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1. A moderna teoria das organizações nos Estados Unidos: algumas considerações; 2. A moderna teoria das organizações na União Soviética: algumas considerações; 3. Divisão do trabalho e teoria das organizações. Fernando C. Prestes Motta * * Professor do Departamento de Administração Geral e Relações Industriais da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas. R. Adm. Emp., Rio de Janeiro, "Ultimamente, o conceito de ciência social que defendo, não vem predominan- do. Minha concepção se opõe d ciência social como um corpo de técnicas buro- cráticas que inibem a pesquisa social com suas pretensões 'metodológicas', que congestionam esse trabalho com concei- tos obscurantistas, ou que os vulgarizam pela preocupação com problemas insig- nificantes, sem relação com as questões de relevância pública. Essas inibições, obscuridades e vulgarizações criaram uma crise nos estudos sociais de hoje, sem sugerir, pelo menos, uma saída." (C. Wright Mills) É tão curioso quanto esclarecedor o fato de que as modernas teorias das organizações norte- americana e soviética tenham tantos pontos em comum. Em ambos os países encontramos o es- tudo da administração e do comportamento or- ganizacional fundamentado, principalmente, em duas tendências da ciência e, especialmente, da ciência social moderna: a grande teoria e o empirismo. De um lado, o esforço em abarcar o máximo possível da realidade organizacional, sem perder de vista a realidade social, biológica e física, mas, muito pelo contrário, servindo-se à vontade das duas últimas para explicar as duas primeiras. O grande problema é mostrar como a realidade organizacional diferencia-se da social, como ambas se diferenciam da bioló- gica, e como esta última diferencia-se da física. Estando ou não presente a preocupação com tal diferenciação, está sempre presente, porém, a idéia de que uma estrutura teórica é, em si, capaz de ser utilizada para os mais variados campos do conhecimento e a preocupação bá- sica é o jogo com conceitos extremamente for- malizados, integrados e abstratos para uma análise do fenômeno organizacional. A formali- zação exagerada dá ao cientista social uma es- pécie de sentimento de segurança, de certeza de estar realizando um trabalho científico, embora talvez se trate mais de uma ilusão científica; o nível de abstração, falsa ou real, é também importante porque permite ao cientista um campo extremamente amplo na operacionaliza- ção dos conceitos e, finalmente, a integração conceitual garante uma análise aparentemente lógica, uma vez que, em princípio, torna-se mui- to fácil relacionar as variáveis em que o cien- tista se encontra interessado. 14(2) : 45-57, mar.zabr. 1974 A teoria das organizações nos Estados Unidose na União Soviética introdução a uma análise comparativa

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Page 1: 1. A moderna teoria das Ultimamente, o conceito de ciência ... · 2. A moderna teoria das organizações na União Soviética: algumas considerações; 3. Divisão do trabalho e

1. A moderna teoria dasorganizações nos Estados Unidos:

algumas considerações;2. A moderna teoria das

organizações na União Soviética:algumas considerações;

3. Divisão do trabalho e teoriadas organizações.

Fernando C. Prestes Motta *

* Professor do Departamento deAdministração Geral e Relações

Industriais da Escola deAdministração de Empresasde São Paulo da Fundação

Getulio Vargas.R. Adm. Emp., Rio de Janeiro,

"Ultimamente, o conceito de ciênciasocial que defendo, não vem predominan-do. Minha concepção se opõe d ciênciasocial como um corpo de técnicas buro-cráticas que inibem a pesquisa socialcom suas pretensões 'metodológicas', quecongestionam esse trabalho com concei-tos obscurantistas, ou que os vulgarizampela preocupação com problemas insig-nificantes, sem relação com as questõesde relevância pública. Essas inibições,obscuridades e vulgarizações criaramuma crise nos estudos sociais de hoje,sem sugerir, pelo menos, uma saída."(C. Wright Mills)

É tão curioso quanto esclarecedor o fato de queas modernas teorias das organizações norte-americana e soviética tenham tantos pontos emcomum. Em ambos os países encontramos o es-tudo da administração e do comportamento or-ganizacional fundamentado, principalmente, emduas tendências da ciência e, especialmente,da ciência social moderna: a grande teoria e oempirismo. De um lado, o esforço em abarcaro máximo possível da realidade organizacional,sem perder de vista a realidade social, biológicae física, mas, muito pelo contrário, servindo-seà vontade das duas últimas para explicar asduas primeiras. O grande problema é mostrarcomo a realidade organizacional diferencia-seda social, como ambas se diferenciam da bioló-gica, e como esta última diferencia-se da física.Estando ou não presente a preocupação comtal diferenciação, está sempre presente, porém,a idéia de que uma estrutura teórica é, em si,capaz de ser utilizada para os mais variadoscampos do conhecimento e a preocupação bá-sica é o jogo com conceitos extremamente for-malizados, integrados e abstratos para umaanálise do fenômeno organizacional. A formali-zação exagerada dá ao cientista social uma es-pécie de sentimento de segurança, de certeza deestar realizando um trabalho científico, emboratalvez se trate mais de uma ilusão científica;o nível de abstração, falsa ou real, é tambémimportante porque permite ao cientista umcampo extremamente amplo na operacionaliza-ção dos conceitos e, finalmente, a integraçãoconceitual garante uma análise aparentementelógica, uma vez que, em princípio, torna-se mui-to fácil relacionar as variáveis em que o cien-tista se encontra interessado.14(2) : 45-57, mar.zabr. 1974

A teoria das organizações nos Estados Unidose na União Soviética introdução a uma análise comparativa

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De outro lado, a quantidade enorme de estu-dos empíricos que vem-se avolumando com osanos, trazendo muito pouca inovação. Muitasvezes a pesquisa é feita pela própria pesquisa:fascinado com todo um instrumental metodo-lógico para o levantamento e a análise de dados,ocorre freqüentemente que o cientista socialexperimenta uma deformação profissional. Mui-tas vezes, pouco importa o que vai ser estudado,mas uma enorme relevância é atribuída ao mé-todo que será utilizado. Existem inúmeras ra-zões para tal fenômeno. Em primeiro lugar, éextremamente mais fácil dominar uma meto-dologia e utilizá-la para o estudo de fenômenosque vão do pequeno grupo de trabalho até àmarginalidade social, do que tentar, através deum esforço realmente criador, uma análise teó-rica que dê conta dos elementos responsáveispela ocorrência de tais fenômenos nas socieda-des contemporâneas. Entretanto, isso exige docientista em geral e do teórico das organizaçõesem particular uma perspectiva histórica que elegeralmente não possui.

Em segundo lugar, existem inúmeras enti-dades culturais ligadas a empresas gigantesque financiam generosamente pesquisas decampo que muito pouco têm a ver com um con-junto lógico de hipóteses que faça sentido porsi mesmo. Para as empresas associadas a taisentidades é muito interessante o financiamento,tanto do ponto de vista fiscal como do ponto devista de imagem perante a opinião pública eperante uma inteUigentzia potencialmente crí-tica e perigosa; no tocante à imagem, o mesmopode-se aplicar a muitos governos.

Em terceiro lugar, uma das formas pelasquais as universidades conseguem sobreviver eobter a aceitação dos grupos sociais dominan-tes é através de órgãos consultivos e, às vezes,até mesmo deliberativos, dos quais fazem parte,geralmente, as pessoas mais proeminentes des-ses meios e, nem sempre, os interesses acadê-micos dos pesquisadores dessas universidadescoincidem com os interesses desses líderes docenário econômico e político da comunidade.

Em quarto lugar, a produção em massa nocampo acadêmico tende a refletir a produçãoem massa de bens no campo econômico. Idéias,mercadorias e serviços são produzidos e consu-midos rapidamente na sociedade industrial. Damesma forma que os presidentes das grandesempresas estão continuamente pressionando osdiretores de produção para sua maximização,levando em conta o potencial de mercado, osRevista de Administração de Empresas

deões, reitores etc. das universidades pressio-nam seus pesquisadores no mesmo sentido, le-vando igualmente em conta o potencial demercado e ocorre que a produção em massa, aomenos no campo acadêmico, geralmente se dáem prejuízo da qualidade e de projetos de gran-de envergadura e o potencial de mercado éigualmente maior para projetos menos ambicio-sos que tratem de aspectos muito restritos darealidade organizacional ou social, porque asconclusões desse tipo de pesquisa podem ser, deum modo geral, utilizadas da forma que aprou-ver ao consumidor.

Em quinto lugar, finalmente, Weber, Dur-kheim, Mills e tantos outros dedicaram, a rigor,uma vida a um projeto intelectual. Muitos des-ses morreram antes de completar esses proje-tos e, mesmo assim, influenciaram poderosa-mente, embora freqüentemente através de de-turpações mais ou menos conscientes de seussucessores na sociologia. Na teoria das organi-zações e em várias correntes sociológicas, pes-quisas realizadas segundo os métodos mais so-fisticados, tornados possíveis pela tecnologiamoderna e realizados em períodos que vão deum a 12 anos, na melhor das hipóteses, exer-cem, por meio da comunicação de massa, umainfluência tão ou mais poderosa quanto a obrade um Weber ou de um Durkheim. Todavia asfacilidades oferecidas pela tecnologia modernaainda não incluem a capacidade conceitual e oespírito crítico, nem tampouco a autocrítica.

No que se refere à ciência social americana,devido ao conhecimento que dela temos, é extre-mamente fácil encontrar ilustrações dessas duastendências.

Que estudioso da sociologia ou de áreas afinsnão se espantou com a sofisticação, a prolixi-dade e o sincronismo de O sistema socialde Talcott Parsons, que lembra um romance demil personagens, que nos obriga a voltar cons-tantemente atrás, para saber quem é quem? E,no final, a gente descobre que os personagensnão eram tantos, mas que respondiam por vá-rios nomes. Ou ainda, quem não se deliciou comos conceitos de homeostase dinâmica, morro-gênese, eqüifinalidade, isomorfismo, integraçãoe diferenciação, steady state, e tantos outrosmais ou menos curiosos do jargão da teoriageral dos sistemas? Por outro lado, que homemde bom senso não se espantou com o "parto damontanha" de alguns artigos publicados pelaAdministrative Science Quarterly, pela Ameri-can Sociological Review e tantas outras muito

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menos importantes, porque as mencionadas es-tão certamente entre as melhores revistas deciências sociais dos Estados Unidos, que, basea-dos em pesquisa de campo, utilizando um ins-trumental técnico e metodológico extremamentecomplexo, chegam a conclusões óbvias de umaingenuidade que faria corar uma universitáriabrasileira de inteligência mediana?

No que se refere à sociologia soviética, muitopouco divulgada entre nós, tudo indica que aintransigência intelectual de algumas décadasatrás é já um capítulo interessante da históriado autoritarismo intelectual, no tempo e no es-paço. Alvin Gouldner, que conhece muito bemo assunto para um sociólogo ocidental, constataentre as várias características dessa sociologia,em nossos dias, o fato de que, a despeito desua pouca uniformidade, ela está atingindo ní-veis cada vez mais altos de sofisticação, espe-cialmente no que se refere ao estudo da estrati-ficação e à análise organizacional, especial-mente nos centros de pesquisa de Talinn e No-vosibirsk e, de acordo com Gouldner, algunscientistas sociais soviéticos estão indo relativa-mente devagar nesse processo para não provo-car uma desagregação dessa sociologia nas-cente. Por sua vez, é também Gouldner quemconstata a importância especial dada por mui-tos cientistas sociais soviéticos ao que chamamde "pesquisa concreta" que, segundo o autor,significa uma tomada de posição positiva no quediz respeito a um novo programa de trab~l.hoempírico e, igualmente, um julgamento criticotácito de formas mais antigas de análise teó-rica. 1

1. A MODERNA TEORIA DASORGANIZAÇOESNOS ESTADOS UNIDOS:ALGUMASCONSIDERAÇOES

Julho de 1972 foi um mês difícil para muitoscientistas e especialmente para um grande nú-mero de teóricos das organizações que perdiamo seu mestre - o biólogo Ludwig von Berta-lanffy, do Centro de Biologia Teórica da Uni-versidade Estadual de New York (Buffalo) -de quem ainda em março de 1968 o públicorecebera o livro Teoria geral dos sistemas, frutode seu trabalho junto à Universidade de Al-berta, no Canadá, mas que já em 1928, aos 27anos começava a delinear os caminhos que per-, . -correriam suas idéias, com a publicação emMunique de Nikolaus von Kues e, em Berlim,de Teoria crítica da morjoçênese, curiosamente

traduzido para o inglês como Teorias modernasdo desenvolvimento.

Já nessa época, Bertalanffy entendia que,uma vez que o caráter fundamental da coisaviva é sua organização, a investigação costu-meira das diversas partes e processos em sepa-rado não podiam fornecer-nos uma explicaçãocompleta do fenômeno vida.

Tal investigação não podia oferecer-nos in-formações sobre a coordenação das partes eprocessos. Assim, a principal tarefa da biologiaprecisava ser a descoberta das leis dos siste-mas biológicos (em todos os níveis de organi-zação). E, para Bertalanffy, as tentativas nessesentido levariam a uma mudança fundamentalna concepção do mundo, na medida em quea biologia teórica encontrasse seus fundamen-tos. Tal visão, considerada como um método deinvestigação, poderia, a seu ver, ser chamadabiologia orçanismica em oposição à biologiamolecular, ocupando-se não apenas do nível fí-sico-químico mas também dos níveis mais ele-vados da matéria víva> e como uma tentativade explicação de teoria sistêmica do organismo,que se basearia na constatação de que as pro-priedades e os modos de ação do todo não sãoexplicáveis pela simples somatória das proprie-dades e modos de ação de seus componentestomados isoladamente, mas pelo conjunto doscomponentes e das reações existentes entre eles.

Cerca de 15 anos mais tarde, Bertalanffyadmitia tacitamente a existência de modelos,princípios e leis aplicáveis a sistemas genéricosou a seus subsistemas, independentemente daespécie, da natureza dos elementos componen-tes e das relações entre eles; propondo a teoriageral dos sistemas como uma nova disciplina,definida como um campo lógico-matemático,cuja tarefa seria a formulação e o desenvolvi-mento desses princípios aplicáveis aos siste-mas em geral, de modo a permitir formulaçõesexatas de termos tais como todo e soma, dife-renciação, mecanização progressiva, centraliza-ção, ordem hierárquica,. finalidade e eqü~!in~li-dade, que dizem respeito a todas as cienciasque tratam de sistemas. 3 O biólogo impressio-nou-se com as analogias existentes entre siste-mas biológicos diversos; o cientista, com as ana-logias entre sistemas biológicos e não-biológicos.

O assombro do cientista foi reforçado pelareceptividade encontrada em out~os campos qu:.não o biológico e pela constataçao de que mui-tos outros especialistas estavam trabalhando

Teoria das organizações

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em uma linha muito semelhante, tendo mor-rido, certamente, satisfeito ao verificar que ape-nas não estava sozinho, mas tinha a seu ladonomes reputadíssimos como Norbert Wiener(cibernética) e Kenneth Boulding (ecossiste-mas), além de um elevado número de discípu-los em quase todos os campos do conhecimento,resultante do trabalho a que se entregou comtodo o empenho à sociedade criada, logo que omovimento começou a adquirir força e, muitoespecialmente, do grupo de trabalho de J. G.Miller, psicólogo social que reuniu elementos dasmais diversas áreas científicas com a finalidadede pesquisar a aplicação da teoria geral dos sis-temas do nível da simples célula ao nível dasociedade. Finalmente, o ano da morte de vonBertalanffy coincidiu com o da edição do livroThe system's view oi the uiorlâ.» Para avaliaro surto sistêmico na ciência em geral e sobre ateoria tradicional das organizações, reproduzire-mos a seguir o quadro do politólogo O. R.Young,5 feita a ressalva de que não estão alipresentes teóricos ditos sistêmicos das organi-zações, tais como Katz e Rozensweig, Katz eKahn, Gross, Likert, Trist, Rice etc. .. Eviden-temente, entretanto, isso não prova nada alémdo fato de que tal "surto" foi muito grande, oque, no caso das ciências sociais, é muíto com-preensível, visto que tanto as idéias de vonBertalanffy quanto de alguns de seus colegaspodem e foram utilizadas como um reforço po-sitivo para o funcionalismo de Talcott Parsonsque, de resto, utilizou mais conceitos atual-mente compreendidos como próprios da abor-dagem sistêmica do que o próprio von Berta-lanffy.

No que diz respeito, especificamente, à teoriadas organizações têm sido incontáveis os esque-mas conceituais baseados na teoria geral dossistemas. A ordem em que alguns desses esque-mas são apresentados parece corresponder,grosso modo, a níveis de sofisticação teóricacada vez mais altos.

O primeiro esquema conceitual a ser conside-rado é o de Tavistock, ou mais explicitamente deTrist e Rice, que analisa a organização como umsistema sociotécnico aberto, ou seja, comocomposta de um subsistema técnico do qual asdemandas da tarefa, a implantação física e oequipamento existente são os principais com-ponentes e cuja eficiência é apenas potencial, ede um subsistema social dotado de normas, as-pirações e valores que transforma a eficiênciapotencial em real. Desnecessário insistir em queRevista de Administração de Empresas

a organização é vista como um sistema em tran-saçãocontínua com o seu ambiente.

O segundo é o de Homans, segundo o qual oambiente em que se insere um grupo social édiferenciado e tal diferenciação define o seusistema externo, composto das atividades, in-terações e sentimentos ímpostos pelo ambientefísico, cultural ou tecnológico. Todavia, essasatividades, interações e sentimentos interdepen-dentes adquirem uma dinâmica própria cons-tituindo um sistema interno.

Ao conjunto de todas essas variáveis, Homanschama situação total, que inclui precisamenteambiente físico e social, compreendidos no últi-mo os grupos maiores nos quais os participan-tes dos grupos menores estão filiados, ou comos quais mantêm contato, os materiais, fer-ramentas e técnicas utilizadas pelo grupo emsua ação sobre o ambiente: o sistema externo,isto é, as relações entre os membros do grupopara essa ação, o sistema interno, isto é, as re-lações sociais que se desenvolvem a partir dosistema externo e que a ele reagem, e, final-mente, as normas do grupo. A compreensãoadequada dessa situação total é para o referidoautor uma pré-condição para uma liderançaeficaz.

O terceiro é o de Michigan: Ann Arbor e in-clui Likert, Kahn, Katz, Wolfe, Quinn, Rosen-thal e Snoeck. Tal esquema precisa ser apresen-tado sob forma de etapas. A etapa de Likertcompreende a análise da organização em ter-mos de um sistema de interligação de gru-pos, através de indivíduos em posições-chaveque fazem parte, a um só tempo, de dois oumais grupos e que são chamados elos deligação. Tais elos de ligação também desem-penham a função de relacionamento da orga-nização com as demais (sistemas de mesmo ní-vel), com o sistema industrial ou com a socie-dade global (sistemas de larga escala) e comgrupos formais ou informais (subestruturas).Também para ele a liderança eficaz deve estaralerta às relações internas e externas. O su-cesso da organização é em grande medida condi-cionado à maximização do desempenho eficazdos elos de ligação. A etapa Kahn, WOlfe,Quinn,Snoeck e Rosenthal entende que se deve dis-tinguir claramente grupos psicológicos de elosde ligação e que tal tarefa torna-se mais fácilmediante a substituição da utilização do con-ceito de grupo pelo conceito de conjunto depapéis. Dessa forma, são pessoas desempenhan-do determinados papéis interligados que se in-

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ter-relacionam. A organização passa a ser pen-sada em termos de um sistema aberto deconjuntos de papéis que se sobrepõem e que seligam, ultrapassando alguns as fronteiras orga-nizacionais e relacionando-a com o ambiente. Aliderança eficaz aqui é aquela que consegueminimizar as tensões, os conflitos e a ambigüi-dade das pessoas no desempenho de seus papéis.A terceira é a etapa de Katz e Kahn, mais doque qualquer outra, repleta de influências par-sonianas. De certa forma "psicologia social dasorganizações" pode ser vista como uma versãosimplificada de "o sistema social".

A etapa Kahn, WOlfe, QUinn, Snoeck e Ro-senthal é absorvida e a organização passa a servista como um sistema aberto de papéis, nor-mas e valores que reduzem a variabilidade hu-mana, mas que, ao mesmo tempo, adaptam-seao ambiente. Como o ambiente está sempremudando, estabelece-se uma certa tensão entrea redução da variabilidade humana a padrõesestáveis e a adaptação ao ambiente dinâmico,mas isso é muito natural, segundo os autores;não é nada mais do que o steaà1Jstaie e a ho-meostase dinâmica, característica fundamentalde qualquer sistema aberto, que estocando partedos insumos de energia, os chamados insumos demanutenção, é capaz de sempre se auto-su-perar e de se adaptar, tendendo ao crescimentoe a expansão. A forma um pouco misteriosapela qual a organização atinge o seu estadoconstante (steady state) ou mantém-se nesseestado apesar da homeostase dinâmica não temmuita importância porque trata-se da eqüifi-nalidade, outra característica fundamental detodos os sistemas abertos, segundo a qual "to-dos os caminhos levam a Roma". A liderançaeficaz aqui é aquela que dá, aos ocupantes depapéis predeterminados por normas justificadaspor valores e aspirações mais altas, a possibili-dade de legislar, mas que mantém na hierar-quia o poder executivo, que pode fazer uso dosistema de recompensas e punições adequadasà manutenção das formas de comportamentoexigidas pelos vários papéis a serem desempe-nhados. Assim, o funcionamento harmônico daorganização depende de suas funções adminis-trativas e institucionais que coordenam o fun-cionamento de vários subsistemas de funções,inclusive a produção ou "processamento de in-sumos energéticos produtivos" que é vital, adap-tando . tal funcionamento às demandas am-bientais.Revista de Administração de Empresas

Existem muitos outros esquemas conceituais,tais como o de integração-diferenciação (Har-vard) que procura dar COnselhos aos adminis-tradores de organizações complexas (um belonome pelo qual Etzioni chama as unidades deprodução e controle) a partir de uma sofistica-ção teórica admirável desses professores e con-sultores de alto nível que são Lawrence e Lorsch;a tentativa séria, mas um tanto frustrante deCarzo e Yonouzas de quantificar a análise or-ganizacional com base na abordagem sistêmica,e assim por diante. Há sintomas de que o mo-delo do sistema aberto esteja dando lugar aoutro que enfatize a ação (Silverman), bemcomo de que ele tende a ser utilizado com umpouco menos de ortodoxia (J. Thompson), masrealmente a teoria moderna das organizaçõesocidentais, que nós tomamos a liberdade dechamar de americana, embora alguns de seusautores não sejam americanos, está ainda emtermos gerais, decididamente, na fase do sis-tema aberto.

Todavia, a fase do sistema aberto e, portanto,de grande teoria, de forma alguma implica aausência de trabalhos de campo; aliás, muitopelo contrário, a aplicação do modelo do sis-tema aberto à teoria das organizações é carac-terizada pela utilização em massa de dados obti-dos em levantamentos d~ campo. A idéia pareceser a de que o amplo emprego de dados obtidosatravés dessa via é suficiente para validar aàplicação da teoria geral dos sistemas à análiseorganizacional. No livro Psicologia social dasorganizações, de Daniel Katz e Robert L. Kahnexistem cerca de 250 exemplos retirados de con-clusões de trabalhos de campo para 514 páginasde texto. 6 O livro Organização e ambiente, dePaul R. Lawrence e Jay W. Lorsch não é nadamais nada menos do que uma descrição de suapesquisa extremamente sofisticada junto às in-dústrias de plásticos, containers e de alimentosempacotados, e das conclusões por eles tiradasa respeito, conclusões aliás da maior sabedoria,que, em última análise, sugerem que organiza-ções ou unidades organizacionais que funcio-nam em ambientes em mudança devem ter es-truturas flexíveis e, ao contrário, organiza-ções ou unidades organizacionais funcionan-do em ambientes estáveis devem ter estruturasmais rígidas, para sua maior eficiência. T O li-vro Organization in action, de James Thompson,extremamente utilizado nas universidades ame-ricanas nos dias atuais, baseado igualmenteem um número não desprezível de pesquísas

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metodologicamente impecáveis, também afirmaque o grande problema das organizações é aincerteza e que diferentes tecnologias e ambien-tes são fontes poderosas de incerteza e levamao surgimento de diferenças nas organizações.Por essa razão é importante estudar o papel eo sentido da racionalidade na administração. Oautor adverte, porém, que sem pesquisas maisrefinadas nós não estamos em condições de tes-tar hipóteses e elaborar indagações mais sons-tícadas."

Entre os pesquisadores de campo mais desta-cados estão, sem dúvida alguma, Elton Mayo,pioneiro nessa tradição e outros, mais recente-mente, com vários estudos, tais como: Blauner(alienação) Joan Woodward (estrutura e tec-nologia), Bernard Barber (liderança), Coch eFrench (resistência à mudança), Levinson (sa-nidade mental na indústria), Emery e Trist(sistemas socíotêcnícos), Lazarsfeld .(estudossobre influência, tão absorvidos na literaturaorganizacional), Leavitt (comunicação), Katz(supervisão e moral), Lawrence e Lorsch (de-senvolvimento organizacional), entre muitosoutros.

Em geral, um dos grandes problemas dessetipo de estudo é a escolha de variáveis, ou seja,das variáveis mais adequadas para a análise deum determinado fato. Outro problema é a ge-neralização das conclusões tiradas de estudosparticulares que, muitas vezes, não é válida.Finalmente, a utilização inadequada de con-ceitos leva normalmente a conclusões engana-doras. Além disso, os vieses, muitas vezes ine-vitáveis, de formação, de centrismo cultural oude envolvimento profissional, são elementos su-ficientemente importantes para justificar umaatitude de reserva frente a tais empreendi-mentos. De forma alguma, porém, tais estudossão desnecessários. Muito pelo contrário, suarelevância científica e pública é indiscutível eé em função de tal relevância que todo o cui-dado é pouco em sua realização ou utilização.

2. A MODERNA TEORIA DASORGANIZAÇõES NA UNIAO SOVIm'ICA:ALGUMASCONSIDERAÇõESEm 1908, quando VOlt Bertalanffy era umacriança, o biólogo russo Alexander Bogdanovrompia política e ideologicamente com Lenin.Curiosamente, Bogdanov não podia aceitar omaterialismo dialético 'como algo universal,aplicável às diversas ciências, mas aceitou criar,ele próprio, uma ciência universal da organiza-

ção, à qual chamou tectologia, deixando assimmuito clara a sua origem biológica.

Esse rompimento com Lenin e com o materla-.lismo dialético, como a grande explicação,custou caro a Bogdanov. As portas da politicaforam-lhe imediatamente fechadas, como tam-bém custou-lhe os centros de pesquisa e as orga-nizações de modo geral. A imagem do "cientistalouco", do homem excêntrico, garantiu que atéos anos 20 seus escritos fossem tolerados, massua influência sobre. a pesquisa e as atividadesorganizacionais ara condenada e impedida atodo custo.

A obra de Bogdanov foi relativamente gran-de. O seu livro Tectologia: a ciência universalda organização é de 1912. Em 1918, publicou Osocialismo da ciência, onde sua teoria éapresen-tada de forma simplificada e, finalmente, em1923, publicou com stepanov o seu Curso deeconomia política. A obra básica, contudo, con-tinuou sendo a primeira. E quem a estudar veri-ficará claramente os seus pontos em comumcom a teoria geral dos sistemas de von Berta-Janffy. Com este, Bogdanov preocupou-se emidentificar os aspectos estruturais e processuaissemelhantes nos sistemas físicos, biológicos esociais. Como Bertalanffy, Bogdanov insistiuna idéia de que a especialização científica havialevado a uma visão distorcida da realidade,mostrando que os jargões das diversas áreas doconhecimento serviam apenas para obscureceras semelhanças entre os diversos níveis de or-ganização e para sublinhar as diferenças. EmTectologia: a ciência universal da organizaçãoele conclui que podem existir determinadas for-mas de organização comuns aos mais diversoselementos do universo. Daí a necessidade deestudar tais formas em estado puro, isto é, dis-sociadas de tudo aquilo que não é estrutural ouprocessual, de todo viés das ciências especiali-zadas, e de estudá-las de forma global, comosistemas integrados. Esse era o objeto da suatectologia.

Para Bogdanov os sistemas podiam ser maio-res, iguais ou menores que a soma de seus com-ponentes, dependendo exclusivamente do nívelde organização do sistema, de suas atividadesintegradoras ou desintegradoras. A homeostaseou equilíbrio dinâmico e a morfogênese eram osestados mais comuns de equilíbrio sistêmico.Muito menos freqüente eram os sistemas emequilíbrio estável. O nível de organização dosistema, tão importante nesse tipo de visão, eraem grande parte função de sua abertura, isto

Teoria das organizações

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é, de sua capacidade de receber a diversidadede insumos ambientais, ou seja, como os teó-ricos das organizações do Ocidente, os sistemasde nível mais alto eram os sistemas abertos e,como no Ocidente, os conceitos básicos utiliza-dos na análise dos sistemas foram equilíbriodinâmico, morfogênese, entropia, codificação,retroalimentação e codificação, sendo este últi-mo tratado em termos de seleção progressiva enegativa.

Para Bogdanov a tendência natural dos sis-temas altamente organizados era a absorçãocontínua da variedade ambiental (seleção pro-gressiva), mas a possibilidade dessa absorçãolevar o sistema a um estado de sobrecarga eraadmitida. Nesses casos, Bogdanov propunha aseleção consciente de insumos ambientais paraque o sistema não se destruísse (seleção nega-tiva). Portanto, para Bogdanov a entropianegativa era um processo conscientemente pro-vocado e não uma característica natural dossistemas abertos. Os rumos que a obra deBogdanov tomaria são matéria de especulação.Sua morte em 1928 deixou-a inacabada, maslivrou-o da era stalinista. Após sua morte ostakhanovismo, versão soviética do taylorismo,dominou a teoria administrativa. O pensamentopolítico, econômico e social foi extremamentemonopolizado por Stalin, com quem de nenhu-ma forma convinha discordar. A teoria dasorganizações soviéticas passa por uma fase deadormecimento.

É apenas na década dos 60 que a teoria dasorganizações começa a ser novamente objetivode preocupação dos intelectuais e políticos so-viéticos. O marxísmo-lenínísmo é de certa formadeixado "na geladeira". Muito pouca gente ousarepudiá-lo, mas, igualmente, muito pouca genteousa desenvolvê-lo. Tal posição é, aparentemen-te mais cômoda e segura para a intelectualidadesoviética preocupada em não parecer revi-sionista.

A obra de Bogdanov é parcialmente ressus-citada, transformando-se imediatamente no ra-mo mais conservador da teoria das organiza-ções. Em 1965, Jampol'skaja publica o livroDesenvovimento das formas estruturais e orga-nizacionais da organização governamental, edois artigos importantes sobre metodologiae conceitos da teoria das organizações, bemcomo Tikhomirov, Bachilo, Remnev, Sergienko eKakovin, que publicaram A orçtmização cientí-fica do trabalho no aparato administrativo, em1969.Revista de Administração de Empresas

É de Jampol'skaja o texto que transcrevemosa seguir:

"A elaboração do método da ciência adminis-trativa está apenas começando. O método per-mitirá reunir os dados das diferentes ciênciasafins aos problemas que dizem respeito à admi-nistração, descobrir as leis que regem o seu rela-cionamento, compreender tais leis e utilizar naprática administrativa as conclusões da ciênciapolítica e do direito, da psicologia e de outrasciências que ajudam a encontrar as variantesotimizantes da estrutura, dos processos e pro-cedimentos da administração e de verificar naprática o valor dessa ciência, uma vez que deacordo com o marxísmo-lenínísmo o critérioobjetivo de validação do conhecimento científicoé a sua ligação com a prática. Tal método teráseu caráter específico derivado da naturezaparticular da administração enquanto processode solução de problemas práticos complexos queexigem levar em consideração, a um só tempo,fatores os mais diversos, tais como políticos,econômicos, jurídicos etc ...

As partes componentes deste método devemser: uma abordagem funcional da administra-ção, a colocação em evidência das funções ne-cessárias ao Estado num determinado período,graças às quais a administração estatal deveráatingir o melhor resultado, a pesquisa da repar-tição ótima dessas funções entre os órgãos demesmo nível (como entre os órgãos federaise os órgãos republicanos etc ... ), um estudoda máquina administrativa do Estado como umsistema, uma abordagem histórica no estudo daadministração e a utilização de análises socio-lógicas concretas para o estudo da administra-ção, particularmente para verificar a eficáciade seu funcionamento.

Todas essas abordagens, todos esses procedi-mentos científicos interpenetram-se: a concep-ção sistêmica supõe o estudo funcional. Essasduas formas de estudo são inseparáveis do es-tudo histórico,. validando-se concretamente,através das análises sociológicas. As abordagenssistêmica e funcional, métodos particulares depesquisa, são considerados como elementos,como aspectos, de um método único de dialé-tica materialista, como particularidades con-cretas cujas aplicações são definidas pela espe-cificidade da matéria estudada. A tarefa doscientistas marxistas na pesquisa da metodolo-gia das diferentes ciências consiste precisa-mente e, antes de mais nada, na descoberta daespecífícídade dos métodos científicos, determí-

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nados pelo objeto de estudo, na demonstraçãoda possibilidade, da admissibilidade ou da opor-tunidade de usar tal procedimento, tal ou qualmétodo.

A abordagem funcional concentra a atençãona especificidade do conteúdo da atividade daadministração.

Contrariamente ao que foi sustentado poralguns na década dos 20, é indispensável com-preender que existe uma interdependência entreas formas, a estrutura, os métodos e as funçõesde todo o sistema de órgãos administrativos.

A questão da necessidade do estudo fun-cional da administração está já há muito tempocolocada. Há alguns anos ela colocou-se igual-mente na doutrina administrativa soviética,mas tal abordagem ainda aplicada às pesquisasjurídicas. Ela deveria, entretanto, dar seus me-lhores resultados nesta nova ciência altamentecomplexa que é a ciência administrativa.

A abordagem sistêmica está estreitamente li-gada à funcional, diferenciando-se na concen-tração de sua atenção na estrutura interna dosistema de órgãos pelos quais circula a atividadeadministra tiva ...

É ainda difícil prever no que dará concreta-mente esse modo de pesquisa, mas pode-se desdejá prever ... que ele poderá ajudar, pela utili-zação e aperfeiçoamento dos canais de informa-ção, a transformar nossa administração emum sistema cibernético autônomo, dotado deum mecanismo de [eedback e é nessa direçãoque nós devemos caminhar ... ". 9

Todavia, parece que a influência dessas obrasnão foi, nem de longe, comparável à do soció-logo polonês Starosciak que em 1965 teve seulivro traduzido para o russo, com uma intro-dução de Jampol'skaja.

A obra de Starosciak soava menos discor-dante do marxísmo-leninísmo e sua posição se-gundo a qual os princípios norte adores da admi-nistração capitalista eram inaplicáveis ao mun-do comunista, legitimou-a perante o governoe o partido. Entretanto, Elementos da ciênciada administração é um livro que poderia perfei-tamente ser publicado por um intelectual ame-ricano. Os temas dos quais se ocupa Starosciaksão extremamente semelhantes aos temas pre-dominantes no Ocidente e, curiosamente, tam-bém muitas de suas conclusões. Assim, porexemplo, os aspectos estruturais, comportamen-tais e processuais do papel do líder são estuda-dos com grande ênfase pelo autor, inclusive asfontes de tensões entre autoridade pessoal e

formal, lembrando bastante os estudos dos teó-ricos americanos. Da mesma forma, as técnicasde pesquisa e os exemplos de suas aplicaçõessão logo de início valorizados, reconciliando decerta forma a grande teoria de origem bogda-noviana com o empirismo que na mesma épocaaparecia extremamente valorizado, adentrandoa União Soviética, através dos poloneses e iugos-lavos, sob o nome de sociologia ou pesquisaconcreta, ao qual nos referimos anteriormenteao citar Alvin Gouldner.

Dessa forma, para um trabalho teórico de fô-lego como aquele realizado por Lebedev quededuziu diversas proposições da teoria da infor-.mação para aplicação à teoria e ao projeto desistemas, milhares de trabalhos de campo fo-ram e estão sendo realizados, especialmente noque diz respeito à pesquisa de opinião, o queparece interessar, sobremaneira, aos dirigentessoviéticos. A "questionariomania" invadiu asfábricas e a universidade. As atitudes dos jo-vens e dos trabalhadores no que diz respeito aotrabalho e à socialização são levantadas de umaforma nunca antes conhecida pelos soviéticose tais pesquisas são financiadas pelo partido. 10

Evidentemente, a teoria das organizações re-flete um fenômeno que está ocorrendo com todaa ciência social soviética, estranhamente inva-dida pela aliança funcionalismo-empirismo, aomesmo tempo em que o marxismo (ou os mar-xismos) começa a invadir a intelectualidadeamericana. E, se nos Estados Unidos não fal-tam críticos dessas novas tendências, o mesmoocorre na União Soviética. Todavia, a teoriadas organizações permanece "onde sempre es-teve e de lá não arredará um pé". Soviéticaou americana ela é extremamente flexível eajustada.

3. DIVISA0 DO TRABALHOE TEORIA DASORGANIZAÇÕES

Na segunda metade do século XVIII surgiu naFrança um corpo de doutrinas econômicas querecebeu o nome de fisiocracia. Sua contribui-ção para o pensamento econômico constituiu,ao lado da contribuição inglesa, a base para aconstrução da teoria econômica clássica, poisé apenas com os fisiocratas que a economiapassou a ser entendida em termos de escolase de sistemas. O pensamento fisiocrático estavabaseado em dois grandes pressupostos, o do pro-duto líquido e o da ordem natural e, numa ana-logia da circulação do sangue no corpo humano,

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com a circulação e distribuição de riqueza nasociedade. Os diversos grupos sociais eram,portanto, comparados aos órgãos do corpo e ocomportamento econômico com o comporta-mento biológico do organismo humano. O gran-de mestre da fisiocracia foi Quesnay, médicode Luis XV, que descreveu suas idéias no fa-moso Tableau economique. Talvez pela primeiravez a metáfora biológica estivesse sendo em-pregada, de forma estruturada, em um grandesistema, para explicar a realidade social, e ametáfora foi extremamente útil, porque em per-feita sintonia com o pressuposto da ordem na-tural, aliás tão a gosto da mentalidade cristãtradicional. Lembremo-nos de que no séculoanterior o Santo Ofício publicava: "O ponto devista de que o Sol está imóvel no centro do Uni-verso é insensato, filosoficamente falso e intei-ramente herético, pois contraria a Santa Escri-tura. O ponto de vista de que a Terra não estáno centro do Universo e tem mesmo uma rota-ção quotidiana é filosoficamente falso e, pelomenos, uma crença errônea". 11 Segundo o pres-suposto da ordem natural, existia uma ordemprovidencial, um plano divino com o qual oshomens deveriam se conformar se quisessematingir a uma maior felicidade possível. Essaordem natural incluía o respeito à autoridadee não podia ser impunemente contrariada. 12

Evidentemente, tal ordem natural implicavaa produção dos alimentos necessários à sobre- .vivência humana e no reconhecimento de queos lavradores constituíam o único grupo socialprodutivo, embora só o pudessem ser em funçãodos proprietários de terras, responsáveis pelamanutenção secular do fator estratégico daprodução.

Naturalmente, tudo isso está muito distante,tudo isso mudou, tudo se transformou. Porexemplo, no que se refere à mentalidade cristã,é difícil imaginar que há 300 anos atrás elafosse tão fechada. Nenhum cristão de bom sensoconcordaria atualmente com a visão geocên-trica do universo. . . A idéia parece tão bizarra,o equilíbrio de um tal sistema tão estável ...Não, realmente as coisas mudaram muito! Aliás,depois que as obras do padre jesuíta Teilhardde Chardin foram publicadas post-mortem, amentalidade cristã modificou-se bastante. Tei-lhard nasceu em 1881 e faleceu em 1954. Foimesmo uma obra do acaso o seu desencontrocom Bogdanov e von Bertalanffy. O encontropoderia perfeitamente ter ocorrido, pois então,como no século passado, esses biólogos trans-Revista de Administração de Empresas

formados em filósofos da ciência haviam de en-contrar muita coisa em comum com o expoentedo novo cristianismo. Evidentemente, para quesaibamos o que poderia ser encontrado em co-mum, é preciso que delineemos a filosofia doilustre jesuíta.

A visão geral do universo, de Teilhard deChardin percorria a criação até o seu estadofinal: o ponto ômega. Sua proposição foi a defazer "uma leitura morfológica" dos fenômenosda história natural e humana, descobrindo seusentido e conteúdo intimo e buscando seu lugarno dínamísmo evolutivo do cosmos. Chardindistingue três grandes épocas da história àsquais chama cosmogênese, .biogênese e antro-pogênese. A primeira é a época que parte dacriação e vai até o aparecimento da vida; a se-gunda encerra-se com o aparecimento do ho-mem; a última desembocando no ponto ômega.As duas primeiras, portanto, dizem respeito àhistória natural e biológica do mundo, englo-bando o aparecimento de todas as espécies, áto-mos, moléculas e células. A última correspondeà história do homem, de suas origens até seugrau máximo de aperfeiçoamento.

Para Teilhard, tal evolução dá-se em termosde convergência e ascendência. No que dizrespeito à cosmogênese, tal movimento é cha-mado litosfera. No que diz respeito à biogênese,biosfera e, 'finalmente, no que diz respeito àantropogênese noosfera. Porém, a noosfera ul-trapassa a antropogênese ou a expande, levan-do-a à cristogênese, isto é, à construção da uni-dade de todas as coisas em Cristo. Tal evolução,por certo, seria regida por leis às quais Teilhard 'chama de complexidade crescente e .conscíente,que se aplicam por excelência ao desenvolvi-mento da cosmogênese e da biogênese até o apa-recimento de seres vivos superiores que, devidoa seu alto grau de perfeição relativa requerema lei da cefalização. Já a antropogênese é intei-ramente regida pela lei da socialização. Em umalinguagem atual, essas quatro leis regem a gran-de morfogênese universal, morfogênese queTeilhard divide em etapas, ou seja, tal morro-gênese implica necessariamente a existênciade estágios sempre mais altos, ou seja, implicaequilíbrio dinâmico, uma espécie de homeos-tase.

A operação das leis evolutivas de Teilhard,porém, só é possível em função da existênciade energia. A idéia de Chardin é que tal ener-gia manifesta-se já no momento em que apa-rece a matéria, pois esta já é pelo menos uma

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manifestação de pré-consciência ou pré-vida e,consciência e vida constituem para Tellhard aessência da energia. A energia é, pois, o pontode partida da evolução, sem energia não há pro-cessamento, ou melhor, transformação do uni-verso.

No entanto, Teilhard, dotado de formação fi-sica sólida, entende que a entropia ocorre emqualquer processo de transformação. Para ele aentropia é o inverso da energia, é o custo daevolução, a expressão e a prova de sua irreversi-bilidade.13 Porém, a vida é, para ele, uma espé-cie superior de energia. A lei da complexidadeconsciente garante a continuidade da evoluçãoou transformação do universo. Em termos dateoria geral dos sistemas, a entropia negativasuperaria o processo entrópico. Em termos datectologia, o processo de seleção consciente seriaresponsável pela manutenção do sistema.

Da mesma forma que a posição do SantoOficio tão estática e conservadora parece deuma incrível pobreza diante da filosofia extre-mamente dinâmica de um cristão modernocomo foi Teilhard de Chardin, a concepção fisio-crátíca da sociedade e do sistema econômicotorna-se miserável diante da sofisticação deBogdanov e de sua teoria universal da organi-zação, ou tectologia, e desprezivel diante doaparato teórico de von Bertalanffy e de seusseguidores ocidentais. Todavia, é bastantecurioso encontrar pontos em comum entre ateoria sistêmica e a filosofia de Teilhard deChardin em nosso século. É igualmente bas-tante curioso encontrar pontos em comum entrea fisiocracia e a posição da Igreja, nos séculosXVII e XVIII. Porém, mais curioso do que tudoé encontrar pontos em comum entre a fisio-cracia e a moderna teoria das organizações.

Realmente, também para a moderna teoriadas organizações, estas são sistemas que depen-dem de energia para sobreviverem. Uma dasformas de energia que elas absorvem é o capital,outra é a matéria-prima, outra é o conjunto deequipamentos; e, especialmente os dois pri-meiros circulam numa organização entre osseus vários subsistemas, compostos estes de ho-mens que desempenham papéis interdependen-tes vertical, diagonal e horizontalniente e, poressa razão, o respeito à autoridade é imprescin-dível aos processos produtivos. Ah, mas os pro-cessos produtivos são tão variados atualmente!As combinaçàes de tipos de produto e tecnologiaincluem desde produção de automóveis através

da linha de montagem até a produção de idéias,através do raciocinio, passando pela produção,ou melhor, formação de profissionais de altonível, através do magistério e pela produção demóveis com base na criatividade, para não irmuito longe.

Decididamente, o desempenho de papéis in-terligados precisa ser direcionado, e o é: quan-do o produto é concreto e a tecnologia rígidacomo no caso da indústria automobilística, oprocesso produtivo vale-se principalmente dasatividades de distribuição do produto dos cha-mados subsistemas de apoio ou de procura ecolocação; quando o produto é uma idéia ouum conjunto de idéias, uma pol1tica por exem-plo, a tecnologia é extremamente flexível, oprocesso produtivo vale-se principalmente daobtenção do consenso, ou seja, dos mecanismosde socialização, de recompensas etc... isto é,dos chamados subsistemas de manutenção;quando o produto é abstrato como a formaçãode profissionais de alto nível e a tecnologia fle-xível, o processo produtivo vale-se basicamentedos chamados subsistemas institucionais, isto é,de pessoas cuja influência serve de suporte parao seu funcionamento e, finalmente, quando oproblema é a originalidade e a criatividade, eleutiliza-se da pesquisa e desenvolvimento do pro-duto, da pesquisa de mercado etc., isto é, 'doschamados subsistemas de adaptação. 14

Bem, mas todos esses mecanismos coexistemem qualquer organização independentementeda natureza do processo produtivo. O que obser-vamos é apenas um direcionamento, uma ên-rase em determinados mecanismos ou conjuntosde atividades, em subsistemas lideres, segundoa concepção sistêmica das organizações. Nessecaso, tal direcionamento deve ser extremamentedifícil de ser conseguido. É preciso um nívelde coordenação e de controle muito alto paraque os papéis sejam adequadamente desempe-nhados. É preciso que tais papéis sejam especi-ficados detalhadamente através de normas eêpreciso que as pessoas aceitem essas normas.Porém, como fazer com que as pessoas aceitem-nas? Aparentemente elas aeeítá-las-ão se nãohouver contradição com seus sistemas de valo-res; mas, e se houver? Nesse caso é preciso dou-triná-las, socializá-las através de programas deintegração e, mesmo talvez, através de recom-pensas e punições. Então, os mecanismos de con-trole, de influenciação devem ser realmentemuito fortes. Deve ser necessário todo um apa-

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rato voltado para tal fim, e, provavelmente, épreciso que haja uma estrutura de autoridadedotada de mecanismos de informação eficazes,de um subsistema administrativo.

Mas, qual seria o interesse das pessoas queagem nesse subsistema em controlar tanto asdemais? Na grande sociedade anônima norte-americana, os proprietários estão ausentes ...Na administração pública soviética não existepropriedade. .. Bem, é verdade que na grandesociedade anônima norte-americana as pessoasque estão nesse subsistema praticamente fixamseus próprios salários e só estão lá devido àanuência dos proprietários, cujos direitos sãogarantidos por lei e cujos interesses na produ-tividade na lucratividade de suas empresas éevidentemente muito alto. Igualmente, é ver-dade que as altas posições na administração pú-blica soviética são ocupadas por altas persona-lidades do partido ou por homens de sua abso-luta confiança ... Talvez seja por isso que al-guns intelectuais considerem a teoria das orga-nizações uma teoria de dominação, seja do podereconômico, seja do poder político, ou de suapossível aliança. Vamos verificar o que afirmamdois desses intelectuais, o casal Fleron, da Uni-versidade Estadual de New York, em Buffalo.15

Aparentemente tais autores acreditam que ateoria da administração é inevitavelmente uminstrumento de dominação, visto que ela inse-re-se no quadro daquilo que vem sendo ultima-mente chamado de conhecimento instrumental,isto é, daquele conhecimento que não tem outrovalor intrínseco além do controle. Todos os as-pectos da personalidade humana precisam sercompreendidos, para que na prática a produti-vidade não seja comprometida. Evidentemente,a história do homem tem sido a do controle danatureza, porém, a teoria das organizações pro-cura dar ao homem, sob sua aparência de "neu-tralidade" e de "caráter. científico" condiçõespara ir bem mais longe e passar do controle domundo natural ao controle do mundo social.

Talvez daí a tendência a adotar a metáforafísica e biológica, pois uma vez que o homem jáfoi razoavelmente bem sucedido no controle domundo natural; por que não adaptar os mesmosmecanismos para o controle do mundo social?Naturalmente, porém, o controle é a tentativabem sucedida de direcionar o comportamentodas pessoas, mas a capacidade potencial de mu-dar o comportamento das pessoas é o própriopoder. Isto quer dizer que, em última análise, sóexercem controle efetivo os grupos sociais queRevista de Administração de Empresas

detêm o poder. Mas é muito conveniente que oo exercício desse poder não seja personalizadoou identificado como monopólio de uma oligar-quia político-econômica. Muito ao contrário, éextremamente conveniente para essa oligarquiaque entre os controladores e os controlados esta-beleça-se uma cortina de fumaça, o "subsistemaadministrativo ou gerencial" que a serve e quese beneficia dessa servidão.

A abordagem sístêmíca, portanto, representa-ria o refinamento máximo da teoria das orga-nizações em seu aspecto coercivo, na manuten-ção da divisão de trabalho mais adequada aosinteresses da oligarquia político-econômica.Aliás, por si só, a abordagem sistêmica consti-tuiria o refinamento máximo do exercício sutilda dominação, não apenas no nível organizacio-nal, mas no nível da divisão internacional dotrabalho. A concepção do mundo como um siste-ma fechado que está esgotando os seus recursosenergéticos e que não é capaz de codificar insu-mos energéticos de natureza diversa daquelesque vêm processando é, por exemplo, extrema-mente interessante para os países desenvolvi-dos e, especialmente, para os Estados Unidos; omais desenvolvido de todos. Evidentemente, seos recursos estão escasseando é preciso econo-mizá-los, é preciso parar de crescer. li: especial-mente preciso que todos os países do mundoparem de crescer. li: preciso que os países emdesenvolvimento renunciem aos benefícios queas sociedades desenvolvidas há muito vêm des-frutando, da mesma forma que a China e aFrança foram pressionadas para que não au-mentassem o "poder destrutivo" da humani-dade, para que renunciassem às suas explosõesatômicas na superficie. Não importa, para oefeito de nossas considerações que tais explo-sões sejam ou não realmente nocivas; importa,porém, que se esses dois países se submetessemàs pressões soviéticas e americanas, EstadosUnidos e União Soviética deteriam o monopóliodos meios de intimidação que pairaram sobre oVietnan e talvez ainda pairem sobre o OrienteMédio e que, ironia da história, pairam sobreas próprias sociedades americana e soviética,funcionando ali também como instrumentos decontrole social. O

1 Ver Gouldner, Alvin W. The ccrming crisis otWestern sociology. Basie Books, Inc. Publishers, NewYork, 1970,p. 459-61.

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li Ver von Bertalanffy, Ludwig. Teoria geral dos sis-temas. Petrópolis, Editora Vozes Ltda., 1973, p. 21.

3 Ver von Bertalanffy, Dudwig. The hist011l andstatus ot general system's theory. Academy of Manag-ement Journal, v. 15, n.o 4, Dec. 1972.

4 Ver Laszlo, Ervin. The s'llstem's view 01 the world.New York, Braziller, 1972.

li Young. A survey of general systems theory, generalsystems. Yearbook of the society for general systemsresearch. New York, 1964, v. 9, p. 64.

N. do A. l!: preciso levar em consideração o fato deque muitos dos autores que empregaram poucos dosconceitos em questão, utilizaram amplamente o mo-delo do sistema aberto, embora tenham sido mais ori-ginais, como é o caso de Kenneth Boulding The orga-nizational revolution e David Easton A systems ana-lysis 01 pOZitical uie.

6 Ver Katz, Daniel & Kahn, Robert L. Psicologiasocial das organizações.São Paulo, Editora Atlas S.A.,1970.

7 Ver Lawrence, Paul R. & Lorsch, Jay W. Organi-zation and environment. Homewood, nnnoís, RichardD. Irwin, Inc., 1969.

8 Ver Thompson, James D. Organizations in a action.New York, McGraw-Hill Book Company, 1972.

9 Jampol'skaja, Céclle. Quelques aspects de méthodede la science administrative. L'Administration PUbli-que, Pravove denie, Leningrado, n. 3, 1966. Recuellde textes preparé par les instituts belge e français desciences administratives, Armand Co11n, Paris, 1972.

10 Para maiores esclarecimentos sobre a teoria dasorganizações na União Soviética, ler o artigo The newscience ot administratton in the URSS, de Robert F.Miller, no qual nos baseamos. Este artigo foi publi-cado em Administrative Science Quarterly, Sep. 1971.

11 Mousnier, Roland. Os séculos XVI e XVII. in:Crouzet, Maurice. História geral das civilizações. SãoPaulo, Difusão Européia do Livro, 1967, t. 4, v. 1, p, 226.

12 Ver RoU, Eric. História das doutrinas econômicas.Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1962.

13 Ver Chardin, Teilhard de. Le phénomene humain,L'avenir de L'homme e L"activation de L'energie. Pa-ris, Editions du Seuil, 1955, 1959, 1963; e Detrez, Con-rado. A história e o universo segundo Teilhard deChardin. Rio de Janeiro, Paz e Terra, n. 2, 1966.

14 Ver Thompson & Bates. Technology, organizationand administration. Ithaca, Business and PublicAdministration School, CorneU University, 1969. mí-meog.

15 Fleron sr., Frederic and Fleron, Lon Jean. Admi-nistrative theory as repressive political theory: thecommunist experience. New York, ASPA, 1972, Mar.,mímeogr,

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