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PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR 07.FEV.2012 N.572 www.aese.pt OPINIÃO Lisboa, 4 de fevereiro Algumas questões para reflexão individual sobre a Homilia de Natal 2011 NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO Master class do Programa de Orientação Familiar NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO Funcionários públicos europeus: congelados e reduzidos Médicos franceses contra a deriva eugenésica do diagnóstico pré-natal S. Josemaria e o amor a Portugal Tempos de Crise fazem Líderes à altura Lisboa, 3 e 4 de abril O Concerto “O que conta é o nosso empenho” Open Innovation para tempos desafiantes Lisboa, 13 de março Marketing estratégico para medicina dentária Nota máxima para o Prof. Ramiro Martins no MSc on Management Research Drogas para aumentar as faculdades cognitivas Passaporte Sustentabilidade na hotelaria Lisboa, 28 de fevereiro Gestão de Expatriados: Empresa e profissional Porto, 14 de fevereiro PGL – Programa de Gestão e Liderança Gestão Estratégica de Grandes Contas Lisboa, 13 e 14 de fevereiro AGENDA PGL – Programa de Gestão e Liderança Boletim de Capelania: “A Gratidão” Notícias dos Alumni

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Page 1: 07.FEV.2012 N.572

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NOTÍCIAS

07.FEV.2012N.572

www.aese.pt

OPINIÃO

Lisboa, 4 de fevereiro

Algumas questões para reflexão individual sobre a Homilia de Natal 2011

NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

Master classdo Programa de Orientação Familiar

NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

Funcionários públicos europeus: congelados e reduzidos

Médicos franceses contra a deriva eugenésica do diagnóstico pré-natal

S. Josemaria e o amor a Portugal

Tempos de Crise fazem Líderes à alturaLisboa, 3 e 4 de abril

O Concerto

“O que conta é o nosso empenho”

Open Innovation para tempos desafiantesLisboa, 13 de março

Marketing estratégico para medicina dentária

Nota máxima para o Prof. Ramiro Martins no MSc on Management Research

Drogas para aumentar as faculdades cognitivas

Passaporte

Sustentabilidade na hotelaria

Lisboa, 28 de fevereiro

Gestão de Expatriados: Empresa e profissional

Porto, 14 de fevereiro

PGL – Programa de Gestão e Liderança

Gestão Estratégica de Grandes ContasLisboa, 13 e 14 de fevereiro

AGENDA

PGL – Programa de Gestão e Liderança

Boletim de Capelania: “A Gratidão”

Notícias dos Alumni

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2 CAESE fevereiro 2012

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“O que conta é o nosso empenho”

ÍNDICE · NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

Sandra Correia, reconhecida peloParlamento Europeu e ConselhoEuropeu das Mulheres Empresá-rias como a Melhor Empresária daEuropa 2011, contou a sua expe-riência às cerca de 50 Alumnae daAESE e amigas, presentes noWomen Leader’s Forum. O encon-tro realizou-se a 17 de janeiro, emLisboa.

Neta do fundador da Novacortiça,Sandra Correia representa a ter-ceira geração de uma empresa fa-miliar algarvia, cujo negócio as-senta na exploração e produção derolhas para garrafas de cham-panhe.

Com o excesso de matéria-primaem stock, que a celebração damudança do milénio fazia preverque se iria gastar, Sandra Correiaresolveu aproveitar a cortiça paradesenvolver um conjunto de produ-

tos de moda e design esteti-camente mais apelativos e demelhor qualidade do que oscomercializados até à data.

“Sempre fui aventureira e adorodesafios.” E apesar do mundo dacortiça ser masculino, a “questãode género não existe”. Tudo passapela “atitude” que se tem peranteas oportunidades. Sandra Correiaadquiriu conhecimentos na área denegócio, junto dos parceiros espa-nhóis e franceses mais experi-mentados.

A criação de um guarda-chuva decortiça foi o pontapé de saída paraa criação de uma oferta deacessórios de moda que têm dadoque falar. Selecionada como o ex--libris da exposição “DestinationPortugal” no MOMA, em NovaIorque, a mala oferecida a AngelaMerkel, a Hillary Clinton, e a

Sandra Correia, Melhor Empresária Europeia de 2011, esteve no AESE Women Leader’s Forum17 de janeiro de 2012

Sandra Correia, Presidente Executivada PelcorGaleria de Fotografias da AESE

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3 CAESE fevereiro 2012

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Madonna, e a coleira para o cão deágua português de Barack Obamacom cristais Swarovski, são algunsdos episódios que Sandra Correiarecorda com graça. Apesar deserem “sete anos de muitasperipécias, nem tudo são rosas. Àsvezes o que se nos depara comouma dificuldade deve servir deensinamento para outra oportuni-dade”, tornando as empresas maiscompetitivas e com maior capaci-dade de resposta. Por isso, “nãopercam as oportunidades. Setiverem de ir, vão”, referiu a orado-ra, recordando as viagens quenecessita fazer, por força daempresa se encontrar sedeada noAlgarve.

Pensando no futuro e tendo emconta a conjuntura atual, “só temosduas hipóteses. Ou damos a volta,ou morremos na praia. A decisãopassa por termos de nos adaptar.Deve-se ter uma produção maisprofissionalizada, para seguir paraa internacionalização, e para quetodos possamos trabalhar emconjunto e bem, com capacidadede corresponder ao mercado”.

Assim pensa a Presidente Exe-cutiva da Pelcor, que sonha, alongo prazo, ter uma loja na 5ªAvenida. Para já, “vamos buscar osbons fabricantes portugueses queexistem e ocupar o lugar de líderdos acessórios de moda, com baseem sinergias estabelecidas commarcas portuguesas.” No fundo,“pegando naquilo que Portugal temde bom e vender não só paradentro, mas também para fora.”

Às participantes no WLF, SandraCorreia deixou um desafio: “sejamdiferentes. Muitas vezes osempreendedores andam de costasvoltadas, guardando segredo dosobjetivos que querem concretizar.Estamos numa fase em que temosde dar as mãos. E juntos vamosconseguir.”

Loja da Pelcor de Lisboa

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Um encontro organizado pela Sociedade Portuguesa de Medicina Dentária

“O Marketing, a estratégia e omédico dentista: perspetivas dedois amigos no reino da saúde oral”foi um desafio lançado por PauloVaz de Guimarães (10º ExecutiveMBA AESE/IESE) ao Prof. AndréMorgado e a Guilherme HidalgoVictorino, atual Diretor de Marke-ting e Comunicação do grupo HPPSaúde. O encontro promovido pelaSPEMD – Sociedade Portuguesade Estomatologia e MedicinaDentária, realizou-se a 19 de janei-ro, em Coimbra, com o patrocínioda Pierre Fabre Oral Care, Colgate,Bial, 3M Espe Abbott, Bene Farma-cêutico e Saúde Oral.

O encontro reuniu cerca de 90participantes e teve como objetivopromover uma abordagem do Mar-keting Estratégico enquanto ferra-menta útil ao Médico Dentista, tem-do em conta a análise do contextoe das perspetivas na indústria.

4 CAESE fevereiro 2012

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Marketing estratégico para medicina dentária

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Guilherme Hidalgo Victorino e o Prof. André Morgado

19 de janeiro de 2012

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5 CAESE fevereiro 2012

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S. Josemaria e o amor a Portugal

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No dia 9 de janeiro, data em que secomemoraram os 110 anos donascimento de S. Josemaria Escri-vá, o Capelão da AESE, Mon-senhor Hugo de Azevedo, lançou olivro “S. Josemaria Escrivá: ofundador do Opus Dei”. A obraretrata a memória viva de quemconviveu de perto com o Santo eque vê na partilha dos váriosepisódios que povoam o livro desentido de humor, exigência erespeito pela diferença, uma fontede inspiração para os homens e asmulheres de hoje.

"As biografias fazem-nos aproximardos biografados", porque nosajudam a conhecer as pessoas,boas ou más”. Esse foi um dosmotivos que despertou o interessede Zita Seabra, diretora-geral daeditora Aletheia, para a publicaçãodo livro. Apesar de inicialmente terpensado que seria uma obra mera-

mente laudatória, ao lê-la concluiuque valia a pena a aposta, já queS. Josemaria "foi uma pessoa quemarcou o século XX, criou umaobra - o Opus Dei-, viveu emPortugal, passou dificuldades,como os momentos conturbados daGuerra Civil espanhola - mas commuita alegria”. Trata-se, por isso,de “uma lição de vida”. Para alémdo “Padre Hugo de Azevedoescrever muito bem”, é “um livroútil, de referência.”

A biografia “S. Josemaria Escrivá: ofundador do Opus Dei” tem aparticularidade de relatar a históriade quem ouviu e não de quem leu:"deu-me um grande prazer editareste livro, porque transmite traçosde caráter de quem conheceu obiografado pessoalmente. Trata-sede um testemunho direto e pessoal,que só é possível devido àexperiência de vida com o biogra-

Lançamento do livro do Monsenhor Hugo de Azevedo9 de janeiro de 2012

Monsenhor Hugo de AzevedoGaleria de Fotografias da AESE >>

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fado.” Nos tempos que correm, avida de S. Josemaria é “umexemplo positivo" que contrastacom as várias “histórias negativas”que vão povoando os meios decomunicação social.

Durante a sessão, o Padre Hugode Azevedo relatou vários episó-dios referidos no livro que fizeramrir a assistência pela originalidadeque S. Josemaria imprimiu àsrelações que estabeleceu comPortugal, através do contato com aIrmã Lúcia e nas suas múltiplasvisitas ao país. O seu “amor porPortugal” fazia com que "encon-trasse belezas e grandezas que eunão descobria." Como refere oautor, este apreço pelos portu-gueses fica a dever-se também aofato deste ter sido o primeiro país aque o Padre veio depois deEspanha, para preparar o caminhoda fundação do Opus Dei.

O livro “S. Josemaria Escrivá: o Fundador do Opus Dei” também poderá ser adquirido na Livraria da AESE

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Nota máxima para o Prof. Ramiro Martins no MSc on Management Research

O Prof. Ramiro Martins obteve aaprovação com nível A, naprimeira etapa do processo dedoutoramento. A sua investigaçãoversa sobre o tema: “The role ofBrand personality in defendingLocal Brands: Identification ofPersonality Dimensions thatdefend Portuguese Local Brandsfrom Global Brands”.

O processo de Doutoramento naHenley Business School da Uni-versidade de Reading é cons-tituído por duas etapas conse-cutivas e obrigatórias : a obtençãodo primeiro grau - MSc on Mana-gement Research, que demoracerca de dois anos e dá entradaautomática no DBA, com a dura-ção de cerca de três anos e meiosuplementares.

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Prof. Ramiro Martins

Processo de Doutoramento em curso na Henley Business School, no Reino Unido

7 CAESE fevereiro 2012

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A 14 de fevereiro

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PGL – Programa de Gestão e Liderança

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Para transformar o potencial deprofissionais com uma experiênciarecente de direção num desem-penho de elevado nível, a AESEorganiza, no Porto, o PGL –Programa de Gestão e Liderança, apartir de 14 de fevereiro. A forma-ção exercita os participantes para agestão do tempo, da informação edo stress, a autocrítica e o autoco-nhecimento, a capacidade de mu-dança e a aprendizagem, a saberdecidir e a manter o equilíbrioemocional e a integridade.

Para obter mais informações sobreos programas de Formação deExecutivos da AESE, contate:

Lisboa: Júlia Côrte-Real [email protected]

Porto: Carlos Fonseca [email protected] CAESE fevereiro 2012

Nova edição no Porto

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Boletim da Capelania

A Gratidão

Quando nascemos, encontrámo--nos cercados de ternura. Rapi-damente fomos descobrindo pes-soas e coisas que nos interes-saram imenso e que tentámos dis-cernir. As descobertas sucederam--se em catadupa, até nos habi-tuarmos ao ambiente da casa edepois ao que víamos lá fora:árvores, ruas, outras casas, outraspessoas, carros passando, árvo-res, o sol e as sombras, os miste-riosos sons vindos de toda a par-te… Aprendemos a caminharneste mundo maravilhoso comcuidado, porque os sustos tambémeram muitos, e apercebemo-nosde que viver era uma espécie dejogo em que tínhamos de tomarposição. Havia tanto a observar ea fazer, que todo o tempo erapouco para experimentar o quevíamos e para nos experimen-tarmos a nós mesmos. Ao princí-pio, tudo era nosso: antes de di-

zermos «eu», começámos a dizer«meu» - a defender-nos. Depressanos compenetrámos de que erados outros também.

A partir daí, a educação. Se nosensinam a viver com os outros epara eles também, tudo se sua-viza: aprendemos a lei suprema davida, que é amar, começando poragradecer; se não, o egoísmocresce, gera a lei do mais forte, etorna-se muito difícil vencer omaior obstáculo da paz, da felici-dade e até da produtividade: asoberba.

Há muitas perspetivas válidas paraanalisar a nossa famosa «crise».Mas uma delas é esta: semgratidão pelo mundo riquíssimo emaravilhoso que recebemos aoentrar no mundo; sem reconhe-cermos o que milhares de gera-ções por nós fizeram; sem nos

Fevereiro de 2011

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Capela da AESE9 CAESE fevereiro 2012

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sentirmos na mais elementar obri-gação de pagar como pudermos oque, sem merecer, recebemosdesde a nascença; sem essaexigência básica de justiça paracom Deus e para com todos osque nos servem de mil maneiras,que havemos de esperar senão a«exploração do homem pelohomem», a «competitividade», nãoa da competência e do serviço,mas da agressividade, dasarmadilhas e da fraude?

Não serão as leis e os regula-mentos que nos salvarão, masuma nova educação no espírito degratidão e de responsabilidadepessoal, desde a infância. Não mesai da memória a resposta de umgrande clínico a quem aconse-lharam descansar: - «Sabe? Asociedade investiu muito emmim!»

Boletins da Capelania anteriores:

S. Josemaria e a sua mensagem de esperançajaneiro de 2012

As prendas de Natalnovembro de 2011

Amor e Amizadeoutubro de 2011

Mês do Rosáriosetembro de 2011

Ano Decisivoagosto de 2011

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10 CAESE fevereiro 2012

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AGENDA

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SemináriosSeminárioGestão Estratégica de Grandes Contas

Lisboa, 13 a 14 de fevereiroSaiba mais >

SeminárioGestão de Expatriados: Empresa e profissional

Lisboa, 28 de fevereiroSaiba mais >

SeminárioOpen Innovation para tempos desafiantes

Lisboa, 13 de marçoSaiba mais >

11 CAESE fevereiro 2012

SeminárioTempos de Crise fazem Líderes à altura

Lisboa, 3 e 4 de abrilSaiba mais >

ProgramaPGL – Programa de Gestão e Liderança

Porto, 14 de fevereiroSaiba mais >

ProgramasProgramaMaster class do Programa de Orientação Familiar

Lisboa, 4 de fevereiroSaiba mais >

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BLOG

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Algumas questões para reflexão individual sobre a Homilia de Natal 2011“No passado dia 17 de Dezembro estive na Missa que antecedeu o almoço de Natal dos alunosdo Executive MBA AESE/IESE. A Homilia, cujo texto está disponível no site da AESE, foi redigidapelo Capelão da AESE, Monsenhor Hugo de Azevedo. (…) “

Leia mais e comentePublicado no Blog, a 2 de janeiro de 2012.

Siga‐nos em Blog AESE

João Neves Martins, 11º Executive MBA AESE/IESE

Sustentabilidade na hotelaria“A sustentabilidade como a vemos nos dias de hoje, é algo intimamente relacionado com asquestões ambientalistas mas também com as questões de responsabilidade social empresarial,pelo que, quer seja no âmbito de uma discussão, de um estudo ou quer seja “apenas” umapreocupação, é sem dúvida não apenas um tema muito em voga (…)”

Leia maisPublicado na revista DirHotel.

Carlos Pontes Lopes, 3º Executive MBA AESE/IESE

12 CAESE fevereiro 2012

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Tiago Costa (27º PDE) é o novoSeed Site Lead Peyrehorade atMonsanto.

Miguel Dias Costa, (17º PADE)Managing Director da PHIMOLimited, lançou o livro “ O ValorImobiliário”, no dia 27 de janeiro, naLivraria Almedina do AtriumSaldanha.O livro foi apresentado pelos Dr.sAcácio Pinheiro e Raquel de SousaLeite.

Nesta secção, pretendemos dar notícias sobre algumas trajetórias profissionais e iniciativas empresariais dos nossos Alumni.Dê-nos a conhecer ([email protected]) o seu último carimbo no passaporte.

PASSAPORTE

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13 CAESE fevereiro 2012

Francisco Cunha Carvalho (2ºExecutive MBA AESE/IESE) éatualmente o Marketing & SalesB2C Director na Prosegur.

O CGC Genetics® foi distinguidocom o Estatuto PME Excelência2011, pelo IAPMEI e pela banca. Asua Presidente do Conselho deAdministração é Purificação Tava-res (3º PADIS).

NOTÍCIAS DOS ALUMNI

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PANORAMA

Funcionários públicos europeus: congelados e reduzidosO número de empregados pú-blicos parecia destinado a crescerpela mesma inércia do aumentode serviços prestados pela Admi-nistração Pública, pela prolifera-ção de organismos ou empresasestatais, e pela pressão dos sindi-catos, que sempre conseguirammais filiados no setor público emenor resistência nas negocia-ções com a Administração Públicado que no setor privado.

Mas veio a crise, que primeiro en-volveu perda de empregos e re-dução salarial no setor privado, edepois abalroou o entrincheirado

emprego público. Chegou-se a si-tuações pouco vistas no setor:congelamento ou redução de salá-rios, despedimentos de trabalha-dores e anulação de privilégiosdos funcionários públicos relativa-mente aos do setor privado: idadede reforma, férias, licenças...

As reformas estão a ser maisdrásticas em países europeus for-temente golpeados pela crise.

Grécia

Até ter estalado a crise e ter depedir o resgate, a Administração

Pública grega foi um exemplo decrescimento dispendioso. Os su-cessivos governos iam colocandoa sua gente na Função Pública,que, por seu turno, se convertiaem ativos apoios quando chega-vam as eleições. Deste modo, umem cada cinco empregados traba-lham hoje para o Estado. Aos700.000 funcionários públicosjuntam-se outros 80.000 emprega-dos de empresas públicas.

Agora chegou a poda de empregoe salário. As remunerações, que jábaixaram no ano passado, têm umcorte de mais 20%. 30.000 funcio- »»

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14 CAESE fevereiro 2012

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nários públicos passarão à situa-ção de “reserva laboral”, vão rece-ber 60% do salário durante umano enquanto procuram outro em-prego, e, se não o conseguirem,serão despedidos. Ainda é umcorte modesto de 5% do empregopúblico. Até 2015, o Governo queruma redução de 20%.

Irlanda

Quando começou a crise em2008, havia 320.000 funcionáriospúblicos. Agora são 297.000, esegundo o plano apresentado peloGoverno de Enda Kenny emnovembro passado, vão ser afas-tados outros 14.500 até 2015. Acumprirem-se os planos, o qua-dro de pessoal da AdministraçãoPública ter-se-á contraído em qua-se 12%.

Grã-Bretanha

O Governo de David Cameronefetuou o congelamento dos salá-rios dos funcionários públicos para2011 e 2012 (menos os piorpagos), e prevê um aumento má-ximo de 1% para 2013 e 2014, oque vai implicar uma perda depoder de compra.

Apesar da greve contra os cortesque, no passado dia 30 de no-vembro, afetou amplamente o fun-cionamento de escolas e hospi-tais, o Governo não recua. O pró-ximo casus belli pode ser o au-mento da idade de reforma paraos 67 anos. Com o tempo, prevê--se que as pensões do setorpúblico se irão basear na médiade salários de toda a carreira, emvez do salário final.

O número de funcionários pú-blicos está destinado a reduzir-senos próximos anos. A ideia da “BigSociety”, que abre o fornecimentode serviços públicos a entidadesprivadas, pode justificar tambémuma redução do emprego público.

Portugal

Para 2012, os sacrifícios impostospelo Governo do social-democrataPedro Passos Coelho no setorpúblico, consistem em trabalharmais ganhando menos, como jásucedeu em 2011 com o corte de5% da massa salarial. Em 2012,os funcionários públicos que rece-bem mais de 1.000 euros pormês, ficarão sem os subsídios deNatal e de férias. Aqueles queganham menos, irão manter umdestes subsídios.

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»»15 CAESE fevereiro 2012

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Em Portugal, há meio milhão detrabalhadores na Função Pública,num país com 5,5 milhões depessoas em idade ativa.

França

Em França, há uma verdadeiramudança de tendência, pois oemprego público tinha crescidosempre. Os efetivos estabilizaram--se entre 2007 e 2008 pelaprimeira vez desde 1980. Desde2007, que se aplica a política do“1 por 2”, isto é, só se substitui umem cada dois funcionários públi-cos que se reformam.

Segundo a Comissão de Finançasda Assembleia Nacional, em trêsanos foram suprimidos o equiva-lente a 87.300 empregos a tempointeiro. Onde houve maiores re-

duções foi na Defesa (30.000).Outros 100.000 empregos deve-rão ser fechados até 2013. Apolítica de “1 por 2”, à qual seopõem os socialistas, será um dostemas do debate nas eleiçõespresidenciais.

Há uma verdadeira vontade detornar semelhante o funcionamen-to do setor público ao do privado.Ganha terreno a remuneração emfunção do mérito: “o prémio defunção e de resultado”, que abran-ge já 35.000 pessoas e deveriaalcançar as 120.000 em 2012.

Também desde 2008 que se ence-tou uma série de medidas parafavorecer a mobilidade dos fun-cionários públicos. Em caso dereestruturação, um funcionário pú-blico que recuse três empregos

públicos correspondentes ao seuperfil, pode perder o seu salário.

Itália

O clientelismo é um problematradicional de Itália, onde muitosfuncionários públicos desneces-sários conseguiram um empregopor puro favoritismo político.

O plano de ajustamento do Go-verno de Mario Monti inclui medi-das de poupança e de cobrançafiscal, entre as quais se destacamum aumento da idade de reforma(para 62 anos as mulheres e para66 os homens, em 2012). Aspensões superiores a 1.400 eurosmensais ficam congeladas.

Há meio milhão de ex-funcionáriospúblicos que se reformaram antes

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»»16 CAESE fevereiro 2012

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de atingirem os 50 anos de idade,em virtude de uma lei de 1973

(abolida em 1992), que permitiaaos funcionários públicos refor-

marem-se após vinte anos detrabalho.

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PANORAMA

Médicos franceses contra a deriva eugenésica do diagnóstico pré-natalUm grupo de profissionais france-ses do setor da saúde fez umachamada de atenção contra aderiva eugenésica que implica adeteção generalizada da síndromede Down através do diagnósticopré-natal.

Este grupo de ginecologistas, so-nógrafos, parteiras, enfermeiras -157 no total - criou um “Comitépara salvaguardar a medicina pré--natal”, segundo informa o diário“La Croix” (cfr. www.la-croix.com).

Consideraram necessário um de-bate profundo tendo em vista arevisão da lei de bioética, que seveio a efetuar há alguns meses.

Alguns professores conhecidos,como Israel Nisand, Didier Sicardou Jean-François Mattei, haviamdenunciado em França o riscoeugenésico derivado da generali-zação, desde 1997, da revisãopré-natal da possível trissomia 21,para detetar a síndrome de Down.Os resultados foram que 96% das

mulheres optam por interromper agravidez quando o bebé apresen-ta essa anomalia genética. O nú-mero coincide, por exemplo, como apresentado em Espanha em2009: 95%.

Os membros deste comité apela-ram a uma reforma radical, porquea deteção do possível handicapestá a converter-se numa práticaeugenésica, em flagrante contradi-ção com o artigo 16-4 do CódigoCivil, que proíbe “toda a prática »»

17 CAESE fevereiro 2012

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eugenésica dirigida à organizaçãoe à seleção das pessoas".

Na sua opinião, chegou-se a umasituação eticamente inadmissível,opressiva para as mulheres, coer-civa para os profissionais, empo-brecedora da medicina pré-natal emuito dispendiosa para o sistemapúblico de saúde. O tempo dereflexão para as mulheres é muitoreduzido, lamenta o Dr. PatrickLeblanc, ginecologista do hospitalde Béziers, coordenador do comi-té. Por seu lado, os médicosencontram-se submetidos a umacrescente pressão social. Temtambém muita influência o receiode possíveis processos em tri-bunal no caso de nascimento deum bebé com deficiências gené-ticas.

O comité propôs aquando dodebate da revisão da lei, aobrigação de se proporcionar uma"informação equilibrada" às mu-lheres, assim como contar com aparticipação das famílias e dasassociações de afetados pela tris-somia 21, para "darem testemu-nho da (...) dimensão positiva dasua existência".

De facto, a experiência mostraque as pessoas com síndrome deDown têm, juntamente com assuas limitações, inegáveis capaci-dades e não poucas virtudes, quecostumam ser sublinhadas nascampanhas das instituições quese dedicam à sua formação e apromover a sua integração labo-ral. Além disso, os programas deatendimento e estimulação preco-ce melhoram consideravelmente

as suas competências, e os avan-ços médicos proporcionam-lhesuma vida mais longa e mais sã.Igualmente em França, há algunsanos, foi difundida uma campanhasobre o emprego de pessoas de-ficientes, que recorria à imagemde uma rapariga com síndrome deDown; o lema era “Liberté, égalité,handicap”, e acrescentava: “A fra-ternidade é criar na empresa umvínculo entre as nossas diferen-ças”.

Por outro lado, os médicos consi-deram indispensável recuperar aliberdade de prescrever os testesde diagnóstico, contra a atual ge-neralização, que implica efetiva-mente propô-los por sistema aqualquer mulher grávida. Procu-ram travar uma corrente socialque não só converte em direito o

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»»18 CAESE fevereiro 2012

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desejo de ter filhos, como acres-centa que estes devem nascersãos. Enquanto na esfera socialse fala de integrar diferenças, semdiscriminar o diferente, a exclusãopré-natal opera em sentido contrá-rio: afastar-se da normalidade ge-nética seria uma tara desumana.

Se isto ocorre nas gravidezescomuns, o diagnóstico de pré--implante na fecundação in vitropresta-se ainda mais a práticaseugenésicas. Dentro da parcimó-nia informativa com que se en-caram estes assuntos, ficamos asaber que a Espanha é o paíseuropeu que mais utiliza essediagnóstico genético prévio (2.478casos anuais, 37% do total euro-peu). Em Espanha, de acordocom a atual lei do aborto, pode-seabortar até à semana 22 se existir

risco de “graves anomalias nofeto”, com um parecer de doisespecialistas. Como o diagnósticopré-natal conduz ao aborto pormalformações, a vida dos defi-cientes terá cada vez menos valorna sociedade, segundo afirmavacom clareza Ana Peláez, presi-dente do Comité Internacional deDefesa dos Direitos das Pessoascom Deficiência.

A utilização do diagnóstico pré--natal para fazer triagem e nãopara curar, acentua-se à medidaque melhoram os procedimentospara detetar doenças genéticas,sem que exista interesse em in-vestigar terapias que as enfren-tem. Recentemente, foi anunciadauma técnica experimental que,com uma análise de sangue damãe, pode detetar qualquer desor-

dem genética no feto. O procedi-mento baseia-se na análise defragmentos de ADN do feto pre-sentes no sangue da mãe.

O teste pode ser feito às oitosemanas de gravidez, enquantoque os diagnósticos atuais se rea-lizam a partir das 15 semanas. Onovo teste eliminaria os riscos daanálise por amniocentese, queexige tomar uma amostra dolíquido amniótico através de umaagulha e que provoca a perda dofeto em 1% dos casos.

Dennis Lo, da Universidade Chi-nesa de Hong Kong, dirigente daequipa que desenvolveu o testede “Non-invasive prenatal diagno-sis” (NIPD), diz que elimina osperigos da amniocentese.

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De qualquer forma, por agora, sóse realizou uma vez, e a um custoastronómico de 125.000 libras. Oprofessor Lo espera que o custobaixe para menos de 1.000 librasdentro de cinco anos, prazo ne-cessário para ser aprovado eestar amplamente disponível.

A nova lei de bioética acabou porser aprovada em 7 de Julho doano passado. Alguns aspetos nelaaprovados: os médicos são obri-gados a informar todas as grávi-das sobre a sua situação, a res-peito da possibilidade de recorreraos diversos métodos e análisesde diagnóstico pré-natal; é autori-zada a doação cruzada de órgãosno caso de incompatibilidade en-tre próximos; é autorizado o con-gelamento ovocitário ultrarrápido(ou vitrificação); são interditas in-

vestigações sobre o embrião ecélulas estaminais embrionárias,com exceções; é rejeitada a possi-bilidade de as mulheres lésbicasrecorrerem à assistência médicacom vista à procriação; é rejeitadaa possibilidade de acesso à identi-ficação do doador para as pes-soas que tiveram por origem umadoação de gâmetas; é rejeitada agestação por terceiros; é rejeitadaa transferência de embriões apósa morte do pai. A lei irá ser reexa-minada no prazo de 7 anos.

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PANORAMA

O ConcertoThe Concert

Realizador: Radu MihaileanuAtores: Aleksey Guskov;

Mélanie LaurentMúsica: Armand DailandDuração: 119 min.Ano: 2009

Um antigo maestro do TeatroBolshoi de Moscovo fora des-pedido na era comunista por de-fender músicos judeus. Ficara lá atrabalhar apenas como funcionáriode limpeza. Ao saber que a atualorquestra recebera um convitepara atuar em Paris, reúne algunsdos velhos músicos e com outrosnovos, partem todos para a capital

francesa em vez da verdadeiraorquestra.

Ultrapassam inúmeras dificulda-des, provocando situações hila-riantes e outras dramáticas. Porfim, chega o dia do “concerto”…que começa desafinado. De re-pente, a violinista e solista fran-cesa escolhida expressamentepelo maestro, consegue “agarrar”o ritmo e o tom, arrastando atrásde si os outros instrumentistas. Oêxito é enorme. Repetem aatuação por várias capitais. A sin-tonia no grupo é perfeita, graças àresolução de uma questão vitalentre o maestro e a rapariga.Havia um problema… que se solu-

ciona devido à intervenção de umdos amigos músicos do maestro.A confiança entre os dois com-patriotas crescera na adversida-de. Agora neste momento decrise, contam toda a verdade umao outro. Desabafam. Tudo ficatransparente, leve e sem nada aesconder. A sinceridade fortalecea compreensão e tudo resolve.Entre amigos é possível viver eatuar sem máscaras. Todos ga-nham!

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Tópicos de análise:

1. Desabafar com um amigoajuda a enquadrar todos osaspetos da questão.

2. A verdade ao ser dita, delimita oassunto e aponta para a solu-ção.

3. Saber-se compreendido, dá umnovo vigor para continuar.

4. A sintonia dentro de um grupodepende da capacidade deunião do líder.

Paulo Miguel MartinsProfessor da AESE

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DOCUMENTAÇÃO

Drogas para aumentar as faculdades cognitivasAs drogas ilegais utilizam-se paraalterar o estado de consciência eobter uma sensação agradável.Pelo contrário, num futuro nãolongínquo disporemos de outrassubstâncias que aumentarão asnossas capacidades cognitivas.Não existirá perigo nelas?

Os detratores dos nootrópicosasseguram que, a curto prazo,não estariam longe de apresentaros mesmos problemas que asdrogas ilegais.

Imagine, por um momento, queestá a poucos dias de apresentaro relatório anual de desempenhoà assembleia-geral de acionistasda sua empresa. As semanas

anteriores foram esgotantes: soli-citar a informação, corrigir os da-dos, fazer revisões, entrevistar opessoal e mil e uma tarefas mais.Se isto ainda não fosse pouco,restam-lhe algumas dúvidas sobrecomo conseguirá estudar todaesta informação e apresentá-la damelhor maneira.

Num outro cenário qualquer, issorepresentaria uma situação dealarme e pressão que, possivel-mente, teria impacto não só nasua saúde, como no seu futurolaboral. Enquanto dá graças aDeus para que tal seja coisa dopassado, abre o frasco de cápsu-las que o seu médico lhe receitoue toma dois pequenos comprimi-

dos. Algumas horas mais tarde,memorizou e domina toda a infor-mação que será necessário apre-sentar à assembleia-geral de acio-nistas. Já de noite, enquanto pre-para as camas para os seus filhosse irem deitar, pensa no quãoafortunado é viver numa épocaonde os nootrópicos não só sãolegais, como de uso tão quoti-diano, que as pessoas já não têmproblemas em aproveitá-los.

Num futuro próximo

O ps icó logo e qu ím ico Dr.Corneliu E. Giurgea inventou, em1972, o termo “nootrópico” para sereferir a todas as substâncias quefuncionam como potenciadores

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cognitivos. Deriva das palavrasgregas nous (mente) e tropos(direção). Diversamente das dro-gas ilegais que se utilizam de for-ma a alterar o estado de cons-ciência para a exaltação ou adepressão, tendo por objetivo pro-vocar uma sensação “agradável”,os nootrópicos ou smart drugs têma função de melhorar os proces-sos de aprendizagem, facilitar amemorização e aumentar os pe-ríodos de atenção que se dedicama certos trabalhos.

Mesmo que o exemplo mencio-nado no princípio pareça hojedistante, não deixa de levantarsuspeitas sobre os possíveisefeitos originados por uma novagama de drogas que fizesseaumentar as nossas capacidadescognitivas.

A que também é conhecida como“Neurologia cosmética”, joga coma ideia de que os contínuos avan-ços na farmacologia, nas ciênciasbiológicas e, sobretudo, a maiorcompreensão do nosso genoma,poderá dar-nos num futuro nãomuito longínquo, novas substân-cias que não só ajudem a preve-nir, curar ou aliviar doenças, comoaumentar de modo significativo asnossas capacidades. Natural-mente, chama a atenção a possí-vel aplicação dessas descobertasàs capacidades cognitivas.

Desenvolver drogas específicaspara aumentar as capacidadescognitivas em pacientes sãos ain-da é hipotético, mas, pelo con-trário, o facto de alunos sãos usa-rem drogas controladas comomeio para incrementar o seu ren-

dimento académico é uma reali-dade e ganhou especial atenção.

Sobre esta realidade surgiramgrupos a favor e contra o uso eregulamentação destas substân-cias.

Como o café da manhã?

A controvérsia gira sobre os riscospara a saúde que poderiam impli-car as novas drogas. Os oponen-tes aos nootrópicos referem que,a curto prazo, poderiam surgir, co-mo já assinalámos atrás, proble-mas como os das drogas ilegais:dependência psicológica, depen-dência física, tolerância à droga e,sobretudo, riscos para a vida.

Além disso, os falecimentos nodesporto por uso de esteroides e

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substâncias proibidas, são umaclara advertência dos elevadospreços que aqueles atletas paga-ram, e, portanto, dever-se-ia man-ter um estrito controlo sobre elas.

Por seu lado, os defensores douso atual e futuro desenvolvimen-to de novos fármacos, apelam adois argumentos diferentes. Di-zem que, no caso de os riscosserem análogos a práticas cor-rentes, como fumar, tomar umavião ou ingerir bebidas alcoó-licas, deverá ser do foro pessoaloptar pela sua utilização ou não.

Por outro lado, que assim comoos primeiros medicamentos paratratar certas doenças produziamefeitos adversos que, com o pas-sar do tempo, se foram reduzindo,algo similar sucederá com este

novo tipo de drogas. Como não foimotivo para deixar de os consumirnoutras épocas, parece-lhes quehoje muito menos será motivopara restringir o seu uso.

O problema dessas substâncias éo dilema ético não se reduzir à se-gurança dos utentes no momentode as ingerir, mas de se estendero possível impacto que terão nasociedade contemporânea.

Alguns pensadores estão preocu-pados com a possibilidade dessaspráticas levarem as pessoas quenão queiram utilizá-las, a terem defazê-lo para se manterem dentrodo padrão de eficiência. Num am-biente onde todos rendem maispor utilizarem nootrópicos, aqueleque rende menos está claramenteem desvantagem.

Por seu lado, os defensores daproposta argumentam que estassubstâncias poderiam servir osque apresentam problemas deaprendizagem e conseguiriam es-tabilizá-los de acordo com a mé-dia. Assimilam o ato de tomar umcerto nootrópico à situação dereceber aulas particulares, ou to-mar uma chávena de café pelamanhã.

Haveria que proibir tantascoisas…

Do ponto de vista da justiça social,a inquietação provém do facto deque os nootrópicos poderiam am-pliar as disparidades socioeconó-micas existentes. Aos tutores es-pecializados, aulas particulares,preparação no estrangeiro, aces-so à Internet, etc., juntar-se-ia

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outro elemento que situaria osseus consumidores em vantagemrelativamente aos que não os con-sumam.

Os defensores argumentam porduas vias. Por um lado, promo-vem a ideia de que estas subs-tâncias sejam incluídas dentro deum plano universal de distribuição,como no caso das vacinas, com oqual seriam fornecidas equitati-vamente e, portanto, o impactopositivo seria muito maior. E asegunda, rebate o argumento dosseus oponentes, por ser com-traditório num Estado liberal, istoporque, se se proibissem os noo-trópicos, dever-se-ia proibir, deigual modo, tudo aquilo que acar-reta uma vantagem competitiva:aulas particulares, tutores, tomarcafé pela manhã…

Os defensores da proposta adver-tem os que enfaticamente conde-nam essas práticas a prestaremmuita atenção à sua maneira deviver, pois o mais provável é queutilizem algum destes melhora-mentos cognitivos. Uma chávenade café ou chá, um cigarro, bebi-das energéticas, todos estes pro-dutos se localizam na mesmacategoria. A cafeína é um estimu-lante metabólico e do sistemanervoso que se utiliza para ajudara reduzir a fadiga e aumentar oestado de alerta. A taurina, com-ponente das populares bebidasenergéticas, é um ácido orgânicoque ajuda o rendimento psicomo-triz e a resistência física. A nico-tina é um alcaloide que se rela-ciona com a libertação de dopa-mina no cérebro. Uma vez queessas novas drogas sejam segu-

ras, os seus defensores nãoacham que exista um argumentoeficaz contrário à sua utilização.

A dopagem no desporto

Observar o que sucedeu com adopagem no desporto serve paraesclarecer alguns pontos. O des-porto profissional ou de elite éuma criação cultural cimentada,em grandes traços, por dois tiposde normas. Normas constitutivas,que definem e clarificam o que éeste desporto, e normas regula-mentares, que sancionam critériosde governabilidade dentro do jogo.Se alguém percorre 42,195 kmnuma bicicleta, é óbvio que nãoestá a participar numa maratona,mas, se percorrer os mesmos42,195 km após ter treinado eutilizado dopagem expressamente

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proibida no desporto, podemosafirmar que, de facto, correu umamaratona, mas que, ao infringiruma norma regulamentar, não édigno de ser reconhecido.

À pergunta de porquê não serdigno de reconhecimento, deveráresponder-se que, neste caso, aregra é muito clara a respeito dassubstâncias que se podem utilizare daquelas que não o devem ser,além de os membros da AgênciaMundial Antidopagem levaremisso muito a sério. Quando osdesportistas decidem partilhar seaderem explicitamente a essasregras, e se as infringem, ficamfora da categoria dos desportistassuscetíveis de reconhecimento. Ocaso de Ben Johnson nasOlimpíadas de 1988 é paradigmá-tico. Poderá ser o homem mais

rápido do mundo, mas fá-lo comesteroides e isso situa-o noutracategoria que, claramente, não éa dos Jogos Olímpicos.

Disse-se que a dopagem nivela oscompetidores dadas as diferençasintrínsecas, efeito de que a lotariagenética e o ambiente favorece-ram alguns e outros não. Emborahaja um movimento que defendeesta posição, as normas regula-mentares são claras e a quemelas não agradarem, esses entãoque fundem o seu próprio des-porto. Um exemplo é o culturismonatural em comparação com oculturismo tradicional.

Excelência baseada no esforço

É um erro pensar que quem tomaum comprimido se transforma,

como por artes de magia, numsuperatleta ou num superacadé-mico; nada mais longe da reali-dade. O esforço e a dedicação,mesmo quando evoluem, serãosempre importantes no nossodesenvolvimento cultural.

Diga-se que há sérios riscos paraa saúde quando estes fármacosse utilizam sem supervisão médi-ca. Por exemplo, o fabricante deum deles pede aos utentes que,se ao utilizarem o seu produtoexperimentarem dores no peito,alucinações, ansiedade, psicose,pensamentos suicidas ou deagressão, devem deixar de tomá--lo e procurarem assistência médi-ca imediata.

Perante este tema, desenvolvem--se vários dilemas éticos. Valerá a

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pena apostar em ingerir subs-tâncias que nos propiciem resul-tados pragmáticos a curto prazo,mas sem se conhecer o custo doseu uso a curto ou a longo prazo?Será racional obter boas notasacadémicas em troca da nossaexpectativa ou da nossa qualidadede vida? Ou sacrificar a criativi-dade e espontaneidade em prolde uma eficácia técnica?

Tem de se ver se à nossa socie-dade lhe convém deixar de lado aideia de excelência pessoal, combase no esforço e na dedicação,que a cultura atual nos trouxe,optando por resultados imediatos.

Uma versão mais ampla desteartigo foi publicada originalmentena revista mexicana “Istmo”, nº314 (maio-junho 2011).

Bibliografia

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C. P.

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