe, aquele é o caminho que você estava procurando, (apontando diz) – É bem ali.

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Cristão – Porque ele num é marcado mais claramente e melhor conservado?

Auxílio – É o pecado! Aqueles canos estão cheios de pecado. Quando o Espírito de Deus começa a despertar a consciência da sua vida de pecado, surge na alma temor e com este temor, vêm as dúvidas, e tudo isso vai parar bem ali(apontando pros canos). Mas ó Rei providenciou uma saída. É só continuar no caminho que você vai se sair bem.

(auxílio pega seus instrumentos)

Cristão – Obrigado por tudo.

Auxílio – Sem problemas amigo. É pra isso que estou aqui.

(Auxílio vai embora e Cristão olha para os lados e segue seu caminho.)

Narrador – Em meu sonho, vi Cristão continuar no caminho. Ele estava prestes a conhecer um homem de língua afiada chamado Senhor Sábio Segundo o mundo, da Cidade da Política Carnal.

Senhor Sábio do mundo – Olá, bom homem! Mas que grande fardo está carregando!

Cristão – É verdade.

Senhor Sábio do Mundo – Pra onde está indo?

Cristão – Um homem chamado Evangelista disse se eu seguisse esse caminho até a porta, conseguiria me livra disso (aponta para o fardo)

Senhor Sábio do Mundo – O Evangelista lhe disse para seguir este caminho? (tira o chapéu e debocha) Eu já deveria saber. Ele não sabe o que está falando. Você não encontraria um lugar mais perigoso, mesmo que tentasse. A julgar pela sua aparência, vejo que sobreviveu ao Pântano da Desconfiança, mas essa é a parte fácil. Continue nesse caminho e logo vai se deparar com exaustão, dor, fome, ladrões, sem falar na ira de Apolião. Pra ser mais preciso, a morte. Acredite, ouvi muitas histórias em primeira mão.

Cristão – Bem, eu prefiro enfrentar esses perigos a carregar isso pro resto da vida.

Senhor Sábio do Mundo (apontando com a bengala pro fardo) – Onde arranjou esse fardo ?

Cristão (mostra o livro) – Lendo isto.

Senhor Sábio do Mundo – Rá, rá (bate o cajado no chão). Eu deveria saber. Acontece com muitos homens de mente fraca. Mas não se preocupe, eu tenho a solução. Alias, ao invés de enfrentar perigos, você pode seguir um caminho fácil: Amizade e Contentamento.

Cristão – Está bem, estou ouvindo.

Senhor Sábio do Mundo (se levantando da pedra e batendo o cajado no chão) – Há uma cidade chamada Moralidade.

(os dois saem andando)

Senhor Sábio do Mundo (aponta o cajado) – Ela fica numa colina, a mais ou menos uma milha daqui. Quando chegar lá, procure pelo Senhor Legalidade. Ele é especialista em livrar as

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pessoas de fardos como o seu. E se ele não estiver em casa, seu belo filho Civilidade também tem muita experiência nesse tipo de coisa. (aponta o cajado) – É só seguir a estrada para Moralidade, você verá.

(e Cristão vai seguindo o caminho que lhe fora mostrado.)

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2° capítulo Narrador – Se Cristão achou que o seu fardo era pesado, ele estava prestes a descobrir coisas muito piores, pois ele enfrentaria a montanha de fogo, Monte Sinai, uma perigosa escalada que acabou com a jornada de muitos peregrinos.

(Cristão escalando pedras com fogo. Suado, Cansado e assustado)

Evangelista – O que está fazendo por aqui? Percebi que não demorou muito pra que se desviasse do caminho.

Cristão – Conheci um homem que disse que esse era o caminho mais fácil e mais rápido pra me livrar do meu fardo.

Evangelista – Deus diz em sua palavra: “O justo viverá da fé, mas se ele se apartar, não me agradarei dele.”

Cristão (chorando) – Eu não devia ter duvidado de você.

Evangelista – Agora está sofrendo porque rejeitou o conselho de Deus e saiu do caminho da paz.

Cristão – acabou não é? Nunca vou encontrar uma maneira de salvar minha família.

Evangelista – Tenha coragem filho. Todo pecado pode ser perdoado. Apenas tenha fé e acredite. Mas há três coisas sobre o suposto conselho do Senhor Sábio segundo o mundo que você deve achar. Ele te desviou do caminho certo. “Entra pela porta estreita é a porta que conduz a vida, e poucos são os que a encontram.” O Senhor Sábio segundo o mundo queria que você se ofendesse com o que Cristo fez na luz. O próprio rei da Glória disse que aquele que salvar a sua vida irá perdê-la, mas aquele que buscar o Senhor, este será salvo. O Senhor sábio segundo o mundo queria que você não seguisse a lei, para que você morresse em seus pecados e não chegasse aos céus.

Cristão – Então o que faço agora?

Evangelista – Volte para o caminho. Se sair de novo, não há garantias de que terá ajuda.

Cristão – Obrigado. (cristão sai das pedras, e continua a seguir o caminho.)

Narrador – Cristão conseguiu voltar para o caminho, sem saber que a porta do qual Evangelista lhe falava estava logo à frente, assim como a Fortaleza de Satanás.

(Cristão corre em direção a porta enquanto Satanás atira lanças nele.)

Cristão – Deixe-me entrar, por favor.

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Boa Vontade – O que você quer?

Cristão – Me disseram que por essa porta eu poderia escapar.

(a porta se abre e ele entra sem ser atingido pelas flechas)

Boa Vontade – Está foi por pouco.

Cristão – O que está havendo lá fora?

Boa Vontade – Ah, não muito longe daqui há uma fortaleza inimiga, onde satanás e seus soldados atiram flechas em qualquer um que chegue até essa porta. Ele mata alguns de vez em quando.

Cristão – Graças a Deus me deixou entrar.

Boa Vontade – Ele merece graças mesmo. Nunca rejeitamos ninguém que chega a essa porta, e não importa quais sejam seus pecados no passado. Então, quem lhe disse como chegar aqui?

Cristão – Um homem chamado Evangelista me disse que eu encontraria alguém pra me mostrar o caminho.

Boa Vontade – Bem, essa pessoa sou eu. Esse é o caminho. É por aqui que deve seguir. Foi criado pelos patriarcas, pelos profetas, por Jesus e os apóstolos. É o único caminho para os céus, a cidade Celestial.

Cristão – É possível se perder durante o caminho?

Boa Vontade – Há muitas maneiras de sair do caminho, porque há tantas tentações. Mas você vai saber qual é o caminho certo, porque vai sempre seguir o caminho estreito.

Cristão – Pode ajudar a me livrar desse fardo terrível?

Boa Vontade – acho que terá que se conformar com esse fardo um pouco mais. Quando chegar no lugar da Libertação, esse fardo caíra sozinho. Tenha fé. Basta continuar em frente por esse caminho e vai chegar a casa do Interprete. Bata e ele atenderá. E contará coisas maravilhosas e poderosas que você não sabe.

Cristão – Obrigado.

(os dois se cumprimentam e Cristão vai embora.)

Narrador – Agora, eu vi em meu sonho que depois que Cristão e Boa Vontade se separam, Cristão andou por algum tempo antes de finalmente chegar a casa do Intérprete.

(Casa chique)

Intérprete – Bem vindo. Vejo que passou pela porta. Imagino que Boa Vontade tenha lhe mostrado o caminho.

Cristão – Ele me disse que você me mostraria coisas maravilhosas e poderosas que eu não conheço.

Intérprete – De fato. Tenho muito mais a lhe mostrar.

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Cristão – Mal posso esperar, obrigado.

(Sala arrumada e chique)

(O intérprete abre uma porta por onde sai uma luz forte. Cristão chega junto pra vê o que é.)

(Aparece um homem de calça jeans, blusa de xadrez e uma vassoura)

Intérprete – Por favor, varra a sala.

(O homem começa a varrer, a poeira começa a subir e Cristão observa)

(Entra uma mulher de saia preta, blusa e avental brancos, cabelos presos. Com um frasquinho spray de água na mão)

Intérprete – Borrife a sala com água, para que a poeira possa ser varrida

(a mulher começa a borrifar)

Cristão – Não entendo o significado disso.

Intérprete – Essa sala representa o coração que nunca foi purificado pela graça do evangelho. (mulher borrifa a sala e o homem varre, juntando a poeira.) – A poeira é o pecado original, que continua a corromper e destruir a alma. O homem representa a lei, quem ao invés de limpar o coração, fortalece o pecado. A mulher que borrifa a água representa o Evangelho, que é capaz de subjugar o pecado nas nossas vidas. Quando o coração está limpo ele se torna digno de ser habitado pelo Rei da Glória.

(Cristão olha e Intérprete fecha a porta. Leva-o pela sala e abre uma segunda porta com a luz forte. Nela se encontra uma mesa com uma mulher e várias espadas. Um campo com quatro homens de capuz preto até os pés.)

Intérprete – O palácio representa os céus, e há poucos que têm coragem para enfrentar o desafio.

(Entra um homem de calça social bege, blusa branca por dentro e blusa azul clara por fora. Todo ensacado com uma espada e um escudo na mão. Dirige-se a mulher que está sentada a mesa com um blazer cinza, uma caneta de pena e um livro.)

Destemido – Escreva meu nome: “Destemido”. (ela escreve no livro e ele se dirigi aos homens de preto. E começam a lutar com espadas. Destemido derruba um a um na luta.)

Narrador – Então ouvi vozes vindas do Palácio chamando o nome do homem. Entre, receberá glória eterna.

(Destemido vai caminhando e sorrindo em direção a uma porta que se abre.

Cristão – Acho que sei o significado disso.

Intérprete – Ótimo!(fecha a porta)

(Caminham em direção há uma terceira porta)

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(Aparece uma mulher sentada segurando forte uma madeira... saia longa e blusa de mangas compridas)

Cristão: Porque ela tem tanto medo?

Intérprete (para a mulher) – Conte a esse homem porque está tão assustada

Mulher *- Tive um pesadelo. Não, parecia uma visão. Eu vi nuvens negras atravessarem o céu. Havia relâmpagos, raios, e trovão que pareciam estremecer toda a terra, ouvi uma trombeta alta, então vi um homem nas nuvens que parecia estar vestido como um relâmpago. Havia milhares iguais a ele. Então ouvi uma voz ao fundo que disse: “Levantam-se, vocês que estão mortos, e venham para o juízo final.” As covas se abriram e os mortos saíram. Então o homem nas nuvens abriu um livro, e chamou toda a terra para se colocar diante dele. Então, disse a seu exército para limpar sua eira,recolher o trigo do celeiro e jogar a palha no lago de fogo. Então, quando ele levou todos para as nuvens, eu fui deixada para trás. Tentei me esconder do homem nas nuvens, mais todos os meus pecados passaram diante dos meus olhos e eu sabia que era culpada! (gesticula e chora). – Nada que eu pudesse fazer ou dizer mudaria alguma coisa. Eu achei que o dia do Juízo tinha chegado. Sei que não estou pronta. O inferno é real e é pra lá que vou. (Baixa a cabeça e chora)

(Intérprete fecha a porta)

Intérprete – Então, o que achou de tudo que lhe mostrei?

Cristão – Que há grande esperança. E muito medo.

Intérprete – Guarde essas coisas no seu coração e lembre-se: o confortador sempre estará lá para guiá-lo no caminho dos céus. Venha, vou lhe mostrar como voltar para o caminho.

(Os dois sorriem. Cristão sai caminhando)

Narrador – Agora, vi em meus sonhos que Cristão estava de volta no caminho. Seu fardo parecia mais pesado que nunca. Ele se perguntava se o seu alivio viria logo. Mas a fé de Cristão fez com que ele continuasse. Em breve ele se encontraria num lugar chamado Salvação.

(Cristão muito cansado vê uma cruz vazia e caminha caindo em direção a ela. De joelhos em frente à cruz ele observa e do nada o fardo cai. Ele sorri emocionado).

Cristão – Obrigado. (gritando e olhando pro céu) – Obrigado Senhor! Obrigado. ( o fardo some. Ele se levanta e sente-se aliviado. Olha para cruz ) – O Senhor me deu descanso em seu pesar e vida através da tua morte.( Aparecem 03 anjos)

O do meio* - A paz esteja contigo. Primeiro seus pecados foram perdoados. (Estende a mão e lhe dá um diploma amarrado com fita vermelha) – Estude essas palavras e elas lhe darão força para a jornada. Você deve apresentar-lhe isso na porta da cidade Celestial. Guarde-o com sua vida. Estes são para você.

O primeiro anjo (lhe dá uma camisa azul e na gola uma chave) – Isto é pra você.

(Cristão de blusa azul caminhando e sorrindo)

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Narrador – Eu vi em meu sonho que Cristão continuava no caminho com força e propósito renovados. Com seu certificado em mãos, ele estava certo do Paraíso. Não muito longe, dois homens também estavam fazendo seu próprio caminho. Ele estava prestes a encontrar com Formalista e Hipocrisia. Dois homens despreocupados que estavam traçando seu próprio caminho para os céus.

(eles vêm caminhando em lados opostos)

Cristão – Senhores

Formalista e Hipocrisia - Oi

Formalista – Como vai?

Cristão – Bem. De onde vocês são?

Formalista – Somos da terra da Vanglória.

Cristão – E, é pra onde estás indo?

Formalista – Estamos indo para a cidade Celestial em busca de louvores.

Cristão – E porque não viveram pela porta? Não está escrito que aqueles que não entrarem pela porta serão vistos como ladrões e salteadores?

Hipocrisia – Bem, isso se aplica a você, mas não a nós. Se você soubesse como a porta fica longe de onde vivemos, teria optado pelo atalho também.

Cristão – Mas isso não é contra a vontade do Senhor da cidade?

(Formalista e Hipocrisia zombam)

Formalista – Você se preocupe demais. Há séculos nosso povo pega esse atalho. Tem sido nosso caminho desde... desde sempre. Tenho certeza que o Juiz imparcial da Cidade vai nos deixar entrar. De qualquer forma estamos todos no mesmo caminho. Porque você seria melhor do que nós?

Cristão – Não é isso que estou dizendo. Vocês não podem sair por aí fazendo suas próprias regras. É o que está escrito. Eu não acho que o Rei deixe vocês entrarem na Cidade Celestial.

Hipocrisia – Eu tenho uma grande idéia. Porque você não vai na frente, se adianta, organiza seus pensamentos e nós seguimos nosso caminho e vemos o que acontece.

Formalista – Parece interessante.

Hipocrisia – É. Vamos.

Narrador – Em meu sonho, vi que os novos companheiros o acompanharam pelo caminho e caminhavam bem depressa. Não demorou muito até que se encontrassem ao pé do Desfiladeiro da Dificuldade. Mas Formalista e Hipocrisia tinham o hábito de escolher o que acreditavam ser o caminho mais fácil. Então, ao invés de escalar o Desfiladeiro, um seguiu o caminho chamado Morte Eterna e o outro seguiu o caminho chamado Perigo. (Cristão fica olhando.) – Eles tinham certeza de que encontrariam Cristão do outro lado.

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(Cristão sai andando, e ouve os gritos de desespero de Formalista e Hipocrisia. Ele para e pensa)

Narrador – Em meu sonho eu vi que a noite estava prestes a cair, enquanto Cristão se aproxima do Palácio Belo. Cristão estava prestes a descobrir porque muitos Peregrinos corriam para salvar suas vidas quando se aproximavam do grande Palácio.

(Cristão adentrando o Palácio Belo, dois leões rosnam na entrada no Castelo, e Cristão demonstra medo).

Vigilante – Sua fé é tão pequena? Não há nada a temer, eles estão aqui para testar a sua fé. Se você continua no caminho, vai ficar bem.

(Cristão treme, os leões fazem barulho e o vigilante faz sinal para ele entrar. Cristão dá um passo à frente e os leões tentam lhe pegar. Ele para e depois continua)

Cristão – Obrigado

Vigilante (sorri)

Cristão – Será que eu poderia passar a noite aqui?

Vigilante – Essa casa foi construída pelo Senhor do Desfiladeiro para servir de descanso aos Peregrinos em sua jornada à Cidade Celestial. Mais se vai poder ficar aqui ou não, depende dos senhores da casa.

(Homem convida-o para entrar)

Narrador – Em meu sonho, vi que Cristão fez uma maravilhosa refeição. Depois da refeição eles conversaram sobre o senhor como um grande guerreiro que conquistou a morte e a custa de muito sangue. Ele fez isso simplesmente por amor a este País.

Mulher 1 – Porque você se tornou Peregrino?

Cristão – Para encontrar uma maneira de escapar com a minha família do fogo que virá.

Mulher 2 – Esta é a única razão para procurar a Cidade Celestial? Escapar do fogo do Inferno?

Cristão – Eu queria vê-lo Vivo, aquele que morreu pelos pecados do mundo. Precisava me livrar do mal que há dentro de mim. Queria viver para sempre na companhia daqueles que cantam: “Santo, Santo é o Senhor, Deus Poderoso.”

Mulher 3 – Onde está sua família?

Cristão (pensa na vida) – Eu tentei trazê-los. Orei muito por eles. Contei que Deus ia destruir a cidade e que todos nós enfrentaríamos o julgamento. Eles não quiseram me ouvir. Então decidi seguir pra todos nós. Algumas vezes me pergunto se vou conseguir chegar até o final. Meu maior medo é decepcioná-los.

Mulher4 – Acredito que fez todo o possível para convencer sua família acompanhá-lo nesta Jornada. Deve está cansado. Venha, o visitante vai lhe mostrar seu quarto.

Cristão – Obrigado, obrigado a todos.

(todos se levantam da mesa)

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Narrador – Alguns dias depois mostram a Cristão um grande quarto que continha muitos artefatos e armas para fortalecer a fé daqueles em Jornada para o céu.

Vigilante – É impressionante como Deus usou pessoas comuns e coisas comuns para realizar seus grandes milagres. Este objeto é um dos meus preferidos. Este é o cajado que Móises usou para guiar os Israelitas através do mar vermelho até a terra prometida. (Mostra o cajado)

Mulher1 – Os cântaros, a trombeta e as lâmpadas usadas por Gideão para assustar o exército de Midiã, fazendo-os correr por suas vidas. (Mostra os objetivos)

Vigilante – Sansão usou esta mandíbula para derrotar um exército inteiro, sozinho.

Mulher2 – E estas são a funda e a pedra usadas por Davi para derrotar Golias.

(Vigilante chama ele e as mulheres e mostra armaduras)

Cristão – Quem usou essa armadura e a espada?

Mulher3 – Ninguém. Elas são para você.

Vigilante - Vai precisar delas para completar sua jornada.

(Mulher 4 e 1 pegam a armadura e o cinto e o veste, mulher3, assim como o capacete)

(Vigilante entrega a espada e a mulher 2 o escudo, Cristão sai)

Narrador – Em meu sonho, vi que não demoraria muito até Cristão encontrar utilidade para sua armadura e espada, enquanto entrava pelo vale da Humilhação, lar do poderoso Apolião.

VALE DA HUMILHAÇÃO

(Cristão entra assustado, puxa a espada e segue em frente. Até encontrar um demônio.)

Apolião-Demônio1 - De onde você vem e para onde está indo? (Máscaras e ferros na mão em posição de combate)

Cristão – Eu venho da cidade da Destruição. Estou a caminho da cidade Celestial.

Apolião – Eu sou o príncipe dessa cidade. E você pertence a mim.

Cristão – Seu preço é muito alto para qualquer homem, porque o salário do pecado é a morte. Eu decidi procurar por um caminho melhor, com melhores recompensas.

Apolião – Eu não gosto de perde nenhum dos meus súditos. E já que você reclamou do salário, eu prometo lhe pagar melhor, se você voltar para o meu país.

Cristão – Eu estou me guardando para o Rei dos Reis. Como eu poderia voltar agora?

Apolião (joga fogo contra Cristão) – Saiba que muitos já escolheram seguir o seu Rei, mas eles voltaram para mim. Seja esperto e faça o mesmo (joga mais fogo em Cristão que se defende com o escudo)

Cristão (cai no chão e o capacete cai. Ele corta a testa) – Eu nunca vou dar as costas a Ele.

Apolião – Pense no que está dizendo.

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Cristão – Eu prefiro estar a serviço dele – seu pagamento é mais do que eu mereço.

Apolião – Aqueles que seguiram, passaram por muitos julgamentos e tribulações. Alguns morreram de mortes dolorosas, e você me diz que servir a Ele é melhor que servir a mim?

Cristão – Os julgamentos e tribulações são os testes da nossa fé. E aqueles que morrerem receberão grandes recompensas quando meu príncipe vier em sua gloria com todos os seus anjos.

Apolião – Fortalecer sua fé? Você já foi infiel a Ele desde o começo!

Cristão – Como? Como fui infiel a Ele?

Apolião – Não se lembra de que quase se afagou no Pântano da Desconfiança? E que se desviou do caminho pra se livrar do seu fardo?

(Cristão relembra)

Apolião – De vez em quando sente medo e ainda está pensando em voltar.

Cristão – Isso é verdade e muito mais. Mas o príncipe a quem sirvo e amo está pronto para perdoar quando eu me arrepender dos meus pecados. Eu nunca virarei as costas para Ele!

Apolião – A vitoria é minha.

(Cristão pega a espada e enfia na barriga dele, que cai e sai cambaleando e gritando. Cristão se levanta e desmaia. Cristão continua desmaiado no chão. Entra uma mulher de vestido longo com umas folhas na mão).

Mão que Ajuda(mulher de vestido) – Tenha coragem, guerreiro fiel. Eu sou a mão que ajuda. O senhor me enviou com folhas da árvore da Vida que irão lhe curar e lhe dar forças para a Jornada. (Enquanto fala, passa a mão no seu rosto com as folhas, ela vai embora e deixa uma folha no rosto de Cristão)

(Cristão abre o olho e tira a folha do rosto. Levanta devagar e observa o lugar onde está.)

Narrador – Em meu sonho eu vi que Cristão sentia-se mais forte que nunca depois de ter sido curado por uma folha da árvore da Vida. Ele precisaria dessa força à medida que se aproximava do vale da Sombra da Morte. Um lugar ainda mais assustador do que o grande Apolião.

(Cristão andando com seu escudo e espada e em sentido contrário vem um homem correndo.)

Mulher desesperada (gritando) – Volta, volta

Cristão – Espera!

Mulher desesperada* - Se você dá valor a sua vida deve voltar agora.

Cristão: O que vocês viram? Contem o que viram.

Homem (nervoso) – Demônios e criaturas do poço do inferno.

Mulher (com medo e chorando)– Mais assustadores do que você pode imaginar.

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Homem (apressado) – Vimos almas gritando de agonia e dor. Volte agora enquanto ainda tem chance.

Cristão – Eu não posso voltar agora. Esse é o único caminho para a Cidade Celestial.

Homem – Não diga que não avisamos.

(casal sai correndo desesperado)

Cristão (puxa a espada e segue andando. Escuta ruídos do inferno e vê fogo. Com a espada levantada anda aumentam os ruídos, ele guarda a espada e devagar começa a andar) – Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, pois o senhor está comigo. A tua vara e o teu cajado me confortam. Prepara-me uma mesa na presença de meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia do senhor me seguirão todos os dias da minha vida e habitarei na casa do Senhor para sempre. (Cristão sorri e continua o trajeto)

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3° Capítulo Narrador – Cristão rapidamente se distanciou o máximo possível do vale da Sombra da Morte. Ele orou para que Deus lhe enviasse um companheiro para a jornada. Sua oração estava prestes a ser atendida, pois Fiel, um velho amigo da cidade da Destruição, estava logo a frente.

(Os dois vem andando em sentido contrário)

Cristão – Ei! Espere, vou me juntar a você!

Fiel – Não posso! Minha vida está a perigo. O vingador de sangue está atrás de mim.(ele correr e Cristão corre atrás dele, eles se esbarram e Cristão cai. Os dois começam a sorrir)

Fiel – Ah! Cristão!

Cristão – Fiel.

(Fiel dá a mão e levanta Cristão. Os dois sorrindo se abraçam.)

Cristão – Fiel!!

Fiel – É tão bom ver você! Que bom que eu te encontrei! Quis me juntar a você, mas quando me decidi você já estava longe.

Cristão – Por quanto tempo continuou lá antes de decidir partir?

Fiel – até não conseguir aguentar mais. (Bate no peito de Cristão) – Você não ia acreditar no que provocou quando foi embora. Todos falavam sobre como a cidade seria destruída por fogo do céu. É inacreditável!

Cristão – Eu não entendo, cadê todo mundo?

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Fiel – Eles se recusavam a acreditar no que acontecia, aliás, eles até criticaram você por ter ido embora assim. Eu sabia, em meu coração, que era verdade. Eu precisava sair de lá, antes que fosse tarde.

Cristão – Bem, aqui está você!

Fiel – Ei, esperamos aqui no meio do nada, vamos sair daqui.

(saem andando e conversando)

Cristão – Sabe o que aconteceu com o Flexível?

Fiel – Ah, ele foi o pior. Saiu com você e depois voltou... Ele é ridicularizado por onde vai.

Cristão – Eu achava que havia esperança para ele. Agora, não tenho certeza.

Fiel – acho que ele já selou seu destino.

Cristão – Porque não me conta sobre sua Jornada?

Fiel – Bom, depois que sai do Pântano da Desconfiança, não aconteceu muita coisa, até eu chegar à porta da cidade. Ali, eu conheci Sensualidade. Ela era absolutamente maravilhosa, extremamente linda, perfeita. E ela sabia exatamente o que dizer.

Cristão – Graças a Deus você conseguiu se livrar dela.

Fiel – Eu não tenho certeza. Resisti à tentação dela ao lembrar do Provérbio: “ Os seus pés descem a morte, os seus passos conduzem-na ao inferno.” É, eu precisava sair de lá, mas vou ser sincero com você. Há momentos em que me surpreendo pensando nela, desejando-a. deus sabe que eu gostaria de nunca tê-la conhecido.

Cristão – Encontrou mais alguém no vale?

Fiel – Eu encontrei um cara chamado Adão primeiro, da Cidade do Erro. Eu perguntei a ele qual era o seu trabalho e ele me disse : “Experimento todas as delícias da vida”. Ele me disse que se eu me juntasse a ele, herdaria todos os seus bens, e qualquer indulgência que eu desejasse, seria minha. Mas essa não é a melhor parte. Ele até me ofereceu Concupiscência da Carne, Concupiscência dos olhos e soberba da vida. Eu quase aceitei a oferta dele. Era bom demais. Então, enquanto conversávamos aconteceu uma coisa incrível. Vi escrito na testa dele: “Despojai-vos do homem velho com todas as suas obras”. Foi como se meus olhos se abrissem. Não importava o que esse homem dissesse, não importava o quanto ele me lisonjeasse, eu sabia que seu objetivo era me levar para sua casa para que ele pudesse me vender uma vida de escravidão. Precisava me afastar dele, ma quando tentei, ele me segurou pelo braço. Eu achei que ele fosse marcar a minha pele. Mas eu fugi.

Cristão – Vamos sentar ali.

Cristão e Fiel – Aiii...

Fiel – Aquele é quem eu penso que é?

(Cristão olha. Sorrindo Evangelista se aproxima.)

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Evangelista – Paz, meus amigos...

Cristão – Evangelista, é você mesmo! (se abraçam)

Fiel – Que bom te ver.

Evangelista – Já faz muito tempo desde a última vez que nos encontramos. Eu estou feliz de saber que vocês conseguiram vencer suas tentações durante a jornada. E lembrem-se: Há uma coroa de vida a espera de vocês. Então corram se quiserem obte-la, e não desistam, não importa o que venham a enfrentar. E não deixem ninguém tomar sua coroa, pois ainda não estão fora do alcance do diabo. Agora, acima de tudo, protejam seus corações dos maus desejos do mundo, porque o coração é enganoso e desesperadamente corrupto. Lembre-se: Vocês têm todos os Poderes dos céus e da terra do seu lado.

Cristão – Nós sabemos que você é um profeta, que pode ver coisas no futuro.

Fiel – Pode nos dizer o que vamos enfrentar?

Evangelista – Bem, as palavras do Evangelho nos dizem que enfrentaremos muitas tribulações antes de entrar no Reino dos céus. Cada dia trás suas tribulações, como já descobriram. Mas agora vocês estão prestes a sair desse deserto e entrar numa cidade repleta de grandes inimigos. Eles vão fazer todo o possível para matá-los. Um de vocês ou os dois morrerá pelo testemunho do nosso Senhor Jesus Cristo. Mas tenham fé, até a morte, e o Rei lhes dará uma coroa. Agora aquele que morrer, embora seja doloroso, vai escapar de algumas misérias do restante da Jornada. Continuem no caminho. Deus é fiel até o fim.

Narrador – Cristão e Fiel seguiram o caminho para fora do deserto e entraram na cidade chamada Feira das Vaidades, que tem esse nome, pois tudo que é vestido lá ou vem de lá, não passa de vaidade. É um lugar repleto de grande pecado. Tudo o que desejar está à venda. Delícias, luxúrias e prazeres de todos os tipos. Os mercadores gritam para que comprem suas mercadorias, mas Cristão e Fiel não compraram nada. Ao invés disso, tentaram compartilhar as boas novas do evangelho, mas os moradores da cidade ficaram com raiva. A multidão os cercou e tiraram de Cristão sua armadura e sua espada. E os prenderam com correntes para que pudessem ser levados diante do juiz.

(Entram no tribunal, várias pessoas sentadas na bancada e o juiz no púlpito).

Multidão – Mentirosos, traidores, devem morrer!

Juiz – O que estão fazendo aqui?

Cristão – Somos simples Peregrinos em Jornada para nossa terra, a cidade Celestial.

(Multidão ri)

Um homem (gritando) – Eles não compraram nada da gente.

Juiz – Fiquei sabendo. Então o que querem comprar?

Fiel – A verdade.

(Todos riem. – essa é boa)

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Juiz – E qual seria a verdade?

Fiel (olha pro povo) – Bons cidadãos de verdade, eu sei que são pessoas religiosas. Vocês procuram e adoram muitos deuses: o deus do dinheiro, o deus do sexo, o deus da educação, o deus da ciência. Mas eu estou aqui para falar sobre o Deus dos céus e da terra. O Deus de todas as coisas, o Criador de todas as coisas, o deus da verdade. Está escrito: “A verdade vos libertará.” Jesus disse: “ Eu sou a verdade e a vida. Ninguém vem ao pai senão por mim”. O Deus que servem vão levá-los diretos para o inferno.

Multidão : - O que? Mentira!

Fiel: Renunciem o pecado e sirvam ao nosso Senhor Jesus e, em troca, vocês terão a vida eterna.

Multidão : Mentirosos

Multidão: Eles não disseram a verdade.

Juiz: Ordem! Ordem no tribunal. Vocês foram acusados de perturbar o comércio desta pacata cidade, provocar tumulto e espalhar suas opiniões venenosas, entre o bom povo desta cidade, o que é estreitamente proibido de acordo com as leis de Belzebu, nosso príncipe. O que alegam?

Fiel: Eu sou um homem de paz

Multidão : O que?

Isso é um absurdo

Do que ele está falando?

Mentira!

Fiel: Qualquer um desta cidade que guardar a mensagem do Evangelho no coração, está a caminho de uma vida melhor.

Multidão: (Inquieta) Zombam de nós mais uma vez.

Juiz: Ordem! Ordem no tribunal. E você se diz um homem de paz?! Chamem a primeira testemunha.

2º juiz: O tribunal chama a Inveja

Multidão: O que?

Inveja vai falar?

O que ela tem a dizer?

(Inveja entre todo arrumado e senta)

Juiz: Você conhece este homem?

Inveja: Sim. Conheço. Ele é da pior espécie. Não tem respeito por nosso príncipe ou por nosso povo. Ele tenta sabotar nossa sociedade através do que chama de princípios de Fé e santificação.

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Ele disse, uma vez, que o cristianismo e os costumes da nossa cidade da vaidade são totalmente opostos e não poderiam ser reconciliados. Ele não só condena nosso trabalho, mas a nós, por fazê-lo.

Juiz: Está dispensado!

2º juiz: O tribunal chama Superstição para depor.

(Mulher de saia e blusa, com muitos ornamentos dourados, com dois chocalhos na mão. Ela balança-os sobre a cadeira antes de sentar).

Juiz: Conhece este homem?

Superstição: Não! Não conheço, não. E nem gostaria de conhecê-lo . Mas eu ouvi dizer que nossa religião não tem valor porque ainda estamos em pecado e que estamos todos condenados. É tudo que tenho a dizer.

Juiz: Pode se retirar! (Ela balança o chocalho para cima de Fiel e faz de cara de abusada).

Juiz: A próxima testemunha

2º juiz: O tribunal chama adulação.

Entra adulação: paletó, gravata, chapéu e bengala.

Juiz: Conhece este homem?

Adulação: Ah, sim (coloca os óculos no rosto e diz): Eu conheço este homem há muito tempo. E ele disse coisas que nunca deveriam ser pronunciadas. Disse coisa sobre nosso Belzebu e seus honráveis amigos. Ora, disse até que se as coisas fossem como ele quer, todos seriam extintos.

Multidão: Mais isso é um absurdo...

Quem diz uma coisa dessas? (...)

Adulação: Mais ele tinha coisas maravilhosas para dizer a seu respeito, excelência. Outro dia, em segredo ele me disse que o senhor é um homem incompetente que não serve para ser juiz.

Juiz: Você é um traidor e um herege. Ouviu os depoimentos destas testemunhas?

Fiel: Posso dizer algumas palavras em minha defesa?

Juiz: Eu deveria matá-lo aí mesmo. Mas já que queremos provar que temos bom coração, ouviremos o que tem a dizer.

Fiel: Primeiro eu gostaria de dirigir esta declaração ao Senhor Inveja. Tudo que eu disse foi que qualquer lei, regra ou pessoa que seja claramente contra a palavra de Deus, é claramente contra o cristianismo. Se não for verdade, por favor, mostre onde estou errado e pedirei desculpas. Quanto às acusações de Superstição, tudo que posso dizer é: Qualquer adoração baseada na fé em si mesmo e não na fé em Deus, não tem valor. E quanto as palavras do Senhor Adulação, o que eu disse foi que o príncipe dessa cidade e daqueles que o servem estão mais propícios a viver no inferno.

Juiz: Você selou seu destino com suas próprias palavras. Queimem-no.

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(Cristão olha para Fiel segura no seu ombro e diz): Escute!

Fiel: Tudo bem

Cristão: Seja forte

(Juiz se levanta. Dois homens pegam Fiel e o empurram para fora do tribunal. Fiel anda e fala olhando para Cristão)

Fiel: Evangelista disse que isso ia acontecer. Parece que vou chegar na Cidade Celestial antes de você.

(Cristão também é segurado por homens) Há tumulto no tribunal.

Fiel para Cristão: Te vejo no Reino dos céus

Cristão para Fiel: Seja forte!

(Fiel é levado e multidão vai atrás gritando).

Juiz: Onde está o teu Deus agora, Fiel?

(Multidão bate em Fiel, Cristão chora)

Um homem chega até Cristão e diz: Você será o próximo.

(Amarraram fiel e jogam fogo nele).

Fiel: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.

(Homem que vigiava Cristão fica tonto, desmaia e as algemas de Cristão caem no chão)

Esperança aparece na porta e diz: Cristão, venha rápido. (Eles saem)

Narrador: Em meu sonho, vi que Fiel morreu dando bom testemunho da verdade, mas seu testemunho ajudou a persuadir outros a planejarem o inicio de suas jornadas para a Cidade Celestial. Eu pude ouvir Fiel atravessando o céu na carruagem de fogo. Ele seria o primeiro a entrar pelas portas do céu

Cristão olhando pro céu: Meu amigo Fiel. Eu te vejo na Cidade Celestial.

Narrador: Agora, em meu sonho, vi que Cristão e seu companheiro Esperança estavam seguindo rapidamente pelo caminho, até que se tornou pedregoso e difícil para os pés. Eles se perguntaram se o caminho iria se tornar mais fácil.

(Esperança: calça bege, blusa de mangas compridas marrom e ensacado).

Cristão: Veja isso. Por aqui é melhor.

Esperança: Mas, e se nos perdermos do caminho?

Cristão: É pouco provável. (Apontando: Seguem a mesma direção).

Esperança: Eu não sei.

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(Homem caminha de longe – Vã Confiança: Cajado, calça social, e blusa de xadrez)

Cristão (falando pra longe): Olá? Até onde vai esse caminho?

Vã Confiança: Até a Cidade Celestial.

Cristão para Esperança: Vem, vai dá tudo certo.

Narrador: Mal sabiam eles que o homem que estavam seguindo chamava-se Vã Desconfiança. Nunca mais o viram nem ouviram falar dele. Quando a noite começou a cair, Cristão e Esperança foram procurar um lugar para dormir. Adormeceram sentados. Depois de algum tempo foram surpreendidos por um monstro.

Gigante Desespero: Vocês estão invadindo minha propriedade.

Esperança: Nós...

Cristão: Perdão, não queríamos...

Gigante Desespero: Silencio! Vocês vão vir comigo.

(Eles levantam assustados e com medo) (Tranca-os num lugar escuro) (Ficam Inquietos)

Narrador : Em meu sonho, vi que o Gigante Desespero levou Cristão e Esperança para o Castelo da Dúvida, de onde muitos os peregrinos nunca mais foram vistos. O calabouço tinha um cheiro horrível de morte. Cristão e Esperança não receberam nenhuma comida ou água. Os dias pareciam anos. Suas forças começaram a esmorecer, junto com qualquer esperança de um dia escaparem.

Gigante Desespero entra no calabouço e diz: Minha esposa teve uma ótima idéia noite passada. Ela sugeriu que eu lhes desse a maior surra de suas vidas.

Esperança: Por favor, tenha piedade, nos deixe ir.

Gigante Desespero: Deixar vocês irem? Vocês dois vão morrer aqui. Hahahaha.

(Cristão e Esperança apanhou. No dia seguinte o Gigante Desespero voltou. Cristão e Esperança estavam caídos e fracos)

Gigante Desespero: Minha esposa, com seu coração bondoso, sugeriu que como vocês já estão na miséria, o suicídio seria a única saída. Então ela piedosamente providenciou algumas opções para ajudar e dar fim nas suas vidas inúteis. (Ele entra com uma mesinha com corda, faca e vidro de veneno). Então, quem vai ser o primeiro?

Cristão: Senhor, não pode nos deixar ir? Ninguém vai saber.

(Luz forte entra no calabouço e deixa o gigante sem visão. Ele sai gritando).

(Cristão aproxima-se da mesa e pega uma faca, observa, pega o veneno, observa, pega a corda e segura)

Esperança: Espera, não faça isso!

Cristão: Porque não? Prefiro me enforcar até a morte que passar outro dia nesse inferno.

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Esperança: Eu concordo. A morte seria melhor do que viver os poucos dias que nos restam aqui. Lembre-se que Deus é maior que qualquer desafio que enfrentamos. Nós vamos conseguir.

(Cristão grita e joga tudo abaixo)

Narrador : Os dois homens sobreviveram mais um dia. Mal podiam se mexer, mas estavam vivos.

(Cristão e Esperança estão deitados quando o gigante chega)

Gigante Desespero: Vejo que não seguiram meu bom conselho. Agora terei que fazer com que desejem nunca ter nascido. Hahahaha. Amanhã os farei em pedaços.

Cristão: Deveríamos colocar um fim nisto logo.

Esperança: Você já se esqueceu de como bravamente contra o poderoso Apolião? E de como Deus lhe deu a vitória? Como enfrentou as criaturas ferozes no Vale da Sombra da Morte? Não vamos nos esquecer do que Deus fez por nós. Apenas tenha fé e veja o que Ele vai fazer.

Cristão: Obrigado!

(Encostados e fracos eles ouvem gritos)

Cristão: Só consigo ver corpos destroçados.

Esperança: Sei o que devemos fazer.

Cristão: O que?

Esperança: Orar

Cristão: É uma ótima idéia

Esperança: É algo que deveríamos ter feito há muito tempo.

Narrador: O tempo já estava se esgotando para os dois peregrinos.

Mulher do Gigante: Você num disse que ia deixá-los em pedacinhos?

Gigante Desespero: Agora não, querida, estou comendo.

(Cristão e Esperança começa a orar)

Esperança: Senhor Jesus, obrigado pelo teu amor e Tua fidelidade. Quando dois ou três estão reunidos em teu nome, tu estás conosco. Obrigado pela tua ajuda e por ouvir nossas orações.

Cristão: Querido Pai, ajude-nos a encontrar uma maneira de fugir desse lugar.

(Cristão começa a tossir, coloca a mão no peito e sente algo. Coloca a mão por dentro da blusa e encontra pendurado em seu pescoço um cordão com uma chave.

Cristão: Essa é a chave chamada Chave da Promessa que recebi na cruz. Tenho certeza de que abrir qualquer fechadura desse castelo. Eles fogem!

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(Saem correndo, mas estão muito cansados. Cristão cai. Esperança pega ele pelos braços e diz: Vamos! Eles saem correndo. O gigante vê que eles fugiram e diz...)

Gigante Desespero: Não, não, nãããããããoooooooooo...

Narrador: Eu vi quando Cristão e Esperança voltaram em segurança para o caminho dos Céus, eles fizeram uma placa para evitar que outros peregrinos caíssem nas garras do Gigante Desespero. Então eles seguiram para a Montanha das Delicias.

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4° Capítulo . (03 pastores de ovelha vestidos roupas do campo e com cajado. Cristão e Esperança se aproximam). Boina de Izaías e chapéu de Tiago

(Cenário de campo com ovelhas)

Cristão: Bom dia!

Os pastores: Bom dia Senhor!

Cristão: Conte-nos, a quem pertence esse lugar com montanhas e pastos tão belos?

1º pastor: Essa montanha pertence a Emanuel, estamos na cidade Dele. As ovelhas também são dele pelas quais ele deu a vida.

Esperança: A cidade celestial fica longe daqui?

2º pastor: É longe para alguns, mas não para os que realmente querem chegar lá.

Cristão: Podem nos dizer o que esperar no caminho a seguir?

3º pastor: É seguro para os que são fies a Emanuel. Mas é morte para os que não são.

Cristão: Bem, essa jornada tem sido dura e árdua.

Esperança: É.

Cristão: Se importam se pararmos para descansar por um tempo?

1º pastor: O Senhor desse lugar nos disse para sermos sempre hospitaleiros. Podem descansar aqui, mas primeiro, há muito que lhes mostrar.

(Cristão e Esperança saem caminhando com o primeiro pastor).

1º pastor: Essa montanha é chamada erro. Estão vendo aqueles homens mortos ali? (Eles vêem)

Cristão: Porque não foram sepultados?

1º pastor: Eles são exemplos. Um aviso para aqueles que se desviarem do caminho por causa do falso ensinamento sobre a ressurreição. Lembram-se, Jesus realmente ressuscitou. (Saem para outro cenário).

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1º pastor: Essa montanha é chamada de Cautela. Ali, logo à frente, estão vendo? Eles eram peregrinos como vocês. Repararam no Prado do Desvio em sua jornada? Infelizmente eles deixaram o caminho e pegaram o prado para facilitar sua jornada. Foram capturados pelo Gigante Desespero. Ele os cegou, e os forçou a caminhar entre os túmulos. (Mostra dois homens e duas mulheres presos e cegos, andando de um lado pra o outro). Assim completando a profecia: “O homem que se extravia do caminho da sabedoria, virá para a companhia dos mortos”.

(Observam e saem) Mudam de cenário.

1º pastor: Cuidado onde pisam. Esse é o atalho para o inferno. É o destino dos hipócritas como Esaú, que vendeu sua primogenitura, como Judas que vendeu seu mestre, ou Alexandre que blasfemou contra o evangelho.

Esperança: Então todos aqui estavam a caminho da Cidade Celestial?

1º pastor: Eles acreditavam nisso, até virem parar aqui. (Saem) Cenário: Fogo e pessoas gritando.

1º Pastor: Este é o monte claro. (Dá luneta a Cristão). Olhe, talvez consiga ver o desejo de seu coração, as portas da Cidade Celestial, onde o Rei aguarda os fies.

(Cristão olha pela luneta e vê a Cidade Celestial. Faz cara de maravilhado e passa a luneta para Esperança que também vê e sorri).

Esperança: É tão lindo.

Narrador : Após descansarem e passarem algum tempo na companhia dos pastores, falando sobre o Senhor e seus caminhos, Cristão e Esperança estavam ansiosos para continuar a jornada.

(Cristão e Esperança despedem-se dos pastores)

Cristão: Obrigado pelo mapa

2º pastor: Ah, cuidado com os aduladores, eles dirão qualquer coisa para desviá-los do caminho.

3º pastor: E não durmam no terreno encantado.

Esperança: Obrigado por tudo.

(Dão com a mão e vão embora)

Narrador: Enquanto sonhava, eu vi que Cristão e Esperança estavam agora no país chamado presunção, onde estavam prestas a conhecer um jovem chamado Ignorância, trilhando seu caminho por seus próprios meios.

(Cristão e Esperança vem andando e conversando quando encontra Ignorância sentado no chão, escrevendo).

Cristão: Bom dia amigo!

Ignorância: Oi

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Cristão: De onde é? Pra onde vai?

Ignorância: Eu sou daquele país logo ali, mas estou me mudando. Vou pra Cidade Celestial.

Cristão: Você veio pela porta? Tem um desses? (Mostra o certificado)

Ignorância: Ah, um rolo, que gracinha. Não, não, não tenho um desses.

Cristão: Mas você precisa de um desses para entrar na cidade.

Ignorância: Não, vou ficar bem. Vivi honradamente, orei, jejuei, dei dinheiro aos pobres. Abandonei tudo no meu país pra ir a Cidade Celestial. Eles vão me deixar entrar.

Cristão: Bem, a jornada começa na porta. Sem um desses você não vai poder entrar.

Esperança: Não importa o quão bom seja, não vão te deixar entrar na cidade.

Ignorância: É, vamos ver. De qualquer modo, foi bom conhecer vocês. Vou ficar aqui sentado mais um pouco e encontro vocês lá na frente.

Esperança: Está bem. Foi bom falar com você, vamos continuar na trilha então.

Cristão: É

(Vão embora e Ignorância permanece sentando, pensando)

Cristão: Será que ele não vai nos dar ouvidos?

Esperança: Fizemos tudo que podíamos. Compartilhamos nossa fé. Só precisamos dá um tempo para que ele possa pensar sobre isso.

(Olham pra trás e continuam andando) De repente vêem um homem todo de preto e capuz com rosto pintado de branco, segurando lança. Atrás dele mais três puxando um homem amarrado e ferido. Continuam andando.

Cristão: Eu conheço ele. Seu nome é Pequena fé.

Esperança: Estão levando ele para o atalho do Inferno

Cristão: É

Olham perplexo. Apagam-se as luzes (Continuam caminhando) Vêem uma trilha com dois caminhos.

Esperança: Parece que a trilha se divide. Podemos ir por um dos dois caminhos, o que quer fazer?

Cristão: Não tenho certeza. Parece que o caminho mais estreito é o da esquerda.

(Vem andando por trás dele e passa a frente um adulador, todo vestido de branco com capuz e rosto pintado de branco). Cristão bate em Esperança para mostrá-lo.

Cristão: Acho que é um Ser Resplandecente.

Falando de cabeça abaixa.

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Adulador : Amigo, o que os atormenta?

Cristão: Estamos a caminho da Cidade Celestial, e não temos certeza de qual caminho seguir.

Adulador: De fato o caminho pode parecer confuso a esta altura. Talvez não tenha sido por acaso que nos encontramos, pois já acompanhei muitos peregrinos em suas jornadas para a Cidade Celestial.

(Esperança olha pra Cristão e sorri desconfiado)

Adulador: Permita-me a honra de acompanhá-los também.

Esperança: Senhor fica longe daqui?

Adulador: Não, é mais perto do que pensa.

O adulador escolhe o caminho da direita e sai andando. Cristão e Esperando acompanha.

Cristão: Isto é ótimo.

Esperança: Estamos quase lá.

Narrador : Então, Cristão e Esperança seguiram o homem. Ele os elogiou por sua força e fé que os levaram tão longe nessa jornada. Enquanto caminhavam, os dois companheiros perceberam que estavam se afastando da Cidade Celestial.

Cristão: Isto não parece certo

Esperança: Acho que ele está nos levando pro lugar de onde viemos.

(O Adulador vai à frente e os amigos mais atrás. Cristão fala alto)

Cristão: Com licença? Tem certeza que está na direção certa? Oi?

(Uma rede cai em cima de Cristão e Esperança e eles ficam caídos no chão com a rede prendendo-os)

Cristão: Eu deveria ter imaginado. O pastor nos disse pra tomar cuidado com os aduladores. Agora sei o que significa o provérbio que diz: “O homem que lisonjeia o seu próximo estende uma rede diante de seus passos”.

Esperança: Deveríamos ter olhado o mapa. Aposto que a resposta estava lá o tempo todo.

(Eles tentam rasgar a rede)

Narrador: Cristão e Esperança lutaram por horas, mas era impossível se livrar da rede. Eles se perguntavam se a jornada tinha chegado ao fim. Então eu vi em meu sonho que o verdadeiro Ser Resplandecente veio salvá-los.

(Entra o Ser Resplandecente todo vestido de branco com capuz e espada. Grande luz forte. Ele aponta a espada e a rede se corta e eles saem).

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O resplandecente os repreendeu por tolamente terem seguido o Adulador e não terem usado o mapa que os pastores haviam dado. Então, depois de algumas instruções, ele guiou Cristão e Esperança de volta ao caminho que leva aos céus.

(Continuam andando, olham pra trás e vêem Ignorância seguindo-os)

Esperança: Ele ainda está nos seguindo?

Cristão: Sim. Ainda pode haver esperança para ele.

(Um homem vem caminhando em frente a Cristão e Esperança) Roupa: Todo arrumado: Paletó, gravata.

Cristão: Mais que interessante. Este Senhor não está indo na direção oposta da Cidade Celestial

Esperança: É melhor termos cuidado, ele pode ser um Adulador.

Homem: Bom dia! Quem são vocês e pra onde estão indo?

Cristão: Somos peregrinos e vamos para Cidade Celestial.

Homem: Hahahahaha (sorri debochadamente). Me desculpem. Já faz tempo que não vejo rapazes tão ignorantes como vocês. Arriscar a vida e viver por absolutamente nada.

Esperança: Está dizendo que não vamos poder entrar na Cidade?

Homem: O que estou dizendo é que a Cidade não existe em lugar nenhum do mundo.

Cristão: Mas nós ouvimos e acreditamos que esse lugar existe.

Homem: Eu ouvi falar desse lugar em meu glorioso país e, como vocês, eu deixei tudo para trás e fui à procura dele. Mas depois de procurá-lo por muitos anos, eu me dei conta de que não há cidade e não há Deus. Então estou indo para casa, para aproveitar os prazeres do mundo, por assim dizer, vocês deveriam fazer o mesmo. Adeusinho. Hahahaha!

Esperança: Ele chegou tão perto.

Cristão: Não podemos fazer nada por ele agora.

Esperança: Tem razão.

Narrador : Agora em meu sonho, vi que Cristão e Esperança chegaram a um país onde o ar naturalmente os deixava sonolentos, tornando o caminho mais difícil.

(Andando cambaleando e com muito sono)

Esperança: Estou tão cansado que vou acabar dormindo em pé.

(Cai de joelhos no chão, logo em seguida, Cristão)

Esperança: Vamos parar ali e descansar por apenas uma hora.

Cristão: Não, não. Precisamos continuar andando.

Esperança: Meia hora

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(Vêem tudo embaçado)

Esperança: Trinta minutos

Cristão: Não, precisamos continuar andando.

Esperança: Estou tão cansado

Cristão: Mas temos que continuar andando. Espere, lembra do que os pastores disseram sobre o Terreno Encantado?

Esperança: Sim

Cristão: Deve ser aqui. Nós não podemos dormir, precisamos nos concentrar. Vamos...

Eles se ajudam a levantar.

Cristão: Se pegarmos nos sono agora, talvez nunca acordemos.

Esperança: Que bom que está comigo. Eu teria dormido se não fosse por você. É verdade o que diz o provérbio: “Melhor dois juntos do que um só”.

Cristão segurando com as duas mãos o rosto de Esperança diz: Também tem sido um bom amigo pra mim. Ei, nós vamos conseguir está bem? Está bem? Agora, me conte... por que decidiu largar tudo e se tornar um peregrino?

Esperança: Porque eu precisava cuidar da minha alma.

Cristão: Muito bem, melhor assim. Continue andando. (Se abraçam e saem andando)

Esperança: Eu era como todos os outros na Feira das Vaidades, usufruindo dos prazeres, mas sabia que isso me destruía.

Cristão: Como assim?

Esperança: Ah, eu experimentei de tudo. Eu não me satisfazia. Eu me dei conta de que a morte esperava pelos filhos da desobediência.

Cristão: Então seus pecados o condenaram?

Esperança: Eu lutei contra isso. Não queria ver que a maldade do meu pecado iria me mandar para o inferno. Tentei afastar da palavra de Deus a beleza da Sua santidade.

Cristão: Porque não conseguiu?

Esperança: Deus ficava me mandando sinais. Um homem de Deus na rua, um amigo que morreu. E eu sabia que se morresse certamente enfrentaria um julgamento.

Cristão: Isto abala a vida de qualquer um.

Esperança: Eu tentei mudar meus hábitos. Fugi da minha vida de pecados, dos meus amigos pecadores. Me tornei religioso. Eu orava, lia a bíblia, pedi perdão a Deus pelos meus pecados. Eu compartilhava a verdade.

Cristão: Parece que encontrou a salvação

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Esperança: Esse era o problema. Não tinha encontrado até ler a bíblia que não se chega a Deus através de boas ações, mas através de uma relação pessoal com Jesus.

Cristão: Nada mais funciona. E o que fez então?

Esperança: O certo é o que Jesus fez! Eu li na bíblia: Creia no Senhor Jesus e será salvo. Perguntei a Deus: Como pode perdoar um pecador como eu? Ele me disse: Minha graça é suficiente. Continuei... O Senhor não entende, meu pecado é muito grande. E Deus me disse: Aquele que vem a mim nunca será desprezado, jamais o lançarei fora. E eu insistir em perguntar. Nem mesmo um pecador como eu? E ouvi Deus dizer:

(Apenas som saindo do microfone)

Jesus: Eu vim ao mundo para salvar pecadores. Sou a verdade para todo aquele que crer. Eu morri pelos pecados do mundo e ressuscitei para a justificação de todos. Eu amo a todos. Lavei os pecados do mundo com meu próprio sangue. Sou o mediador entre Deus e os homens.

Esperança: Foi aí que me apaixonei por Jesus, Seu Povo e Seus caminhos.

Narrador : Eles se mantiveram acordados, falando sobre o Senhor Jesus e Seu grande Amor. Antes que percebessem já tinha atravessado em Segurança o Terreno Encantado. Cristão e Esperança agora entraram no País de Beulá, onde o ar era doce e agradável. Eles estavam tão perto da Cidade Celestial que os Resplandecentes passeavam pelos belos jardins e vinhedos.

(Cristão e Esperança se aproxima de um homem vestido de agricultor que polda uma árvore.

Cristão: Bom Dia Senhor!

Homem: Olá.

Cristão: Diga-me de quem são esses jardins e vinhedos?

Homem: Eles pertencem ao Rei. Foram plantados para o Seu próprio deleite e para dar conforto aos peregrinos durante suas jornadas. Então, podem se servir do que quiserem.

Esperança: Obrigado (Vai até uma árvore e pega uma maça, Cristão faz o mesmo)

Cristão: Obrigado.

(Limpam a maça e comem...) Saem caminhando com o homem... Sentam-se e Cristão lê a Bíblia.

Narrador: Depois de aproveitarem alguns dias necessários de alimento e descanso, Cristão e Esperança estavam prontos para continuar a jornada. Era uma pequena distância até o Rio Celestial, e já estavam próximos do fim da jornada e seus corações desejam ver o Rei em pessoa.

(Grande Rio para atravessá-lo e logo a frente a Cidade Celestial. Aparece um anjo).

Anjo dirigindo-se aos amigos: Só há mais duas dificuldades que os separam da Cidade Celestial.

Cristão: Algum barco ou ponte que possa nos levar até o outro lado?

Anjo: Não, este é o único caminho para chegar à cidade.

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Esperança: O rio é profundo?

Anjo: Isto depende do quanto confiam no Rei deste lugar.

Cristão olha para Esperança e diz: Está pronto amigo?

Esperança: Estou pronto!

(Os dois a passos lentos começam a andar em direção ao rio. A água já se encontrava no pescoço de Cristão e Esperança quando começaram a afundar).

Narrador : Mas o rio se tornou profundo e suas águas se agitaram. Era a última chance que os enganadores tinham de impedi-los. Seus pensamentos se voltaram para seus pecados.

Cristão: Eu não vou conseguir.

Esperança: Estou vendo os Resplandecentes na porta.

Cristão: Estão esperando por você Esperança.Meus pecados estão me afundando.

Esperança: Apenas se lembre que Jesus o limpou de seus pecados.

Cristão começa a afundar... Esperança luta pra não se afundar.

Narrador: Eles se sentiram indignos de entrar na presença do Rei. Seus pensamentos, seus pecados pareciam afundá-los, puxando-os sob às águas revoltas. A mente de Cristão se tornou tomadas de dúvidas e ele não conseguia se lembrar de nenhuma promessa feita pelo Senhor. Mas Esperança se lembrava que Jesus santificou todas as coisas, seus pecados foram lavados. Ele era nova criatura.

(Esperança volta para superfície. Mergulha e pega Cristão pra cima). Depois de muito lutarem, conseguem chegar do outro lado, onde está a casa Celestial. De joelhos e cansados eles vêem um anjo.

Anjo: Fui enviado para falar com aqueles que herdarão a salvação.

Cristão: Por favor, pode mostrar o caminho a minha família?

Anjo : O Rei atendeu suas preces, e enviou um convite a sua esposa e seus filhos.

Esperança pega no ombro dele e sorri. Eles caminham em direção a porta dos céus.

(02 resplandecentes sobre forte luz recebe os certificados de Cristão e Esperança). As portas do céu abrem.

Narrador: Agora, em meu sonho, vi que Cristão e Esperança foram recebidos por Resplandecentes às portas do Céu. Eles foram levados à presença do Senhor Jesus, que os esperam com estas palavras: “Muito bom, meus bons e fieis servos”. Enquanto vi estas coisas, olhei para trás e vi Ignorância sendo levado para o outro lado do rio por Vã Esperança, sem a menor dificuldade. Tendo atravessado o rio, não tinha ninguém para recebê-lo nas portas da Cidade Celestial.

(Ignorância bate na porta)

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Ignorância: Oláááá (Bate com mais força.)

Ignorância: Olá? (Ele ouve uma voz do céu)

Voz: De onde você é e o que quer?

Ignorância olhando pro céu: Eu comi e bebi na presença do Rei. Sua palavra está nas ruas. Então aqui estou!

Voz: Onde está o seu certificado?

(Ele procura)

Voz: Você não tem certificado?

Ignorância: Ah, é uma história engraçada, na verdade. (Ele vê uma pessoa e diz): Oi, finalmente. (Estende as mãos e é amarrado). O que está fazendo? Me solta! Eu vi o Rei. Foi arrancado da porta Celestial. (Saiu gritando).

Narrador: Assim eu vi que há um caminho para o Inferno mesmo as portas do Céu. (Cenário da Cama: Cristão e a esposa). Então eu acordei. E tudo não passou de um sonho. (Cristão observa o observa, passa a mão em sua cabeça, respira aliviado e quando vira de lado vê o certificado. O pega, observa-o e sorri.)

Narrador: Nós todos estamos na mesma jornada. E você está no caminho certo?

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