03/07/2012 infecções do trato respiratório superior...

12
03/07/2012 1 Tosse Aguda Pronto Atendimento Fernando Lundgren HOF Infecções do Trato Respiratório Superior Conflitos de Interesse CFM nº 1.59/00 de 18/5/2000 e ANVISA nº 120/2000 de 30/11/2000 2 1. Nos últimos doze meses recebi apoio da indústria farmacêutica, em forma de passagem ou apoio didático para participação em evento médico, ou pesquisa clínica. Novartis ; Boehringer-Inghelheim ; Pfizer ; GSK ; Aché; Astra Zeneca; Bayer, MSD 2. Sou funcionário de entidade governamental. Coordenador de Residência Médica em Pneumologia do HOF- PE Chefe do Serviço de Pneumologia do HOF-PE Membro do Comitê Estadual de Pneumologia 3. Sou membro de organização não-governamental destinada a defesa de interesses de profissionais de saúde. Presidente da comissão de DPOC da SBPT Líder do projeto GOLD para a DPOC Governor ACCP-Chest Data da última modificação 25 de junho de 2012 Sintomas respiratórios que levam a consulta médica de emergência. Tosse Secreção Falta de ar Desconforto respiratório Escarros com sangue Manual de Pneumologia SBPT 2010

Upload: vothuy

Post on 19-Sep-2018

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

03/07/2012

1

Tosse Aguda Pronto Atendimento

Fernando Lundgren

HOF

Infecções do Trato Respiratório Superior

Conflitos de Interesse CFM nº 1.59/00 de 18/5/2000 e ANVISA nº 120/2000 de 30/11/2000

2

1. Nos últimos doze meses recebi apoio da indústria farmacêutica, em forma de passagem ou apoio didático para participação em evento médico, ou pesquisa clínica.

• Novartis ; Boehringer-Inghelheim ; Pfizer ; GSK ; Aché; Astra Zeneca; Bayer, MSD

2. Sou funcionário de entidade governamental.

• Coordenador de Residência Médica em Pneumologia do HOF- PE

• Chefe do Serviço de Pneumologia do HOF-PE

• Membro do Comitê Estadual de Pneumologia

3. Sou membro de organização não-governamental destinada a defesa de interesses de profissionais de saúde.

• Presidente da comissão de DPOC da SBPT

• Líder do projeto GOLD para a DPOC

• Governor ACCP-Chest

Data da última modificação 25 de junho de 2012

Sintomas respiratórios que levam a consulta médica de emergência.

Tosse

Secreção Falta de ar

Desconforto

respiratório

Escarros com sangue

Manual de Pneumologia – SBPT 2010

03/07/2012

2

Tosse aguda menos de 2 semanas de duração

• Resfriado – infecção viral

• Rinosinusite

• Pertussis – adultos

• Rinite atópica

Infecções do trato respiratório superior

• Bronquite aguda

• Pneumonia

• DPOC agudizada

• Bronquiectasia

• Tuberculose

Infecções do trato respiratório inferior

Asma agudizada

História?

Sinais e Sintomas? Imagem?

Radiografia

TAC Culturas?

Secreção?

Tissular?

Sangue ?

Bio-Marcadores?

Leucocitose?

VHS?

PCR?

Procalcitonina?

PRO-BNP?

Diagnóstico diferencial

ERJ - Woodhead et al. 26 (6): 1138. (2005)

Resfriado Bronquite aguda Exacerbação da

DPOC

Pneumonia Adquirida na

Comunidade – PAC

Pneumonia Grave - SEPSIS

03/07/2012

3

Quando usar antibiótico na UE?

Processo infeccioso inicialmente é

localizado

Processo infeccioso passa a ter

repercussão sistêmica

Síndrome inflamatória sistêmica

• Hipotensão arterial

• Taquicardia

• Taquipnéia

• Hipoxemia

• Alteração do grau de consciência

Tosse - Abordagem Historia

Exame fisico Exames

Doença grave

Pneumonia Asma DPOC

ICC

Doença não grave

Infecciosa

ITR superior

Rinosinusite Laringite

ITR inferior

Bronquite

Não infecciosa

Exacerbação

Asma Bronquiectasia

Ambiental

T

ANTIBIOTICOS QUANDO

USAR?

Prevalência de Pneumococo Resistente a Penicilina

r = 0.75

Albrich WC, Emerg Inf Dis 04

Quanto maior o uso de antibióticos em

atendimento primário maior a

possibilidade de se criar resistência a

antibiótico hospitalar.

03/07/2012

4

Tosse – Vias aéreas

Rinosinusite Viral

Bacteriana

Laringite Viral

Bacteriana Pertussis

Bronquite Viral

Bacteriana

Irwin et al. Diagnosis and management of cough executive summary. Chest (2006) vol. 129 (1 suppl) pp. 1S

Rinosinusite aguda

Tosse aguda

menos de 15 dias

Coriza

Obstrução nasal

Febre no início

Manual de Pneumologia – SBPT 2010

Rinosinusites Diagnóstico

Rinoscopia anterior

Tomografia computadorizada de seios de face

03/07/2012

5

Rinosinusite

Foto: HOF - Pneumologia

Pólipo

Sintomas

Anti-histaminico Associação anti-

histaminico+ descongestionante

Corticóide

Sistêmico Local

Infeccioso

Cobrir:

Pneumococo Hemofilus influenza Morraxela

(Quinilona oral;Β-lactâmico/Inibidor

Betalactamase)

Tratamento da Rinosinusite

Manual de Pneumologia – SBPT 2010

03/07/2012

6

Laringite aguda

Viral

Dor de garganta

Sintomas nasais

Tosse

Pertussis

Tosse convulsiva

Apneia pós tosse

Vomito após tosse

Bradicardia

Irwin et al. Diagnosis and management of cough executive summary. Chest (2006) vol. 129 (1 suppl) pp. 1S

Diagnóstico Pertussis

Cultura de Orofaringe

Dosagem de anticorpos

Pesquisa por PCR em Orofaringe

Tratamento Laringite

Viral

Antihistaminico

Sedativo de tosse

Pertussis

Macrolideo – primeira semana (eritromicina)

Antihistaminico; Corticoide sistêmico, Corticoide tópico; Antitoxina; Ipratrópio

Singh and Lingappan. Whooping cough. Chest (2006) vol. 130 (5) pp. 1547

03/07/2012

7

Bronquite aguda

Tosse / Catarro

Febre (< 4 dias) – Desconforto respiratório

Acomete arvore

traqueal e brônquica

Apresentação aguda

Sem antecedentes de episódios semelhantes

Relacionada a mudança climáticas

Principais agentes

- Vírus respiratórios

70/1000 Consultas

Thorax 2001;56:109–114

Sem Doença Pulmonar Prévia

Bronquite Aguda - Tratamento

Não há indicação de uso de

antibiótico

Informar o paciente sobre uso

não necessário

Uso de sedativo de tosse.

Antihistaminico?

Uso de broncodilatadores

nos casos de presença de

roncos ou sibilos.

(2/3 dos casos de BA, são

classificadas posteriormente

como asma*)

Não usar mucolíticos, ou expectorantes.

não existe evidência médica que suporte o seu

uso.

*Ann Allergy 1985; 55:568–570 Guidelines for the management of adult lower respiratory tract Infections. Woodhead et al. - Clinical Microbiology and Infection 2011 , CMI, 17 (Suppl. 6), E1–E59

Diagnóstico Clínico Pneumonia Adquirida na Comunidade

Sintomas de doença aguda : tosse associada a 1 ou > 1

expectoração,

falta de ar,

dor torácica ventilatório-dependente.

Achados focais no exame físico:

crepitações,

som bronquial,

aumento do frêmito tóraco-vocal

Pelo menos um achado sistêmico:

confusão mental, cefaléia, sudorese, calafrios, mialgias, temperatura ≥ 37,8º.C

Infiltrado radiológico não presente previamente.

Leucocitose >12 000 ou leucopenia < 4000/mm3

Exclusão de outras condições

Diretriz Brasileira de PAC- JBP 2010

03/07/2012

8

Quando solicitar radiografia de tórax?

Presença de sinais e sintomas de ITRI

Anormalidades de sinais vitais

• Febre

• Hipoxemia

• Taquicardia > 100

• Taquipnéia > 20

• Confusão mental

Nolt B; American Journal of Emergence Medicine (2007) 25; 631-636

PAC - Grave

Masc. 29 anos, 39 º G, TA=90/50, FR=34, SpO2=90% = Fator conhecido, lesões de pele com pus sic há 10 dias. Tratado com Oxicalina por 20 dias – Alta Curado. Realizado lavado bronquico = Stafilococos aureas oxacilino sensível

Ambulatoriais

Previamente hígidos

Doenças associadas Antibióticos (3 meses)

Quinolona ou Betalactâmico + Macrolídeo

Macrolídeo

Internados não-graves

Quinolona ou Betalactâmico + Macrolídeo

Admitidos em UTI

Com risco de Pseudomonas)

Sem risco de Pseudomonas

Betalactâmico + Quinolona ou Macrolídeo

Betalactâmico* + Quinolona**

Betalactâmico †

03/07/2012

9

Bronquiectasias

Quadro Clínico

Tosse Produtiva

Diária

Secreção Abundante

Odor

Hemoptise Repetição

Sépsis crônica Caquexia

Alteração do humor

O’Donnel AEBA at al.Chest 1998;113(5):1329-34

Bronquiectasias

HOF - Pneumologia

03/07/2012

10

Tratamento das bronquiectasias exacerbadas

• Quinolona (movifloxacino,levofloxacino, gemifloxacino)

• Betalactamico + Inibidor de betalactamase

Antibiótico largo espectro

• ß2 longa ação (salmeterol, formoterol)

Broncodilatador

• Prednisona oral 40 mg dia

Corticóide sistêmico

Protocolo do HOF - Pneumologia

DPOC Exacerbação

Exacerbação é um agravo das condições do paciente, do seu estado de estabilidade e de sua situação diária, este agravo é agudo e necessita tratamento adicional ao utilizado.

Duração dos sintomas – 2 ou 3 dias

S. Burge, J.A. Wedzicha Eur Respir J 2003; 21: Suppl. 41, 46s–53s. Peter Calverley Eur Respir J 2005; 26: 406–413

Tosse Secreção Falta de ar Aperto

Pronto atendimento “Bronquite aguda” DPOC não pensada

Tabagista Assintomático

Tosse

Febre

Falta de ar

Chiado

Pensar DPOC Solicitar Espirometria quando estável Iniciar tratamento correto

03/07/2012

11

Exacerbação e Mortalidade

Exacerbação com atendimento em emergência

Exacerbação com atendimento em UTI

5%9%

11%

16%

23%

32%

39%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

30 Dias 60 Dias 90 Dias 180 Dias 1 Ano 2 Anos 3 Anos

Percen

tag

em

d

e M

orta

lid

ad

e

Tempo após admissão

Kim S, et al. COPD. 2006;3:75-81.

8% IAM

Mortalidade

7,3% na UTI

26% 30 dias

69% 3 anos

14,5 meses

sobrevida

Berkius Acta Anaesthesiol Scand 2008; 52: 759–765 Arq.bras.cardiol 63(4):273-80, out. 1994

Tratamento Exacerbação da DPOC

Iniciar ou Aumentar BD

Reavaliar em horas

Melhora Rever manutenção

Sem melhora

Corticóide oral

Antibiótico

Agravo Hospital

GOLD 2008. Current Opinion in Pulmonary Medicine 2009 15:133–137

Antibióticos recomendados

Grupo A: Exacerbação não infecciosa Grupo B: Exacerbação infecciosa Grupo C: Exacerbação grave com fatores de risco para P aeruginosa GOLD 2008

Tratamento Oral Alternativas Oral Tratamento Parenteral

Grupo A Pacientes com um único sinal cardinal não deve receber antibiótico

Grupo B β-lactâmicos Inibidores da β-lactamase

Fluoroquinolones (gemifloxacina, levofloxacina, moxifloxacina)

β-lactam/β-lactamase inibidores (Co-amoxiclav, ampicillina/sulbactam) Cefalosporins (2nd or 3rd geração) Fluoroquinolonas (levofloxacina, moxifloxacina)

Grupo C Em pacientes com risco para pseudomonas Fluoroquinolonas (ciprofloxacino, levofloxacino – dose alta)

Fluoroquinolonas (ciprofloxacino, levofloxacino – dose alta or β-lactamico com atividade para P aeruginosa

03/07/2012

12

Insuficiência cardíaca

14/8/2011 18/8/2011

Insuficiência cardíaca

Tosse seca Esforço

Decúbito

Tosse com secreção rósea

Historia de doença cardiovascular

Historia de falta de ar

Esforço

Decúbito

Conclusão: Causas de Tosse e Antibióticos:

Dificuldade de diagnóstico

diferencial existe

Cuidados ao afastar doença

grave como causa

Evitar uso desnecessário de

exames radiológicos

Radiografia seios de face

Evitar uso desnecessário de

antibióticos

Evitar uso de mucolíticos e

expectorantes

Programar acompanhamento

com o paciente

Rever sintomas