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Código de Classificação da T.T.D.
ESTADO DO PARANÁ
SI1STEMA INTEGRADO DE DOCUMENTOS GOV . PARANA Nt7M 11.983.547- O
DATA- 2 1 MAM 2013 HORA-
11111111N111111111111111111111111 068/13-C
PROTOC: 11.983.547-0 ORGAO: PGE
21f /2013 15:08 IN1ER1: CORREGEDORIA-GERAL INTER2: COORDENADORIA DO INTERIOR E DE SISTEMA ASS...: ARFA JURIDICA P.CHAV: INFORMACAO CIDADE.: CURITIBA-PR DOCTO.: ORIG..: PGE/CUI ASS. / REF: AC OES QUE VERSAM SOBRE O DIREITO FUNDAMENTAL COMPL.: A SAUDE. REQUERIMENTO DE SUMULA PARA) NAO APRESEM-
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ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal
Memorando conjunto s/n.° - CG/C01
Curitiba, 21 de maio de 2013.
SISTEMA INTEGRADO DE DOCUMENTOS GOV. PARANA NUM.11.983.547-0
DATA-2 1 MAIO 2013 }-1°RA-
1 IMRE HM 111111111 11111 11111 1111111111 1111 1111 De: Corregedoria-Geral e Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal Para: CSPGE
Assunto: Ações que versam sobre o direito fundamental à saúde. Requerimento de súmula para não apresentação de contestação em razão do valor anual do tratamento.
1. Introdução:
1.1. A recente orientação da Procuradoria Geral do Estado à
consideração estratégica das ações judiciais que veiculam tutela do direito
fundamental à saúde:
A preocupação com a gestão estratégica da atuação da Procuradoria
Geral do Estado do Paraná em ações que versam sobre a tutela do direito
fundamental à saúde tem sido objeto de reuniões, coordenadas pela Corregedoria-
Geral.
Dessas reuniões têm-se extraído diretrizes para orientação do
trabalho' das Procuradoria Regionais, da Coordenadoria do Interior, da Procuradoria
'Exemplos dessas diretrizes são o Memorando Circular 11/2012 - COl, a recente reestruturação dos modelos de petição levada a efeito pelos colegas da PRA e o indicativo de linha de atuação mais incisiva no que diz respeito à estruturação de uma linha de atuação que torne mais incisiva a participação da União no fornecimento e no custeio dos tratamentos, inclusive no que diz respeito à busca administrativa (e, eventualmente, judicial) do reembolso.
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do Estado perante o Tribunal Regional Federal da 4a Região e da própria
Procuradoria Administrativa, assim como indicativos de propostas de súmulas.
A presente proposta é claro fruto desse esforço conjunto.
1.2. A massificação da litigiosidade e a necessidade de otimização
da atuação:
Ações que versam sobre tratamento de saúde são, reconhecidamente,
demandas de massa.
Muitos elementos poderiam ser aqui enunciados a fim de demonstrar
a assertiva, não fosse ela mesmo meramente intuitiva.
Contudo, a fim de otimizar o discurso neste espaço, dados recentes
acerca do assunto, levantados pela COI, são objeto do Anexo I.
Como questão judicial de massa, sua gestão adequada depende de
decisões estratégicas. Com posturas como as propostas, otimiza-se a atuação da
Procuradoria-Geral do Estado, maximizando resultados no que diz respeito às teses
mais sensíveis concernentes à própria judicialização da saúde e, no mesmo e em
outros contextos, às causas com maior e mais significativo impacto financeiro à
pessoa jurídica de direito público.
No Anexo II consta apanhado acerca da gestão estratégica da
temática por outras Procuradorias de Estado, ilustrando que a presente iniciativa
não é novidade para a advocacia pública nacional.
2. Fundamentação:
2.1. Consideração da proposta em si:
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A proposta, na esteira de ideia já introduzida pelas Deliberações
492 e 56/20133 - CSPGE, insere-se, portanto, em clara perspectiva de consideração
do princípio constitucional da eficiência administrativa (art. 37, caput, da CRFB), sob
o viés especifico da economicidade, hoje expressamente incorporada ao direito
positivo estadual no art. 4°, par. único, do Decreto 4.660/2012:
"Parágrafo único. Nos processos em que os valores envolvidos não ultrapassem a 10 (dez) salários mínimos, fica dispensada a deliberação específica do Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado e da autorização do Procurador-Geral, para abster-se de propor ações e para transigir em juízo para terminar litígios judiciais, exceto em matéria tributária, bastando para tanto, a anuência do chefe das unidades de execução programática da Procuradoria Geral do Estado, em conformidade com critérios gerais prévios a serem estabelecidos em Deliberação pelo Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado:'
Além da questão evidente do custo do processo, a atuação seletiva da
Procuradoria do Estado em ações que versam sobre a tutela do direito à saúde terá,
sem qualquer sombra de dúvida, duplo impacto positivo perante o Poder
Judiciário.
Inicialmente, pela simples redução de litigiosidade (objetivo
expresso do "II Pacto Republicano de Estado por um Sistema de Justiça mais
2"0 CONSELHO SUPERIOR DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO, no uso de suas atribuições legais, em sessão do dia 04 de abril de 2013, por unanimidade de votos, DELIBEROU pelo deferimento do pedido, para autorizar a Procuradora requerente a deixar de interpor recurso de apelação da sentença proferida nos autos de Ação Ordinária 5643-86.2012.8.16.0004 da 33 VFP de Curitiba em que é interessada Azile Cavaletti Veiga Pontello, com a extensão da decisão aqui proferida a todas as ações judiciais semelhantes, em que se discuta a condenação do Estado apenas ao fornecimento do SPIRIVA RESPIMAT (nome comercial) ou BROMETO DE TIOTROPIO (nome genérico). ficando a decisão de contestar ou de recorrer a cargo da Chefia da unidade da PGE, nos termos e parâmetros do art. 4° parágrafo único do Decreto 4.660/2012" 3"0 CONSELHO SUPERIOR DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO, no uso de suas atribuições legais, em sessão do dia 18 de abril de 2013, por unanimidade de votos, DELIBEROU pelo deferimento do pedido, para autorizar a Procuradora requerente a deixar de interpor recurso de apelação da sentença proferida nos autos de Ação Ordinária 0000027-96.2013.8.16.0004 da 3' VFP de Curitiba em que é interessada Odete Colla Gegenbauer. Deliberou também pela extensão da decisão aqui proferida a todas as ações judiciais semelhantes, em que se discuta a condenação do Estado apenas ao fornecimento do PRADAXA (nome comercial) ou DABIGATRANA OU ETEXILATO DE DABIGATRANA (nome genérico), ficando a decisão de contestar ou de recorrer, a cargo da Chefia da unidade da PGE, nos termos e parâmetros do art. 4° parágrafo único do Decreto 4.660/2012."
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Acessível, Ágil e Efetivo")4 Depois, com o incremento do êxito do Estado no
acolhimento judicial de suas teses jurídicas, certamente alavancado pela
combinação da redução da litigiosidade com a adoção de defesas mais escorreitas e
uniformes (trabalho já iniciado, como demonstra a nota de rodapé 1).
E esse sucesso potencial, perceba-se, dar-se-á exatamente nos
processos com maior impacto financeiro ao erário estadual.
Em outras palavras, ao invés de sacrificarem-se as situações mais
sensíveis do ponto de vista financeiro em razão de uma atuação sem critério em
todo tipo de ação (experiência atual), abre-se mão da discussão em feitos de menor
expressão econômica para que se otimizem os resultados naqueles de maior
repercussão (situação divisada com a proposta).
Em linguagem figurada: atualmente, litiga-se indistintamente sobre
100, alcançando-se resultado O (ou algo próximo disto). A proposta contempla a
pura e simples abstenção de discussão em relação a 25,5 a fim de que, dos 75
restantes, seja obtido êxito, pelo menos, em 25.
E o resultado divisado, perceba-se, será alcançado mediante
diminuição significativa (a partir da sistematização da atuação mediante a edição de
súmulas e a adoção de teses mínimas) dos esforços e dos custos - para a
Procuradoria e para o Judiciário - na generalidade das ações que versam sobre a
tutela do direito à saúde.
Isso é gestão estratégica. É isso o que almeja a Administração Pública
contemporânea, a fim de dar concretude ao já mencionado princípio da eficiência.
Essa é a premente necessidade da advocacia pública em tempos de litigiosidade de
massa.
4http://www.planalto.qov.br/ccivil 03/Outros/lipacto.htm. Acesso em 02.01.2013.
5A referência figurada diz respeito a valores, e não a quantitativo de ações, estimando-se que, em termos de
quantidade de processos, os números sejam mais aproximados um do outro
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Para instrumentalização da proposta, portanto, utilizam-se dois
critérios objetivos e seguros de direito positivo: o valor do tratamento de 10
salários mínimos, em obediência ao art. 4°, par. único, do Decreto Estadual
4.660/2012 (já transcrito) e a periodicidade anual, em conformidade com o art.
260 do CPC.6
Nesse contexto, deve ser ainda autorizada aos Procuradores do Estado
a possibilidade de realização de conciliação, tendo por objeto as verbas
sucumbenciais.
2.2. Consideração acerca da pendência de julgamentos
representativos de controvérsia nos Tribunais Superiores:
Cumpre questionar se a pendência de julgamento de recursos
representativos de controvérsia tem influência substancial sobre a presente
proposta.
Defende-se que não.
A pendência desses julgamentos não pode servir para abstrair a
premissa pragmática assumida pelo presente trabalho: a multiplicidade de ordens
judiciais de 1° grau, confirmadas em 2° (e, ainda, quando os recursos constitucionais
sobre a temática não tinham o sobrestamento como destino, confirmadas pelo STJ
e pelo STF), determinando ao Estado a disponibilização de tratamento de saúde,
situações reconhecidas, recentemente, pelo Conselho Superior, nas suas
Deliberações 49 e 56/2013, consoante .
Com efeito, o reconhecimento de repercussão geral (art. 543-B do CPC)
ou a afetação ao rito do art. 543-C do CPC a recursos que versam algumas das teses
6"Art. 260. Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, tomar-se-á em consideração o valor de umas e outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a 1 (um) ano; se, por tempo inferior, será igual à soma
das prestações."
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costumeiramente usadas pelo ente público em ações do tipo apenas tem
conduzido ao sobrestamento de recursos de estrito direito interpostos pelo
Estado.
Nesse contexto, o ente público, na generalidade dos casos, fornece o
medicamento desde o 1° grau, continua fornecendo durante a tramitação em 2°
grau, e continua fornecendo após a interposição de recursos especial e extraordinário,
cujo destino, como já mencionado, é o sobrestamento.
A propósito, a repercussão geral sobre a questão constitucional em
torno do dever do Poder Público ao fornecimento de medicamento de alto custo foi
reconhecida em 2007.' Ou seja, já se contam com mais de 05 anos de recursos
extraordinários sobrestados. Não é preciso comentar a dificuldade de gestão que
a situação impõe ao Judiciário local. A Procuradoria do Estado, por sua vez, nem
sequer tem o mínimo controle destes recursos.8
Por outro lado, é bastante possível que o STF e o STJ, quando e se
julgarem os casos representativos de controvérsia, apenas venham a reiterar a
jurisprudência já consolidada no período anterior à inserção dos arts. 543-B e 543-C
ao CPC, especialmente a propósito de temas como solidariedade dos entes
federados, cominação de multa diária à Fazenda Pública e legitimidade do
Ministério Público.
Sobre este último, ilustrativamente, a repercussão geral só foi
reconhecida no RE 6055339 porque o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, na "SAÚDE - ASSISTÊNCIA - MEDICAMENTO DE ALTO CUSTO - FORNECIMENTO. Possui repercussão geral controvérsia sobre a obrigatoriedade de o Poder Público fornecer medicamento de alto custo:' (RE 566471 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 15/11/2007, DJe-157 DIVULG 06-12-2007 PUBLIC 07-12-2007 Dl 07-12-2007 PP-00016 EMENTVOL-02302-08 PP-01685 ) 8Apenas no ano de 2013 é que a COI e a Corregedoria estruturaram uma forma de controle de recursos sobrestados, que ainda não foi implementada, por questões operacionais. 9"AÇÃO CIVIL PÚBLICA - FORNECIMENTO DE REMÉDIOS - LEGITIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO - RECUSA
NA ORIGEM - Possui repercussão geral a controvérsia sobre a legitimidade do Ministério Público para ajuizar ação civil pública com objetivo de compelir entes federados a entregar medicamentos a pessoas necessitadas." (RE 605533 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 01/04/2010, DJe-076 DIVULG 29-04-2010 PUBLIC 30-04-2010 EMENTVOL-02399-09 PP-02040 LEXSTF v. 32, n. 377, 2010, p. 243-246 )
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contramão da jurisprudência já pacificada pelo STF sobre o assunto, afastou, no
caso concreto analisado, a legitimidade do MP e extinguiu a ação. Sublinha-se, na
nota de rodapé, a expressão "recusa na origem".
Com efeito, se a Corte local apenas tivesse reconhecido a legitimidade
do MP (curvando-se, portanto, à jurisprudência do STF) é pouco mais do que
evidente que eventual recurso extraordinário interposto pelo Estado de Minas
Gerais teria, simplesmente, seguimento negado, sem que houvesse necessidade de
adentrar à análise da repercussão geral (requisito, perceba-se, para que se lhe dê
provimento).10
No que concerne aos recursos especiais representativos de
controvérsia, muito provavelmente o STJ deverá manter a orientação
jurisprudencial até então predominante, apenas que, desta vez, com a força
vinculativa que se extrai do art. 543-C, § 7°, do CPC.11
Tudo isso para demonstrar que a regra do art. 49, § 2°, do Anexo ao
Decreto Estadual 4.660/2012 (aliás, como o seu próprio texto já deixa claro)12 não
deve limitar a consideração da temática pelo Conselho através do enfoque ora
advogado. Propõe-se, portanto, que se adote decisão voltada às necessidades de
gestão estratégica da Procuradoria, desapegada de qualquer tecnicismo processual
alheio tanto à realidade quanto ao pragmatismo.
E, ainda que algum assunto sofra revisão substancial na jurisprudência
dos Tribunais Superiores (no que, sinceramente, não se confia), nada impede que 10A propósito, em ações ajuizadas pelo MP o Estado não deve ser condenado em honorários (art. 18 da LACP). Demais disso, soa no mínimo paradoxal, de parte de um Estado que ainda não tem sua Defensoria Pública devidamente estruturada, alegar a ilegitimidade do MP para a defesa de direitos individuais indisponíveis. 11"§ 7° Publicado o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, os recursos especiais sobrestados na origem: "I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação do Superior Tribunal de Justiça; ou "II - serão novamente examinados pelo tribunal de origem na hipótese de o acórdão recorrido divergir da orientação do Superior Tribunal de Justiça." 12". 20. 2 Estando pendente de apreciação o mérito de recurso submetido ao rito dos arts. 543-B e 543-C do Código de Processo Civil é obrigatória a interposição de recurso quanto à mesma matéria, ressalvada
deliberação do Conselho Superior em sentido contrário:
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novas linhas de defesa, mesmo para casos tidos por de menor repercussão, venham
a ser estruturadas, uma vez que amparadas, a partir de então, em precedentes
vinculantes (ao contrário do que se tem atualmente: advocacia contraria a
entendimento jurisprudencial dominante).
Em outras palavras, a consideração estratégica da atividade judicial
pode indicar, em outro momento e em outro contexto, a adoção de orientação
diversa, não implicando, a súmula proposta, engessamento da atividade judicial da
Procuradoria. Contudo, diante do contexto que hoje se tem, entende-se, salvo
melhor juízo, que urge a adoção de mecanismos de otimização de atuação como o
que ora se leva em consideração.
2.3. Recortes:
Deve-se registrar, de forma expressa, situações que não estão
abrangidas na proposta.
A primeira delas é a existência de parecer médico elaborado pela
Secretaria de Estado da Saúde informando que o tratamento postulado não é
indicado para a enfermidade do paciente.
Nessa hipótese, observa-se, a contestação deverá versar
exclusivamente sobre a matéria de fato, amparada na prova documental produzida
pelo Estado, e na temática processual relativa ao ônus da prova (art. 333, I, do CPC).
A segunda situação diz respeito a processos em tramitação perante a
Justiça Federal. Nessa hipótese, a preocupação da Procuradoria está ligada à
postura que vem sendo adotada pela União, cada vez mais orientada (1) a
desonerar-se do fornecimento de qualquer medicação - a despeito da solidariedade
afirmada judicialmente - a propósito da estrutura estadual de fornecimento e (2) a
impugnar a ordem de reembolso ao Estado.
Vera ace Paranaguá Cunha Corregedora-Geral
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Assim, a estratégia a ser adotada na Justiça Federal terá o objetivo de
responder a essa postura (em poucas palavras, litigando-se contra a União e não
contra o paciente). Para isso, contudo, a aplicação de uma súmula de valor na
Justiça Federal comprometeria uma postura sistêmica da Procuradoria do Estado.
Por esses motivos, portanto, justifica-se racionalmente o recorte em relação à
Justiça Federal.
3. Proposta de súmula:
TUTELA JUDICIAL DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE. TRATAMENTO COM
CUSTO ANUAL INFERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS. ARTS. 4°, PAR. ÚNICO, DO
DECRETO ESTADUAL 4.660/2012 E 260 DO CPC.
1. No âmbito da Justiça Estadual, em ações que versem sobre o direito
fundamental à saúde cujo custo anual do tratamento não exceda 10 salários
mínimos, sendo a prestação material objeto de cumprimento pelo Estado
com base em tutela de urgência (também compreendendo-se a sentença
sujeita a recurso sem efeito suspensivo), autoriza-se a não apresentação de
contestação e a não interposição de recursos, mediante anuência da Chefia
da unidade de execução programática respectiva.
2. A presente súmula não é aplicável quando houver parecer médico
elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde indicando a inadequação do
tratamento.
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ANEXO 1
(Relatório quantitativo da atuação da COI em ações relativas à tutela à saúde)
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Relatório quantitativo da atuação da COI em ações relativas à tutela à saúde
1. Metodologia
A COI tem cadastrado, desde 03 de dezembro de 2012, todas as peças
processuais produzidas pelo setor em tabela com "Tipo de Peça", "Matéria", "Tese
Primária" e "Tese Secundária".
Para fim de obtenção dos atuais dados estatísticos é considerado o período
entre 03 de dezembro de 2012 e 04 de fevereiro de 2013.
Recolhidos os dados deste período de tempo foi feito, através das
ferramentas da planilha eletrônica, levantamento do total de petições produzidas, e
em cada subdivisão da tabela ("Tipo de Peça", "Matéria", "Tese Primária" e "Tese
Secundária"). Dessa forma, pode-se descobrir quantas vezes um termo havia sido
utilizado na classificação das petições. Assim, cruzando os dados de cada termo
com o total de petições foi possível estabelecer o percentual de cada termo com
relação ao total. Esse procedimento foi feito com todos os termos de todas as
subdivisões. Assim foi possível estabelecer o percentual de peças produzidas sobre
determinado tema (no caso, tutela do direito à saúde).
O presente levantamento desconsidera justificativas, igualmente produzidas
(mas não na mesma quantidade que as peças processuais, uma vez que aquelas
apenas versam sobre matéria de admissibilidade processual estrita dos recursos
especial e extraordinário).
2. Dados obtidos
De todas as peças processuais protocolizadas pela COI no período sob
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consideração, 24,35% referem-se a ações que versam sobre tutela do direito à
saúde. É o assunto mais comum encontrado nas petições. Na tabela alimentada
com os dados das petições protocoladas foi utilizado como "Tese Primária" o termo
"Tratamento de Saúde" para designar todas as peças que versassem sobre o tema. É
o termo mais comum da tabela, aparecendo em maior número inclusive que todos
os termos utilizados para designar as "Matérias" (exceto a matéria "Administrativo",
que é a que abrange essa tese primária).
Não contabilizadas as peças de natureza tributária, a porcentagem de ações de
medicamentos sobe para 35,07%. Contabilizando somente as peças da matéria
administrativa, esse percentual vai para 66,2%.
De todos os recursos extraordinários produzidos 81,82% versam sobre
medicamentos. Dos recursos especiais, 15,78% referem-se ao tema.
Com isso conclui-se que uma a cada quatro peças produzidas na COI versa
sobre medicamentos. Uma a cada três peças de matéria administrativa versa sobre
medicamentos. É uma matéria que, individualmente, ocupa um espaço significativo
dos trabalhos do Setor. A título de comparação, o segundo termo mais comum
contabilizado no estudo é "Processual", termo designado para enquadrar todas as
peças que versem sobre assuntos meramente processuais, principalmente
honorários e admissibilidade de recursos. Todas as peças desse tipo somadas não
conseguem superar o número de peças de ações de medicamentos. As petições
sobre execuções fiscais contabilizam 12,95% do total, apenas um pouco mais que a
metade das ações de medicamentos.
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ANEXO II
(Compilação de atos normativos de PGEs acerca da gestão
estratégica da atuação em ações que objetivam a tutela do
direito à saúde)
ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal
Compilação de atos normativos de PGEs acerca da gestão estratégica da atuação em ações
que objetivam a tutela do direito à saúde
1. Alagoas
Súmula Administrativa n° 11/2011, de 24 de outubro de 2011
"Fica autorizado não contestar ou interpor recursos nas demandas judiciais que visam a
realização de exames, procedimento cirúrgico ou terapêutico, bem como fornecimento de
medicamento por prazo determinado, quando o ato ou tratamento pretendido se consumar
antes do ato processual a ser praticado."
CONSIDERAÇÃO: trata-se da hipótese em que concedida medida antecipatória, satisfazendo ao
pleito objeto da demanda, antes do ato processual cabível, não deve ser continuada a discussão
judicial.
Súmula Administrativa n° 13/2011, de 24 de outubro de 2011
"Fica dispensada a interposição de recursos excepcionais (extraordinário e especial) contra
decisão que, com fundamento nos artigos 196 e 198 da Constituição Federal, determina o
fornecimento de medicamento, ainda que este não esteja entre os relacionados no Programa de
Medicamentos Excepcionais, mas desde que o mesmo seja lícito, devidamente registrado na
ANVISA ou no Ministério da Saúde."
CONSIDERAÇÃO: trata-se da hipótese em que a decisão a ser discutida na via extraordinária,
fundamentou-se no direito à saúde, dever do Estado, ou ainda, na solidariedade dos entes
componentes da estrutura do SUS, em que prevalece o entendimento maciço de que há a
solidariedade entre os entes, podendo a ação judicial ser ajuizada contra União, Estado, ou
Município, mas desde que o medicamento seja lícito, possua registro na ANVISA ou Ministério da
Saúde.
Súmula Administrativa n° 40/2012, de 3 de setembro de 2012
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Fica dispensada a atuação da Procuradoria Geral do Estado nas demandas de saúde, salvo nas
hipóteses excepcionalmente relevantes, assim consideradas, fundamentadamente, pela
Secretaria de Estado da Saúde, conforme critérios objetivos previamente definidos pela própria
Procuradoria Geral do Estado.
2. Goiás
Súmula n° 7: "Fica dispensada a interposição de recurso excepcional contra decisão que, com
fundamento no art. 196 da Constituição Federal, determina o fornecimento de terapia
medicamentosa, ainda que o medicamento não esteja entre os do Programa de Medicamentos
- Excepcionais ( portarias nos 1318/GM e 2577/GM), mas desde que o mesmo seja lícito, isto é,
devidamente registrado na ANVISA ou no Ministério da Saúde". Publicada no Diário Oficial n°
20.152, de 21/6/2007, p. 3. Processo n°200700003000548.
3. Minas Gerais
Resolução AGE n° 120, DE 13 DE JULHO DE 2004
Art. 3°-A. Fica delegada competência ao Procurador-Chefe da Procuradoria de Obrigações para
decidir pela não-interposição de recurso em causas que versem sobre fornecimento de
medicamentos, sem prejuízo do disposto no inciso II do art. 1° desta Resolução.
§ 1° Fica dispensada a interposição de agravo de instrumento e recurso inominado contra
decisões interlocutórias que determinem ao Estado o fornecimento de medicamentos e/ou
tratamentos de saúde, salvo se:
I - o uso do medicamento não estiver autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
ANVISA para aquela enfermidade (off-label);
II - o valor anual do tratamento for superior a R$500.000,00 (quinhentos mil reais);
III - deferido o fornecimento de medicamentos ou tratamentos de forma genérica ou a
pacientes indeterminados; ou
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IV - houver alguma peculiaridade que determine a interposição do recurso, a critério do
Procurador do Estado ou expressamente indicado pela Coordenação de Direito Sanitário da
Procuradoria de Obrigações - PO.
§ 2° Fica dispensada a interposição de agravo de instrumento e recurso inominado contra
decisões interlocutórias que determinem ao Estado a realização de procedimentos cirúrgicos,
exames e internações desde que fornecidos pelo Sistema Único de Saúde - SUS e já realizados à
época da interposição do recurso.
§ 3° Será interposto agravo retido contra fixação de multa diária acima de R$1.000,00 (um mil
'reais) para os casos de descumprimento nas decisões interlocutórias que determinem ao Estado
o fornecimento de medicamentos, internações, cirurgias, exames e tratamentos de saúde, se
houver.
§ 4° Fica dispensada a interposição de recursos especial e extraordinário em face de acórdãos
que determinem ao Estado o fornecimento de medicamentos, internações, cirurgias, exames e
tratamentos de saúde, salvo se:
I - o uso do medicamento não estiver autorizado pela ANVISA para aquela enfermidade (off-
label);
II - houver condenação do Estado ao pagamento de honorários advocatícios para defensoria
pública;
III - houver fixação de multa diária superior a R$5.000,00 (cinco mil reais);
IV - deferido o fornecimento de medicamentos ou tratamentos de forma genérica ou a
pacientes indeterminados; ou
V - houver alguma peculiaridade que determine a interposição dos recursos, a critério do
Procurador do Estado ou expressamente indicado pela Coordenação de Direito Sanitário da
Procuradoria de Obrigações - PO. (nr)
4. Roraima
ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal
.e
Súmula no 4
"Fica autorizada a não apresentação de contestação ou interposição de recurso, quando, na ação
de obrigação de fazer consistente em emissão de Tratamento Fora de Domicílio - TFD, proposta
por meio da Defensoria Pública, houver, antes da defesa estatal, concessão de tutela antecipada
e seu devido cumprimento pela Administração".
5. Espírito Santo
Resolução no 234 21/06/2010
Art. 9°. Fica DELEGADA ao Procurador-Chefe a competência específica para decidir sobre:
(...)
IX - pedido de dispensa de interposição de recurso nos processos em que o objeto do litígio
seja o fornecimento de medicamentos de alto custo, a realização de exames auxiliares de
diagnóstico, de internações e de procedimentos cirúrgicos.
6. Santa Catarina
PORTARIA PGE/GAB N° 41/2012 - 24/08/2012
O PROCURADOR GERAL DO ESTADO, no uso de sua competência conferida pelo art. 7°, inciso I,
da Lei Complementar n° 317, de 30 de dezembro de 2005, RESOLVE:
Art. 1 - Fica dispensada a interposição de recurso contra sentença ou acórdão proferidos em
processo judicial individual movido contra o Estado de Santa Catarina, cujo pedido envolver a
prestação de assistência à saúde não padronizada pelo Sistema Único de Saúde, desde que:
I - o tratamento possua registro na ANVISA;
II - não se trate de procedimento experimental;
III - tenha havido comprovação da necessidade, adequação e indispensabilidade do tratamento
ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal
pretendido, em detrimento da padronização existente no âmbito do SUS;
IV - tenha havido condenação solidária da União nos casos em que for parte;
V - tenha sido comprovada a hipossuficiência financeira da parte;
VI - esteja assegurada a contracautela judicial ou administrativa para a comprovação da
necessidade de continuidade do tratamento, mediante a apresentação periódica de nova
prescrição médica.
Parágrafo único - A hipótese prevista no inciso III refere-se a provas técnicas produzidas nos
próprios autos ou emprestadas, correspondentes a laudos de médicos especialistas;
manifestações detalhadas do médico assistente da parte autora ou a informações oficiais da
Secretaria de Estado da Saúde.
Art. 2 - Cabe ao Núcleo de Gerenciamento e Prevenção de Ações Repetitivas editar,
semestralmente, relação de medicamentos em relação aos quais fica o Procurador dispensado
de resistir à alternativa terapêutica pretendida.
Art. 2 - Fica revogada a portaria PGE/GAB n. 028/2011, de 28 de março de 2011.
Art. 3 - Cientifique-se. Publique-se.
JOÃO DOS PASSOS MARTINS NETO
PROCURADOR-GERAL DO ESTADO
(Publicado no Diário Oficial de 11/09/12)
PORTARIA PGE/GAB N° 20/2012 - 17/02/2012
O PROCURADOR-GERAL DO ESTADO, considerando o que consta no processo administrativo
PGE 477/2012, no uso de suas atribuições legais, RESOLVE:
Art. 1° - Fica dispensada a arguição da preliminar de chamamento da União e do Município ao
ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal
processo, nas ações movidas contra o Estado de Santa Catarina, cujo pedido envolver o
fornecimento de medicamentos, insumos, cirurgias e materiais não padronizados pelo Sistema
Único de Saúde (SUS).
Parágrafo Único. Nos processos em tramitação, fica dispensada a interposição de recursos em
face de decisões que indefiram o pedido mencionado no caput deste artigo, bem como fica
autorizada, a critério do Procurador vinculado, a desistência dos recursos já interpostos.
Art.2° - Cientifique-se. Publique-se.
Florianópolis, 17 de fevereiro de 2012.
JOÃO DOS PASSOS MARTINS NETO
Procurador-Geral do Estado
PORTARIA PGE/GAB N° 028/2011 (revogada)
O PROCURADOR GERAL DO ESTADO, no uso de sua competência conferida pelo art. 7°, inciso I,
da Lei Complementar n° 317, de 30 de dezembro de 2005, RESOLVE:
Art. 1 - Fica dispensada a interposição de recurso contra sentença ou acórdão proferido em
processo judicial movido contra o Estado de Santa Catarina cujo pedido envolver o fornecimento
de medicamento, insumo e material não padronizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde
que:
I - possua registro na ANVISA, quando for o caso;
II - tenha sido produzida prova pericial especializada ou oitiva do médico especialista prescritor
confirmando a necessidade, a adequação e a indispensabilidade do tratamento em detrimento
dos medicamentos fornecidos pelo SUS ou ausência de alternativa terapêutica na rede pública;
III tenha havido condenação solidária da União Federal;
IV - tenha sido reconhecida a hipossuficiência financeira da parte;
ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal
V - tenha sido deferida a contra-cautela para comprovação médica da permanência da
necessidade do fármaco com a apresentação periódica de nova prescrição médica.
Parágrafo único - Nos processos mencionados no caput fica dispensado recurso especial e
extraordinário ainda que não deferida a contra-cautela mencionada no inciso V.
Art. 2 - Cientifique-se. Publique-se.
Florianópolis, 28 de março de 2011.
NELSON ANTÔNIO SERPA
'' PROCURADOR-GERAL DO ESTADO
(Publicada no Diário Oficial de 30/03/11)
PORTARIA PGE/GAB N° 66/2011 - 08/09/2011
O PROCURADOR-GERAL DO ESTADO, no uso de suas atribuições legais, RESOLVE:
Art. 1° - Ficam dispensados os recursos nas ações movidas contra o Estado de Santa Catarina
cujo pedido for o fornecimento de medicamento, insumo e material ou procedimento médico
padronizado em quaisquer dos programas do Sistema Único de Saúde, desde que extinto o
processo sem resolução do mérito.
Art. 2° - Aplica-se a dispensa de recurso prevista no artigo 1°, independentemente de
padronização nos programas do SUS, quando houver óbito.
Art. 3° - Fica revogada a Portaria n. 02/PGE/2005, de 1.°/02/2005.
Art. 4° - Cientifique-se. Publique-se.
Florianópolis, 08 de setembro de 2011.
NELSON ANTÔNIO SERPA
ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal
PROCURADOR-GERAL DO ESTADO
(Publicado no Diário Oficial de 12/09/2011)
PORTARIA PGE/GAB No 71/2011 - 07/10/2011
O PROCURADOR-GERAL DO ESTADO, considerando o que consta no processo administrativo
PGE 4202/2011, no uso de suas atribuições legais, RESOLVE:
Art. 1° Ficam dispensados os recursos nas ações movidas contra o Estado de Santa Catarina cujo
pedido for o fornecimento de medicamento, exame, insumo e material ou procedimento médico
nos seguintes casos:
I - o prejuízo suportado for unicamente o decorrente do cumprimento da tutela
antecipada/liminar revogada, expressa ou tacitamente, com efeitos ex nunc; e/ou
II - condenação, pelo princípio da causalidade, em honorários advocatícios em valor não
superior a R$ 800,00 (oitocentos reais).
Parágrafo Único. O valor estabelecido no inciso II deste artigo será atualizado pelo índice oficial
adotado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina.
Art. 2° Cientifique-se. Publique-se.
Florianópolis, 07 de outubro de 2011.
JOÃO DOS PASSOS MARTINS NETO
PROCURADOR-GERAL DO ESTADO
(Publicado no Diário Oficial do Estado de 10/10/2011)
7. São Paulo
ORIENTAÇÃO NORMATIVA SUBG/CONTENCIOSO N°12/2007
ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Corregedoria-Geral Coordenadoria do Interior e de Sistematização Recursal
Considerando a existência de políticas públicas praticadas no âmbito do SUS e programas
estaduais de fornecimento de medicamentos e a constante atualização da listagem de fármacos
recomendados e disponibilizados, ficam os Procuradores do Estado da Área do Contencioso
autorizados a não interpor recurso de apelação, recurso especial e recurso extraordinário contra
decisões judiciais que determinem a dispensação de medicamentos, desde que estes façam
parte dos Programas que integram a Assistência Farmacêutica coordenada pela Secretaria de
Estado da Saúde do Estado de São Paulo, quais sejam, Programa Dose Certa, Programa de
Medicamentos Estratégicos, Programa de Medicamentos de Dispensação Excepcional, além de
Protocolos Estaduais de Medicamentos Especiais. A representação para a dispensa deverá estar
acompanhada de documento obrigatoriamente extraído do sítio oficial da Secretaria de Estado
.. da Saúde (www.saude.sp.gov.br) , que comprove a indicação clínica e a disponibilidade para
fornecimento de acordo com os Programas de Assistência Farmacêutica acima indicados. Além
• disso, caberá sempre à Chefia da Unidade verificar a existência dos requisitos para essa dispensa.
DOE - Executivo - Seção I, 29.11.2007, p. 36
Redistribuído ao (a) senhor(a) Conselheiro
Celina Teixeira Soare Secretária do Con o
ESTADO DO PARANÁ CONSELHO SUPERIOR DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
CSPGE Fls.j
Protocolo : 11.983.547-0 - CSPGE N° 068/13
Recebido na Secretaria do Conselho. Em, 22 / 5 / 13
Distribuído ao (a) senhor(a) Conselheiro(a) ROBERTO ALTHEIM Em, 22 / á /13
elina Teixeira Soares Secretária do Conselho
Vista a(o) hor(a) Conselheiro(a)
Relatado na 9362 sessão do Conselho,
em, 201 6 / 13
Recebi o processo na Secretaria em
er 20 / 6 / 13
elina Teixeira Soares Secretária do Conselho
Remetido ao (a) Conselheiro (a) Relator(a), para assinatura da Deliberação n° 098 / 13
em, 20 / 6 /
Gynér.
elina Teixeira Soares Secretária do Conselho
Recebido
Em / 3
Retomou á Secretaria do Conselho,
em / /
Remetido ao Senhor Presidente para assinatura da
Deliberação, em
Retornou em 18 / 7 / 13 - retornou após as assinaturas
Nesta data, faço remessa do presente digitalizado e
encaminhado ao DG? à COI e Correqedoria
em 19 / 7 / 1
elina Teixeira Soares Secretária do Conselho
/' 'Curitib
ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR
C S PGE Fls.025"
SID n.11.983.547-0
Interessado: Corregedoria-Geral
A Corregedoria-Geral da PGE e o Procurador-Chefe da COI
comparecem ao Conselho Superior para solicitar a edição de súmula autorizativa da
ausência de defesa em ações judiciais que tratem do fornecimento de tratamentos
de saúde com base no artigo 196 da Constituição Federal de valor anual inferior a 10
(dez) salários mínimos, e desde que indicados para a enfermidade em questão.
O pleito veio muito bem justificado e instruído.
Entretanto, antes de levar o feito à análise do Colegiado,
entendo imprescindível colher a opinião da "Comissão de estudos e coordenação das
ações judiciais e consultas administrativas sobre fornecimento de medicamentos e
tratamento de saúde" objeto da Resolução n. 96/2012-PGE, atualmente presidida pela
Procuradora CRISTINA LEITÃO TEIXEIRA DE FREITAS.
Assim, encaminho este protocolado à Secretaria do Conselho
Superior para que, em diligência, encaminhe-o à Procuradoria CRISTINA LEITÃO
TEIXEIRA DE FREITAS.
ROBERTO ALTHEIM
Direção Geral
Rua Conselheiro Laurindo, 561, Curitiba Pr, CEP 80060-100, fone: 41-3221-8700, www.pr.aov.br/Dge
IN" ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
Informação n. 11.983.547-0
Interessados: Corregedoria-geral e Coordenadoria do Interior
Ref.: Ações que versam sobre o direito fundamental à saúde
Prezado Senhor Conselheiro.
Trata-se de proposta de súmula de valor na área de
saúde formulada pela Corregedora-Geral, Vera Grace Paranaguá Cunha, e pelo
Chefe da COI, Carlos Eduardo Rangel Xavier, nos seguintes termos:
TUTELA JUDICIAL DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAPUDE. TRATAMENTO COM CUSTO ANUAL INFERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS. ARTS. 4°, PARÁGRAFO ÚNICO, DO DECRETO ESTADUAL 4.660/2012 E 260 DO CPC.
1. No âmbito da Justiça Estadual, em ações que versem sobre o direito fundamental à saúde cujo custo anual não exceda 10 salários mínimos, sendo a prestação material objeto de cumprimento pelo Estado com base em tutela de urgência (também compreendendo-se a sentença sujeita a recurso sem efeito suspensivo), autoriza-se a não apresentação de contestação e a não interposição de recursos, mediante anuência da Chefia da unidade de execução programática respectiva.
2. A presente súmula não é aplicável quando houver parecer médico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde indicando a inadequação do tratamento.
Conforme consignado no memorando que deu origem ao
presente, a Corregedoria-Geral da PGE tem coordenado reuniões cujo tema respeita
às estratégias de atuação da PGE nas ações que versam sobre direito à saúde, das
quais tenho participado efetivamente, inclusive daquelas em que se discutiu a
minuta de súmula de valor.
Desta forma, de antemão já declaro que sou favorável à
adoção da súmula, até porque participei das discussões que levaram à redação final
da proposta.
Rua Conselheiro laurindo, 561, Centro Curitiba, Paraná
ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
Apresento algumas considerações sobre o conteúdo do
requerimento, a título de fundamentação de meu posicionamento.
Às fls. 13, consta que as demandas de saúde são
reconhecidamente de massa, exigindo decisões estratégicas para otimizar a atuação
dos procuradores envolvidos.
Tenho participado ativamente destas decisões desde
2003, quando o então Chefe da Procuradoria Administrativa, Jefferson Scheer, de
forma perspicaz, vislumbrou a necessidade aprofundar o estudo do tema ao
perceber o crescimento das ações de saúde, determinando a criação de um grupo
de trabalho liderado inicialmente pela atual Corregedora-Geral da PGE, do qual
tenho participado desde a implantação. Naquele ano, o Estado do Paraná distribuiu
medicamentos no valor total de R$ 741.369,06 para atendimento a ordens judiciais e
este número cresceu vertiginosamente ao longo dos anos, conforme tabela a seguir,
cujos dados foram fornecidos pela SESA/PR:
ANO Valor da distribuição de medicamentos (R$)
2003 741.369,06
2004 3.377.305,06
2005 6.852.110,37
2006 12.418.871,02
2007 15.780.851,97
2008 19.336.580,60
2009 35.004.454,94
2010 35.718.740,24
2011 45.073.802,93
2012 60.168.909,00
2013 (até maio)
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Certamente a tendência é que os números continuem
crescendo, não porque as pessoas ficam mais doentes, mas porque têm mais
acesso à informação e consequentemente mais acesso à saúde e à justiça.
Da análise dos casos percebe-se que geralmente há
poucos meios para infirmar as prescrições médicas, até porque a medicina
apresenta graus de subjetividade decorrentes de uma ciência não exata e as
técnicas de tratamentos são cada vez mais individualizadas.
Algumas defesas, todavia, são pertinentes e exitosas no
âmbito da Procuradoria Geral do Estado, como necessidade de análise da
hipossuficiência, das competências das instâncias gestoras, reembolsos da União
Federal, para além do alguns exageros cometidos pelos demandantes, que são
prontamente refutados.
Os números acima citados compreendem uma realidade
comprovadora da massificação da litigiosidade das ações de saúde que
eventualmente poderá ser controlada caso haja decisões da corte suprema a
restringir as ações individuais, como meio de conter a quebra de isonomia que vem
prestigiando apenas aqueles que batem às portas do Poder Judiciário, em
detrimento dos pacientes que aguardam nas filas dos hospitais. Parece-me que as
ações coletivas poderiam servir de suporte à necessária proporcionalidade,
universalidade e integralidade das ações e serviços de saúde.
Ocorre que o atual estágio do posicionamento dos
tribunais conduz à adoção de estratégias da própria Procuradoria Geral do Estado
que impliquem redução no número de ações, independentemente da tomada de
decisões do Poder Judiciário.
A Súmula de Valor é uma das estratégias que
efetivamente diminuirá a litigiosidade, viabilizando um estudo mais acurado daquelas
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demandas de alto custo que podem implicar gastos altíssimos de dinheiro dos cofres
públicos estaduais.
Apesar de discordar unicamente da premissa de que se
litiga sobre 100, alcançando-se resultado O (fls. 05), pois devem ser consideradas
exitosas todas as demandas em que outro ente da federação é obrigado a fornecer
o medicamento ou naquelas em que é determinado o reembolso por outro ente — e o
trabalho da PGE neste sentido é profícuo, não se olvidando que a Administração
Pública ainda não conseguiu se organizar para obter os reembolsos, o que está
agora sendo orientado pela PGE —, concordo que não é eficaz continuar com
demandas de baixo custo em razão do próprio custo do processo. Um custo
acaba compensando o outro e o resultado é que pacientes têm acesso rápido a
medicamentos não contemplados nas listas do SUS. Muitas vezes eles acabam
sendo incorporados pela própria judicialização. Veja-se que uma análise macro da
situação produz resultado 100, e não 0. Sem fazer apologia do direito absoluto à
saúde, com o que definitivamente discordo, não posso deixar de reconhecer que há
muitas arestas a serem aparadas na saúde, na efetivação do direito à saúde no
Brasil. Por isso a complexidade do tema aos que defendem o Poder Público.
Às fls. 06, foi ressaltado: "Nesse contexto, deve ser
autorizada aos Procuradores do Estado a possibilidade de realização de conciliação,
tendo por objeto as verbas sucumbenciais". Verifica-se da redação final da Súmula
de Valor que não foi incluída a possibilidade de conciliação. Sugiro a inserção no
bojo da Súmula.
Relativamente à pendência de julgamentos
representativos de controvérsias nos tribunais superiores, me filio aos fundamentos
apresentados no requerimento. Reitero que a atuação da PGE não pode depender
de decisões do Poder Judiciário, futuras e incertas quanto ao conteúdo, sendo a
gestão estratégica imprescindível à advocacia pública da pós-modernidade.
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Curitiba, Paraná
wc`. PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
Ntr_,:er ESTADO DO PARANÁ
Por fim, quanto aos recortes propostos (fls. 18),
igualmente estou de acordo. A uma, porque parecer médico da SESA contrário à
indicação do prescritor poderá respaldar positivamente a defesa do Estado do
Paraná, sendo desaconselhável deixar de contestar. A duas, porque a posição
estratégica proposta não contempla as ações que tramitam perante a Justiça
Federal, nas quais a União é parte e poderá ser condenada ao pagamento de
verbas despendidas pelo Estado do Paraná, ainda que de menor valor.
Portanto, recomendo a aprovação da súmula de valor,
com a redação original acrescentada da possibilidade de transação, nos seguintes
termos:
TUTELA JUDICIAL DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAPUDE. TRATAMENTO COM CUSTO ANUAL INFERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS. ARTS. 4°, PARÁGRAFO ÚNICO, DO DECRETO ESTADUAL 4.660/2012 E 260 DO CPC.
1. No âmbito da Justiça Estadual, em ações que versem sobre o direito fundamental à saúde cujo custo anual não exceda 10 salários mínimos, sendo a prestação material objeto de cumprimento pelo Estado com base em tutela de urgência (também compreendendo-se a sentença sujeita a recurso sem efeito suspensivo), autoriza-se a não apresentação de contestação, a transação e a não interposição de recursos, mediante anuência da Chefia da unidade de execução programática respectiva.
2. A presente súmula não é aplicável quando houver parecer médico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde indicando a inadequação do tratamento.
É a informação.
Curitiba, 11 de junho de X013
CRISTINA L EIR FREITAS Pr urado a do Estado
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ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado
Protocolo : 11.983.547-0 - CSPGE n° 068/13
1. Recebido hoje na Secretaria do Conselho.
2. Nesta data, com a informaçãos da Senhora Procuradora Cristina Leitão Teixeira de Freitas, fls.26/30, faço remessa do presente ao Senhor Conselheiro Roberto Altheim.
Curitiba, 17 de junho de 2013
elina Teixeira Soares Secretária do Conselho
ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR
SID n. 11.983.547-0
Interessado: Corregedoria-Geral
Ementa:
"SÚMULA - DISPENSA DE CONSTESTAÇÃO E DE RECURSO
PARA AÇÕES DE MEDICAMENTOS DE BAIXO VALOR NAS
CONDIÇÕES PREVISTAS NO TEXTO DA SÚMULA -
APROVAÇÃO".
RELATORIO No 094/13
Relatório:
A Corregedoria-Geral e a Coordenadoria do Interior e de
Sistematização Recursal comparecem a este Conselho Superior para requer a edição
de súmula autorizativa da não apresentação de contestação em ações que versem
sobre direito à saúde em razão do valor anual dos tratamentos envolvidos.
Propôs-se o seguinte texto:
"TUTELA JUDICIAL DO DIREITO FUNDAMENTAL A SAÚDE. TRATAMENTO COM CUSTO ANUAL INFERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS. ARTS. 4° , PAR. ÚNICO, DO DECRETO ESTADUAL 4.660/2012 E 260 DO CPC.
1. No âmbito da Justiça Estadual, em ações que versem sobre o direito fundamental à saúde cujo custo anual do tratamento não exceda 10 salários mínimos, sendo a prestação material objeto de cumprimento pelo Estado com base em tutela de urgência (também compreendendo-se a sentença sujeita a recurso sem efeito suspensivo), autoriza-se a não apresentação de contestação e a não interposição de recursos, mediante anuência da Chefia da unidade de execução programática respectiva
2. A presente súmula não é aplicável quando houver parecer médico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde indicando a inadequação do tratamento".
Justificam que a medida se faz necessária para equalizar a
massificação da litigiosidade e diante das condições da PGE atender a demanda. Para
tanto, às fls. 12/13, informa a COI os seguintes dados a respeito de seu trabalho,!
contencioso entre 03/12/2012 e 04/02/2013:
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ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR
- 24,35% das petições elaboradas referem-se à ações que versam sobre tutela do
direito à saúde;
- descontadas as peças processuais de natureza tributária, isto representa 35,07%;
- considerando apenas as peças de natureza administrativa isto representa 66,2%;
- "de todos os recursos extraordinários produzidos, 81,82% versam sobre
medicamentos; dos recursos especiais, 15,78% referem-se ao tema".
Além desses dados, às fls. 13/23, os requerentes apresentam
dados de outras instituições de Procuradorias Gerais, adiante sintetizadas.
- Estado de Alagoas: por meio da súmula administrativa 11/2011 (24/10/2011)
autorizou os seus Procuradores a não contestar e não apresentar recursos em
demandas que tratam de realização de exames, procedimentos
cirúrgicos/terapêuticos e fornecimento de medicamentos, "quando o ato ou
tratamento pretendido se consumar antes do prazo processual a ser praticado"; por
meio da súmula administrativa 13/2011 (24/10/11) dispensou recursos especiais e
extraordinários para quaisquer ações para fornecimento de medicamentos não
relacionando no "Programa de Medicamentos Excepcionais", e "desde que o mesmo
seja lícito, devidamente registrado na ANVISA ou no Ministério da Saúde"; por fim, por
meio da súmula administrativa 13/2011 (03/06/12) dispensou a atuação daquela PGE
em quaisquer demandas de saúde, "salvo nas hipóteses excepcionalmente relevantes,
assim consideradas, fundamentadamente, pela Secretaria de Estado da Saúde, conforme
critérios objetivos previamente definidos pela Procuradoria Geral do Estado".
- Estado de Goiás: pela súmula n. 07 (21/06/2007) dispensou recursos
extraordinários se o medicamento tem registro na ANVISA ou no Ministério da
Saúde.
- Estado de Minas Gerais: pela Resolução n. 120-AGE (13/07/2004) o Procurador-
chefe da unidade responsável decide sobre a não interposição de recursos em ações
que tratam de fornecimento de medicamentos, ficando todos desde logo
autorizados a não interpor recursos quando o valor do tratamento for inferior a R$
500.000,00 e o medicamento for registrado na ANVISA.
- Estado de Roraima: pela súmula n. 4 ficou "autorizada a não apresentação de
contestação ou interposição de recurso, quando, na ação de obrigação de fazer
consistente em emissão de tratamento fora de domicilio - TFD, proposta por meio da
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U PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR
Defensoria Publica, houver, antes da defesa estatal, concessão de tutela antecipada e seu
devido cumprimento pela Administração".
- Estado do Espírito Santo: há delegação aos Procuradores-Chefes a decisão a
respeito da dispensa de recursos em processos a respeito de demandas de saúde,
conforme resolução n. 234 (21/06/2010).
- Estado Santa Catarina: pelas Portarias PGE/GAB n. 20/12(17/02/12) e 41/12
(24/08/12) os Procuradores do Estado foram dispensados de tentar incluir a União
nas lides, bem como de interpor recursos em face de sentença ou acórdão a respeito
do tema, desde que o tratamento tenha registro na ANVISA, não seja experimental e
haja comprovação da necessidade, a União seja condenada solidariamente e exista
comprovação de hipossuficiência do paciente.
- Estado de São Paulo: nos termos da Orientação Normativa SUBG/CONTENCIOSO
n. 12/2007 os Procuradores do Estado foram dispensados de interpor recurso em
ações que tratem do fornecimento de medicamentos que fazem parte a Assistência
Farmacêutica coordenada por aquela Secretaria de Saúde.
Lembram os requerentes que este Conselho, quando das
Deliberações n. 46/2013 e 56/2013, já autorizou que Procuradores do Estado
deixassem de apresentar contestação ou recurso em ações que tratavam de dois
determinados medicamentos.
Quanto às matérias que estão aguardando julgamento pelo
Supremo Tribunal Superior ou pelo Superior Tribunal de Justiça em recursos com
repercussão geral ou repetitivos afirmam que:
"Com efeito, o reconhecimento de repercussão geral (art. 543-B do CPC) ou a afetação ao rito do art. 475-C do CPC a recursos que versam algumas das teses costumeiramente usadas pelo ente público em ações do tipo apenas em conduzido ao sobrestamento de recursos de estrito direito interpostos pelo Estado.
Nesse contexto, o ente público, na generalidade dos casos, fornece o medicamento desde o 1° grau, continua fornecendo durante a tramitação em 2° grau, e continua fornecendo após a interposição de recursos especiais e extraordinário, cujo destino, como já mencionado, é o sobrestamento.
A propósito, a repercussão geral sobre a questão constitucional em torno do dever do Poder Público ao fornecimento de medicamento de alto custo foi reconhecida em 2007. Ou seja, já se contam com mais de 05 anos de recursos extraordinários sobrestados. Não é preciso comentar a dificuldade de gestão que a situação impõe ao Judiciário
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ESTADO DO PARANÁ
U PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR
local. A Procuradoria do Estado, por sua vez, nem sequer tem o mínimo controle destes recursos.
Por outro lado, é bastante possível que o STF e o STJ, quando e se julgarem os casos representativos de controvérsia, apenas venham a reiterar a jurisprudência já consolidada no período anterior à inserção dos arts. 543-B e 543-C ao CPC, especialmente a propósito de temas como solidariedade dos entes federados, cominação de multa diária à Fazenda Pública e legitimidade do Ministério Público."
Os requerentes ainda esclarecem que:
"Deve-se registrar, de forma expressa, situações que não estão abrangidas na proposta.
A primeira delas é a existência de parecer médico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde informando que o tratamento postulado não é indicado para a enfermidade do paciente.
Nessa hipótese, observa-se, a contestação deverá versar exclusivamente sobre a matéria de fato, amparada na prova documental produzida pelo Estado, e na temática processual relativa ao ônus da prova (art. 333, I do CPC).
A segunda situação diz respeito a processos em tramitação perante a Justiça Federal. Nessa hipótese, a preocupação da Procuradoria está ligada à postura que vem sendo adotada pela União, cada vez mais orientada (a) a desonerar-se do fornecimento de qualquer medicamento - a despeito da solidariedade afirmada judicialmente - a propósito da estrutura estadual de fornecimento e (2) a impugnar a ordem de reembolso ao Estado.
Assim, a estratégia a ser adotada na Justiça federal terá o objetivo de responder a essa postura (em poucas palavras, litigando-se contra a União e não contra o paciente). Para isso, contudo, a aplicação de uma súmula de valor na Justiça Federal comprometeria uma postura sistêmica da Procuradoria do Estado. Por esses motivos, portanto, justifica-se racionalmente o recorte em relação à Justiça Federal".
Por fim, afirmam os requerentes que a proposta de súmula
está conforme o princípio constitucional da eficiência administrativa, atualmente
positivado no artigo 37, capuz da Constituição Federal, e está autorizada pelo artigo
4°, parágrafo único do Decreto 4660/2012.
Encaminhei o protocolado em diligência à "Comissão de
estudos e coordenação das ações judiciais e consultas administrativas sobre
fornecimento de medicamentos e tratamentos de saúde", constituída pela Resolução
n. 96/2012-PGE. A Procuradora Cristina Leitão Teixeira de Freitas, então, manifestou-
se favoravelmente à súmula proposta, expondo que:
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R$ 80.000.000,00
R$ 60.000.000,00
R$ 40.000.000,00
R$ 20.000.000,00
R$
..~IntRamee~linelleeleem",
»)Í) 10ft) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
ESTADO DO PARANÁ
U PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR
- o valor anualmente gasto pelo Estado do Paraná para
fornecimento de tratamentos de saúde por ordem judicial tem aumentado ano a
ano, conforme gráfico abaixo elaborado a partir dos dados fornecidos às fls. 27:
- "a tendência é que os números continuem crescendo, não
porque as pessoas ficam mais doentes, mas porque têm mais acesso à informação e
consequentemente mais acesso à saúde e à justiça";
- "geralmente há poucos meios para infirmar as prescrições
médicas, até porque a medicina apresenta graus de subjetividade decorrentes de uma
ciência não exata e as técnicas de tratamentos são cada vez mais individualizadas";
- "o atual estágio do posicionamento dos tribunais conduz à
adoção de estratégias da própria Procuradoria Geral do Estado que impliquem redução
no número de ações, independentemente da tomada de decisões do Poder Judiciário";
- "não é eficaz continuar com demandas de baixo custo em razão
do próprio custo do processo".
É o relatório.
Voto:
Adoto como fundamento desta decisão todas as razões fáticas
e jurídicas muito bem expostas no pleito inicial e na manifestação da "Comissão de
estudos e coordenação das ações judiciais e consultas administrativas sobre
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fornecimento de medicamentos e tratamentos de saúde", acima relatadas de forma
resumida.
Ademais, vale lembrar que o sobrestamento de recursos
especiais ou extraordinários interpostos pelo Estado do Paraná em demandas para
fornecimento de medicamentos não irá trazer-lhe nenhum benefício econômico,
nem mesmo se os posicionamentos das Cortes Superiores forem revertidos em
benefício das teses dos Estados. Isto porque enquanto se aguarda o julgamento pelo
STJ ou STF dos referidos recursos a Administração Pública é compelida judicialmente
a fornecer os tratamentos de saúde. Estas despesas não são repetíveis, pois são
despesas "alimentares", ou seja, para a sobrevivência dos credores. Sendo assim, na
remota hipótese de as Cortes Superiores alterarem seu posicionamento
jurisprudencial a respeito e o Estado do Paraná se sagrar vencedor nos inúmeros
recursos especiais e extraordinários interpostos não poderá solicitar devolução dos
valores que gastou para cumprimento das decisões.
Ressalte-se, ainda, que competirá à PGE analisar a viabilidade
técnico-jurídica de demandar em face de outros entes da Federação ou outras
pessoas o ressarcimento dos valores que vem despendendo com o cumprimento
dessas ordens judiciais.
Diante disto, voto pela aprovação de súmula com a seguinte
redação:
"TUTELA JUDICIAL DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE. TRATAMENTO COM CUSTO ANUAL INFERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS. ARTS. 4° , PAR. ÚNICO, DO DECRETO ESTADUAL 4.660/2012 E 260 DO CPC.
1. No âmbito da Justiça Estadual, em ações que versem sobre o direito fundamental à saúde cujo custo anual do tratamento não exceda 10 salários mínimos, sendo a prestação material objeto de cumprimento pelo Estado com base em tutela de urgência (também compreendendo-se a sentença sujeita a recurso sem efeito suspensivo), autoriza-se a não apresentação de contestação, a não interposição de recursos, a transação e a desistência de recursos ordinários já interpostos, mediante anuência da Chefia da unidade de execução programática respectiva
2. A presente súmula não é aplicável quando houver parecer médico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde indicando a inadequação do tratamento".
Rua Conselheiro Laurindo, 561, Curitiba - Pr, CEP 80060-100, fone: 41-3221-8700, www.pr.ciov.br/pge 6
ROBERTO ALTHEIM
ESTADO DO PARANÁ
U PROCURADORIA GERAL DO ESTADO CONSELHO SUPERIOR
Contudo, entendo também necessário o estudo para criação
de câmaras de conciliação integrada por representantes da SESA, da PGE e de outras
instituições interessadas (possivelmente Ministério Público, Judiciário e Defensoria
Pública) para criação de mecanismos para solução das demandas pela via
administrativa, evitando a corrida ao Judiciário. Para este desiderato entendo que
este protocolado deva ser encaminhado à "Comissão de estudos e coordenação das
ações judiciais e consult admi istrat sobre fornecimento de medicamentos e
tratamentos de saúd ' para es do e form .. á.ie or. com este intuito.
Conselheiro Relator
Rua Conselheiro Launndo, 561, Curitiba - Pr, CEP 80060-100, fone: 41-3221-8700, www.or.gov.br/pge
Liliam F ima Moro Novak Presis nte d Conselho Superior,
ubstit ão
Roberto Altheim Conselheiro Relator
ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado
DELIBERAÇÃO N.° 098/13
Protocolo : 11.983.547-0 Interessado : CORREGEDORIA-GERAL E COORDENADORIA DO INTERIOR E DE
SISTEMATIZAÇÃO RECURSAL Assunto : Edição de súmula.
O CONSELHO SUPERIOR DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO, no uso de suas atribuições legais, em sessão do dia 20 de junho de 2013, por unanimidade de votos,
DELIBEROU
pela aprovação de edição da súmula nos termos do voto do Relator.
Curitiba, sala das sessões, em 20 de junho de 2013
Eunice Fumagalli Martins e Scheer Conselheira
Cristina Lei o Teixeira de Freitas Conseffieira
ESTADO DO PARANÁ PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado
SÚMULA N° 27
"TUTELA JUDICIAL DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE.TRATAMENTO COM CUSTO ANUAL INFERIOR A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS. ARTS. 4°, PAR. ÚNICO, DO DECRETO ESTADUAL 4.660/2012 E 260 DO CPC.
1. No âmbito da Justiça Estadual, em ações que versem sobre o direito fundamental à saúde cujo custo anual do tratamento não exceda 10 salários mínimos, sendo a prestação material objeto de cumprimento pelo Estado com base em tutela de urgência (também compreende-se a sentença sujeita a recurso sem efeito suspensivo), autoriza-se a não apresentação de contestação, a não interposição de recursos, a transação e a desistência de recursos ordinários já interpostos, mediante anuência da Chefia da unidade de execução programática respectiva. 2. A presente súmula não é aplicável quando houver parecer médico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde indicando a inadequação do tratamento".
O Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado do Paraná aprova a presente súmula, por unanimidade de votos.
Curitiba, sala das sessões, em 20 de junho de 2013
Liliam Fátima Moro Novak Presidente do Conselho Superior, em substituição