BRASIL1500 - 2010

DO PAÍS AGRÁRIOÀS METRÓPOLES URBANAS

e o Pensamento Econômico

BRASIL COLÔNIA• 1500 a 1822• Economia baseada na exportação de

produtos primários e minerais:• Século XVI – pau brasil• Século XVII – cana de açúcar• Século XVIII – ouro e pedras preciosas• Século XIX – café

– Mão de obra – escrava (negros africanos)

Adam Smith, (1723-1790) • É considerado o pai da Economia Política. Com ele que a

Economia nasce enquanto ciência. • Obra principal: Inquérito sobre a Natureza e as Causas da

Riqueza da Nações (1776) é considerada a obra fundadora da Economia Política.Adam Smith escreveu numa época em que a indústria conhecia um crescimento sem precedentes, configurando-se como a verdadeira fonte da riqueza das nações. Adam Smith opunha-se à intervenção do Estado na economia. Ficou célebre o seu conceito de mão invisível, segundo o qual se os homens atuassem livremente em busca do seu próprio benefício existiria uma "mão invisível" que transformaria os seus esforços em benefícios para todos.Hoje sabemos que o conceito de mão invisível de Adam Smith é muito semelhante ao conceito de mercado.

David Ricardo (1772-1823), • Homem de negócios de sucesso, é outro grande vulto na história

do pensamento económico. • Obra principal: "Princípios da Economia Política e da Tributação"

e foi escrita em 1817.Ricardo focou a sua atenção na tendência para a baixa dos lucros que ameaçaria a economia inglesa.Essa tendência poderia ser neutralizada com o desenvolvimento do comércio externo.É muito conhecida a sua teoria das vantagens comparativas no comércio internacional em que comparava as vantagens de Portugal e da Inglaterra no comércio entre si.De acordo com os estudos de Ricardo, Portugal retiraria vantagens no comércio com a Inglaterra se se especializasse na produção e exportação de vinhos enquanto que a Inglaterra se deveria especializar na produção de tecidos e trigo.

BRASIL INDEPENDENTE• 1822 A 1889 – Império (Dom Pedro I e II)

– Mantém a mesma estrutura do período colonial: a economia baseada na exportação de produtos primários: café, cacau, fumo, etc.

– Leis para o fim da escravidão:• 1850 – “Lei de Terras” – restringe o acesso

(necessário comprar as terras do governo)• Incentivo à imigração européia p/ substituição

da mão de obra escrava.

Karl Marx (1818-1883) • É um vulto importante da história do pensamento econômico. • Obra principal: "O Capital“ (1867 – 1º volume).

Marx viveu as primeiras grandes crises do capitalismo industrial e procurou dar uma explicação para as profundas crises. Na teoria que elabora, prevê a evolução do sistema sócio-econômico e a substituição do capitalismo por um outro sistema social a que chama socialismo que, por sua vez, dará lugar a outro, chamado comunismo.

• “O trabalhador só se sente a vontade no seu tempo de folga, porque o seu trabalho não é voluntário, é imposto, é trabalho forçado.”

• “A tortura deu lugar às descobertas mecânicas mais engenho-sas, cuja produção dá trabalho a uma imensidade de honestos artesãos.”

Brasil República - 1889• Ascensão da burguesia cafeeira ao poder.• Até 1930 – Barões do Café (república do

café com leite) – interesses rurais.– No final do século XIX surgimento de

atividades urbanas: indústria de bens não duráveis e pequeno comércio (imigrantes europeus que se deslocam para as cidades).

– 1867 - Estrada de Ferro Santos-Jundiaí – fator de crescimento da cidade de São Paulo (concentração de capitais)

• Com a quebra da Bolsa de N.York em 1929, queda nas exportações do café

Revolução de 1930• Crítica ao financiamento dos cafeicultores;• Interesses urbanos (comerciantes, industriais,

classe média urbana);• Centro econômico muda do campo para a

cidade.– “Substituição das importações”

• Produção de peças e máquinas no Brasil.– Indústria de base (década de 1940)

• CSN, Vale do Rio Doce, CHESF– Política industrial baseada em financiamentos

estatais;

John M. Keynes (1883-1946) • Importante vulto da história do pensamento econômico. • Obra principal: "A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda"

(1936). • Este livro foi, sem dúvida alguma, o que mais influência teve na

vida das sociedades industrializadas após a segunda guerra mundial.A obra de Keynes foi a resposta à crise em que mergulhou a Economia Política de então, dominada pelas correntes marginalistas, incapaz de explicar a grande depressão que assolou o mundo ocidental nos anos trinta do século passado.De acordo com keynes o Estado pode ter um papel muito importante no evitar das crises económicas se aumentar as despesas públicas impedindo assim a quebra da procura agregada no momento em que esta se contrai motivada pelas expectativas desfavoráveis dos agentes privados.

“Era Vargas”• Revolução de 1930 – Golpe de Estado

– Aliança Liberal – governo provisório• Constituição de 1934 – eleito pela Assembléia

Constituinte • Estado Novo - 1937 – Golpe de Estado

– Intentona Comunista – Ditadura Vargas• Eleição de 1945 – Dutra é eleito presidente

(ex-Ministro da Guerra de Getúlio)• Eleição de 1950 – Getúlio é eleito por voto

direto– 1954 – Suicídio – “Carta Testamento”

Governo Juscelino Kubitschek (1956-61)• Plano de Metas• “50 anos em 5” - Desenvolvimentismo

– Indústria de bens duráveis baseado no capital estrangeiro

– Interiorização do Brasil (construção de Brasília e estradas de ligação)

• Criação de empregos na construção civil;– Construção de Rodovias em detrimento do trem

(apoio a indústria automobilística)– Concentração industrial no eixo Rio-São Paulo e

indústrias siderúrgicas em MG.

BRASIL População urbana

População rural

1920 16% 84%1930 20% 80%1940 31% 69%1950 39% 61%1960 45% 55%1970 56% 44%1980 67% 33%1991 74% 26%2000 81% 19%2010 84% 16%

1961-1964• 1961 – eleição de Jânio Quadros,

presidente e João Goulart, vice-presidente– Período de estagnação da economia:

• Gastos do período anterior dificultam a administração do país (aumento do déficit público, inflação crescente, etc.)

• João Goulart defendia as reformas de base: reforma agrária, urbana, política.

• 1964 – Golpe Militar

Regime Militar – 1964-85• Controle dos movimentos sociais:

– Arrocho salarial, perda de poder do salário-mínimo.

– Repressão a sindicatos e associações populares.– Cassação em Universidade, políticos, órgãos

públicos, Forças Armadas, etc.• Incentivo ao investimento estrangeiro:

“Milagre Brasileiro”; economia cresce a taxas elevadas– Garantia de remessa de lucros às empresas

multinacionais.

Investimentos no Regime Militar• Modernização do parque industrial

brasileiro• Grandes obras de engenharia: Itaipu,

Transamazônica, Ponte Rio-Niterói, etc.)• Criação de empresas estatais em áreas

estratégicas: Embratel, Embraer, Embrapa, Telebras, etc.

• Criação de Universidades• Financiado com empréstimos externos:

aumento da dívida externa

Nova República - 1985• Fim do regime militar

– Dívida externa alta– Inflação descontrolada– Economia não cria empregos

• 1986 – Plano Cruzado– Março até novembro/1986

• Década de 1980: Pela primeira vez o número de emigrantes supera o de imigrantes. “Década perdida”.

Milton Friedman (1912-2006)• Teórico da Escola Monetarista (Univ.Chicago), um dos pais do

que conhecemos como neoliberalismo.• As idéias defendidas por Friedman, como a de que a

organização econômica mais eficaz seria o capitalismo competitivo, o livre Mercado, a livre concorrência, no qual ao Estado só caberia estabelecer as regras do jogo, foram postas em prática a partir dos anos 70.

• O Estado de Bem Estar Social, aplicado após o fim da II Guerra Mundial foi aos poucos desmontado por meio de privatizações. Estabeleceu-se o Estado Mínimo, ou seja, o Estado idealizado por teóricos como Hayek (1899-1992) e Friedman. Pelas suas contribuições, ganhou o Prêmio Nobel de Economia de 1976.

Resumo da Correntes Econômicas

• Século XVIII – Liberalismo, com Adam Smith e Ricardo;

• Século XIX – Socialismo/Comunismo, com Marx e Engels;

• Século XX – Pós 2ª. Guerra – Estado de bem estar social,

com Keynes;– Décadas 70/80 – Neoliberalismo, Hayek e Milton

Friedman

Brasil: Inflação Média ao ano entre 1930-2000

• Década de 1930 = média anual de 6,1%;• Década de 1940 = média anual de 12,3%;• Década de 1950 = 19,5%• Décadas de 1960 e 1970 = 40,1%• Década de 1980 = 330%• Entre 1990 a 1994 =média anual de 764%• Entre 1995 a 2000 = média anual de 8,6%

Governo Collor - 1990• Plano Collor – “confisco da poupança”

– Março de 1990• Desregulamentação da economia

(neoliberalismo) – Liberação das importações de produtos

estrangeiros;– Dificuldades para indústria nacional concorrer com

os produtos importados.• Privatização de empresas estatais• Diminuição do nº de funcionários públicos• 1992 – dezembro - impeachment

Governo Itamar Franco• 1992-1994 – Vice Presidente de Collor, assume

em seu lugar. Apoio de diversos partidos para reconstrução política do país.

• No período de 1992 a 1994, Itamar Franco nomeia 3 ministros da Fazenda para tentar controlar a inflação.

• Em fevereiro de 1994, é lançado o Plano Real, que cria a URV (Unidade de Referência de Valor) que deflacionava o Cruzeiro Real por 4 meses até ser transformado na moeda Real, numa equivalência de R$ 1 = CR$ 2,750,00.

Tablita (1994) Os valores dos títulos/

carnês em Cruzeiro Real, emitidos antes de 1º de fevereiro eram divididos pelo “valor do dia” da tablita (ao lado).

O princípio era que estava embutido o valor “inflacionado” nos papéis, assim, dever-se-ia defla-cioná-los, a um valor “real”, sem a inflação futura (inercial).

Real (R$)• Assim, após quatro me-

ses do seu lançamento, a moeda é implantada em 1º de julho de 1994.

• Ao contrário de planos anteriores, não houve a imposição de “congela-mentos” de preços ou de salários, mas o processo de adaptação dos pre-ços aos novos parâme-tros econômicos.

• Se por um lado, estabi-liza os preços, por outro, a valorização da moeda leva ao processo de importação de produtos que se tornam “baratos” em dólar (US$) em rela-ção ao real (R$).

• Resultado: indústria e agricultura não conse-guem concorrer com os produtos importados.

Planos Econômicos• 1986 – Plano Cruzado

– Cruzeiro em Cruzado (Cz$) – corta 3 zeros

• 1987 – Plano Bresser– Cruzado em Cruzado Novo (NCz$) – corta 3 zeros

• 1989 – Plano Verão• 1990 – Plano Collor

– Cruzado Novo em Cruzeiro (Cr$) – muda nome da moeda com confisco de aplicações e conta corrente.

• 1993 – Cruzeiro Real– Cruzeiro para Cruzeiro Real (CR$) – corta 3 zeros

• 1994 – Plano Real– Cruzeiro Real é convertido em URV (Unidade de referência de

Valor) por 4 meses, até o dia 01.07.1994, vira Real (R$)

Período Moeda Equivalência a R$ 1,00

1994 Real R$ 1,00

1993/1994 Cruzeiro Real CR$ 2.750,00

1990/1993 Cruzeiro Cr$ 2.750.000,00

1987/1990 Cruzado Novo NCz$ 2.750.000,00

1986/1989 Cruzado Cz$ 2.750.000.000,00

1970/1986 Cruzeiro Cr$ 2.750.000.000.000,00

1967/1970 Cruzeiro Novo NCr$ 2.750.000.000.000,00

1942/1967 Cruzeiro Cr$ 2.750.000.000.000.000,00

***/1942 Mil-Réis R$ 2.750.000.000.000.000$000

Governo Fernando H. Cardoso (1995-1998 – 1º governo)

• Estabilidade econômica, baseada no plano real (R$ 1 = US$ 1), gerou valorização da moeda, e acelerou o processo de importação de produtos;

• Desindustrialização: indústria nacional não consegue concorrer com produto importado;

• Privatização de empresas estatais, sob alegação de pagamento da dívida externa com os valores arrecadados;

• Aprovação da emenda de reeleição para Presidente, Governador e Prefeito em 1996;

• Fernando Henrique é reeleito no primeiro turno;

Governo Fernando H. Cardoso (1999-2002 – 2º governo)

• Mudança da política cambial, desvalorização do Real (o dólar passa a custar quase o dobro);

• Na crise internacional de 1999 o governo recorre ao FMI para obter empréstimos para o país;

• Falta de chuvas no período 2000/2001, produz o “apagão”, com racionamento de energia; as hidré-létricas eram responsável por 85% da energia elétrica consumida no país;

• Baixo poder aquisitivo do Salário-Mínimo (equivalia a cerca de US$ 70);

ANO = INFLAÇÃO1999 = 5,2% 2007 = 4,46%

2000 = 6,59% 2008 = 5,90%2001 = 7,67% 2009 = 4,31%

2002 = 12,53% 2010 = 5,91%2003 = 9,3% 2011 = 6,50%2004 = 7,6% 2012 = 5,84%

2005 = 5,69% 2013 = 5,91%2006 = 3,14% 2014 = 6,41%

Renda per capita – Brasil – 1970-2010

Evolução da renda percapita – Brasil e EUA – 2000 - 2011

Os últimos 20 anos• O país vem passando por grandes transforma-

ções, tanto em nível de distribuição de renda, quanto em relação ao nível de educação;

• Esse processo se estende por todo o país, que ainda tem a população muito concentrada na faixa litorânea, em particular na região SE;

• As perspectivas são da melhor distribuição da população e da riqueza que se concentra nessa região;

• O IDH municipal (slide anterior) é um exemplo desse processo.

Distribuição da População Fonte IBGE - 2010

Região População % da pop.% do

território% de

pop.urbana

Sul 27.386.891 14,5% 6,8% 84,9%

Sudeste 80.364.410 42,25% 10,9% 92,1%

Centro-Oeste 14.058.094 7,25% 18,9% 88,8%

Norte 15.864.454 8% 45,2% 78%

Nordeste 53.082.950 28% 18,2% 72,4%

Brasil 190.756.799     86%