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N o 141 Ano14 Fevereiro/2009 JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO PRODERJ – ASCPDERJ http://ascpderj.sites.uol.com.br E E E m assembléia geral, realizada em 5 de março, os servidores do Proderj decidiram organizar a campanha salarial 2009. A categoria decidiu, ainda, que é necessário fazer a revisão no Plano de Cargos para adequá-lo à realida- de e melhorar os ganhos salariais do corpo funcional. Para acabar com o longo arrrocho dos salários promovido pelo governo esta- dual, é preciso a participação de todos os trabalhadores da Autarquia nessa luta. Pág 4 e 5 V V V amos à luta! amos à luta! amos à luta! V V V amos à luta! amos à luta! amos à luta! LIÇÃO DE RESISTÊNCIA IASERJ enfrenta adversidades com o descaso das autoridades (foto ao lado), mas consegue garantir o atendimento de emergência Pág. 7 FAVORECIMENTO Licitações mais do que polêmicas Pág. 3 FOTO: NANDO NEVES FOTO: VANOR CORREIA

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No141 Ano14 Fevereiro/2009JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO PRODERJ – ASCPDERJhttp://ascpderj.sites.uol.com.br

EEE m assembléia geral, realizada em 5de março, os servidores do Proderjdecidiram organizar a campanhasalarial 2009. A categoria decidiu,

ainda, que é necessário fazer a revisão noPlano de Cargos para adequá-lo à realida-de e melhorar os ganhos salariais do corpofuncional. Para acabar com o longo arrrochodos salários promovido pelo governo esta-dual, é preciso a participação de todos ostrabalhadores da Autarquia nessa luta.Pág 4 e 5

VVVamos à luta!amos à luta!amos à luta!VVVamos à luta!amos à luta!amos à luta!

LIÇÃO DE RESISTÊNCIA

IASERJ enfrenta adversidadescom o descaso das autoridades(foto ao lado), mas conseguegarantir o atendimento deemergência Pág. 7

FAVORECIMENTO

Licitações mais do quepolêmicas Pág. 3

FOTO : NANDO NEVES

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J O R N A L D A A S S O C I A Ç Ã O D O S S E R V I D O R E S D O P R O D E R J ••••• Fevereiro/2009 • • • • • 32 ••••• Fevereiro/2009 ••••• J O R N A L D A A S S O C I A Ç Ã O D O S S E R V I D O R E S D O P R O D E R J

A crise e os direitos dos servidores públicos

Espec ia l

Jornal da ASCPDERJ

Associação dos Servidoresdo Centro de Processamento

de Dados do Estado doRio de Janeiro

R. São Francisco Xavier, 524/ 2ºand. Maracanã – CEP 20.550-013Tel: 2569-5480/2568-0341

[email protected]

[email protected]

Presidente:

LEILA DOS SANTOS

1º Vice-presidente:

JOSÉ JOAQUIM P. DE C. A. NETO

2º Vice-presidente:

JÚLIO CÉSAR FAUSTINO

1º Secretário:

ELIZABETH SILVA MARTINS

2º Secretário:

ULYSSES DE MELLO FILHO

1º Tesoureiro:

MARCOS VILLELA DE CASTRO

Responsável pela Sede Praiana(Saquarema):

JOSÉ JOAQUIM PIRES NETO (KIKO)

Redação e Edição:

FERNANDO ALVES

DENISE MAIA

Diagramação

ESTOPIM COMUNICAÇÃO E EVENTOS

2518-7715

Ilustração:

LATUFF

Fotolitos & Impressão:

GRAFNEWS

3852-7166

Na Internet

http://ascpderj.sites.uol.com.br/

ENTIDADE DE UTILIDADE

PÚBLICA ESTADUAL

Edição fechada em:19/03/2009

Editorial

ExpedienteNegócios sob suspeita

A gravidade da crise éuma realidade. Não hácomo negar ou escon-

der, como fez no início o pre-sidente Luiz Inácio Lula daSilva, ao tentar diminuir osefeitos da crise sobre a eco-nomia brasileira, afirmandoque aqui ela chegaria comouma “marolinha”.Passados meses desde

que os países ricos admiti-ram publicamente estar vi-vendo sob recessão econô-mica e em crise financeira,não é mais possível ignorar essa dura e difícil realidade.No entanto, as medidas tomadas pelos governos dos países

capitalistas mais ricos e poderosos do mundo e, também, pelosgovernos de países em desenvolvimento, como é o caso doBrasil, de distribuir fartamente os recursos públicos para sal-var instituições financeiras e empresas da falência, são ape-nas uma das políticas adotadas que prejudicam maiores in-vestimentos em serviços sociais de qualidade, em melhoraras condições da educação pública, de atendimento humano edecente nos hospitais e postos de saúde, em boas moradiaspara a população de baixa renda e, especialmente, em melho-res e dignos salários para todos os trabalhadores. Até agoraos donos do poder não deram sua cota de sacrifício reduzindoseus lucros, apenas ajuda do governo, redução de IPI e de-semprego aconteceram. Quem não se lembra do PROER?O desemprego atinge a índices alarmantes nas empresas pri-

vadas e todos os dias as empresas anunciam mais e maisdemissões, criando um quadro de insegurança para todos osque dele dependem para seu sustento e de sua família. Nemmesmo naquelas empresas em que o governo destina vultosasquantias de verbas públicas os trabalhadores podem ficar alivi-ados, como é o caso da Embraer, que recebeu dinheiro público,mas não teve dó nem piedade, demitindo 4.200 trabalhadores.Porém, a estabilidade pode acabar, se a crise se agravar ainda

mais. Ninguém está livre dos efeitos da crise, não apenas sobreos salários, mas do seu próprio trabalho. É o que aponta a reali-dade em vários países, como a França, em que o governo dopresidente Nicolas Sarkozy preparou um programa de reformas,que incluiu o fim dos direitos dos servidores públicos. O projeto

só não foi para frente porque,no início de 2009 os servido-res públicos franceses de to-das as áreas, organizaramuma greve geral e paralisaramo país exigindo a retirada daproposta do governo francêse obrigando a recuar e a reti-rar momentaneamente essaproposta. Na Califórnia, Esta-dos Unidos, o governadorArnold Schwarzenneger, elimi-nou 20 mil cargos de servido-res públicos. Lá os servidoresnão tem estabilidade.

Em recente matéria publicada no jornal O Globo, no últimodia 13 de março, mostrou a intenção da equipe econômicado governo federal de suspender o reajuste escalonado jáacertado e negociado com os servidores públicos federaisem 2008, alegando “dificuldade de caixa”.A possibilidade desse corte nos salários do funcionalismo

federal é vista pelo presidente Lula e pela Ministra da CasaCivil, Dilma Roussef, como desgastantes politicamente paraas eleições presidenciais de 2010.As entidades representantes dos servidores públicos fede-

rais, como a Condsef, por exemplo, já se manifestaram queresponderão com greve, caso tenham seus direitos retirados.Isso prova que aqueles que pensam que a crise não afetarásuas vidas, devem colocar suas barbas de molho e ficar bemligado, pois os exemplos mostram exatamente o contrário.No âmbito estadual segue a política de arrocho e congela-

mento salarial patrocinado pelo governador Sérgio Cabral Fi-lho, que não se mostra aberto às negociações com as cate-gorias do serviço público.Por outro lado, os servidores não estão dispostos a ficar de

braços cruzados, programando uma jornada de lutas para opróximo dia 1º de abril, e realizarão uma passeata pelo Movi-mento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (MUSPE)com o lema “O servidor não vai pagar pela crise”, no qualmostrarão que ao contrário do que o governo acha, a crisedeve servir para aumentar os salários dos servidores.Por isso, torna-se mais do que urgente os trabalhadores do

Proderj se organizarem para colocar o bloco na rua, na defesade um salário digno e justo para a categoria.

A notícia não é novidade para apopulação do Rio de Janeiro,acostumada a tanta corrupçãoe desvio de verbas públicas para

beneficiar políticos e empresários.No último dia 11 de fevereiro foi publi-

cado no jornal O Globo, várias denúnciasenvolvendo irregularidades nas licitaçõespara compra de produtos de informáticapela Investiplan Computadores e Siste-mas para utilização nos órgãos do gover-no do estado do Rio de Janeiro.Segundo a reportagem, a Investiplan

teria sido beneficiada dentro do governonos últimos anos tendo concentrado emsuas mãos quase todas as licitaçõespara compra de equipamentos deinformática. Para sustentar as suspei-tas, vários dados mostram um cresci-mento alarmante do fornecimento dosnegócios da empresa junto ao governo.Enquanto em 2003, os empenhos fo-

ram na ordem de R$ 808 mil, em 2008eles chegaram aos R$ 66,9 milhões,correspondendo a um valor de 8.181%em relação aos cinco anos anteriores.Mas as denúncias não param por ai. Afrente da Investiplan está Paulo Trinda-de, que tem como sócio em negóciospecuários no mercado de gado o presi-dente da Assembléia Legislativa, depu-tado Jorge Picciani (PMDB/RJ).A reportagem mostra ainda que foi a

partir de 2007 que os negócios na áreade tecnologia tomou mais fôlego den-

Empresários apadrinhados por políticos fazem a farra com recursos públicos

tro do governo, e destacou que a áreaque mais se beneficiou foi a Educação.A partir daí, a Investiplan abocanhou

todos os principais contratos disputa-dos através do Pregão Eletrônico, mo-dalidade criticada pelos trabalhadores,mas que tem o aval do governador Sér-gio Cabral e da Alerj.

Um negócio da China!Entre eles, consta a compra de 31 mil

notebooks para os professores da redeestadual de ensino, num custo de R$58,9 milhões, considerado o maior con-trato feito pela empresa. O ex-Secretá-rio de Educação, Nelson Maculan, recu-sou-se a realizar a operação, por discor-dar da utilização dos recursos da Secre-taria com esses gastos, pois considera-va mais importante conceder um abonosalarial aos professores, uma das razõesque levou a sua exoneração da Secreta-ria. Tereza Porto ainda presidia o Proderjquando assumiu a realização do pregãopela Autarquia ainda no final de 2007.Em fevereiro de 2008, Tereza saiu doProderj e assumiu o lugar de Maculan.O curioso nesta operação é que estaquantidade de notebooks

foi vendida a preço de mercado, saindopor R$ 1.897,00 cada computador. APrefeitura do Rio, em licitação semelhan-te, pagou R$ 1.532,00, por equipa-mento.Em 2009, a Investiplan já aboca-

nhou um contrato de R$ 35,7 mi-lhões. correspondente ao aluguel de21.939 computadores tambémpara a Secretaria de Educação.Não é por acaso que os servido-

res do Proderj combateram ardu-amente a adoção do Pregão Ele-trônico como modalidade paraaquisição de equipamentos eserviços pela autarquia, pois,como a realidade prova, oúnico objetivo que está portrás das licitações dos ser-viços públicos por empresasprivadas, é a obtenção desuper-contratos, que

lhes garantam super-lucros.Além disso, todas essas empresas

não são neutras nas campanhas políti-cas e estão de rabo preso com algumintegrante do governo. A ASCPDERJ hámuito tempo sustenta que a ex-presi-dente Tereza Porto, está dentro da es-trutura do governo para poder facilitar ebeneficiar as empresas privadas do se-tor de tecnologia em detrimento dos in-teresses do Estado e da população. Bas-ta observar a sua resistência em con-

vocar os concursadosdurante toda a suagestão à frente doProderj. O caso dacompra de com-

putadores pela

Secretaria de Educação só con-firma essas denúncias.Em 2001 a Investiplan forneceu

computadores ao Tribunal de Con-tas do Estado (TCE). Mas o Tribu-nal denunciou a empresa por “ne-gligência a assistência técnica”, oque gerou “prejuízo ao bom andamen-to dos serviços”. Por esse motivo, re-cebeu multa de R$ 66,9 mil, em feve-reiro de 2004.O favorecimento é negado pelas auto-

ridades do governo. Mas os númerossão incontestáveis. A concetração de al-gumas empresas em alguns setoresimpressiona. Somente com a venda deequipamentos para processamento dedados para o governo estadual, aInvestiplan concentra 93,9% das licita-ções nesse setor. Além disso, a mes-ma empresa detêm 26,2% no item lo-cação de bens móveis.Jorge Picianni divulgou nota esclare-

cendo sua ligação com o empresárioPaulo Trindade e afirmando não interfe-rir nos pregões patrocinados pelo go-verno do estado.É urgente a apuração desses contra-

tos e negócios pelos órgãos de fiscali-zação do Estado para averiguar se háirregularidades ou não, nessas licita-ções promovidadas pelo Governo doEstado do Rio de Janeiro.

Negócio lucrativoCom as licitações patrocinadas

pelo governo do estado, algumasempresas privadas que oferecemserviços terceirizados controlaminvejáveis fatias da administraçãopúbica.É o caso da Ivestiplan. Com pa-

drinhos poderosos, a empresa ob-teve lucros fabulosos. É muitoprestígio para quem tem sede nacidade de Ilhéus e isenção fiscalna Bahia.Hoje a empresa domina 93,9%

de todas as licitações pela vendade “equipamentos de proces-samento de dados” e 26,2% na“locação de bens móveis”. Umfavorecimento muito suspeito!

Fonte: SIAFEM – Sistema Integrado deAdministração Financeira para Estados eMunicípios

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J O R N A L D A A S S O C I A Ç Ã O D O S S E R V I D O R E S D O P R O D E R J • • • • • Fevereiro/2009CAMPANHA SALARIAL 2009

Reajusteemergencial de

27,5%e revisão do Plano

de Cargos, asprincipais

reivindicações

FOTOS: NANDO NEVES

Salários dignos, só com muita luta e mobilização

Salários dignos, só com muita luta e mobilizaçãoSalários dignos, só com muita luta e mobilizaçãoSalários dignos, só com muita luta e mobilização

Salários dignos, só com muita luta e mobilizaçãoC

C

C omo acontece em todos osanos, as categorias dos serviços públicos se mobilizam emtorno de suas reivindicações e

melhorias salariais.Em assembléia geral, realizada pelos

servidores do Proderj no dia 5 de mar-ço, foi decidido dar início à CampanhaSalarial 2009. A luta pelo reajuste line-ar e a revisão do Plano de Cargos, Car-reiras e Salários estão na pauta, entreoutras reivindicações.Há 13 anos sem reajuste salarial li-

near, os servidores do Proderj lutampara que os salários dos trabalhadoresda Autarquia sejam equivalentes aosmesmos aplicados nas empresas domercado. Durante esse período o únicoganho nos salários ocorreu indiretamen-te por conta da vitoriosa conquista doPlano de Cargos, que incorporou emdefinitivo a Lei 701 nos vencimentos egarantiu os Adicionais de Conhecimen-to e de Titularidade aos servidores.Mas, isso não possibilitou igualar ossalários dos profissionais em Tecnolo-gia do Informação (TI), nos mesmos pa-tamares aplicados no mercado.

“Farinha pouca,meu pirão primeiro!”

Recentemente, foi informado que ossalários do atual presidente, Paulo Co-elho, do Vice-presidente, de um diretore mais dois de seus assessores, fo-ram reajustados em 27,5%. Os cincofiguram na lista de extraquadros. Fica-ram de fora: os diretores da casa - queexercem as mesmas funções, os ge-rentes e os demais servidores, que fo-ram discriminados e excluídos. Para jus-tificar a medida, o presidente alegouque recebe salário abaixo de saláriospagos a vários servidores da casa.A posição da ASCPDERJ é clara: sem-

pre considerou que os salários dos exe-cutivos da Autarquia deveriam ser me-lhores. Por isso, durante a elaboraçãodo Plano de Cargos, foi proposta umatabela para regulamentar os saláriosdos executivos do Proderj, no sentidode deixar transparente a situação sala-rial dos diretores da autarquia. No en-tanto, à época da aprovação do Planode Cargos, a proposta foi vetada pelaliderança do governo na Alerj.Por outro lado, esses salários não po-

deriam ter sido reajustados e dos demaisservidores não, pois essas pessoas sãofuncionários públicos como nõs, por se

tratar de pessoas que exercem funçõespúblicas. Ao mesmo tempo, a política dogoverno é de manter o congelamento dossalários dos servidores públicos, ficandoprovado, portanto, que não existe umapolítica salarial por parte do governo.A pauta de reivindicações foi aprova-

da e agora é necessário que todos osservidores participemativamente da campa-nha, pois é a única for-ma de conquistar o re-ajuste que não aconte-ce há 13 anos. Os prin-cipais pontos da Pau-ta de Reivindicaçõesestão em destaque.

Um erro fatalO congelamento dos

salários mostra a com-pleta falta de compro-misso do governo es-tadual com um serviço público de quali-dade. Não por acaso, a crise nas áreasde saúde, segurança, educação, porexemplo, mostra a falência desse mo-delo de administrar os interesses pú-

blicos de acordo com a lógica privada.Sérgio Cabral imita de forma grosseira

e irresponsável o mau exemplo do gover-nador Aécio Neves, de Minas Gerais, queé implacável com servidores públicoscom seu choque de gestão. Mais umnome criado para entregar de mão beija-da serviços estratégicos do Estado.

Mas é necessárioque os servidores doProderj façam uma pro-funda reflexão sobresua participação nascampanhas salariaisdos últimos anos. Averdade é que muitosse acomodaram com aaprovação do PCCS,avaliando equivocada-mente que o Plano deCargos, por si só, re-solveria todos os pro-blemas.

Prova disso, foi a situação das gratifi-cações. Muitos trabalhadores caíram docavalo, quando viram o fim da incorpora-ção das gratificações em seus vencimen-tos, projeto votado na calada da noite

na Alerj. Muitos se deixaram levar poressa ilusão das gratificações, um contoda carochinha, e ao invés de lutarem edefenderem seus direitos com unhas edentes se acomodaram esperando queum belo dia as gratificações fossem in-corporadas aos seus salários.É de espantar, já que depois de anos

lutando para incorporar a Lei 701 aosvencimentos, o que ocorreu com a vitori-osa aprovação e implantação do PCCS,muitos adotaram um posição individua-lista, egoísta, desprezando até mesmoos direitos dos aposentados, que tiveramum papel importante nas mobilizaçõespelo Plano de Cargos. Confiar na Justiçaque só tem olhos para atender aos inte-resses dos poderosos, é outro erro fatal!A ASCPDERJ sempre defendeu que é

preciso lutar para aumentar os salários.Agora, cada trabalhador tem uma grandeoportunidade de melhorar as suas condi-ções salariais, lutando pra aumentar osbenefícios de toda a categoria. Nessesentido, é necessário olhar para o con-junto dos trabalhadores. O PCCS foi amaior conquista dos trabalhadores doProderj, e só veio através de muita luta.

Pauta deReivindicações

• Reajuste emergencial de 27,5%: Re-ajuste salarial equivalente ao que oPresidente do Proderj conseguiu paraele mesmo e para quatro amigos desua turma.

• Revisão do Plano de Cargos, Carrei-ras e Salários (PCCS): Veja matériana página ao lado, destacando ospontos a serem modificados no Pla-no de Cargos.

• Reajuste do Vale Refeição para R$15,00: Fim do congelamento do va-lor de face do vale refeição e seuimediato reajuste.

• Sede própria para o Proderj: As prin-cipais empresas públicas de Tecno-logia da Informação funcionam emprédios próprios e estruturas ade-quadas para um centro de tecnolo-gia, como são os casos do Prodesp(São Paulo). Prodemge (Minas Ge-rais), Serpro (órgão do governo fe-deral), que está em processo de uni-ficar toda a sua estrutura num mes-mo prédio.

• Novo concurso Público: O último con-curso público foi realizado em 2002.Sua homologação só ocorreu em2008 e os novos trabalhadores fo-ram convocados em janeiro de 2009.Somente 20 analistas chegaram àautarquia, o que é um número insufi-ciente para as atuais necessidadesdo Proderj. Isso reflete os baixos ní-veis salariais que são oferecidos paraquem ingressar nas carreiras doProderj. Para completar, a expectati-va é que em 2012 o Proderj chegaráà 60% do total de servidores aposen-tados. Será que esta é a morte anun-ciada do Proderj ou de algumas desuas categorias

• Fim das Terceirizações e Licita-ções: Essa prática é lesiva aos in-teresses públicos e leva à priva-tização acelerada dos principaisserviços estratégicos da Autarquia.Além disso, como foi dito inúmerasvezes, a terceirização transfere todaa cultura do cliente para as mãosdos mantenedores privados dos sis-temas.

Proposta de revisão do PCCSProgressão na Tabela

Todos os servidores que hoje se encontram fora doteto estão inviabilizados de chegar ao topo da Tabela.Isto acontece porque a Procuradoria Geral do Estado (PGE)considerou que o método empregado para subida de ní-vel na tabela de vencimentos se iguala ao método deaplicação do triênio, que é avaliado de acordo com otempo de serviço. Ou seja, segundo a PGE, o servidornão pode ter dois benefícios que utilizam métodologiasiguais. Por isso, é necessário ajustar o método que defi-ne o direito à progressão. Os trabalhadores, a direçãodo Proderj e o executivo estadual devem chegar a umafórmula que permita avançar na tabela.

Pisos das CategoriasDeve acontecer por duas vias: 1) Diminuindo a quan-

tidade de níveis para chegar ao teto salarial; 2) Modifi-cando os valores.

Um exemplo dessa situação é o salário dos analistasque ingressaram recentemente no Proderj, que está muitobaixo. É preciso rever isso, pois há uma necessidadereal de substituição de quadros técnicos para que hajacontinuidade nos serviços desenvolvido pela autarquia.Por esse motivo a ASCPDERJ propôs que os analistasnovos recebessem uma gratificação para que eles nãosaíssem do Proderj por causa do baixo piso salarial.

Acertar as CategoriasAlgumas categorias tiveram problemas na aprovação

do Plano. É necessário rever e acertar.

TetosO valor dos tetos é extremamente baixo e não condiz

com o nível das tarefas desenvolvidas pelos profissio-nais que ocupam essas funções e muito menos com omercado de Tecnologia da Informação. Em qualquerempresa de grande porte, como é o caso do Proderj,um Analista de Sistemas Sênior, por exemplo, não ga-nha menos de R$ 5 mil de salário, sem contar adicio-nais dos mais variados tipos, bônus e gratificações,plano de saúde para ele e sua família, transporte paravisita à cliente etc., ou seja, tudo o que o Proderj nãotem e não oferece aos seus trabalhadores.

Leila Santos, presidente da ASCPDERJ, apresenta as propostas da entidade aos trabalhdores presentes à assembléia

A participação na assembléia foi intensa

Muitos trabalhadores opinaram sobre as condições salariais

O clima foi de disposição para garantir melhores salários

Atuação de todos é fundamental para uma campanha vitoriosa

Salários dignos, só com muita luta e mobilização

Salários dignos, só com muita luta e mobilizaçãoSalários dignos, só com muita luta e mobilizaçãoSalários dignos, só com muita luta e mobilizaçãoSalários dignos, só com muita luta e mobilização

Salários dignos, só com muita luta e mobilização

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J O R N A L D A A S S O C I A Ç Ã O D O S S E R V I D O R E S D O P R O D E R J ••••• Fevereiro/2009 • • • • • 76 ••••• Fevereiro/2009 ••••• J O R N A L D A A S S O C I A Ç Ã O D O S S E R V I D O R E S D O P R O D E R J

Saúde PúblicaGeral

FOTOS: ACERVO ASCPDERJ

Foi requerido pelo dr. Marcellino Tostes Picanço areunião de documentos dos interessados no proces-so 1996.004.00048, relativo à disponibilidade impos-ta no Governo Marcello Alencar (gestão FredericoNovaes), para encaminhar o processo de volta para oTJ. Treze longos anos se passaram desde então e aASCPDERJ não obteve a localização de alguns dos in-teressados. Alguns faleceram, outros exoneraram-sepelo Programa de Exoneração Incentivada (PEI).Caso haja contato com as pessoas citadas abaixo

ou seus beneficiários, a ASCPDERJ solicita que en-trem em contato pelos telefones 2569-5480 e 2568-0341. Os documentos requeridos são o de identida-de e o CPF. Para as pensionistas, identidade, CPF,documento de comprovação de pensão e certidão decasamento. Para os demais beneficiários, identidade,CPF e documento sobre inventário, se houver. Em to-dos os casos, fornecer endereço atualizado. O pro-cesso ainda retornará ao Proderj para nova análise devalores antes de ser encaminhado definitivamente parao TJ e na geração de número de precatório.O advogado solicita ainda que os interessados assi-

nem o documento relativo aos honorários advocatícios,acertado em assembléia realizada no dia 11 de junhode 2005, no percentual de 5% para os interessados quesão associados e de 10% para os não associados. Háainda a possibilidade de desmembramento deste

precatório, beneficiando diretamente e individualmenteos interessados, permitindo, se assim acontecer, quevalores menores possam ser pagos mais cedo. O TJdispõe de um instrumento denominado de Requisitóriode Pequeno Valor (RPV) que paga valores até 40 saláriosmínimos pela cotação nacional (atualmente fixados emR$ 16 mil). Para aqueles que receberão mais, vale opagamento via RPV, desde que renunciem por escrito aoexcedente. Todos os descontos legais e o pagamentode honorários incidirão sobre o valor efetivamente pago.

Documentação pendenteBernhard Josef Blattler;Eduardo Waack Chevrand;Eliana Von Sydow Lins;Jorge César da Silva;Seabra; José PauloTelles P. de Faria; Mil-ton Eulálio Perpétuo;Ricardo Pires Gameleiro;Teresinha de Jesus Olinda; VeraLucia M. A. de Souza

Não localizadosLea Porto do Rego Barros - matr. 292677-2 (saiuno PEI); Nelice Almeida Cavalcanti - matr. 292012-2(saiu no PEI)

Disponibilidade, a solução dependeda colaboração dos envolvidos

UNIMEDUNIMEDUNIMEDUNIMEDUNIMED

Tabela Contrato 3056Reajuste 8,14%

Taxa de inscrição por titular R$ 10,81

TITULARES E DEPENDENTES

Faixa Etária Enfermaria Apartamento

0 a 18 86,85 108,93

19 a 23 106,81 133,96

24 a 28 127,05 159,34

29 a 33 136,26 170,88

34 a 38 141,31 177,22

39 a 43 164,33 206,10

44 a 48 242,63 304,31

49 a 53 242,63 304,31

54 a 58 242,63 304,31

59 ou + 242,63 304,31

CONVENIADOS

Faixa Etária Enfermaria Apartamento

0 a 18 97,71 119,79

19 a 23 117,67 144,82

24 a 28 137,91 170,20

29 a 33 147,12 181,74

34 a 38 152,17 188,08

39 a 43 175,19 216,96

44 a 48 253,49 315,17

49 a 53 253,49 315,17

54 a 58 253,49 315,17

59 ou + 253,49 315,17

AGREGADOS

Faixa Etária Enfermaria Apartamento

0 a 18131,79 162,54

19 a 23 159,60 197,40

24 a 28 187,77 232,73

29 a 33 200,59 248,81

34 a 38 207,62 257,64

39 a 43 239,68 297,85

44 a 48 310,60 386,79

49 a 53 418,10 521,61

54 a 58 594,28 742,56

59 ou + 594,28 742,56

Informe Jurídico

SaquaremaSaquaremaSaquaremaSaquaremaSaquarema

Reformas adiadas provisoriamenteA partir daí, haverá uma programação para que as

reformas sejam efetivadas, tendo por objetivo garantira manutenção, mais conforto e melhor qualidade nosserviços oferecidos na sede.Até lá, os associados poderão utilizar plenamente

as dependências de nossa sede em Saquarema. Éhora de aproveitar o final do verão!

Na última edição do jornal Divulgando a diretoriada ASCPDERJ anunciou o fechamento temporário dasede praiana de Saquarema, para obras durante omês de março.Devido a inúmeros pedidos de associados, a reforma

será realizada durante o período posteior aos próximosferiados de Semana Santa, Tiradentes e 1º de Maio.

IASERJ: 30 anos de luta para sobreviverCom emergência reestruturada, hospital pode ser utilizado pelos servidores públicos

Em repor tagem exclusiva do jornal Divulgando, a presidente daAssociação dos Funcionários do IASERJ (Afiaserj), Mariléia

Ormond, e a diretora Marli Silva Rocha, denunciam osucateamento do IASERJ, e que se agravou com a tentativa

de extinção do hospital pelo atual governador Sérgio Cabral.Também relatam a luta incansável dos trabalhadores para

manter o pleno funcionamento do Instituto.

O IASERJ – Instituto de Assistên-cia dos Servidores do Estadodo Rio de Janeiro – surge pordecreto lei em 1931 para pres-

tar assistência médica e social aos em-pregados do município. Na época se cha-mava Sociedade Hospitalar dos Empre-gados da Prefeitura Distrito Federal, quan-do o Rio de Janeiro ainda era capital.Além disso, funcionam as Unidades

de Ambulatórios Periféricos nos bairrosde Madureira, Penha, Gávea, Maracanã,Campo Grande, onde está localizado oHospital Geriátrico Eduardo Rabelo eunidades nos municípios de Niterói eNova Iguaçu, que foi fechado. O IASERJé um patrimônio público construído comrecursos do governo do estado e, prin-cipalmente, de seus servidores.Até o ano de 1982 o dinheiro descon-

tado do contracheque dos servidoresera destinado para investimento e ma-nutenção do IASERJ. Foi nessa época,no governo de Leonel Brizola que surgeo Caixa Único, gerando a partir de en-tão, o sucateamento da Autarquia. Masa situação se agrava mesmo no gover-no de Anthony Garotinho, quando estecria o Rioprevidência e transfere a con-tribuição de 2% do IASERJ para a áreade Previdência do estado, que já tinhaa contribuição de 9% destinada ao en-tão IPERJ (Instituto de Previdência doEstado do Rio de Janeiro), desmante-lando a seguridade social estadual.Porém, foi no atual governo de Sérgio

Cabral que o IASERJ quase chega a ser

mento algum esmoreceu, mesmo quan-do a presidente da Afiaserj teve recente-mente sua casa metralhada. A luta dosservidores do Instituto conseguiu sensi-bilizar os deputados da Alerj, que obteveda casa legislativa o apoio de R$ 10 mi-lhões para a reestruturação do hospital.Uma pequena reforma foi realizada no

IASERJ com esse dinheiro. Hoje só o se-tor de emergência funciona. A outra par-te onde foi realizada a reforma funciona oHospital São Sebastião, que funcionavano bairro do Caju, Zona Portuária, e foireferência em doenças de infectologia doRJ, e que recentemente foi fechado.Para Mariléia, essa situação de sucate-

amento é um ato criminoso, pois “umhospital que foi referência no atendimen-to médico, cirúrgico e social, com a doa-ção de óculos e aparelhos ortopédicos,onde existia uma equipe de profissionaisque atendia na casa dos servidores, comtoda a infra-estrutura, com ambulâncias,médicos, enfermeiras, assistentes soci-ais, hoje, passa por essa situação, ondeos prontuários dos pacientes, assim

como os móveis do Instituto, patrimôniodo estado e dos servidores, estão joga-dos nas salas fechadas, realmente che-ga a ser uma absurdo”.A diretora da Afiaserj, Marli Rocha refor-

ça as palavras de Mariléia e sintetiza ograndioso histórico do Centro Cirúrgico,que funcionava muito bem até meadosdos anos de 1980. “Na década de 70havia em torno de 30 a 40 cirurgias pordia. Havia cirurgia desde a pediátrica àcardíaca, até mesmo de neurocirurgia,com alta complexidade. Mesmo na épo-ca do governo Garotinho, quando o nú-mero de cirurgias havia diminuído, semantinha as cirurgias ginecológicas, e ascirurgias gerais, como hérnia, vesícula,urologia e neurocirurgia. No início dos anos90, o hospital chegou a realizar atendi-mento de implante dentário, cirurgiasplásticas, da estética à reparadora dasmais complexas, da pálpebra à umalipoaspiração, esse era um “plano desaúde” que não pergunta quanto vocêpagou para saber se você tem direito adeterminado tipo de atendimento, comouma cirurgia por vídeo, como era realiza-da”, sentencia Marli. Até dois anos atrásessas cirurgias eram realizadas, mesmosem recursos. Hoje esse prédio onde serealizavam as cirurgias está desativado,existe no lugar do povo andando pelassuas escadas, um enorme cadeado, im-pedindo o seu acesso.

Voltar a utilizar o IASERJMariléia convoca todas as entidades

do estado e os servidores a entraremnessa luta pela defesa do seu Institu-to, pela saúde física e material dos ser-vidores do estado que não necessitampagar plano de saúde, por terem umarede de hospital público de qualidade,com profissionais de ponta. O IASERJfoi um hospital-escola. Os donos darede Dor’ são profissionais oriundos doIASERJ, afirma Mariléia.“Nenhum ser humano funciona sem

coração. O mesmo acontece com o hos-pital, que não funciona sem o Centro Ci-rúrgico. Por esse motivo, todos os servi-dores devem ocupar o IASERJ, onde vol-tou a funcionar o setor de emergência comos aparelhos de última geração. Masqueremos reativar o Iaserj totalmente.Para isso, precisamos da união de todosos servidores nessa luta que estamosempreendendo”, conclui Mariléia.

extinto. Com os recursos do Institutodesviados para o Rioprevidência o Hos-pital entra em colapso. Em 2007 sãosuspensas as internações de pacien-tes cirúrgicos, obstétricos, como, tam-bém, de atendimento semi-intensivo ouintensivo. No ano seguinte intensificam-se a política para destruir o Instituto,com a desativação do Centro Cirúrgico(coração do hospital), serviços de emer-gência, UTI Neonatal, Pediatria, e diver-sas clínicas especializadas nas suasvariadas patologias. Por último o gover-nador Sérgio Cabral, através do seu Se-cretário de Saúde Sérgio Côrtes assinaum termo de Cessão de uso dos imó-veis do IASERJ gratuitamente e por pra-zo indeterminado em favor do InstitutoNacional do Câncer (INCA).

A luta pela manutençãoDesde 1982 os servidores começaram

a denunciar o sucateamento do Instituto.A dedicação da presidente da Afiaserj,Mariléia Ormond, juntamente com o cor-po funcional da Autarquia, que em mo-

Mariléia uma corajosa defensora do IASERJ

Parte do IASERJ ainda está abandonadaEquipamentos novos na emergência

FOTOS: VANOR CORRE IA

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8 ••••• Fevereiro/2009 ••••• J O R N A L D A A S S O C I A Ç Ã O D O S S E R V I D O R E S D O P R O D E R J

Cultura

Exposição comemora os cem anos de nascimento de Burle Marx

O jardineiro do mundo

Paço Imperial; Praça XV, Rio deJaneiro; Entrada Franca

R oberto Burle Marx nasceu emSão Paulo, em 1909. Desdepequeno teve contato com amúsica erudita, a literatura eu-

ropéia e as plantas. Sua mãe CecíliaBurle, de origem pernambucana e fran-cesa, o colocou em contato com begô-nias, antúrios, rosas, gladíolos,tinhorões e outras espécies que plan-tava em seu jardim. Foi nesse cenárioque aprendeu a observar a germina-ção das sementes e a preparar os can-teiros. Seu pai, Wilhelm Marx, alemãonascido em Stuttgart e criado em Trier,cidade natal de Karl Marx, que foi pri-mo de seu avô, amante da literatura edas artes.Aos 4 anos a família muda-se pra o

Rio de Janeiro.

ções, em Viena, jardins do edifício daOrganização dos Estados Americanos[OEA], em Washington.A exposição propõe apresentar a múlti-

pla produção artística de Burle Marx - pin-tura, desenho, gravuras, tecido, tapeça-ria, cerâmica, jóias, muranos e projetospaisagísticos, o maior dos paisagistas doséculo XX e criador da linguagem moder-na do paisagismo no mundo.Sua maneira de olhar coletivamente

os espaços, o fez doar seu sítio, emGuaratiba, ao Estado, para que todospossam usufruir e tomar conhecimentoda flora e botânica brasileira.A exposição “A permanência do ins-

tável”, é uma celebração ao seu cente-nário de nascimento.

ações. Outro destaque de sua criaçãoé o Eixo Monumental de Brasília.“...decidi-me a usar a topografia natural

como uma superfície para a composiçãoe os elementos de natureza encontrada -minerais, vegetais - como materiais deorganização plástica, tanto e quanto ou-tro artista procura fazer sua composiçãocom a tela, tintas e pincéis.”Entre outras obras estão o City Center

Park, de Kuala Lumpur, Malásia, em1993, sua última obra; o Parque Del Este,em Caracas, Venezuela; Calçada da Av.Atlântica, no Rio de Janeiro; Parque doIbirapuera e Jardim Botânico, em São Pau-lo; do Parque Zoobotânico, em Brasília;jardins da Pampulha, e do pioneiro Par-que de Araxá, realizado nos anos 40.No mundo, estão os jardins da

Unesco, em Paris, o Biscayne Boule-vard, em Miami, em que criou áreas paracirculação de pedestres e usou a floratropical na constituição de campos abs-tratos de cor, os jardins do prédio doCentro Georges Pompidou, em Paris,Jardim Memorial na Praça Rosa de Lu-xemburgo, em Berlim, Jardim das Na-

FOTO: CR IST INA IS IDRO

O jardineiro do mundoO jardineiro do mundoO jardineiro do mundo

O paisagista em seu seu sítio,

fotos abaixo; ao lado, Projeto

Ibirapuera (1953); Burle Marx por

Guignard (1940), na alto à

direita; óleos, “Janela” (1941),

no alto e “Mulher de Combinação

Rosa” (1933), à direita.

Capanema, no Rio de Janeiro.Em suas técnicas o artista usava as

plantas como pigmento para a pinturade suas telas. O próprio Burle Marxconfidenciou: “.... No momento em quevou combinar plantas, estou pensandoem cor, volume e ritmo”.Segundo ele, o paisagismo deve aten-

der a “uma necessidade estética quenão é luxo nem desperdício, mas ne-cessidade absoluta da vida humana,sem o que a própria civilização perderiasua razão estética”.O Parque do Flamengo, projetado por

Burle Marx, é uma obra monumental dopaisagismo mundial, sendo o maiorparque a céu aberto do mundo, se des-taca como uma de suas mais belas cri-

Aos 10 anos, muda-se para a Alema-nha com a família. Burle Marx, então,teve contato com as vanguardas artís-ticas européias. Lá conhece um JardimBotânico com estufa mantendo vegeta-ção brasileira, ficando fascinado. Foinesse período que visitou várias expo-sições, destacando-se as de Van Gogh,Matisse e Picasso, que influenciaramsua decisão de estudar pintura.De volta ao Rio, em 1930, seu amigo

Lúcio Costa o incentiva ingressar naEscola Nacional de Belas Artes, estu-dando ao lado de Candido Portinari,onde conhece Oscar Niemeyer, MiltonRoberto, Hélio Uchoa, entre outros.Seu primeiro projeto paisagístico foi os

jardins na residência da família Sch-wartz. Mas foi em 1934, quando assu-me a diretoria de Parques a Jardins doRecife, que começa a colocar em práti-ca suas habilidades de paisagista, pro-jetando praças e jardins públicos e cri-ando o Parque Ecológico do Recife.Nos anos seguintes seus trabalhos

ganharam ampla projeção à partir doprojeto do jardim do Palácio Gustavo

IMPR

ESSO

FOTO: CÉSAR BARRETO

FOTO: CÉSAR BARRETO

FOTO : ALA IR GOMES