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MAGISTRATURA FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL - TURMÃO ANUAL Direito Civil Marcos Ehrhardt 1 Slide 1 ATOS UNILATERAIS e RESPONSABILIDADE CIVIL MAGISTRATURA FEDERAL E MPF 2012 DIREITO CIVIL - MARCOS EHRHARDT JR. Slide 2 RESPONSABILIDADE CIVIL

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MAGISTRATURA FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL - TURMÃO ANUAL Direito Civil

Marcos Ehrhardt

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ATOS UNILATERAIS e

RESPONSABILIDADE CIVIL

MAGISTRATURA FEDERAL E MPF 2012

DIREITO CIVIL - MARCOS EHRHARDT JR.

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RESPONSABILIDADE CIVIL

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RESPONSABILIDADE PENAL RESPONSABILIDADE CIVIL

Seu foco é a proteção da vida e

da integridade física

Seu foco, tradicionalmente, é a

proteção dos bens econômicos

castigo obrigação de restituição

(ou compensação)

Caracteriza-se pela violação a um

sistema normativo de interesse

geral que independe de quem

individualmente sofre as

consequências do ilícito

Não busca primordialmente a

punição da conduta que causa

dano a uma pessoa específica. O

que se persegue, é a reparação do

infortúnio, vale dizer, uma justiça

compensatória

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ILÍCITO-CULPA-DANO?

ILÍCITO

RESPONSABILIDADE

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Ilícito Desforço pessoal imediato

Art. 1.210, CC/02: “o possuidor tem direito a sermantido na posse em caso de turbação, restituídono de esbulho, e segurado de violência iminente,se tiver justo receio de ser molestado.

1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderámanter-se ou restituir-se por sua própria força,contanto que o faça logo; os atos de defesa, oude desforço, não podem ir além do indispensávelà manutenção, ou restituição da posse”.

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CONTRARIEDADE AO DIREITO

IMPUTABILIDADE

FATO ILÍCITO

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FATOILÍCITO

FATO CONTRÁRIO A DIREITO

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Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

I - os praticados em legítima defesa ou no exercícioregular de um direito reconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou alesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato serálegítimo somente quando as circunstâncias otornarem absolutamente necessário, não excedendoos limites do indispensável para a remoção do perigo.

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Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa,no caso do inciso II do art. 188, não foremculpados do perigo, assistir-lhes-á direito àindenização do prejuízo que sofreram.

Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se operigo ocorrer por culpa de terceiro, contra esteterá o autor do dano ação regressiva para havera importância que tiver ressarcido ao lesado.

Parágrafo único. A mesma ação competirá contraaquele em defesa de quem se causou o dano(art. 188, inciso I).

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FATO ILÍCITO

FATO EM SENTIDO ESTRITO ILÍCITO

ATO-FATO ILÍCITO

ATO ILÍCITO

ABSOLUTO

RELATIVO

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FATO EM SENTIDO ESTRITO ILÍCITO

Art. 399, CC/02. O devedor em mora responde pelaimpossibilidade da prestação, embora essa impossibilidaderesulte de caso fortuito ou de força maior, se estesocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção deculpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigaçãofosse oportunamente desempenhada.

Art. 492, CC/02. Até o momento da tradição, os riscos dacoisa correm por conta do vendedor, e os do preço porconta do comprador. 1o Todavia, os casos fortuitos,ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas,que comumente se recebem, contando, pesando, medindoou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposiçãodo comprador, correrão por conta deste.

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ATO-FATO ILÍCITO

Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um

prédio tem o direito de fazer cessar as

interferências prejudiciais à segurança, ao

sossego e à saúde dos que o habitam,

provocadas pela utilização de propriedade

vizinha.

Ato Infracional – ECA (art. 103)

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Responsabilidade civil do Incapaz

Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos

que causar, se as pessoas por ele

responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo

ou não dispuserem de meios suficientes.

Parágrafo único. A indenização prevista neste

artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar

se privar do necessário o incapaz ou as

pessoas que dele dependem.

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ATO ILÍCITO

INDENIZATIVOS

CADUCIFICANTES

INVALIDANTES

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ATO ILÍCITO

Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai oua mãe que: I - castigar imoderadamente o filho; II - deixar ofilho em abandono; III - praticar atos contrários à moral eaos bons costumes; IV - incidir, reiteradamente, nas faltasprevistas no artigo antecedente.

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado porpessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ouindeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante,comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir aforma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidadeque a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiverpor objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente odeclarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

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FATO ILÍCITO

FATO EM SENTIDO

ESTRITO ILÍCITO

ATO-FATO ILÍCITO

ATO ILÍCITO

INDENIZATIVO CADUCIFICANTE INVALIDANTE

ABSOLUTO RELATIVO

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PRINCÍPIOS

NEMINEM LAEDEREDEVER JURÍDICO DE NÃO LESAR A

OUTREM - primum non nocere

ART. 186/187

RESTITUTIO IN INTEGRUMDEVER DE RESTITUIR A VÍTIMA AO ESTADO

ANTERIOR (STATUS QUO ANTE )

ARTS. 927 C/C 944

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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão

voluntária, negligência ou imprudência, violar

direito e causar dano a outrem, ainda que

exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e

187), causar dano a outrem, fica obrigado a

repará-lo.

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão

do dano.

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Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de

um direito que, ao exercê-lo, excede

manifestamente os limites impostos pelo seu

fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos

bons costumes.

ABUSO DE DIREITO

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FUNÇÕES DA RESPONSABILIDADE

CIVIL

REPARATÓRIA

(indenizatória)

SANCIONATÓRIA

(punitiva)

DISSUASORA

(preventiva)

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PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL

Art 5º, inciso V - é assegurado o direito de

resposta, proporcional ao agravo, além da

indenização por dano material, moral ou à

imagem;

Art 5º, inciso X - são invioláveis a intimidade, a

vida privada, a honra e a imagem das pessoas,

assegurado o direito a indenização pelo dano

material ou moral decorrente de sua violação;

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Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste,sem excluir outras reparações:

I - no pagamento das despesas com o tratamentoda vítima, seu funeral e o luto da família;

II - na prestação de alimentos às pessoas a quemo morto os devia, levando-se em conta a duraçãoprovável da vida da vítima.

Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, oofensor indenizará o ofendido das despesas dotratamento e dos lucros cessantes até ao fim daconvalescença, além de algum outro prejuízo que oofendido prove haver sofrido.

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Alternativas

Reparação do dano in natura

Equivalente pecuniário

Direito de escolha e seus limites

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"O valor da indenização por dano moral sujeita-se aocontrole do STJ, sendo certo que, na fixação daindenização a esse título, recomendável que oarbitramento seja feito com moderação,proporcionalmente ao grau de culpa, ao nívelsocioeconômico dos autores e, ainda, ao porteeconômico dos réus, orientando-se o juiz peloscritérios sugeridos pela doutrina e pela jurisprudência,com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e dobom senso, atento à realidade da vida e àspeculiaridades de cada caso" (REsp n.º 214.381-MG,Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJU de29.11.1999).

STJ E OS CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DO

DANO MORAL

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ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE

RESPONSABILIDADECIVIL

CONTRATUAL

EXTRACONTRATUAL(Aquiliana)

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DÉBITO

(dívida)

OBRIGAÇÃO

RESPONSABILIDADE

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RESPONSABILIDADE

POR DANOS

RELAÇÃO

DE DÉBITO

RELAÇÃO DE

RESPONSABILIDADECONTRATUAL EXTRACONTRATUAL

VIOLAÇÃO DOS DEVERES

DE SEGURANÇA E/OU

PROTEÇÃO

INADIMPLEMENTO RISCOCULPA

DANOS CAUSADOS

(foco na conduta do OFENSOR)

DANOS SOFRIDOS

(foco no prejuízo da VÍTIMA)

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Responsabilidade Extracontratual

Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato

ilícito, considera-se o devedor em mora, desde

que o praticou.

Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a

citação inicial.

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Responsabilidade Contratual

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde

o devedor por perdas e danos, mais juros e

atualização monetária segundo índices oficiais

regularmente estabelecidos, e honorários de

advogado.

Art. 397. O inadimplemento da obrigação,

positiva e líquida, no seu termo, constitui de

pleno direito em mora o devedor.

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Art. 412. O valor da cominação imposta na

cláusula penal não pode exceder o da

obrigação principal.

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida

equitativamente pelo juiz se a obrigação

principal tiver sido cumprida em parte, ou se o

montante da penalidade for manifestamente

excessivo, tendo-se em vista a natureza e a

finalidade do negócio.

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Art. 416. Para exigir a pena convencional, nãoé necessário que o credor alegue prejuízo.

Parágrafo único. Ainda que o prejuízo excedaao previsto na cláusula penal, não pode ocredor exigir indenização suplementar seassim não foi convencionado. Se o tiver sido, apena vale como mínimo da indenização,competindo ao credor provar o prejuízoexcedente.

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A DICOTOMIA DA

RESPONSABILIDADE

CONTRATUAL X

EXTRACONTRATUAL NA

JURISPRUDÊNCIA

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DIREITO CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAISDECORRENTES DA INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DO AUTOR EMCADASTROS DE INADIMPLÊNCIA. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE.EXECUÇÃO DO JULGADO. DISCUSSÃO A RESPEITO DO DIES A QUOPARA A FIXAÇÃO DOS JUROS. HIPÓTESE DE ATO ILÍCITO, E NÃO DEILÍCITO CONTRATUAL. A indevida inscrição de um nome em cadastrosde inadimplência consubstancia ato ilícito, e não um inadimplementocontratual, ainda que a obrigação cujo alegado descumprimento deuorigem à inscrição tenha natureza contratual. O ilícito contratualsomente se configura quando há o descumprimento, por uma daspartes, de obrigação regulada no instrumento. A inscrição nos órgãosde inadimplência não representa o exercício de um direito contratual.Quando indevida, equipara-se a um ato de difamação. - Tratando-se deato ilícito, os juros devem incidir na forma da Súmula 54/STJ, ou seja, apartir da prática do ato. - Na hipótese dos autos, todavia, não há recursodo consumidor visando à integral aplicação do disposto da Súmula54/STJ, de modo que, para evitar a ocorrência de reformatio in pejus,mantém-se o acórdão, que havia fixado o início do cômputo dos jurosna data da citação para o processo de conhecimento. Recursoparcialmente conhecido e, nessa parte, provido.

(REsp 660.459/RS, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO,Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgadoem 24/4/2007, DJ 20/8/2007, p. 269).

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ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE II

RESPONSABILIDADECIVIL

SUBJETIVA

OBJETIVA

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REGRA GERAL

RESPONSABILIDADE OBJETIVA

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e187), causar dano a outrem, fica obrigado arepará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de repararo dano, independentemente de culpa, noscasos especificados em lei, ou quando aatividade normalmente desenvolvida peloautor do dano implicar, por sua natureza, riscopara os direitos de outrem.

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ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE III

RESPONSABILIDADE

CIVIL OBJETIVA

DIRETA

CLÁUSULA GERAL

(ART. 927)

LEIS ESPECIAIS

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

RESPONSABILIDADE DO ESTADO (art. 37,

§ 6º. da CF/88)

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

RESPONSABILIDADE NUCLEAR (art. 21, inciso XXIII, alínea

“c” (CF/88)

INDIRETA

POR FATO DE OUTREM

POR FATO (GUARDA) DA COISA

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CONDUTAAção ou omissão do agenteCULPA (?)

DANOPatrimonial ou extrapatrimonial

RELAÇÃO DE CAUSALIDADENexo causal – relação causa/efeito

ELEMENTOS ESSENCIAIS DA

RESPONSABILIDADE

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NEXO CAUSAL - TEORIAS

1) Equivalência das condições

2) Causalidade adequada

3) Teoria do dano direto e imediato (art. 403,

CC/02)

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CONCAUSAS

1) Preexistentes

2) Supervenientes

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ESPÉCIES DE DANOS

DANO

EXTRAPATRIMONIAL

MORAL

ESTÉTICO

PATRIMONIAL

DANOS EMERGENTES

LUCROS CESSANTES

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COMO SELECIONAR OS (“novos”) DANOSPASSÍVEIS DE RESSARCIMENTO?

Dano à vida em relação

Dano ao lazer (prejuízo do lazer)

Dano pela frustração da compra

Dano pelo nascimento indesejado

RESPONSABILIDADE PARA O FUTURO

Prevenção (do risco atual)

Precaução (do risco potencial)

NOVOS DANOS: A Expansão do Dano

Ressarcível

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Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre agravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,eqüitativamente, a indenização.

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o eventodanoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta agravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ouno contrato disposição fixando a indenização devida peloinadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na formaque a lei processual determinar.

Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécieajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.

DA QUANTIFICAÇÃO DA INDENIZAÇÃO

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DANO MORAL PARA

DEVEDOR CONTUMAZ

Súmula 385 do STJ

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CONSUMIDOR. INSCRIÇÃO EM CADASTRO DEINADIMPLENTES. DANO MORAL INEXISTENTESE O DEVEDOR JÁ TEM OUTRAS ANOTAÇÕES,REGULARES, COMO MAU PAGADOR. Quem já éregistrado como mau pagador não pode se sentirmoralmente ofendido por mais uma inscrição donome como inadimplente em cadastros deproteção ao crédito; dano moral, haverá secomprovado que as anotações anteriores foramrealizadas sem a prévia notificação dointeressado. Recurso especial não conhecido.

(REsp 1002985/RS, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, SEGUNDASEÇÃO, julgado em 14/05/2008, DJe 27/08/2008)

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Súmula 385

Da anotação irregular em cadastro de

proteção ao crédito, não cabe

indenização por dano moral, quando

preexistente legítima inscrição,

ressalvado o direito ao cancelamento.

(Súmula 385, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em

27/05/2009, DJe 08/06/2009)

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AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CADASTRO DEINADIMPLENTES. INSCRIÇÃO. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. AUSÊNCIA.DANO MORAL. DEVEDOR CONTUMAZ. INEXISTÊNCIA. SÚMULA N. 385-STJ. RECURSO MANIFESTAMENTE INADMISSÍVEL. MULTA. ARTIGO557, 2º, DO CPC. NÃO PROVIMENTO.

1. O recorrente, embora não tenha sido notificado previamente dainscrição de seus dados em cadastro de inadimplentes, mostrou-sedevedor contumaz, porquanto emitiu, segundo o acórdão recorrido, umadezena de cheques são provisão de fundos, pelo que tem cabimento oenunciado n. 385, da Súmula desta Corte.

2. "Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabeindenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição,ressalvado o direito ao cancelamento." Súmula n. 385, do STJ.

3. Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa.

(AgRg no REsp 1144274/PB, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI,QUARTA TURMA, julgado em 13/12/2011, DJe 19/12/2011)

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Indenização por paraplegia deve ser maior que em casos de morte

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)aumentou de R$ 40 mil para R$ 250 mil a indenização pordano moral em favor de um cidadão de Santa Catarina queficou paraplégico depois de um acidente de trânsito.

“Não há como negar o impacto psicológico e a dor íntima quepode causar para um pai de família, saudável e ativo, aconstatação de ver-se preso a uma cadeira de rodas peloresto de sua vida, demandando cuidados exclusivos epermanentes”, afirmou a relatora do caso, ministra NancyAndrighi.

Vida, reputação ou integridade física? A

natureza do bem violado influencia no valor da

indenização

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A ministra ressaltou que há vários precedentes da Cortefixando em 400 salários-mínimos (R$ 204 mil, atualmente)as indenizações por dano moral causado aos parentespróximos de vítimas fatais. Por outro lado, de acordo com arelatora, “são poucos os precedentes que versam acerca dovalor do dano moral, em casos nos quais resulte à vítimaincapacidade permanente para o trabalho, decorrente detetraplegia, paraplegia ou outra lesão, ou seja, nashipóteses em que se busca compensar a própria vítima porsequela que irá carregar pelo resto de sua vida”.

Em um desses precedentes, de 2007, cuja relatoria coube àprópria ministra Nancy Andrighi, a Terceira Turma manteveem R$ 1,14 milhão a indenização devida a um policial de 24anos que ficou tetraplégico após ser baleadoacidentalmente pelo vigia de um banco, durante umarepressão a assalto. Na ocasião, a ministra afirmou que nãoseria razoável reduzir o valor para o nível das condenaçõesem caso de morte. Aquém daquilo que vem sendoestabelecido pelo STJ”, devendo, por isso, ser aumentado.

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“A aflição causada ao próprio acidentado não pode sercomparada, em termos de grandeza, com a perda de umente querido”, disse a ministra em seu voto, acompanhadopor todos os demais ministros da Turma. “A morte denossos pais, de nossos irmãos, por mais dolorida que seja,por mais que deixe sequelas para sempre, não é, ao menosnecessariamente, tão limitadora quanto a abrupta perda detodos os movimentos, capacidade sexual e controle sobreas funções urinárias e intestinais”, afirmou a relatoranaquele julgamento (Resp 951.514).

Depois de mencionar outras indenizações da mesmanatureza, em patamares de R$ 250 mil, R$ 360 mil e R$ 500mil, a ministra declarou que, no caso do acidente em SantaCatarina, “o montante arbitrado (R$ 40 mil) desafia ospadrões da razoabilidade, mostrando-se

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SÚMULA 358: Caracteriza dano moral aapresentação antecipada de cheque pré-datado.(DJE 25/02/2009)

SÚMULA 387: É lícita a cumulação dasindenizações de dano estético e dano moral. (DJE01/09/2009)

SÚMULA 388: A simples devolução indevida decheque caracteriza dano moral. (DJE 01/09/2009)

SÚMULAS DO STJ APLICÁVEIS

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Súmula 402: O contrato de seguro por danospessoais compreende os danos morais, salvocláusula expressa de exclusão. (DJE 24/11/2009)

Súmula 403: Independe de prova do prejuízo aindenização pela publicação não autorizada deimagem de pessoa com fins econômicos oucomerciais. (DJE 24/11/2009)

Súmula 404: É dispensável o aviso de recebimento(AR) na carta de comunicação ao consumidorsobre a negativação de seu nome em bancos dedados e cadastros. (DJE 24/11/2009)

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ATOS UNILATERAIS

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Atos unilaterais

1) Promessa de recompensa

2) Gestão de negócios

3) Pagamento indevido

4) Enriquecimento sem causa

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Promessa de recompensa

Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, secomprometer a recompensar, ou gratificar, a quempreencha certa condição, ou desempenhe certo serviço,contrai obrigação de cumprir o prometido.

Art. 855. Quem quer que, nos termos do artigo antecedente,fizer o serviço, ou satisfizer a condição, ainda que não pelointeresse da promessa, poderá exigir a recompensaestipulada.

Art. 856. Antes de prestado o serviço ou preenchida acondição, pode o promitente revogar a promessa, contantoque o faça com a mesma publicidade; se houver assinadoprazo à execução da tarefa, entender-se-á que renuncia oarbítrio de retirar, durante ele, a oferta.

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Gestão de negócios

Art. 861. Aquele que, sem autorização dointeressado, intervém na gestão de negócio alheio,dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontadepresumível de seu dono, ficando responsável aeste e às pessoas com que tratar.

Art. 862. Se a gestão foi iniciada contra a vontademanifesta ou presumível do interessado,responderá o gestor até pelos casos fortuitos, nãoprovando que teriam sobrevindo, ainda quando sehouvesse abatido.

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Art. 868. O gestor responde pelo caso fortuito quandofizer operações arriscadas, ainda que o donocostumasse fazê-las, ou quando preterir interessedeste em proveito de interesses seus.

Parágrafo único. Querendo o dono aproveitar-se dagestão, será obrigado a indenizar o gestor dasdespesas necessárias, que tiver feito, e dos prejuízos,que por motivo da gestão, houver sofrido.

Art. 869. Se o negócio for utilmente administrado,cumprirá ao dono as obrigações contraídas em seunome, reembolsando ao gestor as despesasnecessárias ou úteis que houver feito, com os juroslegais, desde o desembolso, respondendo ainda pelosprejuízos que este houver sofrido por causa da gestão.

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Art. 871. Quando alguém, na ausência do

indivíduo obrigado a alimentos, por ele os

prestar a quem se devem, poder-lhes-á reaver

do devedor a importância, ainda que este não

ratifique o ato.

Art. 873. A ratificação pura e simples do dono

do negócio retroage ao dia do começo da

gestão, e produz todos os efeitos do mandato.

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GESTÃO DE NEGÓCIOS

X

MANDATO

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Capacidade para ser mandatário

Art. 666. O maior de dezesseis e menor de

dezoito anos não emancipado pode ser

mandatário, mas o mandante não tem ação

contra ele senão de conformidade com as

regras gerais, aplicáveis às obrigações

contraídas por menores.

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Quais poderes que podem ser conferidos aomandatário?

Art. 661. O mandato em termos gerais só conferepoderes de administração.

1o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outrosquaisquer atos que exorbitem da administraçãoordinária, depende a procuração de poderes especiaise expressos.

Qual consequência da falta de poderes?

Art. 662. Os atos praticados por quem não tenhamandato, ou o tenha sem poderes suficientes, sãoineficazes em relação àquele em cujo nome forampraticados, salvo se este os ratificar.

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Do contrato consigo mesmo

Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula

"em causa própria", a sua revogação não terá

eficácia, nem se extinguirá pela morte de

qualquer das partes, ficando o mandatário

dispensado de prestar contas, e podendo

transferir para si os bens móveis ou imóveis

objeto do mandato, obedecidas as

formalidades legais.

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Direito de representação e o

conflito de interesses

Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou orepresentado, é anulável o negócio jurídico queo representante, no seu interesse ou por contade outrem, celebrar consigo mesmo.

Art. 119. É anulável o negócio concluído pelorepresentante em conflito de interesses com orepresentado, se tal fato era ou devia ser doconhecimento de quem com aquele tratou.

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Extinção do MandatoArt. 686. A revogação do mandato, notificada somente aomandatário, não se pode opor aos terceiros que, ignorando-a, de boa-fé com ele trataram; mas ficam salvas aoconstituinte as ações que no caso lhe possam caber contrao procurador.

Art. 687. Tanto que for comunicada ao mandatário anomeação de outro, para o mesmo negócio, considerar-se-árevogado o mandato anterior.

Art. 688. A renúncia do mandato será comunicada aomandante, que, se for prejudicado pela sua inoportunidade,ou pela falta de tempo, a fim de prover à substituição doprocurador, será indenizado pelo mandatário, salvo se esteprovar que não podia continuar no mandato sem prejuízoconsiderável, e que não lhe era dado substabelecer.

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Pagamento indevido

Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe

não era devido fica obrigado a restituir;

obrigação que incumbe àquele que recebe

dívida condicional antes de cumprida a

condição.

Art. 877. Àquele que voluntariamente pagou o

indevido incumbe a prova de tê-lo feito por

erro.

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Art. 881. Se o pagamento indevido tiver consistidono desempenho de obrigação de fazer ou paraeximir-se da obrigação de não fazer, aquele querecebeu a prestação fica na obrigação de indenizaro que a cumpriu, na medida do lucro obtido.

Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou parasolver dívida prescrita, ou cumprir obrigaçãojudicialmente inexigível.

Art. 883. Não terá direito à repetição aquele quedeu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ouproibido por lei.

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Enriquecimento sem causa

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, seenriquecer à custa de outrem, será obrigado arestituir o indevidamente auferido, feita aatualização dos valores monetários.

Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver porobjeto coisa determinada, quem a recebeu éobrigado a restituí-la, e, se a coisa não maissubsistir, a restituição se fará pelo valor dobem na época em que foi exigido.

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Art. 885. A restituição é devida, não só quando

não tenha havido causa que justifique o

enriquecimento, mas também se esta deixou

de existir.

Art. 886. Não caberá a restituição por

enriquecimento, se a lei conferir ao lesado

outros meios para se ressarcir do prejuízo

sofrido.

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