06 - ferenczi, sándor - análise de crianças com adultos

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Page 1: 06 - FERENCZI, Sándor - Análise de Crianças Com Adultos

FERENCZI, Sándor. Análisis de los niños con los adultos. In: Obras Completas,

Psicoanálisis, Tomo IV. Tradução de Alessandro José Berloffa Tofalini. Revisão da tradução

de Juana Ester Kogan. Madrid: Editora Espasa-Calpe S.A., 1931. Disponível em: <http://www.

indepsi.cl/ferenczi/articulos/1929b.htm>. Data de acesso: 15/05/2015.

ANÁLISE DE CRIANÇAS COM ADULTOS (1931)

Sándor Ferenczi

Senhoras e senhores: o que se me haja eleito a mim, um estrangeiro, como orador para

nossa festa de hoje em uma Associação na qual tantos membros cumpririam esse trabalho

melhor que eu, deve ser explicado ou desculpado. Não são suficientes os vinte e cinco anos que

passei junto ao professor e sob sua direção, não é suficiente minha antiguidade; entre vocês, há

colegas que acompanharam mais tempo que eu. Hei de encontrar, portanto, alguma outra razão.

Pode ser que essa ocasião deva ser utilizada para apagar uma mentira muito estendida, e

utilizada, frequentemente, pelos profanos e algumas pessoas reticentes. Muitas vezes escutamos

comentários sobre a intolerância e a “ortodoxia” de nosso professor. Se diz que não permite

nenhuma crítica de suas teorias ao seu redor e que expulsa a tudo o que mostra um critério

independente para poder impor sua vontade científica. Alguns falam de seu rigor digno do

Antigo Testamento e, inclusive, pretendem situá-lo como defensor de uma teoria racial. É certo

que alguns talentos eminentes e muitos outros de inferior valor lhe voltaram as costas ao cabo

do tempo, depois de tê-lo seguido com maior ou menor intensidade. Obedeceram realmente a

móveis puramente científicos? Creio que a esterilidade científica que mostraram por trás de sua

partida não fala em seu favor. Quisera agora pôr na balança o amável convite que vocês me

fizeram, como um argumento contra a ortodoxia da Associação Internacional e de seu chefe

espiritual, o professor Freud. Sem querer medir minha importância a respeito dos colegas aos

quais aludi, hei de dizer que sou conhecido como um espírito inquieto ou, segundo me disseram

recentemente em Oxford, como o enfant1 terrível da psicanálise.

As proposições que elaborei, desde o ponto de vista técnico e teórico, estão sendo

severamente criticadas pela grande maioria de meus colegas por causa de seu caráter fantasioso

e excessivamente original. Não posso pretender nem sequer que o próprio Freud esteja de

acordo com tudo o que publico. Não evitei suas críticas quando lhe pedi seu parecer. Mas em

1 Criança, em francês.

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seguida adicionei que o futuro poderia dar-me a razão em alguns aspectos e, nem ele nem eu,

pensamos em interromper nossa colaboração por causa dessas diferenças relativas ao método e

à teoria; mas no que concerne aos princípios básicos mais importantes da psicanálise, estamos

totalmente de acordo.

Desde um certo ponto de vista, Freud é efetivamente ortodoxo. Criou obras que, há

vários decênios, permanecem inalteráveis, intactas, como cristalizadas. “A interpretação dos

sonhos”, por exemplo, é uma joia tão finamente polida, tão perfeitamente coerente tanto no

fundo como na forma, que resistem a todas as vicissitudes do tempo e da libido, de maneira que

a crítica apenas se atreve a dirigir. Agradecemos ao destino a sorte de poder trabalhar com esse

espírito superior e, digamo-lo bem alto, com esse espírito liberal. Esperemos que seu

sexagésimo quinto aniversário, lhe suponha o restabelecimento de suas forças físicas e a

manutenção de seu espírito juvenil.

E agora me referirei ao tema de minha exposição. Ao largo dos últimos anos alguns

dados experimentais da psicanálise se agruparam em torno de determinadas ideias de maneira

que tive que atenuar consideravelmente a oposição tão grande, até agora, entre a análise infantil

e a análise de adulto.

Os primeiros passos da análise infantil se devem a membros dessa Associação.

Deixando de lado o ensaio precursor de Freud, foi a analista vienense senhora von Hugh

Hellmuth, que se ocupou metodicamente da análise das crianças. A ela devemos a ideia de

começar a análise infantil como uma espécie de brincadeira. Ela, e mais tarde Melanie Klein,

se viram obrigadas, ao querer tratar às crianças mediante a psicanálise, a aportar modificações

substanciais na técnica de análise dos adultos, sobretudo no sentido de atenuar o rigor técnico

habitual. Todo mundo conhece e aprecia os trabalhos sistemáticos de nossa colega Anna Freud

sobre o tema, assim como os procedimentos magistrais inventados por Aixchhorn para captar

as crianças mais difíceis. No que me concerne, não tive muitos contatos com crianças na

psicanálise e agora estou surpreso ao esbarrar com esse problema por um caminho distinto.

Como cheguei a ele? Antes de responder a essa questão, vou comunicar-lhes em breves palavras

uma particularidade sobre a orientação de meu trabalho. Ao ter uma espécie de fé fanática nas

possibilidades de êxito da psicologia das profundidades, considerei os fracassos eventuais mais

como uma consequência de minha escassa habilidade que como fruto da “incurabilidade”,

hipótese que me conduziu necessariamente a modificar a técnica naqueles casos difíceis que

resultavam impossíveis de prosseguir com a técnica habitual.

Relutantemente resolvi abandonar os casos mais resistentes e me converti pouco a pouco

em especialista de casos particularmente difíceis, dos quais agora me ocupo depois de muitos

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anos de exercícios. Fórmulas tais como “a resistência do paciente é insuperável” ou “o

narcisismo não permite aprofundar mais esse caso” ou inclusive a resignação fatalista frente ao

aparente estancamento de um caso, já não são admissíveis para mim. Penso que enquanto o

paciente volta, não se rompe o fio de esperança. Devia, pois, colocar sempre a mesma questão:

é a resistência do paciente que provoca o fracasso ou se trata mais bem de que nossa comodidade

se resiste a adaptar-se às particularidades da pessoa, no plano da aplicação do método? Nos

casos aparentemente estancados nos quais a análise não aportou nem perspectivas novas nem

progressos terapêuticos desde há algum tempo, creio detectar que o que chamamos associação

livre continua sendo uma seleção consciente de pensamentos e, por isso, induzi aos paciente a

um “relaxamento” mais profundo, a um abandono maior às impressões, tendências e emoções

interiores que surgem espontaneamente. Desse modo, quanto mais livre era a associação, mais

diretas ou infantis eram as palavras e as demais manifestações do paciente; com grande

frequência se mesclavam com os pensamentos e com as representações imaginadas, ligeiros

movimentos de expressão, inclusive, às vezes, “sintomas passageiros”, que então se submetiam,

como os demais, à análise. A espera fria e muda, assim como a ausência de reação do analista,

pareciam jogar, frequentemente, o papel de uma perturbação da liberdade associativa. Enquanto

o paciente se acha disposto a confiar tudo abandona-se realmente, a manifestar tudo o que passa

nele se, repentinamente de seu estado, como em um sobressalto e se, lamenta de que lhe é

impossível tomar a sério seus movimentos interiores quando me sente tranquilamente encostado

atrás dele, fumando e reagindo com a maior indiferença com a pergunta estereotipada: “Que

lhe vem à mente a respeito disso?”. Assim que pensei que deviam existir meios para eliminar

essa perturbação das associações e poder proporcionar ao paciente a ocasião de desenvolver

com amplitude sua tendência à repetição, tendência que trata de abrir caminho. Mas não

necessitei de muito tempo para receber de meus próprios pacientes os primeiros ânimos

enquanto à maneira de chegar a esse resultado. Eis aqui um exemplo: um paciente em plenitude

de vida decide, depois de superar fortes resistências, sobretudo uma intensa desconfiança, fazer

reviver os sucessos de sua primeira infância. Eu já sei, graças ao esclarecimento analítico de

seu passado que nas cenas revividas me identifica com seu avô. De golpe, em meio a seu relato,

me passa o braço ao redor do pescoço e canta em minha orelha: “Diz-me, avô, temo que vou

ter uma criança...”. Então me sobrevém a feliz ideia, creio, de não dizer nada sobre essa

transferência e de responder-lhe com outra pergunta no mesmo tom de confidência: “Sim, por

que pensas isso?” Como vem, me deixar arrastar a uma brincadeira que poderia chamar-se

brincadeira de perguntas e respostas, muito análogo aos processos que nos narram os analistas

de crianças faz com que essa pequena mudança resulte bem. Mas não creiam que nesse jogo

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seja possível levantar uma questão qualquer. Se minha pergunta não é suficientemente simples,

se não está adaptada à inteligência de uma criança, o diálogo se rompe rapidamente, de modo

que mais de um paciente me disse claramente que havia sido pouco oportuno e que havia

estragado o jogo. Às vezes tive que introduzir em minhas perguntas e respostas elementos dos

quais a criança naquela época não tinha conhecimento. Quando tentava interpretações em

excesso ou científicas encontrava uma repressão ainda mais enérgica. É inútil que lhes diga que

a primeira reação frente a tais incidentes era um acesso de indignação autoritária. De momento,

me sentia ferido pela pretensão do paciente ou do aluno, de saber as coisas melhor que eu, mas

afortunadamente acudia em seguida a mim o pensamento de que ele devia conhecer suas

próprias coisas melhor que eu. Então reconheci que podia cometer erros e que isso não

significava perda de autoridade, senão o aumento da confiança em mim do paciente. Dito de

passagem, alguns pacientes se indignavam ao ouvir-me qualificar aquele procedimento de

brincadeira. Era um signo, diziam, que não tomava a coisa a sério. Nisso havia algo de certo;

prontamente teria que confessar, a mim mesmo e ao paciente, que tais brincadeiras ocultavam

grande parte da realidade infantil. Me convenci quando, a partir desses procedimentos mais ou

menos lúdicos, alguns pacientes começaram a cair em uma espécie de transe alucinatório,

durante o qual colocavam diante de mim sucessos traumáticos nos quais a recordação

inconsciente ficava também dissimulada atrás das palavras lúdicas. Desde o começo de minha

carreira analítica havia realizado observações semelhantes. Um paciente começava

repentinamente, em meio ao diálogo, a desenvolver uma cena em uma espécie de estado

crepuscular histérico. Então sacudia o ombro com energia, convidando-o a que dissesse por fim

o que estava tentando dizer. Ajudado por esse ânimo, o paciente recuperava através de minha

pessoa o contato com o mundo exterior e podia comunicar-me algumas coisas sobre seus

conflitos latentes com frases intangíveis em vez da linguagem gestual da histeria.

Como veem, senhoras e senhores, utilizei em meu método a mudança técnica da “análise

pela brincadeira” com o pressuposto, fundado em toda uma série de observações de que não há

que considerar-se satisfeita nenhuma análise que não haja conseguido a reprodução real dos

processos traumáticos da repressão originária, sobre a qual repousa ao final das contas, a

formação do caráter e dos sintomas. Se consideram que, segundo nossas atuais experiências e

hipóteses, a maioria dos choques patógenos remontam à infância, não se surpreenderão ao ver

o paciente que tenta atribuir seu repentino mal-estar à etapa infantil. Surgem nesse momento

algumas questões importantes que devo levantar: Se ganha algo empurrando o paciente a um

estado infantil e permitindo-lhe atuar livremente nele? Se realizou desse modo um trabalho na

clínica? Não se reforça assim a reprovação que frequentemente se nos faz em torno a que a

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análise induz as pessoas a desencadear seus impulsos, sem nenhum controle, o que provoca

simplesmente crises histéricas que também podem aparecer bruscamente, sem ajuda analítica,

sob o efeito de causas exteriores, sem aportar à gente mais que um alívio passageiro? Em geral,

até onde pode levar-se uma brincadeira infantil desse tipo? Há critérios para saber até onde

pode chegar a relaxação infantil e onde deve começar a frustração educativa? Naturalmente, o

trabalho analítico não se desenvolve tão somente com a reativação do estado infantil e a

reprodução dos traumas. O material lúdico utilizado ou repetido de qualquer outra forma, deve

ser submetido a uma investigação analítica profunda. Freud tem razão ao ensinar-nos que a

análise supõe uma vitória quando consegue recolocar a atuação pela rememoração; mas penso

também que é vantajoso suscitar um material ativo importante, que logo pode ser transformado

em rememoração. A princípio, também estou contra as explosões incontroladas, mas penso que

é útil descobrir, do modo mais amplo possível, as tendências a ação, ocultas, antes de passar ao

trabalho de pensamento, assim como à educação que vai junto com ele. Nada pode deter a um

ladrão antes de havê-lo capturado. Por tanto, não creiam que minhas análises, que as vezes

transformo em uma brincadeira infantil, sejam muito diferentes das praticadas até agora. As

sessões começam, como de costume, por pensamentos que provêm das capas psíquicas

superficiais, muito preocupadas como sempre com os acontecimentos da véspera, logo aparece

eventualmente uma análise do sonho, “normal”, que pode converter-se facilmente em infantil

ou ativo. Mas nunca deixo transcorrer uma sessão sem analisar a fundo o material ativo: claro

está que utilizando plenamente tudo o que sabemos sobre a transferência, a resistência e a

metapsicologia da formação do sintoma e fazendo consciente ao paciente esse material.

Enquanto a segunda questão, isto é, até onde pode chegar a ação na brincadeira infantil,

pode responder-se do seguinte modo: também o adulto deveria ter direito a conduzir-se na

análise com uma criança difícil, isto é, desatada; mas quando cai no erro que nos reprova

frequentemente, quando abandona seu papel durante a brincadeira e trata de viver a realidade

infantil no marco das ações de um adulto, há que dizer-lhe que está falseando a brincadeira; há

que chegar, ainda que custe, a atuar de maneira que limite o infantil ao modo e ao alcance de

sua atitude. A esse respeito, quisera formular a hipótese de que os elementos de expressão

emocional da criança, basicamente libidinosos, se remontam no fundo à terna relação mãe-filho

e que nos elementos de malícia, de arrebato passional e de perversão são muito frequentemente

consequências de um trato desprovido de tato por parte do entorno. A análise sai beneficiada

quando o analista consegue, graças a paciência, uma compreensão, uma benevolência e uma

amabilidade quase ilimitadas, sair ao encontro do paciente. Dessa forma se cria uma reserva

graças à qual pode lutar-se até o final na elaboração dos conflitos inevitáveis com maiores ou

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menores extensões de prazo e pode aparecer a perspectiva de uma reconciliação. O paciente

captará nosso comportamento em contraste com os sucessos de sua vida familiar e como se

sabe protegido agora da repetição, tentará arrojar-se à reprodução do passado desagradável.

Tudo o que ocorre, então, nos recorda vivamente as referências dos analistas de crianças. Por

exemplo, ocorre que o paciente, recordando uma falta, nos foge bruscamente das mãos e nos

suplica que não o peguemos. Muito frequentemente os enfermos tratam de provocar nossa

suposta maldade, oculta, com malícia, seus sarcasmos, seu cinismo, alguma descortesia e,

inclusive, caretas ofensivas. Não há nenhuma vantagem em jogar o homem sempre bom e

indulgente em tais condições e é mais acertado mostrar que o comportamento do paciente nos

desagrada, mas que devemos dominar-nos sabendo que, se adota o papel de mal, será por

alguma razão. Se aprendem assim muitas coisas sobre a falta de sinceridade e hipocrisia que o

paciente teve que observar frequentemente em seu entorno, sobre sua forma de aparência ou de

pretensão de amor, enquanto dissimulava suas críticas contra todos e mais tarde, tambémm

contra si mesmo.

Não é raro que os pacientes nos aportem, frequentemente em meio às suas associações,

pequenas histórias compostas por eles, incluindo poemas ou versos rimados; às vezes pedem

um giz para obsequiar-nos com um desenho, em geral muito ingênuo. Naturalmente, os deixo

fazer e tomo esses impulsos como ponto de partida para outras formações fantasiosas que mais

tarde serão submetidas à análise. Não evoca isso um fragmento de análise infantil?

Permitam-me reconhecer nessa ocasião um erro tático cuja reparação tem me ajudado a

compreender melhor um tema de fundamental importância. Penso aqui no tema de até que ponto

o que fiz com meus pacientes entra dentro do campo da sugestão ou da hipnose. Nossa colega

Elizabeth Severn, que se acha em análise didática comigo, me fez advertir um dia, no curso de

uma discussão, que minhas perguntas e respostas perturbavam às vezes a espontaneidade da

produção fantasiosa. Eu devia limitar minha ajuda, no relativo a essa produção fantasiosa, a

incitar às escassas forças do paciente a prosseguir o trabalho, a superar as inibições devidas à

angústia e a outras coisas, pelo estilo. Resultam melhor minhas incitações quando tomam a

forma de perguntas simples ao invés de afirmações, o que obriga o analisando a prosseguir o

trabalho por seus próprios meios. A formulação teórica que deriva disso e à qual devo tantas

compreensões novas, é que a sugestão, que alguém pode permitir-se inclusive na análise, deve

ser um ânimo geral mais que uma orientação particular. Creio que há uma grande diferença com

as sugestões habituais praticadas pelos psicoterapeutas; na realidade se trata simplesmente de

um reforçamento dos slogans inevitáveis da análise: “agora deite-se, deixe fluir livremente seus

pensamentos e diga tudo o que lhe venha à mente”. Inclusive o jogo das fantasias é somente

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uma ajuda desse tipo, ainda que mais pronunciada. No que concerne à hipnose, pode responder-

se do mesmo modo. Durante toda associação livre, os elementos de estase e de esquecimento

de si são inevitáveis; contudo a incitação a ir mais longe e mais profundamente conduz às vezes,

comigo muito frequentemente, o confesso honestamente, à aparição de uma estase mais

profunda: quando toma um aspecto por assim dizer alucinatório, se lhe pode chamar, se si

deseja, auto hipnose, meus paciente o chamam frequentemente um estado de transe. É

importante não abusar desse estado para impregnar o psiquismo sem resistência do paciente das

teorias e formações fantasiosas próprias do analista, convém utilizar mais essa influência para

aumentar no paciente a atitude de elaborar suas próprias produções. Usando um giro, não muito

elegante, poderia dizer-se que a análise deve “introsugerir” ou “introhipnotizar” coisas no

paciente, pelo contrário “exosugerir” ou “exohipnotizar” está não somente permitido, senão que

é útil. Aqui se abre uma perspectiva muito importante desde o ponto de vista pedagógico sobre

o caminho a seguir na educação racional das crianças. É inegável que as crianças são

influenciáveis, que tendem a apoiar-se sem resistência sobre alguém “grande”, em seus

momentos de debilidade e que existe um elemento de hipnose na relação entre as crianças e o

adulto e há que acomodar-se a essa realidade. Assim que o grande poder que os adultos tem

frente às crianças, em vez de utilizar-se sempre, como se faz frequentemente, para imprimir

nossas rígidas regras no psiquismo maleável da criança, poderia ser utilizado para educá-los

com maior independência e com maior sentido de responsabilidade.

Se na situação analítica o paciente se sente ferido, decepcionado ou abandonado, pode

colocar-se a brincar consigo mesmo, como faz uma criança esquecida. Se tem a impressão de

que o abandono entranha uma divisão da personalidade. Uma parte de sua própria personalidade

começa a jogar o papel da mãe ou do pai com a outra parte e dessa maneira converte em nulo e

em não aceito o aludido abandono. O curioso nesse jogo não é somente que certas partes do

corpo como a mão, os dedos, os pés, os órgãos genitais, a cabeça, o nariz, os olhos se

transformam em representantes de toda a pessoa e em cena sobre a qual todas as peripécias da

própria tragédia aparecem e são convidadas a reconciliarem-se, senão que também se adquire

uma visão geral do processo do que chamei auto separação narcisista na própria esfera psíquica.

Alguns ficam surpresos pelo importante número de percepções auto simbólicas próprias ou de

psicologia inconsciente, que emergem nas produções fantasiosas dos analisados, como ocorre

nas das crianças. Se me contavam pequenos contos nos quais algum animal mal tratava de

destruir, a dentadas e a golpes, uma medusa, mas não podia fazer presa nela pois a medusa

esquivava todos os golpes e todas as mordidas graças a sua maleabilidade, para voltar a adquirir

prontamente sua forma de bola. Essa história pode ser interpretada de duas maneiras: por uma

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parte expressa a resistência passiva que o paciente opõe à agressões do mundo exterior e de

outra representa a divisão da pessoa em uma parte sensível, brutalmente destruída e em outra

que sabe tudo, mas que de alguma maneira não sente nada. Esse processo primário de repressão

fica ainda mais claramente expresso nas fantasias e sonhos nos quais a cabeça, isto é, o órgão

do pensamento, separada do resto do corpo, caminha sobre seus próprios pés e não está

vinculada ao resto do corpo mais do que por um fio, sendo todos esses elementos os que pedem

uma explicação, não somente histórica, senão também auto simbólica.

Enquanto a significação metapsicológica de todos esses processos de divisão não quero

estender-me mais por agora. Se pude comunicar-lhes meu sentimento de que na realidade temos

que aprender muito de nossos enfermos, de nossos discípulos e, por suposto, também das

crianças, me sentirei satisfeito.

Há muitos anos apresentei uma breve comunicação sobre a relativa frequência de um

sonho típico ao qual chamava “o sonho do bebê sadio”. São sonhos nos quais uma criança

recém-nascida ou um bebê em seu berço, começam a falar dando sábios conselhos aos pais ou

a outros adultos. Em um dos meus casos, a inteligência da criança se comportava, nas fantasias

da análise, como uma pessoa à parte, que tinha por missão prestar rapidamente auxílio a uma

criança mortalmente ferida. “Depressa, depressa, que devo fazer? Feriram meu filho! Não há

nada que possa ajudá-lo? Mas olhem, perde todo seu sangue! E quase não respira! Tenho que

curar eu mesmo a ferida. Vamos, filho meu, respira profundamente, se não, vais morrer. O

coração se detém! Se morre, morre!...” As associações que estavam vinculadas à análise de um

sonho cessarão e o paciente, afetado de opistótono, fará uns movimentos como para proteger

seu baixo ventre. Mediante ânimos e perguntas, que descrevi anteriormente, consegui

estabelecer o contato com o enfermo que se achava no estado quase comatoso e o obriguei a

falar de um traumatismo sexual sofrido em sua primeira infância. Quisera fundamentalmente

subtrair aqui a luz lançada por essa observação e por outras semelhantes, sobre a gênese da auto

separação narcisista. Ocorre como se, sob a pressão de um perigo iminente, um fragmento de

nós mesmos se separa em forma de instância auto perceptiva querendo vir em nossa ajuda e

isso possivelmente desde a primeira infância. Todos sabemos que as crianças que sofreram

muito, moral e fisicamente, adquirem traços fisionômicos próprios da gente adulta e com

experiência. Tem igualmente tendência a tratar maternalmente aos demais; dessa maneira, aos

demais, seus conhecimentos penosamente adquiridos pelo tratamento recebido e se convertem

em gente boa e disposta a ajudar. Todos não chegam tão longe no domínio de sua própria dor e

alguns ficam fixados na auto-observação e na hipocondria.

Mas é inegável que a reunião de forças da análise e da observação das crianças não se

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acham, também ali, ante tarefas colossais, ante interrogações às quais nos levam essencialmente

aos pontos de contato entre as análises infantis e de adultos.

Pode afirmar-se com justiça que o método que emprego com meus analisandos consiste

em “mimá-los”. Sacrificando toda consideração enquanto ao próprio conforto, se cede todo o

possível aos desejos e impulsos afetivos. Se prolonga a sessão analítica o tempo necessário para

poder desenvolver as emoções suscitadas pelo material descoberto; não se deixa o paciente ir

até haver resolvido, no sentido de uma conciliação, os conflitos inevitáveis na situação analítica,

esclarecendo os mal-entendidos e remontando-se às vivências infantis. Se procede, de certo

modo, como uma mãe amorosa que não se acostumará sem haver discutido a fundo, com seu

filho, todos os medos, intenções hostis, desejos e problemas de consciência que ficaram em

suspenso. Através desse meio deixamos o paciente submergir em todos os estádios precoces do

amor objetal passivo nos quais, a base de frases musicadas, igual a uma criança a ponto de

dormir, nos permite entrever seu universo onírico. Mas essa relação amorosa não pode durar

eternamente, nem sequer na análise. L´appétit vient en mangeant.2 O paciente que tornou-se

criança se mostra cada vez mais exigente, retarda progressivamente a aparição da reconciliação

para evitar achar-se sozinho, para escapar ao sentimento de não ser amado; ou melhor, busca

provocar uma situação de união por nossa parte à base de ameaças cada vez mais perigosas.

Naturalmente, quanto maior intensidade tenha a situação de transferência, maior será o efeito

traumático do momento em que alguém se vê obrigado a pôr fim a tais transbordamentos. O

paciente se instala, então, na situação de frustração que tão bem conhecemos e que reproduz,

em princípio, a partir do passado, a raiva impotente e a paralisia que dela se deriva, sendo

precisos muitos esforços, muita compreensão e muito tato, para conseguir a reconciliação em

tais condições, de modo contrário à alienação que persistia durante a infância. Isso nos permite

entrever o que constitui o mecanismo da traumatogénesis: primeiro a paralisia completa de

qualquer espontaneidade, logo depois de todo trabalho mental, até dos estados semelhantes às

situações de choque ou de coma no âmbito físico e, depois, a instauração de uma nova situação

– deslocada – de equilíbrio. Se conseguimos estabelecer o contato, nesses estádios,

advertiremos que a criança, que se sente abandonada, perde todo o prazer de viver ou, como

poderíamos dizer com Freud, volta a situação agressiva contra sua própria pessoa. Isso chega

tão longe que o paciente começa a sentir-se como em transe de ir-se ou de morrer; o rosto se

torna pálido e aparecem estados próximos ao desvanecimento, assim como um incremento geral

do tônus muscular, podendo chegar-se até a opistótonos. O que está se desenvolvendo diante

2 O apetite vem com o comer.

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de nossa vista é a reprodução da agonia psíquica e física que entranha uma dor incompreensível

e insuportável. Advirto de passagem que esses pacientes “moribundos” proporcionam também

interessantes formações sobre o mais além e a natureza do ser por trás da morte, mas a avaliação

psicológica desses elementos nos levaria muito longe. Conversando com meu colega o doutor

Rickman, de Londres, a respeito desses surpreendentes fenômenos, me perguntou se tinha

medicamentos ao alcance das mãos para intervir no caso necessário e salvar a vida do paciente.

Pude dar-lhe uma resposta afirmativa, ainda que não tive que usá-los nunca até agora. Com

palavras suaves e cheias de tato, reforçadas mediante uma pressão estimulante da mão e quando

essa seja suficiente, com uma carícia amistosa na cabeça, se reduz a reação a um nível em que

o paciente se torna novamente acessível. O paciente nos relata então as ações e reações

inadequadas dos adultos, frente às suas manifestações por ocasião dos choques traumáticos

infantis, em oposição a nossa maneira de atuar. O pior é a desatenção, o afirmar que não

aconteceu nada, que não houve ninguém lá ou, inclusive, ser golpeado ou zombado quando se

manifesta a paralisia traumática do pensamento ou dos movimentos, isso é fundamentalmente

o que faz o traumatismo patógeno. Inclusive tenho a impressão de que esses choques graves

são superados, sem amnésia nem consequências neuróticas, se a mãe está presente com toda

sua compreensão e sua ternura e, o que é mais raro, com uma total sinceridade.

Me faço essa objeção: é necessário o paciente dormir primeiro? e colocá-lo no berço na

ilusão de uma segurança ilimitada, para fazê-lo viver em seguida um traumatismo muito mais

doloroso? Direi, em desculpa minha, que nunca provoquei intencionadamente esse processo e

que já se desenvolveu em consequência da minha tentativa, a mim aparentemente legítima, de

reforçar a liberdade de associação; tenho bastante respeito pelas reações que surgem

espontaneamente, as deixo aparecer sem intervir, pois suponho que manifestam tendências à

reprodução que não há que impedir, senão que deve favorecer-se seu desenvolvimento antes de

tratar de dominá-la. Deixo que os pedagogos decidam até que ponto esse tipo de experiências

aparecem também na educação normal das crianças.

Posso dizer, sem temor, que o comportamento do paciente, ao despertar desse estado de

alienação traumática infantil, é extremamente surpreendente e altamente significativo. Ali

vemos iniciar-se formalmente a criação dos laços de predileção dos sintomas que surgem por

ocasião dos choques ulteriores. Uma paciente, por exemplo, apresenta no momento da

convulsão traumática um afluxo de sangue intenso na cabeça, de maneira que seu rosto se torna

totalmente azul; desperta como se houvesse tido um sonho, ignora o que ocorreu e não

reconhece a causa de tal sucesso, simplesmente sente dor em sua cabeça, um sintoma que é

habitual para ela, mas agora com muito mais intensidade. Nós acharemos por trás a pista de

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processos fisiológicos que realizam o deslocamento histérico de um movimento emocional

puramente psíquico sobre um órgão do corpo? Podia citar-lhes facilmente vários exemplos

análogos, mas bastarão alguns poucos. Um paciente abandonado por seu pai e por sua mãe, e

até poderia dizer que pelos deuses, exposto aos mais intensos sofrimentos psíquicos e físicos,

desperta de um coma traumático com uma mão insensível e uma palidez cadavérica; ao mais,

deixando de lado a amnésia, está relativamente em calma e quase disposto a recomeçar o

trabalho. Não tem sido difícil surpreender, em flagrante delito por assim dizer, o deslocamento

de todos os seus sofrimento, inclusive da morte, sobre uma só parte do corpo: a mão, de uma

palidez cadavérica, representava toda a pessoa e o fim de seu combate na insensibilidade e na

morte iminente. Outro paciente, por trás de haver produzido o traumatismo, se pôs a mancar: o

dedo coração de um de seus pés havia se tornado coxo, o que obrigava o paciente a prestar uma

atenção consciente a cada um de seus passos. Deixando de lado a significação sexual do dedo

coração, expressava com seu comportamento a advertência que fazia a si mesmo: tenha

precaução antes de dar um passo, para que não te aconteça de novo o mesmo. O paciente, que

falava inglês, completou minha interpretação dessa maneira: “Você quer dizer possivelmente

que eu ilustro a expressão inglesa: watch your step3”.

Se faço uma pausa e imagino as palavras que meus ouvintes tem na ponta da língua, me

parece ouvir por todas as parte a seguinte pergunta: Pode chamar-se psicanálise ao que ocorre

nas análises infantis com adultos? Na realidade vocês falam quase somente de explosões

afetivas, de reproduções vivas, quase alucinatórias, de cenas traumáticas, de espasmos e de

parestesias, que podem qualificar-se com segurança de crises histéricas. Onde fica, então, a fina

análise econômica, tópica, dinâmica, a reconstrução da sintomatologia, a busca dos empregos

variáveis da energia do Ego e do Super-Ego que caracterizam a análise moderna?

Em minha exposição me limitei efetivamente a estimar quase exclusivamente o fator

traumático, o que, por suposição, não ocorre em minha análise. Durante meses e às vezes anos

minhas análises se desenvolvem ao nível de conflitos entre as energias intrapsíquicas. Com os

neuróticos obsessivos, por exemplo, faz falta frequentemente um ano ou inclusive mais, para

que o emocional possa acessar a palavra; o que o paciente e eu podemos fazer, utilizando o

material aparecido, é buscar em nível intelectual as causas que determinaram as medidas

preventivas, a ambivalência da atitude afetiva e da maneira de atuar, os móveis do auto castigo

masoquista, etc. Mas, segundo minha experiência, ocorre antes ou depois, melhor, depois, um

afundamento da superestrutura intelectual e uma perfuração brutal da infraestrutura que é

3 Veja onde pisa.

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sempre primitiva e intensamente emocional e somente então começa a repetição e a nova

liquidação do conflito original entre o Ego e o mundo exterior, tal como se desenvolveu

provavelmente durante a infância. Não esqueçamos que as reações da criança ante o desagrado

são sempre, ao princípio, de natureza corporal; somente mais tarde a criança aprende a dominar

seus movimentos expressivos, que são os modelos de qualquer sintoma histérico. Convém

portanto dar a razão aos neurologistas quando afirmam que o homem moderno produz

vagamente histerias manifestas, como as que eram descritas faz algumas dezenas de anos,

quando se considerava bastante estendidas. Parece que o progresso da civilização fez as

neuroses mais civilizadas e mais adultas, mas creio que com paciência e perseverança podem

também desmantelar-se os mecanismos puramente intrapsíquicos, solidamente construídos,

retornando-os ao estádio do traumatismo infantil.

Outra questão espinhosa que não se tardará a levantar afeta aos resultados terapêuticos.

Vocês compreendem perfeitamente que por agora me guardo muito bem de pronunciar-me, de

forma decisiva, a esse respeito. Mas devo reconhecer duas coisas: a esperança que eu

alimentava de abreviar substancialmente a análise, mediante o relaxamento e a catarse, não se

cumpriu até agora e a dificuldade do trabalho para o analista se havia visto substancialmente

aumentada. Mas creio que resultou muito favorecida e ainda espero que seja mais, a

profundidade de nossa compreensão do funcionamento do psiquismo humano, são ou enfermo,

e a esperança justificada de que o resultado terapêutico, que repousa sobre bases mais

profundas, na medida que existe, tem mais possibilidade de manter-se.

E agora, para acabar, uma questão importante desde o ponto de vista prático. Podem e

devem as análises didáticas alcançar também essa capa infantil profunda? Tendo em conta o

caráter ilimitado no tempo de minhas análises, isso conduz a dificuldades práticas

consideráveis; contudo creio que quem tenha a ambição de compreender e de ajudar ao outro

não deve retroceder ante esse grande sacrifício. Inclusive aqueles que são analisados por razões

puramente profissionais devem voltar-se um pouco histéricos, ou seja, um pouco enfermos,

durante sua análise e, então, se vê que a formação do caráter deve considerar-se como um efeito

distante de importantes traumatismos infantis. Mas creio que o resultado catártico dessa

incursão na neurose e na infância tem, por último, efeito revigorante: se é levada até o final não

pode prejudicar em nenhum caso. De qualquer modo o procedimento é muito menos perigoso

do que as tentativas heroicas de muitos colegas que estudaram as infecções e os

envenenamentos sobre seus próprios corpos.

Senhoras e senhores, se as ideias e os pontos de vista que hoje lhes comuniquei chegam

a ser um dia aceitos, haverá que repartir honestamente o mérito entre meus pacientes, meus

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colegas e eu. E também, naturalmente, com os analistas infantis dos quais acabo de falar; me

sentirei exitoso se consegui assentar as bases de uma colaboração mais intima com eles.

Não estranharei se essa conferência, como algumas das que publiquei nos últimos anos,

lhes deixa a impressão de uma certa ingenuidade enquanto a meus pontos de vista. Que alguém,

por trás de vinte e cinco anos de trabalho analítico, comece repentinamente a surpreender-se

ante o fato do traumatismo psíquico, pode parecer-lhes tão estranho como aquele engenheiro

conhecido meu que, havendo jubilado depois de cinquenta anos de serviço, ia todos os dias a

estação admirar a partida do trem e exclamar uma e outra vez: “Que maravilhosa invenção a da

locomotiva!” É possível que haja recuperado essa tendência ou essa capacidade de considerar

ingenuamente o familiar, a partir de nosso professor o qual, em uma de nossas conversações de

veraneio, inesquecíveis para mim, me surpreendeu uma manhã como essa frase: “Veja,

Ferenczi, o sonho é verdadeiramente uma realização do desejo!”, e me contou seu último sonho

que, efetivamente, era uma surpreendente confirmação de sua genial teoria dos sonhos. Espero,

senhoras e senhores, que não reprimirão imediatamente tudo o que acabo de dizer-lhes, senão

que reservariam seu juízo até que hajam adquirido experiência nas mesmas condições. Em

qualquer caso lhes agradeço a amistosa paciência com a qual escutaram minhas considerações.