044 2011 dimensionamento_pronto_socorro

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  • 1. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SO PAULO PARECER COREN-SP GAB N 044 / 2011 Assunto: Dimensionamento de Pessoal deEnfermagem para Unidades de Pronto Socorro. 1. Do fato Solicitado parecer por enfermeira sobre a realizao de clculo de dimensionamento depessoal de Enfermagem e obrigatoriedade de manter profissional Enfermeiro em unidadesde Pronto Socorro. 2. Da fundamentao e anlise O dimensionamento de pessoal de Enfermagem visa prover, em quantidade e qualidade,profissionais para execuo de cuidados de forma segura aos usurios dos servios, bemcomo aos prprios trabalhadores, levando-se em considerao as peculiaridades de cadaservio1. Diversos so os clculos utilizados para realizao do dimensionamento de pessoal, mastodos necessitam implementar um sistema de classificao do paciente (SCP). O SCP podeser definido como: ...uma forma de determinar o grau de dependncia de umpaciente em relao equipe de Enfermagem, objetivandoestabelecer o tempo despendido no cuidado direito e indireto, bemcomo o qualitativo de pessoal para atender s necessidade bio-psico-scio-espirituais do paciente2(p. 14). No existe legislao que determine o nmero de pacientes que o profissional deEnfermagem dever assumir por planto, com exceo de algumas especialidades, comoServios de Dilise, Unidades de Terapia Intensiva, Centros de Ateno Psicossocial(CAPS) e Hospitais Psiquitricos. 1

2. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SO PAULO O dimensionamento de pessoal deve ser realizado considerando-se as diversasparticularidades e realidades do servio, tais como tipo de instituio, perfil deatendimento, fluxo estimado, perodo de funcionamento e tantas outras caractersticas.Dessa maneira, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) definiu, por meio daResoluo COFEN n 293/20043, parmetros para realizao do clculo de profissionais deenfermagem, nas Unidades Assistenciais das Instituies de Sade e Assemelhados. Para o clculo em unidades de Pronto Socorro, deve-se utilizar como metodologia odescrito no item II, do anexo II, da Resoluo COFEN n 293/20043: II) Unidades Assistenciais Especiais 1- Unidade Assistencial Especial (EU): locais onde so desenvolvidas atividades especializadas por profissionais de sade, em regime ambulatorial, ou para atendimento de demanda ou produo de servio, com ou sem auxlio de equipamentos de alta tecnologia. 2- Stio funcional(SF): a unidade de medida que tem um significado tridimensional para o trabalho de enfermagem. Ele considera a(s) atividade(s) desenvolvida(s), a rea operacional ou local da atividade e o perodo de trabalho, obtida da distribuio no decurso de uma semana padro (espelho semanal padro). ... O espelho semanal padro pode ser exemplificado por meio do Quadro 1apresentado abaixo, retirado do livreto de dimensionamento de pessoal, elaborado peloCoren-SP4: 2 3. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SO PAULOQuadro 1 - Espelho semanal padro Sbado e Domingo X 2 De 2 a 6 Feira X 5 (dias da(dias de final deTotal de SFreaCAT semana)semana) MTN1 N2M T N1 N2NS NMCoordenao NS1 1 111 111 28 -Expurgo NM1 2 111 111-33Preparo NM2 2 111 111-38Esterilizao NM1 1 111 111-28GuardaNM1 1 --1 1---14Distribuio NM 1 1 111 111-28Total SF28141*Clculo: Considerar jornada semanal de trabalho (JST) = 30 horas e perodo de trabalho (PT) = 6horasFonte: Conselho Regional de Enfermagem de So Paulo. Dimensionamento de Pessoal [Cartilha].Disponvel em: http://inter.coren-sp.gov.br/sites/default/files/livreto_de_dimensionamento.pdf4 Os demais itens do anexo citado, juntamente com as informaes contidas no anexoIV da referida Resoluo, descrevem como realizar o clculo de dimensionamento depessoal de enfermagem, por meio da utilizao de stios funcionais. Assim, faz-se necessrio que o Enfermeiro conhea a dinmica da unidade no quetange tanto aspectos fsicos como os relacionados demanda e complexidade da assistnciaprestada pelos profissionais de enfermagem, nas diversas salas de atuao. Temos ainda, a Portaria GM/MS n 2048/20025, que regula os sistemas de urgnciase emergncias, que define:Captulo VAtendimento Hospitalar...1 ClassificaoA Unidades gerais;...B Unidades de referncia...2.1 Caractersticas Gerais... 3 4. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SO PAULOC Enfermagem: A unidade deve contar com:- Coordenao de Enfermagem: 01 (um) Enfermeiro Coordenador;- Enfermeiros, tcnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagemem quantitativo suficiente para o atendimento dos servios nas 24horas do dia para atendimento de urgncia/emergncia e todas asatividades dele decorrentes... Ainda, de acordo com o disposto no artigo 11 da Lei n 7.498/19866, regulamentadapelo Decreto n 94.406/19877, algumas atribuies so privativas do Enfermeiro, ou seja,no podero ser assumidas por mais nenhum outro profissional ou pessoa, quais sejam: Art. 11 - O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe: I - privativamente: ... b) organizao e direo dos servios de Enfermagem e de suas atividades tcnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses servios; c) planejamento, organizao, coordenao, execuo e avaliao dos servios de assistncia de Enfermagem; ... i) consulta de Enfermagem; j) prescrio da assistncia de Enfermagem; l) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; m) cuidados de Enfermagem de maior complexidade tcnica e que exijam conhecimentos de base cientfica e capacidade de tomar decises imediatas;... 4 5. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SO PAULO(grifos nossos)Isto implica em dizer que o Enfermeiro assume toda a responsabilidade pela gestotcnico-administrativa do setor, sempre, cabendo-lhe, privativamente, distribuir as tarefasde enfermagem e as responsabilidades quanto s prioridades existentes, definindo, tambm,o quantitativo de pessoal de enfermagem necessrio para garantir uma assistncia deenfermagem segura, livre de riscos e danos decorrentes de impercia, negligncia eimprudncia (artigo 12 do Cdigo de tica dos Profissionais de Enfermagem, ResoluoCOFEN 311/20078).Quanto obrigatoriedade de manter um Enfermeiro exclusivo na unidade de Pronto-Socorro ou Emergncia, primeiramente devemos considerar que este um setor crtico,onde so atendidos pacientes com risco de morte, e que a Lei do Exerccio Profissional deEnfermagem determina em seu artigo 11, inciso I, alnea l, que cabe ao Enfermeiro,privativamente, os cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida.Ressalta-se que o tcnico/auxiliar de enfermagem somente poder desenvolver atividadesde enfermagem mediante orientao e superviso do enfermeiro (artigo 15 da Lei doExerccio Profissional de Enfermagem). 6Ainda, o Centro de Vigilncia Sanitria no Estado de So Paulo, em sua Portaria CVS-9, de 16 de julho de 19989, reitera a importncia de manter profissional Enfermeiro nas 24horas, conforme abaixo: Artigo 4 - A presena obrigatria de mdicos e enfermeiros, nas 24 (vinte e quatro) horas do dia, no interior das dependncias de Unidades de Urgncia e Emergncia (Pronto Socorro) e de Terapia Intensiva (UTI), obedecer legislao em vigor e aos regulamentos especficos. Artigo 5 - Os Responsveis Tcnicos pelos estabelecimentos de que trata esta Portaria, devero garantir o cumprimento do 5 6. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SO PAULO disposto neste Instrumento Regulamentador, sem prejuzo damanuteno de equipes de sade multiprofissionais dimensionadas,quantitativa e qualitativamente, de forma a garantir a preservaoda vida, sade e segurana dos pacientes. (grifo nosso) 3. Da Concluso Os clculos para dimensionamento de pessoal de Enfermagem em unidade deemergncia ou pronto socorro devem ser realizados por Enfermeiros, baseados naResoluo COFEN n 293/20043, que fixa e estabelece parmetros para o dimensionamentodo quadro de profissionais de enfermagem nas Unidades Assistenciais das Instituies deSade e Assemelhados, e na necessidade da permanncia do Enfermeiro 24 horas no localpara atendimento de pacientes graves com risco de morte e orientao/superviso dosTcnicos e Auxiliares de Enfermagem. Poder o Auxiliar de Enfermagem fazer parte da equipe de Pronto Socorro ouEmergncia para o exerccio de atividades compreendidas na Lei do Exerccio Profissionalde Enfermagem6, lembrando ser de suma importncia tambm a manuteno deprofissionais Tcnicos de Enfermagem em setores de maior complexidade, como o citado,para assistir ao Enfermeiro na prestao de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes emestado grave, de acordo com o artigo 10, inciso I, alnea "b", do Decreto n 94.406/877. Apesar da Resoluo COFEN n 293/2004 utilizar um tipo de sistema de classificaode pacientes, destaca-se que ela poder ser substituda por outra validada cientificamente. Finalmente, para que o enfermeiro possa aplicar o sistema de classificao de pacientes,h necessidade da aplicao efetiva do Processo de Enfermagem, previsto na ResoluoCOFEN n 358/200910. o nosso parecer.6 7. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SO PAULOSo Paulo, 07 de Abril de 2011. Enf Regiane FernandesCOREN-SP-68.316 Enf Mirela Bertoli Passador COREN-SP-72.376Reviso Tcnico-LegislativaEnf Daniella Cristina ChanesCOREN-SP-115.894Enf Celina Castagnari Marra COREN-SP-5.233Enf Claudio Alves Porto COREN-SP-2.286Referncias 1. Gaidzinski RR, Fugulin FMT, Castilho V. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em instituio de sade. In: Kurcgant, P, coordenadora. Gerenciamento em enfermagem. 2 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. Cap.10, p. 121-35. 2. Gaidzinski RR, apud Fugulin FMT. Parmetros oficiais para o dimensionamento de profissionais de enfermagem em instituies hospitalares: anlise da Resoluo Cofen n 293/04. [tese] So Paulo (SP): Escola de Enfermagem da USP; 2010. 3. COFEN. Resoluo COFEN 293/2004, que fixa e estabelece Parmetros para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem nas Unidades Assistenciais das Instituies de Sade e Assemelhados.Disponvel em: http://site.portalcofen.gov.br/node/4329. Acesso em: 02/02/2011.4. COREN-SP, Livreto de Dimensionamento de Pessoal, abril de 2010.Disponvel em: http://inter.coren-sp.gov.br/sites/default/files/livreto_de_dimensionamento.pdf.7 8. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SO PAULO5. Brasil. Portaria GM/MS n 2048, de 5 de novembro de 2002, aprova o RegulamentoTcnico dos Sistemas Estaduais de Urgncias e Emergncias. Disponvel em:http://www.saude.mg.gov.br/atos_normativos/legislacao-sanitaria/estabelecimentos-de-saude/urgencia-e-emergencia/portaria_2048_B.pdf. Acesso em: 28/03/2011.6. Brasil. Lei n 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispe sobre a regulamentao doexerccio da Enfermagem e d outras providncias.7. Brasil. Decreto n 94.406, de 08 de junho de 1987 Regulamenta a Lei n 7.498, de 25de junho de 1986, que dispe sobre o exerccio da Enfermagem, e d outrasprovidncias. Disponvel em: http://site.portalcofen.gov.br/node/4161.8. COFEN. Resoluo COFEN 311/2007, aprova a reformulao do Cdigo de tica dosProfissionais de Enfermagem. Disponvel em: http://site.portalcofen.gov.br/node/4394.9. Brasil. So Paulo. Portaria CVS-9, de 16 de julho de 1998. Trata da obrigatoriedadedos estabelecimentos assistenciais de sade, que assistem pacientes em regime deinternao, contarem com a presena de mdicos e enfermeiros nas 24 horas do dia edprovidncias correlatas.Disponvelem:http://www.cvs.saude.sp.gov.br/download.asp?tipo=zip&arquivo=98pcvs9.zip.Acesso em: 06/04/2011.10.COFEN. Resoluo COFEN 358/2009, dispe sobre a Sistematizao daAssistncia de Enfermagem e a implementao do Processo de Enfermagem emambientes, pblicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional deEnfermagem,e doutras providncias.Disponvel em:http://site.portalcofen.gov.br/node/4384.8