09-11 manual itur1 edicao

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MANUAL ITUR(Infra-estruturas de Telecomunicaes em Loteamentos, Urbanizaes e Conjunto de Edifcios)

1. edio

Novembro de 2009

NDICE GERAL1 GENERALIDADES............................................................................................................. 4 1.1 OBJECTIVO ............................................................................................................... 4 1.2 LINHAS GERAIS ........................................................................................................ 4 1.3 MBITO DE APLICAO ........................................................................................... 5 1.4 DEFINIES .............................................................................................................. 5 1.5 SIGLAS E ACRNIMOS............................................................................................. 9 1.6 FRONTEIRAS ITUR ................................................................................................. 131.6.1 1.6.2 1.6.3 FRONTEIRAS DE TUBAGEM .............................................................................................. 13 FRONTEIRAS DE CABLAGEM............................................................................................ 14 ESQUEMAS DOS PONTOS DE DISTRIBUIO................................................................ 15

1.7 2

ATU REQUISITOS FUNCIONAIS .......................................................................... 15

CARACTERSTICAS GERAIS DOS MATERIAIS ............................................................ 17 2.1 REDE DE TUBAGEM ............................................................................................... 172.1.1 2.1.2 2.1.3 2.1.4 2.1.5 2.1.6 TUBOS E ACESSRIOS ..................................................................................................... 18 CMARAS DE VISITA (CV) ................................................................................................. 27 ARMRIOS E PEDESTAIS .................................................................................................. 35 BASTIDORES ....................................................................................................................... 38 GALERIAS TCNICAS ......................................................................................................... 38 SALAS TCNICAS ............................................................................................................... 39

2.22.2.1 2.2.2 2.2.3

REDES DE CABOS (CABLAGEM) ........................................................................... 40CABOS DE PARES DE COBRE .......................................................................................... 40 CABOS COAXIAIS ............................................................................................................... 42 CABOS DE FIBRAS PTICAS MONOMODO ..................................................................... 44

3

PROJECTO ...................................................................................................................... 46 3.1 CONSIDERAES GERAIS .................................................................................... 46 3.2 CONDICIONANTES ................................................................................................. 473.2.1 3.2.2 3.2.3 EXEQUIBILIDADE ................................................................................................................ 47 AMBIENTE............................................................................................................................ 48 CUSTOS ............................................................................................................................... 48

3.3 3.4 3.5 3.63.6.1 3.6.2 3.6.3 3.6.4 3.6.5

DADOS E REQUISITOS FUNCIONAIS .................................................................... 48 METODOLOGIA ....................................................................................................... 48 INSTRUES PARA A ELABORAO DE PROJECTOS ....................................... 48 REGRAS TCNICAS ................................................................................................ 50REDE DE TUBAGEM - TOPOLOGIA .................................................................................. 50 LOCALIZAO DAS INFRA-ESTRUTURAS DE SUBSOLO .............................................. 51 ATU - ITUR PRIVADA ......................................................................................................... 53 REDE DE TUBAGEM ........................................................................................................... 53 REDES DE CABOS .............................................................................................................. 59

3.73.7.1 3.7.2

DOCUMENTAO GERAL DO PROJECTO ............................................................ 62ITUR PBLICA ..................................................................................................................... 62 ITUR PRIVADA ..................................................................................................................... 64

3.83.8.1

ASPECTOS ADMINISTRATIVOS ............................................................................. 64PROCEDIMENTO DE ALTERAO DE PROJECTO ......................................................... 64

4

INSTALAO .................................................................................................................. 66 4.1 ASPECTOS GENRICOS ........................................................................................ 664.1.1 4.1.2 4.1.3 4.1.4 CONDIES DE ESTABELECIMENTO .............................................................................. 66 INACESSIBILIDADE DOS ELEMENTOS ............................................................................ 67 RESPEITO DE OUTROS DIREITOS ................................................................................... 67 ACORDOS COM OUTRAS ENTIDADES ............................................................................ 67

4.24.2.1 4.2.2

REDE DE TUBAGEM ............................................................................................... 67ESQUEMAS DE AGRUPAMENTO DE TUBAGEM ............................................................. 73 CMARAS DE VISITA .......................................................................................................... 74pg. 2

4.2.3 4.2.4 4.2.5

NUMERAO DE CMARAS DE VISITA (ROTULAO) ................................................. 75 INSTALAO DE PEDESTAIS, ARMRIOS, NICHOS OU OUTROS ELEMENTOS DA ITUR 76 CABLAGEM A INSTALAR NAS ITUR PRIVADAS............................................................... 77

5

PROTECO DE PESSOAS E BENS............................................................................. 78 5.1 TERRAS DE PROTECO ...................................................................................... 78 5.2 PROTECO DAS INSTALAES ......................................................................... 80 ENSAIOS ......................................................................................................................... 81 6.1 REDE DE TUBAGEM ............................................................................................... 81 6.2 MEDIDAS MTRICAS .............................................................................................. 82 6.3 ENSAIOS DE REDES DE PARES DE COBRE (ITUR PRIVADA)............................. 82 6.4 ENSAIOS EM REDES DE CABOS COAXIAIS (ITUR PRIVADA) ............................. 836.4.1 6.4.2 REDE DE CATV ................................................................................................................... 83 REDE DE MATV/SMATV ..................................................................................................... 84

6

6.56.5.1 6.5.2

ENSAIOS EM CABOS DE FIBRAS PTICAS .......................................................... 84ENSAIOS DE PERDAS TOTAIS .......................................................................................... 84 ENSAIOS DE REFLECTOMETRIA (OTDR) ........................................................................ 86

6.6 6.7 7 8 9

EQUIPAMENTOS DE MEDIDA E ENSAIO ............................................................... 87 RELATRIO DE ENSAIOS DE FUNCIONALIDADE - REF ...................................... 89

LIGAES DAS REDES DE TUBAGEM ........................................................................ 90 EXEMPLOS DE TOPOLOGIAS DAS REDES DE TUBAGEM ......................................... 91 REGRAS DE SEGURANA PARA INSTALADORES ..................................................... 94 9.1 IDENTIFICAO DAS PRINCIPAIS OPERAES, FERRAMENTAS E MQUINAS94 9.2 AVALIAO DE RISCOS E MEDIDAS DE PREVENO/PROTECO ASSOCIADAS ...................................................................................................................... 95 9.3 HIGIENE, SEGURANA E SADE DOS TRABALHADORES ............................... 1029.3.1 PROCEDIMENTO EM CASO DE ACIDENTE DE TRABALHO OU DOENA PROFISSIONAL ............................................................................................................................... 102 9.3.2 MEDIDAS DE PROTECO.............................................................................................. 104

10 CLASSIFICAO AMBIENTAL O CONCEITO MICE ................................................ 105 10.1 MECNICAS (M) .................................................................................................... 106 10.2 INGRESSO OU PENETRAO (I) ......................................................................... 106 10.3 CLIMTICAS E QUMICAS (C)............................................................................... 107 10.4 ELECTROMAGNTICAS (E) .................................................................................. 108 10.5 CLASSES AMBIENTAIS ......................................................................................... 108

pg. 3

11.1

GENERALIDADESOBJECTIVO

O regime jurdico aplicvel s Infra-estruturas de Telecomunicaes em Loteamentos, Urbanizaes e Conjunto de edifcios (ITUR), consagra a obrigatoriedade de construo das ITUR em duas realidades distintas: (i) As ITUR pblicas, situadas em reas pblicas, as quais so obrigatoriamente constitudas por tubagem; (ii) As ITUR privadas, situadas em conjuntos de edifcios, as quais so constitudas por tubagem e cablagem. O desenvolvimento das actividades econmicas e sociais, os enormes progressos tecnolgicos verificados e as novas exigncias decorrentes do ambiente concorrencial estabelecido em Portugal, impuseram a necessidade de formular regras tcnicas para o projecto, instalao e gesto das ITUR. Pretende-se, com este Manual, estabelecer as condies de acesso s novas Tecnologias de Informao e Comunicao (TIC), providenciando as mesmas condies a todos os operadores pblicos de telecomunicaes electrnicas. O presente Manual define as condies de elaborao de projectos e construo da rede de tubagem e redes de cabos em urbanizaes, garantindo a segurana de pessoas e bens e a defesa do interesse pblico. Na execuo das ITUR deve ser seguido o projecto e a legislao em vigor. As regras tcnicas de projecto e instalao das ITUR devem ser entendidas como objectivos mnimos a cumprir, podendo os intervenientes prever outras solues, desde que devidamente justificadas, tendo sempre em vista solues tecnicamente mais evoludas.

1.2

LINHAS GERAIS

A implementao das ITUR deve ser feita de acordo com um projecto elaborado por projectista credenciado, tendo em conta a legislao aplicvel. Nos espaos e tubagem interdita a instalao de equipamentos, tubagem, cablagens ou dispositivos, que no se destinem a assegurar os servios previstos no mbito das ITUR. Todos os elementos constituintes da rede ITUR, que pela sua natureza possam ser condutores de fenmenos elctricos ou de radiofrequncia, devem ter assegurada a ligao de todas as partes metlicas acessveis a uma terra de proteco, garantindo-se uma blindagem eficaz, de modo a evitar a radiao electromagntica ou a introduo, por captao, de rudo na rede. Todos os trabalhos de execuo, ampliao ou alterao das ITUR, s podero ser feitos por instaladores habilitados, devendo, em qualquer circunstncia, ser salvaguardado o sigilo das comunicaes. Sempre que necessrio, os instaladores, o dono de obra e o director tcnico, podero pedir a presena do projectista, de forma a prestar todos os esclarecimentos solicitados. Para que os trabalhos se desenvolvam de uma forma correcta e eficaz, devem ser realizados com recurso ao uso de ferramentas especficas, de acordo com as especificaes e instrues dos fabricantes.

pg. 4

1.3

MBITO DE APLICAO

O presente regulamento aplica-se s Infra-estruturas de telecomunicaes com suporte nas tecnologias de cabo de pares de cobre, cabo coaxial e fibra ptica. Em zonas histricas ou outras de proteco patrimonial especial, de acordo com as disposies municipais, podero ser adoptadas solues no constantes deste Manual, as quais podero ser consideradas vlidas, desde que devidamente justificadas pelo projectista, atravs de declarao de acordo com a lei, assumindo este a inteira responsabilidade pelas solues preconizadas.

1.4

DEFINIES

KEVLAR: Fibra sinttica de aramida muito resistente e leve. Trata-se de um polmero resistente ao calor e sete vezes mais resistente que o ao, por unidade de peso. Corresponde a uma marca registada da DuPont. ACIDENTE DE TRABALHO: Acontecimento que ocorre no local e no tempo de trabalho, no intencionalmente provocado, de carcter anormal e inesperado, produzindo directa ou indirectamente leses corporais, perturbaes funcionais, ou doena que resulte na reduo da capacidade de trabalho ou mesmo na morte. AMBIENTE: Conjunto das caractersticas especficas do meio envolvente. NCORA: Elemento metlico colocado no fundo e nas paredes das cmaras de visita para permitir que se puxem os cabos por processos mecnicos. NGULO DE CURVATURA DE UM TUBO: ngulo suplementar do ngulo de Dobragem. NGULO DE DOBRAGEM DE UM TUBO: ngulo entre o eixo do tubo antes da dobragem e o eixo do tubo depois da dobragem, medido no sentido da fora que a origina. NGULO DE RETORNO: ngulo que deve ser deduzido ao ngulo de curvatura, devido ao movimento de regresso do eixo no sentido da sua posio inicial, por efeito de mola. ARGOLA: O mesmo que ncora. ARMRIO EXTERIOR: Conjunto de caixa, ou bastidor, estanque, fixada em pedestal e dos dispositivos e equipamentos alojados no seu interior. ARMRIO TELECOMUNICAES DE URBANIZAO (ATU): Espao que aloja os dispositivos de repartio (Repartidores Gerais de Urbanizao), onde se estabelece a interligao entre a cablagem da ITUR privada e as Redes Pblicas de Telecomunicaes. ARMRIO: Conjunto de uma caixa, com porta e fecho por fechadura ou trinco, ou de um bastidor, e dos respectivos equipamentos e dispositivos alojados no seu interior. ARO: Elemento metlico que circunda a entrada da cmara de visita, destinado a suportar a tampa da mesma. BARRA DE SUPORTE: Elemento metlico colocado nas paredes das cmaras de visita para apoio dos suportes. BASTIDOR: Caixa metlica ou com estrutura metlica, geralmente com porta e fecho por fechadura ou trinco inviolvel, com caractersticas modulares normalizadas, que aloja dispositivos passivos ou equipamentos activos de dimenses apropriadas. BLOCO DE TUBAGEM: Bloco com formao de tubagem incluindo a envolvente em cimento ou areia.

pg. 5

CAIXA: Elemento integrante da rede de tubagem, onde se alojam os dispositivos de repartio e transio ou se efectua a distribuio, passagem ou a terminao de cabos. CAIXA DE ENTRADA: Caixa de acesso restrito para ligao da tubagem de entrada de cabos nas ITED. CAIXA DE ENTRADA DE MORADIA UNIFAMILIAR (CEMU): Caixa de acesso restrito, com porta e fecho com chave, ou mecanismo de trinco inviolvel, para ligao das tubagens de entrada de cabos em Moradias Unifamiliares, onde esto inseridos os dispositivos de repartio ou transio convenientes. CALEIRA: Espao para alojamento de cabos, localizado no pavimento ou no solo, ventilado ou fechado, com dimenses que no permitem a circulao de pessoas mas no qual os cabos instalados so acessveis em todo o seu percurso, durante e aps a instalao. CALHA: Conduta para utilizao em instalaes vista, podendo ser compartimentada, dispondo de tampa amovvel e em que o processo de insero de cabos no inclui o enfiamento. Nas Calhas compartimentadas, cada compartimento equivalente a uma sub-conduta. CMARA DE VISITA (CV): Compartimento ou caixa de acesso aos troos de tubagem subterrneos, geralmente no exterior dos edifcios, atravs do qual possvel instalar, retirar e ligar cabos e proceder a trabalhos de manuteno. CMARA DE VISITA MULTI-OPERADOR (CVM): Compartimento ou caixa de acesso aos troos de tubagem subterrneos, geralmente no exterior dos edifcios, para seu uso exclusivo, atravs do qual possvel instalar, retirar e ligar cabos e proceder a trabalhos de manuteno. CAMINHOS DE CABOS: Elementos abertos para suporte, apoio e/ou proteco de cabos, num sistema de encaminhamento de cabos. COEFICIENTE DE FRICO: Relao entre o peso de um objecto que desliza sobre outro e a fora que os mantm em contacto numa situao de repouso (atrito). CONDUTA: Elemento de uma Rede de Tubagem constitudo por um invlucro alongado e contnuo, delimitador de um espao destinado ao encaminhamento de cabos. Uma Conduta pode albergar vrias condutas; nestas circunstncias, estas ltimas designam-se por subcondutas. COORDENADOR DE PROJECTO: Pessoa que coordena todos os intervenientes no processo de licenciamento de uma obra, nomeadamente o ou os projetistas, auxilia na execuo e supervisiona o trabalho de cada um individualmente. COORDENADOR EM MATRIA DE SEGURANA E SADE: Pessoa, singular ou colectiva, nomeada pelo Dono da Obra, para executar as tarefas de coordenao relativas Segurana e Sade. CORETE: Zona oca da construo, vertical ou horizontal, dedicada passagem dos troos principais das redes colectivas de tubagem. CUSTO: Medida monetria do consumo de recursos necessrios execuo de uma infraestrutura. DEGRAU: Elemento metlico colocado nas paredes laterais das cmaras de visita para facilitar o acesso s mesmas. DIRECTOR DA OBRA: Tcnico que assegura a direco efectiva da Obra, incluindo o estaleiro. DISPOSITIVO DE REPARTIO: Dispositivo passivo para interligao entre cabos de diferentes redes (mais de uma rede) e os cabos de uma rede determinada.

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DISPOSITIVO DE TERMINAO DE REDE: Dispositivo para ligao de um cabo a um equipamento terminal de utilizador. DISPOSITIVO DE TRANSIO: Dispositivo passivo para a interligao entre cabos de redes distintas. DOCUMENTAO GERAL DO PROJECTO: Conjunto formal, explcito e completo de documentos necessrios execuo de um projecto. DONO DA OBRA: Pessoa, singular ou colectiva, por conta da qual a obra realizada. ELCTRODO DE TERRA: Corpo condutor, ou conjunto de corpos condutores, em contacto ntimo com o solo, garantindo uma ligao elctrica com este. ELEMENTO DE SINALIZAO: Elemento que acompanha um traado de tubagem para sinalizar a existncia de infra-estruturas de telecomunicaes no subsolo. ENGELHAMENTO: Deformao resultante da alterao do material na parte inferior do tubo, na zona de dobragem. EQUIPAMENTO DE PROTECO INDIVIDUAL (EPI): Conjunto dos meios e equipamentos destinados ao uso pessoal e individual dos trabalhadores, para proteco contra possveis riscos que possam colocar em causa a sua segurana ou sade, no cumprimento de uma determinada tarefa. ESPAADEIRA: Elemento para posicionamento dos tubos a colocar na mesma seco do traado de tubagem. ESPAO DE TELECOMUNICAES DE URBANIZAO (ETU) Espao com acesso restrito para a instalao de equipamentos e estabelecimento de ligaes, onde normalmente instalado o ATU (Armrio de Telecomunicaes de Urbanizao). ESPAO DE TELECOMUNICAES: Sala, compartimento, armrio ou caixa de acesso restrito para instalao de equipamentos e estabelecimento de interligaes com a Rede Exterior. EXCENTRICIDADE: Deformao num tubo aps dobragem, expressa na medida do desvio dos eixos da seco exterior e interior do tubo. EXEQUIBILIDADE: Atributo de um projecto pelo facto de ser passvel de realizao com os meios (materiais e humanos) disponveis e de acordo com as regras estabelecidas. FISCAL DE OBRA: Pessoa singular ou colectiva, por conta do dono de obra, encarregada do controlo de execuo da obra. FORMAO DE TUBAGEM: Conjunto de tubos solidarizados entre si, entre caixas de visita. GALERIA: Compartimento ou corredor, contendo Caminhos de Cabos ou outros espaos fechados apropriados para passagem de cabos e suas ligaes, cujas dimenses permitem a livre circulao de pessoas. INCIDENTE: Acontecimento perigoso que ocorre, em circunstncias semelhantes ao acidente de trabalho, como resultado de uma aco ou inaco, mas que no origina quaisquer danos fsicos ou morte. INCLINAO: Relao, medida em percentagem, entre os pontos de maior e menor cota no eixo do tubo, na vertical, ou entre as projeces dos mesmos pontos, em valor absoluto, na horizontal. INSTALAO EMBEBIDA: Elementos de uma Rede de Tubagem completamente inserida na construo e cujo o acesso no possvel sem recurso destruio de material da construo.

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INSTALAO EMBUTIDA: Elementos de uma Rede de Tubagem inserida na construo mas acessvel, geralmente, atravs de uma abertura com tampa. INSTALAO ENTERRADA: Tipo de instalao embebida ao nvel do subsolo. INSTALAO TEMPORRIA: Instalao preparada para a ligao s redes pblicas, por um perodo limitado, por no se justificar ou no ser possvel a instalao da respectiva ITED ou ITUR. ISOLAMENTO GALVNICO: Tipo de isolamento utilizado para evitar os efeitos prejudiciais de rudo elctrico, bem como de diferenas de potencial que surgem entre pontos distantes da mesma instalao, devido ao consumo dos equipamentos, que se encontram ligados energia elctrica. MEDIDAS DE PROTECO COLECTIVA: Medidas para proteco de um conjunto de trabalhadores, com o intuito de reduzir os riscos a que esto sujeitos, as quais devem ser desencadeadas antes de se iniciar uma qualquer operao. NICHO: Compartimento, diviso de estante ou armrio, para armazenamento de equipamentos. PEDESTAL: Suporte para fixao de armrios exteriores, com interligao a uma cmara ou caixa por intermdio de tubos. POLEIA: Elemento metlico ou em fibra de vidro, podendo ser de encaixe nas barras de suporte ou de encastrar, e que serve para posicionamento e suporte dos cabos e juntas, no interior das cmaras de visita. RAIO DE CURVATURA: Raio do arco da circunferncia que se sobrepe ao arco do eixo do tubo, correspondente a um ngulo com lados perpendiculares s partes rectas do tubo adjacentes curva. REDE DE TUBAGEM DE ACESSO: Tubos de entrada no ATU ou na cmara de entrada de cabos (opcional) e tubos de ligao entre esta e o ATU. REDE DE TUBAGEM PRINCIPAL: Parte da rede de tubagem de uma urbanizao que garante o encaminhamento para aceder aos lotes e edifcios dessa urbanizao e a continuidade para servir outras reas de expanso. REDE DE TUBAGEM DE DISTRIBUIO: Parte da rede de tubagem de uma Urbanizao que assegura a ligao entre a rede de condutas principal e o acesso a cada lote ou edifcio. REDE DE TUBAGEM: Sistema de condutas, caminhos de cabos, caixas e armrios destinado passagem, alojamento e terminao dos cabos, facilitando o seu enfiamento ou aposio e interligao. REGRAS TCNICAS: Conjunto de princpios reguladores de um processo destinado obteno de resultados considerados teis para uma deciso ou aco de carcter tcnico. REQUISITOS FUNCIONAIS: Aspectos particulares a que uma infra-estrutura deve obedecer de modo a possibilitar a realizao da funo ou funes desejadas. RISCO: Probabilidade da ocorrncia de um determinado acontecimento, que pode surgir em funo das condies de ambiente fsico e do processo de trabalho, apto a provocar leses integridade fsica do trabalhador. SALA TCNICA PRINCIPAL DA URBANIZAO: Sala tcnica que contm o ATU. SALA TCNICA: Espao de Telecomunicaes em compartimento fechado, com porta e fecho por chave, apropriado para alojamento de equipamento e estabelecimento de interligaes e cujas dimenses permitem a permanncia de pessoas.

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SISTEMA DE GEORREFERENCIAO DE REDE DE TUBAGEM: Conjunto de informaes georreferenciadas por recurso a tcnicas computacionais para elaborao de cadastros de Rede de tubagem. SISTEMA DE INFORMAO GEOGRFICA - SIG: Conjunto de ferramentas e procedimentos computacionais para localizao espacial e georreferenciao. SUPORTE: Poleia (ver). TAMPA: Elemento metlico revestido, ou no, com outro material e que se destina a vedar ou permitir o acesso s cmaras de visita. TAMPO: Acessrio destinado a manter a estanquicidade dos tubos. TOPOLOGIA: Critrio de organizao espacial. TROO DE TUBAGEM: Tubos entre duas cmaras de visita consecutivas ou entre uma cmara de visita e um edifcio ou um armrio exterior. TUBO COM PAREDES INTERIORES LISAS: Tubo cuja seco tem o perfil interior uniforme. TUBO CORRUGADO: Tubo cujo perfil da seco na longitudinal no uniforme. TUBO MALEVEL: Tubo que, podendo ser dobrado manualmente com uma fora razovel, no adequado para dobragens frequentes. TUBO RGIDO: Tubo que no pode ser dobrado ou que, para ser dobrado, carece de dispositivo mecnico apropriado. TUBO: Conduta de seco circular destinada a instalaes embutidas, vista ou enterradas, cujo processo de insero dos cabos por enfiamento. UNIO: Acessrio destinado a promover a ligao entre duas condutas consecutivas.

1.5

SIGLAS E ACRNIMOS

ACR: Attenuation to Crosstalk Ratio. Relao entre atenuao e diafonia. AM: Amplitude Modulation. Modulao em amplitude. ATE: Armrio de Telecomunicaes de Edifcio. ATI: Armrio de Telecomunicaes Individual. ATU: Armrio de Telecomunicaes de Urbanizao. BER: Bit Error Rate. BGT: Barramento Geral de Terras das ITED. BPA: Bloco Privativo de Assinante. C/N: Carrier to Noise Ratio. Relao portadora rudo. CA: Corrente Alterna CATV: Community Antenna Television. CC: Cabo coaxial. CCIR: Comit Consultivo Internacional de Radiodifuso. CCTV: Closed Circuit Television. Circuito fechado de televiso. CEM: Compatibilidade Electromagntica.pg. 9

CEMU: Caixa de Entrada de Moradia Unifamiliar. CM: Coluna Montante. CM-CC: Coluna Montante de Cabos Coaxiais. CM-PC: Coluna Montante de Pares de Cobre. COFDM: Coded Orthogonal Frequency Division Multiplexing. CR: Cabea de Rede. CV: Cmara de Visita. CVM: Cmara de Visita Multi-operador. DAB: Digital Audio Broadcasting. DC: Corrente Contnua. DDC: Dispositivo de Derivao de Cliente. DDE: Dispositivo de Distribuio de Corte e Ensaio. DDS: Dispositivo de Distribuio Simples. DSL: Digital Subscriber Line. DST: Descarregador de Sobretenso para cabos coaxiais. DTH: Direct To Home. Recepo Satlite Domstica. DTMF: Dual-Tone Multi-Frequency. Marcao multifrequncia. DVB-T: Digital Video Broadcasting Terrestrial DVSS: Domtica, Videoportaria e Sistemas de Segurana. Deriva de CCCB (Commands, Controls and Communications in Buildings). ELFEXT: Equal Level Far End Crosstalk Loss. EMC: Electromagnetic Compatibility. Compatibilidade Electromagntica. EN: European Norm. Norma Europeia. EPI: Equipamento de Proteco Individual. ES: Entrada Subterrnea. ETI: Espao de Telecomunicaes Inferior. ETP: Espao de Telecomunicaes Privado. ETS: Espao de Telecomunicaes Superior. FI: Frequncia Intermdia. FM: Frequency Modulation. Modulao em frequncia. FO: Fibra ptica. FTA: Free To Air. FTP: Foiled Twisted Pair. FTTH: Fiber To the Home. FWA: Fixed Wireless Access. ICP-ANACOM ICP - Autoridade Nacional de Comunicaes.pg. 10

IS-LAN: Integrated Services Local Area Network. ITED: Infra-estruturas de Telecomunicaes em Edifcios. ITUR: Infra-estruturas de Telecomunicaes em Urbanizaes. LAN: Local Area Network LC: Local Connector. Conector local. MATV: Master Antenna Television. MICE: Mechanical, Ingress, Climatic and chemical, Environmental.Condies ambientais. MPEG: Moving Picture Experts Group. NEXT: Near-End crosstalk loss. NICAM: Near Instantaneous Companded Audio Multiplex. OM: Multimode. Fibra ptica multimodo. ONT: Optical Network Termination. Terminao ptica de rede. OS: Single mode. Fibra ptica monomodo. OTDR: Optical Time Domain Reflectometer. PAL: Phase Alternating Line. PAT: Passagem Area de Topo. PC: Par de Cobre. PE: Material em polietileno, normalmente de cor preta, para utilizao em instalaes exteriores. PEAD: Polietileno de alta densidade. PPCA: Posto Privado de Comutao Automtica. PSACR: Power Sum Attenuation to Crosstalk Ratio. PSELFEXT: Power Sum Equal Level Far End Crosstalk Loss. PSK: Phase Shift Keying. PSNEXT: Power Sum Near End Crosstalk Loss. PVC: Policloreto de vinilo. QAM: Quadrature Amplitude Modulation. QE: Quadro Elctrico. QPSK: Quadrature Phase Shift Keying. QSC: Quadro de Servios Comuns. RC: Repartidor de Cliente. RC-CC: Repartidor de Cliente de Cabo Coaxial. RC-FO: Repartidor de Cliente de Fibra ptica. RC-PC: Repartidor de Cliente de Par de Cobre. RDC: Redes de Distribuio por Cabo. RDIS: Rede Digital de Integrao de Servios. REF: Relatrio de Ensaios de Funcionalidade.pg. 11

RF: Radio Frequncia. RFI: Radio Frequency Interference. RG: Repartidor Geral. RG-CC: Repartidor Geral de Cabo Coaxial. RGE: Repartidor Geral do Edifcio. RG-FO: Repartidor Geral de Fibra ptica. RG-PC: Repartidor Geral de Par de Cobre. RG-SCIE: Regulamento Geral de Segurana Contra Incndio em Edifcios. RITA: Regulamento de Infra-estruturas Telefnicas de Assinante RNG: Redes de Nova Gerao. RSICEE: Regulamento de Segurana das Instalaes Colectivas de Edifcios e Entradas RSIUEE: Regulamento de Segurana de Instalaes de Utilizao de Energia Elctrica RT: Relatrio Tcnico. RTIEBT: Regras Tcnicas das Instalaes Elctricas de Baixa Tenso. RU-CC: Repartidor de Urbanizao de Cabo Coaxial RU-FO: Repartidor de Urbanizao de Fibra ptica RU-PC: Repartidor de Urbanizao de Par de Cobre SC/APC: Subscriber Connector / Angled Physical Contact. SCIE: Segurana Contra Incndio em Edifcios. SFT: Servio Fixo de Telefone SFTP: Screened Foiled Twisted Pair. SIC: Sistema de Informao Centralizado. SIG: Sistema de Informao Geogrfica. SMATV: Satellite Master Antenna Television. SSTP: Shielded Twisted Pair. STP: Screened Shielded Twisted Pair. TAP: Terminal Access Point TC: Tap de Cliente TCD: Tecnologias de Comunicao por Difuso. Deriva de BCT (Broadcast and Communication Technologies). TCD-C: Tecnologias de Comunicao por Difuso, em cabo coaxial. Deriva de BCT-C (coaxial). TCD-PC: Tecnologias de Comunicao por Difuso, em cabo de par de cobre. Deriva de BCT-B (balanced). TDT: Televiso Digital Terrestre. TIC: Tecnologias de Informao e Comunicao. Deriva de ICT (Information and Communication Technologies). TP-PMD: Twisted Pair Physical Layer Medium Dependent.pg. 12

TPT: Terminal Principal de Terra. TR: Technical Reports. Relatrio tcnico. TT: Tomada de Telecomunicaes. TV: Televiso. UHF: Ultra High Frequency. UTP: Unshielded Twisted Pair. VHF: Very High Frequency.

1.6

FRONTEIRAS ITUR

A ligao das ITUR s redes pblicas de comunicaes s pode ser efectuada aps a emisso do termo de responsabilidade de execuo da instalao, nos termos do n. 4, do artigo 43., do Decreto-Lei n. 123/2009, de 21 de Maio (com a redaco dada pelo Decreto-Lei n. 258/2009, de 25 de Setembro).

1.6.1

FRONTEIRAS DE TUBAGEM

1.6.1.1 REDE PBLICA - ITUR PBLICA A tubagem principal da ITUR pblica ser interligada com a rede pblica, num ou mais pontos fronteira. 1.6.1.2 REDE PBLICA - ITUR PRIVADA A tubagem principal da ITUR privada ser interligada com a rede pblica num ou mais pontos fronteira, nomeadamente no ATU. 1.6.1.3 ITUR PBLICA - ITUR PRIVADA A tubagem principal da ITUR privada ser interligada com a ITUR pblica num ou mais pontos fronteira, nomeadamente no ATU. 1.6.1.4 ITUR - ITED A rede de tubagem das ITUR termina na Cmara de Visita Multi-operador (CVM) do edifcio, de construo obrigatria. Na tabela seguinte esto definidas as dimenses dos tubos, em funo do nmero de fogos do edifcio.

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DIMENSIONAMENTO DOS TUBOS DE LIGAO S CVM DOS EDIFCIOS TIPO DE EDIFCIO Moradia unifamiliar Edifcios residenciais de 2 a 4 fogos Edifcios residenciais de 5 a 10 fogos Edifcios residenciais de 11 a 22 fogos Edifcios residenciais de 23 a 44 fogos Edifcios residenciais com mais de 44 fogos Edifcios de escritrios, comerciais, industriais e especiais TUBOS 2 X 40 3 X 50 3 x 63 3 X 75 4 X 75 A definir pelo projectista (no mnimo 4 x 90) A definir pelo projectista (no mnimo 3 x 50)

Tabela 1 Dimensionamento das ligaes s CVM dos edifcios

Nas ITUR privadas o projectista poder adoptar outro tipo de soluo para a rede de tubagem nomeadamente, galerias tcnicas sistemas de caminhos de cabos.

1.6.2

FRONTEIRAS DE CABLAGEM

1.6.2.1 REDE PBLICA - ITUR PBLICA No est prevista para as ITUR pblicas a instalao de cablagem. 1.6.2.2 REDE PBLICA - ITUR PRIVADA Os Repartidores de Urbanizao (RU), instalados no ATU, estabelecem a fronteira entre as redes pblicas de operadores de comunicaes electrnicas e as redes de cabos das ITUR privadas. 1.6.2.3 ITUR PBLICA - ITUR PRIVADA Os Repartidores de Urbanizao (RU), instalados no ATU, estabelecem a fronteira entre as ITUR pblicas e as redes de cabos das ITUR privadas. 1.6.2.4 ITUR - ITED A fronteira da cablagem das ITUR com as ITED estabelecida nos primrios dos Repartidores Gerais (RG), ou nos primrios dos Repartidores de Cliente (RC) para o caso das moradias unifamiliares.

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1.6.3

ESQUEMAS DOS PONTOS DE DISTRIBUIO

Figura 1- Pontos de Distribuio, em edifcio e moradia

1.7

ATU REQUISITOS FUNCIONAISDe interligao das redes pblicas de comunicaes electrnicas, ou das ITUR pblicas, com as redes de cabos da ITUR privada; De interligao com a rede colectiva dos edifcios no ATE, ou CEMU, no caso de moradias. Par de cobre; Cabo coaxial; Fibra ptica.pg. 15

O ATU deve compreender as seguintes funes:

O ATU est apto s trs tecnologias previstas, designadamente:

Para cada uma das tecnologias referidas existir um Repartidor de Urbanizao (RU), com as seguintes designaes: RU-PC Repartidor de Urbanizao de Par de Cobre, composto por: Primrio, cujo dimensionamento e instalao da responsabilidade da entidade que ligar a rede de cabos da ITUR rede pblica de comunicaes electrnicas. Poder ser constitudo, por exemplo, por rgua de derivao de cravamento simples; Secundrio, onde termina a rede de cabos da ITUR. Ser constitudo por rguas de cravamento simples de categoria 3, como mnimo.

Sempre que o RU-PC for instalado em bastidores ou mini-bastidores, deve ser apresentado desenho de pormenor. RU-CC Repartidor de Urbanizao de Cabo Coaxial: Primrio, cujo dimensionamento e instalao da responsabilidade da entidade que ligar a rede de cabos da ITUR rede pblica de comunicaes electrnicas. Poder ser constitudo, por exemplo, por conversor electro-ptico e/ou um amplificador; Secundrio, onde se inicia a rede de cabos coaxiais CATV da ITUR, com topologia a definir pelo projectista.

Poder existir um segundo RU-CC associado ao sistema de recepo de MATV ou SMATV. RU-FO Repartidor de Urbanizao de Fibra ptica: Primrio, cujo dimensionamento e instalao da responsabilidade da entidade que ligar a rede de cabos da ITUR rede pblica de comunicaes electrnicas. Poder ser constitudo, por exemplo, por um painel de adaptadores do tipo SC/APC; Secundrio, onde se inicia a rede de cabos de fibras pticas da ITUR. A rede deve obedecer topologia em estrela com recurso, por exemplo, a cabos multi-fibras. As fibras so terminadas em conectores SC/APC ligados em painis de adaptadores.

No ATU devem existir 2 circuitos de energia 230VAC, com 3 tomadas cada um, ligadas ao circuito de terra, para fazer face s necessidades de alimentao dos equipamentos activos. Os referidos circuitos devem estar protegidos com disjuntor e diferencial de sensibilidade no superior a 300mA. A instalao do ATU incluir sempre um BGT com capacidade para a ligao, no mnimo, de 10 condutores de terra. O ATU deve estar dotado de condies de arrefecimento por conveco, ou por ventilao forada. O ATU deve providenciar o espao necessrio para a instalao dos vrios dispositivos de modo a garantir a sua funcionalidade

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2

CARACTERSTICAS GERAIS DOS MATERIAIS

Todos os materiais a instalar nas ITUR devem estar de acordo com as normas em vigor, no que respeita qualidade e tipo de materiais usados no seu fabrico, devendo ser considerada a norma ROHS (Restrictons of Certain Hazardous Substances Directiva 2002/95/EC). Os materiais e acessrios especficos a utilizar nas ITUR devem ter e conservar, de forma durvel, caractersticas mecnicas fsicas e qumicas adequadas s condies ambientais a que estaro submetidos quando instalados, no devendo provocar perturbaes em outras instalaes. Para isso devem respeitar as especificaes e normas nacionais e internacionais aplicveis. As normas tcnicas previstas neste manual estabelecem requisitos mnimos, no prejudicando a aceitao de equipamentos, materiais e dispositivos que cumpram requisitos equivalentes aos aqui previstos, nos termos do princpio do reconhecimento mtuo, nomeadamente pelos procedimentos previstos no Regulamento (CE) n 764/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho de 9 de Julho, operacionalizados pela Resoluo de Conselho de Ministros n 44/2009, de 7 de Maio, publicada em Dirio da Repblica, 1 srie, n 104, de 29/05.

2.1

REDE DE TUBAGEM

A rede de tubagem de uma ITUR constituda por: TUBAGEM DE ACESSO; REDE DE TUBAGEM PRINCIPAL; REDE DE TUBAGEM DE DISTRIBUIO. Os elementos constituintes da rede de tubagem de uma ITUR so: Tubos e Acessrios; Cmaras de Visita; Bastidores e Armrios; Salas Tcnicas; Galerias.

A sua finalidade a de assegurar a passagem subterrnea dos cabos e o alojamento de equipamentos de telecomunicaes, facultando a sua proteco. Entre as vantagens da sua construo, destaca-se a facilidade de instalao e ampliao da rede de cabos, evitando obras posteriores, a melhoria da qualidade pela facilidade de manuteno e a esttica da urbanizao. A segurana das telecomunicaes e a facilidade de acesso dos diversos operadores so, igualmente, uma mais valia para os utentes da urbanizao. Na figura seguinte, para alm da tubagem das ITUR, visualiza-se tambm a rede de tubagem dos edifcios constituintes da urbanizao. Qualquer edifcio, independentemente do seu local de construo, est abrangido pelas Prescries e Especificaes Tcnicas das Infra-estruturas de Telecomunicaes em Edifcios Manual ITED.

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Figura 2 Esquema geral da rede de tubagem de uma ITUR

2.1.1

TUBOS E ACESSRIOS

Os tubos a utilizar devem ser os indicados no quadro seguinte:

MATERIAL

DIMETRO NOMINAL (mm) 50

DESIGNAO

PEAD D50 PEAD D110 TRIPEAD D40 PET D40 PET D50 PET D63 PET D110 FRP (referncia comercial) PVC D50 PVC D90 PVC D110 PVCI D110 (PVC modificado com resina)

Polietileno de alta densidade

110 Tritubo 40 40

Politeraftalato de etileno

50 63 110

Polmero reforado com fibra

110 50

Policloreto de vinil

90 110 110

Tabela 2 Tabela com materiais constituintes da tubagem

Salienta-se a designao de dimetro nominal dos tubos, equivalente ao dimetro exterior. Esta designao coincide com o dimetro comercial.

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DIMETRO NOMINAL = DIMETRO EXTERIOR = DIMETRO COMERCIAL

O dimetro interior refere-se ao dimetro til, calculado de acordo com a frmula dos dimetros de tubagem.

DIMETRO INTERIOR = DIMETRO TIL

2.1.1.1 TIPOS DE TUBOS TUBO PVC tubo rgido, com paredes exterior e interior lisas, com o dimetro alargado numa das extremidades para permitir a unio por abocardamento.

Figura 3 Tubo PVC

TUBO FRP tubo rgido com parede dupla, sendo a interior lisa e a exterior anelada, podendo ter, ou no, uma extremidade alargada para permitir a unio por abocardamento. O polmero reforado com fibras de carbono ou de vidro.

Figura 4 - Tubo FRPpg. 19

TUBO PEAD tubo rgido com paredes exteriores lisas. TRITUBO PEAD Conjunto de trs tubos com o mesmo dimetro, unidos solidariamente entre si, com paredes exteriores lisas e interiores caneladas. geralmente utilizado para instalao de cabo de fibra ptica. As dimenses da figura seguinte so dadas em mm.

Figura 5 Tritubo PEAD

TUBO PET Tubo malevel com paredes lisas. um material de recurso, que deve ser utilizado apenas em situaes especiais, tais como a ligao entre cmara de visita e caixa ou pedestais e quando existam obstculos que aconselhem a utilizao do tubo PET.

Figura 6 Tubo PET

Outras caractersticas dos tubos devem ser consideradas, tal como consta da tabela seguinte:Tipos de TUBOS PEAD (tubo) PEAD tritubo PET FRP PVC PVC reforado Penetrao de corpos slidos inferiores a 1 mm Grau de Proteco Classificao (EN50086) 4431 5531 4431 5531 4431 5531 Instalao Tpica Em Beto Em P de Pedra Em Beto Em P de Pedra Em Beto Em Beto Obs. Verde Preto

Tabela 3 Outros tipos de tubos

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2.1.1.2 PROCESSOS DE UNIO DE TUBOS As unies a utilizar na rede de tubagem podem ser de dois tipos: Abocardamento macho/fmea; Abrao exterior, por meio de acessrios, podendo a fixao ser por: - Aperto; - Electro-soldadura; - Colagem. NOTA: Em qualquer das solues apontadas deve ser garantida a estanquicidade das unies, atravs de colagem ou de outros processos adequados. Os acessrios destinados a promover a unio variam com o tipo de tubos: TUBO PVC A unio dos tubos PVC efectuada por abocardamento macho/fmea, como mostra a figura seguinte:

Figura 7 Unio num Tubo PVC

TUBO FRP A unio destes tubos pode ser efectuada por dois processos: - Abocardamento macho/fmea, se os tubos estiverem providos de uma extremidade alargada, como mostra a figura seguinte:

Figura 8 - Unio de um Tubo FRPpg. 21

- Unio prpria, em FRP, que abraar exteriormente as duas extremidades dos tubos, como indica a figura:

Figura 9 Dimenses da unio de um Tubo FRP

TUBO PEAD Os tubos de polietileno de alta densidade devem ser ligados atravs de acessrios electro-soldveis. As ligaes electro-soldveis so caracterizadas pelo facto dos acessrios, tambm em PEAD, possurem resistncias incorporadas que, por efeito de Joule, fundem as camadas de material do acessrio e dos tubos.

Figura 10 Unio dos Tubos PEAD

Figura 11 Metodologia associada electro-soldadura das unies dos Tubos PEAD

TRITUBO PEAD No caso do tritubo deve evitar-se o mais possvel a criao de unies. No entanto, caso sejam necessrias, devem fazer-se recorrendo a: Acessrios electro-soldveis, como referido para tubo PEAD; Unies de aperto mecnico, como o indicado na figura seguinte:pg. 22

Figura 12 Solues para unies de tritubos PEAD

Estas unies de aperto mecnico devem ser: Em polietileno de alta densidade, ou outro material compatvel; Com caractersticas adequadas a tubos de classificao 4431 (EN50086); Resistir aos agentes qumicos, em que 2,5 < pH 125

PC 1110 2110 3110

CC 1110 2110 3110

FO 1T40 1T40 1T40

Tabela 16 Dimensionamento da rede de tubagem

obrigatrio o envolvimento em beto da tubagem em zonas sujeitas a cargas intensas, como sejam itinerrios Principais e Complementares, zonas onde o terreno circundante se situa junto de valetas, muros de suporte ou susceptvel a abatimentos.pg. 56

3.6.4.3 CMARAS DE VISITA

TIPOS DE CMARAS DE VISITA Dimenses mnimas interiores (cm) CV tipoP direito mnimo

Tubos por faceLargura Comprimento

Capacidade indicativa

2 juntas de cabos de cobre CVR1b 100/150/175 60 75 2 tubos D110+1 tritubo D40 Inadequada para juntas de FO 2 juntas de cabos de cobre e 2 juntas de FO 3 juntas de cabos de cobre e 2 juntas de FO

CVR2

100/150/175

75

120

4 tubos D110 + 2 tritubos

CVR3

175

75

150

6 tubos D110 + 2 tritubos

Tabela 17 Tipos de CV

Cmara CVR1b

Cmara paralelepipdica, construda no local ou pr-fabricada em beto armado, sendo utilizada como: o Cmara de passagem de cabos; o Interligao da rede de distribuio do edifcio com a rede ITUR; o Capacidade Indicativa Duas juntas de cabos de cobre. No adequada para juntas de FO. Cmara paralelepipdica, construda no local ou pr-fabricada em beto armado, sendo utilizada como: o Cmara de distribuio e passagem de cabos; o Cmara de acesso a armrios de telecomunicaes de maior dimenso, mas sempre de formato paralelepipdico o Capacidade Indicativa Duas juntas de cabos de cobre e duas juntas de FO. Cmara paralelepipdica, construda no local ou pr-fabricada em beto armado, sendo utilizada como: o Cmara de distribuio e passagem de cabos: o Cmara de acesso a armrios de telecomunicaes maior dimenso, mas sempre de formato paralelepipdico o Capacidade Indicativa Trs juntas de cabos de cobre e duas juntas de FO.

Cmara CVR2

Cmara CVR3

Em situaes especficas podero ser utilizados outros tipos de cmaras de visita, nomeadamente de maior dimenso e de formato rectangular. A localizao das CV deve respeitar o projecto da urbanizao, dando preferncia, na sua localizao, s bermas, passeios, em locais onde o raio de curvatura dos tubos assim o obrigue, cruzamentos de ruas e em locais estratgicos, como entradas de lotes e acessos a armrios de telecomunicaes e outros elementos integrantes da rede de telecomunicaes. Na suapg. 57

localizao deve evitar-se a proximidade de depsitos de combustveis ou outros locais de risco de exploso. 3.6.4.4 ARMRIOS E PEDESTAIS Ficar ao critrio do projectista prever a colocao de armrios de telecomunicaes; assim, recomenda-se a instalao de cmaras de pavimento (mnimo CRV1a) a partir das quais sero efectuadas as ligaes aos armrios de telecomunicaes. A ligao da referida cmara de pavimento s CV deve ser garantida, pelo menos, atravs de 2 tubos de 110mm. Nas ITUR privadas, os pedestais devem ser dimensionados para suportar os armrios projectados.

Figura 36 Diagrama de entrada de tubos no pedestal

Deve ser considerada a colocao de armrios por cada conjunto de 256 fogos e por cada 200m de extenso de cablagem. 3.6.4.5 GALERIAS E SALAS TCNICAS Consoante as dimenses da urbanizao, caractersticas e concentrao dos edifcios, poder o projectista optar pela construo de uma ou mais Galerias Tcnicas para acomodao de caminhos de cabos, calhas e outros dispositivos constituintes da Rede de Cablagem da urbanizao. As infra-estruturas, nomeadamente a sua localizao, devem estar em conformidade com o projecto, o qual ser elaborado tendo em conta os afastamentos mnimos exigidos pela legislao em vigor e condicionados por outras infra-estruturas existentes no local. Para acomodao de dispositivos passivos de derivao, repartio ou de transio, bem como para instalao de equipamentos activos, a instalao de armrios pode ser substituda pela construo de Salas Tcnicas, as quais podem estar integradas em edifcios, desde que sejam directamente acessveis do exterior.

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3.6.4.6 TRAVESSIAS Devem ser evitadas, na medida do possvel, travessias, cruzamentos e vizinhanas com outras redes, escolhendo-se o traado mais conveniente, tendo em conta as preocupaes ambientais, paisagsticas e os sistemas ecolgicos atravessados. As travessias de estradas, arruamentos e caminhos devem obedecer s seguintes condies: A profundidade mnima no deve ser inferior a 1 m; Devem ser realizadas perpendicularmente ao eixo das vias, excepto em casos devidamente justificados; Na interligao entre 2 CV, antes e depois da travessia, ser realizada por 2 tubos PEAD110 e um tritubo PEAD40, como utilizao mnima. As travessias das vias devem fazer-se, sempre que possvel, na perpendicular ao eixo da mesma e devem considerar-se cmaras de passagem em ambos os extremos.

3.6.5

REDES DE CABOS

O projecto e a instalao das redes de cabos existem apenas nas ITUR privadas. De modo a poder garantir o acesso aberto e no discriminatrio de operadores de comunicaes electrnicas, devem ser instaladas as seguintes redes, tendo como mnimo as seguintes condies:

Rede de pares de cobre garantir em cada ATE e em cada CEMU, a chegada de um mnimo de 4 pares de cobre, por fogo. Rede de cabos coaxiais garantir em cada ATE e em cada CEMU, a chegada de uma rede de distribuio de CATV. O projectista poder considerar a existncia de uma outra rede, para distribuio do sistema de MATV. Rede de fibra ptica garantir em cada ATE e em cada CEMU, a chegada de um mnimo de duas fibras pticas, por fogo.

3.6.5.1 CABO DE PARES DE COBRE o o o 4 pares de cobre por fogo; Clculo da quantidade de pares de cobre em funo do nmero de fogos por lote, por aplicao da obrigatoriedade anterior; Podero ser utilizados cabos multi-pares.

3.6.5.2 CABO COAXIAL Existir uma rede coaxial que, dependendo da dimenso da ITUR privada, poder ser hbrida (Coaxial + Fibra), desenvolvida desde o ATU, servindo todos os fogos. Esta rede desenvolver-se- ao critrio do projectista. Esta rede ter caractersticas especiais quanto ao seu plano de frequncias, uma vez que potencialmente podero circular na mesma: Sinais em Via-Directa de MATV, obrigatrios em edifcios ITED de dois ou mais fogos; Sinais em Via-Directa de um ou dois operadores de cabo coaxial; Sinais em Via-de-Retorno de um ou dois operadores de cabo coaxial.

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Existindo ou estando previstos, para estes lotes, habitaes unifamiliares ou edifcios colectivos, devem ser servidos nas respectivas CEMU ou ATE, segundo corresponda, com os seguintes nveis mnimos de sinal s frequncias assinaladas: 75 dBV a 750 MHz; 70 dBV a 2150 MHz.

Do ponto de vista de chegada ao ATI, esta rede exterior deve ser considerada como a correspondente rede de CATV. Vrias solues de desenho e implementao da rede Coaxial ou Hbrida podero ser consideradas, dependendo das particularidades da ITUR privada, tais como: Finalidade comercial dos lotes: habitao permanente ou habitao de aluguer sazonal; Perfil do cliente de aluguer (idioma, preferncias de servios, etc.); Servios associados ao lote: Hotelaria, Resort, Bungalows, etc.; Exclusividade do lote: Individual ou Multi-familiar.

Obrigatoriamente, esta rede coaxial (hbrida se necessrio) servir todos os lotes do empreendimento, sejam eles de ndole Individual ou Colectiva, conseguindo-se desta forma: Poupana no investimento quanto ao equipamento de recepo a colocar na Cabea de Rede de Grau1 (CR1), uma vez que apenas se adquire um conjunto; Optimizao das condies de recepo dos sinais de difuso terrestre, que em muitos casos obriga a uma criteriosa escolha do melhor local, que nem sempre o que inicialmente se previu. Conseguida esta optimizao da recepo, automaticamente estar disponvel para todos os lotes com igual qualidade; Que qualquer utilizador possa aceder a um servio de um operador de cabo sem que para tal seja necessrio algum tipo de investimento suplementar.

De forma a permitir a ptima entrega de servios, por parte dos operadores de cabo, aos seus potenciais clientes, deve a rede coaxial cumprir os seguintes pressupostos, para alm de outros j referidos: A rede coaxial no deve servir mais do que 256 fogos, podendo ter uma variao superior a 10%. Acima deste valor deve ser dividida em clulas de 256 fogos, estando estas clulas ligadas por fibra ptica at ao ATU; O plano de frequncias da rede deve ter reservada uma banda de 100MHz na via directa, possibilitando a um operador colocar os seus servios DTH na rede, com recurso Transmodulao Digital.

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3.6.5.3 CABOS DE FIBRAS PTICAS o o o 2 fibras pticas por fogo; Clculo da quantidade de fibras pticas, em funo do nmero de fogos por lote, por aplicao da obrigatoriedade anterior; Uso de cabos normalizados de capacidade igual ou imediatamente superior.

Calculadas as redes, determinam-se os dimetros exteriores dos cabos a utilizar, os quais vo ser usados no clculo da tubagem e dos outros elementos da rede. Estas caractersticas referem-se a mnimos obrigatrios, podendo o projectista, se assim o entender, em consonncia com o dono da obra, com os condminos ou seus legais representantes, desenvolver solues mais avanadas nomeadamente de rede local interna ao condomnio. Na figura seguinte apresenta-se uma das possveis solues, em que existe uma rede de distribuio em FO a partir de uma sala tcnica.

Figura 37 Diagrama esquemtico de uma soluo para distribuio em FO numa ITUR privada

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Figura 38 Fotografia exemplo da instalao de uma junta de fibras pticas do tipo torpedo, no interior de uma caixa do tipo CVR1

3.73.7.1

DOCUMENTAO GERAL DO PROJECTOITUR PBLICA

O projecto da rede de tubagem deve conter uma memria descritiva e justificativa, clculos, peas desenhadas, listagem de materiais e termo de responsabilidade do tcnico do projecto. As peas desenhadas devem incluir plantas da urbanizao, onde se indiquem os traados de tubagem, localizao dos lotes, edifcios e rede viria. A escala deve estar de acordo com a NP717 e ser de 1:500, ou de definio superior. O projecto deve ser explcito de modo a permitir a instalao da rede de tubagem, evitando diferentes interpretaes e sem suscitar dvidas ao instalador. O projecto deve incluir sempre uma estimativa oramental da rede de tubagem de telecomunicaes. O projecto dever ser elaborado tendo em conta os condicionantes impostos na operao de loteamento da urbanizao e os Regulamentos do Municpio em que se insere, de acordo com o preceituado no Decreto-Lei n. 123/2009, de 21 de Maio, e no presente Manual Tcnico.

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O projecto deve tambm ter em considerao a superfcie total do terreno da urbanizao, rea de construo, natureza das actividades no habitacionais e dimensionamento das reas a si destinadas. Deve tambm considerar o nmero de acessos por tecnologia previstos por lote. A Planta de Implantao da Rede de Tubagem deve ter inscrito os seguintes items: a) os pontos de acesso tubagem da urbanizao; b) os pontos de entrada em cada lote e/ou edifcio; c) a localizao dos lotes e/ou edifcios a servir; d) a localizao e tipo das CV, pedestais e espaos tcnicos; e) as directrizes dos troos de tubagem com indicao do tipo e formao; f) a localizao de postos pblicos, postos sinalizadores de bombeiros, postos para txis e outros previstos no projecto; h) a localizao de outras infra-estruturas que sejam referidas na memria descritiva, como condicionantes localizao da rede de tubagem. O projecto da rede de tubagem duma ITUR pblica deve ainda integrar os seguintes items: Ficha Tcnica, contendo a identificao da obra, dos intervenientes e das caractersticas tcnicas gerais; Memria descritiva e justificativa, a qual conter a identificao e categoria da obra, para alm de todas as opes tomadas face especificidade da ITUR, todas as informaes e esclarecimentos necessrios interpretao do projecto, nomeadamente quanto sua concepo, natureza, importncia, funo, cuidados a ter com os materiais a utilizar e proteco de pessoas e instalaes; Planta topogrfica de localizao da urbanizao (escala maior ou igual a 1:5000); Inscrio nos esquemas das capacidades dos dispositivos, dimenses e tipos de condutas, e de cmaras de visita, capacidade dos cabos e classe ambiental considerada, tendo em conta o disposto no captulo MICE do presente Manual ITUR; Esquema da rede de tubagem, onde devem ser referenciados todos os tipos de formao, quantidades e comprimentos dos troos da rede de tubagem, numerao e tipos de cmaras de visita; Planta de implantao da rede de tubagem. Caso exista Sala Tcnica, a respectiva Planta e Diagrama com a localizao dos bastidores e armrios e interligaes; Diagrama da localizao dos ATU, salas tcnicas, armrios, bastidores, ou simplesmente caixas de passagem, caso o projectista conhea; Lista de material, com indicao de quantidades, modelos e tipos a instalar na ITUR. Devem ser indicadas as marcas dos materiais, salvaguardando, no entanto, a existncia de equivalncias; Termo de Responsabilidade e elementos de Identificao do Projectista; Registo em formato electrnico da georreferenciao da Rede de Tubagem da ITUR; A simbologia a utilizar indicada nos Anexos, ao presente manual, e deve ter as dimenses mnimas necessrias que permitam a sua fcil interpretao, sem perturbar a leitura, e outras informaes existentes nas plantas e peas desenhadas.

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3.7.2

ITUR PRIVADA

O projecto das rede de tubagem e Cablagem de uma ITUR privada deve integrar os seguintes items: Ficha Tcnica, contendo a identificao da obra, dos intervenientes e das caractersticas tcnicas gerais; Memria descritiva e justificativa, a qual conter a identificao e categoria da obra, para alm de todas as opes tomadas face especificidade da ITUR, todas as informaes e esclarecimentos necessrios interpretao do projecto, nomeadamente quanto sua concepo, natureza, importncia, funo, cuidados a ter com os materiais a utilizar e proteco de pessoas e instalaes; Planta topogrfica de localizao da urbanizao (escala maior ou igual a 1:5000); Inscrio nos esquemas das capacidades dos dispositivos, dimenses e tipos de condutas, e de cmaras de visita, capacidade dos cabos e classe ambiental considerada, tendo em conta o disposto no captulo MICE do presente Manual ITUR; Esquema da Rede de Tubagem; Planta de implantao da Rede de Tubagem; Esquema ou esquemas das Redes de Cabos; Esquema ou esquemas da instalao elctrica e do sistema de terras das ITUR a ser implementado; Quadros de dimensionamento de cabos para cada tecnologia (deve contemplar reservas); Diagrama do ATU; Diagramas de outros Bastidores, caso existam; Caso exista Sala Tcnica, a respectiva Planta e Diagrama com a localizao dos bastidores e armrios e interligaes; Diagramas das caixas de passagem e encaminhamento dos cabos para cada tecnologia; Clculo dos nveis de sinal nas redes de cabo coaxial; Lista de material, com indicao de quantidades, modelos e tipos a instalar na ITUR. Devem ser indicadas as marcas dos materiais, salvaguardando no entanto a existncia de equivalncias; Termo de Responsabilidade e elementos de Identificao do Projectista; Registo em formato electrnico da georreferenciao da Rede de Tubagem da ITUR; A simbologia a utilizar indicada nos Anexos, ao presente manual, deve ter as dimenses mnimas necessrias que permitam a sua fcil interpretao, sem perturbar a leitura, e outras informaes existentes nas plantas e peas desenhadas.

3.83.8.1

ASPECTOS ADMINISTRATIVOSPROCEDIMENTO DE ALTERAO DE PROJECTO

A necessidade de alterao de partes, ou mesmo da totalidade do projecto, deve estar relacionada com a inexequibilidade do mesmo, nomeadamente quando funcionalidade inicialmente prevista, podendo existir motivos tcnicos relacionados com uma alterao da sua finalidade, no mbito das arquitecturas e dimensionamentos das redes de tubagem e cabos.pg. 64

Quando detectados os casos acima referidos, o instalador promove a referida alterao, em estreita colaborao com o dono da obra, elaborando uma Proposta de Alterao, devidamente fundamentada. Esta Proposta de Alterao poder no ser acolhida se o projectista, obrigatoriamente contactado pelo instalador, encontrar uma soluo para o problema. Neste caso o projectista proceder alterao do projecto. A alterao ao projecto, elaborada pelo projectista inicial, deve implicar a realizao de um documento (Aditamento ao Projecto), passando este a ser obrigatoriamente parte integrante da documentao geral do projecto. O referido aditamento deve ser realizado pelo projectista inicial ou, sob sua autorizao e aprovao, pelo(s) requerente(s) da respectiva Proposta de Alterao, quando habilitados tecnicamente para o efeito, nos termos do Decreto-Lei n. 123/2009, de 21 de Maio. A no-aceitao da proposta de alterao, por parte do projectista inicial, deve ser fundamentada tecnicamente, devendo este propor em alternativa uma soluo adequada para a resoluo dos problemas, aps contacto com os respectivos requerentes. Caso se encontre soluo adequada, deve ser elaborado o respectivo aditamento, nos termos dos procedimentos acima referidos. Se por algum motivo de fora maior a Proposta de Alterao for posta considerao e aceite por um projectista que no o inicial, devem os requerentes entrar em contacto com este (o inicial), de modo a que seja autorizada a execuo do respectivo aditamento, por forma a acautelar possveis violaes s regras de autoria do projecto, nos termos do Cdigo de Direitos de Autor. Deve, ainda, ser alertado o director tcnico da obra de modo a que a proposta de alterao, e respectivos aditamentos, ou a sua recusa, sejam referenciados no livro de obra, nos termos do Decreto-Lei n. 123/2009, de 21 de Maio. As alteraes adoptadas devem estar de acordo com o estipulado no presente Manual. Em qualquer situao o dono de obra pode contratar um outro projectista, para a elaborao de um projecto completamente novo, nomeadamente quando no for possvel contactar o projectista inicial.

pg. 65

44.1

INSTALAOASPECTOS GENRICOS

As Infra-estruturas de Telecomunicaes em Loteamentos, Urbanizaes e Conjunto de edifcios (ITUR) devem ser concebidas de forma a permitir o desempenho, com eficincia e em boas condies de segurana, e os fins a que se destinam, devendo estas regras ser sempre consideradas mnimas, permitindo uma fcil evoluo para solues tecnicamente mais elaboradas. Garante-se o acesso aberto s infra-estruturas a mais do que um operador. Constitu obrigao do instalador ITUR a emisso de termo de responsabilidade de execuo da instalao, disponibilizando-o ao promotor da obra, ao proprietrio ou, no caso de conjunto de edifcios, respectiva administrao e ao ICP-ANACOM, nos termos da alnea d), do n.1, do artigo 43., do Decreto-Lei n.123/2009, de 21 de Maio (com a redaco dada pelo Decreto-Lei n. 258/2009, de 25 de Setembro). Consideram-se dois tipos de ITUR: as ITUR pblicas e as ITUR privadas. ITUR pblicas: Infra-estruturas de Telecomunicaes em Urbanizaes e loteamentos, utilizando as estruturas de tubagem das redes de comunicaes electrnicas dentro do domnio pblico. Estas redes de comunicaes electrnicas sero utilizadas, total ou parcialmente, para o fornecimento de servios de comunicaes electrnicas acessveis ao pblico, a todos os condminos, dentro dos pressupostos destas regras tcnicas. ITUR privadas: Infra-estruturas de Telecomunicaes em conjuntos de edifcios, utilizando as estruturas de tubagem e cablagem das redes de comunicaes electrnicas dentro de um domnio privado. As ITUR que integram as partes comuns dos conjunto de edifcios so detidas em compropriedade por todos os condminos, cabendo respectiva administrao de condomnio a sua gesto e conservao, em conformidade com o regime jurdico da propriedade horizontal e com o Decreto-Lei n. 123/2009, de 21 de Maio. As instalaes tero de ser efectuadas seguindo rigorosamente o projectado. Devem tambm respeitar todos os regulamentos e disposies camarrias relativos execuo das intervenes na urbanizao. As boas regras de execuo so uma exigncia para que a instalao possa ser aceite e seja possvel dar garantias ao dono da obra, e posteriormente autarquia, no caso das urbanizaes pblicas. Os materiais tero de estar de acordo com a listagem apresentada no projecto, s podendo ser substitudos mediante justificao escrita que ficar apensa restante documentao da instalao.

4.1.1

CONDIES DE ESTABELECIMENTO

As ITUR devem ser estabelecidas de forma a no causar perturbaes a outras infra-estruturas existentes, ter os seus elementos convenientemente identificados, facilitando a sua pesquisa e a reparao de avarias. No seu estabelecimento, as ITUR devem eliminar todos os perigos previsveis para pessoas e bens.

pg. 66

4.1.2

INACESSIBILIDADE DOS ELEMENTOS

Todos os elementos das ITUR devem ser apenas acessveis a pessoas qualificadas, que lhe permitam evitar os possveis perigos que possam existir. Durante a execuo, ampliao, alterao e explorao das ITUR, deve ser salvaguardado o sigilo das comunicaes. A ligao das ITUR s redes pblicas de comunicaes s pode ser efectuada aps emisso do termo de responsabilidade de execuo da instalao, nos termos do n. 4, do artigo 43., do Decreto-Lei n. 123/2009, de 21 de Maio (com a redaco dada pelo Decreto-Lei n. 258/2009, de 25 de Setembro).

4.1.3

RESPEITO DE OUTROS DIREITOS

Na execuo, ampliao, alterao e explorao das ITUR deve respeitar-se o patrimnio cultural, esttico e cientfico, em especial quando tiverem valor histrico, ecolgico, paisagstico ou arquitectnico. As perturbaes causadas aos diversos servios de interesse pblico ou particular devem ser eliminadas.

4.1.4

ACORDOS COM OUTRAS ENTIDADES

Sempre que a situao o justifique, podero ser feitos acordos com outras entidades intervenientes no local do estabelecimento das ITUR, de forma a garantir a boa execuo dos trabalhos e evitar os perigos que possam advir dos trabalhos em execuo.

4.2

REDE DE TUBAGEM

A rede de tubagem a estabelecer ser constituda pelos diversos elementos previstos, tendo como base as redes de cabos a instalar, no caso das ITUR privadas, e a prever, no caso das ITUR pblicas, devendo ser utilizados os passeios, como locais de preferncia, para o seu estabelecimento. O traado da rede ser condicionado pelas redes de cabos integrantes das ITUR e pelos elementos que lhe do funcionalidade, equipamentos activos e passivos, de repartio, de proteco, sistemas de antenas e interfaces de rede. A execuo das ITUR ter obrigatoriamente, como base, um projecto de execuo, que cumpra o definido na legislao em vigor. O responsvel pela sua execuo deve apresentar, junto da entidade licenciadora, o respectivo termo de responsabilidade de execuo, aquando do licenciamento. Dever-se- evitar, sempre que possivel, a colocao de infra-estruturas de telecomunicaes em locais com risco de exploso, locais de estacionamento pblico ou privado, junto a paragens de autocarro, txis, etc. Tero de ser cumpridas todas as exigncias legais e regulamentares em vigor, no incio dos trabalhos, bem como a sua compatibilizao e coordenao com outras entidades, que desenvolvam obras de subsolo, que estejam ou venham a decorrer em tempo considerado til, no local. Devem ser aplicadas as boas regras de construo, boa utilizao dos equipamentos e materiais, dado cumprimento s disposies regulamentares em vigor, nomeadamente s emanadas pelas entidades intervenientes. Se no decorrer das obras for necessrio proceder alterao do projecto, que implique alteraes da capacidade ou modificao da estrutura e arquitectura da rede, deve ser apresentado aditamento, pelo projectista ou por um outro projectista, nomeado por si para o efeito e para o acto j referido anteriormente.pg. 67

Sempre que se pretenda executar trabalhos nas ITUR em servio, devem ser notificados previamente, todos os operadores com redes instaladas na zona. Aps concluso, as ITUR devem ser registadas num sistema de georreferenciao, nomeadamente a posio e traado da rede de tubagem e cablagem, a anexar documentao geral do projecto. Os donos de obra ou operadores (proprietrios das infra-estruturas instaladas) devem identificar as suas infra-estruturas de forma clara, para que sejam contactados no caso de obras de interveno na mesma.

CONDIES TCNICAS DE EXECUO DOS TRABALHOS A execuo de trabalhos nas ITUR, envolve, na sua generalidade, as seguintes tarefas:

Formaes; Implantao/Piquetagem; Escavao; Assentamento da tubagem; Instalao e/ou construo de cmaras de visita; Instalao de armrios, nichos ou outros elementos das ITUR; Aterro, compactao e repavimentao; Execuo das redes de cabos, no caso das ITUR privadas; Ensaios e relatrios; Telas finais e elementos cadastrais.

Formaes Tubos com envolvimento em areia/p de pedra O fundo da trincheira deve ser coberto com uma camada de areia, ou p de pedra batido, com um mnimo de 5cm. No caso de solos rochosos, essa espessura deve ser aumentada para 10cm. Entre cada camada de tubos deve ficar uma camada de areia ou p de pedra regada, com um mnimo de 3cm de espessura. No final da formao deve ser colocada uma camada de areia ou p de pedra, regada e batida, com 15cm de espessura. Tubos com envolvimento em beto O fundo da trincheira deve ser regularizado com uma camada de areia ou saibro batido, com 2cm de espessura. Os tubos devem ser assentes em beto C20/25 devidamente vibrado, ficando com um envolvimento de pelo menos 2cm. Deve ser utilizada cofragem lateral. O aterro s deve ser efectuado aps secagem do beto. Em ambos os casos, envolvimento em areia ou em beto, o aterro deve ser efectuado por camadas com cerca de 25cm de altura, regadas e batidas. Os tubos da infra-estrutura devem ser sinalizados por meio de uma fita de sinalizao de cor verde, 25cm acima do bloco da formao.

pg. 68

Figura 34 Desenho esquemtico de corte de uma vala tcnica

Bloco de tubagem c/ envolvimento em areia/p de pedra

Bloco de tubagem c/ envolvimento em betoFigura 35 Desenhos esquemticos de blocos de tubagem no interior de uma vala tcnica

O envolvimento da tubagem deve ser feito em beto nos seguintes casos:pg. 69

Locais onde cargas circulantes se manifestem com grande intensidade; Terreno circundante sujeitos a esforos elevados, tendo como proximidade, por exemplo, muros de suporte de estradas; Terreno circundante situado em zona fragilizada pelas guas, como, por exemplo, locais prximos de valetas e bermas de estradas. Nas situaes em que a rede de tubagem for estabelecida na berma de estradas de grande trfego, deve ser localizada a uma distncia superior a 1 m do trao limitador da faixa de rodagem ou alm dos sistemas de proteco.

Implantao/Piquetagem Aps a preparao do terreno deve ser feita a implantao da rede, de acordo com o projecto. Escavao Os trabalhos de escavao devem ser precedidos de todos os procedimentos de segurana, dando cumprimento ao respectivo plano. A abertura da vala que vai albergar a rede de tubagem, e/ou outros elementos da rede, deve ser executada tendo em conta o respectivo projecto e de acordo com todas as regras da segurana e da construo, constantes da legislao em vigor. O posicionamento da tubagem deve ser feito atravs de elementos adequados e indicados pelos fabricantes, garantindo assim uma boa execuo e funcionalidade da rede a estabelecer. A existncia de obstculos ou de outras infra-estruturas, que condicionem o estabelecimento da rede, poder obrigar ao seu desvio, ou aprofundamento e passagem pela parte inferior dos mesmos. Nunca o seu estabelecimento poder ser feito acima da cota mnima definida neste Manual. De forma garantir a integridade de outras infra-estruturas existentes no local, devem ser tomadas todas medidas consideradas necessrias, sendo estas da responsabilidade da entidade executora da obra, assumindo qualquer dano que venha a ocorrer. Todos os materiais resultantes da escavao das valas e dos outros elementos da rede, que venham a ser utilizados para o seu aterro, devem ficar acondicionados ao longo das valas, a uma distncia estipulada na legislao em vigor. Os materiais sobrantes devem ser removidos para local previamente definido. Assentamento da tubagem A tubagem e materiais a instalar esto indicados no respectivo projecto, devendo este ser escrupulosamente executado. A vala que vai albergar a tubagem deve ter o seu leito previamente regularizado com a utilizao de p de pedra, saibro ou terra cirandada, com pelo menos 5cm de espessura. Os tubos a instalar sero envolvidos tambm em p de pedra, de acordo com o indicado na figura seguinte:

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Figura 36 Fotografia de uma vala tcnica com a interligao de tubagem numa cmara de visita

Sempre que seja necessrio efectuar a unio entre tubos, esta deve ser executada atravs de dispositivos de abocardamento macho-fmea e utilizadas colas adequadas, garantindo assim uma unio perfeita e uma boa estanquicidade da tubagem a estabelecer. A tubagem deve ser posicionada com auxlio de pentes de guia ou espaadeiras adequadas, de forma garantir uma boa execuo do trabalho. A tubagem vazia deve ser devidamente tamponada. Aterro, compactao e pavimentao Todos os produtos resultantes da escavao dos solos podero ser repostos, desde que devidamente cirandados e com garantia de uma boa compactao; caso contrrio, devem ser removidos e substitudos por p de pedra ou saibro. Qualquer tipo de trabalhos a executar na via pblica carece de autorizao das entidades competentes. Tubos PEAD Todos os tubos da rede, aps a instalao, devem ser cobertos de p de pedra ou saibro, com uma camada de 15cm de espessura. O aterro da vala que alberga os tubos da rede deve ser executado em camadas de 15cm de espessura, regadas e compactadas mecanicamente, ou por outro tipo de processo adequado. Tritubo O tritubo deve ficar acima dos outros tubos, usando, para seu leito, uma camada de p de pedra ou saibro, com 5cm de espessura, devidamente compactado. O seu alinhamento deve ser recto e sem emendas ou unies. Ser coberto, por camada de p de pedra ou saibro, com 15cm de espessura, regado e batido. Ligao de tubos para entrada de edifcio e outros equipamentos De modo a garantir um bom funcionamento da ligao rede, deve eliminar-se a possibilidade de infiltrao de gua nos edifcios.

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Para tal, a entrada dos tubos nos edifcios deve ser sempre feita de forma ascendente e com inclinao igual ou superior a 10%. Todos os tubos no utilizados devem estar devidamente tamponados com dispositivos adequados e indicados pelo fabricante. Reposio de pavimentos Toda a reposio de pavimento e enchimento das tampas das CV, deve respeitar a estrutura do j existente no local, devendo os trabalhos executados ter em observncia as boas regras da tcnica, da segurana, normas de execuo e toda a regulamentao em vigor.

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4.2.1

ESQUEMAS DE AGRUPAMENTO DE TUBAGEM

Os quadros seguintes apresentam os agrupamentos, ou formaes, possveis de se constituir na instalao de uma infra-estrutura ITUR.

FORMAES COM ENVOLVIMENTO EM P DE PEDRA OU AREIA E UM TRITUBO Tipo F2 Formao N. Tubos 2+1T

Dtubos=110 mm Bloco de tubagem H [m] 0,380 L [m] 0,350

Dtubos=90 mm Bloco de tubagem H [m] 0,360 L [m] 0,310

Dtubos=50 mm Bloco de tubagem H [m] 0,320 L [m] 0,280

F2A

2+1T

0,310

0,560

0,290

0,520

0,250

0,440

F3

3+1T

0,380

0,490

0,360

0,430

0,320

0,310

F4

4+1T

0,520

0,350

0,480

0,310

0,400

0,280

F4A

4+1T

0,380

0,630

0,360

0,550

0,320

0,390

F6

6+1T

0,520

0,490

0,480

0,430

0,400

0,310

F8

8+1T

0,520

0,630

0,480

0,550

0,400

0,390

F9

9+1T

0,660

0,490

0,600

0,430

0,480

0,310

F10

10 + 1 T

0,520

0,770

0,480

0,670

0,400

0,470

F12

12 + 1 T

0,520

0,910

0,480

0,790

0,400

0,550

Tabela 18 Esquema de agrupamento de tubagem com envolvimento em p de pedra ou areia

pg. 73

FORMAES COM ENVOLVIMENTO EM BETO E UM TRITUBO Tipo F2 Formao N. Tubos 2+1T

Dtubos=110 mm Bloco de tubagem H [m] 0,210 L [m] 0,280

Dtubos=90 mm Bloco de tubagem H [m] 0,190 L [m] 0,240

Dtubos=50 mm Bloco de tubagem H [m] 0,150 L [m] 0,220

F2A

2+1T

0,150

0,480

0,130

0,440

0,090

0,360

F3

3+1T

0,210

0,410

0,190

0,350

0,150

0,230

F4

4+1T

0,340

0,280

0,300

0,240

0,220

0,220

F4A

4+1T

0,210

0,540

0,190

0,460

0,150

0,300

F6

6+1T

0,340

0,410

0,300

0,350

0,220

0,230

F8

8+1T

0,340

0,540

0,300

0,460

0,220

0,300

F9

9+1T

0,470

0,410

0,410

0,350

0,290

0,230

F10

10 + 1 T

0,340

0,670

0,300

0,570

0,220

0,370

F12 H P direito L Largura

12 + 1 T

0,340

0,800

0,300

0,680

0,220

0,440

Tabela 19 Esquema de agrupamento de tubagem com envolvimento em beto

4.2.2

CMARAS DE VISITA

Na instalao das cmaras devem seguir-se as boas regras da arte, as estabelecidas no projecto e os prazos para tapamento e carga estabelecidos no regulamento de Estruturas de Beto Armado Pr-esforado. As cmaras podero ser pr-fabricadas ou construdas no local, estanques, executadas de acordo com o plano de pormenor. As tampas das cmaras de visita devem estar perfeitamente niveladas com o pavimento. Para tal, caso haja necessidade, poder ser acrescentada a chamin, utilizando-se para o efeito um anel cilndrico pr-fabricado. As cmaras em que no exista chamin, devem ser ampliadas ou

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reduzidas, mas sem ultrapassar as dimenses mnimas estabelecidas, para efectuar o referido nivelamento. Nas cmaras de visita devem ser colocados degraus que facilitem o acesso ao seu interior, devendo, igualmente, ser instaladas ncoras, barras de suporte e outras previstas no projecto. O nmero de degraus depende da altura e do tipo de cmara a considerar. Deve considerar-se uma distncia mxima de 20 cm entre degraus. Tendo em vista a melhoria da estanquicidade das cmaras de visita, recomenda-se que na ligao dos tubos s paredes de beto seja usada fita expansvel com a humidade, envolvendo os tubos na espessura das paredes. As cmaras de visita a construir devem ser rebocadas com argamassa de cimento e areia ao trao de 1:3, com cerca de 2 cm de espessura, devendo ser alisado colher. Deve ser incorporado um isolante de humidade no reboco. A laje de fundo e paredes devem ser em beto armado; a laje de tecto ser, igualmente, em beto armado, dimensionada em funo do trfego circulante na via onde se situa, utilizando como mnimo, em ambos os casos, beto da classe C20/25. No interior das CV, deve ser gravado o seu tipo e respectivo nmero identificativo, de acordo com o projecto, bem como aplicados os respectivos acessrios (degraus, ncoras, poleias/suportes plastificados), negativos adequados a instalao da tubagem e preparadas para assentamento do aro; o fundo da cmara de visita ser executado com pendente para o seu centro, onde ser executada uma concha com 20 cm de dimetro e 20 cm de profundidade, de forma a permitir o escoamento de guas no fundo das cmaras, j referido anteriormente. A ligao da rede de tubagem s cmaras deve ser feita atravs de adoamento das paredes, de forma a eliminar arestas que possam danificar a bainha dos cabos. Todos os tubos devem ser dotados de guias de material adequado, que permita o reboque dos cabos, ficando tamponados no interior das cmaras de visita. Os aros e tampas das CV devem cumprir as normas em vigor e ser definidas em funo do local de instalao, devendo ser da classe B125, se instaladas em passeios, e da classe D400, se instaladas na faixa de rodagem. Devem, ainda, ser identificadas com a palavra Telecomunicaes devidamente gravada. As Cmaras de Visita esto interligadas entre si por um mnimo de 3 tubos tipo PEAD40, destinados rede de pares de cobre, rede de cabos coaxiais e reserva, e um tritubo PEAD40, que poder albergar as duas redes de fibra ptica em cada furo, ficando com um de reserva. A ligao, entre as CV e os elementos da rede, deve ser feita com um mnimo de 2 tubos PEAD40, no caso da interligao com um edifcio com um fogo. Ligao Terra As cmaras do tipo CVC, CVR, CVI, CVL, e CVT podero ser dotadas de placas de terra a 20 cm do topo (chumbadouro ou bucha de expanso aplicado na parede da cmara com parafuso de 5 cm a 10 cm de comprimento e 1 cm a 1,3 cm de dimetro, com a respectiva porca no caso do chumbadouro).

4.2.3

NUMERAO DE CMARAS DE VISITA (ROTULAO)

Os elementos constitutivos da rede de tubagem devem ser numerados, sequencialmente por cada tipo: cmara, tampa, troo de tubagem, armrio ou pedestal, de Sul para Norte e de Oeste para Este, sequencialmente ao longo de cada directriz, com a indicao P, para principal, e D, para distribuio.pg. 75

As directrizes das Redes de Distribuio sero consideradas sequencialmente a partir das cmaras da Rede Principal de numerao baixa, at s de numerao mais elevada. As cmaras devem ter o n. gravado no reboco e pintado com tinta preta indelvel entrada, no lado oposto da colocao dos degraus. Em expanses para novas urbanizaes, a rede de tubagem a ser projectada ter que ser interligada rede principal de tubagem existente. Aqui, caso surja um projecto de uma nova urbanizao, deve possuir nova numerao.

Figura 37 Diagrama topolgico a evidenciar a numerao das caixas de visita

4.2.4 INSTALAO ELEMENTOS DA ITUR

DE PEDESTAIS, ARMRIOS, NICHOS OU OUTROS

Os pedestais devem ser construdos de acordo com o estabelecido no projecto, devendo os tubos ser devidamente tamponados. As ligaes de terra e a ligao rede elctrica devem ficar asseguradas, quando tal for previsto no projecto. A instalao destes elementos de rede deve ser feita usando como base um macio adequado, que pode ser pr-fabricado ou construdo no local de implantao, em beto da classe C20/25.

pg. 76

4.2.5

CABLAGEM A INSTALAR NAS ITUR PRIVADAS

Devem ser instaladas as Redes de Cabos previstas no projecto, por tcnicos devidamente habilitados para o efeito, nos termos do Decreto-lei n. 123/2009, de 21 de Maio.

pg. 77

55.1

PROTECO DE PESSOAS E BENSTERRAS DE PROTECO

De forma a garantir a segurana de pessoas e bens e qualidade de servio, as redes de telecomunicaes devem garantir um escoamento fcil de todas as perturbaes a nvel elctrico e radioelctrico. De uma forma abrangente devem ser seguidas as indicaes constantes das Normas Europeias aplicveis, nomeadamente as constantes da EN50310 (aplicao de terras equipotenciais com equipamentos de tecnologia de informao) e as previstas nas Regras Tcnicas das Instalaes Elctricas de Baixa Tenso (RTIEBT), aprovadas pela Portaria n 949-A/2006 de 11 de Setembro, as quais estabelecem alguns conceitos e critrios para a definio das redes de terras de proteco e de equipotencializao das instalaes elctricas em edifcios, com vista proteco das pessoas contra contactos indirectos. As condies a seguir referidas devem ser consideradas como recomendaes mnimas, sem prejuzo da adopo de outras solues tecnicamente mais evoludas. Nessas Regras so estabelecidas condies que conduzem definio de critrios para ligao terra de outro tipo de instalaes, como o caso das instalaes de equipamentos informticos. Indirectamente, podem estabelecer-se critrios para a ligao terra das Instalaes de Telecomunicaes. As ITUR devem estar protegidas contra perturbaes provocadas por descargas elctricas atmosfricas, assim como contra a influncia electromagntica das linhas de transporte de energia de alta e baixa tenso, que podem provocar o aparecimento de potenciais estranhos, quer por contacto directo, quer por induo. A proteco conseguida com a colocao de rgos de proteco, tambm objecto de referncia nas RTIEBT, e o modo de ligao terra dos descarregadores de sobretenso, que tm como objectivo interromper o circuito e escoar para a terra as correntes provocadas pelas descargas elctricas. De acordo com a seco 413 das RTIEBT, a proteco de pessoas contra contactos indirectos assegurada pela ligao terra de todas as massas metlicas normalmente sem tenso, embora associada utilizao de aparelhos de corte automtico sensveis corrente diferencial residual, instalados nos quadros. A ligao das massas terra deve ser efectuada pelo condutor de proteco includo em todas as canalizaes e ligado ao circuito geral de terras atravs dos quadros. Os condutores de proteco sero sempre de cor verde/amarelo, do tipo dos condutores activos e de seco igual dos condutores de neutro. Ser ainda de evidenciar que as Regras Tcnicas, na seco 707, tambm apresentam critrios para a ligao terra dos equipamentos de tratamento da informao com as instalaes fixas dos edifcios. De algum modo estes critrios podem ser condicionantes para a ligao terra dos equipamentos de telecomunicaes. Estas regras aplicam-se s instalaes situadas a jusante do ponto de ligao do equipamento, podendo, tambm, aplicar-se a instalaes que no sejam de tratamento da informao desde que tenham correntes de fuga de valor elevado (estas, ao circularem nos condutores de proteco e nos elctrodos de terra, podem ocasionar aquecimentos excessivos, degradaes locais ou perturbaes) em consequncia do cumprimento das regras de antiparasitagem (por exemplo, os equipamentos de telecomunicaes).

pg. 78

As RT 707.545 apresentam tambm critrios para terras sem rudo. Consideram nomeadamente que uma terra sem rudo uma ligao terra na qual o nvel das interferncias transmitidas a partir de fontes externas no causa defeitos de funcionamento inaceitveis no equipamento de tratamento da informao ou em equipamento anlogo. A ligao entre os condutores e a terra efectuada atravs dos designados elctrodos de terra. Quanto s propriedades elctricas de uma ligao terra, dependem essencialmente dos seguintes parmetros: Impedncia da terra; Configurao do elctrodo de terra. Em circuitos de corrente alternada, deve ser considerada a impedncia de terra, que a impedncia entre o sistema de terras e a terra de referncia para uma determinada frequncia de funcionamento. A reactncia do sistema de terras a reactncia do condutor de terra e as partes metlicas do elctrodo de terra. A baixas frequncias esta reactncia desprezvel quando comparada com a resistncia de terra. A resistncia de terra depende da profundidade a que o elctrodo se encontrada enterrado. Este fenmeno deve-se ao facto do contedo da humidade do terreno ser mais estvel, e em maior quantidade, nas camadas mais profundas do terreno. As camadas mais prximas da superfcie so mais sensveis s variaes das estaes do ano e podem inclusive sofrer a influncia das geadas. Ligao terra dos descarregadores de sobretenso das instalaes telefnicas Nas Regras Tcnicas - Anexo V, apresentam-se os critrios para a ligao entre os descarregadores de sobretenso das instalaes telefnicas e s instalaes fixas dos edifcios. Desse anexo transcrevemos alguns trechos que nos parecem mais significativos:Os descarregadores de sobretenso das instalaes telefnicas podem ser ligados aos elctrodos de terra das massas das instalaes elctricas desde que sejam respeitadas simultaneamente as seguintes condies: a) A resistncia do elctrodo seja compatvel com as condies exigidas para a ligao terra dos descarregadores de sobretenso das instalaes telefnicas. b) O condutor de ligao terra dos descarregadores de sobretenso das instalaes telefnicas seja ligado directamente ao terminal principal de terra do edifcio por meio de um condutor que no seja identificado pela cor verde-amarela. Se as caractersticas e as disposies do elctrodo de terras das massas da instalao elctrica no forem adequadas s correntes resultantes de uma descarga atmosfrica, deve ser utilizado um elctrodo de terra especial para os descarregadores de sobretenso das instalaes telefnicas, como pode ser o caso dos elctrodos que no sejam anis de fundao dos edifcios. Os dois elctrodos de terra devem, neste caso, ser interligados por um condutor de equipotencialidade de seco no inferior a 6 mm2, se de cobre, ou de seco equivalente, se de outro material, identificado como condutor de proteco pela cor verde - amarela.

Em sntese, pode afirmar-se que as implicaes das Regras Tcnicas das Instalaes Elctricas de Baixa Tenso so as seguintes: 1 - Todos os sistemas e equipamentos de telecomunicaes, desde que com componentes metlicos (normalmente sem tenso), devem estar devidamente ligados ao elctrodo de terras de fundaes do edifcio; 2 - Cada um dos sistemas, tais como pra-raios, devem estar ligados terra com elctrodo dedicado mas equipotencializados com a terra geral do edifcio;pg. 79

3 - Toda a estrutura metlica (vigas, perfis, etc.), constitutivas do edifcio, devem estar equipotencializadas com a terra; 4 - Os equipamentos de telecomunicaes devem ser ligados terra geral do edifcio, que todavia estaro equipotencializadas com a terra.

5.2

PROTECO DAS INSTALAES

As ITUR tero obrigatoriamente um sistema de terras de proteco, de acordo com a regulamentao em vigor, que incluir todos os armrios, dispositivos activos e passivos, e sistemas de antenas, os quais devem ser dimensionados e calculados, constando do projecto. Numa infra-estrutura de telecomunicaes de urbanizao, deve existir um sistema de terras de urbanizao, em que todos os sistemas de terra independentes de cada edifcio podero encontrar-se interligados entre si, provocando entre eles pequenas diferenas de potencial, que podem ser solucionadas com um isolamento galvnico, segundo o estipulado na norma EN 60728-11:2005 (correspondncia IEC 60728-11). Devem ainda ser estudadas, projectadas e seguidas outras solues, presentes na norma anterior, que garantam a proteco das instalaes de telecomunicaes. Ser ainda importante acrescentar que as malhas de terra dos cabos devem estar ligadas ao sistema de terras implementado, favorecendo o escoamento de correntes parasitas de fuga, para a terra. Os sistemas de distribuio devem sempre ser projectados e construdos de maneira a que no existam tenses prejudiciais ou perigosas na parte condutora externa de qualquer cabo ou em partes metlicas externas de qualquer equipamento mesmo que seja passivo, devendo ser seguidas tambm as directrizes CEM para instalao IEC/TR 61000-5-2:1997 e a IEC 60364-554:2002 (diferentes sistemas de terras em instalaes elctricas de edifcios). As recomendaes para a instalao de cabos e dispositivos, com ligao terra, que esto previstas na directriz