geografia aula 06

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    IBGE 2013 - TCNICO EM INFORMAES GEOGRFICAS E ESTATSTICASGEOGRAFIA

    PROFESSOR: LUIZ PANIAGO NEVES

    Prof. Luiz Paniago Neves www.pontodosconcursos.com.br 1

    Aula 06 Organizao federativa

    Ol Pessoal,

    Nesta penltima aula vamos falar sobre a organizao poltico-

    administrativa do Brasil. Vimos em nossa ltima aula conceitos e questes

    acerca da formao territorial e sua organizao, j nesta aula vamos tratar

    especificamente sobre as caractersticas do sistema federativo, que significa

    quais so as consequncias polticas desse sistema e a diviso das unidades

    federativas e a caracterizao de cada uma delas. Mos a obra!!!

    Organizao federativa

    Para iniciarmos nossa aula de hoje, importante se faz conceituar o que

    uma federao e diferenciar federao e confederao. Na literatura

    encontramos pelo menos trs formas bsicas de organizao dos estados,

    que so o Estado Unitrio, a Confederao e a Federao. O Estado

    Unitrio aquele em que no h diviso territorial de poder poltico. O

    tipo puro do Estado Unitrio aquele em que o governo nacional assume

    exclusivamente a direo de todos os servios pblicos, centralizando o

    poder, mesmo que esse Estado esteja dividido em circunscries. Isso

    significa que, embora existam rgos pblicos encarregados de servios

    locais, esses rgos no possuem autonomia poltico administrativa.

    (JusBrasil). Como exemplos de Estados Unitrios podemos citar o Reino Unido

    e a Irlanda. O Reino Unido um Estado Unitrio onde o poder central foi

    parcialmente devolvido s assembleias e parlamentos criados da Esccia, Pas

    de Gales e Irlanda do Norte. A Irlanda um Estado Unitrio sem

    governos subnacionais. Diferentemente do Pas de Gales, da Esccia e da

    Irlanda do Norte, a Inglaterra no tem um ministro de governo ou um

    ministrio exclusivamente responsvel por sua administrao central. Em vez

    disso, h vrios ministrios do governo, cujas responsabilidades, em alguns

    casos, tambm cobrem aspectos de assuntos no Pas de Gales e na Esccia.

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    A Confederao fruto de um tratado internacional entre estados

    soberanos pelo qual eles se comprometem a perseguir fins comuns, sem, no

    entanto, abrirem mo da prpria soberania (RABAT 2002). Um exemplo

    clssico de confederao a Sua. A Sua resultante da confederao

    Helvtica que foi uma unio de estados autnomos e depois em 1848 surge a

    Confederao Sua, resultado a unio de trs estados independentes e

    autnomos (Uri, Schwyz e Unterwalden) que se expandiram at a formao

    atual. E a Federao, o que ? A Federao, na linguagem popular, o meio

    termo entre a Confederao e o Estado Unitrio.

    A Federao ou Federalismo se mistura histria da formao dos

    Estados Unidos, pois foi onde esse tipo de sistema se desenvolveu mais. A

    federao fruto de um diferente instrumento jurdico, a

    Constituio, pacto atravs do qual se funda um estado soberano,

    embora reservando poderes autnomos para os entes subnacionais

    que o constituem (RABAT 2002).

    Portanto o que diferencia uma Confederao de uma Federao que,

    enquanto naquela, Estados independentes se unem para formar um Estado

    Nacional, todavia sem perder parte da sua independncia, nesta (Federao)

    os Estados autnomos se unem para formar um Estado Nacional, mas apesar

    de terem relativa autonomia, perdem parte dela ao se subordinar um ente

    maior, que a Unio. Deste modo, na Federao embora os Estados sejam

    autnomos, h uma centralizao de poder pela Unio, onde aqui no Brasil

    o Governo Federal.

    A Federao moderna se fundamenta nos princpios do federalismo

    Norte-Americano. Isto ocorre devido ao fato de seu mecanismo central de

    concretizao ser a duplicao da organizao administrativa. Uma inovao

    americana a atuao do governo federal atravs de funcionrios prprios.

    Com isso se visou efetiva implantao de polticas nacionais, no

    subordinadas boa vontade da administrao dos entes subnacionais. Outro

    lado da moeda a independncia da administrao estadual na sua esfera de

    competncia, face boa ou m vontade do Governo Federal.

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    O Federalismo brasileiro baseado no modelo Americano, isto no quer

    dizer que nosso modelo idntico ao deles. H pontos divergentes e muito

    importantes entre os dois modelos e totalmente ligados a aspectos histricos.

    O Federalismo brasileiro surge com a criao da Repblica e com objetivo de

    promover uma descentralizao. Uma das causas sociais da origem desse tipo

    de federalismo brasileiro a prpria imensido territorial, obrigando a

    descentralizao de governo, a fim de manter a pluralidade das condies

    regionais e o regionalismo de cada zona, tudo integrado na unidade nacional

    do federalismo. (SILVA)

    Um das consequncias desse processo que o surgimento do

    federalismo brasileiro no foi resultante de uma unidade nacional, foi algo

    imposto de cima para baixo onde, com isso, regies mais distantes estavam

    totalmente alheias ao processo e no havia de fato nos primeiros anos da

    Repblica uma unidade de fato. Outra consequncia do processo Federalista

    brasileiro o fato de como houve uma descentralizao do territrio nacional,

    muitos dos Estados criados no tinham condies financeiras mesmo para se

    sustentar, digamos assim, e com isso existiu uma grande dependncia da

    Unio em termos de repasse financeiro. At hoje percebemos isso onde muitos

    Estados, principalmente do Norte e Nordeste, so bastante dependentes da

    ajuda do Governo Federal.

    No Federalismo Norte Americano a situao diferente. Vejamos a

    citao de SILVA.

    Nos Estados Unidos no existia centralizao administrativa. Para

    Tocqueville, a fora coletiva dos cidados era sempre mais poderosa para

    produzir o bem-estar social do que a autoridade do governo central. Embora a

    centralizao no fosse condio bsica para a existncia da Nova Inglaterra,

    os cidados desta regio tinham a dimenso exata da importncia de se

    manterem unidos, por diversos fatores. Alguns interesses eram comuns a

    todas as partes da nao, como a formao das leis gerais e as relaes do

    povo com os estrangeiros. A durao, a glria ou a prosperidade da nao

    tinham se tornado para o povo dogmas sagrados e, ao defenderem sua ptria,

    defendiam tambm suas cidades. Nesse sentido, o Estado movia-se como um

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    s homem, mobilizava-se sua vontade massas imensas, reunia e levava

    aonde bem entendesse todo o esforo de sua potncia. Tocqueville

    compreendia que a centralizao governamental adquiria uma forma imensa

    quando se somava centralizao administrativa.

    Portanto, vemos que no Federalismo Americano a ideia de unidade

    nacional e autonomia dos Estados (financeira e poltica) foi algo construdo e

    mais presente no cotidiano deles.

    O Federalismo Brasileiro foi se modificando ao longo da histria da

    Repblica. Em 1891 a Constituio do referido ano fora criada, destacando-se

    e consagrou caractersticas que perduram at os dias atuais, como por

    exemplo:

    x A tripartio dos poderes (em Executivo, Legislativo e

    Judicirio);

    x A introduo do Presidencialismo como forma de governo; x A separao do Estado e da Igreja (Estado Laico).

    Outro ponto residiu na repartio de competncia, que foi estipulada de

    forma ampla, como se verificado nas Constituies posteriores, porm coube

    ao poder central a maioria absoluta de todas as competncias. Em

    contrapartida, contraditoriamente, houve a preocupao de conceder aos

    Estados-Membros um maior poder de auto-organizao (HORTA, 1995).

    Em decorrncia do excesso de poderes atribudos aos Estados-membros

    surgiram deformaes estruturais, onde os entes da federao, alm de

    promulgarem suas constituies prprias, com poderes divergentes ao da

    Carta Mxima, declaravam-se soberanos.

    Tal situao durou at a promulgao da Constituio de 1934,

    fortemente influenciada pelo fascismo, mudando ao centralizar o poder em um

    governo central. Assim, houve o incio do chamado federalismo cooperativo

    onde o almejado foi a maior atuao da Unio em detrimento dos Estados-

    membros.

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    A Carta Magna de 1934, a qual era bastante centralizada, foi ambgua e

    cheia de indecises. Uma delas era a deciso da Unio cobrar impostos aos

    municpios, devido ao reconhecimento dos mesmos como um dos componentes

    da federao. Em compensao algumas matrias que a Unio deslocou para a

    competncia exclusiva ou competncia comum dos Estados. Assim, houve o

    incio do que pode ser considerado como repartio de competncia da Unio.

    A Constituio 1937, que marca o Estado Novo, era de carter bastante

    autoritrio. Isto se deu por causa da influncia fascista no governo Vargas.

    Com isso, houve a interveno da Unio permanente e o fim das constituies

    estaduais e o do regionalismo.

    A Constituio de 1937 se resumiu, ento, em uma Constituio de um

    homem s, posto que a centralizao se deu de forma arbitrria igualando-se

    a um feudo, como afirma Cretella Jnior (1991). Nessa poca, deu-se uma

    centralizao do poder no governo central e, por conseguinte, uma interveno

    permanente nos Estados, atitude que ps a perder a repartio de

    competncia entre os entes da Unio, estipulada na Constituio de 1934.

    (LIMA 2008)

    Ao contrrio da Constituio de 1937 a Constituio de 1946 teve

    caractersticas desenvolvimentistas como, por exemplo, a retomada da

    autonomia dos Estados-membros que inovou, quando concedeu aos Municpios

    a faculdade de se autogovernarem, bem como a retomada da repartio de

    competncia entre os Federados. Por outro lado, a tendncia de centralizao

    do poder foi mantida e, de fato, perceberam-se grandes tentativas de reduzir

    as desigualdades regionais e a repartio de competncia em matria

    tributria.

    Aps 1964 tivemos a Constituio de 1967 e a emenda de 1969. Mas

    uma vez tivemos uma Constituio de tendncia centralizadora ainda mais

    forte. Nela o conceito de federalismo totalmente esquecido e foi batizada de

    federalismo de integrao, que na verdade uma pseudo forma de Estado,

    caracterizada pela uma negao da descentralizao do poder em detrimento

    da Unio.

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    Com a redemocratizao em 1988 tivemos a promulgao da

    Constituio de 1988, conhecida como a Constituio Cidad, delegando aos

    demais entes federativos poderes meramente complementares, onde houve

    um novo incio da reestruturao do federalismo, em que se buscou o

    equilbrio entre eles e maior vigncia do princpio da subsidiariedade,

    restabelecendo, portanto, os poderes dos Estados-membros e ampliando a

    repartio de competncia em matria tributria.

    Na realidade, essa tentativa foi infrutfera e o resultado final ficou

    aqum do esperado, gerando normas que, por vezes, poderiam ser

    consideradas contraditrias, como, por exemplo, o to aclamado pacto

    federativo brasileiro que ganhou novas caractersticas que vo de encontro at

    com o princpio da subsidiariedade. (LIMA 2008). Podemos perceber que na

    evoluo histrica do Federalismo Brasileiro, verifica-se que a histria do

    Federalismo no Brasil sempre foi alternada por pocas em que havia uma

    descentralizao do poder, caracterstica intrnseca do Federalismo, e pocas

    em que o poder central detinha uma centralizao maior do Poder em

    detrimento dos outros entes federativos.

    A Constituio de 1988, apesar de ser criticada, reafirmou o

    Federalismo como a forma de Estado Brasileiro. Este , de fato, um dos

    princpios dentre os mais importantes da Constituio, sendo considerado,

    inclusive, clusula ptrea. Desse modo, em hiptese nenhuma, pode-se propor

    emenda constitucional ou qualquer outra proposta que v de encontro ao pacto

    federativo.

    Atualmente a organizao federativa do Brasil est dividida da seguinte

    forma: os Estados, o Distrito Federal e os Municpios (figuras 01 e 02). A

    Constituio admite a criao de Territrios Federais, que se criados,

    integraro a Unio, podendo ser transformados em Estados ou reintegrados ao

    Estado de origem. Os Territrios Federais integram diretamente a Unio e no

    pertencem a nenhum Estado. Para surgirem, a forma que se procede a

    aprovao popular atravs de plebiscito e lei complementar. Atualmente no

    temos nenhum Territrio Federal. A Constituio Federal de 1988 aboliu todos

    os territrios ento existentes: Fernando de Noronha tornou-se um distrito

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    estadual do estado de Pernambuco, Amap e Roraima ganham

    o status integral de estados da Federao. Rondnia foi territrio at 1982.

    Caso um novo territrio venha a ser criado, poder ter municpios

    (diferentemente dos distritos estaduais e Federais) e eleger, fixamente,

    quatro deputados federais, independente de sua localizao, dimenso

    territorial, condies socioeconmicas, tamanho da populao e inclusive do

    eleitorado.

    Os Estados-Membros no possuem personalidade internacional e em

    contraposio, cabe somente Unio, como fruto da juno dos Estados-

    Membros, Municpios e Distrito Federal, representar a totalidade do Estado

    brasileiro internacionalmente, e desse modo, representando a Repblica

    Federativa Brasileira.

    Fig. 01 - Mapa dos Estados Brasileiros (fonte: http://revistaescola.abril.com.br)

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    Fig. 02 - Mapa dos Municpios Brasileiros (fonte:PNUD)

    Cada um desses entes, pela Constituio, tem suas atribuies e isto

    importante que voc saiba, pois pode cair em prova, por exemplo, se da

    competncia do municpio legislar sobre tal assunto. A legislao diz as

    competncias tanto da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e

    dos Municpios, cada um no espao territorial a que est restringido. Aqui

    listo as principais competncias que so concorrentes aos quatro.

    x Conservao do patrimnio pblico; x Sade e assistncia pblicas; x Proteo dos bens de valor histrico, das paisagens naturais notveis e

    dos stios arqueolgicos;

    x Acesso educao, cultura e cincia; x Proteo ao meio ambiente e controle da poluio; x Combate s causas da pobreza e da marginalizao, promovendo a

    integrao dos setores desfavorecidos.

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    Alguns assuntos competem tanto Unio, aos Estados e ao Distrito

    Federal. Assim, a Unio define leis gerais e os Estados e o Distrito

    Federal podem alter-las de forma a atender seus interesses. So eles:

    x Direito Tributrio, Financeiro, Penitencirio, Econmico e Urbanstico; x Oramento; x Produo e consumo; x Florestas, caa, pesca, fauna, conservao da natureza, proteo do

    meio ambiente e controle da poluio;

    x Proteo do patrimnio histrico, cultural, artstico e paisagstico; x Educao, cultura, ensino e desporto; x Previdncia social, proteo e defesa sade; x Proteo infncia e juventude.

    J os Municpios, nesse caso, legislam apenas sobre os assuntos

    locais. A autonomia municipal foi dado sob gide de algumas exigncias

    legais,quais sejam: capacidade de autogoverno, auto-organizao,

    competncia legislativa prpria com a Cmara Legislativa Municipal, Cmara

    de Vereadores, e autonomia financeira (REIS,2000). Assim, no pode o

    municpio participar ou requerer receitas alheias, nem mesmo para que isso

    garanta a sua autonomia financeira, afinal as autonomias poltica,

    administrativa e financeira fornecem ao municpio a capacidade de se auto-

    sustentar, seja mediante a arrecadao de impostos de sua competncia, ou

    seja, atravs de receita originria.

    Deste modo, os municpios recebem repasses obrigatrios, autorizados

    pela Constituio, do Governo Federal e do Estado-Membro atravs do fundo

    de participao e das Transferncias intergovernamentais. Entretanto, no

    pode o Municpio ser dependente desses repasses, pois prejudicaria a sua

    autonomia financeira, alm de que ficaria a merc dos outros entes da

    federao. (LIMA 2008).

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    Todos os entes federativos tem como lei maior a Constituio, porm os

    Estados e Municpios tm leis especficas (Lei Estadual e Lei Orgnica

    respectivamente). O Distrito Federal por ser uma unidade hbrida, ou seja, tem

    competncias e caractersticas de Estado e Municpio regido por Lei Orgnica.

    O Distrito Federal tambm foi elevado pela Constituio de 1988 ao patamar

    de componente da Federao, deixando, com isso, de ser apenas a sede

    administrativa da Unio. Assim, o Distrito Federal hoje tem que ser

    considerado como uma pessoa poltica, participante da vontade nacional, e

    desfrutando de todas as caractersticas que qualquer ente da federao possui

    (autonomia poltica, administrativa, financeira e repartio de competncia em

    matria tributria).

    Apesar de o Distrito Federal ter uma Lei Orgnica, no pode ser

    considerado nem Municpio e nem Estado, mas sim um ente federativo dotado

    por vezes de maior competncia dos que os dois, quando lhe facultado a

    competncia legislativa e tributria de ambos. Mas, ressalta-se, no que tange a

    competncia de legislar sobre a organizao judiciria, encontram-se o

    Ministrio Pblico e a Defensoria Pblica cuja competncia da Unio, sendo

    esse o nico trao diferencial do Distrito Federal e os Estados. Pela

    Constituio, a capital do Brasil Braslia. Fique atento a isso, pois j caiu em

    concursos perguntando se o Distrito Federal a capital do Brasil, onde estar

    errado se voc disser que sim!!!

    Apesar de no estar explicito no edital, todavia acho importante falar,

    acerca da diviso do territrio que o IBGE adota nos seus estudos e

    levantamentos. Pela Constituio, essas unidades no so entes

    federativos, entenda bem. A Constituio de 1988 estabelece essa diviso

    para fins de planejamento e gesto. Para explicar melhor veja a citao abaixo

    do IBGE:

    Os estudos da Diviso Regional do IBGE tiveram incio em 1941 sob a

    coordenao do Prof. Fbio Macedo Soares Guimares. O objetivo principal de

    seu trabalho foi de sistematizar as vrias "divises regionais" que vinham

    sendo propostas, de forma que fosse organizada uma nica Diviso Regional

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    do Brasil para a divulgao das estatsticas brasileiras. Com o prosseguimento

    desses trabalhos, foi aprovada, em 31/01/42, atravs da Circular n1 da

    Presidncia da Repblica, a primeira Diviso do Brasil em regies, a saber:

    Norte, Nordeste, Leste, Sul e Centro-Oeste.

    A Resoluo 143 de 6 de julho de 1945, por sua vez, estabelece a

    Diviso do Brasil em Zonas Fisiogrficas, baseadas em critrios econmicos do

    agrupamento de municpios. Estas Zonas Fisiogrficas foram utilizadas at

    1970 para a divulgao das estatsticas produzidas pelo IBGE e pelas Unidades

    da Federao.

    J na dcada de 60, em decorrncia das transformaes ocorridas no

    espao nacional, foram retomados os estudos para a reviso da Diviso

    Regional, a nvel macro e das Zonas Fisiogrficas.

    O carter intrnseco da reviso da Diviso Regional do Brasil refere-se a

    um conjunto de determinaes econmicas, sociais e polticas que dizem

    respeito totalidade da organizao do espao nacional, referendado no caso

    brasileiro pela forma desigual como vem se processando o desenvolvimento

    das foras produtivas em suas interaes como o quadro natural. Sem deixar

    de lado as partes constitutivas da referida totalidade, a Diviso Regional em

    macrorregies a partir de uma perspectiva histrico-espacial enfatiza a diviso

    inter-regional da produo no Pas, a par da internacionalizao do capital

    havida ps-60, buscando as razes desse processo na forma como o estado ora

    tende a intervir, ora a se contrair, em face da evoluo do processo de

    acumulao e de valorizao do capital, que pode ser traduzido nos sucessivos

    e variados Planos de Governo.

    A Diviso Regional do Brasil em mesorregies, partindo de

    determinaes mais amplas a nvel conjuntural, buscou identificar

    reas individualizadas em cada uma das Unidades Federadas, tomadas

    como universo de anlise e definiu as mesorregies com base nas

    seguintes dimenses: o processo social como determinante, o quadro

    natural como condicionante e a rede de comunicao e de lugares como

    elemento da articulao espacial. A Aplicabilidade para Elaborao de

    polticas pblicas; subsidiar o sistema de decises quanto localizao de

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    atividades econmicas, sociais e tributrias; subsidiar o planejamento, estudos

    e identificao das estruturas espaciais de regies metropolitanas e outras

    formas de aglomeraes urbanas e rurais.

    O IBGE divide o territrio em: Regies, Mesorregies, Microrregies,

    Municpios, distrito, subdistrito, bairro, Aglomerados Subnormais, aglomerados

    rurais, Setores Censitrios e rea de ponderao. Vamos a eles:

    x Macrorregies - Leva em considerao a diviso poltica. Divide em cinco macrorregies: Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste

    e Sul.Obedece o limite poltico entre os estados. a Diviso oficial,

    usada pelo governo para estabelecer suas polticas regionais (figura

    03).

    Fig. 03 - Macrorregies do Brasil

    (fonte:http://professormarcianodantas.blogspot.com.br)

    x Mesorregies - uma subdiviso dos estados brasileiros que congrega diversos municpios de uma rea geogrfica com similaridades

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    econmicas e sociais, que por sua vez, so subdivididas

    em microrregies (figura 04).

    Fig. 04 - Mesorregies do Brasil (fonte:

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-63512008000300003)

    x Microrregies - A Constituio de 1988 define como um agrupamento de municpios limtrofes. A finalidade integrar a

    organizao, o planejamento e a execuo de funes pblicas de

    interesse comum, definidas por lei complementar estadual. utilizado

    pelo IBGE para fins estatsticos com base em similaridades econmicas

    e sociais (figura 05).

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    Fig. 05 - Microrregies do Brasil (fonte:

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022010000300010)

    x Municpios: Os Municpios se constituem em entes federativos e tambm so uma categoria de anlise do IBGE. Dentro da categoria de

    municpios encontramos outras subdivises que so: distrito, subdistrito,

    bairro, aglomerados subnormais, aglomerados rurais, setores de coleta,

    setores Censitrios e rea de ponderao. Distrito municipal uma

    unidade administrativa de uma cidade, uma diviso onde so agregados

    bairros com caractersticas similares ou polarizao dentro da cidade.

    Sub-distrito uma diviso do distrito. Na verdade no h uma distino

    clara entre bairro e subdistrito. Algumas cidades usam uma

    nomenclatura ou outra. Aglomerado subnormal um termo utilizado

    pelo IBGE para designar um conjunto constitudo por no mnimo 51

    unidades habitacionais (barracos, casas, etc), ocupando ou tendo

    ocupado at perodo recente, terreno de propriedade alheia (pblica ou

    particular), dispostas, em geral, de forma desordenada e densa;

    carentes, em sua maioria, de servios pblicos e essenciais. De acordo

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    com o IBGE, "os aglomerados subnormais podem se enquadrar,

    observados os critrios de padres de urbanizao e/ou de precariedade

    de servios pblicos essenciais, nas seguintes categorias: invaso,

    loteamento irregular ou clandestino, e reas invadidas e loteamentos

    irregulares e clandestinos regularizados em perodo recente.

    Aglomerado rural a localidade situada em rea legalmente definida

    rural caracterizada por um conjunto de edificaes permanentes e

    adjacentes, formando rea continuamente construda, com arruamentos

    reconhecveis ou dispostos ao longo de uma via de comunicao.

    x Setor Censitrio - O setor a menor unidade territorial, formada por rea contnua, integralmente contida em rea urbana ou

    rural, com dimenso adequada realizao da coleta de dados por um

    pesquisador que vai a campo por ocasio do censo. O setor constitui um

    conjunto de quadras, no caso de rea urbana, ou uma rea do

    municpio, no caso de uma rea no urbanizada (figura 06).

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    Fig. 06 - Exemplo de Setor Censitrio (fonte: http://www.levs.marilia.unesp.br)

    x rea de Ponderao - A rea de Ponderao a menor rea geogrfica para a qual se calcula estimativas baseadas nas informaes

    do questionrio da amostra. o nvel geogrfico definido para a

    aplicao dos procedimentos estatsticos que permitem usar os dados da

    amostra como vlidos para a populao. A rea de Ponderao sempre

    um conjunto de Setores Censitrios e cada Setor pertencer sempre a

    uma nica rea de Ponderao (figura 07).

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    Fig. 07 - rea de Ponderao de Belo Horizonte (fonte: Shapefile do IBGE)

    Chegamos ao final da nossa aula de hoje e na prxima, a qual a

    ltima aula do nosso curso, vamos fazer uma grande reviso de todos os

    temas abordados e resolveremos boas questes de concursos pretritos.

    Nesta aula resolvi no colocar questes justamente pelo fato de, na prxima,

    aula adensarmos nossas questes e pontos importantes para nossa prova.

    At l!!!!

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    Biblografia Recomendada:

    Organizao Poltico-Administrativa da Repblica Federativa do Brasil Link:

    www.cfemea.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1371&I

    temid=129

    SILVA, D.C O contraponto entre o federalismo brasileiro e norte-americano: uma correlao entre a obra Coronelismo, Enxada e Voto, de Victor Nunes Leal, e a obra Democracia na Amrica, de Alexis de Tocqueville LIMA, T.M.S.M. O Federalimo Brasileiro: Uma forma de Estado Peculiar. Estao Cientfica OnlineFEDER Rabat. M.N A FEDERAO: CENTRALIZAO E DESCENTRALIZAO DO PODER POLTICO NOBRASILALISMO BRASILEIRO: UMA FORMA DE ESTADO PECULIARLISMO BRASILEIRO: UMA FORMA DE ESTADOPECURBATALIAR