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A produtividadeda Construo Civil
brasileira
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ndice
parte 1
rsum ss sus
parte 2 relatrio FGV
evu uv csu cv
Esta publicao est dividida em duas partes.
A primeira traz um resumo da pesquisa, de forma apropiciar acesso rpido aos principais resultados eanlises. A segunda traz o relatrio da FGV em sua ntegra,para os interessados no detalhamento do trabalho.
Um csu vz ms mz
as
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evu uvs mss
ps sus sus FGV
a uv vs s sus
a uv vs s sus
css Fs:s uv
5
3
20
50
63
6
24
8
34
16
40
eqUipe FGV
d pj:
Ricardo Simonsen
Suvs:
Francisco Eduardo Torres de S
c:Marcio Lago Couto
c t:
Ana Maria Castelo
Alexandre Guazzelli Afonso
Edney Cielici Dias
Sergio Cmara Bandeira
Jussara Frazo Helene
prodUo editorial
GD7 Consultoria e Comunicao
cbic
ps:
Paulo Safady Simo
eu t:
Lus Fernando Melo Mendes
Carlos Ely Souto de Abreu
Mariana Spezia
b ds cbic:
Daniel talo Richard Furletti
Ieda Maria Pereira Vasconcelos
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A Construobrasileiraretomounosanos
recentesoseuimportantepapelnarecei-
tadodesenvolvimento.Apsdcadasde
baixoinvestimentoeminraestruturaeemhabi-
tao,opasreencontrousuarotadeprogresso
e,paraisso,nopoderiaprescindirdonossosetor
paraaormaodecapitaleparaapromoode
qualidadedevidadanossapopulao.
Nessenovocenrio,evidenciam-segrandesdesa-fos.Oprincipaldeles,natrajetriadecrescimen-
tocontinuado,odaprodutividade.Empoucas
palavras,abuscaporprodutividadesignifcaatin-
giroobjetivodeproduzirmaisemelhorapartirde
umacombinaoactvelderecursos.Odesafo
seresumeentoempromovercondiesdeviabi-
lidadeparainvestimentosemmquinas,proces-
sosprodutivosequalifcaodamodeobra.
Estetrabalho,produzidoemumaparceriada
CmaraBrasileiradaIndstriadaConstruocomaFundaoGetlioVargas,trazelementos
paraavaliaroqueocorreucomaprodutividade
setorialnosanosrecentes,tendocomoreern-
ciaaPesquisaAnualdaIndstriadaConstruo
(Paic-IBGE),ascontasnacionaisbrasileiraseuma
pesquisadeopiniojuntosempresas.
Houve,noperodoanalisado,avanosnaproduti-
vidadeinduzidospelaprpriadinmicadecresci-
mento.Mashumlongocaminhoemdireoaos
resultadosqueesperamosalcanar,comomos-tramosindicadoresdeproduoeaprpriaper-
cepoempresarial.Existeadisposioparaos
investimentos,pormprecisocriarcondies
avorveisparaqueelesseviabilizememmaior
escala,oqueenvolveamobilizaodasentida-
dessetoriaisedosgovernos.
Alcanaraprodutividadeumobjetivodetodos
ns.Esperamosqueestetrabalhosirvadeele-
mentoagregadoremtornodeumadiscussopo-
sitivanabuscapelosmelhorescaminhosparaosetordaConstruoeparaaeconomiabrasileira.
PAULO SAFADY SIMO
PresidentedaCmaraBrasileiradaIndstriadaConstruo
Apresentao
Vini Goulart
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Ua Cotuocada ez a oazada
Ocrescimento da Construo Civil brasileira
tem se reetido em avanos qualitativos im
portantes, com uma maior participao de
empresas ormais no PIB setorial e com o avano do
emprego com carteira assinada. Tratase de elemen
tos importantes para a oerta de melhores produtos,
melhores condies de trabalho e maior arrecada
o de impostos.
Grfico 1
El a caea aaaa C Cl
2003 2009
Fone: Sisee Cons Ncionis IBGE.
Trabalhadores ormais
Trabalhadores inormais
Em , ltimo ano para o qual as bases de dados,
consideradas nesta pesquisa esto disponveis, o
produto (valor adicionado) das empresas ormais de
Construo totalizou R$ , bilhes, o que corres
pondeu a , do produto do setor em seu conjunto
(inormal e ormal), um grande avano com relao
a , em que as empresas ormais respondiam por
apenas ,.
Em , apenas , dos trabalhadores da Cons
truo possuam vnculo ormal de emprego, com
registro em carteira de trabalho em , esse in
dicador chegou a ,. Nesse perodo, o contingen
te de trabalhadores com carteira assinada dobrou,
saltado da aixa de milho de trabalhadores para
milhes de trabalhadores.
Existiam quase mil empresas ormais ativas em
, das quais , possuam at pessoas ocu
padas, , possuam de a pessoas ocupadas e
, contavam com ou mais ocupados. A ltima
aixa preponderante e responde por do valor
adicionado do segmento ormal da Construo. Nes
se mesmo ano, pouco mais da metade das empresas
ormais atuavam na construo de edicios e aproxi
madamente eram prestadoras de servios especializados para construo. As empresas do segmen
to de inraestrutura responderam por , do valor
adicionado da construo, seguido pelas empresas
de edifcaes, com ,.
De a , a taxa mdia de crescimento das em
presas ormais de Construo (com ou mais pessoas
ocupadas) oi de , ao ano, o que mais do que
o dobro da taxa do setor (, ao ano). Por sua vez, o
pessoal ocupado nas empresas ormais cresceu ao
ritmo de , ao ano no perodo analisado.
De a ,
a taxa da de
ceceto da
epea oa
de Cotuo (co
ou a peoa
ocupada) o de
,% ao ao, o
ue a do ue
o dobo da taxa do
eto (,% ao ao).
1.053.053
2.069.300
4.356.249
4.816.053
Percentual da mode obra com carteirasobre o total
19,5%
30,1%
5
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OS prINCIpaIS NmErOSda prOdutIvIdadEda CONStruO
prOdutIvIdadEtOtal dOS
FatOrES (ptF)
Ceceto e podutdadeA PTF ceceu ,% ao ao o peodo -, o que coincidiu com a expanso do setorda Construo. Considerando o perodo , essa expanso oi mais discreta, de ,
ao ano. Apenas nos ltimos trs anos da srie, entre a , a PTF passa a ser positiva,
crescendo , ao ano ou , no perodo.
A produtividAdE dAs EmprEsAs dE ConstruoA (i) produtividade total dos atores (PTF) defnida na relao entre (ii) produtividade do
trabalho e (iii) produtividade do capital. A PTF u dcado potate poue expea etoa copae dea cobae de capta e tabaho, de oa a detfca a aefcete. O perodo considerado abrange os anos de a , com dois subperodos deanlise: , caracterizado por uma srie de aprimoramentos institucionais decisivos
para o setor; e , em que se deu a retomada das atividades da Construo.
Podutdade e o de obaDe a , a produtividade da mo de obra cresceu , ao ano. O investimento realizado
pelas empresas em mquinas e equipamentos e terrenos contribuiu para aumentar a
produtividade do trabalho e diminuir a do capital nos seis anos com um todo. A podutdadedo tabaho e eduz paa ,% ao ao e -, e azo do aueto da cotatae,da oazao e do ao.
Podutdade do captaA produtividade do capital (valor adicionado/unidade de capital) oi negativa, com queda de
, ao ano no perodo . O investimento realizado pelas empresas em mquinas e
equipamentos e terrenos contribuiu para aumentar a produtividade do trabalho e diminuir
a do capital. Ete -, a podutdade do capta toa-e pota e egtaceeto de ,% ao ao.
Oba de edfcaoDe a , o valor adicionado das empresas subgrupo edifcaes cresceu notvel taxa
de , ao ano e, portanto, superior ao crescimento do emprego (, ao ano) e ao estoque
de capital por trabalhador (, ao ano). Como resultado, a produtividade total dos atores
se elevou ao ritmo de , ao ano. E -, a PTF ceceu taxa de ,% ao ao, como produto crescendo a uma taxa maior que a do emprego e com o estoque de capital sico
acompanhando o crescimento do emprego.
Oba de egehaa cO subgrupo obras de engenharia civil expandiu o produto a uma taxa mais elevada que a do
emprego e capital por trabalhador, resultando assim em eeao da podutdade tota doatoe ao to de ,% ao ao de a . Dierentemente do observado no subgrupode edifcaes, as empresas de obras de engenharia civil apresentaram indicadores mais
expressivos no perodo a o valor adicionado cresceu taxa de , ao ano e oi
acompanhado por incrementos na PTF de , ao ano.
FATOrEs qUE inFlUEnCiAm A PrODUTiviDADE
O intenso cecetoecocodo setorde Construo,
sobretudo aps
A crescente oazaodas empresas e da mo
de obra do setor de
Construo Civil
A uafcaocrescente dos
trabalhadores
do setor
A orte
expanso dos
etetoem capital sico
prinCipAissEtorEs
3
4
5
1
2
OBraS daENGENHarIa CIvIl
EdIFICaES
CapItal
traBalHO
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O qUE EnTEnDEr POr PrODUTiviDADEA produtividade o elemento bsico do crescimento ao
longo do tempo. O debate em torno da produtividade
da Construo Civil brasileira se intensifcou nos anos
recentes, em que o setor ingressou em um ciclo virtuoso
de atividade. Com a obteno de taxas expressivas de
crescimento, as empresas passaram a encontrar maio
res difculdades na contratao de mo de obra quali f
cada ou, em menor grau, na aquisio de determinados
bens de capital. Tornouse consenso que para sustentar
o ciclo atual o setor precisa elevar sua produtividade,
ou seja, utilizar de maneira mais efciente os recursos
disponveis.
O termo produtividade abrange, no entanto, dierentes
conceitos: produtividade do trabalho, produtividade do
capital sico, produtividade de um processo produtivo,produtividade de um insumo. Todos os conceitos expres
sam aspectos especfcos. Em outras palavras, a escolha
do conceito e a medida de produtividade podem variar
conorme os objetivos da anlise.
Quais so ento os conceitos de produtividade utilizados
neste trabalho? So os expressos pela un o de produo
da economia, que defne a (i) produtividade total dos ato-
res (PTF) em termos da relao entre (ii) produtividade do
trabalho e (iii) produtividade do capital. Cabem algumas
linhas para esclarecer esses conceitos.
Dizse que uma empresa, um setor da economia, um pas
so competitivos se produzem de orma efciente, ou seja,
se utilizam da melhor maneira possvel os recursos dispo
nveis. E como determinar qual a melhor maneira? Quais
atores determinam a produtividade?
Existe uma relao positiva entre o produto gerado por
um setor ou por uma economia e a quantidade de traba
lhadores e de mquinas, equipamentos, instalaes etc.
utilizados. Essa relao chamada de uno de produ
o. A tecnologia determina o quanto de atores produ
tivos necessrio para produzir certa quantidade de um
bem. Nesses termos, a tecnologia determina a produtivi
dade dos atores em seu conjunto, visto que estabelece as
relaes entre cada ator de produo e o produto.
Como dito acima, podese estimar a produtividade de diversas maneiras. Mas a utilizao do conceito de produ
tividade de um ator para comparar a efcincia relativa
entre empresas pode no ser a mais apropriada, pois duas
ou mais empresas podem obter o mesmo montante de
produto a partir da utilizao de combinaes distintas
dos atores de produo.
Assim, uma construtora que, em decorrncia do tipo obra,
utiliza muitas mquinas e equipamentos e poucos traba
lhadores, seria por defnio mais efciente, caso osse con
siderada a produtividade mdia do trabalho como medida
de efcincia; e menos efciente, se osse utilizada a produ
tividade do capital como medida. Nesse caso, um conceito
mais amplo para a produtividade obteno de uma pro
duo maior com uma mesma quantidade de recursos em
pregados ou, de outra maneira, quando se empreg a menos
recursos para obter uma mesma produo. Dessa orma,
um conceito geralmente utilizado para analisar a efcincia
de uma orma abrangente o da PTF.
A PrODUTiviDADE DA COnsTrUOO trabalho da FGv analisou a produtividade das empre
sas ormais da Construo com base em trs elementos:
a produtividade do trabalho, a produtividade do capital e
a produtividade total dos atores. O perodo considerado
abrange os anos de a , tendo como reerncia
duas bases de dados ofciais produzidas pelo IBGE: o Sis
tema de Contas Nacionais, que abrange todo o conjunto
das atividades da Construo Civil (ormal e inormal),
assim como os demais setores de atividade econmica;
e a Pesquisa Anual da Indstria de Construo (Paic), que
considera apenas as empresas legalmente constitudas.
Por razes metodolgicas, oram consideradas apenas as
empresas ormais com cinco ou mais pessoas ocupadas
para os clculos de produtividade. Foram considerados
dois subperodos de anlise: , caracterizado por
uma srie de aprimoramentos institucionais decisivospara o setor; e , em que se deu a retomada das
atividades da Construo.
Os resultados da PTF para as empresas da Constr uo com
cinco ou mais pessoas ocupadas para o perodo de
a podem ser vistos na Tabea . A tabela permite ob
servar que a produtividade total das empresas oi positiva
nesse perodo, registrando um cresciment o mdio de ,
ao ano. Em outras palavras, com a mesma combinao de
capital e trabalho, as empresas da Construo em ge
raram um valor adicionado , maior em relao a .
U coceto a apo paa
a podutdade obteo
de ua poduo ao co
ua ea uatdade de
ecuo epegado ou, de
outa aea, uado e
epega eo ecuo paa
obte ua ea poduo.
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Pcpa eutadoda peua FGv
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PrinCiPAis rEsUlTADOs DA PEsqUisA FGv
Tabela 1
pae abalh, caal e ptF(cece aal)
PeodoPoduto /
TabahadoPoduto /
Capta
Podutdadetota doatoe
2003/2009 5,8% -3,5% 1,2%
2003/2006 7,2% -8,3% -0,8%
2006/2009 4,4% 1,6% 3,1%
Fonte:FGV apartirde dadosdaPaic.
A decomposio da produtividade mostra que, de a
, a produtividade da mo de obra (valor adicionado/
trabalhador) cresceu , ao ano, enquanto a produtivi
dade do capital (valor adicionado/unidade de capital) oi
negativa, com queda de , ao ano. O crescimento da
produtividade da mo de obra indica que o crescimento
da renda gerada pelas empresas oi superior ao aumento
do emprego. Por outro lado, o crescimento expressivo do
estoque de capital de , ao ano oi superior ao cres
cimento do valor adicionado, o que levou a uma queda na
produtividade do capital. Os nmeros do perodo revelam
algumas tendncias importantes como o crescimento
expressivo do investimento e a substituio de mo de
obra por capital. Nos seis anos de anlise, o investimento
por trabalhador aumentou em termos reais. Assim, o
investimento maior realizado pelas empresas em mqui
nas e equipamentos e terrenos contribuiu para aumen
tar a produtividade do trabalho e diminuir a do capital.
Apenas nos ltimos trs anos da srie, entre a ,
que a PTF passa a ser positiva, crescendo , ao ano ou
, no perodo. Houve, nesses ltimos anos, uma mu
dana importante na composio do resultado, com a re
duo da produtividade da mo de obra. Isso se deveu ao
processo de intensa contratao e de ormalizao do se
tor, com mais empregos com carteira assinada. A presso
no mercado de trabalho repercute nos custos setoriais.
Nesse perodo, os salrios registram crescimento real de
, ao ano, superando o aumento da produtividade do
trabalho, que registra crescimento de , ao ano, o que
representa tambm uma mudana em relao ao perodo
anterior, em que o aumento da produtividade da mo de
obra superior a elevao real dos salrios. Nesse ltimo
perodo, a produtividade do capital tornase positiva e
registra incremento de , ao ano.
Em resumo, de a a produtividade total dos atores
cresceu taxa mdia de , ao ano, esse resultado positi
vo se deve ao crescimento de , ao ano da PTF no perodo
mais recente, de a . O estudo da FGvmostra tam
bm que o resultado avorvel de evoluo da produti vida
de deve ser atribudo exclusivamente ao desempenho das
maiores empresas (com ou mais pessoas ocupadas) no
perodo de a . Isso signifca que, nos trs ltimos
anos da pesquisa, o grupo das maiores empresas expandiu
o produto (valor adicionado) em um ritmo superior ao do
aumento do estoque de capital e de mo de obra.
PrODUTiviDADE POr sEGmEnTOA evoluo da produtividade pode ser apreciada tambm
a partir dos segmentos de atividade que compem a in
dstria de Construo.
O principal grupo de anlise o reerente construo
de edicios e obras de engenharia civil, que, entre a
, registrou orte expanso no valor adicionado (cres
cimento mdio de , ao ano), emprego (, ao ano)
e no estoque de capital por trabalhador (, ao ano) . A
produtividade total dos atores cresceu , ao ano ao
longo do perodo, mas nos anos mais recentes ( a )
a PTF se expandiu uma taxa de , ao ano.
O grupo pode ser desmembrado em dois grandes subgru
pos, com dados disponveis para empres as com ou mais
pessoas ocupadas. Em , as empresas com ou mais
pessoas ocupadas do subgrupo edifcaesresponderam
por do valor adicionado e do emprego de toda a
indstria de Construo Civil. De a , o valor adi
cionado das empresas cresceu notvel taxa de ,
ao ano e, portanto, superior ao crescimento do emprego
(, ao ano) e ao estoque de capital por trabalhador
OutrosgrupossoanalisadosnorelatriodaFGV.Esteresumoseatevenosetormaislargamentere sponsvelpelaexpanso daprodutividadeda Construocomo umtodo.
Apea o to t ao da e,
ete a , a PTF paa a e pota,
cecedo ,% ao ao ou ,7% o peodo.
Houe, ee to ao, ua udaa
potate a copoo do eutado, co
a eduo da podutdade da o de oba.
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(, ao ano). Como resultado, a produtividade total dos
atores se elevou ao ritmo de , ao ano.
Vale destacar que a expanso das empresas de edifca
es se acelerou bastante no perodo de a . O
produto continuou crescendo a uma taxa maior que a do
emprego (, e , ao ano, respectivamente), mas o
estoque de capital por trabalhador se manteve estvel, o
que signifca que o estoque de capital sico acompanhou
o crescimento do emprego. Como resultado desses ato
res, a PTF cresceu taxa de , ao ano, de a , o
que demonstra que as maiores empresas de edifcaes
obtiveram ganhos importantes de produtividade.
O subgrupo obras de engenharia civil abrange diversas
atividades, entre elas as obras virias (construo de
rodovias, errovias), obras de urbanizao, obras de artes
especiais, montagem de instalaes industriais e estru
turas metlicas, entre outras. As empresas com ou
mais pessoas ocupadas desse subgrupo respondem por
, do emprego e do valor adicionado da indstria
de Construo. Esse subgrupo expandiu o produto a uma
taxa mais elevada que a do emprego e capital por traba
lhador, resultando assim em elevao da produtividade
total dos ator es ao ritmo de , ao ano de a .
Contudo, ao contrrio do observado no subgrupo de edi
fcaes, as empresas de obras de engenharia civil apre
sentaram indicadores mais expressivos no perodo
a o valor adicionado cresceu taxa de , ao
ano e oi acompanhado por incr ementos na PTF de ,
ao ano. No perodo seguint e ( a ), essas taxas de
crescimento declinaram para , e ,, nessa ordem.
Em resumo, as empresas de edifcaes de maior porte
com ou mais pessoas ocupadas oram as que mai s
contriburam para o crescimento da produtividade total
dos atores da Construo Civil e essa constatao sed em razo do desempenho no perodo mais recente
( a ), com crescimento mdio da PTF de notveis
, ao ano.
A PrODUTiviDADE nA visO DAs COnsTrUTOrAsAs aes de melhoria de produtividade dependem em
grande medida do diagnstico que as prprias empresas
tm da questo. Em razo disso, o trabalho da FGv pro
curou, por meio de um uma pesquisa junto s empresas,
obter essa avaliao. A percepo do setor de que a pro
dutividade evoluiu no perodo pesquisado, mas essa evo
luo poderia ter sido melhor. Para conseguir o desejado
salto na produtividade, as principais iniciativas se reerem
ao treinamento de pessoal e a condies avorveis de
investimento em mquinas, equipamentos e processos
produtivos o que depende de medidas que envolvem as
entidades setoriais e os governos.
A pesquisa oi realizada por meio de envio de questio
nrio s empresas. Foram obtidas respostas em em
presas sediadas em Estados. A amostra, por sua vez,
composta principalmente por empresas de edifcao
(), o que a torna mais representativa desse segmentoprodutivo apenas pertencem ao de inraestrutura.
Portanto a pesquisa expressa uma percepo nacional
do setor em relao s questes propostas, mas essa
viso mais representativa das empresas que atuam no
segmento de edifcao.
A pesquisa ormulou uma pergunta direta com relao
avaliao de produtividade. Apenas das empresas
responderam estar totalmente satiseitas; declara
ram estar insatiseitas. A grande maioria, , se declara
satiseita com a produtividade, mas considera que ela
poderia ser melhor. Ao apontar os investimentos priori
trios para melhorar a produtividade da empresa,
indicam a necessidade de treinamento da mo de obra;
, a adoo de novos processos produtivos; e o
investimento em mquinas e equipamentos. Nesse con
texto, das empresas declaram estar em busca de
novos processos produtivos.
Questionouse a percepo das empresas com relao
produtividade da mo de obra na comparao dos pe
rodos anterior e posterior a . Um total de res
pondeu que o investimento em treinamento passou a ser
mais intenso a partir de , sendo que disseram
que passaram a investir muito mais em treinamento nes
se perodo. Portanto o crescimento setorial oi acompa
nhado de iniciativas mais intensas de treinamento pela
grande maioria das empresas. O treinamento oerecido
pelas empresas, por sua vez, ocorre em cursos organiza
dos pelas prprias empresas (), pelo Senai (), por
empresas especializadas () e pelo sindicato ().
A avaliao geral dos treinamentos de pessoal aps
apresenta de respostas que as consideraram sufcien
tes. Apenas consideraram as iniciativas sufcientes e
satisatrias e consideraram as iniciativas sufcien
tes, mas insatisatrias. Se se somar esse ltimo percen
tual com os que avaliaram os treinamentos com insu
fcientes, verifcase que os treinamentos deixaram algo a
desejar por dos respondentes.
Esses dados sugerem que os treinamentos tm um carter
de suprir defcincias especfcas, mas que provavelmente
alta sistematizao ou continuidade das iniciativas, oumesmo condies de escolarizao que possibilitem um
aprendizado mais intenso. Ou seja, a pesquisa corrobora
as demandas insistentes do setor de necessidade de qua
lifcao de mo de obra. A qualifcao existente parece
ser em boa medida para remediar necessidades premen
tes de um setor aquecido e com necessidade de aprimorar
o processo produtivo.
Ao questionamento de que se o trabalhador passou a ser
mais produtivo nos ltimos quatro anos, apontaram a
alternativa um pouco mais e apenas bastante mais .
E euo, a epea de
edfcae de ao pote
oa a ue a cotbua
paa o ceceto da
podutdade tota do
atoe da Cotuo Cbaea, co ceceto
do da PTF de ote ,%
ao ao ete e .
PrinCiPAis rEsUlTADOs DA PEsqUisA FGv
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Portanto identifcaram aumento de produtividade do
trabalhador, mas no notaram melhora.
A pesquisa procurou investigar tambm o comportamento
das empresas com relao aos investimentos em mqui
nas, equipamentos e processos, comparando o perodo
anterior e o posterior a . As respostas mostram que
das empresas passaram a investir um pouco mais
em mquinas e equipamentos a partir de e que
passaram a investir muito mais. Apenas continua
ram a investir o mesmo montante ou menos em mquinas
e equipamentos. Isso indica que o crescimento do setor
tornou imperativo um uso mais intenso do capital, o que
corrobora os resultados da pesquisa de produtividade com
base em dados do IBGE. A pergunta anterior oi ormulada
tambm com relao ao investimento em proces so produ
tivos. Os percentuais de resposta oram muito prximos
dos verifcados com relao a mquinas e equipamentos.
A pesquisa mostrou que das empresas apontaram
difculdades para investir em mquinas equipamentos
e processos. Entre as difculdades, a principal a alta demo de obra (), o que reora o papel estratgico do
treinamento para o aumento da produtividade total de
atores. Em segundo lugar, aparecem os prprios custos
das mquinas, equipamentos e processos, com . No
que se reere a difculdades fnanceiras, apontaram
difculdades no acesso s linhas de crdito para investimen
tos em mquinas e equipamentos e a alta incidncia
tributria na adoo de processos industrializados. Essas
difculdades ganham mais realce porque das empresas
julgaram importante ou muito importante o investimento
em mquinas, equipamentos e processos.
COnClUsEs GErAisCom base no estudo da FGv, possv el de stacar al
gumas mudanas relevantes observadas no setor de
Construo na dcada passada e que ajudam a explicar
os resultados da produtividade. Essas mudanas esto
relacionadas a:
O teo ceceto ecoco do etode Cotuo, obetudo ap ;
A cecete oazao da epea e dao de oba do eto de Cotuo C;
A cecete uafcao dotabahadoe do eto;
A ote expao do etetoe capta co;
As condies avorveis ao crescimento do setor so ele
mento central para entender os atores condicionantes
de produtividade. Depois de dcadas com desempenho
abaixo de sua potencialidade, o setor retoma seu papel
histrico no desenvolvimento brasileiro, o que ocorre a
partir de .
A ormalizao das empresas e da mo de obra, por sua
vez, pode estar associada ao crescimento da produtivi
dade total dos atores. O ingresso no segmento ormal
muitas vezes requer maior profssionalizao da equipe
da construtora, ao menos no que se reere gesto ad
ministrativa, contbi l e fnanceira de modo a permitir o
cumprimento das obrigaes legais. A ormalidade amplia o acesso aos recursos de terceiros necessrios ao
crescimento da construtora (emprstimos, fnanciamen
tos), viabilizando dessa orma a contratao de obras
de maior porte. Outro ator a se considerar o ato de
o ingresso no setor ormal ser requisito mnimo para a
prestao de servios para os maiores contratantes do
mercado (grandes e mdias construtoras e setor pbli
co), com possibilidade no apenas de elevar o porte das
obras, mas tambm de se benefciar com o aprendizado
proporcionado por clientes com padres mais elevados
de qualidade e produtividade. Cabe destacar que o pe
rodo em que o setor de Construo mais cresceu (
a ) coincide com os anos em que o valor adicionado
mais se concentrou nas empresas ormais e, tambm,
com os anos em que o crescimento da produtividade to
tal dos atores oi mais intenso.
De a , o trabalhador da Construo Civil se tor
nou mais qualifcado e a produtividade do trabalhador
das empresas ormais com cinco ou mais pessoas ocu
padas cresceu taxa mdia de , ao ano . A explicao
para essa elevada taxa de crescimento da produtividade
do trabalho est relacionada no apenas ao ato de o
trabalhador da Construo ter se qualifcado e elevado
a sua produtividade, mas tambm reexo dos inten
sos investimentos em capital sico realizados pelas
construtoras , o que tambm contribui para a elevao
da produtividade do trabalhador. Isso signifca que as
empresas optaram por operar de orma mais intensiva
em capital basta notar que, em , a remunerao
da mo de obra (salrios, encargos, retiradas) consumiu
, do valor adicionado das construtoras e, em ,
essa participao caiu para ,.
De a , os salrios reais mdios dos trabalha
dores subiram taxa mdia de , ao ano e, portanto,
fcou abaixo da taxa de crescimento da produtividade do
trabalhador (variao mdia de , ao ano). Porm, as
taxas reerentes aos anos mais recentes mostram uma
tendncia preocupante para as empresas do setor: os sa
lrios mdios subiram ,, em e ,, em , en
quanto que a produtividade do trabalhador se manteve
estvel, em , e registrou aumento de ,, em .
A maior escassez de mo de obra no perodo recente tempressionado os salrios e os ganhos de produtividade
do trabalhador no oram sufcientes para cobrir esse
custo adicional.
Alm de pagar salrios maiores, o grupo das maiores
empresas elevou o salrio ao ritmo de , ao ano e,
Em,as construtora(com ou maispessoasocupadas)realizaram investimentos
emcapital sico daordemde R$ ,mil portrabalhador,esse valor superior,e mtermosreais, aosinvestimentospor trabalhadorobservadosem.
Ossalrios mdiosdas construtorascom ou maispessoasocupadas (PAIC)oramdeacionadospelo INPC parao clculo dastaxasde variao reais.
ainda assim, essa taxa oi superada pelo crescimento de
, ao ano da produtividade do trabalhador. A julgar
por esses resultados, a tarea das menores construtoras
de atrair e reter mo de obra especializada tem se tor
nado cada vez mais dicil, sobretudo em um contexto
em que a produtividade do trabalhador das menores
empresas cresce a uma taxa equivalente a um ter o das
maiores empresas.
O ltimo ponto a se considerar diz respeito ao orte cres
cimento dos investimentos em capital sico do setor
da Construo. Em , as construtoras ormais com
ou mais pessoas ocupadas investiram R$ bilhes em
ativos imobilizados (mquinas, equipamentos, terrenos,
material de transporte, entre outros). Esse montante de
investimentos correspondeu a , da ormao bruta
de capital fxo de toda a economia brasileira naquele ano.
Para se constatar o surpreende crescimento dos investi
mentos das construtoras, basta verifcar que, em ,
esse mesmo indicador era de ,. De a , a taxa
mdia de crescimento dos investimentos oi de , ao
ano. A incorporao de novas geraes de bens de capi
tal permitiu ao setor no apenas elevar a capacidade de
atender um mercado em ranca expanso, como tambm
contribuiu para a substituio relativa de mo de obra
(ator escasso) por capital sico.
O estudo da FGv mostrou que, nos anos recentes, o cres
cimento da produtividade est sendo sobreposto pelo
aumento dos salrios. Dirigentes setoriais tm enati za
do a importncia do treinamento da mo de obra. Os re
sultados mostram que essa demanda tem undamento.
A pesquisa realizada junto s empresas mostrou que aoerta de mo de obra li mitante at mesmo para a ado
o de novos mtodos construtivos e para o uso mais
intensivo de mquinas e equipamentos. Portanto, o trei
namento um ator que condiciona dois componentes
da produtividade: a prpria mo de obra e tambm o
capital. No que se reere a esse ltimo, sintomtico
que das empresas tenham declarado difculdade
no investimento em mquinas, equipamentos e novos
processos produtivos. Assim, desatar as amarras que
impedem o aumento da produtividade um desafo para
que o setor possa continuar a sua rota de crescimento.
PrinCiPAis rEsUlTADOs DA PEsqUisA FGv
Ete etudo otou ue, o
ao ecete, o ceceto
da podutdade et
edo obepoto peo
aueto do ao.
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Acesso s linhas de crdito para investimentos em mquinas e equipamentos
Juros altos no crdito (custo de capital)
O custo de novos equipamentos e processos
Falta de oferta dos bens/servios desejados no mercado
Falta de trabalhadores especializados para contratar
Incidncia tributria na adoo de processos industrializados
encontram dificuldade de investirem mquinas, equipamentos eprocessos produtivos
das empresas tm
buscado novosprocessos construtivos
Considere dois perodos: os anosimediatamente anteriores a 2007 e operodo a partir de 2007. Qual afirmaoreferente ao INVESTIMENTO EM MQUINASE EQUIPAMENTOS se aplica sua empresa?
Na sua avaliao,O TRABALHADOR DE SUAEMPRESA PASSOU A SER MAISPRODUTIVO nos ltimosquatro anos?
Considere dois perodos: os anosimediatamente anteriores a 2007 e operodo a partir de 2007. Qual afirmaoreferente ao TREINAMENTO DE MO DEOBRA se aplica sua empresa?
Como voc avaliasuas iniciativas deQUALIFICAO DE MODE OBRA de sua empresaaps 2007?
Voc est satisfeito comPRODUTIVIDADE de sua empresa?
,
Passou a investir menosem mquinas e equipa-mentos por trabalhadora partir de 2007
,Sim, um pouco mais
,
Sim, bastante mais
,
No
,
A empresa passou ainvestir menos
,Suficientes,mas poderiaser melhor
,Sim, mas poderiaser melhor
,
Sim, totalmente
,
No
,
Suficientes esatisfatrias
,
Insuficientes
,NenhumaResposta
,
O investimento equiva-lente nos dois perodos
,A empresa passoua investir umpouco mais
,
A empresa passoua investir muitomais
,
O investimento equivalentenos dois perodos
,Passou a investir
um pouco mais
,
Passou a investirmuito mais
,
Nenhuma Resposta
PARA AS EMPRESAS QUE APONTARAM DIFICULDADES EM INVESTIR EM MQUINAS,EQUIPAMENTOS E NOVOS PROCESSOS PRODUTIVOS, OS OBSTCULOS MENCIONADOS FORAM
,
,
,
,
,
,
pesqis jno s eessoso qe eceoo seo e qe oiie eoi noeoo esqiso, sess eoo oei esio eho. p consegio esejo so noiie, s inciisiniciis se efee oeineno e essoe conies foeise inesieno eqins, eqienose ocessos oios oqe eene e eisqe enoe s eniesseoiis e os goenos.
a prOdutIvIdadENa vISO daSCONStrutOraS
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ntegra dO relatriO
Evoluo
da produtividade
na Construo Civil
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20 21
O o Coo
Esta seo dedicase a descrever o setor da Constru
o Civil de acordo com a Pesquisa Anual da Indstria
da Construo (PaicIBGE) e com reerncia s Contas
Nacionais brasileiras. O setor ormado pelo conjunto
das empresas legalmente constitudas, pelas empresas
inormais e unidades autnomas de produo (traba
lhadores por conta prpria, trabalhadores no remu
nerados, entre outros). As unidades autnomas so
responsveis pelo que se convencionou denominar de
autoconstruo, ou seja, as obras de pequeno porte
realizadas pelas prprias amlias ou por trabalhadores
contratados inormalmente.
Podese estimar a dimenso da ormalidade setorial a
partir da comparao de duas bases de dados do IBGE: o
Sistema de Contas Nacionais, que abrange todo o conjun
to das atividades da Construo Civil (ormal e inormal),
assim como os demais setores de atividade econmica; e
a Pesquisa Anual da Indstria de Construo (Paic), que
considera apenas as empresas legalmente constitudas.
Em , ltimo ano para o qual as bases de dados consi
deradas esto disponveis, o produto (valor adicionado)
das empresas ormais de Construo totalizou R$ ,
bilhes, o que correspondeu a , do produto do setor
em seu conjunto (inormal e ormal). Os nmeros mos
tram a participao majoritria das empresas na gerao
de renda setorial. No entanto, essa composio recen
te e resultado do expressivo crescimento das atividades
ormais. Em , as empresas ormais respondiam pela
menor parcela do produto do setor: apenas ,. Vale
observar que a parcela do setor caracterizada pela inor
malidade ainda bastante signicativa.
O processo de ormalizao da produo vem tendo pro
undos impactos tambm no mercado de trabalho, o que
pode ser percebido a partir da evoluo do perl da mo
de obra do setor. Em , apenas , dos trabalhadores
da Construo possuam vnculo ormal de emprego (com
registro em carteira de trabalho). Em , esse indicador
de ormalidade chegou a , da modeobra . Entre
e , de cada trs novos postos de trabalho abertos no
setor da Construo, dois oram com registro em carteira.
Podese notar que se a maior parte do valor adicionado ad
vm das empresas, mas ainda a produo por autogesto
que responde pela maior parcela da ocupao. Dessa or
ma, o nmero de trabalhadores com carteira na Constru
o ainda relativamente reduzido na comparao com a
mdia da economia, que atingiu em .
O perl das empresas ormais pode ser analisado sob trsticas:(i) o porte das empresas, (ii) os segmentos de ativi
dade e, (iii) a distribuio geogrca das atividades.
Em , a Paic contabilizou . empresas ormais ati
vas, das quais , possuam at pessoas ocupadas,
, possuam de a pessoas ocupadas e , con
tavam com ou mais ocupados. A despeito do grande
nmero de empresas, o setor relativamente concentra
do. As empresas com at pessoas responderam por ape
nas , do valor adicionado e do total de ocupados pelo
conjunto das empresas. Por outro lado, as empresas com
ou mais trabalhadores respondem por cerca de
do valor adicionado do segmento ormal da Construo.
A indstria da Construo abrange variados segmentos
de atividades, tais como: construo de edicios, obras de
inraestrutura (viria, urbana, energia eltrica, telecomuni
caes e outros) e servios especializados para construo
(demolio e preparao de terreno, instalaes eltricas e
hidrulicas, obras de acabamento e outros). Em , pouco
mais da metade das empresas ormais atuavam na constru
o de edicios e aproximadamente eram prestadoras
de servios especializados para construo. As empresas
do segmento de inraestrutura responderam por , do
valor adicionado da construo, seguido pelas empresas de
edicaes, com ,. As empresas de inraestrutura so
de porte mais elevado, em cada uma empregava uma
mdia de trabalhadores, enquanto as de edicaes em
pregavam e as de servios especializados, .
No que diz respeito distribuio geogrca , em metade das empresas ormais de Construo se localizavam
na regio Sudeste e aproximadamente no Sul. Essa
concentrao da indstria da Construo maior quando
se observa o valor adicionado, nesse caso o Sudeste res
ponde por , seguido pelo Nordeste, com ,. Entre
a , houve ligeiro crescimento nas participaes
Grfico 2.1
Evoluo da Formalidade damo de obra da Construo Civil
1.053.053
2.069.300
4.356.249
4.816.053
2003 2009
Trabalhadores ormais
Trabalhadores inormais
20
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(ou reduzem) o nvel de atividade econmica, mas tam
bm quando novas empresas ingressam (ou saem) do
segmento ormal. Para reduzir esse ltimo eeito, op
touse por dividir a srie de valor adicionado pelo total
de empresas, de modo que a srie resultante refita o
desempenho de uma empresa or mal representativa
(empresa mdia);
Na srie de valor adicionado oram consideradas apenasas empresas ormais com ou mais pessoas ocupadas.
De modo geral, o crescimento do segmento ormal acompanhou o desempenho do setor de Construo como um
todo, com exceo de e , anos em que as empre
sas ormais obtiveram resultados muito mais expressivos
que o setor em geral.
De a , a taxa mdia de crescimento das empre
sas ormais de Construo (com ou mais pessoas ocu
padas) oi de , ao ano, o que mais do que o dobro
da taxa do setor (, ao ano). Por sua vez, o pessoal ocu
pado nas empresas ormais cresceu ao ritmo de , ao
ano no perodo analisado.
O setOr da COnstruO
do Sudeste (,) e do CentroOeste (,) no valor adicio
nado da Construo Civil. Vale notar que as construtoras
do Nordeste empregam, em mdia, o maior nmero de
trabalhadores ( pessoas ocupadas por empresa) e as lo
calizadas no Sudeste geram, em mdia, maior valor adicio
nado (R$ , milhes por empresa).
So Paulo concentra , das empresas, da mo de
obra e quase do valor adiciona do se considerado ape
nas o grupo das empresas ormais com ou mais pessoas
ocupadas. No perodo de a merece destaque o au
mento da participao do Rio de Janeiro no valor adicionado da construo: de , para ,. Entre as unidades
da Federao que perderam participao, a Bahia apresen
tou a maior queda: de ,, em , para ,, em .
importante observar que em , os critrios utiliza
dos pelo IBGE para a denio do universo de empresas
ativas mudaram e, com isso, o nmero de empresas com
menos de cinco pessoas ocupadas caiu de orma acen
tuada. Assim para se evitar distores na taxa de cres
Os dadosda Paicrelativoss unidadesdaederao consideramapenasasempresascom oumais pessoasocupadas. Paramaisdetalhes,ver Anexo Metodolgico,tpico (Base de Dados).
cimento do valor adicionado, em , causada por essa
mudana metodolgica, optouse por excluir as menores
empresas nas anlises realizadas para o setor ormal, es
pecialmente na estimativa da produtividade. Ou seja, o
ram consideradas apenas as empresas ormais com ou
mais pessoas ocupadas.
O crescimento econmico do setor da Construo oscilou
bastante nas duas ltimas dcadas, mas a partir de
passou a sustentar taxas signicativas de crescimento
do produto. No que diz respeito s empresas, a partir de
que se inicia um perodo de crescimento em que elastiveram orte participao.Na verdade, podemse identi
car duas ases distintas. A primeira que vai de a ,
quando ocorrem mudanas institucionais que serviro
de undamento para o perodo de maior crescimento do
setor ormal. O segundo perodo tem como base o ano de
e vai at , quando as mudanas esto consolida
das e temse a criao de programas como o Programa de
Acelerao do Crescimento (PAC) e o Programa Minha Casa,
Minha Vida (MCMV), que daro um horizonte de maior pre
visibilidade aos investimentos e que permitiro que as em
presas experimentem resultados mais expressivos.
Grfico 2.2
Taxas de Crescimento Setor da Construoe Segmento Formal(empresas com 5 ou mais pessoas ocupadas)
Fonte:Sistemade ContasNacionaise Paic(IBGE).
-2,8%
-10,1%
2004 2005 2006 2007 2008 2009
PIB da Construo Civil
Valor Adicionado / Empresa Formal
9,6%
22,9%
8,3%
3,6%3,9%
11,9%
1,4%
3,5%
possvel comparar o crescimento do setor da Constru
o Civil com o crescimento registrado pelas empresas
ormais ativas que atuam no setor, de modo a analisar
como o segmento ormal tem evoludo nos ltimos anos.
Para tanto, tornase necessrio alguns ajustes nas bases
de dados adotadas, a saber:
Para o clculo das taxas reais de crescimento deveseusar o mesmo defator de preos para as duas sries,
quais sejam: a do Produto Interno Bruto da Construo
(Sistema de Contas Nacionais) e a do valor adicionado
das empresas ormais (Paic). Optouse por utilizar comodefator o ndice mdio anual do INCCDI da FGV. Cabe
observar, portanto, que as taxas de crescimento da Cons
truo Civil resultantes so dierentes daquelas divulga
das pelo IBGE, visto que esse rgo adota outro tipo de
defator para o PIB do setor da Construo;
O valor adicionado das empresas ormais (Paic) variano apenas quando as empresa desse grupo elevam
O Produto Interno Bruto (PIB) e o valoradicionado (VA)so medidasequivalentesdoproduto de qualquersetorde atividade econmica,conorme explicado no Anexo Metodolgico,tpico (EconomiadaProduo).
10,7%
42,2%
2322
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eoo po p
COnCeitOsO debate em torno da produtividade da Construo Civil
brasileira se intensicou nos anos recentes em que o se
tor ingressou em um ciclo virtuoso de crescimento. Com a
obteno de taxas expressivas de crescimento, as empre
sas passaram a encontrar maiores diculdades na con
tratao de mo de obra qualicada ou, em menor grau,
na aquisio de determinados bens de capital. Tornouse
consenso que para sustentar o ciclo atual o setor preci
sa elevar sua produtividade, ou seja, utilizar de maneira
mais eciente os recursos que dispe.
O termo produtividade, no entanto, abrange dierentes
conceitos: produtividade do trabalho, produtividade
do capital sico, produtividade de um processo produ
tivo, produtividade de um insumo. Todos os conceitos
expressam aspectos especcos. Em outras palavras, a
escolha do conceito e a medida de produtividade podem
variar conorme os objetivos da anlise. Assim, consi
dere o caso de uma construtora interessada em medira produtividade da mo de obra no servio de alvenaria
de vedao. Nesse contexto especco, uma medida de
produtividade possvel de ser utilizada dada pela razo
entre a produo (em metros quadrados) e a quantidade
de modeobra empregada no servio (em homenshora).
A empresa pode usar essa medida para comparar as pro
dutividades de diversas equipes de alvenaria e decidir,
por exemplo, pela melhor orma de compor a equipe ou
de organizar o trabalho. Nesse caso, a produtividade do
trabalho dada pela relao de medidas sicas (metros
quadrados e homenshora). Mas uma das medidas pos
sveis e, nesse contexto, adequada.
Cabe considerar que a utilizao do conceito de produti
vidade mdia de um ator para comparar a ecincia rela
tiva entre empresas no a mais apropriada, pois duas ou
mais empresas podem obter o mesmo montante de pro
duto a partir da utilizao de combinaes distintas dos
atores de produo. Assim, uma construtora que utiliza
mais intensamente capital, em detrimento do trabalho,
seria por denio mais eciente, caso osse considera
da a produtividade mdia do trabalho como medida de
ecincia; e menos eciente, se osse utilizada a produti
vidade mdia do capital como medida.
O canteiro de uma obra o local onde so combinados
diversos recursos (trabalho, equipamentos e insumos) de
modo a se obter, ao nal, um produto (por exemplo, uma
edicao). Isso signica que elevar a produtividade
obter uma produo maior com uma mesma quantidade
de recursos empregados ou, de outra maneira, empregar
menos recursos para uma obter uma mesma produo.
Dessa orma, um conceito mais apropriado para analisar
a ecincia de uma orma mais abrangente o de Produ
tividade Total dos Fatores (PTF).
O crescimento de longo prazo da PTF resultado do pro
gresso tecnolgico em sentido amplo e, uma vez obtida,
possvel decompor a PTF de modo a se mensurar a pro
dutividade de cada ator de produo (trabalho e capital
sico). Mas nesse caso, o conceito e a orma de se men
surar se dierenciam em relao produtividade de cada
ator em separado.
Um aspecto a ser destacado que a simples mensurao
de medidas de produtividade no permite concluir sobre
as causas das variaes desse indicador. Se a produtivi
dade do trabalho na Construo aumentou em um dado
perodo, este aumento poderia estar relacionado a um am
plo conjunto de atores, por exemplo: melhor qualica o
dos trabalhadores, maior especializao da modeobra,
introduo de equipamentos que poupam modeobra,
avanos tecnolgicos de mquinas e equipamentos, novos
processos construtivos, elevao do valor agregado dos
insumos de modo a se poupar modeobra nos canteiros,
maior concentrao do setor (com eventuais economiasde escala), mudanas institucionais (legislao trabalhis
ta, tributria etc), entre outros.
PrOdutividade tOtal dOs FatOres
A mensurao da PTF de uma atividade pode ser eita a par
tir de um modelo econmico que relaciona os recursos em
pregados no processo produtivo e o produto obtido ao
nal. Assim, cabe a distino entre dois tipos de recursos: os
atores de produo (mo de obra e capital) e os insumos.
A relao entre o produto e os ato res de produo empre
gados especicada por meio de uma uno de produ
o. Nesse estudo, adotouse a uno abaixo conhecida
como CobbDouglas como modelo:
= ,, = .!.(!!!)Onde Y o produto do setor da Construo, K o estoque
de capital sico, L o nmero de trabalhadores,A uma
medida do progresso tecnolgico (ou grau de conheci
mento tcnico) e o parmetro, por hiptese, algum va
lor entre (zero) e (um). Devese esclarecer que a uno
de produo delimita a ronteira de produo, no sentido
de que a quantidade de produto sempre mxima para
uma dada alocao de capital e trabalho. Por hiptese,
desconsideramos a possibilidade do setor da Construo
operar com capacidade ociosa, ou seja, com mais estoque
de capital e trabalhadores do que o necessrio para se
alcanar o produto pretendido, o que signica que nesse
modelo simplicado no se admite inecincias tcnicas.
Na reerida uno de produo, o parmetro (expo
ente da varivel K) a participao da remunerao do
capital no produto e, de orma anloga, o expoente ()
a participao da renda dos trabalhadores no produto.
Portanto, a soma dos dois expoentes igual a ou ,
o que implica que a renda agregada dividida entre tra
balhadores e empresrios.
O uso da uno CobbDouglas tal como especicada aci
ma se justica pelo ato de ela possuir certas propriedades
bastante apropriadas para o presente estudo emprico:
O cco oo pzo
PtF o o poo
coco o po
2524
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Poo
Poo
Poo
Cp
Cp
Cp
tho
tho
tho
Y0
Y0
Y0
Y1
Y1
c
evOluO da PrOdutividade das emPresas
Os retornos de escala so constantes. Isso sig nica quese o capital e o trabalho aumentarem em determinada
proporo (mantendose constante a varivelA), ento
o produto crescer exatamente na mesma proporo.
Os atores de produo possuem rendimentos marginais decrescentes. Isto , se um dos atores de produ
o or mantido constante (juntamente com a varivel
A), ento o crescimento do outro ator de produo au
mentar o produto, mas esses aumentos ocorrero a
taxas decrescentes. Para ilustrar esse conceito basta
imaginar um canteiro de obras com dado estoque de
capital sico e com uma quantidade de trabalhadores
cada vez maior. razovel supor que cada trabalhador
adicional contribuir menos para a evoluo das obras
do que o trabalhador precedente.
No existe produo livre, ou seja, se no h empregode capital e de trabalho, ento a produo zero. De
ato, essa parece ser uma propriedade inquestionvel.
A elasticidade de substituio entre capital e trabalho unitria. Signica dizer que os dois atores de
substituio so substitutos pereitos: uma reduo
relativa do estoque de capital na obra pode ser com
pensada por um aumento proporcional de igual valor
(mas com sinal trocado) no nmero de trabalhadores
de modo a se manter o nvel de produto constante.
Essa uma propriedade que pode ser considerada
bastante restritiva, mas est vinculada uno de
produo proposta.
Na uno de produo apresentada, a varivelA umamedida do progresso tecnolgico em sentido abrangen
te, ou seja, captura no apenas os avanos tcnicos de
mquinas e equipamentos, como tambm a introduo
de novos processos produtivos e maior qualicao ou
especializao da modeobra. Isso signica que uma
parcela do produto explicada pelo grau de desenvolvi
mento tecnolgico do setor da Construo.
O progresso tecnolgico tem papel undamental no cres
cimento econmico de longo prazo de qualquer setor
de atividade, regio ou pas. Basta notar que, para uma
dada quantidade de trabalhadores e estoque de capital,
a elevao do produto s se torna possvel com o avano
tecnolgico, supondo a uno de produo especicada.
Quando se constata, por exemplo, que atualmente o tra
balhador da Construo Civil muito mais produtivo que
o trabalhador da dcada de , os condicionantes dessa
maior produtividade esto relacionados no apenas ao
ato do trabalhador atual ser mais qualicado ou espe
cializado, mas tambm ao ato do trabalhador atual estar
inserido em um canteiro com instrumentos, equipamen
tos e processos produtivos cujas tecnologias so signi
cativamente superiores s de anos atrs. Ao analisar
a uno de produo, o resultado nal em termos de
elevao do produto de todos esses condicionantes da
produtividade sintetizado pela varivelA. importante
observar que o progresso tecnolgico, na especicao
adotada, no est associado apenas produtividade do
trabalho ou do estoque de capital, mas sim ao conjunto
dos atores de produo. Isto , o progresso tecnolgico
torna todos os atores de produo mais produtivos e, por
consequncia, contribui para elevar o produto.
O progresso tecnolgico no algo que pode ser a cilmen
te observado, medido e agregado, da orma com se az como nmero de trabalhadores (L) ou com o estoque de capi
tal sico (K). Por outro lado, o produto (valor adicionado)
pode ser medido e agregado. Ento, na uno de produo
adotada, pressupese que os aumentos de produto no
acompanhados de aumento do nmero de trabalhadores
e/ou do estoque de capital sejam decorrentes do progres
so tecnolgico. Essa suposio pode se revelar inapropria
da em anlises de curto prazo, pois eventuais oscilaes
do produto (no acompanhadas de variaes no trabalho
e capital) podem ser resultado de outros atores que no
o progresso tecnolgico. Contudo, ao considerar prazos
maiores (seis anos, no presente trabalho) razovel supor
que o progresso tecnolgico, em sentido amplo, explicaparcela signicativa da dierena entre o crescimento do
produto e o crescimento dos atores de produo.
importante notar, no entanto, que a PTF expressa a
parcela do crescimento do produto que no explicada
pelo aumento do nmero de trabalhadores nem do
capital sico. Dessa orma, a PT F pode ser interpretada
como uma medida aproximada do progresso tecnolgico.
O primeiro grco da F . ilustra uma uno de pro
duo na qual o emprego de determinado montante de
capital e trabalho resulta em um dado pr oduto. O segundo
e terceiro grcos, na mesma gura, mostram o eeito noproduto (Y) causado por uma elevao da produtividade
total dos atores (varivelA). possvel vericar que o cres
cimento da produtividade total dos atores ampliou a ron
teira de produo, tornando vivel a obteno de maior
quantidade de produto sem a necessidade de se elevar o
emprego de capital e trabalho. exatamente esse en
meno, ilustrado acima, que se constitui o oco do presente
estudo, qual seja: medir as variaes observadas na PTF da
Construo Civil brasileira no perodo de a . Para
isso, derivouse uma expresso que possibilitasse o clculo
da PTF a partir da uno de produo especicada.
Fonte:FGV ()
fiGura 3.1
Eeito do Aumento da Produtividade Total dos Fatores no ProdutoO poo coco o
oo o o poo
poo , po coqc,
co p o poo.
2726
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Antes de apresentar o resultado da produtividade da
Construo Civil no perodo a , convm die
renciar produto (ou valor adicionado) de produo. Uma
construtora compra insumos e adiciona valor a eles com
o emprego de capital e trabalho e, no nal, vende a pro
duo. O produto da construtora corresponde apenas ao
valor adicionado pela empresa no processo produtivo,
enquanto o valor da produo considera tambm os in
sumos que compuseram o valor nal da obra. A soma dos
valores adicionados por todas as construtoras resulta no
produto do setor da Construo. Portanto, o indicador re
levante para a anlise do nvel de atividade econmica de
um dado setor o valor adicionado e pode ser obtido pela
expresso abaixo.
Valor Adicionado = Valor Bruto
da Produo Consumo Intermedirio
A produtividade do trabalhador da Construo Civil
dada pela relao entre o valor adicionado do setor e o
total de trabalhadores em um dado perodo. De orma
anloga, a produtividade do capital sico dada pela
relao entre o valor adicionado do setor e o estoque de
capital sico. Contudo, uma vez que o estoque de capital
no uma inormao disponvel na base de dados (Paic),
tornase necessrio estimlo a partir dos dados de investimentos realizados pelas construtoras. Mais detalhes so
bre a estimativa do estoque de capital e derivao da PTF
podem ser obtidos no axo mooco.
evOluO da PrOdutividadeda COnstruO 2003-2009Os resultados da PTF para as empresas da Construo com
ou mais pessoas ocupadas para o perodo de a
podem ser vistos na t .. A tabela permite observar
que a produtividade total das empresas oi positiva nes
se perodo, registrando um crescimento mdio de ,
ao ano. Em outras palavras, com a mesma combinao de
capital e trabalho, as empresas da Constru o em ge
raram um valor adicionado , maior em relao a .
Tabela 3.1
Produtividade do Trabalho, Capita e PTF
PooPoo /
tho
Poo /
Cp
Poo oo
2003/2009 5,8% -3,5% 1,2%
2003/2006 7,2% -8,3% -0,8%
2006/2009 4,4% 1,6% 3,1%
Fonte:elaborao prpriaapartirde dadosdaPaic.
A decomposio da produtividade mostra que nesse pe
rodo a produtividade da mo de obra (valor adicionado/
trabalhador) cresceu , ao ano, enquanto a produtivi
dade do capital (valor adicionado/unidade de capital) oi
negativa, com queda de , ao ano. O crescimento da
produtividade da mo de obra indica que o crescimento
da renda gerada pelas empresas oi superior ao aumento
do emprego. Por outro lado, o crescimento expressivo do
estoque de capital de , ao ano oi superior ao cres
cimento do valor adicionado, o que levou a uma queda na
produtividade do capital.
Os nmeros do perodo revelam algumas tendncias
importantes como o crescimento expressivo do investimento e a substituio de mo de obra por capital. Nos
seis anos de anlise, o investimento por trabalhador
aumentou em termos reais. Assim, o investimento
maior realizado pelas empresas em mquinas e equipa
mentos e terrenos contribuiu para aumentar a produti
vidade do trabalho e diminuir a do capital.
Sabese que, a partir de , um nmero expressivo de
empresas da Construo ingressou no mercado de capi
tais, o que determinou a ormao de bancos de terre
nos. No entanto, os investimentos em mquinas e equi
pamentos superaram os investimentos em terrenos e a
participao deste ltimo cresceu passando de em
para em .
O aumento do investimento por trabalhador ez com
que a participao do capital na renda aumentasse de
orma signicativa, passando de , em , para
em , o que torna a distribuio do valor adicio
nado mais equilibrada.
Na anlise por perodo, podese perceber a melhora na
produtividade das empresas se deu nos ltimos anos.
Entre e , a PTF caiu , ao ano, o u seja, com a
mesma combinao de recursos, as empresas estavam
produzindo , menos em . O aumento da produ
tividade da mo de obra se deu de modo mais expressi
vo entre e , com o crescimento de , ao ano.
Nesse perodo, o nmero de pessoas ocupadas na s em
presas aumentou relativamente pouco, apenas , ou
, ao ano, enquanto o valor adicionado das empresas
elevouse acima do INCCDI. Paralelamente, houve
uma queda na produtividade do capital de , ao ano.
Apenas nos ltimos trs anos da srie, entre a ,
que a PTF passa a ser positiva, crescendo , ao ano ou
, no perodo. No entanto vale notar uma mudana im
portante na composio do resultado. A produtividade
da mo de obra se reduz na comparao com o perodo
anterior. nesse perodo que o processo de ormalizao
do setor se intensica com impacto signicativo na gera
o de postos de trabalho: entre e , a ocupao
nas empresas cresce , quase ao ano. A presso
no mercado de trabalho repercute nos custos setoriais.
Nesse perodo, os salrios registram crescimento real de
, ao ano, superando o aumento da produtividade do
trabalho, que registra crescimento de , ao ano, o que
representa tambm uma mudana em relao ao pero
do anterior, em que o aumento da produtividade da mo
de obra superior a elevao real dos salrios. Nesse lti
mo perodo, a produtividade do capital tornase positiva
e registra incremento de , ao ano.
Em resumo, de 2003 a 2009 a produtividade total dos ato-
res cresceu taxa mdia de 1,2% ao ano, esse resultado
positivo se deve ao crescimento de 3,1% ao ano da PTF no
perodo mais recente, de 2006 a 2009. interessante notar
que a produtividade do trabalhador da Construo cres-
ceu, de 2003 a 2009, uma taxa de 5,8% ao ano, enquanto a
produtividade do capital sico caiu (-3,5% ao ano).
Po ep PooPoo /
thoPoo / Cp
Po too Fo
Empresas de ou maispessoas ocupadas
2003/2009 5,8% -3,5% 1,2%
2003/2006 7,2% -8,3% -0,8%
2006/2009 4,4% 1,6% 3,1%
Empresas de a pessoas ocupadas
2003/2009 1,8% -1,2% 0,0%
2003/2006 0,6% -5,0% -2,9%
2006/2009 3,0% 2,7% 2,9%
Empresas de ou maispessoas ocupadas
2003/2009 6,7% -4,5% 1,4%
2003/2006 9,0% -9,8% -0,4%
2006/2009 4,5% 1,1% 3,2%
Tabela 3.2
Variao das Produtividades dos Fatores de Produo e da PTF
Fonte:elaborao prpriaapartirde dadosdaPaic.
evOluO da PrOdutividade das emPresas
no o , o
o po ho
o o .
2928
-
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PrOdutividade tOtaldOs FatOres POr POrte de emPresa
A produtividade total dos atores (PTF) evoluiu de orma
dierenciada dependendo do porte da empresa, como
pode ser vericado na t ., que sintetiza os resul
tados de variao das produtividades de acordo com o
porte da empresa e os perodos de reerncia.
De ato, os ganhos de produtividade desses seis anos es
tiveram associados s empresas com ou mais pessoas
ocupadas. Entre e , a PTF elevouse , ao ano
nesse conjunto, mas nas empresas do estrato de a
pessoas ocupadas no houve nenhum ganho no perodo.
Nas empresas menores situadas no estrato de a pes
soas ocupadas a queda na produtividade no perodo de
a oi superior a mdia total, chegando a , ao
ano. Cabe destacar que esses trs anos o ram especialmen
te negativos para essas empresas que acusaram queda real
do valor adicionado e reduo no nmero de pessoas ocu
padas. Como a queda do total de ocupados oi superior a
do produto, houve pequeno aumento na pr odutividade da
mo de obra. No perodo seguinte ( a ), o quadro
melhora de orma importante: o nmero de ocupados cres
ce e o valor adicionado registra aumento real de .
Dessa orma, podese observar uma elevao da produti
vidade de mo de obra mais signicativa, de , ao ano.
A produtividade do capital tambm cresce, no entanto o
aumento da produtividade total nesse perodo vai apenas
reverter a retrao do perodo anterior e o saldo nal nulo.
Para as empresas maiores com ou mais pessoas ocu
padas o cenrio claramente mais avorvel. Houveaumento de produtividade no perodo de , ao ano. O
crescimento do emprego oi bastante intenso, de . O
valor adicionado (VA) quase dobrou, c om expanso real de
, levando a um aumento da pr odutividade da mo de
obra de , ao ano. O aumento do estoque de capital por
trabalhador a um ritmo superior ao do valor adicionado
tambm determinou queda na produtividade do capital de
, ao ano. E assim como oi observado entre as empre
sas de menor porte, o ltimo perodo, de a , o de
maior crescimento do emprego e do VA. A produtividade
total cresceu , ao ano.
po o q o o cco o o
poo o oco expanso do
crdito habitacional e para inraestrutura. Assim, o cres
cimento mais intenso das empresas maiores refete em
grande medida o maior acesso aos recursos disponveis,
o que traz tambm outros ganhos como acesso a proces
sos produtivos mais ecientes, e tem refexos evidentes
nos nveis de produtividade total. Outra questo impor
tante que a grande ormalizao observada no perodo
determinou maior diculdade para as empresas menores
disputarem mo de obra no mercado. Vale notar que no
perodo mais recente a , os ganhos salariais
dos trabalhadores das empresas maiores superaram os
ganhos de produtividade, evidenciando a diculdade das
empresas pequenas nessa disputa.
Em resumo, a produtividade total dos atores do setor
de Construo registrou crescimento mdio de 1,2% ao
ano no perodo de 2003 a 2009 e esse resultado avorvel
deve ser atribudo exclusivamente ao desempenho das
maiores empresas (com 30 ou mais pessoas ocupadas) no
perodo mais recente, ou seja , de 2006 a 2009. Isso signifca
que, de 2006 a 2009, o grupo das maiores empresas expan-
diu o produto (valor adicionado) em um ritmo superior ao
do aumento do estoque de capital e mo de obra.
PrOdutividade tOtaldOs FatOres POr segmentO de atividadeA anlise da evoluo da produtividade da indstria de
Construo Civil tambm pode ser eita a partir dos segmen
tos de atividade que compe a indstria de Construo. A
t . sintetiza as variaes de produtividade em uno do segmento de atividade e do perodo de reerncia.
De acordo com a classicao aqui adotada (CNAE .),
o setor pode ser desagregado em seis grupos que, por
sua vez, se desmembram em classes de atividades.
Em razo de algumas restries relacionadas base de
dados (Paic), a produtividade total dos atores (PTF) oi
calculada para apenas trs grupos de atividade: (i) cons
truo de edicios e obras de engenharia civil, (ii) obras
VerAnexo Metodolgico,no tpico Base de Dados,no item Classicao Nacionalde AtividadesEconmicas.
so PooPoo /
thoPoo /
CpPo to
o Fo
Obras de instalaes(5 a 29 pessoas ocupadas)
2003/2009 2,3% 1,1% 1,5%
2003/2006 3,4% 7,8% 4,7%
2006/2009 1,3% -5,1% -1,7%
Edicaes e obras de engenharia civil
(5 a 29 pessoas ocupadas)
2003/2009 4,8% -3,1% 0,5%
2003/2006 6,3% -6,7% -0,9%
2006/2009 3,4% 0,7% 1,9%
Inraestrutura eltrica e detelecomunicaes(5 a 29 pessoas ocupadas)
2003/2009 13,9% -23,3% -3,4%
2003/2006 25,5% -40,8% -8,0%
2006/2009 3,4% -0,5% 1,3%
Edicaes(30 ou mais pessoas ocupadas)
2003/2009 5,6% -1,8% 1,9%
2003/2006 6,4% -8,2% -1,1%
2006/2009 4,9% 5,0% 5,0%
Obras de engenharia civil(30 ou mais pessoas ocupadas)
2003/2009 6,5% -3,9% 1,1%
2003/2006 8,9% -4,2% 1,8%
2006/2009 4,2% -3,5% 0,3%
Tabela 3.3
Variao das Produtividades dos Fatores de Produo e da PTF
evOluO da PrOdutividade das emPresas
3130
Fonte:elaborao prpriaa partirdos dadosdaPaic/IBGE.
-
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18/34
de inraestrutura para engenharia eltrica e para teleco
municaes, (iii) obras de instalaes. Esses trs grupos
se constituem nos principais segmentos da indstria de
Construo, com participao no valor adicionado do
setor, em , de ,, , e ,, respectivamente.
O grupo coo co o h
c registrou orte expanso no valor adicionado (cres
cimento mdio de , ao ano), emprego (, ao ano) e
no estoque de capital por trabalhador (, ao ano), com
reerncia ao perodo a . A produtividade total
dos atores cresceu , ao ano ao longo do perodo de
anlise, mas nos anos mais recentes ( a ) a PTF
se expandiu uma taxa de , ao ano.
O grupo oi desmembrado em dois grandes subgrupos.
Nesse caso, os dados disponveis se restringem s empre
sas com ou mais pessoas ocupadas.
Em , as empresas com ou mais pessoas ocupa
das do subgrupo fc respondem por do
valor adicionado e do emprego de toda a indstriade Construo Civil. De a , o valor adicionado
das empresas cresceu notvel taxa de , ao ano e,
portanto, superior ao crescimento do emprego (,
ao ano) e ao estoque de capital por trabalhador (, ao
ano). Como resultado, a produtividade total dos atores
se elevou ao ritmo de , ao ano.
Vale destacar que a expanso das empresas de edicaes
se acelerou bastante no perodo de a . O produto
continuou crescendo a uma taxa maior que a do emprego
Considerandose apenasasempresascom ou maispessoasocupadas.
(, e , ao ano, respectivamente), mas o estoque de
capital por trabalhador se manteve estvel, o que signica
que o estoque de capital sico acompanhou o crescimento
do emprego. Como resultado desses atores, a PTF cresceu
taxa de , ao ano, de a , o que demonstra que
as maiores empresas de edicaes obtiveram ganhos
bastante signicativos de produtividade.
O subgrupo o h c abrange diversas
atividades, entre elas as obras virias (construo de ro
dovias, errovias), obras de urbanizao, obras de artes
especiais, montagem de instalaes industriais e estru
turas metlicas, entre outras. As empresas com ou
mais pessoas ocupadas desse subgrupo respondem por
, do emprego e do valor adicionado da indstria
de Construo.
Assim como observado entre as empresas de edica
es, o subgrupo de obras de engenharia civil expandiu
o produto a uma taxa mais elevada que a do emprego e
capital por trabalhador, resultando assim em elevao
da produtividade total dos atores ao ritmo de , ao
ano de a . Contudo, ao contrrio do obser vado
no subgrupo de edicaes, as empresas de obras de en
genharia civil apresentaram indicadores mais expressi
vos no perodo a o valor adicionado cresceu
taxa de , ao ano e oi acompanhado por incremen
tos na PTF de , ao ano. No perodo seguinte ( a
), essas taxa s de crescimento declinaram para ,
e ,, nessa ordem.
O grupo de o p h
c p coc oi o que registrou amaior taxa de crescimento das atividades de a .
O crescimento econmico desse grupo de empresas al
canou a mdia de , ao ano, o que implicou um valor
adicionado quatro vez maior ao nal do perodo. O em
prego cresceu a uma mdia de , ao ano e as empre
sas investiram intensamente, com a elevao do estoque
de capital sico ao ritmo de , ao ano.
Apesar do excelente desempenho econmico do seg
mento de inraestrutura eltrica e de telecomunicaes,
a produtividade total dos atores declinou taxa de ,
evOluO da PrOdutividade das emPresas
ao ano. Isso ocorreu pelo ato das empresas terem ex
pandido o estoque de capital sico a uma velocidade sig
nicativamente superior expanso do produto (valor
adicionado). Por outro lado, o contingente de trabalha
dores cresceu a uma taxa menor que a do produto, o que
no oi suciente para proporcionar um resultado posi
tivo de PTF. Se considerado apenas o perodo de a
, a produtividade total dos atores desse grupo cres
ceu , ao ano indicando que, aps a ase de pesados in
vestimentos, o crescimento do valor adicionado passou
a ocorrer em um patamar acima da expanso dos atores
de produo (trabalhadores e capital sico).
O grupo o engloba as atividades de
instalao eltrica, hidrulica, sanitria, de ar condicio
nado, de ventilao e rerigerao, entre outras. Em ,
as empresas com ou mais pessoas ocupadas desse gru
po empregavam quase mil trabalhadores e gerar am
valor adicionado de R$ , bilhes.
De a , o valor adicionado das empresas de obras
de instalaes cresceu taxa mdia de , ao ano. O
emprego se manteve estvel durante o perodo e o es
toque de capital sico por trabalhador cresceu ao ritmo
de , ao ano. Em razo desses resultados, a produti
vidade total dos atores (PTF) apresentou crescimento
mdio de , ao ano, no entanto esse crescimento no
oi homogneo.
De a , a PTF cresceu taxa mdia de , ao ano
nos anos seguintes, a taxa mdia oi de ,. No per
odo mais recente ( a ), o valor adicionado desse
grupo declinou taxa mdia de , ao ano, enquantoo estoque de capital por trabalhador se elevou em ,
ao ano. Esse comportamento divergente explica parcela
expressiva da queda da PTF no perodo em questo.
Cabe ressaltar por fm que as empresas de edifcaes
(com 30 ou mais pessoas ocupadas) oram as que mais
contriburam para o crescimento da produtividade to-
tal dos atores da Construo civil e essa constatao se
baseia exclusivamente no desempenho no perodo mais
recente (2006 a 2009), com crescimento mdio da PTF de
notveis 5,0% ao ano.
O po coo co
o h c
o o xpo o
o coo cco
o , o o.
32 33
-
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19/34
a po o coo
A seo anterior trouxe o comportamento da produtivida
de da Construo Civil com base nas estatsticas ociais.
Os nmeros de produtividade podem, por sua vez, expri
mir uma situao mdia que talvez no expresse a viso
de grande parte das empresas, se consideradas isolada
mente. Como aes no sentido de aprimorar o processo
produtivo dependem em larga medida das empresas, este
trabalho considerou importante avaliar a produtividade
na perspectiva dos gestores privados.
Com esse objetivo, oi realizada uma pesquisa nacional
de avaliao das empresas de Construo Civil sobre sua
produtividade nos anos recentes. Em consonncia com
dados apurados com base no IBGE, a percepo das em
presas de que a produtividade evoluiu no perodo pes
quisado, mas essa evoluo poderia ter sido melhor. Para
conseguir o desejado salto na produtividade, as princi
pais iniciativas se reerem ao treinamento de pessoal e
a condies avorveis de investimento em mquinas,
equipamentos e processo produtivos.
desCriO da amOstra
A pesquisa oi realizada por meio de envio de questio
nrio s empresas. Foram obtidas respostas em
empresas sediadas em Estados. Conorme mostra o
gco ., a maior parte das empr esas participantes
do questionrio se concentra em So Paulo. Avaliouse
que isso no um problema, uma vez que grande parte
das empresas possui sede nesse Estado. O Rio de Janeiro,
por exemplo, est subrepresentado considerando sua
A amostra, por sua vez, composta principalmente por
empresas de edicao, o que a torna mais representati
va desse segmento produtivo, conorme mostra o gfco
.. Como se v, pertencem ao ramo de edicao e
apenas ao de inraestrutura.
Feitas essas consideraes gerais, depreendese que a
amostra expressa uma percepo nacional do setor em rela
o s questes propostas, mas essa viso mais represen
tativa das empresas que atuam no segmento de edicao.
PrOdutividade da mO de ObraUm primeiro bloco de perguntas procurou explorar a
percepo das empresas com relao produtividade
da mo de obra. A primeira delas tinha a seguinte ormu
lao: Considere dois perodos: os anos imediatamente a
2007 e o perodo a partir de 2007. Qual afrmao reerente
ao treinamento de mo de obra se aplica sua empresa?
Os resultados constam do grco ao lado.
Um total de respondeu que o investimento em treina
mento passou a ser maior a partir de , sendo que
disseram que passaram a investir muito mais em treina
mento nesse perodo. Portanto o crescimento setorial oi
acompanhado de iniciativas mais intensas de treinamen
to pela grande maioria das empresas.
O gfco ., por sua vez, mostra que os cursos do Senai
aparecem com uma requncia muito prxima da dos cur
sos organizados pelas prprias empresas, com de
Grfico 4.1
Empresas que responderama pesquisa por estado de origemFonte:FGV
Grfico 4.3
Investimento mais intenso emtreinamento a partir de 2007 emcomparao ao perodo anteriorFonte:FGV
O investimentoem treinamentopor trabalhador equivalente nosdois perodos
3%A empresa passou a investirmenos intensamente emtreinamento de mo de obra
A empresapassou a investir
um pouco maisem treinamentopor trabalhador
A empresapassou a investirmuito mais emtreinamento portrabalhador
MG
16% 10%
9%
8%
5%34%
1%PA
1%SE 2%RJ
2%RS
1%MT3%GO
1%MS3%RN
4%PE
BA
SP
AL
ES
PR
43%
37%
17%
Grfico 4.2
Segmento de atuao das empresasFonte:FGV
1%No responderam
Servios
Inraestrutura
DiversosEdicaes
64%
13%
10%
12%
importncia para a atividade, mas como a ideia obter
um panorama geral e no um recorte por Estado, atores
desse tipo no comprometem o objetivo. Isso vlido,
principalmente, se se considera que empresas de outros
Estados atuam no Rio e viceversa portanto trabalham
em condies semelhantes de operao, ou seja, com
um padro prximo aos vigentes em So Paulo e Minas
Gerais, por exemplo, Estados da mesma regio e com
alto dinamismo econmico.
3534
-
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a PrOdutividade na visO das COnstrutOras
Grfico 4.5
Avaliao dos cursos do SenaiFonte:FGV
Grfico 4.6
Avaliao das iniciativas de treinamentoem geral aps Fonte:FGV
citaes apontaram treinamento na prpria empre
sa. Cursos oerecidos por empresas especializadas apa
recem com e os oerecidos pelo sindicato com quase
. Os cursos do Senai, por sua vez, so bem avaliados
por dos que tiveram seus trabalhadores treinados
pela instituio, como mostra o gfco ..
A avaliao geral dos treinamentos de pessoal aps
apresenta de respostas que os consideraram sui
cientes. Apenas consideraram as iniciativas sucien
tes e satisatrias consideraram as iniciativas su
cientes, mas poderia ser melhor. Se se somar esse ltimo
percentual com os que avaliaram os treinamentos
com insucientes, vericase que os treinamentos deixa
ram algo a desejar por dos respondentes.
Esses dados sugerem que os treinamento s tm um carter
de suprir decincias especcas, mas que provavelmen
te alta sistematizao ou continuidade das iniciativas,
ou mesmo condies de escolarizao que possibilitem
um aprendizado mais intenso. Ou seja, a pesquisa corro
bora as demandas insistentes do setor de necessidade
de qualicao de mo de obra. A qualicao existente
parece ser em boa medida para remediar necessidades
prementes de um setor aquecido e com necessidade de
aprimorar o processo produtivo.
Nenhumaresposta
Sucientes,mas poderia
ser melhor
Insucientes
Sucientes esatisatrias
47%
33%
52%
31%
16%
13%
7%
Sim, satiseita
Cursos oerecidose organizados pela
prpria empresa
Cursos oerecidospor empresas
especializadas
Cursos oerecidospelo SENAI ou rgo
equivalente
Cursos oerecidospelo sindicato
Insatiseita
Sim, muitosatiseita
Grfico 4.4
Tipo de treinamento a que ostrabalhadores tm acesso(escolha as alternativas)
Fonte:FGV
1%Nenhuma resposta
37%
60%58%
52%
Grfico 4.8
O trabalhador passou a ser maisprodutivo nos ltimos quatro anos?Fonte:FGV
No
56%39%
Sim,um pouco mais
5%Sim, bastante mais
36
Grfico 4.7
Aumento da escolaridade dostrabalhadores nos anos recentesFonte:FGV
Sim,nas unes
menos qualicadas
Sim,nas unes
mais qualicadas
No
29%
54%
33%
-
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21/34
Grfico 4.10
Investimentos em processosprodutivos a partir de em relao ao perodo anteriorFonte:FGV
Grfico 4.11
Difculdade no investimento em mquinas,equipamentos e processos produtivosFonte:FGV
As respostas tambm corroboram os dados apurados
em dados ociais de que tem aumentado a escolaridade
de trabalhadores do setor. Conorme mostra o gfco
., das empresas apontam aumento da escolari
dade nas unes mais qualiicadas e nas menos
qualicadas.
Ao questionamento direto de que se o trabalhador
passou a ser mais produtivo nos ltimos quatro anos,
conorme mostra o gfco ., apontaram a alter
nativa um pouco mais e apenas bastante mais.
Portanto identicaram aumento de produtividade
do trabalhador, mas no notaram melhora. Os da
dos indicam que a maioria indicou um melhora discreta
na produtividade dos trabalhadores, mas muitos no
notaram esse eeito.
PrOdutividade dO CaPital
A segunda parte do questionrio procurou investigar o
comportamento das empresas com relao aos inves
timentos em mquinas, equipamentos e processos. A
primeira questo oi ormulada da seguinte maneira:
Considere dois perodos: os anos imediatamente ante
riores a e o perodo a partir de . Qual armao
reerente ao investimento em mquinas e equipamen
tos se aplica sua empresa?, e as respostas constam do
gfco ..
As respostas mostram que das empresas passaram
a investir um pouco mais em mquinas e equipamen
tos a partir de e que passaram a investir mui
to mais. Apenas continuaram a investir o mesmomontante ou menos em mquinas e equipamentos. Em
outras palavras, isso signica que o crescimento do se
tor tornou imperativo um uso mais intenso do capital,
o que corrobora os resultados da pesquisa de produtivi
dade com base em dados do IBGE.
A pergunta anterior oi ormulada tambm com relao
ao investimento em processo produtivos. Os percen
tuais de resposta oram muito prximos dos veriica
dos com relao a mquinas e equipamentos, conorme
mostra o gfco ..
Embora os resultados demonstrem o imperativo de in
vestimento em mquinas, equipamentos e processos
produtivos, a pesquisa mostrou que das empresas
apontaram diiculdades para investir nesses itens. O
gfco . traz as principais diculdades enrentadas
por essas empresas. Em primeiro lugar, registraram
diiculdade em encontrar mo de obra especializada
para novos equipamentos e processos o que reora
o papel estratgico do treinamento para o aumento da
produtividade total de atores. Em segundo lugar, aparecem os prprios custos das mquinas, equipamentos
e processos, com . No que se reere a diiculdades
nanceiras, apontaram diculdades no acesso s li
nhas de crdito para investimentos em mquinas e equi
pamentos e a alta incidncia tributria na adoo
de processos industrializados.
As diculdades relatadas acima ganham mais realce por
que das empresas julgaram importante ou muito
importante o investimento em mquinas, equipamen
tos e processos.
Grfico 4.9
Investimentos em mquinas eequipamentos a partir de em relao ao perodo anteriorFonte:FGV
a PrOdutividade na visO das COnstrutOras
O investimentoem mquinas eequipamentos equivalente nosdois perodos
2%Passou a investir menos emmquinas e equipamentospor trabalhador
A empresa passou ainvestir muito mais emmquinas e equipamentos
A empresapassou a
investir umpouco mais em
mquinas eequipamentos
48%
31%
18%
1%Nenhuma resposta
1%Nenhuma resposta
A empresapassou a
investir umpouco mais
em novosprocessos
produtivos31%
49%
17%
2%Passou a investir menosintensamente em novos
processos produtivos
A empresa passou a investirmuito mais em novosprocessos produtivos
O investimentoem novosprocessosprodutivos equivalente nosdois perodos
Acesso s linhasde crdito parainvestimentosem mquinas eequipamentos
Juros altosno crdito
(custo de capital)
O custode novos
equipamentose processos
Falta detrabalhadoresespecializadospara contratar
Falta de oertados bens/servios
desejados nomercado
Incidnciatributria na
adoo deprocessos
industrializados
34%
48%
60%
67%
29%28%
visO da PrOdutividade
A pesquisa ormulou um pergunta direta com relao a
satisao dos gestores com relao produtividade da
empresa. Apenas responderam estar totalmente satis
eitos; declararam estar insatiseitos. A grande maio
ria, , se declara satiseita com a produtividade, mas
considera que ela poderia ser maior.
Ao apontar os investimentos prioritrios para melhorar
a produtividade da empresa, indicam a necessidadede treinamento da mo de obra; , a adoo de novos
processos produtivos; e o investimento em mquinas
e equipamentos. Nesse contexto, das empresas decla
ram estar em busca de novos processos produtivos.
Com relao questo crucial da mo de obra, julga
ram mais relevante a disponibilidade de trabalhadores,
ou seja, aumentar a oerta; apontaram como mais
relevante a necessidade de aumento da produtividade
por trabalhador. Em ambas as posies, a necessidade de
treinamento undamental.
3938
-
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22/34
Co fcoco po
O crescimento da produtividade total dos atores da in
dstria de Construo Civil se deu a uma taxa mdia de
, ao ano no perodo de a . Isso signica dizer
que os ganhos de produtividade acumulados no perodo
totalizaram ,, ou seja, se osse empregada a mesma
dotao de capital sico e trabalho, o produto da Cons
truo de seria , superior ao de .
A anlise da taxa de crescimento da produtividade exige
cuidados porque as causas desse crescimento poderiam
estar relacionadas a diversos atores, entre eles esto as
mudanas na tecnologia de produo. O progresso tec
nolgico pode ser visto como o incremento do nvel de
conhecimento tcnico aplicado produo, esse incre
mento expresso de diversas ormas, tais como: dissemi
nao de novos processos construtivos, progresso tcni
co incorporado aos bens de capital, maior qualicao
da modeobra (capital humano). Porm, os ganhos de
produtividade tambm podem ser explicados pelos ren
dimentos crescentes de escala obtidos em um perodono qual setor cresceu de orma acelerada. Ou, ainda, o au
mento da produtividade do setor pode estar relacionado
maior concentra