08 - tecnologia de aplicação de herbicidas

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08 - Tecnologia de Aplicação de Herbicidas

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  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    Captulo 8 TECNOLOGIA DE APLICAO DE HERBICIDAS

    Lino Roberto Ferreira, Francisco Affonso Ferreira e Aroldo Ferreira Lopes Machado

    1. INTRODUO

    A utilizao incorreta de defensivos agrcolas seja pela super ou subdosagem, poca

    inadequada, condies adversas associada ao desconhecimento dos recursos do equipamento

    aplicador e suas limitaes so fatores que contribuem para reduo da eficincia dos produtos,

    alm de aumentar a intoxicao humana e contaminao ambiental.

    Um produto qumico, para ter ao eficiente, necessita ser distribudo da maneira mais

    uniforme possvel sobre o alvo a ser atingido, com menor perda possvel. Essa distribuio ser

    tanto melhor quanto mais adequado forem o equipamento e a tcnica empregada. Nesse sentido,

    a tecnologia de aplicao de defensivos agrcolas consiste no emprego de todos os

    conhecimentos cientficos (Figura 1) que proporcionem a colocao correta do produto

    biologicamente ativo no alvo, em quantidade necessria, de forma econmica, com o mnimo de

    contaminao ambiental (MATUO et al., 2001).

    Fonte: Adaptado de Matheus (1979).

    Figura 1 - Natureza multidisciplinar da aplicao de produtos fitossanitrios.

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 282

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    O crescente aumento do custo de mo-de-obra e de energia e a preocupao cada vez

    maior em relao poluio ambiental tm ressaltado a necessidade de tecnologia mais acurada

    para aplicao do produto qumico no alvo. Para isso, so necessrios procedimentos e

    equipamentos mais adequados maior proteo ao trabalhador e ao ambiente.

    2. ALVO BIOLGICO E EFICINCIA

    O defensivo agrcola deve exercer a sua ao sobre determinado organismo que se deseja

    controlar. Portanto, o alvo a ser atingido esse organismo, seja ele planta daninha, fungo ou

    bactria. Em funo do tipo desse alvo (sua forma, tamanho, posio etc.), a pulverizao dever

    ter caractersticas especficas para melhor atingi-lo. Dessa forma, a aplicao de herbicida em

    pr-emergncia mais fcil de ser realizada, quando comparada com a de um inseticida de

    contato, quando o inseto a ser controlado fica na epiderme abaxial das folhas. Por sua vez, a

    praga pode estar disponvel ou exposta em tempo relativamente curto ou em locais diferentes

    durante o processo. O conhecimento do ciclo evolutivo da praga e tambm da planta cultivada

    um aspecto importante para se definir melhor o momento de controle.

    O alvo real tem que ser definido em termos de tempo e de espao, de maneira a aumentar

    a porcentagem de produto que o atinge em relao que foi emitida pelo equipamento de

    aplicao. Qualquer quantidade de produto aplicado, que no atinge o alvo, no ter qualquer

    eficcia e estar representando uma forma de perda e poluio ambiental.

    No caso especfico deste captulo, os defensivos agrcolas a serem considerados sero

    apenas os herbicidas, e os alvos a sero as plantas daninhas. Considerando os herbicidas

    aplicados em ps-emergncia, o alvo sero as folhas ou os caules das plantas daninhas. Para os

    produtos aplicados em pr-emergncia o alvo tambm ser as plantas daninhas, porm, antes, o

    herbicida tem de atingir o solo para depois chegar s plantas daninhas (sementes, razes,

    caulculos etc.) Percebe-se que, tanto na aplicao em ps quanto em pr-emergncia, boa parte

    dos herbicidas no atinge o alvo correto. Segundo Himel (1974), em mdia, 30% do produto

    aplicado na folha atinge o solo no momento da aplicao. Uma outra parte da pulverizao

    emitida pela mquina pode no chegar ao alvo, podendo ser arrastada pelo vento (deriva) ou pela

    evaporao do diluente da calda, deixando o princpio ativo em suspenso no ar. Considera-se

    que em condies normais de aplicao (temperatura, umidade relativa e vento) as gotas com

    dimetro menores que 100 m so perdidas por evaporao e deriva. Portanto, fcil prever a

    quantidade do produto que pode ser perdida em uma aplicao, bastando conhecer as

    caractersticas da pulverizao produzida pelas pontas de pulverizao e as condies

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 283

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    ambientais. Esse o ndice normalmente utilizado como potencial de risco de deriva (que

    envolve tambm as perdas por evaporao), isto , a porcentagem do volume pulverizado que

    est contido em gotas com dimetros menores que 100 m. O conhecimento dessas informaes

    pode auxiliar o tcnico na escolha adequada da ponta de pulverizao.

    O alvo um local eleito para ser atingido, direta ou indiretamente, pelo processo de

    aplicao. Diretamente, quando se coloca o produto em contato com o alvo no momento da

    aplicao, e indiretamente, pelo processo de redistribuio. Essa redistribuio poder se dar por

    meio da translocao sistmica ou pelo deslocamento superficial do depsito inicial do produto.

    Eficincia de aplicao a relao entre a dose teoricamente requerida para o controle e

    aquela efetivamente empregada, sendo geralmente expressa em porcentagem.

    E = (dt/dr)100

    em que E = eficincia de aplicao (%); dt = dose terica requerida; e dr = dose realmente

    empregada.

    Quando o alvo de grande dimenso e quando a coleta do produto qumico for favorvel,

    essa eficincia pode ser relativamente alta. Por exemplo, essa eficincia depende se o herbicida

    aplicado em pr ou ps-emergncia, variando com o tipo de solo, o tamanho das plantas

    daninhas, a arquitetura da morfologia foliar (ALBERT et al., 2002) e cerosidade das folhas

    (MONQUEIRO et al., 2004, 2005; FERREIRA et al., 2005), as condies climticas, a forma de

    distribuio das plantas daninhas no campo, alm de outros fatores. Na aplicao do herbicida

    em pr-emergncia a eficincia muito menor, porque, antes de ser absorvido pelas plantas

    daninhas, ele pode ser adsorvido pelos , lixiviado, volatilizado ou degradado ou,

    at mesmo, absorvido pelas culturas. E pode chegar a valores ainda muito mais

    baixos, no caso de no se conhecer

    distribuio na rea.

    A melhoria nessa eficincia pod

    seus mais variados aspectos. O melho

    aplicao , sem dvida, um dos pontos

    3. MTODOS DE APLICA

    Os mtodos de aplicao podem

    dependendo do estado fsico do materi

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO284colides do solo

    ssa eficincia bem as espcies daninhas presentes e, tambm, a sua

    er ser alcanada por meio da evoluo no processo, nos

    r treinamento do homem que opera o equipamento de

    mais importantes.

    O DE DEFENSIVOS

    ser agrupados em aplicao via slida, lquida e gasosa,

    al a ser aplicado. Dentre essas, a via lquida utilizando a

    DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    gua como diluente, o mtodo mais utilizado. Nela, aplicao feita na forma de gotas

    (pulverizao), podendo em alguns casos tambm ser na forma de filetes lquidos (rega ou

    injeo) ou na forma de gotas muito diminutas, formando neblina (nebulizao).

    3.1. Aplicao via lquida

    A gua o principal diluente ou veculo de aplicao para a via lquida, por ser de fcil

    obteno, de baixo custo e por contar com ampla opo de formulaes compatveis. Entretanto,

    a gua apresenta duas limitaes: alta tenso superficial e alta presso de vapor (MATUO et al.,

    2001), fazendo com que haja diminuio do volume da gota produzida.

    A alta tenso superficial faz com que uma gota depositada numa superfcie permanea na

    forma esfrica, fazendo com que tenha pouca superfcie de contato. Para corrigir esse problema,

    basta adicionar nela algum agente tensoativo (surfatante), que lhe diminua a tenso superficial.

    Com isso, a gota se espalha facilmente na superfcie, molhando maior rea. Alguns adjuvantes

    integrantes da formulao como os molhantes, emulsionantes, etc. so agentes tensoativos;

    portanto, a simples presena deles na formulao pode ser suficiente para diminuir a tenso

    superficial da gua at os nveis desejados. Outras vezes, no momento da aplicao de alguns

    herbicidas, necessrio adicionar surfatante ou leo mineral, para melhorar a cobertura foliar. A

    molhabilidade da folha das plantas daninhas tambm depende da sua cerosidade, que varia

    conforme a espcie e tambm com as condies ambientais (TUFFI SANTOS et al., 2004).

    A intensidade de evaporao depende de vrios fatores, dos quais os mais importantes

    so: a evaporao de lquidos no-volteis ou proporo de partculas slidas existente na

    mistura; temperatura, umidade do ar e velocidade do vento; tamanho da gota; e tempo que esta

    permanece no ar. medida que a gua vai evaporando, as gotas diminuem de tamanho e peso,

    reduzindo assim a possibilidade de impactar o alvo. Gotas de mesmo tamanho podem ter

    comportamentos distintos, em diferentes condies ambientais. Portanto, a observao das

    condies ambientais muito importante para uma aplicao correta.

    O tempo de vida de uma gota depende do seu tamanho e das condies ambientais

    (Quadro 1), conforme pode ser observado na frmula:

    T = d2/80 T

    em que t = tempo de vida da gota (seg); d = dimetro da gota (m); e T = diferena

    de temperatura (oC) entre os termmetros de bulbo seco e bulbo mido de psicrmetro

    (MATUO et al., 2001).

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 285

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    Segundo Johstone e Johstone (1977), as condies limites para aplicaes com aeronaves

    so: a) Aplicaes com volumes de calda de 20 a 50 L ha-1, usando gotas de 200 a 500 m,

    devem ser interrompidas quando a diferena de temperatura entre os termmetro de bulbo seco e

    de bulbo mido exceder 8 oC ou quando a temperatura exceder 36 oC.

    b) Aplicaes com volumes de calda de 10 a 15 L ha-1, usando gotas de 150 a 170 m,

    devem ser interrompidas quando a diferena de temperatura entre os termmetros de bulbo seco

    e de bulbo mido exceder 4,5 oC ou quando a temperatura exceder 32 oC.

    Quadro 1 - Tempo de vida e distncia percorrida pela gota de gua na queda, em duas condies de

    temperatura e umidade relativa

    Condio Condio 1 Condio 2

    Temperatura (oC)

    T(oC)

    Umidade relativa (%)

    20

    2,2

    80

    30

    7,7

    50

    Dimetro inicial (m) Tempo at extino

    (seg)

    Distncia da queda

    (m)

    Tempo at extino

    (seg)

    Distncia da queda

    (m)

    50 14 0,127 4 0,032

    100 57 6,7 16 1,8

    200 227 81,7 65 21

    Fonte: Adaptado de Matuo et al. (2001).

    Essa alta capacidade de evaporao da gua limita a utilizao de gotas muito pequenas,

    principalmente nos climas tropicais. Para boa cobertura do alvo e emprego de pequenos volumes

    de aplicao (abaixo de 50 L ha-), necessrio controlar a evaporao da gua ou, ento, utilizar

    outro diluente que no seja voltil, como, por exemplo, o leo mineral agrcola.

    Nas condies noturnas, a umidade relativa elevada e a evaporao drasticamente

    reduzida, o que permite a utilizao de gotas menores. Vrios herbicidas podem ser aplicados

    noite, porm outros no apresentam a mesma eficcia que nas aplicaes diurnas.

    Segundo Matthews (1979), existem cinco categorias de volume de aplicao para culturas

    de campo: alto volume (maior que 600 L ha-, pulverizao acima da capacidade mxima de

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 286

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    reteno das folhas, ocorre escorrimento); volume mdio (200 600 L ha-); volume baixo (50

    200 L ha-); volume muito baixo (5 50 L ha-); e volume ultrabaixo (< 5 L ha-). No caso da

    aplicao com alto volume, a dose dada por concentrao do produto na calda (g 100 L-). Nos

    demais casos, a dose recomendada em L ou kg ha-.

    A tendncia atual a utilizao de menor volume de calda, devido ao alto custo do

    transporte de gua ao campo e perda de tempo representada pelas constantes paradas para

    reabastecimento do pulverizador, visando diminuir o custo e aumentar a rapidez do tratamento.

    Tambm o menor volume de calda importante quando a qualidade da gua no boa em razo

    da presena de sais minerais, especialmente Ca++ e Mg++ (SILVA et al., 2005). Isso tem sido

    possvel devido evoluo na qualidade das pontas de pulverizao. Para um mesmo volume de

    calda aplicado, existem pontas que produzem diferentes tamanhos de gotas, o que permite

    escolher o tipo de ponta em funo da cobertura do alvo desejada e das condies ambientais no

    momento da aplicao.

    3.2. Cobertura do alvo

    A cobertura do alvo pode ser calculada pela frmula proposta por Courshee (1967):

    C = 15(VRK2)/AD

    em que C = cobertura (% da rea); V = volume aplicado (L ha-); R = taxa de recuperao (% do

    volume aplicado captado pelo alvo); K = fator de espalhamento de gotas; A = superfcie vegetal

    existente no hectare; e D = dimetro de gotas.

    Em aplicaes com alto volume se consegue elevada cobertura mesmo com gotas

    grandes, porm aumenta a probabilidade de 0perdas por escorrimento.

    O aumento da taxa de recuperao (R) obtido utilizando tamanho de gotas mais

    eficientemente coletadas pelo alvo. Gotas carregadas eletricamente induzem na superfcie foliar

    carga eltrica de sinal contrrio e so atradas eletrostaticamente, aumentando bastante a taxa de

    recuperao pelas folhas.

    O aumento do fator de espalhamento de gotas (K) pode ser conseguido com adio de

    agentes tensoativos, que diminuem a tenso superficial, permitindo melhor espalhamento da

    gota.

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 287

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    O aumento da rea foliar implica reduo da cobertura, se os demais fatores permane-

    cerem constantes. Em reas foliares grandes, recomenda-se aumentar o volume pulverizado para

    se obter boa cobertura, no caso da aplicao de herbicidas de contato.

    O tamanho da gota tambm fator importantssimo; gotas menores proporcionam maior

    cobertura (Figura 2), porm tambm apresentam tempo de vida menor e maior capacidade de

    deriva. Assim, o tamanho ideal das gotas depende das condies ambientais (vento, umidade

    relativa e temperatura) e da cobertura desejada e ser definido como aquele que seja pequeno o

    suficiente para produzir boa cobertura e grande o necessrio para provocar menor perda por

    deriva e evaporao. Por outro lado, a cobertura desejada depende do tipo de herbicida a ser

    aplicado: sistmico ou de contato.

    Volume 2X 32 gotas/cm2

    Volume 2X 76 gotas/cm2

    Volume 2X 258 gotas/cm2

    DMV= 400 m DMV= 300 mDMV= 200 m

    Figura 2 - Cobertura do alvo em funo do tamanho de gotas.

    Para se expressar numericamente o tamanho e a uniformidade das gotas, so utilizados

    quatro parmetros:

    a) Dimetro Mediano Volumtrico (DMV) mediana do volume das gotas. o volume

    da gota que divide o volume pulverizado em duas metades iguais (Figura 3). O valor do DMV

    est situado mais prximo das classes superiores do dimetro, pois o volume de poucas gotas

    grandes equivale ao de muitas gotas pequenas.

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 288

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    Figura 3 - Dimetro mediano volumtrico DMV.

    b) Dimetro Mediano Numrico (DMN) mediana do nmero de gotas. o dimetro que

    divide o nmero de gotas em duas pores iguais (Figura 4).

    Metade do Nmero

    Figura 4 - Dimetro mediano numrico DMN.

    c) Coeficiente de disperso (r) refere-se relao entre DMV e DMN.

    r = DMV/DMN

    O coeficiente de disperso expressa a uniformidade do conjunto de gotas. Se o valor de r

    for igual a 1, indica que todas as gotas tm o mesmo dimetro e o conjunto rigorosamente

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 289

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    homogneo. Quanto mais o valor de r se afastar de 1, maior a heterogeneidade das gotas. Na

    prtica, considera-se que, quando r < 1,4, o conjunto de gotas homogneo.

    d) Amplitude de disperso (Span) uma outra forma de expressar a uniformidade das

    gotas; segundo Matuo et al. (2001), mais empregado nos dias atuais. dado pela frmula:

    s = (V90 V10)/V50

    em que V10 = dimetro da gota abaixo do qual os volumes acumulados totalizam 10% do

    volume; V90 = dimetro da gota abaixo do qual os volumes acumulados totalizam 90% do

    volume; e V50 = valor do DMV. Assim, quanto menor o valor da amplitude (prximo de zero),

    mais uniforme o conjunto das gotas na amostra, e vice-versa.

    3.2.1. Classificao do tamanho de gotas

    Existem duas classificaes de tamanhos de gotas: uma realizada pelo Conselho Britnico

    de Proteo de Culturas (British Crop Protection Council - BCPC) e outra pela Associao dos

    Engenheiros Agrcolas Americanos (ASAE). Esta ltima, mais simples e prtica, tem sido

    utilizada por vrios fabricantes de bicos para descrever os diferentes tamanhos de gotas de

    pulverizao e facilitar a escolha certa do tipo de ponta por parte do usurio. Algumas empresas

    fabricantes de defensivos introduziram a classificao da ASAE de recomendao de classe de

    tamanho de gotas a serem produzidas em seus rtulos. No Quadro 2 encontram-se as classes de

    tamanho de gotas proposta pela ASAE e os respectivos cdigos de cores.

    Quadro 2 - Classes de gotas propostas segundo norma da ASAE e suas aplicaes na pulverizao

    agrcola

    Categoria Cor DMV (m)

    Aproximado

    Risco de Deriva /

    evaporao Aplicaes Agrcolas

    Muito Fina Vermelho < 100 Muito alto No recomendado

    Fina Laranja 100 175 Muito alto Fungicida de contato

    Mdia Amarelo 175 250 Alto Inseticidas e herbicidas de contato

    Grossa Azul 250 375 Mdio Herbicidas sistmicos e pr-emergentes

    Muito Grossa Verde 375 450 Baixo Herbicidas sistmicos e pr-emergentes

    Extrem. Grossa Branco >450 Baixo Herbicidas sistmicos e pr-emergentes

    Fonte: TeeJet Spray Products.

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 290

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    H algumas diferenas fundamentais entre as classificaes BCPC e ASAE. Ambos

    fornecem um cdigo de cores e uma letra para indicar o tamanho das gotas. No entanto, o foco

    da norma BCPC, desenvolvida por Doble et al. (1985), foi baseado na pulverizao necessria

    para maior eficcia dos produtos fitossanitrios, determinada por onde a maioria do espectro de

    gota depositada.

    A norma ASAE tem como foco o potencial de deriva, com a eficincia sendo um

    conceito secundrio. Essa norma estabelece o limite de uma classe como a curva do dimetro

    acumulado da ponta de referncia mais o desvio-padro; o BCPC no considera o desvio-padro.

    Com isso, como resultados gerais, as pontas tendem a ser classificadas como (gotas) mais finas

    na norma ASAE.

    3.3. Qualidade de distribuio da pulverizao

    Um defensivo agrcola, para apresentar boa eficincia, deve ser depositado no alvo na

    quantidade correta, com o tamanho de gota que produza menores perdas por deriva e

    evaporao, desde que a eficincia biolgica seja mantida. Alm disso, deve-se distribuir o

    produto o mais uniformemente na faixa tratada.

    Um dos fatores mais dominantes que podem influenciar drasticamente a eficincia de um

    herbicida ou qualquer outro defensivo agrcola a distribuio da pulverizao. A uniformidade de

    distribuio da pulverizao, ao longo da barra ou faixa de aplicao, um componente essencial

    para atingir a mxima eficincia do produto com um mnimo de custo e de contaminao fora do

    alvo. Os principais fatores que afetam a distribuio da calda pulverizada so:

    a) Bicos - tipo, presso, espaamento, ngulo de pulverizao, ngulo de desvio,

    qualidade do perfil de pulverizao, desgaste, entupimento, e vazo. De modo geral, os de jato

    cnico cheio produzem as maiores gotas, seguidos pelos bicos de jato plano e pelo de jato cnico

    vazio. Mesmo dentro de uma mesma forma de jato como os de jato plano diferentes tipos de

    bico podem produzir pulverizaes com diferentes tamanhos de gotas. Por exemplo, os bicos de

    jato plano 11003, das sries TR Hypro, LD Hypro e Turbo Teejet, na mesma presso de trabalho,

    embora com a mesma vazo, produzem gotas com tamanhos diferentes.

    Em relao vazo do bico, esta apresenta relao direta com o tamanho de gota. Bicos

    que apresentam vazes maiores na mesma presso de trabalho produzem gotas maiores.

    Por exemplo, os bicos de jato plano TR 11004, na presso de 28,44 lb pol-2, com vazo de

    1,29 L min-1 produzem gotas maiores que os bicos TR 11002 na mesma presso, porm com

    vazo de 0,65 L min-1.

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 291

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    No caso de presso, a relao inversa ao tamanho de gotas. Um aumento na presso

    reduzir o tamanho, enquanto a reduo na presso aumentar o tamanho das gotas. Por exemplo, a

    ponta TT 11003, na presso de 20 lb pol-2, produz gotas maiores que a presso de 60 lb pol-2.

    Em relao ao ngulo do jato emitido pelo bico, existe uma relao inversa ao tamanho

    de gotas. Bicos com a mesma vazo, na mesma presso, porm com ngulos maiores, produzem

    gotas menores. Por exemplo, o bico TR 8003, a 30 lb pol-2, produz gotas maiores que o bico TR

    11003, na mesma presso, ambos com a mesma vazo.

    b) Barra - altura (barra acima da altura recomendada propicia deriva e, abaixo, no

    permite uniformidade no padro de deposio, ficando pontos com excesso de gotas e outros

    com falta), estabilidade da barra (movimento vertical inclinao e movimento lateral

    guinada).

    c) Perdas de presso.

    d) Filtros obstrudos.

    e) Problemas de tubulao influenciando a turbulncia do lquido.

    f) Condies ambientais - velocidade e direo do vento.

    g) Velocidade do pulverizador e a turbulncia resultante.

    Quando se pretende fazer observaes sobre gotas, a primeira providncia coletar uma

    amostra destas. Para isso, deve se ter uma superfcie suscetvel de ser marcada pelas gotas seja

    por meio de manchas, crateras ou fenmeno visvel.

    A superfcie-padro para a coleta de gotas a lmina de microscpio revestida por uma

    camada de xido de magnsio. Essa lmina analisada ao microscpio, determinando-se o

    tamanho das gotas. Essa tcnica muito trabalhosa. Entretanto, para observaes qualitativas,

    podem-se empregar tiras de papel sensvel gua, que provocam manchas azuis quando em

    contato com a gota de gua. Outra forma de menor custo colocar um corante na calda (xadrez

    para paredes) e pulverizar sobre tiras de papel comum, cartolina ou papel fotogrfico. Se desejar

    efetuar comparaes, importante padronizar o papel e, se possvel, usar papel de melhor

    qualidade (papel fotogrfico). A gota, ao atingir o papel, ir provocar uma mancha, que maior

    que a gota que lhe deu origem, devido ao espalhamento; por isso, essa tcnica permite apenas

    avaliaes comparativas. Para se conhecer o fator de espalhamento, necessrio determinar o

    tamanho exato da gota, que s possvel em laboratrio equipado para tal. Recentemente, foi

    desenvolvido um programa para computador (e-Sprinkle) que, por meio de tcnicas de

    Processamento de Imagens, analisa a deposio de gotas em papis sensveis gua e ao leo ou

    em placas de Petri com leo denso, calculando todos os parmetros para estudo de gotas (DMV,

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 292

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    DMN, densidade de gotas cm-2, amplitude relativa, coeficiente de variao, taxa de aplicao

    (L ha-), potencial de deriva e grficos de deposio de gotas).

    Outra tcnica bastante interessante utilizao de corantes fluorescentes adicionados

    calda. Esses corantes podem ser tintas cintilantes, normalmente vendidas em casa de material

    para artesanato. Parte das folhas pulverizadas levada a uma cmara escura provida de luz negra

    (ultravioleta); nesse caso, o pigmento brilhar intensamente e mostrar os locais onde as gotas se

    depositaram.

    A determinao do tamanho das gotas fundamental para se enquadrar a pulverizao

    dentro das classes: muito fina, fina, mdia, grossa e muito grossa (Quadro 3), proposta pela FAO

    (1997, citado por MATUO et al., 2001). Considerando que pode haver diferenas no tamanho de

    gotas, dependendo do mtodo utilizado (difrao dos raios laser, anlise de imagem etc.), por se

    basearem em princpios diferentes, a FAO, numa reunio de especialistas em 1997, decidiu

    adotar o sistema britnico para determinao de tamanho de gotas.

    Quadro 3 - Classificao da pulverizao segundo bicos de referncia

    Designao Bico de referncia para separao entre classes

    Pulverizao muito grossa

    Pulverizao grossa F80/2.92/2.5 (8008 a 35 psi)

    Pulverizao mdia F110/1.96/2.0 ( 11006 a 28 psi)

    Pulverizao fina F110/1.20/3.0 (11003 a 42 psi)

    Pulverizao muito fina F110/0.48/4.5 (11001 a 63 psi)

    Fonte: FAO, 1997, citado por Matuo et al. (20001).

    No Quadro 4, observa-se que o tipo de pulverizao influenciado pela presso de

    trabalho. Presses menores proporcionam pulverizaes mais grossas para um mesmo bico,

    enquanto presses maiores proporcionam pulverizaes mais finas.

    Em relao ao espaamento dos bicos na barra de pulverizao, a presso exerce

    influncia direta, pois influencia o ngulo do jato. Como exemplo, tem-se a ponta TT 11002, na

    qual a variao da presso de 14,22 a 56,88 lb pol-2 permite variar o espaamento entre bicos na

    barra de pulverizao de 50 a 120 cm, reduzindo o volume de calda sem comprometer o padro

    de distribuio das gotas (FREITAS et al., 2005).

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 293

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    Quadro 4 - Classificao da pulverizao, segundo tamanho de gotas, em extremamente grossa

    (branco), muito grossa (verde), grossa (azul), mdia (amarelo), fina (laranja) e

    muito fina (vermelho) para pontas de jato plano Turbo Teejet (TT), em diferentes

    presses, segundo normas da ASAE

    Presso lb pol-2Ponta 14,22 21,33 28,44 35,55 42,66 49,77 56,88 63,99 71,1 78,28 85,32

    TT 11001 0,22 0,27 0,31 0,35 0,39 0,42 0,44 0,47 0,50 0,52 0,54TT 110015 0,34 0,42 0,48 0,54 0,59 0,64 0,68 0,73 0,76 0,80 0,84 TT 11002 0,46 0,56 0,64 0,72 0,79 0,85 0,91 0,97 1,02 1,07 1,12 TT 11003 0,68 0,84 0,97 1,08 1,18 1,28 1,37 1,45 1,53 1,60 1,67 TT 11004 0,91 1,12 1,29 1,44 1,58 1,71 1,82 1,93 2,04 2,14 2,23 TT 11005 1,14 1,40 1,61 1,80 1,97 2,13 2,28 2,42 2,55 2,67 2,79 TT 11006 1,37 1,67 1,93 2,16 2,37 2,56 2,73 2,90 3,06 3,21 3,35 TT 11008 1,82 2,23 2,58 2,88 3,16 3,41 3,65 3,87 4,08 4,28 4,47

    Fonte: Adaptado de Spraying Systems CO. (1999).

    3.4. Deriva Causas e controle

    Na aplicao de defensivos agrcolas, a deriva de pulverizao o termo usado para

    aquelas gotas que no foram depositadas na rea-alvo. Estas gotas provavelmente so muito

    pequenas, com dimetro menor que 100 m, e facilmente movidas para fora do alvo pela ao do

    vento, associado s outras condies climticas.

    A deriva pode causar a deposio de produtos qumicos em reas no desejadas, com

    srias conseqncias como:

    danos nos cultivos sensveis que ficam em reas adjacentes;

    contaminao de reservatrios e cursos de gua e;

    riscos sade de animais e pessoas.

    As causas da deriva so muitas e esto relacionadas com os equipamentos de aplicao,

    as formulaes e as condies meteorolgicas. As principais so:

    a) Tamanho da gota quanto menor a abertura do orifcio do bico e maior presso,

    menores sero as gotas produzidas e, portanto, maior a tendncia de perda por deriva. Gotas

    menores que 100 m so facilmente derivadas.

    b) Altura da ponta de pulverizao medida que aumenta a distncia entre a ponta de

    pulverizao e a rea-alvo, maior ser a influncia da velocidade do vento sobre as gotas e maior

    a tendncia de deriva.

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 294

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    c) Velocidade de operao velocidade mais alta contribui para que as gotas sejam

    arrastadas para trs e levadas pela corrente de vento ascendente, formando um turbilho sobre o

    pulverizador, arrastando as gotas pequenas e aumentando a deriva.

    d) Velocidade do vento o fator de maior impacto entre os fatores meteorolgicos. A

    deriva aumenta linearmente com a velocidade do vento. No entanto, no de interesse a ausncia

    de vento no momento da aplicao.

    e) Temperatura e umidade do ar temperaturas ambientes acima de 25 oC e baixa

    umidade relativa tornam as gotas pequenas propensas deriva e volatilizao. Por isso, em

    condies de temperatura muito alta deve-se aumentar o tamanho da gota ou suspender a

    aplicao, para evitar grandes perdas por deriva e, ou volatilizao. Por exemplo, (Quadro 1),

    sob condies normais de umidade e temperatura (20 oC e 80%, respectivamente), uma gota de

    100 m evapora completamente em 50 segundos. Em condies mais quente e seca (30 oC e

    50%, respectivamente), a mesma gota evaporada em 16 segundos. Uma gota de 50 m sob

    condies de baixa umidade e alta temperatura (30 oC e 50%, respectivamente) percorreria

    apenas 15 cm antes de ser evaporada.

    f) Volume de aplicao quando se usa volume de aplicao muito pequeno, geralmente

    utilizam-se gotas pequenas. Nessas condies, deve-se ter ateno especial com a deriva.

    h) Formulao utilizada se esta apresentar alta presso de vapor, devem-se adotar todas

    as medidas possveis para minimizar a volatilizao (ex: aplicar em condies de menor

    temperatura e maior umidade relativa do ar).

    Em alguns pases europeus, foi definido um padro mnimo de gota produzida, em termos

    de DV0,1. Segundo esse critrio, os bicos de pulverizao devem atingir um DV0,1 maior do

    que o valor de um bico XR11002 presso de 35,55 lb pol-2, que de 115 m.

    3.5. Equipamentos e tcnicas para aplicao via lquida

    Os equipamentos para aplicao de lquidos podem ser divididos em injetores,

    pulverizadores e nebulizadores. Os injetores aplicam um filete lquido (sem fragmentao em

    gotas); os pulverizadores, gotas; e os nebulizadores, neblina. A aplicao de herbicidas, na sua

    grande maioria, feita atravs da pulverizao.

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 295

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    3.6. Tipos de pulverizadores

    A classificao mais comum de pulverizadores leva em considerao o tipo de energia

    utilizado no processo de produo de gotas. Eles podem ser:

    a) De energia hidrulica ou de presso so os mais utilizados, devido grande

    facilidade de adaptao dos bicos de pulverizao, proporcionando grande faixa de vazo,

    tamanhos de gotas e formas de jato para diversos tipos de aplicao.

    b) De energia centrfuga nesta categoria se encontram os pulverizadores portteis de

    disco e os avies agrcolas quando operando com bicos rotativos de tela do tipo miconair ou de

    disco tipo aeroturbo.

    c) De energia pneumtica.

    d) De energia trmica.

    e) De energia eltrica.

    Outra maneira de classificar os pulverizadores quanto forma de direcionar as gotas.

    H trs tipos:

    a) Pulverizador de jato lanado quando a prpria inrcia das gotas e a gravidade levam

    em direo ao alvo, como o caso dos costais manuais e os pulverizadores de barras comuns e

    adaptaes destes (Figura 5). A escolha do pulverizador ideal depende tipo de alvo a ser

    pulverizado, do nvel tecnolgico do agricultor, do tamanho e da topografia da rea.

    b) Pulverizadores de jato assistido quando uma corrente de ar criada para levar as

    gotas em direo ao alvo. Como exemplos podem ser citados os turbos pulverizadores utilizados

    em cafeicultura e fruticultura e os equipamentos com barra do tipo Vortex.

    c) Pulverizadores eletrostticos quando as gotas produzidas so carregadas

    eletricamente para ento serem atradas pelas cargas opostas das superfcies das folhas.

    3.5.1. Componentes bsicos dos pulverizadores hidrulicos

    O pulverizador pode ser conceituado como uma mquina aplicadora de defensivos

    agrcolas na forma de gotas, dirigidas ao alvo, em tamanho e densidades controlveis.

    Existe grande variedade de pulverizadores; todavia, quando se comparam os diferentes

    tipos, verifica-se que os princpios de funcionamento so semelhantes. Todos eles apresentam

    em comum trs elementos: tanque, que armazena o lquido a ser pulverizado, uma bomba ou

    um sistema de alimentao por gravidade que ir conduzir o lquido at uma ou mais sadas, que

    so os bicos (pontas de pulverizao), que iro produzir e distribuir as gotas desejadas.

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 296

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    Entre as principais partes dos pulverizadores tratorizados podem ser citadas: depsito,

    agitadores de tanque, registros, filtros, bomba, cmara de compresso, regulador de presso,

    manmetro, registro ou vlvulas direcionais, barra, bicos ou pontas de pulverizao.

    No objetivo deste estudo descrever com detalhes todas as partes de um pulverizador,

    porm ser feito algum comentrio sobre algumas dessas partes.

    A B

    C D

    E F

    Figura 5 - Alguns tipos de pulverizadores utilizados na aplicao de herbicidas: (A) pulverizador costal

    manual; (B) pulverizador adaptado sobre rodas de bicicleta (Ciclojet); (C) pulverizador

    adaptado sobre chassi de carroa (Carroajet); (D) pulverizador adaptado para ser

    transportado no lombo de animal (Burrojet); (E) pulverizador tracionado por trator (barra

    comum); e (F) pulverizador tipo autopropelido.

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 297

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    3.5.1.1. Tanque ou depsito do pulverizador

    No pode conter vazamentos, devendo apresentar boa capacidade de agitao da calda

    (mecnico ou hidrulico), e permitir total esvaziamento da calda.

    3.5.1.2. Agitadores de tanque

    Devem permitir boa agitao para que a calda seja pulverizada em concentrao

    homognea at o final.

    3.5.1.3. Registros

    No devem apresentar vazamentos, a fim de evitar perdas e contaminao ambiental no

    momento da limpeza de filtros ou na manuteno de outras partes do sistema, quando o tanque

    estiver carregado.

    3.5.1.4. Filtros

    Devem ser colocados na boca do tanque, antes da bomba, na linha de pulverizao e nos

    bicos, totalizando de trs a seis filtros por pulverizador. Eles apresentam quatro funes muito

    importantes:

    a) Garantir maior uniformidade nas aplicaes, no permitindo que o entupimento das

    pontas de pulverizaes cause a distribuio desuniforme da calda.

    b) Garantir maior capacidade operacional dos pulverizadores, diminuindo o tempo parado

    para desentupir as pontas de pulverizao, tratando assim maior rea por dia.

    c) Garantir segurana ao trabalhador, no o expondo ao trabalho de desentupir os bicos,

    evitando-se assim o contato direto com a calda, ficando o trabalhador com a funo de apenas

    conduzir o conjunto pulverizador.

    d) Garantir maior durabilidade s pontas pulverizadoras, diminuindo as impurezas e,

    assim, a abraso nos bicos, alm de evitar o uso de material no recomendado, como arame para

    desentupir as pontas.

    As malhas dos filtros devem ser escolhidas em funo da formulao do herbicida a ser

    aplicado. P molhvel e seus derivados (suspenso) devem usar filtros com malha 50. Para as

    formulaes p solveis, soluo-aquosa e concentrados emulsionveis podem ser usadas malhas

    80 ou 100. O modelo e tamanho das pontas de pulverizao tambm influenciam a escolha da

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 298

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    malha do filtro. As pontas de menor vazo exigem filtros mais finos (malha 100) e nas de maior

    vazo as malhas podem ser mais grossas (malha 50). importante seguir as recomendaes dos

    catlogos.

    3.5.1.5. Bomba

    A funo da bomba pressionar a calda, colocando no sistema energia que ser usada

    para fazer a pulverizao. Existem vrios tipos de bombas: de pisto, de diafragma, de roletes, de

    engrenagens e centrfuga. A grande maioria de bombas comercializadas no Brasil ainda de

    pisto, embora a bomba centrfuga esteja sendo muito utilizada nos autopropelidos. As bombas

    de pisto tm sua capacidade de deslocamento diretamente ligada sua rotao e esto

    projetadas para trabalhar entre 450 e 540 rpm. No Brasil, a capacidade nominal de uma bomba

    pisto medida a 540 rpm; assim, uma bomba especificada para 40 L min-1 se estiver a 450 rpm

    desloca apenas 33,3 L min-1. Esse clculo feito por regra de trs simples.

    Dessa forma, ao regular um pulverizador para aplicao de herbicida, deve-se somar a

    vazo individual dos bicos e observar se a bomba capaz de deslocar volume suficiente para

    atender a demanda dos bicos. Tecnicamente, no recomendado usar mais de 60% do volume

    real deslocado; o restante, muitas vezes, tem de ser usado para agitao da calda no tanque.

    3.5.1.6. Cmara de compensao

    Tem a funo de eliminar as pulsaes de presso nas bombas de pisto. instalada no

    circuito aps a bomba. Bombas centrfugas ou bombas com mais de trs pistes no necessitam

    da cmara de compresso.

    3.5.1.7. Regulador de presso

    Basicamente, um divisor de volume no qual uma parte da calda vai para os bicos e a

    outra retorna ao tanque. Essa pea contm uma entrada que recebe a calda (lquido) que vem do

    tanque e duas sadas: uma que comunica com os bicos e outra que leva o excesso de calda ao

    tanque. Para variar a proporo do lquido que vai para os bicos e a que retorna ao tanque, basta

    girar um parafuso, o qual comprime uma mola que comanda a passagem para o retorno. Quanto

    mais se comprime essa mola, mais difcil ser o retorno e mais lquido ser enviado aos bicos.

    Como a sada dos bicos pequena, a presso nessa parte do circuito se elevar at que os bicos

    permitam a vazo desejada, por isso chamado de regulador de presso. Os pulverizadores de

    maior capacidade, como autopropelidos, j so equipados com sistemas eletrnicos

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 299

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    computadorizados, onde o regulador de presso tem um sistema que ajusta a presso de acordo

    com o volume pr-programado e a velocidade de operao, com uma vlvula de esfera

    funcionando como estrangulamento ou retorno. Tambm nesses pulverizadores j esto sendo

    instalados controladores de pulverizao que tm gerado ganhos em uniformidade de

    pulverizao, em economia de produtos e aumento da capacidade operacional.

    3.5.1.8. Manmetro

    Tem a funo de medir a energia do sistema para pulverizar (lb pol-2 ou kg cm-2). Os

    manmetros com banho de glicerina tm durabilidade maior, porm no suportam as rduas

    condies de trabalho no campo. Os manmetros devem ser usados apenas no momento da

    calibrao, devendo posteriormente ser desligados ou retirados dos circuitos. Uma boa

    alternativa para prolongar a vida til deste equipamento seria o kit manmetro, que instalado

    no bico no momento da calibrao e depois retirado; alm de ele aumentar a durabilidade do

    manmetro, determina a presso real de sada da calda. Normalmente o manmetro colocado no

    circuito, longe dos bicos, pode indicar presso maior que a real encontrada no bico, pois existem

    perdas de presso por mangueiras, conectores, filtros, cotovelos etc.

    3.5.1.9. Registros ou vlvulas direcionais

    Depois do regulador de presso e manmetro so necessrios registros, para que o

    operador possa comandar (abrir ou fechar) a passagem da calda para os bicos. O nmero de

    registros varia de acordo com o nmero de sees da barra. Ao fechar uma das sees da barra,

    nos comandos mais simples a presso do sistema aumenta, aumentando a vazo dos bicos em

    funcionamento. Esse aumento varivel de 5 a 15%, dependendo do nmero de sees, dos tipos

    de comando da presso de trabalho etc. Esse tipo de problema pode ser evitado usando o sistema

    tipo Masterflow da Jacto, em que para cada seo existe uma vlvula reguladora de retorno da

    seo. Nesse caso, depois de regulado o pulverizador, deve-se fechar cada uma das sees

    individualmente e regular o retorno de cada uma delas, para no alterar a presso total das sees

    que continuam abertas. Esses sistemas podem ser dotados de vlvulas mecnicas ou eltricas; o

    uso desta ltima tem aumentado nos ltimos anos em tratores com cabines, pois da cabine, por

    meio de um painel eltrico, o operador realiza todos os comandos, sem o risco de exposio do

    corpo ao produto pulverizado. Os pulverizados acoplados com GPS so essenciais para a

    agricultura de preciso. Eles utilizam o sistema de navegao baseado em informaes via

    satlite. A barra de luzes direciona com preciso o trabalho do operador, evitando falhas ou que a

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 300

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    mquina passe mais de uma vez no mesmo local. Permite o retorno preciso ao local onde a

    operao for interrompida. excelente ferramenta para a aplicao noturna. Alguns modelos de

    pulverizadores possuem o sistema de injeo direta do herbicida, permitindo a aplicao de mais

    um produto sem mistur-los no tanque do pulverizador. Os herbicidas so injetados diretamente

    na bomba de defensivos, podendo ser dosados ou interrompidos eletronicamente a qualquer

    momento. Essa tecnologia permite aplicar o herbicida de acordo com a infestao e distribuio

    das plantas daninhas no campo. A maioria dos pulverizadores de grande porte (autopropelidos)

    est sendo equipada com GPS e com comandos eletrnicos de pulverizao.

    3.5.1.10. Barra

    O comprimento da barra varia conforme o modelo do pulverizador. Quanto mais com-

    prida, maior a capacidade operacional, embora tambm aumente a oscilao e a heterogeneidade

    da aplicao. Tanto as oscilaes verticais quanto as horizontais influenciam a uniformidade de

    deposio da calda pulverizada. O sistema de barra auto-estvel tem a barra independente da

    estrutura do trator, com molas e amortecedores para absorver os impactos provenientes das

    irregularidades do terreno, e possibilita a construo de barras bastante longas (27 m), sem

    grandes problemas de oscilaes, com sistema de nivelamento individualizado para cada barra,

    mantendo a altura (0,50 a 1,80 m).

    Outro aspecto importante que deve ser levado em considerao na aplicao de

    herbicidas com relao altura da barra. Na altura ideal (Figura 6A), o herbicida distribudo

    uniformemente ao longo da faixa de aplicao. Quando a barra estiver abaixo da altura

    recomendada (Figura 6B) a pulverizao no ser uniforme, podendo ser observadas falhas no

    controle de plantas daninhas, alternando com toxidez nas culturas.

    A B

    Figura 6 - Faixa de deposio do volume pulverizado oriunda de barra na altura correta (A) e abaixo da

    altura recomendada (B).

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 301

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    3.5.1.11. Bicos

    todo o conjunto e suas estruturas de fixao na barra (corpo, capa, ponta, filtro ou

    peneira Figura 7).

    Figura 7 - Componente de um bico de pulverizao.

    A ponta de pulverizao, tambm chamada de bico, o componente responsvel pela

    formao e distribuio das gotas na pulverizao. Segundo Matthews (1979), as pontas podem

    ser classificadas de acordo com aa formas de energia utilizada na formao das gotas: gasosa,

    centrfuga, cintica, trmica, eltrica, hidrulica ou combinada. Dentre esses diferentes tipos de

    pontas de pulverizao as de energia hidrulica ainda so as mais utilizadas para aplicao de

    herbicidas; por isso, apenas estas sero discutidas a seguir.

    Diferentes bicos produzem diferentes tamanhos de gotas (Figura 2), com perfis, ngulos

    de jato (Figura 8) e vazes distintas. Algumas dessas caractersticas so indicadas pelo nmero

    da ponta (Figura 9). Em relao ao ngulo do jato formado pela ponta de pulverizao, a presso

    de trabalho pode aumentar ou diminu-lo, respectivamente, em funo do aumento ou da

    diminuio da presso (Figura 8).

    11002 a 14,22 lb pol-2 11002 a 40 lb pol-2

    Figura 8 - ngulo formado pela ponta de pulverizao em funo da presso de trabalho.

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  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    Tipo de ponta Nome da marca

    VisiFlo Material

    ngulo de abertura do leque A capacidade nominal da

    ponta de 0.4 gales por minuto a 40 lb pol-2

    Figura 9 - Nomenclatura de pontas de pulverizao.

    As pontas de energia hidrulica de pulverizao na agricultura tm trs funes muito

    importantes e suas relaes so:

    a) Determinar a vazo = funo (tamanho do orifcio, presso e caracterstica do lquido).

    b) Distribuio = funo (modelo da ponta, presso e caracterstica do lquido).

    c) Tamanho da gota = funo (modelo da ponta, presso e caracterstica do lquido).

    importante observar que todas as funes da ponta de pulverizao dependem da

    presso, que a fonte de energia para a formao da gota. A unidade internacionalmente usada

    o bar, porm a mais comum libras (lb pol-2).

    Veja a seguir outras unidades e as relaes entre elas:

    1 bar = 14,22 lb pol-2 = 100 kPa = 1,02 kg cm-2

    A vazo de uma ponta de pulverizao depende do tamanho do orifcio de sada, da

    presso de trabalho e da densidade e viscosidade do lquido. Para cada um desses fatores,

    possvel utilizar frmulas e tabelas de correo, a fim de determinar a vazo correta da ponta.

    Entretanto, as variveis mais importantes so a presso e a densidade.

    V1/P1 = V2/P2

    em que, V1 = vazo da ponta 1; V2 = vazo da ponta 2; P1 = presso 1; e P2 = presso 2.

    Assim, para dobrar a vazo de uma ponta, necessrio quadruplicar a presso de

    trabalho.

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  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    A variao da vazo, devido densidade do lquido, pode ser corrigida utilizando-se

    os fatores de converso do Quadro 6. Como as tabelas so calculadas para o uso da gua

    (densidade =1), deve-se fazer a converso quando a densidade da calda for diferente de 1.

    Quadro 6 - Fatores de converso de vazo para lquidos com densidade diferente da gua

    Densidade kg L-1 0,84 0,96 1,00 1,08 1,20 1,28 1,32 1,44 1,68

    Fator de converso 0,92 0,98 1,00 1,04 1,10 1,13 1,15 1,20 1,30

    Fonte: Mattuo et al. (2001).

    Quanto forma do jato e sua distribuio, os bicos hidrulicos se dividem em pontas de

    jato cnico e de jato leque. Os de jato cnico se subdividem em cone cheio e cone vazio, e as

    pontas de jato plano, em pontas de impacto e leque.

    a) Pontas de Jato Cnico

    So de uso comum entre os bicos hidrulicos, sendo as de cone vazio (Figura 10 A) as

    predominantes. A deposio de gotas no cone vazio se concentra somente na periferia do cone;

    no centro do cone praticamente no h gotas. J nos de cone cheio (Figura 10 B), a distribuio

    das gotas atinge tambm o centro da pulverizao. Existem dois modelos de bicos cnicos: os da

    srie X e os da srie D. Os bicos da srie X so pontas de baixa vazo, com gotas muito

    pequenas. Essas pontas tm seu nmero relacionado vazo em gales americanos por minuto,

    trabalhando a 40 lb pol-2; assim, um bico X1 uma ponta capaz de aplicar 3,785 L min-1, se

    estiver trabalhando a 40 lb pol-2.

    A B

    Figura 10 - Pontas de jato cnico vazio (A); e cone cheio (B).

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 304

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    Nos bicos da srie D o filtro de ranhuras e no de malhas como nos demais bicos. O

    ncleo conhecido com outros nomes, como difusor, caracol, espiral e core e serve para

    proporcionar o movimento helicoidal ao jato lquido que por ele passa. Aps tomar esse

    movimento, o lquido passa atravs do orifcio circular, formando um cone. A combinao de

    difusores e chapa orifcio que determina se o cone cheio ou vazio. No cone cheio, o difusor

    tem apenas um furo no centro e, no vazio, o difusor s tem furos nas laterais.

    Nos bicos da Spraying Systems, o ncleo pode receber as numeraes 13, 23, 25, 45 etc.

    O primeiro algarismo indica o nmero de abertura existente no ncleo ou difusor, e o segundo, o

    tamanho da abertura. O disco recebe a numerao como D2, D4, D5 etc.; o nmero aps a letra

    D indica o dimetro do orifcio (ex.: 2/64, 5/64). Da combinao ncleo-disco resulta a

    identificao do bico (ex: D2-13, D4-45).

    Nos bicos da marca Jacto, o ncleo identificado pelo nmero de furos: o nmero

    1 possui um furo e o nmero 2, dois furos. O disco pode ser 10 ou 14; esses nmeros tambm

    indicam o dimetro do orifcio (1,0 e 1,4 mm respectivamente). Assim, o bico JD14-1 tem disco

    14 e ncleo de um furo; e o bico JD10-2, disco 10 e ncleo com dois furos.

    b) Pontas de Jato Leque de Impacto

    Nas pontas de impacto, conhecidas como TK, o lquido bate em um plano inclinado e se

    abre na forma de leque. O padro de deposio dos bicos de impactos convencionais muito

    irregular. Podem trabalhar em baixa presso e tem ngulos grandes (130o), o que permite aplicar

    herbicidas sob as saias de rvores e arbustos. Recentemente, a Spraying Systems lanou dois

    novos modelos (Turbo Floodjet - TF-VS Figura 11 A; e Turbo Teejet TT Figura 11 B) que

    produzem gotas maiores que as defletoras normais, formando um ngulo de at 145o e com perfil

    de deposio elptico, ideal para compor barras de aplicao em rea total, com excelente

    distribuio e baixo coeficiente de variao ao longo da barra.

    A B

    Figura 11 - Pontas de jato leque de impacto: turbo Floodjet - TF (A) e turbo Teejet - TT (B).

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 305

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    c) Pontas de Jato Leque

    Produzem jato em um s plano (Figura 12) e seu uso mais indicado para alvos planos,

    como solo, culturas (soja, trigo, milho etc.) e paredes.

    Os bicos do tipo leque podem ser de deposio contnua ou descontnua. Os bicos com

    deposio continua (bico Even) pulverizam faixas uniformes, sendo indicados para

    pulverizao em faixas sem sobreposio com os bicos vizinhos. Os bicos de deposio

    descontnua produzem padro de deposio desuniforme, tambm chamado de distribuio

    normal, decrescendo do centro para as extremidades. So recomendados para trabalhar em

    barras, havendo 30% de sobreposio com cada bico vizinho. Deve-se observar no somente o

    padro de deposio de um bico isolado, mas a somatria da aplicao. O coeficiente de variao

    da somatria da aplicao no deve exceder a 10%.

    Os bicos do tipo leque so comercializados com diferentes tipos de ngulos, sendo os

    mais comuns os de 80o e 110 o. Essas pontas so padronizadas pela cor: a cor laranja indica vazo

    de 0,10 galo por minuto; as verdes, 0,15 galo por minuto; as amarelas, 0,20 galo por minuto;

    as azuis, 0,30 galo por minuto; e as vermelhas, 0,4 galo por minuto, isto se estiverem

    trabalhando a 40 lb pol-2. Cada galo equivale 3,785 litros.

    Os tamanhos de gotas produzidas pelas pontas de pulverizao so variveis e

    dependentes do tamanho do orifcio, da presso de trabalho e da caracterstica do lquido. Como

    j foi discutido, o tamanho da gota tem relao direta com a deriva, evaporao e cobertura do

    alvo. Portanto, escolher uma ponta que produza uma gota de tamanho adequado ao produto a ser

    utilizado e ao alvo a ser atingido de fundamental importncia (Quadro 2 ).

    Figura 12 - Ponta de jato leque.

    3.5.2. Calibrao do pulverizador de barra

    a regulagem da mquina com o objetivo de aplicar de maneira mais uniforme possvel a

    quantidade de herbicida recomendada. Consiste em determinar o volume de calda que o

    pulverizador vai aplicar por unidade de rea.

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 306

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    - Principais passos da calibrao

    a) Verificar o funcionamento da mquina, se no h eventuais vazamentos e se os

    componentes esto funcionando a contento.

    b) Verificar a velocidade ideal de trabalho. Nos pulverizadores acoplados ao sistema de

    trs pontos do trator a velocidade varia de 4 a 6 km h-1, todavia nos autopropelidos a velocidade

    pode chegar a 20 km h-1.

    c) Dimensionar a barra em funo da topografia do terreno e do tipo de barra. A altura da

    barra deve-se manter constante. Em terrenos planos as barras podem atingir at 27 m de largura.

    d) Escolher o tipo ponta de pulverizao correta, em funo do alvo a ser atingido, da

    cobertura necessria (herbicida sistmico ou de contato), do padro de deposio deste, da

    formulao a ser aplicada, das condies ambientais (vento, umidade relativa do ar e

    temperatura) e no apenas em funo do volume a ser aplicado.

    e) Ajustar a presso de trabalho de acordo com a ponta selecionada. Ver a recomendao

    dos fabricantes.

    f) Determinar a distncia entre bicos e a altura de trabalho da barra. A altura correta da

    barra depende do ngulo do bico e da distncia entre eles.

    g) Verificar a uniformidade das pontas de pulverizao (padro de deposio individual e

    na barra), eliminando-se aquelas com desvio superior a 10%.

    h) Marcar uma distncia de 50 metros no local onde ser feita a aplicao.

    i) Percorrer esses 50 metros, simulando a pulverizao, determinando-se o tempo gasto

    (ex: 40 segundos).

    j) Determinar a vazo da barra nesse tempo (ex: em 40 segundos a vazo mdia de uma

    barra de 10 bicos 110 03 espaados entre si de 50 cm foi de 10 L).

    k) Determinar a faixa pulverizada. (faixa pulverizada = nmero de bicos x distncia entre

    eles). No caso do exemplo: Fp = 10 x 0,5 = 5 m.

    l) Determinar a rea pulverizada no tempo gasto para percorrer os 50 m (rea pulverizada

    = faixa pulverizada x distncia percorrida). No caso do exemplo:

    Ap = 5 m x 50 m = 250 m2

    m) Determinar o volume de aplicao por hectare:

    250 m2 ----------------10 L

    10.000 m2 --------------X = 400 L ha-

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    4. EXEMPLOS DE CLCULOS

    1) O herbicida H possui 15% do ingrediente ativo imazaquin. Determinar a quantidade

    desse herbicida a ser colocada no tanque de 200 litros, sabendo-se que o volume de calda de

    400L ha- e a recomendao de 150 g ha-1 de imazaquin.

    imazaquin - 100% ----------------------- 150 g

    herbicida H - 15% ---------------------------- X g = 1000 g ha-1

    400 L de gua ----------------------------1.000 g herbicida H

    200 L de gua---------------------------- X g

    X g = 500 g do herbicida H a quantidade a ser colocada no tanque de 200 L para que seja

    aplicada a dose de 150 g ha-1 de imazaquim, nas condies de pulverizao anteriormente

    definidas.

    2) Os problemas normalmente encontrados no campo podem ser resumidos nas seguintes

    questes:

    2.a) Qual a ponta ideal para determinada aplicao?

    2.b) Qual a vazo necessria de cada ponta?

    2.c) Qual a presso de trabalho de uma determinada ponta?

    2.d) A capacidade da bomba suficiente?

    2.e) Que tamanho de bomba necessrio?

    2.f) Qual a velocidade ideal para ajustar uma aplicao?

    2.g) Qual o volume de calda para ajustar uma aplicao?

    2.h) Quantos hectares so tratados por tanque?

    2.i) Qual a quantidade de herbicida a ser colocada na tanque?

    Para exemplificar cada uma das situaes mencionadas, imagine o seguinte exemplo:

    Em assistncia tcnica a um produtor, voc solicitado a realizar a regulagem e

    calibrao de um pulverizador para as condies propostas. Na propriedade dispe-se de um

    pulverizador de barras contendo 36 bicos espaados de 0,5 m, equipado com bomba de pisto de

    120 L min-1 e tanque com capacidade de 2.000 litros, com as seguintes condies de trabalho:

    velocidade medida na rea de aplicao = 6 km h-1 (ou 30 seg. para percorrer 50 m); rotao do

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 308

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    trator = 1.400 rpm (sabe-se que para este trator necessrio ter 1.600 rpm no motor para obter

    540 rpm na tomada de fora); volume de calda desejado = 200 L ha-; dose do herbicida =

    1 L ha-; ponta de pulverizao a ser utilizada TF-VS2 (vazo de 0,91 L min-1 a 15 lb pol-2,

    1,12 L min-1 a 22,5 lb pol-2e 1,29 L min-1 a 30 lb pol-2).

    - Soluo e comentrios

    2.a) Qual a ponta ideal para determinada aplicao?

    A seleo de modelo de ponta est baseada primeiramente no tamanho de gota que ela

    produz e no tipo de distribuio que ela proporciona.

    Tamanho de gotas (veja os extremos):

    Gotas maiores so menos arrastadas pelo vento e apresentam menores problemas

    com a evaporao no trajeto da ponta at o alvo, porm promove menor cobertura

    da superfcie a ser tratada e menor concentrao de gotas cm-2. Normalmente no

    possvel reduzir muito o volume de calda aplicado com esse tipo de gota.

    Gotas menores so mais arrastadas pelo vento e apresentam problemas com

    evaporao durante a aplicao, porm a cobertura do alvo e a quantidade de

    gotas cm-2 so normalmente altas (se as condies climticas permitirem).

    Na escolha da ponta, deve-se considerar a praga, o alvo em que ela se encontra, o produto

    e seu modo de ao e absoro. Assim, para herbicidas aplicados em pr-emergncia ou

    herbicidas sistmicos aplicados em ps-emergncia, usar pontas que produzem gotas grandes. Se

    o herbicida for de contato e aplicado em ps-emergncia, usar gotas menores (mdias), pois

    necessrio maior cobertura da folha.

    - Tipo de distribuio

    Apenas cone ou leque no define se para aplicar herbicida ou fungicida ou inseticida.

    Na distribuio mais importante observar se a ponta de jato que propicia a sua distribuio

    por toda a barra uniformemente (leque comum) ou se uma distribuio em faixas (leque

    uniforme). Os bicos do tipo leque so utilizados para aplicaes em superfcies planas, como

    solo, cultura de milho, soja etc.

    No caso do exemplo, o bico TFVS-2 produz gotas grandes e padro de distribuio

    desuniforme.

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  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    2.b) Qual a vazo necessria de cada ponta?

    Para resolver esta questo, basta usar uma regra de trs ou aplicar a frmula proposta

    para esse fim.

    Vazo da ponta (L min-1) = veloc (km h-1) x Esp. Bicos (cm) x volume de aplic. (L ha-)/60.000

    Vazo da ponta (L min-1) = (6 x 50 x 200)/60.000 = 1 L min-1

    Resposta: a vazo do bico de 1,0 L por minuto.

    2.c) Qual a presso de trabalho de uma determinada ponta?

    Na aplicao do herbicida, a ponta proposta TFVS-2 e, como se pode observar, sua

    capacidade de vazo est entre 0,91 L min-1 (15 lb pol-2) e 1,29 L min-1 (30 lb pol-2).

    Resposta: Observando a tabela, v-se que a presso necessria est um pouco acima de

    15 lb pol-2 e um pouco abaixo de 22,5 lb pol-2, mas dentro da faixa de uso. Esse o fator mais

    importante: dentro da faixa de uso.

    2.d) - A capacidade da bomba suficiente?

    Resposta: sim, a capacidade da bomba suficiente.

    O valor da capacidade de vazo da bomba s verdadeiro se a rotao no eixo for de

    540 rpm. Para isso, o trator dever estar na rotao determinada pelo fabricante. Nesse caso, a

    rotao necessria do trator para se obter 540 rpm na PTO de 1.680 rpm. Assim, se se trabalhar

    a uma rotao de 1.400 rpm, como proposto no problema, por regra de trs tem-se:

    rpm no trator rpm na tomada de fora

    1.680 540

    1.400 x = 450 rpm na PTO.

    importante lembrar que, se a rotao no eixo da bomba (= a rotao da PTO) de

    450 rpm, a bomba de pisto no poder aplicar 120 L min-1. Deve-se calcular a capacidade real

    ou pelo menos tomar cuidado, pois isso pode ser um fator limitante na aplicao.

    Calculando a capacidade operacional dessa bomba, nas condies propostas pelo

    problema, tem-se:

    540 rpm 120 L min-1

    450 rpm x = 100 L min-1

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 310

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    Ento, essa bomba, nessas condies, s aplica 100 e no 120 L min-1.

    ara a

    vazo in

    vazo to

    propost

    que 60%

    que os 6

    explora

    L min-1

    600 L h

    Va

    minuto

    fazendo

    TPICOS Para saber se vazo da bomba suficiente, deve-se calcular a vazo da barra. P-1dividual dos bicos = 1 L min , tem-se o nmero de bicos na barra, que de 36. Ento: a

    tal na barra 36 x 1 = 36 L min-1. Sabe-se que a bomba do equipamento, nas condies

    as, tem a capacidade de aplicar 100 L min-1e que tecnicamente no se deve usar mais do

    do volume real deslocado no mximo pode-se usar at 80%. Assim, 36 L menos do

    0% do que a bomba desloca.

    2.e) Que tamanho de bomba necessrio?

    Para as condies propostas, a bomba que joga 100 L min-1 suficiente.

    2.f) Qual a vazo individual de cada bico para que a capacidade mxima da bomba seja

    da?

    A bomba mencionada tem vazo de 100 L min-1; ento a capacidade mxima de uso 80

    (80%), e a barra tem 36 pontas. Assim: 80/36 = 2,22 L min-1.

    Resposta: a vazo mxima de cada ponta poder ser de 2,22 L min-1.

    2.g) Qual a velocidade ideal para ajustar uma aplicao, com um volume de calda de

    a-, com vazo individual dos bicos de 2,22 L min-1? Pode-se resolver atravs da frmula:

    zo da ponta (L min-1) = veloc (km h-1) x Esp. Bicos (cm) x volume de aplic. (L ha-)/60.000

    2,22 L min-1= veloc (km h-1) x 50 cm x 600 (L ha-)/60000 = 4,44 km h-1

    Resposta: a velocidade dever ser de 4,44 km h-1

    Outra maneira de resolver seria por regra de trs:

    Tem-se que a vazo individual dos bicos de 2,22 L min-1; ento a vazo da barra em um

    de 79,92 L. Precisa-se calcular a rea pulverizada em um minuto. Isso pode ser feito

    -se a relao:

    600 L pulveriza 1 ha ou 10.000 m2

    79,92 L pulveriza x m2 = 1.332 m2

    Usando a frmula para calcular rea pulverizada:

    rea pulverizada (m2 min-1) = distncia percorrida (m min-1) x largura da faixa (m)

    EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 311

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    1.332 m2 = distncia percorrida (m min-1) x 18 m

    Distncia percorrida = 74 m min-1= 4,4 km h-1, neste caso, a distncia percorrida igual

    velocidade de aplicao.

    2.h) Qual o volume de calda ideal para ajustar uma aplicao para uma ponta de

    pulverizao 110 02 a 40 lb pol-2 e velocidade de 6 km h-1?

    A vazo da ponta 110 02 a 40 lb pol-2 = 0,76 L min-1, pois um galo igual a

    3,785 L min-1.

    Pode-se usar a mesma frmula

    Vazo da ponta (L min-1) = veloc (km h-1) x Esp. Bicos (cm) x volume de aplic. (L ha-)/60.000

    0,76 (L min-1) = 6 km h-1x 0,5 m x volume de aplicao (L ha-)/6.000

    Volume de aplicao =152 L ha-

    Outra maneira de resolver por regra de trs:

    Vazo da barra em 1 minuto = 36 bicos x 0,76 L = 27,36 L min-1

    Largura da faixa pulverizada = nmero de bicos x distncia

    Largura da faixa = 36 x 0,5 m =18 m

    rea pulverizada em 1 minuto = distncia percorrida x faixa pulverizada

    rea pulv. = 100 m min-1 (6 km h-1) x 18 m = 1800 m2

    Ento,

    1.800 m2 gasta 27,36 L

    10.000 m2 gasta Y = 152 L ha-

    Resposta: o volume de calda dever ser de 152 L ha-.

    2.i) Quantos hectares so tratados por tanque de 2.000 L, considerando o volume de

    aplicao de 152 L ha-.

    A resoluo por regra de trs:

    152 L pulveriza 1 ha

    2.000 L pulveriza Y ha = 13, 16 ha

    Resposta: so tratados 13,16 ha com um tanque de 2.000 L.

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    2.j) Qual a quantidade de herbicida a ser colocada no tanque?

    Seguindo o exemplo anterior, a dose a ser aplicada de 1,0 L ha-; assim, tambm por

    regra de trs tem-se:

    Para 1 ha coloca-se 1,0 L de herbicida

    Para 13,16 ha coloca-se: X = 13,16 L de herbicida por tanque de 2.000 L.

    Outra maneira de resolver seria:

    Para 152 L de calda coloca-se: 1,0 L de herbicida

    Para 2000 L de calda coloca-se: X = 13,16 L por tanque.

    Resposta: a quantidade de herbicida a ser colocada no tanque ser de 13,16 litros.

    5. SEGURANA NA APLICAO DE DEFENSIVOS

    Todo produto fitossanitrio deve ser manuseado como produto txico, seguindo a

    lesgilao em vigor. Durante o uso desses produtos necessria a utilizao dos equipamentos

    de proteo individual (EPI), que visam proteger a sade do trabalhador rural, reduzindo o risco

    de intoxicao decorrente da exposio. Toda embalagem vazia deve ser encaminhada unidade

    de recebimento. A devoluo das embalagens de defensivo agrcola (agrotxicos) pelo produtor

    rural passou a ser obrigatria desde o dia 1o de junho de 2002, quando entrou em vigor a Lei

    Federal no 9.974, uma verso aprimorada da Lei de Agrotxicos, de 1989, que regulamenta o

    uso, a produo e a fiscalizao desses produtos qumicos.

    6. EXERCCIOS PROPOSTOS

    1) Na cultura do milho para aplicao em faixa de 0,5 m na linha, recomendaram-se os

    seguintes herbicidas: Gesaprim 500 (50% do ingrediente ativo (i.a.) atrazine) e Sanson 40 SC

    (4% do i.a. nicosulfuron) nas doses de 2,0 kg ha-1 de atrazine e 40 g ha-1 de nicosulfuron.

    Considerando o espaamento entre fileira de 1 m; barra com seis bicos tipo leque 110 03E,

    espaados entre si de 1,0 m; velocidade de aplicao de 0,833 m seg-1; e vazo por bico de

    0,8 L min-1, calcular:

    a) Quantidade do produto comercial a ser colocada no depsito do pulverizador, de

    400 L. (Resposta: 5 L de Gesaprim e 1,25 L de Sanson).

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 313

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    b) Quantidade de cada herbicida a ser comprada para uma rea de 50 alqueires (1 alqueire

    = 2,4 ha), considerando a aplicao em faixa de 0,5 m na linha de plantio. (Resposta: 240 L de

    Gesaprim e 60 L de Sanson).

    2) Para a cultura do algodo recomendou-se aplicao em pr-emergncia de 2,0 kg ha-1

    de diuron. O pulverizador estava equipado com uma barra de 20 bicos, tipo leque 110 03,

    cobrindo uma faixa de 10 m, com vazo de 0,8 L min-1 bico-1. Calcular a velocidade do trator

    para que sejam colocados 2,5 kg ha-1 de diuron no tanque de 400 litros. (Resposta: 50 m min-1 ou

    3 km h-1).

    3) Um produtor de tomate tem uma lavoura no espaamento de 1,0 m entre linhas. Para

    realizar o manejo das plantas daninhas foi recomendado 0,48 kg ha-1 de metribuzin. O produtor

    possui um pulverizador costal de 20 litros, munido com uma barra de dois bicos 80 03 vs

    espaados de 0,5m. A sua velocidade de caminhamento no momento da aplicao ser de 1,0 m

    seg-1. Calcular a vazo individual dos bicos, para que possam ser colocados 38,4 g metribuzin

    por tanque de 20 litros do pulverizador. (Resposta: 0,75 L min-1).

    4) Em uma lavoura de caf com 80.000 plantas, no espaamento de 2 x 4 m, deseja-se

    realizar aplicao em ps-emergncia de Roundup (360 g L-1 de glyphosate) na dose de 720 g

    equivalente cido (e.a.) ha-1. Sabendo-se que o dimetro mdio das plantas de 1,6 m e que o

    consumo de gua na calibrao foi de 10 litros na rea-teste (fora do cafezal) de 400 m2,

    calcular:

    a) Quantidade do produto comercial a ser colocada no depsito de 20 litros do

    pulverizador costal. (Resposta: 160 mL de Roundup/20 L).

    b) Tempo gasto na aplicao total, sabendo-se que cada carga e aplicao (20 L) leva

    30 minutos. (Resposta: 300 horas).

    c) A quantidade de Roundup a ser comprada. (Resposta: 96 L).

    5) Na cultura do milho com espaamento de 1 m, deseja-se realizar uma aplicao em

    faixa de 0,4 m na linha com o herbicida Primleo (atrazina + leo) na dose de 6,0 L do produto

    comercial (p.c.) ha-1. Sabendo-se que o depsito do pulverizador de 480 L e est equipado com

    uma barra de 5 bicos (1 para cada linha) 80.03E, trabalhando na presso de 40 lb pol-2 e que o

    trator gasta 1 min. para percorrer 50 m, (considerar 1 galo =3,785 L), calcule:

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 314

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    a) Consumo de calda em L ha-. (Resposta: 570 L ha-, se aplicao for em faixa de

    40 cm).

    b) Quantidade do produto comercial a ser colocada no depsito do pulverizador.

    (Resposta: 5,05 L de Primleo em 480 L).

    c) Quantidade a ser comprada para uma rea de 30 alqueires, se a aplicao fosse

    realizada em faixa de 40 cm. (Resposta: 172,8 L de Primleo).

    6) Na cultura da cana-de-acar com espaamento de 1,4 m, recomendou-se a aplicao

    do herbicida Sinerge SE (ametryne 300 g L-1 + clomazone 200 g L-1) na dose de 4 L do p.c. ha-1.

    O pulverizador disponvel estava equipado com uma barra de 8 bicos 80.04 e operando a

    40 lb pol-2, com velocidade de 4,8 km h-1e largura da faixa de aplicao de 4 m.

    Calcular:

    a) Quantidade (produto comercial) a ser colocada no depsito de 600 L do pulverizador.

    (Resposta: 6,36 L de Sinerge).

    7) Na cultura do caf com espaamento de 4 x 2 m, e com dimetro mdio da copa de

    1,6 m, deseja-se aplicar o herbicida Goal (240 g L-1 de oxyfluorfen) em ps-emergncia na entre

    linha. Considerar: dose do herbicida = 480 oxyfluorfen ha-1; e consumo de gua = 10 L na rea

    teste de 400 m2 (dentro do cafezal).

    Calcular:

    a) Quantidade do produto comercial a ser colocada no depsito de 20 L do pulverizador

    costal. (Resposta: 120 mL de Goal).

    b) Quantidade de Goal necessria para o cafezal de 10.000 plantas, sabendo-se que o

    dimetro mdio da saia do cafeeiro de 1,6 m. (Resposta: 12 L).

    c) Tempo necessrio para pulverizar o cafezal sabendo-se que se gasta 30 min para

    abastecer e pulverizar um tanque. (Resposta: 50 horas).

    8) Na cultura do algodo recomenda-se aplicar 1,2 L ha-1 de trifluralin. Considerando que

    ser aplicado um produto comercial contendo 50% do ingrediente ativo trifluralin nas seguintes

    condies: barra com 20 bicos cobrindo uma faixa de 10 m; velocidade de operao = 6 km h-1;

    bicos 80.02; e presso de trabalho = 40 lb pol-2, calcular a quantidade de produto comercial a ser

    colocada no depsito de 250 L do pulverizador. (Resposta: 3,95 L)

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 315

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    9) Analise a situao: um agricultor est aplicando 2,4-D em cana-de-acar prxima a

    uma rea de algodo, com equipamentos nas seguintes condies: barra de 10 metros de largura

    com 20 bicos 110.01E a uma altura do alvo de 80 cm. A presso de trabalho registrada no

    manmetro de 80 lb pol-2; a velocidade do trator, de 8 km h-1, a do vento, de 9 km h-1; e a

    temperatura, de 35 C. D sua opinio tcnica sobre essa aplicao.

    10) Quantos quilogramas do herbicida marca comercial H, contendo 50% do princpio

    ativo, devem ser aplicados em uma represa com 350.000.000 litros de gua, para se obter uma

    concentrao de 10 ppm do referido herbicida? (Resposta: 3.500 kg do principio ativo ou

    7.000 kg do produto comercial).

    11) Deseja-se aplicar 1,5 kg ha- do herbicida H numa cultura de caf novo (recm-

    implantado). O espaamento de 3,6 x 1,0 m. A faixa de 1,2 m em cima da linha de plantio do

    caf ser controlada mecanicamente, pois o caf no tolera o herbicida na folha. No restante da

    rea (2,4 m de largura), as plantas daninhas sero controladas com o herbicida Roundup, que

    ser aplicado com o bico espuma (faixa de 1,2 m, se trabalhar a uma altura de 50 cm) para evitar

    deriva.

    Calcular:

    a) Qual dever ser a vazo do bico, em litros por minuto, para que possam ser colocados

    no tanque do pulverizador costal de 20 litros 300 mL do herbicida H, sabendo-se que a

    velocidade de caminhamento do aplicador de 41,7 m min-1. (Resposta: 0,5 L min-1).

    b) Quantos litros do herbicida H sero necessrios para pulverizar 5 hectares da lavoura

    de caf nas condies mencionadas no item anterior. (Resposta: 5 L).

    12) Deseja-se aplicar 1,5 L ha- do herbicida H numa cultura de caf novo (recm

    implantado). O espaamento de 3,6 x 1,0 m. A faixa de aplicao ser de 1,2 m em cima da

    linha de plantio do caf. No restante da rea as plantas daninhas no sero controladas, para

    evitar eroso. O bico Turbo Floodjet cobre uma faixa de 1,2 m, se trabalhar a uma altura de

    50 cm.

    Calcular:

    a) Qual dever ser a velocidade de caminhamento do aplicador para que possam ser

    colocados no tanque do pulverizador costal de 20 litros 300 mL do herbicida H, sabendo-se que

    a vazo do bico Turbo Floodjet de 0,5 L min-1. (Resposta: 41,7 m min-1).

    TPICOS EM MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS CAPTULO 8 - Tecnologia de Aplicao de Herbicidas 316

  • SILVA, A.A. & SILVA, J.F.

    b) Quantos litros do herbicida H sero necessrios para pulverizar 5 hectares de caf, nas

    condies mencionadas no item anterior. (Resposta: 2,5 L)

    13) Deseja-se aplicar um herbicida na cultura do feijo, cuja dose recomendada de

    1,5 L ha-. O pulverizador tem um tanque de 400 litros, com uma barra de 18 bicos 110 03,

    espaados de 50 cm. A velocidade de caminhamento do trator ser de 1 m s-1, e a vazo mdia

    dos bicos, de 0,5 L min-1.

    Calcular:

    a) Qual dever ser a quantidade do herbicida a ser colocada por tanque de 400 litros.

    (Resposta: 3,6 L por tanque).

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