068/13-c 11111111n111111111111111111111111

41
Código de Classificação da T.T.D. ESTADO DO PARANÁ SI 1 STEMA INTEGRADO DE DOCUMENTOS GOV . PARANA Nt7M 11.983.547- O DATA- 2 1 MAM 2013 HORA- 11111111N111111111111111111111111 068/13-C PROTOC: 11.983.547-0 ORGAO: PGE 21f /2013 15:08 IN1ER1: CORREGEDORIA-GERAL INTER2: COORDENADORIA DO INTERIOR E DE SISTEMA ASS...: ARFA JURIDICA P.CHAV: INFORMACAO CIDADE.: CURITIBA-PR DOCTO.: ORIG..: PGE/CUI ASS. / REF: AC OES QUE VERSAM SOBRE O DIREITO FUNDAMENTAL COMPL.: A SAUDE. REQUERIMENTO DE SUMULA PARA) NAO APRESEM- TACAO DE ~ESTACA° EM RAMO DO VALOR ~Ri_ DO ~rAMFICT1 DATA UNIDADE RUBRICA DATA UNIDADE RUBRICA 1 Zi.tA - .1 5 P&F- i Ro j iis , . 2 2 LiíS 113 PC c i POZA jit il 19 20 3 21 4 22 23 24 25 26 27 10 8 2 29 30 31 32 -------, 33 34 ... 35 . ...„

Upload: others

Post on 15-Oct-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Código de Classificação da T.T.D.

ESTADO DO PARANÁ

SI1STEMA INTEGRADO DE DOCUMENTOS GOV . PARANA Nt7M 11.983.547- O

DATA- 2 1 MAM 2013 HORA-

11111111N111111111111111111111111 068/13-C

PROTOC: 11.983.547-0 ORGAO: PGE

21f /2013 15:08 IN1ER1: CORREGEDORIA-GERAL INTER2: COORDENADORIA DO INTERIOR E DE SISTEMA ASS...: ARFA JURIDICA P.CHAV: INFORMACAO CIDADE.: CURITIBA-PR DOCTO.: ORIG..: PGE/CUI ASS. / REF: AC OES QUE VERSAM SOBRE O DIREITO FUNDAMENTAL COMPL.: A SAUDE. REQUERIMENTO DE SUMULA PARA) NAO APRESEM-

TACAO DE ~ESTACA° EM RAMO DO VALOR ~Ri_ DO ~rAMFICT1

DATA UNIDADE RUBRICA DATA UNIDADE RUBRICA

1 Zi.tA- .1 5 P&F-i Rojiis , .

2 2 LiíS 113 PC c i POZA

jitil19 20

3 21

4 22

23

24

25

26

27

10 8 2

29

30

31

32 -------,

33

34

...

35

. ...„

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

Memorando conjunto s/n.° - CG/C01

Curitiba, 21 de maio de 2013.

SISTEMA INTEGRADO DE DOCUMENTOS GOV. PARANA NUM.11.983.547-0

DATA-2 1 MAIO 2013 }-1°RA-

1 IMRE HM 111111111 11111 11111 1111111111 1111 1111 De: Corregedoria-Geral e Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal Para: CSPGE

Assunto: Ações que versam sobre o direito fundamental à saúde. Requerimento de súmula para não apresentação de contestação em razão do valor anual do tratamento.

1. Introdução:

1.1. A recente orientação da Procuradoria Geral do Estado à

consideração estratégica das ações judiciais que veiculam tutela do direito

fundamental à saúde:

A preocupação com a gestão estratégica da atuação da Procuradoria

Geral do Estado do Paraná em ações que versam sobre a tutela do direito

fundamental à saúde tem sido objeto de reuniões, coordenadas pela Corregedoria-

Geral.

Dessas reuniões têm-se extraído diretrizes para orientação do

trabalho' das Procuradoria Regionais, da Coordenadoria do Interior, da Procuradoria

'Exemplos dessas diretrizes são o Memorando Circular 11/2012 - COl, a recente reestruturação dos modelos de petição levada a efeito pelos colegas da PRA e o indicativo de linha de atuação mais incisiva no que diz respeito à estruturação de uma linha de atuação que torne mais incisiva a participação da União no fornecimento e no custeio dos tratamentos, inclusive no que diz respeito à busca administrativa (e, eventualmente, judicial) do reembolso.

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

do Estado perante o Tribunal Regional Federal da 4a Região e da própria

Procuradoria Administrativa, assim como indicativos de propostas de súmulas.

A presente proposta é claro fruto desse esforço conjunto.

1.2. A massificação da litigiosidade e a necessidade de otimização

da atuação:

Ações que versam sobre tratamento de saúde são, reconhecidamente,

demandas de massa.

Muitos elementos poderiam ser aqui enunciados a fim de demonstrar

a assertiva, não fosse ela mesmo meramente intuitiva.

Contudo, a fim de otimizar o discurso neste espaço, dados recentes

acerca do assunto, levantados pela COI, são objeto do Anexo I.

Como questão judicial de massa, sua gestão adequada depende de

decisões estratégicas. Com posturas como as propostas, otimiza-se a atuação da

Procuradoria-Geral do Estado, maximizando resultados no que diz respeito às teses

mais sensíveis concernentes à própria judicialização da saúde e, no mesmo e em

outros contextos, às causas com maior e mais significativo impacto financeiro à

pessoa jurídica de direito público.

No Anexo II consta apanhado acerca da gestão estratégica da

temática por outras Procuradorias de Estado, ilustrando que a presente iniciativa

não é novidade para a advocacia pública nacional.

2. Fundamentação:

2.1. Consideração da proposta em si:

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

A proposta, na esteira de ideia já introduzida pelas Deliberações

492 e 56/20133 - CSPGE, insere-se, portanto, em clara perspectiva de consideração

do princípio constitucional da eficiência administrativa (art. 37, caput, da CRFB), sob

o viés especifico da economicidade, hoje expressamente incorporada ao direito

positivo estadual no art. 4°, par. único, do Decreto 4.660/2012:

"Parágrafo único. Nos processos em que os valores envolvidos não ultrapassem a 10 (dez) salários mínimos, fica dispensada a deliberação específica do Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado e da autorização do Procurador-Geral, para abster-se de propor ações e para transigir em juízo para terminar litígios judiciais, exceto em matéria tributária, bastando para tanto, a anuência do chefe das unidades de execução programática da Procuradoria Geral do Estado, em conformidade com critérios gerais prévios a serem estabelecidos em Deliberação pelo Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado:'

Além da questão evidente do custo do processo, a atuação seletiva da

Procuradoria do Estado em ações que versam sobre a tutela do direito à saúde terá,

sem qualquer sombra de dúvida, duplo impacto positivo perante o Poder

Judiciário.

Inicialmente, pela simples redução de litigiosidade (objetivo

expresso do "II Pacto Republicano de Estado por um Sistema de Justiça mais

2"0 CONSELHO SUPERIOR DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO, no uso de suas atribuições legais, em sessão do dia 04 de abril de 2013, por unanimidade de votos, DELIBEROU pelo deferimento do pedido, para autorizar a Procuradora requerente a deixar de interpor recurso de apelação da sentença proferida nos autos de Ação Ordinária 5643-86.2012.8.16.0004 da 33 VFP de Curitiba em que é interessada Azile Cavaletti Veiga Pontello, com a extensão da decisão aqui proferida a todas as ações judiciais semelhantes, em que se discuta a condenação do Estado apenas ao fornecimento do SPIRIVA RESPIMAT (nome comercial) ou BROMETO DE TIOTROPIO (nome genérico). ficando a decisão de contestar ou de recorrer a cargo da Chefia da unidade da PGE, nos termos e parâmetros do art. 4° parágrafo único do Decreto 4.660/2012" 3"0 CONSELHO SUPERIOR DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO, no uso de suas atribuições legais, em sessão do dia 18 de abril de 2013, por unanimidade de votos, DELIBEROU pelo deferimento do pedido, para autorizar a Procuradora requerente a deixar de interpor recurso de apelação da sentença proferida nos autos de Ação Ordinária 0000027-96.2013.8.16.0004 da 3' VFP de Curitiba em que é interessada Odete Colla Gegenbauer. Deliberou também pela extensão da decisão aqui proferida a todas as ações judiciais semelhantes, em que se discuta a condenação do Estado apenas ao fornecimento do PRADAXA (nome comercial) ou DABIGATRANA OU ETEXILATO DE DABIGATRANA (nome genérico), ficando a decisão de contestar ou de recorrer, a cargo da Chefia da unidade da PGE, nos termos e parâmetros do art. 4° parágrafo único do Decreto 4.660/2012."

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

Acessível, Ágil e Efetivo")4 Depois, com o incremento do êxito do Estado no

acolhimento judicial de suas teses jurídicas, certamente alavancado pela

combinação da redução da litigiosidade com a adoção de defesas mais escorreitas e

uniformes (trabalho já iniciado, como demonstra a nota de rodapé 1).

E esse sucesso potencial, perceba-se, dar-se-á exatamente nos

processos com maior impacto financeiro ao erário estadual.

Em outras palavras, ao invés de sacrificarem-se as situações mais

sensíveis do ponto de vista financeiro em razão de uma atuação sem critério em

todo tipo de ação (experiência atual), abre-se mão da discussão em feitos de menor

expressão econômica para que se otimizem os resultados naqueles de maior

repercussão (situação divisada com a proposta).

Em linguagem figurada: atualmente, litiga-se indistintamente sobre

100, alcançando-se resultado O (ou algo próximo disto). A proposta contempla a

pura e simples abstenção de discussão em relação a 25,5 a fim de que, dos 75

restantes, seja obtido êxito, pelo menos, em 25.

E o resultado divisado, perceba-se, será alcançado mediante

diminuição significativa (a partir da sistematização da atuação mediante a edição de

súmulas e a adoção de teses mínimas) dos esforços e dos custos - para a

Procuradoria e para o Judiciário - na generalidade das ações que versam sobre a

tutela do direito à saúde.

Isso é gestão estratégica. É isso o que almeja a Administração Pública

contemporânea, a fim de dar concretude ao já mencionado princípio da eficiência.

Essa é a premente necessidade da advocacia pública em tempos de litigiosidade de

massa.

4http://www.planalto.qov.br/ccivil 03/Outros/lipacto.htm. Acesso em 02.01.2013.

5A referência figurada diz respeito a valores, e não a quantitativo de ações, estimando-se que, em termos de

quantidade de processos, os números sejam mais aproximados um do outro

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

Para instrumentalização da proposta, portanto, utilizam-se dois

critérios objetivos e seguros de direito positivo: o valor do tratamento de 10

salários mínimos, em obediência ao art. 4°, par. único, do Decreto Estadual

4.660/2012 (já transcrito) e a periodicidade anual, em conformidade com o art.

260 do CPC.6

Nesse contexto, deve ser ainda autorizada aos Procuradores do Estado

a possibilidade de realização de conciliação, tendo por objeto as verbas

sucumbenciais.

2.2. Consideração acerca da pendência de julgamentos

representativos de controvérsia nos Tribunais Superiores:

Cumpre questionar se a pendência de julgamento de recursos

representativos de controvérsia tem influência substancial sobre a presente

proposta.

Defende-se que não.

A pendência desses julgamentos não pode servir para abstrair a

premissa pragmática assumida pelo presente trabalho: a multiplicidade de ordens

judiciais de 1° grau, confirmadas em 2° (e, ainda, quando os recursos constitucionais

sobre a temática não tinham o sobrestamento como destino, confirmadas pelo STJ

e pelo STF), determinando ao Estado a disponibilização de tratamento de saúde,

situações reconhecidas, recentemente, pelo Conselho Superior, nas suas

Deliberações 49 e 56/2013, consoante .

Com efeito, o reconhecimento de repercussão geral (art. 543-B do CPC)

ou a afetação ao rito do art. 543-C do CPC a recursos que versam algumas das teses

6"Art. 260. Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, tomar-se-á em consideração o valor de umas e outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a 1 (um) ano; se, por tempo inferior, será igual à soma

das prestações."

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

costumeiramente usadas pelo ente público em ações do tipo apenas tem

conduzido ao sobrestamento de recursos de estrito direito interpostos pelo

Estado.

Nesse contexto, o ente público, na generalidade dos casos, fornece o

medicamento desde o 1° grau, continua fornecendo durante a tramitação em 2°

grau, e continua fornecendo após a interposição de recursos especial e extraordinário,

cujo destino, como já mencionado, é o sobrestamento.

A propósito, a repercussão geral sobre a questão constitucional em

torno do dever do Poder Público ao fornecimento de medicamento de alto custo foi

reconhecida em 2007.' Ou seja, já se contam com mais de 05 anos de recursos

extraordinários sobrestados. Não é preciso comentar a dificuldade de gestão que

a situação impõe ao Judiciário local. A Procuradoria do Estado, por sua vez, nem

sequer tem o mínimo controle destes recursos.8

Por outro lado, é bastante possível que o STF e o STJ, quando e se

julgarem os casos representativos de controvérsia, apenas venham a reiterar a

jurisprudência já consolidada no período anterior à inserção dos arts. 543-B e 543-C

ao CPC, especialmente a propósito de temas como solidariedade dos entes

federados, cominação de multa diária à Fazenda Pública e legitimidade do

Ministério Público.

Sobre este último, ilustrativamente, a repercussão geral só foi

reconhecida no RE 6055339 porque o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, na "SAÚDE - ASSISTÊNCIA - MEDICAMENTO DE ALTO CUSTO - FORNECIMENTO. Possui repercussão geral controvérsia sobre a obrigatoriedade de o Poder Público fornecer medicamento de alto custo:' (RE 566471 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 15/11/2007, DJe-157 DIVULG 06-12-2007 PUBLIC 07-12-2007 Dl 07-12-2007 PP-00016 EMENTVOL-02302-08 PP-01685 ) 8Apenas no ano de 2013 é que a COI e a Corregedoria estruturaram uma forma de controle de recursos sobrestados, que ainda não foi implementada, por questões operacionais. 9"AÇÃO CIVIL PÚBLICA - FORNECIMENTO DE REMÉDIOS - LEGITIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO - RECUSA

NA ORIGEM - Possui repercussão geral a controvérsia sobre a legitimidade do Ministério Público para ajuizar ação civil pública com objetivo de compelir entes federados a entregar medicamentos a pessoas necessitadas." (RE 605533 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 01/04/2010, DJe-076 DIVULG 29-04-2010 PUBLIC 30-04-2010 EMENTVOL-02399-09 PP-02040 LEXSTF v. 32, n. 377, 2010, p. 243-246 )

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

contramão da jurisprudência já pacificada pelo STF sobre o assunto, afastou, no

caso concreto analisado, a legitimidade do MP e extinguiu a ação. Sublinha-se, na

nota de rodapé, a expressão "recusa na origem".

Com efeito, se a Corte local apenas tivesse reconhecido a legitimidade

do MP (curvando-se, portanto, à jurisprudência do STF) é pouco mais do que

evidente que eventual recurso extraordinário interposto pelo Estado de Minas

Gerais teria, simplesmente, seguimento negado, sem que houvesse necessidade de

adentrar à análise da repercussão geral (requisito, perceba-se, para que se lhe dê

provimento).10

No que concerne aos recursos especiais representativos de

controvérsia, muito provavelmente o STJ deverá manter a orientação

jurisprudencial até então predominante, apenas que, desta vez, com a força

vinculativa que se extrai do art. 543-C, § 7°, do CPC.11

Tudo isso para demonstrar que a regra do art. 49, § 2°, do Anexo ao

Decreto Estadual 4.660/2012 (aliás, como o seu próprio texto já deixa claro)12 não

deve limitar a consideração da temática pelo Conselho através do enfoque ora

advogado. Propõe-se, portanto, que se adote decisão voltada às necessidades de

gestão estratégica da Procuradoria, desapegada de qualquer tecnicismo processual

alheio tanto à realidade quanto ao pragmatismo.

E, ainda que algum assunto sofra revisão substancial na jurisprudência

dos Tribunais Superiores (no que, sinceramente, não se confia), nada impede que 10A propósito, em ações ajuizadas pelo MP o Estado não deve ser condenado em honorários (art. 18 da LACP). Demais disso, soa no mínimo paradoxal, de parte de um Estado que ainda não tem sua Defensoria Pública devidamente estruturada, alegar a ilegitimidade do MP para a defesa de direitos individuais indisponíveis. 11"§ 7° Publicado o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, os recursos especiais sobrestados na origem: "I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação do Superior Tribunal de Justiça; ou "II - serão novamente examinados pelo tribunal de origem na hipótese de o acórdão recorrido divergir da orientação do Superior Tribunal de Justiça." 12". 20. 2 Estando pendente de apreciação o mérito de recurso submetido ao rito dos arts. 543-B e 543-C do Código de Processo Civil é obrigatória a interposição de recurso quanto à mesma matéria, ressalvada

deliberação do Conselho Superior em sentido contrário:

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

novas linhas de defesa, mesmo para casos tidos por de menor repercussão, venham

a ser estruturadas, uma vez que amparadas, a partir de então, em precedentes

vinculantes (ao contrário do que se tem atualmente: advocacia contraria a

entendimento jurisprudencial dominante).

Em outras palavras, a consideração estratégica da atividade judicial

pode indicar, em outro momento e em outro contexto, a adoção de orientação

diversa, não implicando, a súmula proposta, engessamento da atividade judicial da

Procuradoria. Contudo, diante do contexto que hoje se tem, entende-se, salvo

melhor juízo, que urge a adoção de mecanismos de otimização de atuação como o

que ora se leva em consideração.

2.3. Recortes:

Deve-se registrar, de forma expressa, situações que não estão

abrangidas na proposta.

A primeira delas é a existência de parecer médico elaborado pela

Secretaria de Estado da Saúde informando que o tratamento postulado não é

indicado para a enfermidade do paciente.

Nessa hipótese, observa-se, a contestação deverá versar

exclusivamente sobre a matéria de fato, amparada na prova documental produzida

pelo Estado, e na temática processual relativa ao ônus da prova (art. 333, I, do CPC).

A segunda situação diz respeito a processos em tramitação perante a

Justiça Federal. Nessa hipótese, a preocupação da Procuradoria está ligada à

postura que vem sendo adotada pela União, cada vez mais orientada (1) a

desonerar-se do fornecimento de qualquer medicação - a despeito da solidariedade

afirmada judicialmente - a propósito da estrutura estadual de fornecimento e (2) a

impugnar a ordem de reembolso ao Estado.

Vera ace Paranaguá Cunha Corregedora-Geral

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

Assim, a estratégia a ser adotada na Justiça Federal terá o objetivo de

responder a essa postura (em poucas palavras, litigando-se contra a União e não

contra o paciente). Para isso, contudo, a aplicação de uma súmula de valor na

Justiça Federal comprometeria uma postura sistêmica da Procuradoria do Estado.

Por esses motivos, portanto, justifica-se racionalmente o recorte em relação à

Justiça Federal.

3. Proposta de súmula:

TUTELA JUDICIAL DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE. TRATAMENTO COM

CUSTO ANUAL INFERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS. ARTS. 4°, PAR. ÚNICO, DO

DECRETO ESTADUAL 4.660/2012 E 260 DO CPC.

1. No âmbito da Justiça Estadual, em ações que versem sobre o direito

fundamental à saúde cujo custo anual do tratamento não exceda 10 salários

mínimos, sendo a prestação material objeto de cumprimento pelo Estado

com base em tutela de urgência (também compreendendo-se a sentença

sujeita a recurso sem efeito suspensivo), autoriza-se a não apresentação de

contestação e a não interposição de recursos, mediante anuência da Chefia

da unidade de execução programática respectiva.

2. A presente súmula não é aplicável quando houver parecer médico

elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde indicando a inadequação do

tratamento.

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

ANEXO 1

(Relatório quantitativo da atuação da COI em ações relativas à tutela à saúde)

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

Relatório quantitativo da atuação da COI em ações relativas à tutela à saúde

1. Metodologia

A COI tem cadastrado, desde 03 de dezembro de 2012, todas as peças

processuais produzidas pelo setor em tabela com "Tipo de Peça", "Matéria", "Tese

Primária" e "Tese Secundária".

Para fim de obtenção dos atuais dados estatísticos é considerado o período

entre 03 de dezembro de 2012 e 04 de fevereiro de 2013.

Recolhidos os dados deste período de tempo foi feito, através das

ferramentas da planilha eletrônica, levantamento do total de petições produzidas, e

em cada subdivisão da tabela ("Tipo de Peça", "Matéria", "Tese Primária" e "Tese

Secundária"). Dessa forma, pode-se descobrir quantas vezes um termo havia sido

utilizado na classificação das petições. Assim, cruzando os dados de cada termo

com o total de petições foi possível estabelecer o percentual de cada termo com

relação ao total. Esse procedimento foi feito com todos os termos de todas as

subdivisões. Assim foi possível estabelecer o percentual de peças produzidas sobre

determinado tema (no caso, tutela do direito à saúde).

O presente levantamento desconsidera justificativas, igualmente produzidas

(mas não na mesma quantidade que as peças processuais, uma vez que aquelas

apenas versam sobre matéria de admissibilidade processual estrita dos recursos

especial e extraordinário).

2. Dados obtidos

De todas as peças processuais protocolizadas pela COI no período sob

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

consideração, 24,35% referem-se a ações que versam sobre tutela do direito à

saúde. É o assunto mais comum encontrado nas petições. Na tabela alimentada

com os dados das petições protocoladas foi utilizado como "Tese Primária" o termo

"Tratamento de Saúde" para designar todas as peças que versassem sobre o tema. É

o termo mais comum da tabela, aparecendo em maior número inclusive que todos

os termos utilizados para designar as "Matérias" (exceto a matéria "Administrativo",

que é a que abrange essa tese primária).

Não contabilizadas as peças de natureza tributária, a porcentagem de ações de

medicamentos sobe para 35,07%. Contabilizando somente as peças da matéria

administrativa, esse percentual vai para 66,2%.

De todos os recursos extraordinários produzidos 81,82% versam sobre

medicamentos. Dos recursos especiais, 15,78% referem-se ao tema.

Com isso conclui-se que uma a cada quatro peças produzidas na COI versa

sobre medicamentos. Uma a cada três peças de matéria administrativa versa sobre

medicamentos. É uma matéria que, individualmente, ocupa um espaço significativo

dos trabalhos do Setor. A título de comparação, o segundo termo mais comum

contabilizado no estudo é "Processual", termo designado para enquadrar todas as

peças que versem sobre assuntos meramente processuais, principalmente

honorários e admissibilidade de recursos. Todas as peças desse tipo somadas não

conseguem superar o número de peças de ações de medicamentos. As petições

sobre execuções fiscais contabilizam 12,95% do total, apenas um pouco mais que a

metade das ações de medicamentos.

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

ANEXO II

(Compilação de atos normativos de PGEs acerca da gestão

estratégica da atuação em ações que objetivam a tutela do

direito à saúde)

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

Compilação de atos normativos de PGEs acerca da gestão estratégica da atuação em ações

que objetivam a tutela do direito à saúde

1. Alagoas

Súmula Administrativa n° 11/2011, de 24 de outubro de 2011

"Fica autorizado não contestar ou interpor recursos nas demandas judiciais que visam a

realização de exames, procedimento cirúrgico ou terapêutico, bem como fornecimento de

medicamento por prazo determinado, quando o ato ou tratamento pretendido se consumar

antes do ato processual a ser praticado."

CONSIDERAÇÃO: trata-se da hipótese em que concedida medida antecipatória, satisfazendo ao

pleito objeto da demanda, antes do ato processual cabível, não deve ser continuada a discussão

judicial.

Súmula Administrativa n° 13/2011, de 24 de outubro de 2011

"Fica dispensada a interposição de recursos excepcionais (extraordinário e especial) contra

decisão que, com fundamento nos artigos 196 e 198 da Constituição Federal, determina o

fornecimento de medicamento, ainda que este não esteja entre os relacionados no Programa de

Medicamentos Excepcionais, mas desde que o mesmo seja lícito, devidamente registrado na

ANVISA ou no Ministério da Saúde."

CONSIDERAÇÃO: trata-se da hipótese em que a decisão a ser discutida na via extraordinária,

fundamentou-se no direito à saúde, dever do Estado, ou ainda, na solidariedade dos entes

componentes da estrutura do SUS, em que prevalece o entendimento maciço de que há a

solidariedade entre os entes, podendo a ação judicial ser ajuizada contra União, Estado, ou

Município, mas desde que o medicamento seja lícito, possua registro na ANVISA ou Ministério da

Saúde.

Súmula Administrativa n° 40/2012, de 3 de setembro de 2012

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

Fica dispensada a atuação da Procuradoria Geral do Estado nas demandas de saúde, salvo nas

hipóteses excepcionalmente relevantes, assim consideradas, fundamentadamente, pela

Secretaria de Estado da Saúde, conforme critérios objetivos previamente definidos pela própria

Procuradoria Geral do Estado.

2. Goiás

Súmula n° 7: "Fica dispensada a interposição de recurso excepcional contra decisão que, com

fundamento no art. 196 da Constituição Federal, determina o fornecimento de terapia

medicamentosa, ainda que o medicamento não esteja entre os do Programa de Medicamentos

- Excepcionais ( portarias nos 1318/GM e 2577/GM), mas desde que o mesmo seja lícito, isto é,

devidamente registrado na ANVISA ou no Ministério da Saúde". Publicada no Diário Oficial n°

20.152, de 21/6/2007, p. 3. Processo n°200700003000548.

3. Minas Gerais

Resolução AGE n° 120, DE 13 DE JULHO DE 2004

Art. 3°-A. Fica delegada competência ao Procurador-Chefe da Procuradoria de Obrigações para

decidir pela não-interposição de recurso em causas que versem sobre fornecimento de

medicamentos, sem prejuízo do disposto no inciso II do art. 1° desta Resolução.

§ 1° Fica dispensada a interposição de agravo de instrumento e recurso inominado contra

decisões interlocutórias que determinem ao Estado o fornecimento de medicamentos e/ou

tratamentos de saúde, salvo se:

I - o uso do medicamento não estiver autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária -

ANVISA para aquela enfermidade (off-label);

II - o valor anual do tratamento for superior a R$500.000,00 (quinhentos mil reais);

III - deferido o fornecimento de medicamentos ou tratamentos de forma genérica ou a

pacientes indeterminados; ou

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

IV - houver alguma peculiaridade que determine a interposição do recurso, a critério do

Procurador do Estado ou expressamente indicado pela Coordenação de Direito Sanitário da

Procuradoria de Obrigações - PO.

§ 2° Fica dispensada a interposição de agravo de instrumento e recurso inominado contra

decisões interlocutórias que determinem ao Estado a realização de procedimentos cirúrgicos,

exames e internações desde que fornecidos pelo Sistema Único de Saúde - SUS e já realizados à

época da interposição do recurso.

§ 3° Será interposto agravo retido contra fixação de multa diária acima de R$1.000,00 (um mil

'reais) para os casos de descumprimento nas decisões interlocutórias que determinem ao Estado

o fornecimento de medicamentos, internações, cirurgias, exames e tratamentos de saúde, se

houver.

§ 4° Fica dispensada a interposição de recursos especial e extraordinário em face de acórdãos

que determinem ao Estado o fornecimento de medicamentos, internações, cirurgias, exames e

tratamentos de saúde, salvo se:

I - o uso do medicamento não estiver autorizado pela ANVISA para aquela enfermidade (off-

label);

II - houver condenação do Estado ao pagamento de honorários advocatícios para defensoria

pública;

III - houver fixação de multa diária superior a R$5.000,00 (cinco mil reais);

IV - deferido o fornecimento de medicamentos ou tratamentos de forma genérica ou a

pacientes indeterminados; ou

V - houver alguma peculiaridade que determine a interposição dos recursos, a critério do

Procurador do Estado ou expressamente indicado pela Coordenação de Direito Sanitário da

Procuradoria de Obrigações - PO. (nr)

4. Roraima

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

.e

Súmula no 4

"Fica autorizada a não apresentação de contestação ou interposição de recurso, quando, na ação

de obrigação de fazer consistente em emissão de Tratamento Fora de Domicílio - TFD, proposta

por meio da Defensoria Pública, houver, antes da defesa estatal, concessão de tutela antecipada

e seu devido cumprimento pela Administração".

5. Espírito Santo

Resolução no 234 21/06/2010

Art. 9°. Fica DELEGADA ao Procurador-Chefe a competência específica para decidir sobre:

(...)

IX - pedido de dispensa de interposição de recurso nos processos em que o objeto do litígio

seja o fornecimento de medicamentos de alto custo, a realização de exames auxiliares de

diagnóstico, de internações e de procedimentos cirúrgicos.

6. Santa Catarina

PORTARIA PGE/GAB N° 41/2012 - 24/08/2012

O PROCURADOR GERAL DO ESTADO, no uso de sua competência conferida pelo art. 7°, inciso I,

da Lei Complementar n° 317, de 30 de dezembro de 2005, RESOLVE:

Art. 1 - Fica dispensada a interposição de recurso contra sentença ou acórdão proferidos em

processo judicial individual movido contra o Estado de Santa Catarina, cujo pedido envolver a

prestação de assistência à saúde não padronizada pelo Sistema Único de Saúde, desde que:

I - o tratamento possua registro na ANVISA;

II - não se trate de procedimento experimental;

III - tenha havido comprovação da necessidade, adequação e indispensabilidade do tratamento

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

pretendido, em detrimento da padronização existente no âmbito do SUS;

IV - tenha havido condenação solidária da União nos casos em que for parte;

V - tenha sido comprovada a hipossuficiência financeira da parte;

VI - esteja assegurada a contracautela judicial ou administrativa para a comprovação da

necessidade de continuidade do tratamento, mediante a apresentação periódica de nova

prescrição médica.

Parágrafo único - A hipótese prevista no inciso III refere-se a provas técnicas produzidas nos

próprios autos ou emprestadas, correspondentes a laudos de médicos especialistas;

manifestações detalhadas do médico assistente da parte autora ou a informações oficiais da

Secretaria de Estado da Saúde.

Art. 2 - Cabe ao Núcleo de Gerenciamento e Prevenção de Ações Repetitivas editar,

semestralmente, relação de medicamentos em relação aos quais fica o Procurador dispensado

de resistir à alternativa terapêutica pretendida.

Art. 2 - Fica revogada a portaria PGE/GAB n. 028/2011, de 28 de março de 2011.

Art. 3 - Cientifique-se. Publique-se.

JOÃO DOS PASSOS MARTINS NETO

PROCURADOR-GERAL DO ESTADO

(Publicado no Diário Oficial de 11/09/12)

PORTARIA PGE/GAB N° 20/2012 - 17/02/2012

O PROCURADOR-GERAL DO ESTADO, considerando o que consta no processo administrativo

PGE 477/2012, no uso de suas atribuições legais, RESOLVE:

Art. 1° - Fica dispensada a arguição da preliminar de chamamento da União e do Município ao

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

processo, nas ações movidas contra o Estado de Santa Catarina, cujo pedido envolver o

fornecimento de medicamentos, insumos, cirurgias e materiais não padronizados pelo Sistema

Único de Saúde (SUS).

Parágrafo Único. Nos processos em tramitação, fica dispensada a interposição de recursos em

face de decisões que indefiram o pedido mencionado no caput deste artigo, bem como fica

autorizada, a critério do Procurador vinculado, a desistência dos recursos já interpostos.

Art.2° - Cientifique-se. Publique-se.

Florianópolis, 17 de fevereiro de 2012.

JOÃO DOS PASSOS MARTINS NETO

Procurador-Geral do Estado

PORTARIA PGE/GAB N° 028/2011 (revogada)

O PROCURADOR GERAL DO ESTADO, no uso de sua competência conferida pelo art. 7°, inciso I,

da Lei Complementar n° 317, de 30 de dezembro de 2005, RESOLVE:

Art. 1 - Fica dispensada a interposição de recurso contra sentença ou acórdão proferido em

processo judicial movido contra o Estado de Santa Catarina cujo pedido envolver o fornecimento

de medicamento, insumo e material não padronizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde

que:

I - possua registro na ANVISA, quando for o caso;

II - tenha sido produzida prova pericial especializada ou oitiva do médico especialista prescritor

confirmando a necessidade, a adequação e a indispensabilidade do tratamento em detrimento

dos medicamentos fornecidos pelo SUS ou ausência de alternativa terapêutica na rede pública;

III tenha havido condenação solidária da União Federal;

IV - tenha sido reconhecida a hipossuficiência financeira da parte;

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

V - tenha sido deferida a contra-cautela para comprovação médica da permanência da

necessidade do fármaco com a apresentação periódica de nova prescrição médica.

Parágrafo único - Nos processos mencionados no caput fica dispensado recurso especial e

extraordinário ainda que não deferida a contra-cautela mencionada no inciso V.

Art. 2 - Cientifique-se. Publique-se.

Florianópolis, 28 de março de 2011.

NELSON ANTÔNIO SERPA

'' PROCURADOR-GERAL DO ESTADO

(Publicada no Diário Oficial de 30/03/11)

PORTARIA PGE/GAB N° 66/2011 - 08/09/2011

O PROCURADOR-GERAL DO ESTADO, no uso de suas atribuições legais, RESOLVE:

Art. 1° - Ficam dispensados os recursos nas ações movidas contra o Estado de Santa Catarina

cujo pedido for o fornecimento de medicamento, insumo e material ou procedimento médico

padronizado em quaisquer dos programas do Sistema Único de Saúde, desde que extinto o

processo sem resolução do mérito.

Art. 2° - Aplica-se a dispensa de recurso prevista no artigo 1°, independentemente de

padronização nos programas do SUS, quando houver óbito.

Art. 3° - Fica revogada a Portaria n. 02/PGE/2005, de 1.°/02/2005.

Art. 4° - Cientifique-se. Publique-se.

Florianópolis, 08 de setembro de 2011.

NELSON ANTÔNIO SERPA

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

PROCURADOR-GERAL DO ESTADO

(Publicado no Diário Oficial de 12/09/2011)

PORTARIA PGE/GAB No 71/2011 - 07/10/2011

O PROCURADOR-GERAL DO ESTADO, considerando o que consta no processo administrativo

PGE 4202/2011, no uso de suas atribuições legais, RESOLVE:

Art. 1° Ficam dispensados os recursos nas ações movidas contra o Estado de Santa Catarina cujo

pedido for o fornecimento de medicamento, exame, insumo e material ou procedimento médico

nos seguintes casos:

I - o prejuízo suportado for unicamente o decorrente do cumprimento da tutela

antecipada/liminar revogada, expressa ou tacitamente, com efeitos ex nunc; e/ou

II - condenação, pelo princípio da causalidade, em honorários advocatícios em valor não

superior a R$ 800,00 (oitocentos reais).

Parágrafo Único. O valor estabelecido no inciso II deste artigo será atualizado pelo índice oficial

adotado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina.

Art. 2° Cientifique-se. Publique-se.

Florianópolis, 07 de outubro de 2011.

JOÃO DOS PASSOS MARTINS NETO

PROCURADOR-GERAL DO ESTADO

(Publicado no Diário Oficial do Estado de 10/10/2011)

7. São Paulo

ORIENTAÇÃO NORMATIVA SUBG/CONTENCIOSO N°12/2007

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal

Considerando a existência de políticas públicas praticadas no âmbito do SUS e programas

estaduais de fornecimento de medicamentos e a constante atualização da listagem de fármacos

recomendados e disponibilizados, ficam os Procuradores do Estado da Área do Contencioso

autorizados a não interpor recurso de apelação, recurso especial e recurso extraordinário contra

decisões judiciais que determinem a dispensação de medicamentos, desde que estes façam

parte dos Programas que integram a Assistência Farmacêutica coordenada pela Secretaria de

Estado da Saúde do Estado de São Paulo, quais sejam, Programa Dose Certa, Programa de

Medicamentos Estratégicos, Programa de Medicamentos de Dispensação Excepcional, além de

Protocolos Estaduais de Medicamentos Especiais. A representação para a dispensa deverá estar

acompanhada de documento obrigatoriamente extraído do sítio oficial da Secretaria de Estado

.. da Saúde (www.saude.sp.gov.br) , que comprove a indicação clínica e a disponibilidade para

fornecimento de acordo com os Programas de Assistência Farmacêutica acima indicados. Além

• disso, caberá sempre à Chefia da Unidade verificar a existência dos requisitos para essa dispensa.

DOE - Executivo - Seção I, 29.11.2007, p. 36

Redistribuído ao (a) senhor(a) Conselheiro

Celina Teixeira Soare Secretária do Con o

ESTADO DO PARANÁ CONSELHO SUPERIOR DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

CSPGE Fls.j

Protocolo : 11.983.547-0 - CSPGE N° 068/13

Recebido na Secretaria do Conselho. Em, 22 / 5 / 13

Distribuído ao (a) senhor(a) Conselheiro(a) ROBERTO ALTHEIM Em, 22 / á /13

elina Teixeira Soares Secretária do Conselho

Vista a(o) hor(a) Conselheiro(a)

Relatado na 9362 sessão do Conselho,

em, 201 6 / 13

Recebi o processo na Secretaria em

er 20 / 6 / 13

elina Teixeira Soares Secretária do Conselho

Remetido ao (a) Conselheiro (a) Relator(a), para assinatura da Deliberação n° 098 / 13

em, 20 / 6 /

Gynér.

elina Teixeira Soares Secretária do Conselho

Recebido

Em / 3

Retomou á Secretaria do Conselho,

em / /

Remetido ao Senhor Presidente para assinatura da

Deliberação, em

Retornou em 18 / 7 / 13 - retornou após as assinaturas

Nesta data, faço remessa do presente digitalizado e

encaminhado ao DG? à COI e Correqedoria

em 19 / 7 / 1

elina Teixeira Soares Secretária do Conselho

/' 'Curitib

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR

C S PGE Fls.025"

SID n.11.983.547-0

Interessado: Corregedoria-Geral

A Corregedoria-Geral da PGE e o Procurador-Chefe da COI

comparecem ao Conselho Superior para solicitar a edição de súmula autorizativa da

ausência de defesa em ações judiciais que tratem do fornecimento de tratamentos

de saúde com base no artigo 196 da Constituição Federal de valor anual inferior a 10

(dez) salários mínimos, e desde que indicados para a enfermidade em questão.

O pleito veio muito bem justificado e instruído.

Entretanto, antes de levar o feito à análise do Colegiado,

entendo imprescindível colher a opinião da "Comissão de estudos e coordenação das

ações judiciais e consultas administrativas sobre fornecimento de medicamentos e

tratamento de saúde" objeto da Resolução n. 96/2012-PGE, atualmente presidida pela

Procuradora CRISTINA LEITÃO TEIXEIRA DE FREITAS.

Assim, encaminho este protocolado à Secretaria do Conselho

Superior para que, em diligência, encaminhe-o à Procuradoria CRISTINA LEITÃO

TEIXEIRA DE FREITAS.

ROBERTO ALTHEIM

Direção Geral

Rua Conselheiro Laurindo, 561, Curitiba Pr, CEP 80060-100, fone: 41-3221-8700, www.pr.aov.br/Dge

IN" ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

Informação n. 11.983.547-0

Interessados: Corregedoria-geral e Coordenadoria do Interior

Ref.: Ações que versam sobre o direito fundamental à saúde

Prezado Senhor Conselheiro.

Trata-se de proposta de súmula de valor na área de

saúde formulada pela Corregedora-Geral, Vera Grace Paranaguá Cunha, e pelo

Chefe da COI, Carlos Eduardo Rangel Xavier, nos seguintes termos:

TUTELA JUDICIAL DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAPUDE. TRATAMENTO COM CUSTO ANUAL INFERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS. ARTS. 4°, PARÁGRAFO ÚNICO, DO DECRETO ESTADUAL 4.660/2012 E 260 DO CPC.

1. No âmbito da Justiça Estadual, em ações que versem sobre o direito fundamental à saúde cujo custo anual não exceda 10 salários mínimos, sendo a prestação material objeto de cumprimento pelo Estado com base em tutela de urgência (também compreendendo-se a sentença sujeita a recurso sem efeito suspensivo), autoriza-se a não apresentação de contestação e a não interposição de recursos, mediante anuência da Chefia da unidade de execução programática respectiva.

2. A presente súmula não é aplicável quando houver parecer médico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde indicando a inadequação do tratamento.

Conforme consignado no memorando que deu origem ao

presente, a Corregedoria-Geral da PGE tem coordenado reuniões cujo tema respeita

às estratégias de atuação da PGE nas ações que versam sobre direito à saúde, das

quais tenho participado efetivamente, inclusive daquelas em que se discutiu a

minuta de súmula de valor.

Desta forma, de antemão já declaro que sou favorável à

adoção da súmula, até porque participei das discussões que levaram à redação final

da proposta.

Rua Conselheiro laurindo, 561, Centro Curitiba, Paraná

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

Apresento algumas considerações sobre o conteúdo do

requerimento, a título de fundamentação de meu posicionamento.

Às fls. 13, consta que as demandas de saúde são

reconhecidamente de massa, exigindo decisões estratégicas para otimizar a atuação

dos procuradores envolvidos.

Tenho participado ativamente destas decisões desde

2003, quando o então Chefe da Procuradoria Administrativa, Jefferson Scheer, de

forma perspicaz, vislumbrou a necessidade aprofundar o estudo do tema ao

perceber o crescimento das ações de saúde, determinando a criação de um grupo

de trabalho liderado inicialmente pela atual Corregedora-Geral da PGE, do qual

tenho participado desde a implantação. Naquele ano, o Estado do Paraná distribuiu

medicamentos no valor total de R$ 741.369,06 para atendimento a ordens judiciais e

este número cresceu vertiginosamente ao longo dos anos, conforme tabela a seguir,

cujos dados foram fornecidos pela SESA/PR:

ANO Valor da distribuição de medicamentos (R$)

2003 741.369,06

2004 3.377.305,06

2005 6.852.110,37

2006 12.418.871,02

2007 15.780.851,97

2008 19.336.580,60

2009 35.004.454,94

2010 35.718.740,24

2011 45.073.802,93

2012 60.168.909,00

2013 (até maio)

Rua Conselheiro Laurindo, 561, Centro Curitiba, Paraná

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

Certamente a tendência é que os números continuem

crescendo, não porque as pessoas ficam mais doentes, mas porque têm mais

acesso à informação e consequentemente mais acesso à saúde e à justiça.

Da análise dos casos percebe-se que geralmente há

poucos meios para infirmar as prescrições médicas, até porque a medicina

apresenta graus de subjetividade decorrentes de uma ciência não exata e as

técnicas de tratamentos são cada vez mais individualizadas.

Algumas defesas, todavia, são pertinentes e exitosas no

âmbito da Procuradoria Geral do Estado, como necessidade de análise da

hipossuficiência, das competências das instâncias gestoras, reembolsos da União

Federal, para além do alguns exageros cometidos pelos demandantes, que são

prontamente refutados.

Os números acima citados compreendem uma realidade

comprovadora da massificação da litigiosidade das ações de saúde que

eventualmente poderá ser controlada caso haja decisões da corte suprema a

restringir as ações individuais, como meio de conter a quebra de isonomia que vem

prestigiando apenas aqueles que batem às portas do Poder Judiciário, em

detrimento dos pacientes que aguardam nas filas dos hospitais. Parece-me que as

ações coletivas poderiam servir de suporte à necessária proporcionalidade,

universalidade e integralidade das ações e serviços de saúde.

Ocorre que o atual estágio do posicionamento dos

tribunais conduz à adoção de estratégias da própria Procuradoria Geral do Estado

que impliquem redução no número de ações, independentemente da tomada de

decisões do Poder Judiciário.

A Súmula de Valor é uma das estratégias que

efetivamente diminuirá a litigiosidade, viabilizando um estudo mais acurado daquelas

Rua Conselheiro Laurindo, 561, Centro Curitiba, Paraná

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

demandas de alto custo que podem implicar gastos altíssimos de dinheiro dos cofres

públicos estaduais.

Apesar de discordar unicamente da premissa de que se

litiga sobre 100, alcançando-se resultado O (fls. 05), pois devem ser consideradas

exitosas todas as demandas em que outro ente da federação é obrigado a fornecer

o medicamento ou naquelas em que é determinado o reembolso por outro ente — e o

trabalho da PGE neste sentido é profícuo, não se olvidando que a Administração

Pública ainda não conseguiu se organizar para obter os reembolsos, o que está

agora sendo orientado pela PGE —, concordo que não é eficaz continuar com

demandas de baixo custo em razão do próprio custo do processo. Um custo

acaba compensando o outro e o resultado é que pacientes têm acesso rápido a

medicamentos não contemplados nas listas do SUS. Muitas vezes eles acabam

sendo incorporados pela própria judicialização. Veja-se que uma análise macro da

situação produz resultado 100, e não 0. Sem fazer apologia do direito absoluto à

saúde, com o que definitivamente discordo, não posso deixar de reconhecer que há

muitas arestas a serem aparadas na saúde, na efetivação do direito à saúde no

Brasil. Por isso a complexidade do tema aos que defendem o Poder Público.

Às fls. 06, foi ressaltado: "Nesse contexto, deve ser

autorizada aos Procuradores do Estado a possibilidade de realização de conciliação,

tendo por objeto as verbas sucumbenciais". Verifica-se da redação final da Súmula

de Valor que não foi incluída a possibilidade de conciliação. Sugiro a inserção no

bojo da Súmula.

Relativamente à pendência de julgamentos

representativos de controvérsias nos tribunais superiores, me filio aos fundamentos

apresentados no requerimento. Reitero que a atuação da PGE não pode depender

de decisões do Poder Judiciário, futuras e incertas quanto ao conteúdo, sendo a

gestão estratégica imprescindível à advocacia pública da pós-modernidade.

Rua Conselheiro Laurindo, 561, Centro

Curitiba, Paraná

wc`. PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

Ntr_,:er ESTADO DO PARANÁ

Por fim, quanto aos recortes propostos (fls. 18),

igualmente estou de acordo. A uma, porque parecer médico da SESA contrário à

indicação do prescritor poderá respaldar positivamente a defesa do Estado do

Paraná, sendo desaconselhável deixar de contestar. A duas, porque a posição

estratégica proposta não contempla as ações que tramitam perante a Justiça

Federal, nas quais a União é parte e poderá ser condenada ao pagamento de

verbas despendidas pelo Estado do Paraná, ainda que de menor valor.

Portanto, recomendo a aprovação da súmula de valor,

com a redação original acrescentada da possibilidade de transação, nos seguintes

termos:

TUTELA JUDICIAL DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAPUDE. TRATAMENTO COM CUSTO ANUAL INFERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS. ARTS. 4°, PARÁGRAFO ÚNICO, DO DECRETO ESTADUAL 4.660/2012 E 260 DO CPC.

1. No âmbito da Justiça Estadual, em ações que versem sobre o direito fundamental à saúde cujo custo anual não exceda 10 salários mínimos, sendo a prestação material objeto de cumprimento pelo Estado com base em tutela de urgência (também compreendendo-se a sentença sujeita a recurso sem efeito suspensivo), autoriza-se a não apresentação de contestação, a transação e a não interposição de recursos, mediante anuência da Chefia da unidade de execução programática respectiva.

2. A presente súmula não é aplicável quando houver parecer médico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde indicando a inadequação do tratamento.

É a informação.

Curitiba, 11 de junho de X013

CRISTINA L EIR FREITAS Pr urado a do Estado

Rua Conselheiro Laurindo, 561, Centro Curitiba, Paraná

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado

Protocolo : 11.983.547-0 - CSPGE n° 068/13

1. Recebido hoje na Secretaria do Conselho.

2. Nesta data, com a informaçãos da Senhora Procuradora Cristina Leitão Teixeira de Freitas, fls.26/30, faço remessa do presente ao Senhor Conselheiro Roberto Altheim.

Curitiba, 17 de junho de 2013

elina Teixeira Soares Secretária do Conselho

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR

SID n. 11.983.547-0

Interessado: Corregedoria-Geral

Ementa:

"SÚMULA - DISPENSA DE CONSTESTAÇÃO E DE RECURSO

PARA AÇÕES DE MEDICAMENTOS DE BAIXO VALOR NAS

CONDIÇÕES PREVISTAS NO TEXTO DA SÚMULA -

APROVAÇÃO".

RELATORIO No 094/13

Relatório:

A Corregedoria-Geral e a Coordenadoria do Interior e de

Sistematização Recursal comparecem a este Conselho Superior para requer a edição

de súmula autorizativa da não apresentação de contestação em ações que versem

sobre direito à saúde em razão do valor anual dos tratamentos envolvidos.

Propôs-se o seguinte texto:

"TUTELA JUDICIAL DO DIREITO FUNDAMENTAL A SAÚDE. TRATAMENTO COM CUSTO ANUAL INFERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS. ARTS. 4° , PAR. ÚNICO, DO DECRETO ESTADUAL 4.660/2012 E 260 DO CPC.

1. No âmbito da Justiça Estadual, em ações que versem sobre o direito fundamental à saúde cujo custo anual do tratamento não exceda 10 salários mínimos, sendo a prestação material objeto de cumprimento pelo Estado com base em tutela de urgência (também compreendendo-se a sentença sujeita a recurso sem efeito suspensivo), autoriza-se a não apresentação de contestação e a não interposição de recursos, mediante anuência da Chefia da unidade de execução programática respectiva

2. A presente súmula não é aplicável quando houver parecer médico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde indicando a inadequação do tratamento".

Justificam que a medida se faz necessária para equalizar a

massificação da litigiosidade e diante das condições da PGE atender a demanda. Para

tanto, às fls. 12/13, informa a COI os seguintes dados a respeito de seu trabalho,!

contencioso entre 03/12/2012 e 04/02/2013:

Rua Conselheiro Laurindo, 561, Curitiba - Pr, CEP 80060-100, fone: 41-3221-8700 www.pr.gov.br/Dge

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR

- 24,35% das petições elaboradas referem-se à ações que versam sobre tutela do

direito à saúde;

- descontadas as peças processuais de natureza tributária, isto representa 35,07%;

- considerando apenas as peças de natureza administrativa isto representa 66,2%;

- "de todos os recursos extraordinários produzidos, 81,82% versam sobre

medicamentos; dos recursos especiais, 15,78% referem-se ao tema".

Além desses dados, às fls. 13/23, os requerentes apresentam

dados de outras instituições de Procuradorias Gerais, adiante sintetizadas.

- Estado de Alagoas: por meio da súmula administrativa 11/2011 (24/10/2011)

autorizou os seus Procuradores a não contestar e não apresentar recursos em

demandas que tratam de realização de exames, procedimentos

cirúrgicos/terapêuticos e fornecimento de medicamentos, "quando o ato ou

tratamento pretendido se consumar antes do prazo processual a ser praticado"; por

meio da súmula administrativa 13/2011 (24/10/11) dispensou recursos especiais e

extraordinários para quaisquer ações para fornecimento de medicamentos não

relacionando no "Programa de Medicamentos Excepcionais", e "desde que o mesmo

seja lícito, devidamente registrado na ANVISA ou no Ministério da Saúde"; por fim, por

meio da súmula administrativa 13/2011 (03/06/12) dispensou a atuação daquela PGE

em quaisquer demandas de saúde, "salvo nas hipóteses excepcionalmente relevantes,

assim consideradas, fundamentadamente, pela Secretaria de Estado da Saúde, conforme

critérios objetivos previamente definidos pela Procuradoria Geral do Estado".

- Estado de Goiás: pela súmula n. 07 (21/06/2007) dispensou recursos

extraordinários se o medicamento tem registro na ANVISA ou no Ministério da

Saúde.

- Estado de Minas Gerais: pela Resolução n. 120-AGE (13/07/2004) o Procurador-

chefe da unidade responsável decide sobre a não interposição de recursos em ações

que tratam de fornecimento de medicamentos, ficando todos desde logo

autorizados a não interpor recursos quando o valor do tratamento for inferior a R$

500.000,00 e o medicamento for registrado na ANVISA.

- Estado de Roraima: pela súmula n. 4 ficou "autorizada a não apresentação de

contestação ou interposição de recurso, quando, na ação de obrigação de fazer

consistente em emissão de tratamento fora de domicilio - TFD, proposta por meio da

Rua Conselheiro Laurindo, 561, Curitiba - Pr, CEP 80060-100, fone: 41-3221-8700, WWW.Dr.gov.br/pae

ESTADO DO PARANÁ

U PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR

Defensoria Publica, houver, antes da defesa estatal, concessão de tutela antecipada e seu

devido cumprimento pela Administração".

- Estado do Espírito Santo: há delegação aos Procuradores-Chefes a decisão a

respeito da dispensa de recursos em processos a respeito de demandas de saúde,

conforme resolução n. 234 (21/06/2010).

- Estado Santa Catarina: pelas Portarias PGE/GAB n. 20/12(17/02/12) e 41/12

(24/08/12) os Procuradores do Estado foram dispensados de tentar incluir a União

nas lides, bem como de interpor recursos em face de sentença ou acórdão a respeito

do tema, desde que o tratamento tenha registro na ANVISA, não seja experimental e

haja comprovação da necessidade, a União seja condenada solidariamente e exista

comprovação de hipossuficiência do paciente.

- Estado de São Paulo: nos termos da Orientação Normativa SUBG/CONTENCIOSO

n. 12/2007 os Procuradores do Estado foram dispensados de interpor recurso em

ações que tratem do fornecimento de medicamentos que fazem parte a Assistência

Farmacêutica coordenada por aquela Secretaria de Saúde.

Lembram os requerentes que este Conselho, quando das

Deliberações n. 46/2013 e 56/2013, já autorizou que Procuradores do Estado

deixassem de apresentar contestação ou recurso em ações que tratavam de dois

determinados medicamentos.

Quanto às matérias que estão aguardando julgamento pelo

Supremo Tribunal Superior ou pelo Superior Tribunal de Justiça em recursos com

repercussão geral ou repetitivos afirmam que:

"Com efeito, o reconhecimento de repercussão geral (art. 543-B do CPC) ou a afetação ao rito do art. 475-C do CPC a recursos que versam algumas das teses costumeiramente usadas pelo ente público em ações do tipo apenas em conduzido ao sobrestamento de recursos de estrito direito interpostos pelo Estado.

Nesse contexto, o ente público, na generalidade dos casos, fornece o medicamento desde o 1° grau, continua fornecendo durante a tramitação em 2° grau, e continua fornecendo após a interposição de recursos especiais e extraordinário, cujo destino, como já mencionado, é o sobrestamento.

A propósito, a repercussão geral sobre a questão constitucional em torno do dever do Poder Público ao fornecimento de medicamento de alto custo foi reconhecida em 2007. Ou seja, já se contam com mais de 05 anos de recursos extraordinários sobrestados. Não é preciso comentar a dificuldade de gestão que a situação impõe ao Judiciário

Rua Conselheiro Laurindo, 561, Curitiba - Pr, CEP 80060-100, fone: 41-3221-8700, www.pr.gov.br/pg

ESTADO DO PARANÁ

U PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR

local. A Procuradoria do Estado, por sua vez, nem sequer tem o mínimo controle destes recursos.

Por outro lado, é bastante possível que o STF e o STJ, quando e se julgarem os casos representativos de controvérsia, apenas venham a reiterar a jurisprudência já consolidada no período anterior à inserção dos arts. 543-B e 543-C ao CPC, especialmente a propósito de temas como solidariedade dos entes federados, cominação de multa diária à Fazenda Pública e legitimidade do Ministério Público."

Os requerentes ainda esclarecem que:

"Deve-se registrar, de forma expressa, situações que não estão abrangidas na proposta.

A primeira delas é a existência de parecer médico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde informando que o tratamento postulado não é indicado para a enfermidade do paciente.

Nessa hipótese, observa-se, a contestação deverá versar exclusivamente sobre a matéria de fato, amparada na prova documental produzida pelo Estado, e na temática processual relativa ao ônus da prova (art. 333, I do CPC).

A segunda situação diz respeito a processos em tramitação perante a Justiça Federal. Nessa hipótese, a preocupação da Procuradoria está ligada à postura que vem sendo adotada pela União, cada vez mais orientada (a) a desonerar-se do fornecimento de qualquer medicamento - a despeito da solidariedade afirmada judicialmente - a propósito da estrutura estadual de fornecimento e (2) a impugnar a ordem de reembolso ao Estado.

Assim, a estratégia a ser adotada na Justiça federal terá o objetivo de responder a essa postura (em poucas palavras, litigando-se contra a União e não contra o paciente). Para isso, contudo, a aplicação de uma súmula de valor na Justiça Federal comprometeria uma postura sistêmica da Procuradoria do Estado. Por esses motivos, portanto, justifica-se racionalmente o recorte em relação à Justiça Federal".

Por fim, afirmam os requerentes que a proposta de súmula

está conforme o princípio constitucional da eficiência administrativa, atualmente

positivado no artigo 37, capuz da Constituição Federal, e está autorizada pelo artigo

4°, parágrafo único do Decreto 4660/2012.

Encaminhei o protocolado em diligência à "Comissão de

estudos e coordenação das ações judiciais e consultas administrativas sobre

fornecimento de medicamentos e tratamentos de saúde", constituída pela Resolução

n. 96/2012-PGE. A Procuradora Cristina Leitão Teixeira de Freitas, então, manifestou-

se favoravelmente à súmula proposta, expondo que:

Rua Conselheiro Laurindo, 561, Curitiba - Pr, CEP 80060-100, fone: 41-3221-8700, WWW.pr.gov.bdine

R$ 80.000.000,00

R$ 60.000.000,00

R$ 40.000.000,00

R$ 20.000.000,00

R$

..~IntRamee~linelleeleem",

»)Í) 10ft) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

ESTADO DO PARANÁ

U PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR

- o valor anualmente gasto pelo Estado do Paraná para

fornecimento de tratamentos de saúde por ordem judicial tem aumentado ano a

ano, conforme gráfico abaixo elaborado a partir dos dados fornecidos às fls. 27:

- "a tendência é que os números continuem crescendo, não

porque as pessoas ficam mais doentes, mas porque têm mais acesso à informação e

consequentemente mais acesso à saúde e à justiça";

- "geralmente há poucos meios para infirmar as prescrições

médicas, até porque a medicina apresenta graus de subjetividade decorrentes de uma

ciência não exata e as técnicas de tratamentos são cada vez mais individualizadas";

- "o atual estágio do posicionamento dos tribunais conduz à

adoção de estratégias da própria Procuradoria Geral do Estado que impliquem redução

no número de ações, independentemente da tomada de decisões do Poder Judiciário";

- "não é eficaz continuar com demandas de baixo custo em razão

do próprio custo do processo".

É o relatório.

Voto:

Adoto como fundamento desta decisão todas as razões fáticas

e jurídicas muito bem expostas no pleito inicial e na manifestação da "Comissão de

estudos e coordenação das ações judiciais e consultas administrativas sobre

Rua Conselheiro laurindo, 561, Curitiba - Pr, CEP 80060-100, fone: 41-3221-8700, www.pnoov.brioge

ESTADO DO PARANÁ

U PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR

fornecimento de medicamentos e tratamentos de saúde", acima relatadas de forma

resumida.

Ademais, vale lembrar que o sobrestamento de recursos

especiais ou extraordinários interpostos pelo Estado do Paraná em demandas para

fornecimento de medicamentos não irá trazer-lhe nenhum benefício econômico,

nem mesmo se os posicionamentos das Cortes Superiores forem revertidos em

benefício das teses dos Estados. Isto porque enquanto se aguarda o julgamento pelo

STJ ou STF dos referidos recursos a Administração Pública é compelida judicialmente

a fornecer os tratamentos de saúde. Estas despesas não são repetíveis, pois são

despesas "alimentares", ou seja, para a sobrevivência dos credores. Sendo assim, na

remota hipótese de as Cortes Superiores alterarem seu posicionamento

jurisprudencial a respeito e o Estado do Paraná se sagrar vencedor nos inúmeros

recursos especiais e extraordinários interpostos não poderá solicitar devolução dos

valores que gastou para cumprimento das decisões.

Ressalte-se, ainda, que competirá à PGE analisar a viabilidade

técnico-jurídica de demandar em face de outros entes da Federação ou outras

pessoas o ressarcimento dos valores que vem despendendo com o cumprimento

dessas ordens judiciais.

Diante disto, voto pela aprovação de súmula com a seguinte

redação:

"TUTELA JUDICIAL DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE. TRATAMENTO COM CUSTO ANUAL INFERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS. ARTS. 4° , PAR. ÚNICO, DO DECRETO ESTADUAL 4.660/2012 E 260 DO CPC.

1. No âmbito da Justiça Estadual, em ações que versem sobre o direito fundamental à saúde cujo custo anual do tratamento não exceda 10 salários mínimos, sendo a prestação material objeto de cumprimento pelo Estado com base em tutela de urgência (também compreendendo-se a sentença sujeita a recurso sem efeito suspensivo), autoriza-se a não apresentação de contestação, a não interposição de recursos, a transação e a desistência de recursos ordinários já interpostos, mediante anuência da Chefia da unidade de execução programática respectiva

2. A presente súmula não é aplicável quando houver parecer médico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde indicando a inadequação do tratamento".

Rua Conselheiro Laurindo, 561, Curitiba - Pr, CEP 80060-100, fone: 41-3221-8700, www.pr.ciov.br/pge 6

ROBERTO ALTHEIM

ESTADO DO PARANÁ

U PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR

Contudo, entendo também necessário o estudo para criação

de câmaras de conciliação integrada por representantes da SESA, da PGE e de outras

instituições interessadas (possivelmente Ministério Público, Judiciário e Defensoria

Pública) para criação de mecanismos para solução das demandas pela via

administrativa, evitando a corrida ao Judiciário. Para este desiderato entendo que

este protocolado deva ser encaminhado à "Comissão de estudos e coordenação das

ações judiciais e consult admi istrat sobre fornecimento de medicamentos e

tratamentos de saúd ' para es do e form .. á.ie or. com este intuito.

Conselheiro Relator

Rua Conselheiro Launndo, 561, Curitiba - Pr, CEP 80060-100, fone: 41-3221-8700, www.or.gov.br/pge

Liliam F ima Moro Novak Presis nte d Conselho Superior,

ubstit ão

Roberto Altheim Conselheiro Relator

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado

DELIBERAÇÃO N.° 098/13

Protocolo : 11.983.547-0 Interessado : CORREGEDORIA-GERAL E COORDENADORIA DO INTERIOR E DE

SISTEMATIZAÇÃO RECURSAL Assunto : Edição de súmula.

O CONSELHO SUPERIOR DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO, no uso de suas atribuições legais, em sessão do dia 20 de junho de 2013, por unanimidade de votos,

DELIBEROU

pela aprovação de edição da súmula nos termos do voto do Relator.

Curitiba, sala das sessões, em 20 de junho de 2013

diogolima
Nota
Publicação no Diário Oficial Número do Diário: 9005 Data de Publicação: 23/07/2013

Eunice Fumagalli Martins e Scheer Conselheira

Cristina Lei o Teixeira de Freitas Conseffieira

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado

SÚMULA N° 27

"TUTELA JUDICIAL DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE.TRATAMENTO COM CUSTO ANUAL INFERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS. ARTS. 4°, PAR. ÚNICO, DO DECRETO ESTADUAL 4.660/2012 E 260 DO CPC.

1. No âmbito da Justiça Estadual, em ações que versem sobre o direito fundamental à saúde cujo custo anual do tratamento não exceda 10 salários mínimos, sendo a prestação material objeto de cumprimento pelo Estado com base em tutela de urgência (também compreende-se a sentença sujeita a recurso sem efeito suspensivo), autoriza-se a não apresentação de contestação, a não interposição de recursos, a transação e a desistência de recursos ordinários já interpostos, mediante anuência da Chefia da unidade de execução programática respectiva. 2. A presente súmula não é aplicável quando houver parecer médico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde indicando a inadequação do tratamento".

O Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado do Paraná aprova a presente súmula, por unanimidade de votos.

Curitiba, sala das sessões, em 20 de junho de 2013

Liliam Fátima Moro Novak Presidente do Conselho Superior, em substituição

Vera G c Paranaguá Cunha C gedora-Geral

ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado

Luiz Hen • ue Sormani Barbugiani Conselheiro