06. geografia do rn

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Geografia O Rio Grande do Norte é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizado a nordeste da região Nordeste, tendo como limites os estados do Ceará a oeste, a Paraíba a sul, e o Oceano Atlântico a norte e a leste. [33] A área do estado é de 53 306 km² [34] (algumas fontes indicam 52 796,791 km² [35] ), equivalente a 0,62% do território brasileiro, [34] onde 269,6046 km² estão em perímetro urbano. [36] A distância entre os pontos extremos norte-sul, localizados em Tibau e Equador, respectivamente, é de 233 quilômetros; enquanto isso, a distância entre os pontos extremos do leste (em Baía Formosa) ao oeste (em Venha-Ver) é de 433 km. [34] Devido à sua localização geográfica no território brasileiro, o Rio Grande do Norte é conhecido como esquina do continente. É a unidade da federação mais próxima da Europa e da África. [37][38] Relevo Pico do Cabuji, em Angicos. A maior parte do território potiguar (83%) está situada a altitude abaixo de trezentos metros de altitude, em relação ao nível do mar. [34] Destes, 60% está abaixo de duzentos metros. O quadro morfológico do estado é composto por terras baixas e por planaltos. Ao contrário do que ocorre nos estados da Paraíba e Pernambuco, o planalto penetra do Rio Grande do Norte desde as direção norte até o sul, com um afastamento para o litoral leste. Apenas a região próxima a Currais Novos possui planaltos com altitude superior a 800m. Seus dorsos, mais baixos que o estado

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Geografia

O Rio Grande do Norte é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizado a nordeste da região Nordeste, tendo como limites os estados do Ceará a oeste, a Paraíba a sul, e o Oceano Atlântico a norte e a leste.[33] A área do estado é de 53 306 km²[34]

(algumas fontes indicam 52 796,791 km²[35]), equivalente a 0,62% do território brasileiro,[34] onde 269,6046 km² estão em perímetro urbano.[36] A distância entre os pontos extremos norte-sul, localizados em Tibau e Equador, respectivamente, é de 233 quilômetros; enquanto isso, a distância entre os pontos extremos do leste (em Baía Formosa) ao oeste (em Venha-Ver) é de 433 km.[34]

Devido à sua localização geográfica no território brasileiro, o Rio Grande do Norte é conhecido como esquina do continente. É a unidade da federação mais próxima da Europa e da África.[37][38]

Relevo

Pico do Cabuji, em Angicos.

A maior parte do território potiguar (83%) está situada a altitude abaixo de trezentos metros de altitude, em relação ao nível do mar.[34] Destes, 60% está abaixo de duzentos metros. O quadro morfológico do estado é composto por terras baixas e por planaltos. Ao contrário do que ocorre nos estados da Paraíba e Pernambuco, o planalto penetra do Rio Grande do Norte desde as direção norte até o sul, com um afastamento para o litoral leste. Apenas a região próxima a Currais Novos possui planaltos com altitude superior a 800m. Seus dorsos, mais baixos que o estado vizinho da Paraíba, são acidentados, com poucas escarpas e com vários rebordos tortuosos.[39]

As terras baixas, que são uma das duas unidades de relevo, estendem-se a norte, a leste e a oeste, compreendendo os tabuleiros de areia, que percorrem o litoral do estado. Da Serra da Borborema até o sul do estado, predominam os planaltos, a segunda unidade de relevo.[40]

Na região do Alto Oeste Potiguar, também denominada de "porção sudoeste do estado", existem alguns maciços isolados com altitude igual ou superior a 600 metros de altitude, a chamada "região serrana do Rio Grande do Norte". [39] É nela que se encontra a Serra do Coqueiro, localizada no município de Venha-Ver, o ponto mais alto do estado, com 868 metros de altitude.[41] Outras serras que se destacam são as de São Miguel, Luís Gomes e Martins.[39]

Clima

Martins, na região serrana do estado, marcada por temperaturas mais baixas que o semiárido.

No Rio Grande do Norte, existem três tipos climáticos: o tropical quente e úmido, o semiúmido e o semiárido quente.[39] O primeiro predomina no litoral, com temperaturas médias de 24°C e pluviosidades que chegam até mil milímetros, com chuvas no inverno e secas no verão.[42] O segundo caracteriza-se pelas chuvas de outono, presente apenas na extremidade ocidental do estado, com elevadas temperaturas e chuvas mais abundantes em relação ao semiárido, cujas chuvas costumam ter uma pluviosidade acima dos seiscentos milímetros, maior que na região semiárida. [39] E o terceiro, que domina o resto da área do estado, caracteriza-se pelos longos período de seca, com temperaturas que chegam a ultrapassar os 26°C (no interior), chuvas escassas e irregulares, com pluviosidade abaixo de seiscentos milímetros anuais, além da nebulosidade baixa.[42]

Apenas uma pequena parte do litoral norte potiguar (larga planície costeira) é de clima semiárido. Essa é a única região litorânea do Brasil com esse tipo de clima. [39] Além da pluviosidade baixa e das temperaturas elevadas, os ventos são secos e constantes. São essas características que fazem do estado o maior produtor de sal do Brasil (95%).[39]

O Rio Grande do Norte tem 90,6% dos seu território localizado na região do Polígono das Secas.[43] Esta é uma região conhecida pelos longos períodos de estiagens.[44]

Vegetação e hidrografia

Vista parcial da Caatinga, vegetação predominante no estado.

O território norte-riograndense apresenta três tipos distintos de vegetação. O primeiro é a floresta tropical, encontrada apenas na região sudeste do estado, onde se localiza o

extremo norte da floresta litorânea, características que fazem a região ser denominada de zona da mata. O segundo é o agreste, com florestas exuberantes emn relação à floresta tropical, está na transição para o clima semiárido, contendo espécies da floresta tropical e da caatinga; este tipo de vegetação domina parte do litoral oriental, o que faz do Rio Grande do Norte o único estado onde o agreste chega ao litoral. E, por último, há a caatinga, vegetação que se localiza no centro e oeste do estado, cobrindo a maior parte do território (cerca de 90%). No litoral, é observada a vegetação característica dos mangues.[39]

Vista parcial do rio Apodi/Mossoró em Mossoró.

Quanto à hidrografia, os rios correm para o litoral, tanto no norte quando no leste. Esses rios são os mais extensos do estado, como, por exemplo, o Rio Apodi/Mossoró, que nasce na Serra da Queimada, em Luís Gomes, e deságua no Oceano Atlântico; e o rio Rio Piranhas-Açu, que nasce na Paraíba e entra no Rio Grande do Norte pelo município de Jardim de Piranhas, indo também desaguar no Atlântico, cuja bacia hidrográfica abrange a porção ocidental paraibana; na foz desses rios, podem ser observadas numerosas lagoas.[39] Além dos rios Apodi/Mossoró e Piranhas/Açu, outros rios importantes que atravessam o estado são os rios Potenji, Trairi, Seridó, Jundiaí, Jacu e Curimataú.[41] Todos os rios potiguares são temporários, isto é, durante o período da estiagem, eles permanecem secos, enquanto registram grandes cheias no período chuvoso. Para isso, foram construídas enormes barragens no interior do estado. [39] A maior de todas as barragens construídas no Rio Grande do Norte é Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que também é o segundo maior reservatório de água construído no estado, localizada entre Assu e São Rafael, com capacidade total para 2,4 bilhões de metros cúbicos de água.[45] Outros açudes importantes e extensos são os de Cruzeta, Gargalheiras (em Acari) e Itans (em Caicó).[39]

Litoral

A Praia da Pipa em Tibau do Sul.

O litoral potiguar é um dos mais famosos e conhecidos do Brasil, com uma extensão aproximada de quatrocentos quilômetros.[46] Importantes atração turísticas e litorâneas estão localizadas em Natal, litoral sul, Areia Branca e litoral norte.[46]

Entre Natal e Extremoz, o principal destino é Genipabu, cartão-postal mais famoso do Rio Grande do Norte, com imensas dunas, lagoas de água doce, além dos passeios realizados diariamente.[47] No litoral sul, o ponto mais conhecido é a Praia da Pipa, em Tibau do Sul, descoberta por surfistas na década de 1970,[48] localizada 87 km a sul de Natal, com areia e águas claras e mornas onde, durante a maré, há a formação de piscinas naturais com águas mornas e de bastante apreciação.[48] Em Areia Branca, localiza-se a Ponta do Mel, praia que reúne serras, barreiras de cor vermelha, além de mares.[46] E, por último, vem a Costa Branca, também no litoral norte potiguar, na divisa com o estado do Ceará, cujo nome provém da enorme quantidade de sal produzida (95% do sal brasileiro).[46]

O município de Baía Formosa, localizado no extremo leste potiguar, no litoral sul, guarda a maior reserva de Mata Atlântica nativa, a beira-mar, ainda preservada no estado.[49]

Vista da praia de Ponta Negra em Natal e do Morro do Careca, no bairro de Ponta Negra.

Ecologia e meio ambiente

O Atol das Rocas é um pequeno arquipélago no Oceano Atlântico considerado Patrimônio Mundial da UNESCO.

No Rio Grande do Norte, segundo o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (IDEMA) existem quinze unidades de conservação, sendo quatro delas federais, oito estaduais e três particulares.[50]

As unidades de conservação federais são o Atol das Rocas, (a 260 km de Natal[51]) a Estação Ecológica do Seridó (em Serra Negra do Norte), a Flona Açu (em Açu) e a Flona de Nísia Floresta (em Nísia Floresta).[50] As estaduais são a Área de Preservação Ambiental (APA) Bonfim Guaraíras (entre Arez e Tibau do Sul), a APA Genipabu (em Natal), a APA Piquiri Una (entre Pedro Velho e Canguaretama), a APA Recife dos Corais (em Rio do Fogo), o Parque Ecológico do Cabugi (em Angicos), o Parque Estadual das Dunas (em Natal), o Parque Estadual Florêncio Luciano (em Parelhas) e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão. [50] Já as unidades de conservação particulares, com a denominação de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), são as de Mata Estrela (em Baía Formosa), a de Sernativo (em Parelhas) e a Stossel de Brito (em Jucurutu).[50]

A extensão territorial potiguar abrange sete ecossistemas, ligadas aos fatores climáticos, ao tipo de solo e ao de relevo. Devido à ação do homem nesses ecossistemas, a cobertura de vegetação original primitiva vem dimunuindo, causando desertificação e o enfraquecimento da biodiversidade. Os tipos de ecossistemas encontrados no estado são a Caatinga, a vegetação nativa da Mata Atlântica, o Cerrado, as florestas de serras, a vegetação das praias e dunas e os manguezais.[52]

Demografia

Segundo o censo demográfico de 2010 realizado pelo IBGE, em 2010, a população do estado de Rio Grande do Norte possuía 3 168 027 habitantes, sendo o décimo sexto estado mais populoso do Brasil, representando 1,7% da população brasileira.[2][54] Segundo o censo de 2010, 1 548 887 habitantes eram homens e 1 619 140 habitantes eram mulheres.[2] Ainda segundo o mesmo censo, 2 464 991 habitantes viviam na zona urbana e 703 036 na zona rural.[2] Em dez anos, o estado registrou uma taxa de crescimento populacional de 14,30%.[55][56]

Em relação ao censo de 2000, a população do estado naquele ano era de 2 776 782 habitantes, onde 1 359 953 habitantes eram homens e 1 416 829 eram mulheres.[57] Em relação ao ano de 1991, a população foi contada em 1 178 818 habitantes, 2 415 567 homens e 1 236 849 mulheres.[57]

Densidade populacional dos municípios do Rio Grande do Norte ██ 0-25 hab/km² ██ 200-300 hab/km²

Crescimento populacional doRio Grande do Norte[53][2]

Ano População1970 1 550 1841980 1 898 8351991 2 415 5672000 2 776 7822010 3 168 027

██ 25-50 hab/km²██ 50-100 hab/km²██ 100-150 hab/km²██ 150-200 hab/km²

██ 300-400 hab/km²██ 400-500 hab/km²██ > 500 hab/km²

A densidade demográfica no estado, que é uma divisão entre sua população e sua área, é de sessenta habitantes por quilômetro quadrado, a décima maior do Brasil, comparável à da Tunísia (61 hab./km²). A maior parte dos habitantes se concentra na Mesorregião do Leste Potiguar, especialmente na região metropolitana. Natal concentra, sozinha, em torno de um quarto da população do estado.[2]

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) do estado, considerado médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é de 0,738, sendo o vigésimo primeiro do Brasil e o terceiro maior da Região Nordeste, sendo superado apenas pela Bahia e por Sergipe.[58] Considerando apenas a educação, o índice é 0,810 (o brasileiro é 0,849); o índice de longevidade é 0,747 (o brasileiro é 0,638) e o índice de renda é 0,657.[58] A renda per capita é de 8 203 reais.[59] Entre 1991 e 2000, o estado registrou uma forte evolução tanto no seu IDH geral quanto na educação, longevidade e renda, critérios utilizados para calcular o índice.[60] A educação foi o critério que mais evoluiu em nove anos, de 0,642 em 1991 para 0,779 em 2000, e em 2005 o valor passou a ser 0,810.[60] Depois da educação, vem a longevidade, que em 1991 tinha um valor de 0,591,[60] passando para 0,700 em 2000[60] e 0,747 em 2005.[58] E, por último, vem a renda, o critério que menos evoluiu entre 1991 (0,579) e 2000 (0,636),[60] passando para 0,657 em 2005.[58] Quanto ao IDH-M, que é uma média aritmética dos três subíndices, a evolução também foi singnificativa, passando de 0,602 em 1991 para 0,705 em 2000, e em 2005 o valor passou para 0,738.[60] O município com o maior IDH é Natal, capital do estado, com um valor de 0,788; enquanto Venha-Ver, situado no extremo oeste do estado, tem o menor valor (0,544).[

Cidades mais populosas do Rio Grande do Norte(estimativa 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)[62]

Natal

Mossoró

Posição

Cidade

Microrregião

Pop.

Posição

Cidade

Microrregião

Pop.

Parnamirim

1 Natal Natal810 780

11Santa Cruz

Borborema Potiguar

36 143

2 Mossoró

Mossoró 263 344

12 Nova Cruz

Agreste Potiguar

35 617

São Gonçalo do Amarante

3Parnamirim

Natal208 425

13 ApodiChapada do Apodi

34 808

4

São Gonçalo do Amarante

Macaíba89 044

14João Câmara

Baixa Verde

32 456

5Macaíba

Macaíba70 586

15 TourosLitoral Nordeste

31 335

6Ceará-Mirim

Macaíba68 580

16Canguaretama

Litoral Sul

31 216

7 CaicóSeridó Ocidental

63 147

17 Macau Macau29 204

8 AssuVale do Açu

53 636

18Pau dos Ferros

Pau dos Ferros

27 974

9Currais Novos

Seridó Oriental

42 795

19Areia Branca

Mossoró25 529

10São José de Mipibu

Macaíba40 149

20Extremoz

Natal24 953

Religião

Catedral Metropolitana de Natal, templo da Igreja Católica na capital.

Tal qual a variedade cultural verificável no Rio Grande do Norte, são diversas as manifestações religiosas presentes no estado. Embora tenha se desenvolvido sobre uma matriz social eminentemente católica, tanto devido à colonização quanto à imigração, é possível encontrar atualmente dezenas de denominações protestantes diferentes, assim como a prática do budismo, do islamismo, espiritismo, entre outras.[63] Segundo o censo de 2000 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dos 2,7 milhões de habitantes que residiam no estado naquele ano, a maioria dos potiguares declaram-se católicos (2,3 milhões). É possível encontrar também alguns praticantes de religiões evangélicas, religiões de origem africana, além de espíritas e outros.[63]

Na Igreja Católica, destacam-se o Convento Santo Antônio (Igreja do Galo); a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, segunda mais antiga de Natal; Cunhaú; Uruaçu; a Igreja Matriz de Natal e a Igreja de São Gonçalo do Amarante.[64] Ela se divide administrativamente em uma arquidiocese, a Arquidiocese de Natal, e duas dioceses: Diocese de Caicó e Diocese de Mossoró.[65]

Etnias

Segundo o censo de 2000 do IBGE, a população de potiguares está composta por pardos (53,4%), brancos (41%), pretos (3,6%), amarelos e indígenas (0,7%) e outros sem declaração.[66]

A origem do povo potiguar está ligada à união de três povos: os negros, indígenas e portugueses, que também estão ligadas à formação do povo brasileiro. No interior do estado, é possível a influência holandesa bastante acentuada, enquanto na capital há uma grande concentração de indígenas e portugueses. Quanto às tradições, a maior influência vem da raça negra.[66]

A maioria dos imigrantes vindos de outros estados do Brasil vem do estado vizinho da Paraíba, onde a maior parte concentrada na fronteira entre os dois estados, como em Campo Redondo e Coronel Ezequiel.[67] No estado, as correntes migratórias são eminentemente urbanas, do tipo urbano-urbano (39,4%) e rural-urbano (33,6%).[68]

Segundo dados do censo demográfico de 2000, realizado pelo IBGE, imigraram no estado 75 570 pessoas em 1991 e em 2000 o número subiu para 77 916, um aumento de 3,1% entre esses anos.[69] Já em relação à saída (emigração), houve uma queda de 6,7%

entre os anos de 1991 e 2000, passando de 76 444 para 71 287 pessoas, respectivamente.[69]

Criminalidade

Taxa de homicídios nos municípios potiguares.

O Rio Grande do Norte é a sexta unidade federativa menos violenta do Brasil, sendo mais violenta apenas para Acre, Maranhão, Tocantins, São Paulo, Piauí e Santa Catarina, e é o sétimo maior índice de criminalidade da Região Nordeste. A taxa de homicídios é de 19,3.[70][71] O município mais violento do estado é Mossoró, na Mesorregião do Oeste Potiguar e Microrregião de Mossoró, que é também o 478º mais violento do Brasil (31,5), em 2006,[72]

Habitação e condições de vida

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o estado contava, em 2010, com mais de 1 099 274 de domícilios particulares.[2] Desses, 88,4% tinham acesso à água encanada, acima de média nacional (84,4%).[73] Embora o estado tenha a maior parte de sua população com acesso à água encanada, o estado é um dos piores do nordeste em questão de saneamento básico, apenas 16,52% dos potiguares têm acesso a esgotamentos sanitários (saneamento básico), sendo o sexto com os piores serviços de esgoto, sendo superado por Bahia, Pernambuco, Paraíba, Sergipe e Ceará e à frente do Maranhão, Alagoas e Piauí.[74]

O município de Parnamirim, localizado na Região Metropolitana de Natal, é o município brasileiro cuja população com mais de cem mil habitantes tem a sétima pior taxa de saneamento em todo o Brasil, onde apenas 1,28% de sua população tem acesso a esse serviço. Em contrapartida, há outros municípios do estado que investem nesse setor que estão entre os melhores do país. Um exemplo é o município de João Dias, na região do Alto Oeste, que ocupa a trigésima posição entre os municípios com melhor investimento em saúde e saneamento básico.[74]

No ano de 2003, o coeficiente de Gini do estado do Rio Grande do Norte era estimado em 0,49 e a taxa de incidência da pobreza correspondia a 52,27 % da população.[75] Em 2010, a taxa de fecundidade era de 2,11 filhos por mulher e a taxa de mortalidade infantil era de 32,2 por mil.[76] O rendimento médio familiar mensal, no período de

2008-2009, era de R$ 1 680,59, e a despesa média familiar mensal era de R$ 1 680,96.[77]

Política

O Rio Grande do Norte é um estado da federação, sendo governado por três poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo, representado pela Assembleia Legislativa, e o judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte e outros tribunais e juízes. Também é permitida a participação popular nas decisões do governo através de referendos e plebiscitos.[78]

A atual constituição do estado do Rio Grande do Norte foi promulgada em 3 de outubro de 1989, acrescida das alterações resultantes de posteriores emendas constitucionais.[79]

Rosalba Ciarlini exerce o cargo de governadora desde o 1° de janeiro de 2011.

O Poder Executivo potiguar está centralizado no governador do estado,[79] que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até quatro anos de duração, e podem ser reeleitos para mais um mandato. O primeiro governador do estado foi Pedro de Albuquerque Maranhão, em 17 de novembro de 1889, dois dias após a proclamação da república. Em 58 mandatos (incluindo os reeleitos e que ocuparam o cargo em mandatos não consecutivos), várias pessoas já passaram pelo governo do estado, sendo a mais recente delas Rosalba Ciarlini Rosado, nascida em Mossoró.[80] Ela foi eleita no primeiro turno das eleições de 2010,[32] com 813 813 votos, equivalente a 52,46% dos votos válidos, sucedendo Iberê Ferreira, candidato à reeleição, derrotado com 562 256 votos (36,25%), que assumiu o cargo em 31 de março de 2010, devido à renúncia da governadora Wilma de Faria, para se candidatar ao Senado e concorrer nas eleições de 3 de outubro.[81][82] Além da governadora, há ainda no estado a função de vice-governador, que substitui o governador caso este renuncie sua posição, seja afastado do poder ou precise afastar-se do cargo temporariamente. Atualmente, o cargo é exercido por Robinson Faria.[83]

O Poder Legislativo norte-rio-grandense é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Ela é constituída por 24 deputados, que são eleitos

a cada 4 anos. No Congresso Nacional, a representação potiguar é de 3 senadores e 8 deputados federais.[79][84]

O Poder Judiciário é uma unidade cuja principal função é avaliar, controlar, executar e planejar todos os trabalhos de administração integrantes do sistema.[85] Atualmente o diretor geral é Cláudio José Marinho da Lima. A sede está localizada na Praça 7 de setembro, em Natal.[85] Representações deste poder estão espalhadas por todo o estado por meio de Comarcas, termo jurídico que designa uma divisão territorial específica, que indica os limites territoriais da competência de um determinado juiz ou Juízo de primeira instância. No Rio Grande do Norte, existem três tipos de comarca: as de primeira, segunda e terceira entrância. Dos sessenta e cinco municípios do estado com comarcas, trinta são de primeira entrância, vinte e cinco de segunda e dez de terceira, este último com comarcas em Assu, Caicó, Ceará-Mirim, Currais Novos, João Câmara, Macau, Mossoró, Natal, Nova Cruz e Pau dos Ferros.[86]

Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço, em 4 de outubro de 2007, listando os estados com o maior número de parlamentares cassados por corrupção desde o ano 2000, o Rio Grande do Norte ocupa a segunda posição na lista, com sessenta parlamentares cassados, atrás somente de Minas Gerais (71 cassações).[87]

Símbolos estaduais

Bandeira, brasão e hino do Rio Grande do Norte

Bandeira do Rio Grande do Norte Brasão do Rio Grande do Norte

Os símbolos do Rio Grande do Norte são a bandeira, o brasão e o hino.[88]

Durante a gestão do governador Alberto Maranhão (1908-1914), através do Decreto nº 201/1909, foi criado o brasão do estado, desenhado e organizado pelo escultor Corbiniano Vilaça.[88] É composto por um coqueiro à esquerda, uma carnaúba à direita, uma cana-de-açúcar e um algodão, estes dois últimos representando a flora. Há ainda um mar, com a jangada, representando a pesca e a extração de sal responsável por 95% da produção de sal no Brasil.[89][90][91]

A atual bandeira do estado foi sancionada pelo então governador do estado na época, Dinarte de Medeiros Mariz, através da Lei 2.160/1957. O estudo sobre o formato da bandeira foi estudado por Luís da Câmara Cascudo, através de um grupo de pessoas ligadas à cultura potiguar, partindo daí a ideia da criação da bandeira. Ela é composta

por três cores: verde, branco e amarelo. O verde representa a esperança e o branco a paz. Constitui-se de um retângulo com um metro de meio de comprimento por um metro de altura, com duas faixas, sendo verde a faixa superior e faixa inferior na cor branca. No centro da bandeira, há, na forma de escudo, um campo amarelo, com o brasão ao meio.[88]

O hino do estado tem como autor José Augusto Meira Dantas, compondo a letra, e José Domingos Brandão, responsável pela música, ambos nascidos no município potiguar de Ceará-Mirim. Foi criado e declarado pela Lei 2.161/1957, na gestão do governo Dinarte Mariz. No total, há três estrofes, cada uma contendo contendo doze versos, e um estribilho (refrão).[88]

Subdivisões

Mesorregiões

Mesorregiões do Rio Grande do Norte

Mapa do Rio Grande do Norte destacando as quatro mesorregiões em cores diferentes:

██ Mesorregião do Oeste Potiguar██ Mesorregião Central Potiguar██ Mesorregião do do Agreste Potiguar██ Mesorregião do Leste Potiguar

Uma mesorregião é uma subdivisão dos estados brasileiros que congrega diversos municípios de uma área geográfica com similaridades econômicas e sociais. Foi criada pelo IBGE e é utilizada para fins estatísticos e não constitui, portanto, uma entidade política ou administrativa. Oficialmente, as quatro mesorregiões do estado são:

Oeste Potiguar: é a segunda mais populosa do estado, dividida em sete microrregiões que, juntos, abrigam sessenta e dois municípios, sendo a mesorregião com o maior número de municípios potiguares. Municípios importantes dessa mesorregião são Mossoró, Assu, Apodi, Pau dos Ferros, Areia Branca, São Miguel, São Rafael, Caraúbas, Patu, Tibau e Alexandria.[92]

Central Potiguar: é a menos populosa do estado, formada pela união de cinco microrregiões que compartilham trinta e sete municípios. É a única mesorregião

limítrofe com todas as demais mesorregiões do Rio Grande do Norte. Municípios importantes da mesorregião são Caicó, Currais Novos, Macau, Guamaré, Angicos, Acari, Pedro Avelino e Galinhos;[93]

Agreste Potiguar: é a terceira mais populosa do estado, formada pela união de quarenta e três municípios agrupados em três microrregiões, além de ser a única do estado onde nenhum de seus municípios tem litoral. Municípios importantes dessa mesorregião são Santa Cruz, João Câmara e São Paulo do Potengi.[94]

Leste Potiguar: é uma mesorregião formada pela união de vinte e cinco municípios agrupados em quatro microrregiões. Pelo fato de nela estar localizada a capital do estado, é a mais populosa, reunindo mais de 40% da população potiguar. Municípios importantes dessa mesorregião são Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Ceará-Mirim, Touros, São Miguel do Gostoso, Canguaretama e Tibau do Sul.[95]

Microrregiões e municípios

Microrregiões e Municípios do Rio Grande do Norte

Além da mesorregião, existe a microrregião, que é, de acordo com a Constituição brasileira de 1988, um agrupamento de municípios limítrofes, com a finalidade é integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, definidas por lei complementar estadual. O Rio Grande do Norte é dividido em 19 microrregiões. São elas: Angicos, Agreste Potiguar, Baixa Verde, Borborema Potiguar, Chapada do Apodi, Litoral Nordeste, Litoral Sul, Macaíba, Macau, Médio Oeste, Mossoró, Natal, Pau dos Ferros, Seridó Ocidental, Seridó Oriental, Serra de São Miguel, Serra de Santana, Umarizal e Vale do Açu.[96] No total, o Rio Grande do Norte está dividido em 167 municípios, sendo a décima terceira unidade de federação com o maior número de municípios e a sétima do Nordeste (atrás da Bahia, Piauí, Paraíba, Maranhão e Ceará e à frente de Alagoas e Sergipe).[97]

Microrregiões

Municípios

Regiões metropolitanas

Uma região metropolitana ou área metropolitana é um grande centro populacional, que consiste em uma (ou, às vezes, duas ou até mais) grande cidade central (uma metrópole), e sua zona adjacente de influência. Geralmente, regiões metropolitanas formam aglomerações urbanas, uma grande área urbanizada formada pela cidade núcleo e cidades adjacentes, formando uma conurbação, a qual faz com que as cidades percam seus limites físicos entre si, formando uma imensa metrópole, que na qual o centro está localizado na cidade central, normalmente aquela que da nome à região metropolitana. Oficialmente, a única região metropolitana do estado é a Região Metropolitana de Natal, criada pela Lei Complementar n° 152 de 16 de janeiro de 1997. [98] Inicialmente, integrava apenas os municípios de Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim, Macaíba e Extremoz. Com a Lei Complementar nº 221, de 2002, passam a fazer parte da região metropolitana os municípios de São José de Mipibu e Nísia Floresta.[99] Com a Lei Complementar n° 315 de 30 de novembro de 2005, o município de Monte Alegre é adicionado e em 2009 passa a fazer parte o município de Vera Cruz.[100]

Mapa mostrando a Região Metropolitana de Natal e seus municípios (em vermelho).

Dados dos municípios da Região Metropolitana de Natal

Município Área (km²)[1] População (2010)[2] PIB em R$ (2008)[59]