05/02/2016 mulheres possíveis

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Mulheres Possíveis Falamos sobre empoderamento feminino e mulheres na liderança. Acreditamos que podemos muito mais do que já somos. Nossa missão é buscar histórias inspiradoras para influenciar, encorajar e motivar outras mulheres a fazerem mais por elas e por uma sociedade mais justa. Empoderamento através da arte do grafite Ela já foi eleita pela revista Newsweek uma das 150 mulheres mais influentes do mundo. E suas iniciativas já renderam prêmios nacionais e internacionais. A arte desta brasileira do subúrbio carioca já coloriu a Alemanha, Canadá, Estados Unidos, África do Sul, França entre outros Países. Grafiteira, artista plástica, feminista, provocadora. Panmela Castro foi vítima de violência doméstica e resolveu usar a sua história para ajudar outras mulheres. É através das cores do spray que ela mostra o que pensa e como se sente sobre temas sociais e tabus relacionados ao Universo Feminino. Para Panmela, o grafite também é ferramenta de empoderamento. Em 2010 fundou o coletivo Rede Nami e ensina a grafitagem à mulheres e adolescentes. Veja o que ela disse pra gente: MP: Suas obras estão expostas em diversos países. O que o Brasil ainda tem a aprender com as outras culturas, no que diz respeito ao machismo e a à igualdade de gêneros? Panmela: Ter a oportunidade de vivenciar outras culturas foi essencial para meu crescimento pessoal em entender as construções da sociedade em cada canto e respeitar o outro a partir deste entendimento. Nesta jornada eu percebi que o problema relacionado à equidade de gênero se dá em todos os países, porém em diferentes graus. No Brasil,

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Mulheres Possíveis

Falamos sobre empoderamento feminino e mulheres na liderança. Acreditamos quepodemos muito mais do que já somos. Nossa missão é buscar histórias inspiradoraspara influenciar, encorajar e motivar outras mulheres a fazerem mais por elas e poruma sociedade mais justa.

Empoderamento através da arte do grafite

Ela já foi eleita pela revista Newsweek uma das 150 mulheres mais influentes do mundo. E suas iniciativas já renderam prêmiosnacionais e internacionais.

A arte desta brasileira do subúrbio carioca já coloriu a Alemanha, Canadá, Estados Unidos, África do Sul, França entre outrosPaíses.

Grafiteira, artista plástica, feminista, provocadora. Panmela Castro foi vítima de violência doméstica e resolveu usar a sua históriapara ajudar outras mulheres. É através das cores do spray que ela mostra o que pensa e como se sente sobre temas sociais e tabusrelacionados ao Universo Feminino.

Para Panmela, o grafite também é ferramenta de empoderamento. Em 2010 fundou o coletivo Rede Nami e ensina a grafitagem àmulheres e adolescentes.

Veja o que ela disse pra gente:

MP: Suas obras estão expostas em diversos países. O que o Brasil ainda tem a aprender com as outras culturas, no que dizrespeito ao machismo e a à igualdade de gêneros?Panmela: Ter a oportunidade de vivenciar outras culturas foi essencial para meu crescimento pessoal em entender as construçõesda sociedade em cada canto e respeitar o outro a partir deste entendimento. Nesta jornada eu percebi que o problema relacionado

à equidade de gênero se dá em todos os países, porém em diferentes graus. No Brasil,

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à equidade de gênero se dá em todos os países, porém em diferentes graus. No Brasil,uma mulher é agredida a cada cinco minutos como resultado do machismo, mas ainda hápaíses em que para vc dirigir um carro ou trabalhar, ainda é preciso pedir autorização aum homem que é responsável por vc, seja ele marido, pai ou outro familiar. Em outros, oestupro é concebido até como correção para mulheres “com desvio de conduta”. Então euprefiro, de forma esperançosa, pensar que estamos caminhando para um país maisigualitário a ficar comparando nossa realidade com outros países em que a mulher possuiuma maior autonomia, pois sei que para uma mulher há países muito piores para seviver do que este nosso. Acho que não devemos lamentar, mas sim promover ações quepossam nos dar soberania.MP:  A educação que você teve em casa te limitou ou te facilitou na sua vida adulta comomulher? Você precisou fazer muita coisa diferente?Panmela: Minha mãe diz que me criou “para não depender de homem algum”. Sempreestimulou meus estudos e minha carreira para que eu fosse uma mulher emancipada.Mas sua obsessão pelo meu triunfo sempre foi algo que acabou me oprimindo, porquefui criada em uma bolha onde monitoravam todas as minhas escolhas e era criticada detodas as formas quando não seguia os desejos da família. Uma super proteção que melimitou e até impossibilitou nas primeiras experiências diante do mundo, tão normaispara qualquer criança/adolescente. Foi apenas na vida adulta que pude gozar de minha

liberdade de fato. Acho que isso faz parte daquele velho pensamento sobre nós mulheres não sermos capazes de fazer nossaspróprias escolhas e administrarmos nossa vida. Desta percepção surgiu a minha série Eva, aquela mulher não confiável em quenão podemos deixar decidir sobre si.

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MP: Ainda sobre sua série “Eva – O corpo feminino como tabu e ponte para a transgressão”. Por que o corpo feminino é sempremotivo de tabu, polêmica e controvérsias?Panmela: Uma das exposições realizadas por mim em 2015 se chamou Eva. O corpo feminino sempre foi espaço de controle parafim de organização de nossa sociedade, que é patriarcal e que por isso o propõe como objeto. Parte das construções criadas emfavor do controle sofrem influência das interdições, já que são estas que orientarão a forma na qual os seres desenvolvem suasatividades em coletivo. Exatamente por ser um espaço sob influência dos interditos, que o corpo se torna também espaço paratransgressão. As vadias de hoje são as bruxas de ontem, massacradas pelo olhar do outro, temidas e queimadas. Assim tambémfoi Eva. Todas transgressoras, todas heroínas. Foram estas mulheres transgressoras que nos possibilitaram que hoje possamos terum mínimo de poder de decisão e ocupação dos espaços.MP: Vi uma reportagem sua no Huffington Post e você falava que precisamos mudar o que entendemos sobre ser mulher em todoo mundo. Como você entende o que é ser mulher?Panmela: Ser mulher é uma construção social, uma invenção. Desde cedo somos treinadas para pensarmos e nos portarmos comomulheres, não é algo biológico. Há quem pense – como eu – em uma sociedade onde o binarismo de gênero não exista. Que aspessoas possam ser soltas para transitar entre características femininas e masculinas. Talvez estes rótulos nem venham a existirmais, e quando isso acontecer, nós mulheres seremos finalmente livres. Talvez nem seremos mais mulheres ou homens, mas simseres do sexo feminino ou masculino determinado apenas pelo órgão genital, e nunca pela aparência, forma de agir, ou outrostipos de orientações. As pessoas não precisariam necessariamente mudar seus corpos retirando ou acrescentando órgãos, pois issonão seria importante para sua identidade, porque o gênero não existiria.MP:  Em que momento ficou muito claro para você que a arte seria sua maior aliada pra mudar a forma como as pessoas pensama mulher?  Foi alguma experiência pessoal que despertou essa necessidade em você?Panmela: Acredito que a minha forma de pensar o mundo e  como eu coloco minhas experiências pessoais podem sim influenciaro próximo e gerar uma grande corrente, porém, a mudança efetiva não é o objetivo principal da minha obra. O pensar sim.É importante as pessoas intenderem que o meu trabalho de arte e as ações da minha organização, a Rede Nami, são duas coisascompletamente diferentes. Na organização ralizamos oficinas onde o graffiti é ferramenta de comunicação para falar sobreviolência contra mulher em comunidades e escolas, e esse sim, é um trabalho direto e em busca de uma mudança efetiva pelo fatode estarmos trabalhando com uma educação direta baseada em ferramentas de arte. A Rede Nami foi fundada por mim em 2010,foi uma contribuição minha enquanto cidadã para a melhora da qualidade de vida de nossas mulheres.MP: No Brasil onde a gente vive várias realidades dentro do mesmo País, você acha que o corpo da mulher é sinônimo delibertação ou de prisão?Panmela: O corpo pode ser prisão ou ferramenta para emancipação. Depende da forma como nos relacionamos com ele. Mascertamente é sujeito de uma luta diária de ser mulher, encarando os desafios do dia a dia desta construção de sociedade sexista.

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Adriana Bittar

A jornalista Adriana Bittar se tornou um rosto conhecido na televisão, onde atua há quase vinte anos. Comunicativa, dinâmica eversátil. Foi correspondente internacional, repórter, apresentadora de noticiários e também de esportes. Adriana já cobriu os maisdiversos assuntos, sempre com leveza e credibilidade. Da vivência na reportagem de rua, ela traz a curiosidade. Adora buscar econtar boas histórias. Já as coberturas ao vivo trouxeram capacidade de improviso. A jornalista, que já comandou um programasobre medicina e saúde, também tem grande experiência em conduzir entrevistas. São essas características que Adriana Bittarimprime nos eventos corporativos como mestre de cerimônia.

Mulheres que inspiram

Empoderamento, empoderamento das mulheres, Empoderamento Feminino, Empowerment, Female Empowerment, grafite,grafiteira, Mulheres, mulheres líderes, Mulheres na Liderança, Panmela Castro, Rede Nami

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