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Segunda-feira C M Y K R$ 2,00 jornaldehoje.com.br Ano XVI NATAL-RN, 2 DE JUNHO DE 2014 Nº 4.949 TOTAL DE PÁGINAS NESTA EDIÇÃO SIGA-NOS NO TWITTER: ACESSE O SITE: 16 @jornaldehoje www.jornaldehoje.com.br E-MAIL REDAÇÃO: [email protected] Dólar comercial R$ 2,26 Dólar turismo R$ 2,35 Dólar/Real R$ 2,26 Euro x real R$ 3,08 Poupança 0,50%/0,41% Taxa Selic 11% INDICADORES: A sutil releitura da esperança agora levando a tradição como um símbolo de segurança? Vicente Serejo Página 13 Fátima Bezerra afirma que não rejeita o voto de Rosalba e de seus seguidores. Daniela Freire Página 12 Ana Luíza Rabelo Spencer Minervino Wanderley Ailton Salviano Jahyr Navarro Cláudia Santa Rosa Roberto Cardoso Anísio Marinho Neto ESCREVEM ARTIGOS NA EDIÇÃO DE HOJE OPINIÃO - Página 2 Marcos A. de Sá Página 7 Região do Seridó entra no destino de visitação dos tu- ristas da Copa do Mundo. Túlio Lemos Página 3 Reunião do DEM foi marca- da pelo clima de animosidade entre Agripino e Rosalba. Marinho Chagas acertou 2 ve- zes: Brasil perdeu da Holanda e fez muito pelo futebol do RN. Danilo Página 11 Maior símbolo do futebol do Rio Grande do Norte, o melhor lateral esquerdo da Copa de 74 morreu aos 62 anos. Corpo será sepultado hoje à tarde ROSALBA É DERROTADA POR AGRIPINO, MAS NÃO DESISTE DA REELEIÇÃO DEM DECIDE QUE GOVERNADORA NÃO DEVE SER CANDIDATA. ROSALBA DEIXA A SEDE DO PARTIDO INSATISFEITA E ANUNCIA QUE LUTARÁ NA CONVENÇÃO POLÍTICA 3 Torcedores dão adeus ao ex-craque Marinho Chagas CIDADE 8 E ESPORTE 14 José Aldenir > POR 45 A 10... > ELEIÇÃO DE IPANGUAÇU Outra chapa apoiada pelo ‘acordão’ foi derrotada POLÍTICA 4 > ENTRE AS CIDADES-SEDES Natal tem maior aumento no número de homicídios CIDADE 10 > COPA EM NATAL Hospitais privados não devem ter rotina alterada Unidades não fecharam convênios, porque procura já é acima da capacidade. CIDADE 6 Secretário de Desenvolvimento Econômico acredita que questão voltará após a Copa. Especialista em modelos de ‘aerotrópole’ esteve em São Gonçalo. ECONOMIA 7 Heracles Dantas RN deve voltar a discutir a redução do querosene de aviação José Aldenir MORTE DO JOGADOR REPERCUTE PELO MUNDO. EX -CLUBES DE MARINHO CHAGAS, ABC E NÁUTICO PREPARAM HOMENAGEM PARA O JOGO DE AMANHÃ PELA SÉRIE B Wellington Rocha SYLVIA SÁ INTERINA

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Page 1: 02062014

Segunda-feira

C M Y K

R$ 2,00 w jornaldehoje.com.brAno XVI w NATAL-RN, 2 DE JUNHO DE 2014 w Nº 4.949

TOTAL DE PÁGINAS NESTA EDIÇÃO

SIGA-NOS NO TWITTER:ACESSE O SITE: [email protected] REDAÇÃO:[email protected]

Dólar comercial R$ 2,26Dólar turismo R$ 2,35Dólar/Real R$ 2,26

Euro x real R$ 3,08Poupança 0,50%/0,41%Taxa Selic 11%

INDICADORES:

wA sutil releitura da esperançaagora levando a tradição comoum símbolo de segurança?

VicenteSerejo

Página 13

w Fátima Bezerra afirma quenão rejeita o voto de Rosalbae de seus seguidores.

DanielaFreire

Página 12

Ana Luíza Rabelo Spencer

Minervino Wanderley

Ailton Salviano

Jahyr Navarro

Cláudia Santa Rosa

Roberto Cardoso

Anísio Marinho Neto

ESCREVEM ARTIGOS NA EDIÇÃO DE HOJE

OPINIÃO - Página 2

Marcos A. de Sá

Página 7

w Região do Seridó entra nodestino de visitação dos tu-ristas da Copa do Mundo.

TúlioLemos

Página 3

w Reunião do DEM foi marca-da pelo clima de animosidadeentre Agripino e Rosalba.

wMarinho Chagas acertou 2 ve-zes: Brasil perdeu da Holanda efez muito pelo futebol do RN.

DaniloSá

Página 11

Maior símbolo do futebol do Rio Grande do Norte, o melhor lateral esquerdo da Copa de 74 morreu aos 62 anos. Corpo será sepultado hoje à tarde

ROSALBA É DERROTADAPOR AGRIPINO, MAS NÃODESISTE DA REELEIÇÃODEM DECIDE QUE GOVERNADORA NÃO DEVE SER CANDIDATA. ROSALBA DEIXA

A SEDE DO PARTIDO INSATISFEITA E ANUNCIA QUE LUTARÁ NA CONVENÇÃO

POLÍTICA 3

Torcedores dão adeus aoex-craque Marinho Chagas

CIDADE 8 E ESPORTE 14

José Aldenir

> POR 45 A 10...

> ELEIÇÃO DE IPANGUAÇU

Outra chapa apoiada pelo‘acordão’ foi derrotada

POLÍTICA 4

> ENTRE AS CIDADES-SEDES

Natal tem maior aumentono número de homicídios

CIDADE 10

> COPA EM NATAL

Hospitais privados nãodevem ter rotina alterada

Unidades não fecharam convênios, porque procura já é acima da capacidade. CIDADE 6

Secretário de Desenvolvimento Econômico acredita que questão voltará após a Copa. Especialista em modelos de ‘aerotrópole’ esteve em São Gonçalo. ECONOMIA 7

Heracles Dantas

RN devevoltar adiscutir aredução doquerosenede aviação

José Aldenir

MORTE DO JOGADOR REPERCUTE PELO MUNDO. EX-CLUBES DE MARINHO CHAGAS,ABC E NÁUTICO PREPARAM HOMENAGEM PARA O JOGO DE AMANHÃ PELA SÉRIE B

Wellington Rocha

SYLVIA SÁ

INTERINA

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Segunda-feira2 O Jornal de HOJE Natal, 2 de junho de 2014 Opinião

"Natal quer ler mais"Artigo CLÁUDIA SANTA ROSA, educadora

([email protected])

Monteiro Lobato (1882-1948),mente brilhante da literatura brasilei-ra, é o autor de uma das frases mais di-fundidas entre os que atuam nas áreasde educação e cultura: "um país se fazcom homens e livros." Pensemos: la-mentavelmente, deixando um rastro deinjustiça social, o acesso à educação,no Brasil, por séculos seguiu um mo-delo seletivo e classificatório e, assimsendo, são comuns falas nostálgicasque se referem à época em que a es-cola pública formava homens e mu-lheres com a mesma qualidade comque faziam as escolas do clero e daburguesia. Naquela escola estatal per-maneciam os mais privilegiados, res-paldados por exames que excluíam amaioria da possibilidade de completaruma formação acadêmica.

Somente nas últimas três décadaso país comprometeu-se com a univer-salização do acesso ao ensino funda-mental e mais recentemente à pré-es-cola e ao ensino médio. A garantia dequalidade ainda é um horizonte dis-tante. Uma lástima!

Não bastasse a falta de acesso àescola ou mesmo a uma escola de qua-lidade, o Brasil também não democra-tizou o acesso aos livros e ainda contamunicípios que não dispõem de biblio-teca pública, sem falar naquelas exis-tentes apenas na formalidade. Muitasgerações de brasileiros cresceram dis-tantes da escola e dos livros. As polí-ticas públicas ou as de governos, vol-tadas à aproximação das pessoas como conhecimento, de tão elitizadas sem-pre amalgamaram a ideia equivocada

de que o par biblioteca pública/suces-so escolar é artigo de luxo, secundário,sobretudo, para os estratos sociais maiscarenciados.

Não é de hoje que diversos movi-mentos da sociedade civil organizadademandam por políticas públicas du-radouras que incorporem, inclusive, oseventos, tão atrativos aos olhos de boaparte dos gestores públicos, ávidos porrepercussões midiáticas ou mesmo por-que entendem que ventos são mais im-portantes. O fato é que os eventos, pormais imponentes que sejam, logo pas-sam. Passam com a mesma rapidezcom que duram: dois, três dias, uma se-mana que seja. Nada ou muito poucofica. Servem para aqueles que dispõemde base.

Entretanto, Natal tem a oportuni-dade, neste momento, de escrever umanova história na área de formação deleitores. A partir de um compromissoassumido durante a campanha eleito-ral, o prefeito Carlos Eduardo, leitor demuitos títulos, assinou um decreto,ainda no mês de novembro de 2013,criando o Grupo de Trabalho (GT) paraconduzir o processo de elaboração, to-talmente participativo, do Plano Mu-nicipal do Livro, da Leitura, da Lite-ratura e das Bibliotecas - PMLLLB -Natal, à luz do Plano Nacional do Livroe da Leitura (PNLL).

O fato é que o PMLLLB - Nataltem sido construído a partir de muitasmãos. Gente da melhor qualidade ecom intenções valorosas tem dedicadotempo, energia e talento, numa tarefaque enseja sensibilizar a população e

os gestores públicos a estabeleceremum novo tipo de relação com um temahistoricamente desprestigiado. Um de-safio!

A ideia "Natal quer ler mais"move os membros do GT, revela-seum recado, um aviso e ao mesmotempo um chamado à cidade. Nos en-contros para audição de propostas, talideia transforma-se em indagações:"o que é preciso ser feito para que apopulação de Natal leia mais?" Eainda: "O que fazermos para que Natalseja uma cidade de leitores? Impres-siona a criatividade das pessoas ecomo algumas ideias se repetem, em-bora em grupos diferentes. As pro-postas são de uma boniteza que é pre-ciso ser muito insensível para não de-sejar executá-las.

Em tempos de muita atenção dis-pensada ao futebol, de muitos recursosdestinados a investimentos e outrostantos para gastos com apenas um cam-peonato, mais um evento, não desejopromover cotejamentos já superados.Apenas alerto: para o livro e a leituraserem valorizados é preciso investi-mentos. Sim, investimentos. Não estoua falar de gastos, mas de investimen-tos na construção e manutenção de bi-bliotecas públicas e num conjunto deações de incentivo à leitura para delasdecorrerem; investimentos em biblio-tecas escolares e em projetos de bi-bliotecas comunitárias; investimentosnum plano de comunicação respalda-do pela prerrogativa constitucional dapublicidade educativa. Reforço: "Natalquer ler mais".

A desconstrução do conhecimento (3)Artigo ROBERTO CARDOSO, cientista social e sócio efetivo do IHGRN

([email protected])

Antonio Gramsci (Itália:1891-1937) escrevia anotações para seremjogadas no lixo ao final do dia. Pier-re Bourdieu (França:1930-2002) es-creveu um livro para ser queimado.As anotações de Gramsci renderampelo menos uma dezena de livros comofonte original e primaria, a partir deseus escritos carcerários. Outros tan-tos foram escritos como conhecimen-to secundário. E a maior expressãodos estudos gramscianos, no Brasil foiCarlos Nelson Coutinho (1943-2012).

Bourdieu foi a maior expressãona sociologia dos últimos tempos. Umfilósofo que se converteu em sociólo-go. Rendendo novas interpretaçõesno campo da sociologia e principal-mente na educação. Suas ideias come-çaram a ser divulgadas no Brasil nadécada de 1970. No ano de 2013 foirealisado em Natal/RN o "SimpósioInternacional sobre Pierre Bourdieue a Educação" na UFRN, com apoioda CAPES e Universite de Paris.

Além dos tradutores de seus livros(Bourdieu), mais três nomes de conhe-cedoras da obra e das teorias boudie-sianas: I. Barreira, S. Baptista e T.C.Franco Santos. Três enfermeirasatuantes, no ensino de graduação epós-graduação da EEAN - Escola deEnfermagem Anna Nery da UFRJ -Universidade Federal do Rio de Ja-neiro. Três docentes, mestres, douto-ras e pós-doutoras. Enfermeiras PAN(Padrão Anna Nery) orientadoras nocurso de pós-graduação daEEAN/UFRJ. Por intermédio do Nú-

cleo de Pesquisa em Historia da En-fermagem Brasileira (NUPHEBRAS),com sede no prédio histórico daEEAN. Conduzindo mestrandos edoutorandos em analises do camposocial e educacional da enfermagem.Estudam, apoiam e constroem arti-gos, teses e dissertações, com apli-cações de teorias, ideias e pensamen-tos, de Bourdieu, Hobsbawm e No-bert Elias, dentre outros.

Obervando as bibliografias, ima-ginando os meios e as épocas que vi-veram (Gramsci e Bourdieu) é pos-sível imaginar seus pensamentos esuas afirmações. Considerando queGramsci escreveu anotações paraserem jogadas fora; e Bourdieu escre-veu um livro para ser queimado. Estesimples conjunto de artigos, alheio amídia científica, deverá ser minima-mente ignorado. Desprezado pelaselites intelectuais e acadêmicas, de-tentoras e controladoras da constru-ção do conhecimento.

Enquanto um (Gramsci) foi umescritor solitário, fez grande parte deseus escritos em um período carcerá-rio. E tal como Karl Marx não fezcarreira na academia. O outro (Bour-dieu) foi um membro da academiafrancesa, lecionando em faculdades,escrevendo e publicando artigos cien-tíficos, dirigindo revistas cientificas.A partir dos exemplos citados aqui,nota-se claramente que a produçãointelectual pode ser inversamente pro-porcional à construção de uma carrei-ra acadêmica.

A construção de um conhecimen-to sofre controles: de poder e de sta-tus. Poderes que visam uma perma-nência de pessoas em determinadasposições, em diversos pontos da pi-râmide construída. Aliás, os modelosem forma de pirâmide, já são ensina-dos desde as teorias gerais no inicioda educação acadêmica. Para que cadaum, desde cedo saiba sua posição pe-rante os outros. Construídas e ensina-das para que cada um perceba queserá necessário muito esforço paraatingir o topo.

Qualquer aluno ou orientando quetenha outras opiniões, ou soluções di-ferenciadas do professor ou orienta-dor, já é suficiente para não obter umanota máxima em um TCC ou mono-grafia; não defender uma dissertaçãoou tese; não escrever um ensaio ou ar-tigo científico.

Um TCC, uma monografia, umadissertação ou uma tese segue regrase critérios. Regras e critérios para queo mestre e a banca de avaliação pos-sam entender o desenrolar do pensa-mento daquele que defende uma ideia,o orientando. Regras que beneficiamo orientador e a banca. Até uma provade múltipla escolha é um beneficio aoprofessor. Evita outras e novas inter-pretações alem das oferecidas.

Bourdieu produziu uma ciênciaincômoda, e costumava dizer: o queo mundo social fez, o mundo socialpode desfazer. E assim o mundo so-cial vai construindo e desconstruin-do os conhecimentos.

A idade da sabedoriaArtigo ANA LUÍZA RABELO SPENCER,

advogada ([email protected])

Você não precisa ter muitas primave-ras vividas para ser sábio. Precisa ser in-teligente, aprender com os próprios erros,aceitar os conselhos de quem já errouantes, precisa saber abrir as portas certase entender que, quando uma porta se fecha,é para o seu bem, pois há uma janela,logo ali, esperando para ser aberta.

Hoje, com o avanço da tecnologia,podemos ver crianças geniais em todo omundo. Tocando, fazendo mestrado emHarvard, jogando bola e ensinando. Ma-ravilhamos-nos com estas imagens, comas mentes brilhantes que cuidarão donosso futuro.

Importante, porém menos divulga-do, é que todos temos oportunidades denos tornar sábios, mesmo que não seja-mos prodígios. Todos somos capazes denos aprimorar, nos transformar e, conse-quentemente, transformar o mundo aonosso redor.

Ter um trabalho que se ama, cuidarda família e olhar pelo próximo são al-gumas atitudes que nos tiram da "nor-malidade" e nos colocam em um patamarsuperior. Honestidade, humildade, fé eesperança também são ingredientes quefazem parte desta poção mágica de mu-dança.

Se desejarmos, saberemos lidar comas chances que aparecem para nos fazer

crescer. E não são poucas. A cada minu-to, somos testados, poderemos ser felizesou ranzinzas, ser humildes ou humilhar,ser honestos, caridosos, amorosos ou ape-nas escolher o contrário disso tudo e se-guir nosso caminho.

Olhar para o lado, fingir que não im-porta, pode até ser o caminho mais fácil,mas não é necessariamente o melhor.

Todos passamos por obstáculos, cru-zamos com as dificuldades da vida, maso modo como as enfrentamos ou ignora-mos, o modo como realmente lidamoscom elas, é o que diferencia aqueles quetêm sabedoria daqueles que não a pos-suem.

Existe uma famosa prece, que pre-firo entoar como mantra, que diz o se-guinte:

"Concedei-me, Senhor, a Serenida-de necessária para aceitar as coisas quenão posso modificar; Coragem para mo-dificar as que eu posso; E Sabedoria paradistinguir umas das outras."

Pensar nessas palavras algumasvezes antes de agir pode fazer uma gran-de diferença, não só na nossa vida, masna vida de muitas outras pessoas aonosso redor. Seja sábio, não importaqual a sua idade, pense antes de falar, es-cute mais do que fala e faça o que puderpelo próximo.

Artigo

Corporativismodo bem

ANÍSIO MARINHO NETO, 1º procurador deJustiça, professor e membro da ALEJURN,IHGRN e UBE ([email protected]).

Ao atingirmos o vigésimo sextoano de vigência da Constituição Fe-deral de 1988 no Brasil, podemos ce-lebrar o fato de estarmos percebendoum maior número de contribuiçõespara o aprofundamento da nossa ci-dadania. Devemos destacar o papelfundamental da imprensa, fornecen-do informações sobre os procedimen-tos técnicos que são adotados nas maisvariadas situações, em inquéritos eações diversas. Cumpre a imprensaseu papel republicano, fazendo comque as notícias sirvam de subsídiospara uma atuação eficaz, para um de-bate intenso, que levantem questõesimportantes, fundamentais para aque-les que se dedicam ao aperfeiçoamen-to das Instituições e dos Poderes Pú-blicos. Isto está sendo possível graçasa presença cotidiana da mídia dos re-latos sobre o trabalho desenvolvidonas comarcas, nas promotorias, nos fó-runs, nos tribunais e nas procurado-rias. As Instituições ficam. Os homense as mulheres se vão. Premissas tãorepetidas pela sabedoria e fiel realida-de. Com naturalidade, pois a Institui-ção do Ministério Público, acima dequalquer coisa é extremamente de-mocrática e tem dado demonstraçõesdisso ao longo de sua história. Deforma nenhuma é corporativista. Osataques que sofrem o Ministério Pú-blico vêm de segmentos que sentemhoje seus interesses contrariados. Anossa legislação não é corporativa,porque ela não reivindica em momen-to algum, benefícios para os mem-bros do Ministério Público. O que sebusca é preservar o seu membro, paraque ele tenha realmente autonomia, li-berdade e independência funcional,para que em nome da Justiça e do ci-dadão fazer valer o Direito. A Insti-tuição do Ministério Público realmen-te ocupa o espaço que lhe foi assegu-rado no cenário nacional. O Ministé-rio Público é visto como uma Institui-ção forte e respeitada que hoje extra-pola a classe ministerial. Ele hoje éuma bandeira de luta da sociedade. Écerto que toda e qualquer Instituiçãoou Poder Público deve se preocuparcom a cidadania, com a consolidaçãoda Democracia, e de alguma formacontribuir de forma expressiva paravarrer qualquer tipo de preconceito.Não enxergar que preconceitos exis-tem é ser cego, mas também não en-xergar que as pessoas têm de lutar porseus espaços, no dia-a-dia dá margempara que os preconceitos se perpe-tuem. Os membros do Ministério Pú-blico brasileiro contribuíram enorme-mente para a consolidação da Demo-cracia, solidificação da cidadania e oresgate da credibilidade nas Institui-ções democráticas. O membro do Mi-nistério Público é respeitado, seja pelosMagistrados, seja pelos Advogados,seja por toda a sociedade, porquesabem que atrás dele, existe uma Ins-tituição ministerial forte. Não pode-mos olvidar da necessidade perma-nente de avaliação do Ministério Pú-blico, e ela começa pelos seus pró-prios membros. Uma avaliação pro-funda de toda a estrutura e de todosos seus membros. Em toda a Institui-ção ou Poder Público, existe o mem-bro correto, como existem aquelesque cometem seus deslizes. Esses pre-cisam ser extirpados, se não compro-meteram a credibilidade de toda a Ins-tituição ou Poder Público. No Minis-tério Público aqueles que cometemdeslizes no desempenho de suas atri-buições devem ser punidos. E tenhocerteza que o Poder Judiciário e aOrdem dos Advogados do Brasil terãoque fazer a mesma reflexão que ou-tras Instituições fazem, para não darmargem a sociedade para grande dis-cussão que hoje se abre em torno dotema corporativismo maléfico. Assim,temos que uma Instituição permanen-te e essencial à função jurisdicional doEstado como o Ministério Público,com incumbências constitucionais eatribuições legais que asseguram econsagram a aplicação do melhor Di-reito, não pode, jamais, ser melindra-da pelos homens e as mulheres que ocompõe. Pautados nos princípios daunidade, indivisibilidade e indepen-dência funcional, convivem os repre-sentantes do Ministério Público coma sequência de dissabores, frustrações,lamúrias e desencantos, impostas pelacarreira, ao longo do exercício doscargos de Promotor e de Procuradorde Justiça. A esses homens e a essasmulheres, que devem caminhar mar-cando, no tempo, a importância daInstituição mais digna e louvável queforma a Justiça pátria, o MinistérioPúblico, que pretendem ver uma so-ciedade feliz, são colhidas nos ensi-namentos de emissários do altíssimo,que enaltecem verdadeiramente, opapel daqueles que desejam promo-ver e procurar a Justiça, não só vol-tada ao plano jurídico, mas acima detudo social, proporcionando, inega-velmente, a defesa natural de interes-ses indisponíveis de cada semelhan-te, como são exemplos, a vida, a li-berdade e a igualdade.

Lembrando emoções sentidasArtigo JAHYR NAVARRO, médico ([email protected])

Já devia estar acostumado comas tragédias que tanto afligem o nossocírculo de amizade, como também ode pessoas que - mesmo sem muitaaproximação - frequentam o nossoamplo espaço social. Quase que dia-riamente somos surpreendidos coma notícia de um amigo que partiu, sempoder levar consigo a resposta doadeus de sua despedida. A saudadede uma amiga de muitos anos queempreendeu a viagem que não temvolta. Gente jovem que nos abando-nou muito antes do desejado, deixan-do apenas exemplos que serão sem-pre lembrados e os rastos que já estãopreenchidos com a saudade que otempo não apagará.

Fico pensando - cá com meus bo-tões - nos danos que uma emoçãoviolenta pode causar na estrutura fí-sica de uma criatura que perdeu umente querido. Falo da emoção senti-da com a primeira notícia da fatalida-de e como deve sofrer esta mesmacriatura neste estado de desespero.Sabemos dos distúrbios que uma emo-ção desse teor pode causar no orga-nismo de um ser humano, cujas con-sequências estão relacionadas com aintensidade e o seu tempo de duração.

É do conhecimento de todos quea emoção é um estado de ânimo comoalegria, tristeza e a raiva e está dire-tamente ligada à afetividade de cadaindivíduo. As pessoas mais afetivassentem mais e intensamente as emo-ções, enquanto os indiferentes afeti-vos - esquizos e psicopatas - não sãopor elas acometidos.

De um modo geral, as emoçõesinfluem na estabilidade da personali-dade e quanto mais intensas e dura-doras, concorrem causando ou agra-vando às doenças delas decorrentes.É interessante lembrar, que todo serhumano possui um "órgão de choqueou sítio orgânico" que de maior fra-gilidade, oferece menor resistência àsemoções violentas ou persistentes.Este órgão recebe toda carga emo-cional prejudicando o seu próprio fun-cionamento e provocando as incomo-das reações tão conhecidas. Os maisessencialmente vitais e vulneráveis,são o estômago no aparelho digesti-vo, causando as úlceras, gastrites,dores abdominais, vômitos, fastio pro-longado ou um apetite voraz etc. Jáno aparelho cardiológico temos o co-ração e suas ramificações vascularesresponsáveis pelos enfartes, derra-mes, hipotensões, hipertensões etc.

Existem pessoas tão afetivas queao menor sinal de um estímulo emo-cional, apresentam uma sensação dedefesa à flor da pele, demonstrandoo seu alto índice de sensibilidade. Ou-tras, já não traduzem na face o menorsinal que algo esteja a lhes atingir.Mostram uma face amorfa, fria, indi-ferente, uma face sem biografia. Ape-sar da ausência dos sinais de sensibi-lidade como o desaparecimento dasrugas no franzir da testa, percebe-selogo a diferença quando ao tocar-lhesàs mãos, sentimos uma frieza se es-vair num gotejamento silencioso, con-trastando com àquele semblante mu-mificado, parado no tempo.

Parece que com os novos apren-dizados ficamos modelados a umaconjuntura social que limita as nos-sas reações às emoções mais prejudi-ciais ao nosso organismo, levando-nos a uma dócil aceitação de tudo.Há temperamentos rebeldes que nãoaceitam tais ensinamentos, preferin-do os métodos primitivos mais co-nhecidos. Eu, já velho e tarimbadopela vida, percebo na ante-sala de umporvir indesejável, a minha respostana tradução de um silêncio que gritecom gestos e que fale pela muscula-tura do meu rosto a minha repulsamais significativa. Assim proceden-do, não há motivos para preocupa-ções. Caso nada disso resolva, sigo oconselho de R. Emerson: -"Adote oritmo da natureza: o segredo dela é apaciência..."

Hoje, vendo o passado por esteprisma, sinto que as ausências quedeviam ser esquecidas, são lembra-das. Pior, deixaram saudades. Vejoque a vida sentimental de um modogeral não deve ser medida pela con-tagem dos dias e sim, pelas emoçõessentidas que marcaram em cada um,uma data, uma época, uma históriaou o transtorno de uma ferida quenão cicatriza na alma. São estas asemoções sentidas que sublimam asnossas vidas e que alicerçam o edi-fício onde se aloja a experiência decada um.

A emoção violenta que um diavirá, infelizmente já marcada peloque veio, certamente deixará cicatri-zes. Nada mais!

Artigo AILTON SALVIANO, geólogo/jornalista([email protected])

Era muito pobre; possuiaapenas... Dinheiro!

Desde que surgiu, o dinheiro sempreesteve associado à riqueza. Ao contrá-rio, a pobreza normalmente é a carênciado dinheiro. Horácio, poeta latino, pro-vavelmente pela sua origem humilde(filho de escravos) na sua Ode VII já nosbrindava com a célebre expressão "aureamediocritas" que exaltava a condiçãopobre, porém feliz de viver, em detri-mento aos ricos pobres de espírito. Seconsiderarmos riqueza como fonte debens morais e materiais, não poderemosatingi-la apenas por meio da abundân-cia, da fartura ou da opulência.

Nelson Rodrigues disse certa vez: "di-nheiro compra até amor verdadeiro!" Sim,pode até comprar, mas não adquire hon-radez, caráter, honestidade, sabedoria, in-teligência, bom-senso, vergonha, probi-dade e outros atributos inerentes às pes-soas virtuosas. Em suma, a riqueza não éfeita só de dinheiro. Alguns pseudo-ricosou emergentes poderão até discordar e aíestá a prova patente da mensagem de Ho-rácio e do tema deste artigo.

Nos meus tempos de criança, ouvimuito uma canção que dizia: "Pobre me-nino rico da zona sul da cidade..." Não setratava de uma apologia à pobreza, mas fa-lava principalmente, da carência de feli-cidade, um dos atributos dos ricos de ape-nas, dinheiro. A mídia bombardeia-nos atodo instante com ofertas de dinheiro fácil,todavia, ninguém nos oferece meios deconseguir coragem, dignidade, retidão,brio, mesmo a alto custo.

O vil metal em seu amplo mimetismodesignativo adquire variadas denominaçõesconforme sua finalidade ou a condição doseu portador. Desta forma, para o religio-so é óbolo; para o mendigo, esmola; parao profissional, provento; para o servente,gorjeta; para o corrupto, suborno; para omilitar, soldo; para o advogado, honorá-rio; para o economista, receita; para o tra-

balhador, salário; para o fiscal, tributo;para o trabalhador avulso, biscate; para opolítico honesto, verba; para o poupador,pecúlio; para os filhos, mesada; para ovendedor, féria; para o investidor, capital,e assim, tem sido o grande mal e parado-xalmente, o grande bem da humanidade.

Após todas essas denominações é in-teressante ressaltar que o Brasil não temnenhum interesse de preservar o nome doseu dinheiro. Assim, tivemos ao longo doséculo 20: réis, cruzeiro, cruzeiro novo,cruzado, cruzado novo, cruzeiro real e, fi-nalmente, real. A grana nossa de cada dia,produto da evolução do escambo, original-mente foi sal (daí salário), gado - pecus emLatin - (daí pecúlio, pecuniário), cacau,açúcar, fumo, pano, cortiça etc.

O dinheiro não teve um inventor; sur-giu da necessidade dos povos. O tradi-cional

cifrão ($) dizem que teve as suas ori-gens na representação gráfica dos cami-nhos tortuosos do general Tariq na inva-são da Península Ibérica acrescidos dasduas linhas paralelas verticais simbolizan-do as colunas de Hércules (hoje os edito-res de textos reduziram a apenas umalinha), é na minha opinião, erroneamenteinterpretado como símbolo de poder e deforça.

Tio Patinhas pode ser o personagem deDisney com mais dinheiro, porém o pro-fessor Pardal é mais rico de idéias! Esteé apenas um pequeno exemplo das nos-sas primeiras leituras. E para concluir, estamáxima de um autor anônimo: "O dinhei-ro pode comprar uma cama, mas não osono; livros, mas não a inteligência; ali-mentos, mas não o apetite; uma casa, masnão um lar; medicamentos, mas não asaúde; luxo, mas não a cultura; diverti-mento, mas não a felicidade; um passa-porte para qualquer lugar, mas nuncapara o Paraíso."

Artigo MINERVINO WANDERLEY, jornalista ([email protected])

A chaga de MarinhoO sucesso e o fracasso andam de mãos

dadas. Assim, como se namorados fos-sem, tamanha é a proximidade. Não sãoraras as histórias que ouvimos sobre pes-soas que conheceram a glória e forammerecedores de respeito, muitas vezespelo mundo inteiro, e que depois, numátimo, desaparecem. Ninguém fala nelas,ninguém sabe onde andam, sequer sabemse ainda estão vivas, tamanho é o desin-teresse.

Com Marinho ocorreu esse fenôme-no. Surgiu do nada e se transformou nomelhor lateral esquerdo da Copa doMundo de 1974. Foi endeusado peloshomens, adorado e desejado pelas mu-lheres. Sua fama corria o mundo e amídia não lhe poupava elogios. Digoisso com certeza porque minha mãe,Martha Wanderley Salem, era professo-ra de alemão e Jair Paiva, então o "pa-drinho" de Marinho, levava revistas ale-mães para que ela traduzisse as maté-rias sobre o "Diabo Louro" - como naAlemanha era conhecido. Isso tudo por-que houve uma negociação com Shalke04 e o fato virou notícia principal nos jor-nais e revistas germânicas especializadasem esporte.

Marinho foi cidadão do mundo. Jogounos Estados Unidos, ganhou dinheiro elá sentiu a sensação de ser rico e pode-roso. Mas Marinho era simples e nãotinha a exata ideia do que agora repre-sentava para o esporte. Continuou jo-gando seu futebol e esbanjando o dinhei-

ro que ganhava. Não se preocupou emfazer investimentos, pé de meia, essascoisas, porque, como todo ídolo, se jul-gava imortal. Imune às mazelas da vida.Infelizmente, veio a conhecer e convivercom isso quando parou de jogar: roda deaproveitadores, biriteiros e por aí vai.

Para piorar sua situação, Marinho foiprocurar num amigo o ombro e os con-selhos para a vida. Pobre Marinho. Oamigo que ele escolhera era o seu pior ini-migo, pois se fazia de amigo e quando erausado deixava nosso jogador mais pertodo buraco que, sem saber, tinha começa-do a cavar. Esse amigo, que é facilmen-te encontrado em qualquer birosca é co-nhecido por muitos nomes: Branquinha,água que passarinho não bebe, caninha,etc. Seu nome mesmo era Álcool. E Ma-rinho abusou de fazer uso dele.

Várias internações, visitas nobres,como Platini, Beckenbauer, nada fez comque ele criasse forças e driblasse esseinimigo. Foi inapelavelmente batido peloálcool. O mundo do esporte perde umgênio. Os pais perdem um filho. Os ver-dadeiros amigos já choram de saudade.O RN perde seu maior nome do meio es-portivo. Nós, que gostamos de futebol,ficamos órfãos.

Tem nada não, Marinho. Lá em cimavocê encontrará amigos de verdade e abola rolará outra vez. Para a alegria deGarrincha, que era como você. Tudo sobo olhar complacente Dele, que era, semdúvidas, seu fã.

w w w . j o r n a l d e h o j e . c o m . b rDIRETOR-EDITOR

Marcos Aurélio de SáDIRETOR ADMINISTRATIVO

Marcelo SáDIRETORA DE REDAÇÃO

Sylvia Sá

EDITORESDanilo Sá

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Segunda-feira O Jornal de HOJE 3Natal, 2 de junho de 2014

Política

Túlio LemosPOLÍTICA - TÚLIO LEMOS - [email protected] / @tuliolemosrn

DISPUTAA reunião do DEM foi marca-

da pelo clima de animosidade entreos ex-amigos José Agripino e Rosal-ba Ciarlini. Disposto a salvar o par-tido da extinção no RN, o pai de Fe-lipe foi intransigente na defesa da re-núncia de Rosalba à reeleição. Elequer o partido livre da chapa majo-ritária para se aliar ao PMDB deHenrique.

FRATURAAdecisão do DEM, de negar le-

genda para Rosalba Ciarlini dispu-tar a reeleição, fraturou uma rela-ção de quase 50 anos de amizadeentre Agripino e o casal governadorCarlos Augusto e Rosalba Ciarlini.Independente do que venha a ocor-rer, a relação sofreu um golpe fatale irreversível, provocado por interes-ses distintos. A política os uniu e areeleição os separou.

ESTRATÉGIAO senador José Agripino pôs em

votação apenas duas escolhas: Co-ligação proporcional ou candidatu-ra majoritária. Agovernadora Rosal-ba Ciarlini tentou usar uma estraté-

gia para protelar a decisão partidá-ria, que seria definir a posição so-mente na convenção, que está mar-cada para o dia 15 deste mês. Comoa proposta não foi aceita, a Rosasaiu da sede do partido para nãochancelar sua inevitável derrota.

CONVENÇÃOA estratégia da Rosa é fruto de

uma esperança numérica. O grupode Agripino provou que é predomi-nante no diretório estadual. Porém,a turma de Rosalba imagina que épossível reverter a situação juntoaos delegados do DEM no interior,que são os convencionais que real-mente decidem a posição partidá-ria.

DERROTAO placar da derrota da candida-

tura de Rosalba na reunião do DEM,reforça o quanto a governadora estáabsolutamente isolada e distante dopartido; assim como reforça a forçado senador José Agripino neste ce-nário de divisão partidária. 45 votoscontra a reeleição é expressivo; aderrota foi marcada pelos 10 votosfavoráveis à reeleição. A força do

poder não funcionou dentro de seupróprio partido.

EMOCIONALRosalba vai levar adiante o de-

sejo de ser candidata. Vai 'baterchapa' na convenção. Seu choro esua saída da sede do DEM, revelamque seu grupo vai usar o emocionalpara estabelecer uma vitimização daRosa, que considera uma traição deAgripino contra ela.

VITÓRIAA decisão do DEM, tomada na

reunião de hoje, representa uma vi-tória parcial do acordão de Henriquee Wilma. Afinal, ao negar legendapara Rosalba ser novamente candi-data, o DEM avança para o proces-so de aliança com o PMDB na chapaproporcional, na tentativa de salvaros mandatos de seus parlamentares.A vitória é parcial porque a delibe-ração oficial do DEM será na con-venção.

PERGUNTASherloquinho ficou intrigado

com declarações de alguns integran-tes do DEM. Questionados a res-

peito do voto, eles afirmavam queo voto era secreto e omitiam o po-sicionamento. O detetive pergunta:"Se a votação não fosse secreta, Ro-salba teria sido derrotada?"

IPANGUAÇUO acordão de Henrique e Wilma

perdeu mais uma no interior. A vi-tória do candidato de Robinson eFátima pode até não representar umsentimento generalizado; não hácomo fazer essa avaliação. Mas sim-boliza uma recusa pontual ao agru-pamento de forças, que contou comas maiores lideranças em seu palan-que e perdeu a eleição, repetindo oque já havia ocorrido em Mossoró.

ESCÂNDALOA deputada Fátima Bezerra si-

naliza que a disputa pela única ca-deira no Senado, será na base dacomparação. Hoje a irmã de Tetêdisse na 94 FM que seu nome nuncaapareceu em escândalos. Pura ver-dade, que remete a uma breve ava-liação de sua concorrente direta,Wilma de Faria, colecionadora deescândalos de corrupção em seu cur-rículo político.

Deputado Henrique Alves e a esposa,Laurita Arruda, comemoram a derrota deRosalba tomando cerveja de canudinho

ALEX VIANA

REPÓRTER DE POLÍTICA

A proposta de reeleição da go-vernadora Rosalba Ciarlini (DEM)foi derrotada por 45 votos a 10,durante reunião do Diretório Es-tadual do DEM, na manhã destasegunda-feira. "É uma etapa de-mocrática de manifestação do par-tido político, que, em caso de de-finições conflituosas, com relaçãoao caminho a seguir, tem instânciaspartidárias", afirmou o presidentedo DEM, após o escrutínio. Agora,a posição majoritária do DEM serálevada à reunião da Executiva Es-tadual, no dia 15 de junho, dataaprazada para a convenção esta-dual que irá deliberar sobre as elei-ções deste ano.

A governadora Rosalba Ciarli-ni esteve na reunião, junto com seugrupo político, mas deixou a sededo DEM antes do término da vo-tação. O encontro foi marcado porclima tenso. De um lado, a tese decandidatura própria da governado-ra à reeleição. Do outro, a inicia-tiva de lançar apenas candidaturaspara as eleições proporcionais, dedeputado federal e estadual. Ven-ceu, por ampla maioria de votos -75% - a ideia de candidatura ape-nas na proporcional.

Segundo Agripino, o resultadotraduz o sentimento do Democra-

tas, expressado por prefeitos, figu-ras eméritas, deputados, governa-dora, ex-deputados, figuras emble-máticas da legenda. "É a expressãoda vida do partido, pessoas indica-das por todos, figuras históricascomo Manoel de Brito, Genibal-do Barros, vários prefeitos, é umasíntese da expressão do Democra-tas no Rio Grande do Norte", afir-mou.

A reunião do diretório estadualdo Democratas contou com a pre-sença de familiares tanto do sena-dor Agripino, que chegou acom-panhado da esposa, Anita Maia, edo filho, o deputado federal Feli-pe Maia, como da governadora Ro-salba, com o marido, o ex-deputa-do Carlos Augusto Rosado, o filho,Cadu Ciarlini, e a irmã, Ruth Ciar-lini. À exceção de Cadu, todos tam-bém integram o diretório estadual.

A governadora Rosalba Ciarli-ni deixou a reunião acompanhadado ex-deputado Carlos AugustoRosado e do ex-deputado federalNey Lopes. Antes, ela fez uma ex-posição. Lembrou a condenaçãono Tribunal Regional Eleitoral(TRE), defendeu que há um recur-so tramitando no Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE) e defendeu areeleição.

No encontro, Rosalba defen-deu para hoje apenas "discussão",pleiteando que a votação sobre o

destino do partido ocorresse naconvenção. No entanto, foi votovencido, razão que teria levado elaa deixar o encontro. Foi definidopelos integrantes do diretório, pre-sidido pelo senador José Agripino,que o encontro de hoje traria a vo-

tação sobre o destino da legenda.A reunião foi fechada, mas, se-

gundo relatos, Rosalba disse quenão poderia abortar o projeto dereeleição neste momento. Duranteexposição, a governadora, visivel-mente emocionada, chorou, ao lem-

brar as "lutas" e das "dificuldades"e defendeu o direito de ser candi-data à reeleição. Ela destacou queprecisa defender o seu governo edeve ser candidata a reeleição.

Ao deixar a reunião, Carlos Au-gusto Rosado disse que a decisão

final do partido será na "conven-ção". Ele confirmou que irá levara tese de reeleição para o dia 15 dejunho. O ex-deputado federal NeyLopes deixou a reunião e disse que"houve cassação branca".

Depois do discurso emociona-do da governadora Rosalba Ciarli-ni, o senador José Agripino Maiafalou. Ele disse que sempre teve"gesto de lealdade com a governa-dora e com todos do partido". Opresidente do DEM lembrou quefoi responsável por trazer o apoiodo PMDB e do PR para o governoRosalba. "Eu tentei criar um arcode aliança", disse José Agripino.

O deputado federal Felipe Maiadisse que a defesa é pela sobrevivên-cia do partido e pela renovação dosmandatos de todos. "Ninguém écontra ou a favor de Rosalba, somosfavoráveis a algo maior, que é onosso partido. Estamos reunidospara deliberar pela sobrevivência",afirmou, de acordo com relatos.

Felipe afirmou ainda que oDEM precisa recuar para crescer.Ao defender a não candidatura dagovernadora Rosalba Ciarlini, eledisse que a legenda precisa "vol-tar mais forte". "Nossa história nãopode se acabar em 2014, temos querecuar para voltarmos mais fortes.Vamos pensar no partido, vamostirar os projetos individuais", des-tacou.

Com 35 votos de maioria, José Agripinoderrota tentativa de reeleição de Rosalba

Rosalba diz que disputa irá para a convençãoA governadora Rosalba Ciar-

lini externou na manhã de hoje,momentos antes de encontrar-secom o senador José Agripino, pre-sidente nacional do DEM, que in-dependentemente do resultado dareunião com integrantes do Dire-tório Estadual do partido, que le-vará a decisão de ser candidataou não à reeleição, para a con-venção do Democratas que ocor-rerá no próximo dia 15. "A minhaexpectativa é de união, mas se

não tivermos êxito a convenção équem decidirá", disse a governa-dora.

O ex-deputado Ney Lopesafirmou que existe um "complô"dentro do DEM. Questionadosobre quem estaria articulandoesse complô contra a governado-ra, Ney Lopes afirmou: "é feitopor quem tem interesse de afas-tá-la da vida pública". Vários fi-liados do DEM compareceram àreunião dos Democratas, entre

eles, os chamados integrantes do"lourismo", um grupo de pessoasfieis aos princípios do então go-vernador Tarcísio Maia, pai dosenador José Agripino. Estiveramlá: Genibaldo Barros, Manoel deBrito, Marcílio Carrilho, ManoelPereira, João Batista de Paiva,Demétrio Torres, José Bezerra Jú-nior, Bira Rocha Célio Dias, entreoutros.

A ex-prefeita de Mossoró,Cláudia Regina e os deputados

Leonardo Nogueira, GetúlioRêgo, José Adécio e Felipe Maia,também compareceram à reuniãodo DEM, mas todos reservaram aodireito de não falar. Apenas aguar-dar o resultado da votação. "Temdia de falar e dia de calar. Hoje édia de calar", disse Getúlio Rêgo,enquanto Felipe Maia continuoudefendendo a mesma tese de quea governadora deve apresentar ospartidos que fará aliança para via-bilizar sua reeleição.

Agripino não acredita que Rosalba reverta na convençãoAo ser instado a falar sobre a

insistência da governadora RosalbaCiarlini, de levar para a convençãodo DEM, no próximo dia 15, a pro-posta de candidatura dela à reelei-ção, o presidente do DEM, senadorJosé Agripino, disse que é um direi-to que assiste à governadora, entre-tanto, destacou que o resultado dareunião do diretório, que deu prefe-rência de 75% do partido para a prio-ridade às candidaturas proporcio-

nais, "fala mais alto". Por este mo-tivo, ele não acredita que Rosalba re-verta derrota de hoje na convenção.

"É um direito que ela tem. Muitoembora na reunião tenha ficado claroporque declarei na reunião lá emcasa que Carlo Augusto Rosadotinha dito na presença do deputadoJosé Adécio, do deputado Felipe,que entenderia o resultado de hojecomo resultado definitivo. Eu dissee ele não contestou. É um direito

legal, podem até não cumprir o quedisseram. Democracia é isso", afir-mou Agripino.

Instado a dizer se a postura deinsistência da governadora estariarepresentando um desgaste para aimagem do partido, o senador Agri-pino disse que (o desgaste) é conse-quência. "Agora é um direito dela(expor o partido ao desgaste). Écomo foi dito na reunião, em feve-reiro. É um processo saudável, não.

Mas a democracia determina queem casos de não convergência, háinstância para dirimir, porque a pre-sunção de não convergência é coisade esse esperar", disse. "Estamos vi-vendo um processo inédito de ausên-cia de convergência. Bom para opartido pode não ser. Mas pode re-vigorar, acender o espírito participa-tivo, de posicionamentos. Melhor éque não estivesse acontecendo", fri-sou.

Rosalba foi uma das últimas a chegar e uma das primeiras a ir embora, insatisfeita

Agripino afirmou que, apesar de representar desgaste, Rosalba tem direito a “recurso”

Reunião do DEM contou com as principais lideranças do partido no RN e a maioria foi contrária a reeleição de Rosalba

MAIORIA DO DEMOCRATAS DECIDE PRIORIZAR CHAPA PROPORCIONAL E NÃO A REELEIÇÃO DA ATUAL GOVERNADORAJosé Aldenir

José Aldenir

José Aldenir

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Segunda-feira4 O Jornal de HOJE Natal, 2 de junho de 2014 Política

C M Y K

DE BRASÍLIA - [email protected]

Walter Gomes

Diz a sabedoria popular que toda mudança é inicialmente trau-mática, mas as adequações e ajustes subsequentes encar-regam-se de estabelecer a normalidade e o conformismo.

Três exemplos no Rio Grande do Norte poderão ilustrar essa máxima:Copa do Mundo, Arena das Dunas e Aeroporto Aluízio Alves, umevento e duas obras importantíssimas para Natal e para o Estado peloque representam para a geração de emprego e para a economia.

>>>Mesmo diante dessa realidade tem gente contra os empreendimen-tos e a realização da Copa do Mundo, por desinformação ou má-fé.Ninguém de bom-senso deve ser contra o desenvolvimento, princi-palmente num momento em que o País e o Rio Grande do Nortevivem uma crise conjuntural que parece não ter fim.

>>>Não existem dúvidas de que o Estado e a capital em particular,serão outros após a Copa do Mundo e consolidação do Arena dasDunas e Aeroporto Aluízio Alves, um equipamento que colocaráNatal na rota aérea, nacional e internacional com mais visibilidadee consequentemente, mais turistas e mais empregos e divisas.

>>>Ser contra tudo isso,é ser contra a realidade e a história.

Prêmio JKO prefeito de Parnamrim, Maurício Marques foi condeco-

rado com o Prêmio Juscelino Kubitschek de Mérito no De-

senvolvimento Regional patrocinado pelo BID – Banco In-

teramericano de Desenvolvimento. O prêmio é conside-

rado o mais importante do Brasil em termos de qualifica-

ção e responsabilidade pública.

>>>

Bem avaliado nas pesquisas de opinião pública, Maurício

Marques poderá dar uma votação maior a Agnelo Alves em

Parnamirim do que Carlos Eduardo ao pai em Natal.

LEITURA DINÂMICA

JOAQUIM PINHEIRO - [email protected] (Interino)

Desinformação ou má-fé

)( CURIOSIDADE APENAS

Como é que o PT do Rio Grande do Norte quer

consolidar candidatura majoritária no Estado se até

a presidenta Dilma Rousseff declarou apoio a

Henrique Eduardo, candidato do PMDB?

PERGUNTAR NÃO PAGA IMPOSTO

t Decidido: a governadora

Rosalba Ciarlini, independen-

temente do resultado de hoje

na sede do DEM, disputará o

direito de ser candidata à ree-

leição na convenção do par-

tido. A informação é da própria

governadora externada mo-

mentos antes do encontro dos

Democratas, presidido pelo

senador José Agripino.

t O apoio de Antonio Pe-tronilo, anunciado recente-mente, consolidou a candi-datura de Álvaro Dias a de-putado estadual. Petroniloobteve quase 30 mil votosna última eleição e esse ca-pital eleitoral será transferi-do para o ex-presidente daAssembleia Legislativa.t O Centro Assuense em

Natal convida para a páscoa

da colônia que será celebrada

no próximo dia 07 às 08 horas

na Igreja de São João Batista

em Lagoa Seca. Após a missa

será servido o café da manhã

e a partir do meio dia haverá

confraternização nos salões

da AABB com as Bandas, Car-

cará e Messias Paraguai.

t Assembleia Legislativarealiza sessão solene ama-nhã às 9 horas em homena-gem ao dia do agente peni-

tenciário. Proposição do de-putado Ricardo Motta.t Pessoas que caminham no

calçadão de Ponta Negra ape-

lam ao DER. Dizem que a si-

tuação está ruim com buracos

em toda parte dificultando a lo-

comoção. Entre os reclaman-

tes está o ex-secretário Bosco

Pinheiro.

t Fábio Faria (PSD), FelipeMaia (DEM), Sérgio Alves (PCdo B) e Carlson Gomes(DEM), estão na lista doseleitos de Leão João, que dizser obervador político enunca errou um prognóstico,a exemplo de Mãe Diná (?).t “Arraiá do Zé Bonitinho”

acontecerá no dia 07 de junho

à noite na Reta Tabajara. Atra-

ções: Almir Rouche e Pauli-

nho Pauleira.

tO cordelista Marciano Me-deiros está elaborando umcordel em homenagem aMarinho Chagas. Pleiteia pa-trocinadores para viabilizara obra. Contato através dotelefone: 87737246.t Para refletir: “Temos que

fazer uma revolução na educa-

ção, sem caneta e sem papel.

Fazendo as pessoas pensar”

(Leôncio Queiroz, estudioso

do setor e ex-vereador)

ASSESSORIA/PMP

> NO PT

Sem partir para o confrontodireto com sua principal adversá-ria nessas eleições, a ex-governa-dora Wilma de Faria (PSB), a pré-candidata do PT ao Senado, Fáti-ma Bezerra, disse hoje que seunome nunca apareceu em escân-dalos administrativos ou de cor-rupção.

"O maior orgulho que eu tenhoé o meu patrimônio de uma atua-ção política parlamentar pautadana ética, na seriedade, no compro-misso. Nunca dei um voto que en-vergonhasse o povo do meu esta-do. O meu estado tem acompanha-do a nossa história, a nossa traje-tória e graças a Deus o nosso man-dato nunca foi objeto de deixar opovo do Rio Grande do Norte en-vergonhado. Graças a Deus o meunome nunca apareceu em escân-dalo nenhum, porque se tem umacoisa que nós preservamos de ma-neira muito forte é exatamente essecompromisso com a ética, essecompromisso com a seriedade, avisão que nós temos que a políti-ca é um instrumento para a genteservir ao público, e não se servir da

política", declarou a petista, du-rante participação no "Jornal daCidade" (94 FM).

Fátima confirmou a candida-tura dela ao Senado, bem como aaliança com o PSD, do pré-candi-dato a governador Robinson Faria.A petista tratou de desmistificar ahistória de acordão. Segundo ela,

ao se referir a acordão, ela diz quea aliança entre Henrique Alves(PMDB) e Wilma de Faria (PSB)"é muito mais movida a acomoda-ções, a conveniência", e questiona:"Como é que de repente essa alian-ça liderada pelo PMDB chegaagora para a população do RioGrande do Norte e diz que vai sal-

var o estado, quando dentro dessamesma aliança estão todos aquelesque tiveram sob suas mãos a res-ponsabilidade dos destinos políti-co-administrativos do Rio Grandedo Norte ao longo de mais de qua-tro décadas?".

A petista referiu-se à aliançadela com Robinson Faria de "resis-tência". Segundo ela, "o ato de re-sistência do PT, junto com o ato deresistência do PSD, vai permitir aopovo do Rio Grande do Norte odebate, uma discussão, acerca deum tema importante. Se não fosseesse ato de coragem do PT, de láatrás ter mantido, inclusive, a nossapré-candidatura ao Senado e comisso ter chamado o PSD para o de-bate e para a aliança, se não fosseisso a eleição no Rio Grande doNorte caminhava, todo mundosabe, para ser W.O". Fátima sedisse ainda bastante confiante,"porque a onda de sentimento derenovação eu acho que está se es-palhando pelo Rio Grande doNorte, vide o resultado das elei-ções de Mossoró e ontem de Ipan-guaçu".

A eleição suplementar em Mos-soró não foi um fato isolado. Em Ipan-guaçu, a parceria entre PSD de Ro-binson Faria e PT de Fátima Bezer-ra conquistou a segunda vitória sobreo que eles chamam de "acordão", ouseja, a aliança entre Henrique Eduar-do Alves (PMDB), Wilma de Faria(PSB) e João Maia (PR). O candida-to apoiado por eles, o petista Geral-do Paulino, derrotou a peemedebistaRizomar Barbosa com uma maioriade 435 votos no pleito suplementarrealizado neste domingo.

"Mais uma vitória da aliança doPT e PSD no Rio Grande do Norte.Dessa vez, a população de Ipangua-çu respondeu o que quer para a suacidade, como fizeram no início demaio os mossoroenses: eles queremo melhor, querem liberdade de es-colher e de participar da gestão. Osentimento de Ipanguaçu demons-trado nas urnas é o mesmo quevimos em Mossoró e estamos vendono dia a dia das nossas caminhadasem Natal e por todo o Estado. Osentimento de renovação", afirmouRobinson Faria, pré-candidato aoGoverno do Estado.

O candidato apoiado por PSD ePT, Geraldo Paulino era o prefeitointerino de Ipanguaçu. Presidenteda Câmara, ele assumiu a chefia doExecutivo depois que o colega pe-tista Leonardo Oliveira foi cassa-

do. Ou seja: a situação foi a mesmade Mossoró, quando o prefeito in-terino Francisco José Júnior, doPSD, venceu a eleição diante dacandidata Larissa Rosado, apoiadapor PMDB, PSB e PR.

E assim como em Mossoró,onde Larissa Rosado teve problemascom a Justiça Eleitoral durante todoo período de campanha, em Ipan-

guaçu a candidatura peemedebistatambém sofreu. Afinal, ela era, ini-cialmente, encabeçada pelo ex-pre-feito Zé de Deus, que teve o regis-tro de candidatura indeferido no Tri-bunal Regional Eleitoral (TRE) eacabou substituído "de última hora",pela mulher, Rizomar Barbosa.

Mesmo com a troca, realizadana última sexta-feira, Rizomar ainda

alcançou 4.551 votos, contra 4.985votos de Geraldo Paulino. Apesar deter o apoio de Henrique, Wilma eJoão Maia, vale destacar, Rizomarnão foi oficialmente apoiada peloPSB. A sigla ficou ao lado de Ge-raldo, mas a presidente peessebis-ta, Wilma, preferiu manter a tal"coerência política" e ficar no pa-lanque do aliado Henrique Alves.

Francisco José Jr., Robinson Faria, Geraldo Paulino, Eraldo Paiva (presidente do PT) e Fábio Faria após a vitória em Ipanguaçu

Em Ipanguaçu, Robinson eFátima têm a segunda vitóriasobre Henrique Alves e Wilma

Heracles Dantas

PETISTA GERALDO PAULINO DERROTOU PEEMEDEBSITA RIZOMAR BARBOSA

Fátima: “Meu estado tem acompanhado a nossa história, a nossa trajetória”

> IRREGULARIDADE

Ex-prefeito de Assu é condenado peloTCE a devolver meio milhão de reais

A prestação de contas do Fun-def relativa ao ano de 2003 em Assu,sob a responsabilidade do ex-prefei-to, Ronaldo da Fonseca Soares, foiconsiderada irregular pela Primei-ra Câmara do Tribunal de Contas doEstado. Em processo relatado pelaconselheira Adélia Sales, na sessãoda última quinta-feira, o voto foipelo ressarcimento aos cofres mu-nicipais da quantia de R$531.269,59, referente às despesasnão comprovadas. Também votoupelo remanejamento de R$123.807,85 à conta do fundo cons-titucional de apoio á educação eapresentação no prazo de trinta diasde plano de aplicação do valor nãoutilizado para remuneração do ma-gistério, no valor de R$ 630.934.72– sanções que cabem a atual admi-

nistração do município. Por fim, de-terminou a remessa do processopara apuração de ilícitos penais e/ouatos de improbidade administrati-va junto aos Ministérios PúblicoEstadual e Federal.

Na mesma sessão o Conselhei-ro Carlos Thompson relatou o pro-cesso nº 010872/2003, que trata debalancete do Fundef de 2003 da pre-feitura de Taipu, sob a responsabi-lidade do ex-prefeito Francisco Mar-celo Cavalcante de Queiroz. Entreas irregularidades apontadas pelocorpo instrutivo, destacam-se: aqui-sição e distribuição de combustí-veis no importe de R$ 34.084,00,sem identificação dos veículos, dovalor cobrado pelo litro de combus-tível e total abastecido, além do con-sumo médio por viatura; ausência

do parecer anual do Conselho deAcompanhamento e Controle So-cial do FUNDEF, bem como devisto nas contas apresentadas; paga-mento de despesas anterior no im-porte de R$ 92.289,61; pagamentode despesas alheias ao ensino fun-damental no valor de R$ 53.225,00,entre outras inconsistências. Devi-damente citado, o responsável nãoapresentou nenhuma justificativa,sendo considerado revel.

Diante das irregularidades, acos-tando-se à informação do corpo ins-trutivo e discordando em parte doMinistério Público de Contas, o votodo conselheiro relator foi pela nãoaprovação da matéria, impondo aoordenador das despesas o dever deressarcimento integral da quantiade R$ 34.084.00, acrescida de juros

e correção monetária, além de multano valor total de R$ 14.725.40, emdecorrência de irregularidades for-mais. Ressalte-se que os valores re-ferentes à prestação de contas doFundef teve o reconhecimento pelaprescrição decenal, o que difere dosgastos com combustível, irregulari-dade material danosa ao erário emque não há prescritibilidade porparte da Corte de Contas. O votofoi, ainda, pela remessa imediatadas cópias do processo aos minis-térios públicos Estadual e Federal,para investigação acerca dos ilíci-tos penais ou atos de improprieda-de administrativa porventura come-tidos pelo ordenador das despesas.

Os ordenadores de despesas ouórgãos vinculados ao processo aindapodem recorrer das decisões.

Fátima Bezerra: “Meu nomenunca apareceu em escândalo”

José Aldenir

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Segunda-feira O Jornal de HOJE 5Natal, 2 de junho de 2014

C M Y K

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Segunda-feira6 O Jornal de HOJE Natal, 2 de junho de 2014 Cidade

Quem for detido por dirigir em-briagado pode ter que desembolsaro valor de até R$ 72,4 mil de fian-ça para responder ao crime em li-berdade. Isso porque o valor a serpago é estipulado pelo delegadoque atender à ocorrência, confor-me uma série de fatores relaciona-dos ao caso e que podem compro-meter ainda mais o acusado. Deacordo com o artigo 325 do Códi-go Processo Penal (CPP) brasilei-ro, o valor da fiança pode ser es-tabelecido entre um e cem saláriosmínimos, por se tratar de uma in-fração cuja pena de detenção émenor que quatro anos.

Segundo o diretor do Policia-mento da Grande Natal (Depegran),delegado Matias Laurentino, o valoré calculado conforme a situaçãosocioeconômica e os danos provo-cados pelo acusado, a natureza dainfração e agravantes ao crime detrânsito, que vão desde o compor-tamento do motorista flagrado du-rante a abordagem policial até se oenvolvido provocou acidente comlesão corporal ou morte de outraspessoas, que é tida como homicí-dio doloso.

"Tem que se levar em conside-ração também o nível de embria-guez do motorista, se ele reagiu,agrediu ou tentou subornar os poli-ciais que atenderam a ocorrência eos danos materiais e pessoais cau-sados por um acidente envolvendoo embriagado. Mas, em casos sim-ples, o valor mais baixo a ser pagoé o referente a dois terços de um sa-lário mínimo, que dá o valor de R$241,33. Já o maior depende do en-tendimento do delegado que atender

o caso e o que é determinado por lei",explicou o delegado.

Matias disse ainda que o dinhei-ro pago em fiança é depositado emuma conta específica do judiciárioestadual, onde fica guardado até ofim do processo criminal. Se o acu-sado for absolvido, o valor é devol-vido. Mas, se não, o juiz responsá-vel pelo caso irá decidir em quê odinheiro será usado, que pode serpara o pagamento das custas pro-cessuais e investido em melhoriaspara o Estado, como o fundo peni-tenciário.

DETIDO PAGA MULTA E TEM CARTEIRA RECOLHIDA

O motorista detido por embria-guez ao volante paga também multano valor de R$ 1.915,40, tem a car-teira nacional de habilitação (CNH)recolhida e suspensa por um ano eganha sete pontos no documento,de acordo com o Código de Trânsi-to Brasileiro (CTB). Segundo ochefe de Comunicação Social daPolícia Rodoviária Federal (PRF),inspetor Roberto Cabral. Ele disseainda que os flagrados com teor deálcool acima de 0,34 miligramas noteste do bafômetro podem ser pre-sos por um período que varia entreseis meses e três anos.

"Depois de 24h, o motorista fla-grado pode buscar a carteira dele nolocal onde o documento foi apreen-dida e, como pagou a fiança estipu-lada pelo delegado da Polícia Civil,recebe uma notificação do Departa-mento Estadual de Trânsito (De-tran), para apresentar sua defesa porescrito, o que é um direito garanti-do em lei", explicou.

ALESSANDRA BERNARDO

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O início da Copa do Mundono Brasil, no próximo dia 12 dejunho, não deve alterar a rotina doshospitais privados em Natal. Fun-cionando acima das suas capacida-des para atender a demanda local,as principais unidades de saúde nãoelaboraram nenhum plano específi-co para o período, quando a esti-mativa é que o número de atendi-mentos aumente em torno de 6%nos dias de jogos, como é o caso doHospital Promater, em Lagoa Nova.

A unidade, que realiza umamédia de dez mil atendimentos deurgência e emergência por mês, foiobrigada a rejeitar o convite paraser hospital-referência durante osjogos da Copa para não compro-meter a qualidade dos serviços ofe-recidos à população potiguar. Se-gundo o diretor administrativo doPromater, José Mendonça, o pron-to-atendimento vive lotado.

"Tivemos que negar o conviteporque convivemos já há uns trêsanos com um número de atendi-mentos acima da nossa capacida-de e, se aceitássemos, correríamoso risco de não dar conta e prejudi-car a qualidade dos nossos servi-ços. A nossa prioridade será o na-talense e o potiguar, mas, isso nãoquer dizer que se um turista che-gar aqui precisando de um atendi-mento, ele será negado, de jeitonenhum", explicou.

Apesar dos 150 leitos, sendo 30

de Unidade de Terapia Intensiva(UTI) adulto e neonatal, o hospitaltambém sofre com a falta de leitosno dia-a-dia. "Hoje mesmo, um pa-ciente teve que procurar outro hos-pital para internação porque nãotemos leitos vagos. E, como nãotemos mais espaço para ampliar, es-peramos que não aconteça nadagrave durante os dias de jogos",afirmou Mendonça.

MEMORIAL: SÓ TURISTACOM SEGURO DE VIDA

No Hospital Memorial, no Tirol,a situação é semelhante ao da Pro-mater. Referência no atendimento decasos de pequena e média comple-xidade em Ortopedia em Natal, aunidade também trabalha acima dasua capacidade e só deve atenderturistas com seguro de vida. Seu di-retor, Francisco Gomes, disse que

não recebeu nenhuma solicitaçãoda Federação Internacional de Fu-tebol Associado (Fifa) para atendi-mento de delegações e comitivasdas seleções.

"Somente os segurados serãoatendidos aqui. Turista sem seguroserá orientado a procurar outra uni-dade de saúde, porque a nossa prio-ridade são os residentes de Natal.Mas, apesar disso, não acreditamosque a nossa demanda vá aumentarmuito. Atendemos uma média decem pessoas, muitos para cirurgiaortopédica e/ou retorno médico e atendência é que continue assim",afirmou Gomes.

Ele disse ainda que a unidadenão terá a composição de sua equi-pe médica ou número de leitos am-pliados para o período da Copa doMundo em Natal. "Estamos sem-pre prontos para os atendimentos

que possam surgir e, como espera-mos que não aconteça nada de anor-mal nestes dias e a nossa rotina diá-ria continue, estamos trabalhandonormalmente, sem acréscimo no nú-mero de médicos, enfermeiros outécnicos", afirmou.

CAPACITAÇÃO PARAATENDER TURISTASEnquanto isso, o Hospital do Co-ração de Natal, uma das unidadesde saúde selecionadas para reali-zar os atendimentos dos turistas,integrantes da seleção e da comi-tiva que acompanhará o vice-pre-sidente dos Estados Unidos, estáse preparando para a Copa doMundo no Brasil desde o anopassado, quando os funcionáriosque trabalham na recepção epronto-socorro iniciaram umcurso de inglês.

O hospital possui 111 leitos,entre pronto-socorro e Unidade deTerapia Intensiva (UTI), realizauma média de 150 atendimentospor dia e funcionará normalmen-te durante o período da competi-ção. "Sempre recebemos turistasque estão visitando o estado ecomo temos uma boa estrutura, es-tamos confortáveis. Também es-peramos que tudo ocorra bem enão aconteça nada de anormal du-rante os dias de jogos, mas, se forpreciso, vamos oferecer o melhoratendimento que pudermos", afir-mou a responsável pelo setor deComunicação e Marketing, AnaLuíza Câmara.

Há mais de três meses que osmoradores do bairro Felipe Cama-rão, zona Oeste de Natal, estão re-gistrando atraso dos ônibus que com-põem o sistema de transporte cole-tivo na região. Segundo os usuários,eles chegam a esperar entre 40 mi-nutos a uma hora e meia pelas linhas,situação que se repete quase quediariamente, comprometendo o cum-primento dos horários no trabalho enas escolas.

A Secretaria de Mobilidade Ur-bana (Semob) informou que nãohouve nenhuma alteração com rela-ção à quantidade do número de ôni-bus e de linhas em Felipe Camarão.Segundo Clodoaldo Cabral, secre-tário adjunto de Transporte, o atra-so dos ônibus está relacionado à mu-dança do itinerário em função dasobras de mobilidade urbana, princi-palmente no trecho que compreen-de a Avenida Capitão-Mor Gouveia.

"Consequentemente, as obrasnaquela região deixaram o trânsitomais pesado, interferindo na agili-dade do fluxo de veículos", disse. Osindicato das Empresas de Trans-portes Urbanos de Natal (Seturn)também garantiu que não houve al-teração no sistema de transporte pú-blico do bairro, reafirmando o quejá havia sido dito pela Semob.

Apesar de não ter havido mu-danças, os usuários de ônibus alegamque o sistema não está funcionandocomo deveria. João Maria Gomes,líder comunitário e membro do Mo-vimento Voluntariado de Felipe Ca-marão, disse que "quem mora no

bairro sabe dos problemas recorren-tes".

"A gente que mora aqui sabe aquantidade de veículos, de linhas eos horários que os carros passam.Houve mudança sim na quantidadeônibus. É visível. Como os empre-sários não conseguiram o aumentodas passagens de ônibus, eles en-contraram uma forma de boicotar anós e ao sistema", afirmou.

João Maria também informouque há 15 dias esteve reunido comos titulares da Semob, apresentan-do a reclamação dos usuários, masnão teve nenhum retorno. "Eles fi-caram de nos apresentar um levan-tamento de como está funcionandoo transporte público na nossa região,mas até agora não nos mostraramnada. Enquanto isso, ficamos nessasituação caótica", disse.

Os horários em que há maiorconcentração de usuários nas para-das de ônibus em função do atraso,segundo os próprios moradores, sãonas primeiras horas da manhã, entreas 6h e 9h. As linhas que vêm apre-sentando atraso com mais frequên-cia são a 22, 30, 31, 63 e 71. A re-portagem do Jornal de Hoje passoupor algumas paradas na manhã dehoje, mas não registrou superlotação.Entretanto, as pessoas ouvidas con-firmaram o problema de atraso etambém da falta de estrutura dosveículos.

A dona de casa Glória Barbosa,de 67 anos, disse que já estava es-perando pelas linhas 21 ou 63 hámais de uma hora. "Faz muito tempoque enfrentamos isso. Além de nãopodermos fazer nada com horáriomarcado, por depender do transpor-

te público, ainda temos que aguar-dar horas e horas em um lugar assim,insalubre e sem proteção alguma",disse, sobre a parada de ônibus lo-calizada na Rua da Tamarireira, nocruzamento com a Avenida NossaSenhora do Rosário.

Já Simone Felipe também des-tacou que os atrasos recorrentespodem ser pela diminuição do nú-mero de veículos. "Sabemos que háobras que atrapalham, mas tambémnão somos bestas. Temos consciên-cia quando algo não está normal.Enquanto hoje eu espero mais de40 minutos por um ônibus, diaria-mente, já houve dias em que eu es-perava menos de 15 minutos. Já re-cebi muita reclamação por atraso notrabalho", disse Simone, que traba-lha em casa de família, no bairro deCandelária.

> LONGA ESPERA

Moradores de Felipe Camarãodenunciam redução na frota de ônibus

Matias Laurentino, diretor da Depegran Inspetor Roberto Cabral, PRF

> TRÂNSITO

Fiança para embriaguezpode ser de até 100salários mínimos

Hospitais privados esperamdias tranquilos durante a Copa UNIDADES QUEREM EVITAR SUPERLOTAÇÃO E MANTER PADRÃO DE ATENDIMENTO

Glória Barbosa: problema recorrenteUsuários reclamam que espera por ônibus pode chegar a até 1 hora e 30 minutos

José Mendonça, diretor da Promater Francisco Gomes, gestor do Memorial

Wellington Rocha

Wellington RochaWellington Rocha

Wellington RochaWellington Rocha

José Aldenir Wellington Rocha

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Segunda-feira O Jornal de HOJE 7Natal, 2 de junho de 2014Economia

MARCOS AURÉLIO DE SÁ [email protected]

HOJE na Economia

Banco do Brasil inauguraAgência Avenida AmintasBarros, a 91ª no Estadon Já está funcionando a 91ªagência do Banco do Brasil noRio Grande do Norte, a AgênciaAvenida Amintas Barros.n A dependência conta com anova ambiência, com soluçõesinovadoras que visam uma maioraproximação do cliente com oBanco, oferecendo mais confor-to, eficiência e satisfação com oatendimento prestado. n "Aexpectativa é de promovercomodidade e conforto aos mo-radores do bairro de LagoaNova, que passam a contar commais uma opção de atendimen-to e também para atender nestemomento ao fluxo de turistastrazidos pela Copa do Mundo",destaca o superintendente esta-dual Sérgio Luiz.

Moura Dubeux oferececondições especiais durante uma semananA construtora Moura Dubeuxdeu início à campanha "Esta é ahora de você ir além", que estáoferecendo descontos especiaisem empreendimentos durantetoda esta semana. nOs edifícios residenciais MariaBernadete, Rodolfo Helinski,Parque Cidade Jardim, BossaNova, Alice Grilo, Firenze, Mi-rante Lagoa Nova e JerônimoCosta estão participando da açãopromocional.nOs clientes interessados devemprocurar até o dia 8 de junho a lojada Moura Dubeux no Natal Shop-ping ou os estandes da construto-ra localizados na Avenida Enge-

nheiro Roberto Freire (vizinho aUNP), na Rota do Sol (em fren-te ao Frasqueirão) ou na AvenidaRui Barbosa (em frente ao TRE). nTodos os empreendimentos daMoura Dubeux possuem áreasde lazer decoradas e equipadas etêm como um dos diferenciais apontualidade na entrega.

Beneficiários gastamquase R$ 180 por mêscom planos de saúdenCada um dos 50,2 milhões debeneficiários de planos de saúdeno Brasil pagou, em média, R$179,10 por mês para contar coma cobertura de seu plano em 2013. n Um aumento de 10,9% emrelação ao gasto per capita complano de saúde registrado em2012. n Em contrapartida, as opera-doras gastaram, em média, R$150 por mês de assistência mé-dica com cada beneficiário. Umavanço de 9,41% em relação aogasto per capita de 2012, que foide R$ 137,10.nOs números constam na Notade Acompanhamento do Cader-no de Informações da Saúde Su-plementar (Naciss), produzidopelo Instituto de Estudos deSaúde Suplementar com basenas informações da ANS queacabam de ser atualizadas. n No total, as operadoras rece-beram R$ 108 bilhões em 2013,16% a mais do que em 2012, egastaram R$ 90,5 bilhões com asdespesas assistenciais, 14,4% amais do que em 2012.nOs números representam umainversão da variação notada noperíodo anterior, quando as des-pesas cresceram 16,1% e a recei-ta, apenas 12,7%. "O resultadopositivo é muito importante parao setor, e pode ser visto comouma recuperação das operadoras,já que em 2011 e 2012 o cresci-mento das despesas assistenciaisteve ritmo mais acelerado do queo das receitas", avalia Luiz Au-gusto Carneiro, superintendente-executivo do IESS.n "É importante considerar que,caso as consultas, exames, in-ternações e cirurgias fossem

pagas do próprio bolso, os gas-tos dos beneficiários facilmentesuperariam os R$ 180 por mêsgastos hoje com plano desaúde.", afirma.nApesar de as receitas e as des-pesas crescerem em um ritmomuito superior ao da inflação me-dida pelo IPCA, o equilíbrio entreessas duas contas tem permitidocerta sustentabilidade ao setor. n Carneiro destaca, entretanto,que esses números tratam apenasdas despesas assistenciais, ou seja,os gastos das operadoras com ser-viços de saúde utilizados por seusbeneficiários. "Se considerarmosainda as despesas administrati-vas, o setor apresenta uma mar-gem de lucro de cerca de 1%. Umporcentual bastante reduzido emcomparação a qualquer setor daeconomia", completa.

Especialistas em empresasfamiliares podem ajudar aevitar crise na sucessãon Empresas familiares são amaioria no Brasil e, segundo oSebrae, equivalem a 90% dototal. Esse número, por si só, de-monstra o importante papel nodesenvolvimento do país. n Mas, de tempos em tempos,o que vira notícia nos jornaiseconômicos é a "briga" dos her-deiros na hora da sucessão ouem relação à condução do ne-gócio familiar. n Segundo estatísticas, de cada100 empresas familiares no Bra-sil e no mundo apenas 30 sobre-vivem à segunda geração, 15 àterceira e quatro à quarta. n Domingos Ricca, sócio daRicca & Associados, que atuadesde 1990 junto às empresasfamiliares e conhece profunda-mente o segmento, afirma que,na maioria das vezes, o que estáem jogo é a questão do poder,menos do que os problemas fi-nanceiros: "nesses casos, comoem muitos outros, é necessáriaa ação de um especialista paracolocar os problemas em seuângulo devido, estudá-lo e, emconjunto com os membros daempresa, procurar resolvê-los",afirma Ricca.

Região do Seridó entra no destinode visitação dos turistas da CopanOs turistas que desembarcarem no Estado para osjogos da Copa do Mundo serão estimulados a co-nhecer os atrativos e provar os sabores de uma dasregiões mais características do RN. n O Roteiro do Seridó é um dos 23 roteiros ruraisintegrantes do projeto 'Talentos do Brasil Rural',uma parceria entre o Sebrae, o Ministério do Turis-mo e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. n A ideia é incentivar a visitação de empreendi-mentos rurais, da agricultura familiar, que estão a,no máximo, três horas das 12 cidades-sede da Copa.n Com isso, espera-se valorizar a identidade cultu-ral da região, promover a geração de emprego erenda e, ao mesmo tempo, agregar valor à produ-ção de grupos locais. nNo caso do Roteiro do Seridó, estão incluídos cercade 20 empreendimentos e atrativos, abrangendo oitomunicípios seridoenses, onde os turistas poderãover a produção de queijos de manteiga e coalho,doces, biscoitos e carne de sol. nTudo isso aliado aos atrativos naturais e culturaisda região, como os sítios arqueológicos e geológi-cos, açudes e museus, além da exuberante paisa-gem natural com sua fauna e flora.n O Roteiro do Seridó foi criado em 2005, atravésde uma parceria entre o Sebrae e a Secretaria Esta-dual de Turismo, para fortalecer a identidade regio-nal e criar alternativas ao binômio sol e mar, por meio

de opções temáticas, como turismo de aventura, cul-tural, arqueológico e pedagógico.

Presidente da TAM envia carta decortesia ao prefeito de São Gonçalo n Logo após o sucesso do pouso do voo JJ3306,que inaugurou as operações de desembarque e em-barque no Aeroporto Internacional GovernadorAluízio Alves, localizado no município de SãoGonçalo do Amarante, a presidente da TAM LinhasAéreas, Cláudia Sender, mandou carta de cortesiaao prefeito Jaime Calado e se referiu ao terminalcomo "Aeroporto Internacional de São Gonçalodo Amarante".n A carta foi enviada via e-mail por volta das 10horas do dia 31 de maio de 2014.n "Estamos muito honrados por participar do iní-cio das operações de São Gonçalo do Amarante.Desde o início, encaramos com muito entusiasmoa tarefa de participar como parceiros do processo deconstrução do aeroporto, com a mudança de nossasoperações em um prazo desafiador.", escreveu Clau-dia Sender.n "Este momento marca uma nova etapa para aaviação no Nordeste e em todo o País e demons-tra o compromisso assumido por nossa companhiade empreender o nosso melhor esforço para con-tribuir para o desenvolvimento no Rio Grande doNorte.", finalizou a presidente da TAM LinhasAéreas.

RN examinará reduçãodo querosene de aviaçãoSÃO GONÇALO RECEBE DEBATE DE CIDADES AEROPORTUÁRIAS

MARCELO HOLLANDA

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O secretário de Desenvolvimen-to Econômico do Estado, Silvio Tor-quato, disse hoje pela manhã, du-rante uma palestra do especialistanorte-americano em modelos de ae-roporto-cidade, John Kasarda, noTeatro Municipal de São Gonçalo doAmarante, que a governadora espe-ra, depois da Copa, debater com oconsórcio Inframérica e com o"trade" turístico de Natal uma fór-mula possível para desonerar o que-rosene de aviação das companhiasaéreas, cuja alíquota para rotas na-cionais é atualmente de 17%.

Para voos internacionais essaalíquota é zero. O insumo é respon-sável por 45% de custo das compa-nhias aéreas e é considerado o vilãopelo RN ter perdido mais de três milvoos desde 2010.

Torquato, no entanto, não dissese o Estado pretende protagonizaresse tema ou deixará a cargo do con-sórcio ou das companhias aéreasfazê-lo. "Tudo mudou com a chega-da da Inframérica, que ao lado dascompanhias áreas, é a parte mais in-teressada no assunto", acrescentou.

Representando também a Fede-ração da Indústria, o secretário Sil-vio Torquato foi um dos que falaramantes da palestra de John Kasarda,que começou depois das 10 horas.Depois de pedir um minuto de silên-cio pela morte do ex-jogador da Se-leção Brasileira, Marinho Chagas,ele adiantou que há uma boa pers-

pectiva de sair a licitação para onovo porto privado do RN em maisdois meses. Alocalização, conformejá foi divulgada, será em Porto doMangue.

Avinda de John Kasarda há tem-pos estava nos planos do prefeitode São Gonçalo, Jaime Calado, queo conhece depois de assisti-lo váriasvezes por suas viagens internacio-nais. "Este homem é o maior espe-cialista mundial em aerotrópolis (ae-roportos-cidade) e se há alguémcapaz de nos dizer para onde vamoscom o nosso novo aeroporto é ele",afirmou.

Kasarda, que foi saudado comoautoridade de primeira grandeza, en-controu problemas para conseguirdar sua palestra. Embora a traduçãosimultânea tenha funcionado bem,ele enfrentou dificuldades mais cedono deslocamento de um hotel na ViaCosteira para São Gonçalo, via aRN 160.

Depois de conhecer de perto daprecariedade das estradas, Kasardaquase não conseguiu exibir conteú-do no data-show a partir de seu no-tebook Macintosh, rapidamentetransferido para a linguagem PC daMicrosoft.

Mas não foi apenas esse detalhetécnico que atrasou a palestra. Se-guiram-se uma série de pequenosdiscursos de parceiros como JoãoHélio Cavancati, diretor técnico doSebrae-RN, que seguiu a fala doprefeito Jaime Calado e precedeu ado secretário Silvio Torquato.

Professor da Universidade de

Carolina do Norte e membro do Ins-tituto de Comércio Aéreo, John D.Kasarda é também consultor do go-verno de Minas Gerais desde 2004para a implementação no estado doconceito de "Aerotrópole", do qualé mentor. Consultor de sucesso,anualmente ele está no Brasil e ofilão que ele explora amplamente -a teoria de integração entre cidadese aeroportos - lhe valeu da revistaTIME por causa da "Aerotrópole" odetentor de uma das 10 ideias quemudarão o mundo no século 21.

Ele foi um dos primeiros a enten-der que as aerotrópoles estão se de-senvolvendo ao redor do mundo es-pontaneamente e há boas razões paraisso. Entre as mais proeminentestemos as de Amsterdam com o aero-porto de Schiphol, Hong Kong, In-cheon na Coreia do Sul, Dubai, Chi-cago, Dallas-Ft Worth, WashingtonDulles, e Memphis, todas têm atraí-do, principalmente, investimentos nosnegócios localizados na área do ae-roporto com grande impacto econô-mico em suas regiões e nações. Emmuitos casos, são investimentos su-periores a US$ 10 bilhões ao ano.

Durante a inauguração do novoaeroporto Aluizio Alves, a governa-dora Rosalba Ciarlini, perguntadapor um jornalista sobre a possibili-dade de desonerar o querosene deaviação, disse apenas que pensavano assunto, sim, mas para depois daCopa. Hoje, o secretário Silvo Tor-quato repetiu o texto da chefe."Vamos ver essa questão sim, masdepois da Copa".

> CRIME INTERNACIONAL

Polícia prende acusados damorte de italiano em Natal

Em uma operação denominada“Pedra de Fogo”, a Delegacia Espe-cializada em Homicídios (DEHOM)confirmou a prisão de três pessoasenvolvidas no assassinato do italia-no Enzo Albanese, morto no últimodia 02 de maio, em frente à sua re-sidência, no bairro de Capim Macio,Zona Sul de Natal. Uma disputa porquestões financeiras motivou o as-sassinato.

O primeiro a ser preso foi o tam-bém italiano Pietro Ladogana, acu-sado de ser o autor intelectual docrime. A prisão aconteceu no aero-porto de Fiumicino, em Roma, quan-do ele tentava embarcar para o Bra-sil. Com Pietro foi apreendida aquantia de 120 mil euros em espé-cie. No mesmo dia os policiais civisda DEHOM detiveram em Natal, aex-mulher de Pietro, Tamara Lado-gana, acusada de dar apoio no ho-micídio e o Policial Militar Alexan-dre Douglas Ferreira, apontado comoo executor do crime.

Durante as investigações foi des-coberta uma organização criminosachefiada por Pietro Ladogana, queatuava em fraudes, estelionatos efalsificação de documentos na com-pra e venda de imóveis especial-mente nas cidades de Extremoz,Natal e Ielmo Marinho, no Rio Gran-de do Norte. O esquema envolviatambém lavagem de dinheiro e eva-são de divisas. Pietro administravaao todo dez empresas fraudulentasno ramo de corretagem de imóveis,sendo a maioria delas com endere-ços fantasmas.

A motivação do crime se deuporque a vítima teria descoberto edenunciado a fraude de uma dessasempresas administradas por PietroLandogana, a Globo Construções

LTDA, que teria adquirido a Fazen-da Telha, localizada em Ielmo Ma-rinho. A propriedade foi transferidailegalmente para laranjas e depoispara Pietro. “Enzo era procuradorde um dos sócios da empresa, fazen-do a cobrança de alugueis de imó-veis. Ele descobriu o esquema frau-dulento e denunciou a um dos sóciosdessa empresa cerca de um mêsantes de seu assassinato. Após a de-núncia, ele passou a receber amea-ças de morte, uma delas do policialAlexandre Douglas”, detalhou o de-legado Raimundo Rolim.

Dentro da Fazenda Telha foramapreendidos vários animais de raça

e um caminhão. Com os acusadostambém foram apreendidos cincocarros, quatro deles importados esendo um destes um Corolla de corPrata, utilizado no assassinato doitaliano. A Polícia Civil tambémapreendeu a quantia de 35 mil eurosem espécie com uma testemunha,que iria ser usado para retroalimen-tar o esquema fraudulento.

O delegado Raimundo Rolimnão descartou a participação de ou-tros envolvidos no crime. “Outraspessoas estão sendo investigadas epossivelmente poderemos efetuarmais prisões relacionadas a esse ho-micídio”, concluiu.

Pietro Ladoganafoi preso pelaPolícia em Roma,quando embarcavapara o Brasil

Especialista em cidades-aeroportos, JohnKasarda, ao lado do prefeito Jaime Calado, realizou palestra para detalhar o que podeser o futuro de São Gonçalo do Amarante

Heracles Dantas

PF/Divulgação

SYLVIA SÁ - INTERINA

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8 O Jornal de HOJE Natal, 2 de junho de 2014

C M Y K

Segunda-feira

CAROLINA SOUZA

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A humildade do lateral esquer-do da seleção brasileira na Copade 1974 é o que ficará na memóriade familiares, amigos e torcedoresde Francisco das Chagas Marinho,o 'Bruxa' Marinho Chagas. Maiorsímbolo do futebol do Rio Grandedo Norte, o ex-jogador morreu namadrugada de ontem, aos 62 anos,em João Pessoa, onde estava inter-nado após passar mal em um even-to para colecionadores do álbumda Copa do Mundo. No estádioFrasqueirão, local do último adeusa Marinho, populares relembravamos momentos que lhe trazem boaslembranças do potiguar.

"A melhor lembrança que guar-darei do meu irmão é a sua preste-za de sempre. O cara mais humil-de que tive o imenso prazer de cres-cer junto e conviver como famíliae como fã", disse Antônio Mari-nho, irmão e ex-jogador profissio-nal. "É incrível como ele tinha vo-cação para ajudar as pessoas.Mesmo sem condições financeiras,ele sempre buscou ajuda dos maispróximos para ajudar quem ele nemconhecia direito", relatou.

Antônio Marinho disse que oúltimo contato que fez com o irmãofoi por telefone, no sábado ante-rior ao evento em que MarinhoChagas era palestrante em João Pes-soa. "Ele estava muito bem. Muitofeliz por estar falando um poucode seu histórico profissional. Derepente, no domingo, recebo umafoto do momento em que Marinhopassou mal e precisou ser carrega-do", conta. "Pior do que perder umirmão, é perder um irmão com asqualidades e defeitos que ele tinha.Até nos seus defeitos ele conseguiapassar uma lição".

Após passar mal na capital pa-raibana, o potiguar foi encaminha-do ao hospital de Emergência e

Trauma de João Pessoa, onde foidiagnosticado com uma hemorra-gia digestiva. Para os torcedores doex-lateral esquerdo da seleção bra-sileira, a notícia foi a principal perdado Brasil em pleno ano de Copado Mundo. "Não tive a oportunida-de de colher um último registro seuem vida, mas vim aqui para assimfazê-lo através de quem sempre es-teve com ele", disse Nilton Freitas,segurando uma bola de futebol coma assinatura de familiares e amigosde Marinho Chagas.

"Para alguns pode ser estranho,mas para mim é o que irá repre-sentá-lo nos próximos dias", afir-mou Nilton, botafoguense, naturalde Uruaçu, no RN. "Todos sabemdo amor que Marinho tinha peloABC Futebol Clube, mas foi novestido com a camisa do Botafogoque eu vi seus maiores lances", des-tacou.

Além de Nilton, outros torcedo-res prestaram suas homenagens aMarinho Chagas vestidos com ascamisas dos times pelos quais elejá passou. Humberto Teixeira es-colheu a camisa do Fluminese paradar seu adeus. "Lateral esquerdocomo ele não veremos tão fácil. Naverdade, acredito que não veremosjamais. Um orgulho para todosnós", disse.

O orgulho que os fãs têm deMarinho Chagas é o mesmo que oex-jogador tinha pelo seu time docoração, o ABC. Apesar de ter tri-lhado carreira de sucesso por gran-des clubes do país, foi pelo ABCque ele sempre demonstrou suagrande paixão. Ídolo do time alvi-negro durante sua passagem peloclube, entre 1969 e 1970, ele dei-xará de herança seu grande amorpelo time.

"Entre todos os nossos ídolos,Marinho teve uma 'responsabilidade'diferente dos demais. Ele nunca es-queceu as suas raízes", destacouRogério Marinho, diretor do ABC

Futebol Clube. "Conhecido inter-nacionalmente, Marinho Chagasteve uma trajetória que lhe permi-tiria ter uma vida diferente. Porém,sua simplicidade sempre lhe fez vol-tar à sua casa, ao bairro das Rocas,ao nosso clube, às confraterniza-ções entre amigos".

Rogério Marinho destacou queo ABC prestará uma homenagem aopotiguar no próximo jogo do time,que acontecerá amanhã (03) na ci-dade de Santa Cruz contra o Náu-tico. O jogo será a 10ª rodada daSérie B pelo Campeonato Brasilei-ro. "Também estamos organizandooutras homenagens futuras a Ma-rinho, como no aniversário pelocentenário do ABC, em junho",disse o diretor do clube. O corpo deMarinho Chagas será sepultado natarde de hoje, às 17h, no cemitérioMorada da Paz, em Emaús.

HISTÓRICOMarinho Chagas nasceu em

Natal, no Rio Grande do Norte, nodia 8 de fevereiro de 1952. Inte-grou a equipe do Riachuelo Atléti-co Clube, mas começou a carreiraprofissional no ABC, passando peloAmérica-RN, Náutico e transferin-do-se para o Botafogo, em 1972.

No clube carioca, o potiguarbrilhou com atuações que o leva-ram à seleção brasileira, pela qualdisputou a Copa do Mundo de1974. Vestiu a camisa alvinegra porcinco anos e foi para o rival Flumi-nense em 1977. Em 1979, Mari-nho Chagas juntou-se a Pelé, Bec-kenbauer e Carlos Alberto Torres noNew York Cosmos, dos EstadosUnidos, onde ainda defendeu o Fló-rida Strikers. Retornou ao Brasilem 1981 e defendeu São Paulo,Bangu, Fortaleza e América-RN.

Em 1986, voltou aos EstadosUnidos para vestir a camisa do LosAngeles Heat e depois ainda foi àEuropa, onde jogou pelo Augsburg,da Alemanha.

ADEUS AO ‘BRUXA’BRASIL PERDE MARINHO CHAGAS, AOS 62 ANOS, COM O

TÍTULO DE MELHOR LATERAL ESQUERDO DA COPA EM 74

Fotos: José Aldenir

Velório foi marcado por muita emoção. No detalhe, o irmão Antônio Marinho e o jogador Nilton Freitas prestam suas homenagens

Cidade

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C M Y K

Segunda-feira O Jornal de HOJE 9Natal, 2 de junho de 2014Cultura

HISTÓRIA CUBANANinguém melhor que Pedro Juan Gutierreztraduziu realidade da Ilha; seus contos, poemase romances mostram dureza e sensualidade doscortiços e critica governo sem virulência retórica

CONRADO CARLOS

EDITOR DE CULTURA

Leio que o governo cubano di-vulgou dados sobre a mortalidadeinfantil em 2013. Segundo os jor-nais Granma e Juventud Rebelde,eles estão entre os melhores domundo, com apenas 4,2 criançasmortas para cada mil nascidasvivas. Como comparação, os Esta-dos Unidos tem 7 e o Brasil 12,9mortes para o mesmo número denascimentos.

Daí lembreiPedro Juan Gu-tiérrez, um demeus escritoresprediletos. Emseu clássico“Trilogia Sujade Havana”, reu-nião de contossobre o PeríodoEspecial (entre1991 e 1994,quando Cubaperdeu a mesa-da soviética decerca de U$10bilhões/ano nopós-Queda doMuro de Ber-lim), ele detonao atendimentona rede púbica de saúde local.

Gutiérrez, põe Charles Bukovs-ki no bolso, no que se refere a ti-radas cômicas, farras e devoção àescatologia. Ninguém definiu osexo com tanta precisão: “O sexonão é para gente escrupulosa. Osexo é um intercâmbio de líqui-dos, de fluídos, saliva, hálito e aro-mas fortes, urina, sêmen, merda,suor, micróbios, bactérias. Ou nãoé. Se for apenas ternura e espiritua-lidade etérea, não passa de uma

paródia estéril do que poderia ser”.Também pintor e poeta, ele re-

tirou do bairro histórico de CentroHavana toda sua coleção de perso-nagens sujos, fedorentos, viciadose sensuais, sempre em meio à po-breza generalizada, quando só res-tava tomar rum, fumar charuto oumaconha de Baracoa e transarmuito, de preferência com negrase mulatas “magras, peitudas echeias de fibra”.

Tive a experiência ‘litero-

existencial’ de conhecer Havanaem 2009 e vi o quanto de realida-de existe em suas descrições da re-gião; as fachadas carcomidas, aprostituição endêmica, a malandra-gem latente, a musicalidade atmos-férica, tudo bate com a narrativacompulsiva que chocou norte-ame-ricanos e europeus.

Uma das historietas em que ocaos em um hospital é retratado é“Ratos de Esgoto”. Pedro Juan tra-balhava desentupindo encanamen-tos de gás (Trilogia é uma auto-

biografia com toques generosos deficção) em porões com “tábuas po-dres, poças de água pestilenta efedor de m...”. Certo dia, ele foimordido por um rato em várias par-tes do corpo, e precisou de atendi-mento médico.

Restou ir a uma policlínica paratomar vacina antirrábica, onde foiatendido por uma enfermeira malhumorada com “um corpo lindo,magra, jovem, boa bunda, mas acara era um desastre: rosto de

homem, com apele marcada devaríola, nariz demoringa, oleoso,espinhas cheiasde pus, o cabeloralo, sujo, emba-raçado”.

Não precisodizer que ele de-vorou a sujeita.Mas tomou umsusto ao saber quea mulher bolina-va quatro velhosdo prédio em quemorava, para ga-rantir o sustento –não que ele achas-se isso o fim domundo, porque,

com frequência, estimulava com-panheiras a se prostituir na orla.Tudo em nome dos vícios.

“Cara de crime” foi como pas-sou a chamar a enfermeira. O des-fecho só lendo para saber. Acho“Trilogia…” um livro obrigató-rio em qualquer biblioteca pes-soal, pois misturado àquela saca-nagem toda tem criticas virulen-tas ao regime socialista que impe-ra desde 1959. E doses cavalaresde filosofia de rua – alguns con-tos são bem tristes.

Conrado Carlos

Divulgação

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Segunda-feira10 O Jornal de HOJE Natal, 2 de junho de 2014 Cidade

Uma das principais atribuiçõesda Polícia Federal (PF) na Copa doMundo será realizar a proteção deautoridades estrangeiras que esta-rão presentes durante a disputa domundial. Em Natal, a PF concluiuo treinamento dos policiais que irãofazer esse trabalho no período dacompetição na capital potiguar.

O exercício teve duas semanasde duração e foi realizado em Caicó,no interior do Rio Grande do Norte,até a última sexta-feira (30). A açãofoi ministrada por instrutores daCoordenação de Segurança de Dig-nitários da PF no RN, os quais re-ceberam capacitação na AcademiaNacional de Polícia, em Brasília-DF. Durante o treinamento, quecontou também com policiais fede-rais do estado do Ceará, foram uti-lizadas as dependências do Batalhãode Engenharia de Construção doExército (1º BEC) e simuladas di-versas situações de embarque e de-sembarque de autoridades no aero-porto, bem como, deslocamento parahotéis e até para um fictício eventocultural realizado em um teatro nocentro da cidade.

A primeira e até agora únicaautoridade internacional que confir-mou presente em Natal foi o vice-presidente dos Estados Unidos, JoeBiden, que estará na capital potiguar

no dia 16 de junho para acompanhara estreia da seleção americana noMundial contra Gana. Em nota di-vulgada no último dia 29 de maio,a Casa Branca ainda disse que Joetambém visitará a Colômbia e aRepública Dominicana e detalhouque além de acompanhar a partidade futebol, Biden se reunirá com apresidenta Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer.

Além do trabalho de proteção

das autoridades, a PF também foia responsável pela regularizaçãodos vigilantes que trabalharão naCopa do Mundo. A PF irá fazer aescolta das seleções durante os tra-jetos para os Centros de Treina-mento (Campo da UFRN e Fras-queirão) e jogos. O órgão aindaterá como atribuição dirigir o Cen-tro Integrado de Comando e Con-trole da Segurança durante o Mun-dial. "Todos os problemas que

acontecerem a PF é que irá rece-ber as reclamações. Depois, passa-remos o problema para o órgão res-ponsável, como Polícia Militar,Corpo de Bombeiros e PolíciaCivil", destacou Joel Moreira, de-legado da PF.

Além de Estados Unidos e Gana,Natal também receberá os jogosentre México x Camarões (dia 13 dejunho), Japão x Grécia (19 de junho)e Itália x Uruguai (24 de junho).

DIEGO HERVANI

REPÓRTER

Natal é a cidade-sede da Copado Mundo que teve o maior cres-cimento no índice de homicídiospara cada 100 mil habitantes em10 anos. Os dados são do jornal OGlobo e foram baseados no Mapada Violência 2014, divulgado nasemana passada pela Faculdade La-tino-Americana de Ciências Sociais(Flacso) e que leva em conta os nú-meros de 2002 até 2012.

De acordo com o levantamen-to, o crescimento em Natal foi de301,6%. Bem superior ao registra-do em Salvador-BA, que teve o se-gundo maior aumento, com161,3%. Fortaleza/CE, com141,1%, Manaus/AM, com 113%,Curitiba/PR, com 29,8%, Brasí-lia/DF, com 12,3% e Porto Ale-gre/RS, com 4,8%, completam alista de capitais que receberão jogosda Copa do Mundo e que tiveramaumento na taxa de homicídios. Emcontrapartida, Belo Horizonte/MG,Cuiabá/MT, Recife/PE, Rio de Ja-neiro/RJ e São Paulo/SP registraramuma diminuição nesse índice. A ca-pital paulista foi a que teve a maiorqueda, com 70,7%.

Em 2014 os números de Nataltambém assustam. Apenas noscinco primeiros meses do ano, 244pessoas foram mortas, uma médiade 48,8 por mês. O bairro commaior incidência de ocorrências éNossa Senhora da Apresentação,na Zona Norte, com 27 mortos, se-

guido por Felipe Camarão, na ZonaOeste, com 24.

A pesquisa ainda traz um aler-ta que o quadro de violência crôni-ca nas capitais não é o único pro-blema a ser levado em conta. Há acriminalidade nas periferias e re-giões metropolitanas dessas capi-tais, que corre o risco de aumentarnos jogos, isso é algo "muito pro-vável", segundo o sociólogo JulioJacobo, autor do Mapa da Violên-cia. "A concentração de polícias es-tará nas zonas da Copa. E a crimi-nalidade não vai para lá; estará nascidades periféricas das capitais eem zonas menos protegidas das pró-prias capitais", destacou.

O comandante geral da PolíciaMilitar do Rio Grande do Norte,coronel Francisco Araújo, lembrouque policiais de todas as regiões efunções no Estado estarão traba-lhando no Mundial e descartou queas outras áreas da capital que nãoestão diretamente relacionadas como Mundial terão algum tipo de pro-blema durante a competição."Vamos ter os policiais que traba-lham normalmente nas ruas, masteremos policiais de outros setores.O pessoal do administrativo e ope-racional também irá ajudar. Elesirão receber para isso. Policiais quetrabalham em hospitais, quartéis,rondas, também irão participar. Otrabalho ostensivo que é feito nodia a dia vai continuar acontecen-do. Temos um efetivo de 9.050 ho-mens em todo o Estado. Entãotemos gente suficiente para deixar

o Estado seguro durante todo oMundial", afirmou.

Ainda segundo dados do Mapada Violência, o Rio Grande doNorte registrou o maior crescimen-to no número de homicídios, em

dez 10 anos no Brasil, de 2002 a2012. O aumento nos casos de as-sassinatos foi de 272,4%. Na se-quência da relação estão Bahia(242,1%) e Maranhão (203,6%).Segundo os dados, no ano de 2002,

o RN teve 301 homicídios. Já em2012, esse número subiu para1.121. Em 2014, esse número jáultrapassou os 740.

O Rio Grande do Norte aindaestá na liderança do ranking quan-

do se comparado os homicídios por100 mil habitantes. A média em2002 era de 10,6 mortes para cada100 mil habitantes. Passados dezanos, essa média subiu para 34,7. Ouseja, uma evolução de 229,1%.

Faltando 10 dias para o início daCopa do Mundo, as delegacias deNatal que irão funcionar durante acompetição estão longe das condi-ções ideais para realizar os atendi-mentos. Isso é o que denuncia oSindicato da Polícia Civil e Servi-dores da Segurança Pública do RioGrande do Norte (Sinpol-RN).

No 2º Distrito Policial, por exem-plo, unidade responsável por atenderdemanda de áreas como Praia doMeio, Brasília Teimosa e SantosReis, o computador do chefe de in-vestigação está quebrado, só há umaimpressora dezenas de boletins deocorrência diários, inquéritos, depoi-mentos, mandados, ofícios e demaisdemandas da DP. Outro detalhe é aforma como é feito reconhecimentode suspeito. "Se um dos turistas quevier a Natal for assaltado na Praia doMeio e a polícia conseguir prenderalgum suspeito, o turista terá quefazer o reconhecimento olhando porum buraco feito em uma porta", ex-plica Judas Tadeu, chefe de investi-

gação da 2ª DP.Já no 4º Distrito Policial, em

Mãe Luiza, as infiltrações tomamconta das paredes da unidade. Emdias de chuva, a estrutura chega acolocar em risco a vida dos poli-ciais que lá trabalham, tendo emvista que a água escorre pela fia-ção elétrica, gerando possibilidadede curto-circuito. Paulo Macedo,chefe de investigação da 4ª DP, re-lata que a unidade tem uma equipede 13 policiais, entre delegado, es-crivão e agentes. No entanto, ape-nas dois se prontificaram a trabalharno plantão da Copa do Mundo, re-cebendo diária de R$ 50. "Não sa-bemos como será feito esse atendi-mento à população, já que apenasdois policiais se colocaram a dispo-sição", comentou.

O funcionamento de plantão des-sas delegacias será das 16h até o dia se-guinte. Além da 2ª e 4ª DPs, o 15º Dis-trito Policial, em Ponta Negra, e a De-legacia de Narcóticos também terãoserviço de plantão em dias de jogos.

> EXPECTATIVA

Polícia Federal finaliza o treinamento parafazer segurança de autoridades estrangeiras

NATAL É SEDE MAIS VIOLENTA DA COPAEM 10 ANOS A TAXA DE HOMICÍDIOS PARA CADA 100 MIL HABITANTES NA CAPITAL POTIGUAR AUMENTOU MAIS DE 300%

Apesar do índice de criminalidade, Comando da Polícia Militar garante que os 9.50 homens do efetivo conseguirão manter a segurança da população durante evento

Treinamento foi realizado na semana passada. Várias situações fictícias foram simuladas de olho no que ocorrerá na Copa

> SUCATEAMENTO

Sindicato denuncia falta de estrutura das delegacias

Delegacias de Natal estão totalmentesucateadas às vésperas da Copa

A Secretaria de Justiça e Ci-dadania do Rio Grande do Norte(Sejuc), se pronunciou sobre asrebeliões que aconteceram nofinal de semana no Presídio Pro-visório Raimundo Nonato, naZona Norte e Penitenciária Esta-dual de Parnamirim (PEP).

A Sejuc alega que tudo acon-teceu pela atitude do Sindicatodos Agentes Penitenciários doRio Grande do Norte (Sindasp)em continuar com a greve,mesmo depois da decisão judicialque define multa no valor de R$10 mil a ser paga pelo próprioSindasp em caso de continuida-de da paralisação. Além disso,os agentes impediram a entregade alimentos por parte das famí-lias para os apenados. A Secre-taria de Justiça lamenta a posiçãodo Sindicato que resultou na de-predação do patrimônio público,na data do dia 31 de maio, quan-do os presos da Penitenciária Es-tadual de Parnamirim se rebela-ram e quebraram 18 celas. Nodia 1º de junho foi a vez da Ca-

deia Pública de Natal - Prof. Rai-mundo Nonato onde os presosse rebelaram, vindo a quebrar 10celas e provocar incêndio em col-chões".

O sindicato alega que ape-nas estava cumprindo o que de-termina a Lei de Execuções Pe-nais. "O Estado é quem deveser responsável pela alimenta-ção e higiene dos presos e, porisso, seguindo a Lei de Execu-ções Penais, os agentes nãopodem permitir entrada de ali-mentos levados pelos familia-res", frisou Vilma Batista, pre-sidente do Sindasp.

Os agentes penitenciários pa-raram as atividades no último sá-bado (31). Eles pedem a criaçãodo Plano de cargos e o Estatutoda categoria. Entretanto, o Gover-no alegou que a proposta apre-sentada pelo Sindicato implicaem um incremento de mais de200% na remuneração, além dos45% já concedidos na atual ges-tão, “são inexequíveis do pontode vista financeiro”.

> CRISE

Sejuc culpa sindicatopor "depredação dopatrimônio público"

José Aldenir

Fotos: Divulgação

Divulgação

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Segunda-feira O Jornal de HOJE 11Natal, 2 de junho de 2014CidadeCidade

Marinho [email protected]

O ano de 1969 foi de mudanças pro-fundas. Antes do caminhão partir do bair-ro de Santos Reis no rumo do bairro dasQuintas, carregado com os móveis e comminha família, a última imagem da ruaBerta Guilherme foi de João Galego tocan-do uma bola em direção à praia.

Era um jogador do ABC F.C., centroa-vante rompedor, sem muita habilidade,mas que encontrou nos passes perfeitosde Alberí, o gênio do time, os gols que otornaram um matador naquele ano. Nanova rua em que fui morar, um outro ga-lego surgiria com sua bola.

Foi no ano em que completei 10 anose a distância entre o lar e a rua foi aumen-tando a cada descoberta; as brincadeirasofereciam cada vez mais novas ruas a ex-plorar. Como cumprindo a sina de um se-riado da TV, "audaciosamente indo" ondejamais eu estivera antes.

Assim descobri que no CIAT, umabase da Marinha, na margem do Rio Po-tengi que banha Natal, um belo gramadoera utilizado para treinos de alguns timesda cidade, principalmente, e obviamente,o Riachuelo, clube mantido pelos milita-res de branco.

Naquele 1969, um garotão louro, late-ral esquerdo que tocava a bola magistral-mente com os dois pés, deixou o time navale foi para o ABC. Seu talento nos últimostreinos pela equipe azul e branca foi a pri-meira imagem que marcou meus dias nonovo bairro.

Marinho Chagas matou a pau com acamisa alvinegra do ABC, atuava com araça de um gladiador e a habilidade deum atirador de facas. Sem qualquer in-formação do que fora Nilton Santos noBotafogo, jogava em Natal com a catego-

ria do grande mestre. Trama dos deuses, ao se transferir para

o Náutico, no ano seguinte, logo chamoua atenção do time carioca da estrela soli-tária, que vivia buscando resolver o vácuona lateral esquerda. De 1972 a 1974, Ma-rinho encantou o país e conquistou omundo.

Entre uma folga e outra, já gozando acelebridade de craque e a fama de astro popdos gramados, Marinho aparecia em Natalexibindo o novo visual de hippie boleiro,a "Bruxa" que enfeitiçava donzelas nasruas do Rio de Janeiro e da Europa.

Nas suas andanças pelos campinhosdas peladas de Natal, acabamos nos encon-trando, ele já um cara experimentado navida, vinte e poucos anos, e eu o adoles-cente que mantinha a tietagem, glorifican-do-o nos meus times de botão e caixas defósforos.

Marinho Chagas foi um dos mais in-críveis jogadores que meus olhos já viram,um artista em campo e fora dele, uma fi-gura pública que jamais se preocupou emdelimitar os espaços entre o profissional eo homem. Nunca escondeu suas angústiase devaneios.

Na composição do seu perfil psicoló-gico, se misturam os gênios de Heleno deFreitas, de Garrincha, de George Best, deNei Conceição, de Maradona, de PaulGascoigne.

Via nele a expressão de um Peter Panbuscando escapar ao destino da naturezahumana.

Na minha coleção de ídolos do fute-bol, ele é a figurinha mais rara, mais cul-tuada, aquela que a gente jamais colocounas apostas do jogo de bafo. Marinho é apermanência da minha infância nas refe-rências que teimam em se manter acesas.

É o ídolo que o destino transformou emamigo, um velho amigo que quando a genteencontra nos abastece das melhores lem-branças. Como craque de futebol, as lem-branças que guardo de Marinho Chagassão de um mito que Natal deveria perpe-tuar em sua História.

Inesquecíveis são suas jogadas e golspelo Botafogo, pelo Fluminense, pela se-leção brasileira, pelo Cosmos e pelo SãoPaulo. O canhão do Nordeste nas tantasmanchetes da grande imprensa, o terrordas menininhas alemãs, correndo para as-sediá-lo na Copa de 1974.

E se Heleno traçouEvita Perón, ou se Garrin-cha foi o amor da vida deElza Soares, Marinho Cha-gas foi o James Dean tro-pical que assanhou a libi-do da princesa Grace Kelly.Sem dribles, entortava pes-coços de dondocas nas cal-çadas de Copabacana.

Em 1974, o jogo Bra-sil x Holanda marcou a tra-jetória de Marinho. O jogofoi um trauma, caímos aba-tidos por 2 x 0, pelo talen-to fantástico de Cruijff e ocarrossel holandês. Mas,

no apagão da seleção, uma luz não deixoude brilhar o tempo todo.

Luz de fachos amarelos e azuis na mis-tura dos cabelos longos de Marinho e acamisa da seleção. Os holandeses desco-briram que pelo lado direito da sua defe-sa havia um perigo com a mesma ousadiada laranja mecânica. Eram as arrancadasincríveis da "Bruxa".

O Brasil tomou um baile, enquantoMarinho infernizava os holandeses comoum El Cid, sozinho e iluminado pela suaprópria luz. Mas o grande momento dojogo estava guardado para o final, um qua-dro que guardo até hoje nas fotos da re-vista Placar.

Milhares de torcedores com camisas la-ranjas festejavam o triunfo da Holanda. Ojogador Krol procura Marinho Chagas,que chora copiosamente. Krol abraça obrasileiro e levanta-lhe o braço direito mos-trando-o à sua torcida, que aplaude.

O holandês compreendia que havia umvencedor solitário, um adversário comhonra, um craque a quem não cabia casti-go por jogar desnudo de táticas passadas.Cercado por milhões de telespectadoresem todo o mundo, Krol pediu, com a gran-

deza dos vitoriosos, para Marinho Chagasa tradicional troca de camisas.

Tenho o coração despedaçado dianteda notícia da sua morte, na madrugada dedomingo, primeiro dia do mês da Copa, queele esperava com tanta alegria, distribuin-do autógrafos entre colecionadores de fi-gurinhas. O eterno menino brincando coma vida, como se ela não fosse tão difícilquanto uma seleção holandesa.

Natal perdeu seu filho mais célebre noâmbito mundial, o herdeiro legítimo dogênio Nilton Santos, ídolo de Beckenbauere Platini, ícones universais da Alemanhae França. Se foi às vésperas da copa oúnico potiguar com duas Bolas de Prata,o maior jogador da história do futebol doRN. Meu craque preferido, meu ídolo ines-quecível, meu amigo, minha figurinha maisimportante. (AM)

Ídolo, craque, amigoÍdolo, craque, amigo

ADEUSTrês dos maiores craques da his-

tória do futebol brasileiro prestaramhomenagem a Marinho Chagas. Emsuas páginas nas redes sociais, Zico(que atuou com ele na seleção), Ro-mário e Rivaldo (craques das copas 94e 2002) deram adeus ao colega.

ZICOO primeiro gol da lenda viva do

Flamengo com a camisa do Brasil foicontra o Uruguai, em 1976, cobran-do uma falta que naturalmente seriacobrada pela estrela do time, Mari-

nho, que não ofereceu resistênciaquando o garoto de 23 anos pediu parabater.

NILTON SANTOSMarinho Chagas começou a jogar

ao estilo da "Enciclopédia" antes de co-nhecê-lo, ainda no Riachuelo e ABC.Quis o destino que a "Bruxa" fossemorar em cima de uma loja do mito,no bairro Botafogo, e se tornasse seupupilo, de quem ouvia conselhos.

PELÉA amizade que fez com o rei ao

tempo em que foi jogar no Cosmos deNova York levou parte da imprensa aum equívoco histórico, pois Marinhonão jogou com Pelé no período, queapenas sugeriu seu nome ao clubecomo atração de público aos estádios.

PELÉ IIO rei já havia deixado o Cosmos

quando aconselhou o time americanoa contratar a sensação da Copa de 74,acreditando no seu carisma com jo-vens e mulheres. E foi Pelé quem re-cebeu Marinho no aeroporto de NovaYork, como registrou a revista Placar.

OUSADIAMarinho Chagas inventou dois tipos

de cobranças de pênalti inusitadas e dealto risco de fracasso: de calcanhar, ca-minhando até a bola de costas; e no quechamou "parafuso", andando com ocorpo girando até executar o chute. Cha-maram-no de "doido varrido".

CHICO BUARQUEO caso entrou para o extenso ane-

dotário do histórico bar Antonio's, noLeblon, point de intelectuais e celebri-dades nas décadas de 60/70. Marinho,então ídolo do Fluminense, viu o trico-

lor Chico numa mesa, onde estava tam-bém Fagner. E puxou conversa:

CHICO BUARQUE IINa bela matéria de Rodrigo Levi-

no publicada há poucos anos na revis-ta Trip, Marinho conta que pediu aFagner para tocar "Canteiros" e Chicointerferiu dizendo que se ele fizesse200 embaixadas, tocava também. Ogalego improvisou a categoria numalaranja.

ESTRELA LUMINOSAMarinho Chagas conquistou 3 tro-

féus no tradicional prêmio da revistaPlacar, em 1972, 1973 e 1981. Foi con-siderado o segundo maior lateral es-querdo da história, um "prolongamen-to do gênio Nilton Santos", como disseo jornalista Fernando Calazans.

ARENA MARINHO CHAGASDesde a madrugada do domingo

que personalidades e fãs do eterno cra-que manifestam na Internet a ideia dogoverno do RN sugerir aos administra-dores da Arena das Dunas colocar o seunome no estádio. A homenagem é pordemais justa, cabível e urgente.

Estávamos na véspera da parti-da decisiva entre Brasil e Holanda,aquele fatídico jogo de triste lem-brança para os brasileiros na Copado Mundo de 2010. A ansiedade jáera grande em todo o país. O timenão passava segurança para os tor-cedores, mas, como bons apaixona-dos por futebol, ninguém queria nempensar em uma eliminação tão pre-coce quanto acabou sendo.

Por telefone, recebo do jorna-lista Alan Oliveira, diretor-editor doportal Dez na Rede, a função defazer uma matéria com o ex-jogadorMarinho Chagas. Como produtorde conteúdo do site, recebi a missãocom alegria; finalmente entrevista-ria o potiguar que teve a honra dedisputar uma Copa do Mundo, eainda por cima ter sido eleito o me-lhor lateral esquerdo daquela com-petição, disputada em 1974.

Não demorou muito e conseguicontato com o ex-atleta por telefo-ne, para aquela que seria a minhaúnica entrevista com o "BruxaLoura". Foi de uma simpatia e hu-mildade sem igual, característicasque sempre lhe marcaram. Brinca-lhão como sempre, demonstrava pes-simismo em relação ao futuro doBrasil no mundial. Entre outras coi-sas, disse que a Holanda era favori-ta, mas que torceria muito pelo su-cesso do time de Dunga.

Não sei porque, lembrei de cadapalavra de Marinho durante aquelapartida quatro anos atrás. No 1 a 0marcado por Robinho, me veio àmemória a frase do ex-jogador, deque tínhamos um time com defeitose estes eram do conhecimento holan-dês. Bastou pouco para o elenco bra-

sileiro ruir, justamente em suas prin-cipais falhas. Dois gols de jogadasaéreas e o destempero inesquecíveldo volante Felipe Melo, marcadopara sempre após o pisão em Rob-ben. Marinho acertava em cheio a suaprevisão.

Mas, a melhor resposta ficoupara o final. Questionado sobre oprêmio conquistado em 74, quandoviu a seleção ser eliminada para amesma Holanda mas saindo do tor-neio como um dos melhores, o po-tiguar se emocionou. "Eu, na verda-de, não tenho noção, até hoje doquanto joguei. Acho que eu tinhamuita criatividade e ousadia paraatacar. Eu defendia muito pouco du-rante a partida e atacava sempre. Nãotenho noção do quanto contribui parao futebol. As vezes fico vendo algunsvídeos, já ouvi o Júnior (ex-jogadordo Flamengo e atual comentaristaesportivo da Globo) dizer que se ins-pirou em mim. Talvez eu tenha feitoalguma coisa pelo futebol brasileiro".Pois é Marinho, você fez muito portodos nós, amantes do futebol.

Danilo Sá[email protected] / [email protected] / Twitter: @DaniloSa

“”

Gira Mundo

“Eu sou do volta Lula, queé mais competente do que

ela”

FERNANDO LUCENA

VEREADOR DO PT, DEFENDENDO O RETORNO DE

LULA NO LUGAR DE DILMA, APÓS A PRESIDENTE

TER DITO QUE ESPERA VER HENRIQUE ALVES NO

GOVERNO DO RN

VAIA FOI POUCOHistórico o show do Rappa rea-

lizado na noite do último sábado(31) em João Pessoa. Cerca de 40mil pessoas, instigadas pelas críticasdo músico Marcelo Falcão, literal-mente detonaram a presidente DilmaRousseff, já que os termos utiliza-dos são impublicáveis. Aos poucos,apesar da base governista minizaro problema, cresce a insatisfaçãopopular com a gestão do PT.

DEFINIÇÃOPor falar em PT, a deputada fe-

deral Fátima Bezerra parece quererse afastar das últimas notícias quedavam conta da sua possível desis-tência da candidatura ao Senado.Neste final de semana, durante even-to realizado pelo partido, a parla-mentar se emocionou ao admitir deforma praticamente definitiva o de-safio. Como pré-candidato a depu-tado federal, surge o nome do pre-sidente petista no RN, Eraldo Paiva.

BAGUNÇASão ruins as primeiras notícias

sobre o início do funcionamento doAeroporto Aluízio Alves, em SãoGonçalo. De falta de água ao totaldesencontro de informações. Tevevoo decolando rumo ao Rio Gran-de do Norte com o piloto discutin-do com passageiros, afirmando quepousaria no Augusto Severo. Nomeio do caminho, pediu desculpase anunciou a nova rota. Como mui-tos mandaram seus parentes paraParnamirim, a companhia aérea fre-tou um ônibus para transportar ospassageiros até lá.

DESORDEMPara completar a confusão, o

aeroporto ainda está proibido dereceber voos internacionais. Por en-quanto, estes continuam chegandoapenas pelo desativado Augusto Se-vero, até a instalação da alfândegano novo terminal. Típico jeitinhobrasileiro.

DERROTAComo já era esperado, o cons-

trangimento da governadora Ro-salba Ciarlini foi grande na reuniãoda executiva estadual do DEM.Como se não bastasse ter que in-terromper sua agenda para lutarpor algo que qualquer administra-dor consegue de forma natural,ampla maioria do grupo foi con-tra a reeleição da gestora, que che-gou até a chorar no encontro.

LUTA GRANDEAgora, resta a governadora

colocar sua candidatura na con-venção e enfrentar o próprio par-tido, que decidiu pela coligaçãocom o PMDB, única forma en-contrada de manter os mandatosdo DEM na Assembleia e na Câ-mara dos Deputados. De certaforma, se decidir por isso, Rosal-ba tem tudo para, novamente, pas-sar por um grande constrangimen-to. É a luta.

AGORA É TARDEDe certa forma, é incrível a tra-

jetória da governadora RosalbaCiarlini. Eleita em primeiro turnocom larga vantagem após três man-datos de sucesso como prefeita deMossoró, tendo sido eleita a primei-ra senadora do RN, acumulou des-gastes no governo. No início dagestão, teve a chance de assumir ocomando do PSD, do Pros e até doPTB e PP, mas preferiu permane-cer na legenda, que ainda teve ocomando oferecido ao seu marido,Carlos Augusto Rosado. Fez mui-tas escolhas erradas.

PERIGOÉ grande a preocupação com

relação a prestação de serviços bá-sicos em Natal durante a Copa. De-legacias estão totalmente deterio-radas, assim como unidades desaúde municipais. Se houver algumproblema de grandes proporções,salve-se quem puder.

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Marinho: o potiguar que fez muito pelo futebol Megafone

José Aldenir

Nada menos que 2.608pessoas foram presas, partedela de forma arbitrária, eoito morreram nas 696 ma-nifestações realizadas emjunho de 2013, segundoestudo da ONG Artigo 19a ser lançado nesta segun-da-feira (2). Além das prisões sem fundamento, entidade aponta ini-ciativas de projetos de lei que tentam censurar a liberdade de expres-são da população com o alegado objetivo de inibir a violência, umdos componentes de parte dos protestos do ano passado. No período,117 jornalistas foram feridos ou agredidos de acordo com a ONG. Ou-tros 10 profissionais de imprensa foram detidos enquanto realizavamo trabalho de reportar os fatos nas manifestações.

Divulgação

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Segunda-feira12 O Jornal de HOJE Natal, 2 de junho de 2014 Cidade

Daniela Freire II

w O MUNDO GIRA...A deputada federal Fátima Bezer-ra mudou sua concepção e apren-deu no decorrer dos últimos anosque com radicalismo não se venceeleição. Em 1996, Fátima perdeua prefeitura de Natal para Wilma deFaria, dizem, por não aceitar oapoio do então governador Garibal-di Filho (PMDB).

>>>Hoje, ao ser entrevistada na 94 FM,Fátima foi indagada se rejeitaria ovoto da governadora Rosalba Ciar-lini e de seus seguidores. De pron-to, Fátima respondeu:

>>>"A governadora pertence ao DEM.É evidente que o eleitor tem esco-lha. Evidente que eu e Robinsonnão vamos rejeitar votos. Seja elei-tor de quem for. Se eles quiseremvotar em Fátima, por considerarque ela é a melhor. Assim comoos eleitores consideram Robinsona melhor alternativa... Ninguémvai rejeitar eleitor. Agora querodizer que sempre fizemos oposi-ção ao Governo do DEM".

>>>Hummm...

wABANDONADA...No PSB, uma 'refrega' por apoiospolíticos começa a surgir nos bas-tidores.

>>>Sandra Rosado, única deputada fe-deral do PSB, está muito chateadacom a posição da ex-governadoraWilma de Faria, que autorizoubases wilmistas em Natal a fecha-rem dobradinha com a deputadaMárcia Maia (estadual) e com oex-'pupilo' Rogério Marinho (fe-deral), hoje do PSDB.

w ...PELA PRÓPRIA SIGLAPor conta disso, a parlamentar pes-sebista não tem recebido apoios dopróprio partido.

>>>Prefeitos, vice-prefeitos e verea-dores do partido estão indo paraoutros candidatos a deputado fe-deral...

>>>Às vezes até de outras siglas, comono caso de Rogério.

w CADA UM POR SI Deixando claro para Sandra queWilma tem fechado 'questão' sem-pre priorizando apenas a candida-tura à reeleição de Márcia e a suacampanha ao Senado.

>>>E quem achou que seria diferente?

w BAQUEADAE com a derrota da filha e deputa-da estadual Larissa Rosado emMossoró, Sandra se vê numa si-tuação delicada...

>>>...eleitoralmente falando.

wTRAÍDOS E TRAIDORESDa reunião da executiva do DEM doRN, realizada hoje pela manhã, e quederrotou o casal Rosalba e Carlos Au-gusto (por 45 a 10) na tentativa delançar candidatura à reeleição demoaqui no RN, um detalhe peculiar, alémdo choro de Rosalba e da sua saídacom tom de revolta no meio do en-contro, do discurso de Ney Lopes afavor da reeleição e do "meio sorri-so" dos demos Agripino e Felipe Maiaquando saiu o resultado final da vo-tação...

>>>

É que tanto a governadora como omarido Carlos Augusto perceberammuitas traições na hora da votação...

>>>Inclusive de gente que ocupa cargo co-missionado no Governo...

wALIÁS......apesar da votação secreta...

>>>Comentava-se no ninho democrataque, dos deputados estaduais, Getú-lio Rêgo teria votado a favor da can-didatura da Rosa à reeleição.

>>>

Já José Adécio, que inclusive coman-da a Ceasa, teria dado a assinaturaseguindo a 'recomendação' do líderAgripino.

w SOB PRESSÃO Falando nele...

>>>Outro detalhe era a posição estratégi-ca do senador José Agripino na mesade votação.

>>>Era "olhar matador" para cada mem-bro do partido que chegava para daro voto.

I

POLÍTICA E SOCIAL - [email protected] Márlio Forte

Governadorável Henrique Alves com direito a cena romântica na Feirinha deCaicó, em Capim Macio: paçoca para a esposa Laurita Arruda. Lá atrás, a senadorável Wilma de Faria também saboreava a culinária seridoense

BobFlash

Desaboya.com

Já em clima junino,Cláudia Gallindocurtindo oA'Lavantê 2014

Cedida

Chef Artur Coelho, dona Adalva Rodrigues, do Paçoca de Pilão, e MaxFonseca, presidente da Assoc. Brasileira de Bares e Restaurantes(Abrasel), na Cozinha Show, do Festival Gastronômico Brasil Sabor 2014

Mulheresnofds

Desfile Fabiana Milazzo noMinas Trend Verão 2015

Camilla Cascudo,Thiago Cavalcanti eCibele Benevides emfesta da NDecor

...do ex-jogador e deputado fede-ral Romário: "O mês da Copa chegoue, faltando 10 dias para o início doevento, o panorama não é dos melho-res";

...do empresário-Riachuelo FlávioRocha: "Descanse em paz, amigoMarinho. Obrigado por tantas alegriasna Seleção e na minha gestão noAmérica";

...do jornalista Diógenes Dantas:"Com 45 votos pela chapa proporcio-nal, 10 pela majoritária, 1 voto embranco, 1 nulo e 2 abstenções, o DEMdisse NÃO a Rosalba";

...do jornalista Juliano Freire:"Espanha terá uma rainha jornalista :Letizia Ortiz".

GIRO PELOTWITTER

Cedida

PARABÉNS! Mesa animada para comemorar o aniversário do médicoMarcelo Cascudo, ao lado de sua esposa Dayse e dos amigos/colegasmédicos Eduardo Lemos, com Clédina e Carlos Faria, com Teresa.

w DESPEDIDAPresidente da Fifa, Joseph Blatter comentou a mortedo jogador potiguar Marinho Chagas nas redes so-ciais.

Em seu Twitter, ele publicou foto de Marinho com acamisa da seleção brasileira e escreveu: "Very sadde-ned by the tragic death of former Seleção player Ma-rinho Chagas. Rest in peace".

w SUCESSOO colunista Marcos Sá de Paula estará autografandoo seu livro de piadas, "Rachando o Bico", amanhã,às18h, no Real Botequim.

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Segunda-feira O Jornal de HOJE 13Natal, 2 de junho de 2014Cidade

Cena UrbanaVICENTE SEREJO - [email protected]

Não deixou de ter o forte requinte da criatividade e ou-sadia a estratégia do PMDB ao antecipar, ainda nafase da propaganda eleitoral gratuita, portanto, antes

do período eleitoral, o novo tom de um partido hoje de umverde esmaecido de tantos governismos para assumir a idéiada mudança. Quando nada - e não será pouco, convenhamos- apropriou-se de um valor que vem para nutrir aquela quehoje é a maior carência do Rio Grande do Norte empobreci-do na sua capacidade de ter esperança no futuro.

É como se fosse uma releitura sutil - como há de ser a boacomunicação - de um sentimento que é muito conhecido, eé, mas nunca desaparece da condição humana: a esperança feitada convicção de que é possível mudar e construir um futurode dias melhores. Mais: uma mudança que antes de tudo pre-cisa ser assumida como o valor da tradição com a chancelade garantia, para que mudar não venha de novo um jogo deproselitismo numa política feita hoje de lideranças conserva-doras e improdutivas.

Não é, mesmo mantida a sua ação sobre um campo verde,a mesma força simbólica daquela esperança de 1960, há meioséculo, quando um jovem político rasgou a mesmice e incen-diou aquelas almas adormecidas pelo desânimo. Mas, quemsabe, pode restaurar em cada eleitor - dos mais jovens aos maisadultos - o ânimo de um orgulho que não morreu de todo.Mesmo que cada um possa carregar na alma e na carne umaespessa camada de indiferença depois do tanto que feriramseu bom orgulho.

A estratégia de comunicação naquilo que o marketingpode revelar e ao mesmo tempo esconder no seu jogo frestas- afinal não é de sua natureza desnudar-se por inteiro, mas tra-balhar sobre o tecido fino das sensações - quer associar mu-dança com tradição. Não é aquela mudança que muda denome, e mantém o método, mas mudança que assume nomesmuito conhecidos e, por isso mesmo, se credencia a lançá-loscomo tradição e segurança, dando um basta na aventura queé apostar no desconhecido.

O que se pode por em dúvida, a essa altura que os joga-dores fizeram suas apostas, é se será um caminho fácil de seraberto no sentimento coletivo. Como um bom plantio, exigedestocar o terreno, queimar as ervas daninhas e fazer a semea-dura. Não importa se a semente é a mesma - a esperança. Éessencial que tenha a força de uma sinceridade que nos últi-mos anos foi massacrada pelo descaso e a indiferença na dis-tância fria e prepotente que a ninguém estende a palavra e ogesto em nome do bem.

Ninguém garante o sucesso de uma estratégia. Nem os seusprotagonistas. E a comunicação não pertence a quem emite,mas a quem recebe suas mensagens. Ou, se empanados naforma erudita da ciência, como querem alguns, os atos retó-rico precisam ser mais do que apenas entendidos. Precisamser compreendidos. E só uma força simbólica vence a velhalição da sabença popular de que às vezes é melhor ser desco-nhecido do que ser conhecido demais: se for o símbolo de umaboa e segura tradição.

w TAREFAPara o candidato Henrique Alves, maisdifícil do que conquistar o voto é aco-modar as disputas internas dos partidosda aliança. Há guerras medonhas trava-das na calada noite, das prendas aos bis-coitos finos.

w PETISMOO vereador Hugo Manso pode ser candida-to a deputado estadual. Alguns dos seusamigos alegam que sua luta é partidária.Convocado não se negará a somar votospara Fátima Bezerra e Fernando Mineiro.

w OLHO - IDizia a fonte do MP na modorra do domin-go: 'Só teremos suspeitas sólidas se houvercoincidência de razões sociais de prestado-res de serviço à Prefeitura e o casamentoda filha do prefeito de Parnamirim'.

w MESMO... - IIAssim, adiantou entre um gole e outro deuma água bem gelada: 'Pode ter sido umaprecipitação. Se as notas fiscais foremlegais e compatíveis com a lógica, não hácomo formular uma denúncia lastreada'.

w DE... - IIIQualquer modo, acrescentou o promotor,fica o exemplo de que na vida pública,mesmo com recursos próprios, a ostenta-ção não é bom caminho. As redes sociaissão hoje os tribunais contra a ostentação'.

w ATENÇÃO - IO deputado Agnelo Alves é candidato aum novo mandato na Assembleia, mas nãopensem que será o candidato à espera demilagres. Ele sabe o que tem e o que foipactuado. E sabe defender seus roçados.

w POR... - IIFalar em roçados, Agnelo vem trabalhandoo apoio de lideranças da região historica-mente próxima da tradição familiar, osroçados em torno do Cabugi. Além de suavotação expressiva lá em Parnamirim.

w AVISO - IOs agripinistas mais empertigados, oque quase sempre é típico, desdenha-ram da informação publicada aquisobre o empenho do governo em apro-var o nome de Rosalba Ciarlini na suaconvenção partidária.

w QUE... - IIDuvidem, é legítimo. Só não durmam, can-didamente, sobre os arminhos da glória. Apolítica é como a noite: esconde no rostodo falso as frias réstias da traição. Dos fal-sos-heróis é que nascem os traidores.

w ALIÁS - IIINão é no desgosto que viceja a traição. Éno ressentimento. O ressentido, rezam osvelhos lunários das perpétuas premonições,é como o falso humilde - nunca perdoa aquem nega a conspícua consideração.

w PRENÚNCIODe Jânio de Freitas, na Folha, sobre asamarguras de Joaquim Barbosa: 'As cassa-ções de direito ao trabalho externo, lança-das recentemente por Barbosa, já lhe pre-nunciavam uma sucessão de derrotas'.

w REVANCHEPelé confessou na sua entrevista exclusivaà Folha de S. Paulo: gostaria que a final daCopa fosse entre Brasil e Uruguai. Comojogador e brasileiro, ele deseja a revanche.Com uma grande vitória do Brasil.

w TOALHACarlos Heitor Cony sobre o fim do verãona Lagoa Rodrigo de Freitas: 'Na lascíviainfanto-juvenil que persegue os homensmaduros nada é mais sensual do que umcorpo de mulher enrolado numa toalha...'

w NUDEZDepois, num instante tristemente belo, eleassocia a visão da mulher enrolada numatoalha a Frineia, a antiga, aquela de Atenasque diante dos juízes arrancou a túnica e nabeleza de sua nudez foi absolvida.

Tradição e mudança

Os levantamentos feitos no iní-cio do ano assustaram que pensa-va em fazer turismo nas cidades-sede da Copa do Mundo durante oevento. Mas, no final das contas,o que prevaleceu foi a lei da ofer-ta e da procura.

Quem resolveu esperar até esteúltimo momento, vai conseguir ta-rifas aéreas mais atrativas. Pelomenos é o que garante Diassis Ho-landa, presidente da AssociaçãoBrasileira de Agências de Viagensno Rio Grande do Norte(Abav/RN). "Em janeiro quandose abriu o sistema, todos os desti-nos estavam na faixa de R$ 2.700.Isso assustou um pouco as pessoas.As companhias colocaram muitosvôos extras e a procura não foi aesperada", analisou.

Ainda conforme Diassis, ospreços diminuíram tanto que fica-ram mais baixos até que em junhoe julho do ano passado, período dealta estação, mas sem evento ex-traordinário algum como neste ano."Você consegue encontrar passa-gem de até R$ 455,00 para o Riode Janeiro, por exemplo, ida evolta, com saída de Natal", disse,

No mesmo período do ano pas-sado, segundo a presidente da asso-ciação, os preços ficavam em tornode R$ 1.200 para destinos com pro-cura semelhantes, como São Pauloe Brasília ida e volta. Neste ano, hápassagens por até R$ 585,00 na rotaNatal-São Paulo e Natal-Brasíliapor R$ 360,00 (ida e volta sem in-cluir taxas de embarque). Os valo-res favorecem principalmente pes-soas que tem família ou casas deamigos para se hospedar.

Apesar dos atrativos, quem de-cidir viajar de última hora deveficar atento aos dias das viagens."Não são todos dos dias que estãocom as tarifas assim. Nas vésperasdos jogos e no pós-jogos aindaestão com preços bem elevados",alertou.

Nessa mesma quebra de expec-tativa, os meios de hospedagemtambém baixaram os preços, se-

gundo a presidente da ABAV/RN."Muitos leitos foram devolvidospela operadora da Fifa também,então eles reviram os preços", co-mentou.

O problema é que os potenciaisturistas permanecem sob o efeitoimpactante dos valores divulgadosno início deste ano. "Muita genteainda não sabe dessa diminuiçãodos preços. Essas pessoas acha-vam também que os aeroportos iamestar tumultuados, ia ter overboo-king, mas pelo que a gente estávendo não vai acontecer nadadisso", declarou seu otimismo.

Os destinos que levam paralonge da Copa do Mundo tambémestão convidativos segundo Dias-sis Holanda, principalmente os vi-zinhos da América do Sul. Para acapital do Chile, a ida e volta estápor R$ 740 (Natal- São Paulo -Santiago sem taxas inclusas). Para

a terra do tango, R$ 742,00 (Natal- São Paulo - Buenos Aires semtaxas). Para o Peru, terra do povoinca, a passagem pode sair por até

R$ 994,00. Cada agência tambémoferece uma facilidade diferentede pagamento, como o parcelamen-to em até 10 vezes.

Viajar de avião na Copa está maisbarato em função da baixa procuraIDA E VOLTA PODE SAIR POR ATÉ R$ 455 PARA DESTINOS COMO O RIO DE JANEIRO

Diassis Rosado explica que prevaleceu a lei da oferta e da procura. Chile aparece como um dosdestinos com preços mais atrativos

Fotos: Divulgação

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Segunda-feira14 O Jornal de HOJE Natal, 2 de junho de 2014 Esporte

CONDENADOO ex-goleiro Edson Cholbi Nascimento sujou o nome de Pelé. O filho

do Rei foi condenado a 33 anos e quatro meses de reclusão pelo crimede lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas. A decisão é da juízaSuzana Pereira da Silva, auxiliar da 1ª Vara Criminal de Praia Grande, econtra a qual cabe recurso.

SÉRIE DA reapre-

sentação doelenco doGlobo para adisputa daSérie D estámarcada parahoje à tarde, noestádio Barre-tão, em Ceará-Mirim. A novi-dade no gruposerá a presençado volanteLeomir, 24anos, que disputou o Estadual pelo Alecrim. Leomir é o sexto contrata-do da Águia, que já acertou com o lateral Glaubinho, o zagueiro Ansel-mo, os meias Alemão e Da Silva, o atacante Vavá.

CATAR VAI SAIRCartolas do Catar teriam pago pelo menos US$ 5 milhões, apro-

ximadamente R$ 11,2 milhões, para comprar votos para que o paísfosse escolhido como sede da Copa do Mundo de 2022. A denún-cia bomba foi feita pelo do jornal britânicos Sunday Times e devemudar a sede da Copa.

A partida do maior nome do futebol potiguar de todos os tempos nosdeixou órfãos de um ídolo e principalmente de uma biografia. Foram mui-tos jornalistas que tentaram escrever um livro sobre a vida de MarinhoChagas, mas sem êxito, pois era muito difícil conseguir uma sequência deencontros com o ex-lateral-esquerdo. Mas um dia, quem sabe, com todosjuntando as histórias vividas e narradas pela Bruxa, não saia um grande livrode memórias. São muitos os causos e o que mais me chamou a atenção re-centemente foi saber que os amigos Franz Beckenbauer e Michel Platinise preparavam para uma visita surpresa ao eterno craque aqui em Natal du-rante a Copa do Mundo. Só os mais chegados sabiam deste acontecimen-to. O prestígio internacional de Chagas era impressionante. Acho que elefoi o único homem que conseguiu parar o treino do Barcelona. Foi em 2006,quando ele resolveu visitar o amigo Frank Rijkaard, na época técnico dotime catalão. Estou à procura desta foto, em que Marinho aparece ao ladode Beckenbauer, Rijkaard e Messi. Um registro histórico e que resumebem quem era esse fenômeno da bola.

AS HISTÓRIAS DE MARINHODivulgação

Fábio [email protected]

SÓ EM 2017O conjunto de obras que o governo brasileiro planejou para

deixar o país pronto para sediar a Copa do Mundo de 2014 deveestar todo entregue só no segundo semestre de 2017, ou seja, trêsanos depois do fim do Mundial. Pelo menos é isso que informamas últimas estimativas de conclusão dos projetos incluídos nachamada Matriz de Responsabilidades da Copa.

MEGA-SENANenhum apostador acertou os seis números sorteados da

Mega-Sena, que agora pode pagar R$ 25 milhões na próxima quar-ta-feira (4). As dezenas que saíram foram: 02 — 21 — 24 — 27— 40 — 51. Apesar de ninguém ter acertado todos os números,62 pessoas conseguiram fazer a quina e levam para a casa R$35.017,62 cada um.

LIBERADOSO volante Daniel Amora e o atacante Dênis Marques, que es-

tavam entregues ao Departamento Médico, em recuperação delesões musculares, foram reavaliados pelo médico Fábio Freiree liberados para treinar. Se passarem no teste com bola, irão re-forçar o ABC contra o Náutico, amanhã, no Iberezão.

SÃO LUÍSPara enfrentar a equipe do Sampaio Corrêa, a delegação do

América viaja nesta segunda-feira para a cidade de São Luís/MA.O voo decola às 16 horas do aeroporto internacional AluízioAlves, em São Gonçalo do Amarante, faz uma escala em Forta-leza e desembarca às 18h40min na capital maranhense.

ABC E NÁUTICOPRESTARÃO

HOMENAGEM A MARINHO

O falecimento de Marinho Cha-gas mexeu com todos, principalmen-te nos clubes em que o ex-atletasjogou. Antes de brilhar pela Botafo-go, Fluminense e Seleção Brasileira,o lateral-esquerdo jogou pelo ABC eNáutico. Como amanhã os dois clu-bes se enfrentarão pela 10ª rodadado Campeonato Brasileiro da SérieB, no estádio Iberezão, em SantaCruz, os dirigentes preparam umahomenagem para o eterno craque.

"Por coincidência ABC e Náuti-co jogam amanhã e os dois clubes quetiveram a honra de ter Marinho ves-

tindo as suas camisas irão homena-geá-lo. Vamos preparar uma bonitahomenagem, pois Marinho merece,é um ídolo e que entrou para histó-ria do futebol nacional e mundial",disse o diretor executivo do ABC,Rogério Marinho. Aideia é que todos

os atletas entrem em campo com a ca-misa 6, eternizada pelo ex-craque.

O Náutico, clube pernambuca-no onde Marinho Chagas jogou entre1970 e 1972, publicou em seu siteoficial uma nota de pesar pela mortedo lateral potiguar e decretou luto no

lcube. Amanhã no jogo contra oABC, os jogadores atuarão com umatarja preta na camisa. Também estáprogramado um minuto de silêncioantes da partida.

Por se tratar de um jogo especial,a diretoria alvinegra espera pelo

apoio do torcedor. "Além da home-nagem a Marinho, a partida da equi-pe alvinegra é a última antes da Copado Mundo e a presença da torcidaabecedista é fundamental", comple-tou o dirigente. Os ingressos para ojogo que pode manter o alvinegro no

G-4 já estão à venda na ABC Store,Colchões OrtoBom (Natal Shop-ping), (SterBom Midway), LivrariaCâmara Cascudo (Rio Branco) e bi-lheteria do Iberezão. O valor da en-trada para a partida custa R$ 30,00(inteira) e R$ 15,00 (meia).

A Governadora Rosalba Ciarlinifoi ao velório do ex-jogador da sele-ção brasileira de futebol, MarinhoChagas. Durante a visita, a chefe do

executivo potiguar anunciou a assina-tura do decreto de três dias, a contardesta segunda-feira (2), de luto oficialpelo falecimento do esportista.

Rosalba destacou a importânciade Marinho Chagas para o futebol, nãoapenas do Rio Grande do Norte comode todo o mundo.

"Marinho foi nosso maior ídoloe referência no futebol potiguar, foireferência também nacional e inter-nacional. Não podemos deixar de des-

tacar que ele era um torcedor e vibra-dor com a Copa em Natal, sempreestava divulgando e levando o nomeda sua cidade por onde ia. Marinho

Chagas deixa saudades e lembrançasmarcantes das muitas alegrias quedeu ao povo potiguar com seu fute-bol", declarou a Governadora.

GOVERNO DO ESTADO DECRETA TRÊS DIAS DE LUTO OFICIAL

A morte do melhor lateral-es-querdo da Copa de 1974 reper-cutiu no mundo inteiro. O presi-dente da Fifa, Joseph Blatter, de-clarou no Twitter sua tristeza peloocorrido. "Estou muito entriste-cido pela trágica morte do joga-dor titular da Seleção MarinhoChagas.

Descanse em paz", escreveu ocartola do futebol mundial que jáestá no Brasil desde ontem paraa Copa do Mundo. Os ex-jogado-res Zico e Romário também pres-taram suas homenagens ao poti-guar. Zico postou uma foto dosdois. "Na foto abaixo eu e Mari-nho Chagas num Fla x Bota. Ma-

rinho estava na seleção em meuprimeiro jogo com a camisa doBrasil, ficamos amigos e tivemosmuitas histórias juntos. A primei-ra coisa que vem na lembrançaeram nossas disputas para bater asfaltas. E eu dizia para ele queperto da área era minha, enquan-to as de longe eram dele.

Uma perda para o futebol",relembra. Já o baixinho colocoua rede social a seguinte frase: "Ofutebol brasileiro se entristececom o morte de Marinho Chagas,um dos melhores laterais-esquer-dos da história. Vá em paz, par-ceiro", escreveu o deputado fe-deral.

ZICO, ROMÁRIO E BLATTER LAMENTAM MORTE DO EX-CRAQUE

OS DOIS

EX-CLUBES DO

ETERNO CAMISA

6 SE ENFRENTAM

AMANHÃ PELA

SÉRIE B

Ex-lateral ficou eternizado na história dos dois clubes do Nordeste

Fotos: Divulgação

Divulgação

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Segunda-feira O Jornal de HOJE 15Natal, 2 de junho de 2014

Esporte

Passe LivreRUBENS LEMOS FILHO - [email protected]

Marinho Chagas receberá todas as homenagens possíveis, imagi-náveis e intermináveis. Depois de morto. Desde sábado, pelas quatroda tarde, previ o pior ao saber de sua hemorragia em João Pessoa esua situação definida pelo médico plantonista de forma assustadora-mente profissional: “Ele está morre, não morre."

Tratei de avisar a Alex Medeiros, jornalista e botafoguense amigoda Bruxa e ao empresário e ex-presidente do América, Jussier Santos,por mensagem telefônica. Numa das tantas e penúltimas crises de Ma-rinho, como o solidário genuíno, Jussier Santos agiu cumprindo a suamissão: em silêncio e sem aparecer.

Apenas Jussier, eu e Dona Patrícia, a heroica companheira de Ma-rinho Chagas soubemos o que foi feito e ninguém mais. Marinho jánão sabia. Marinho voltara ao estágio de criança indomável e desobe-diente, vítima de uma doença das mais nefastas e incompreensíveis daespécie humana: o alcoolismo, que degrada a moral e atinge a ceguei-ra involuntária da negação.

Sofre o doente, sofre a família, revoltam-se os amigos. Tripudiamos desgraçados. Inapelavelmente derrotado e sem forças, o sujeito pro-mete parar, até se esforça algumas vezes, mas a exclusão social e o or-ganismo dependente mandam mais do que suas próprias vontades.

Não sou médico, mas conheço, na mais aguda dor, a crueza dessecancro. Quando sofri bastante, por alguém que amei e amo muito,contei com poucos e grandes companheiros - entre eles, claro, JussierSantos.

É impossível não cair no judiado clichê de que o fim era uma crô-nica anunciada. Se tivesse cobrado royalties pela utilização medíocredo título de seu maiúsculo livro, o genial Gabriel Garcia Marquez cer-tamente iria usufruir de uma polpuda pensão extraordinária.

Marinho driblou a morte como um Garrincha em três minutos an-tológicos diante da União Soviética na Copa de 1958, o jogo que as-sassinou nosso Complexo de Vira-Latas em Copas do Mundo. Se hácoisas que só acontecem ao Botafogo, duas delas foram Garrincha eMarinho em epitáfio de ocaso.

Quando Natal se der conta, já estará no longe dos longes sua maiorexpressão esportiva de todos os tempos. Um menino suburbano quesaiu do Riachuelo, um clube mantido pela Marinha, trocado por ma-terial esportivo para transformar em recitais de futebol solista, as tar-des empoeiradas do modesto e histórico teatrinho de Arena do Está-dio Juvenal Lamartine.

Marinho nasceu para o futebol quando cheguei, em 1970. Ajudou,com o Rei Alberi, o ABC a quebrar um jejum de três anos para iniciara jornada do grande tetracampeonato. Marinho nasceu para ser come-ta da bola e no ano seguinte, no Náutico, tornou-se o melhor de suaposição para sempre em Pernambuco.

Nascia a nova e definitiva versão de Nilton Santos, o lateral jo-gando para o ataque, subvertendo as ordens táticas, reescrevendo a his-tória no campo, que transformou em floresta para as suas elegantes pas-sadas de gazela.

Do Náutico ao Botafogo em 1972. Primeiro ano, primeira Bola dePrata da Revista Placar, menino de sorriso remanescente das peladasde terra batida, ao lado de craques consagrados como Figueroa, Piaz-za, Ademir da Guia, Paulo Cézar Caju e Alberi, o seu igual em gran-deza e exclusividade dos vesperais potiguares.

>>>>>>Marinho foi para a Copa do Mundo em 1974 e brilhou feito um

holandês de carrossel vestindo a camisa da retrancada e fracassada se-leção do quarto lugar na Alemanha. O mundo o considerou o melhor,em sua posição. Júnior, do Flamengo, declarou e declara que gostavade imitá-lo.

Justamente em Natal, sua aldeia, mediocridades berrantes passa-ram a duvidar do feito de Marinho. Para o invejoso, nada é mais do-lorosa a glória do invejado do que o seu próprio fiasco, a sua insigni-ficância esférica.

O esporte em Natal é dividido em antes e depois de Marinho. Sem-pre afirmei com ele vivo, confirmo agora e não discuto mais. Do Bo-tafogo, a estrela loira do ex-Maracanã, a "bruxa" alegre, tornou-se ob-sessão do cartola tricolor Francisco Horta, da famosa Máquina do Flu-minense que deu ao alvinegro três craques de seleção só pra ficar comMarinho: Rodrigues Neto, Gil e Paulo Cézar Caju.

Quando Pelé seguiu para o Cosmos de Nova Iorque, para ensinarfutebol a ianque apaixonado por basquete e beisebol, 150 entre 100boleiros sonhavam vestir a camisa branca do clube mais rico do pla-neta. Depois de Pelé, por lá desfilaram Cruijff, Beckenbauer, China-glia e Marinho.

Entre 1981 e 1982, Marinho conquistou sua terceira Bola de Pratae o Campeonato Paulista pelo São Paulo de Oscar, Dario Pereyra,Everton, Renato, Mário Sérgio, Serginho e Zé Sergio.

Já curtia a militância do prazer. Suas incursões pelo meio-camporendiam passes precisos, arrancadas em direção ao gol e patadas quesacudiam o Morumbi inteiro. A biografia de Marinho é universal. Eleé adorado pelo mundo afora.

Nos últimos dias, estava ainda mais criança e feliz, pelas proximi-dades da Copa do Mundo em sua terra. Se dizia embaixador de umanobreza que não lhe rendia mísero centavo.

Aliás, lhe foi tirada uma parca função na prefeitura anos atrás, cer-tamente para sanear todos os problemas financeiros do município.Natal, péssima mãe, adorável madrasta. Marinho participava de even-tos bem menos condizentes com sua história. Lançava camisas, fre-quentava troca de figurinhas onde era o centro das discussões e apre-sentava uma lucidez luminosa.

O destino, meia-armador malandro, levou Marinho para João Pes-soa. Cercado de carinho paraibano, teve uma crise, sangrou e morreu.Seu organismo de touro já não resistia. Enquanto agonizava, abutresda internet bizarra enviavam comentários desclassificantes contra suahonra.

Marinho está morto e a nova ordem (tardia) é "Viva Marinho!" Há15 dias, quando o advogado Miguel Josino, figura da cidade, partiudepois de sofrer acidente doméstico, escrevi que há pessoas incompa-tíveis com caixões. Marinho é desse time. Não quis vê-lo morto. Nemouvir os discursos compungidos e hipócritas de quem se aproveita deluto tal abutre de luxo.

Ouvirei, muito, Clara Nunes e Paulo Gracindo em Brasileiro, Pro-fissão, Esperança, espetáculo baseado em crônicas de Antônio Mariae canções compostas com Dolores Duran. Marinho foi brasileiro, pro-fissão e esperança. "Dorme, Menino Grande", é o canto de descansoe paz de Marinho Chagas.

Dorme, menino grandeDorme, menino grande

BRASIL JÁ ESTÁ EM GOIÂNIASELEÇÃO FAZ AMISTOSO AMANHÃ CONTRA O PANAMÁ, NO SERRA DOURADA

Cruzeiro goleou o Flamengo,por 3 a 0, ontem, no Parque doSabiá, em Uberlândia, no Triângu-lo Mineiro, pela nona rodada doCampeonato Brasileiro. Com isso,a Raposa fecha esta primeira fase,antes da Copa do Mundo, na lide-rança isolada, com 19 pontos. Si-tuação complicada é do Flamengo,vice-lanterna, com sete pontos, pre-cisando de reforços e de muito tra-balho e dinheiro para evitar o rebai-xamento, que rondou o clube nosúltimos anos. O vice-presidente defutebol do Flamengo, Wallim Vas-concellos, não aguentou mais umresultado ruim da equipe rubro-negra dentro de campo. Após a der-rota de 3 a 0 para o Cruzeiro, o di-rigente entregou o cargo. WallimVasconcellos assumiu a função noinício de 2013, como uma das no-vidades da gestão do presidenteEduardo Bandeira de Mello. Du-rante o tempo em que ficou na Fla-mengo, Vasconcellos ajudou a mon-tar o elenco campeão da Copa doBrasil de 2013 e do CampeonatoCarioca 2014.

Por outro lado, o mesmo elen-co foi responsável por mais umaeliminação traumática na primeirafase da Copa Libertadores. Por fim,a equipe fica na vice-lanterna doCampeonato Brasileiro durante aparada para a Copa do Mundo.

> BRASILEIRÃO

CRUZEIRODECRETACRISE NOFLAMENGO

Cruzeirenses encerraram a fase pré-Copa na liderança

Depois de cinco dias em Tere-sópolis, concentrados e treinando nomoderno Centro de Treinamento,os jogadores fizeram a última ati-vidade ontem e seguiram viagem às19 horas para o Rio de Janeiro,onde embarcaram no avião fretadoda patrocinadora Gol para Goiânia,local do amistoso contra o Pana-má, amanhã, no estádio Serra Dou-rada.

Desde cedo, no momento emque a Seleção treinava, as pessoasse aglomeravam nas proximidadesda Granja Comary. Por uma ques-tão de logística, não há espaço paraassistirem aos treinos, o que, longede tirar o ânimo, faz com que aspessoas permaneçam à espera dede saudar os jogadores.

O que foi aconteceu quando oônibus da delegação deixou a Gran-ja em direção ao Rio de Janeiro. Asmanifestações de carinho, com tor-cedores vestidos com a camisa ca-narinho, alguns com bandeiras, ocor-reram durante o trajeto. Em Goiânia,a delegação seguiu diretamente oAeroporto Santa Genoveva para oHotel Castro´s. Apesar do adianta-do da hora, cerca de 23h15, haviauma boa quantidade de admiradoresaguardando os jogadores.

Nesta segunda-feira, a SeleçãoBrasileira treina às 16 horas no

Serra Dourada, local do amistoso deterça-feira contra o Panamá, às 16h

(de Brasília). Na sexta-feira, o ad-versário será a Sérvia, no Morum-

bi, em São Paulo. Os dois jogosservem de preparação para a Copa.

Jogadores realizaram ontem oúltimo treino na Granja Comaryantes do teste para a Copa

Divulgação

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Segunda-feiraNatal, 2 de junho de 201416 O Jornal de HOJE

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