02-tg do processo coletivo

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 LFG – PROCESSO CIVIL – Aula 02 – Prof. Fernando Gajardoni – Intensivo II – 0!"2!200#

TEORIA  GERAL DO PROCESSO COLETIVO

5. OBJETO DO PROCESSO COLETIVO

O objeto do processo coletivo tem previsão no art. 81, do Código de Defesado Consumidor. E aqui, nós vamos estudar a divisão que feita por !arbosa"oreira sobre o processo coletivo. De acordo com o art. 81, do CDC, o que oprocesso coletivo tutela #

“O objeto do processo coletivo são os direitos ou interesses meta, trans ou para individuais.” 

E$iste uma discussão acad%mica sobre se devemos tutelar atravs deprocesso coletivo direitos ou interesses. & uma discussão in'til porque se voc% ol(aro art. 81, do CDC, voc% vai ver que ele fala em defesa de interesses e direitos. "as,

academicamente, () essa discussão entre interesse e direito.

• Direito * & o interesse tutelado pela norma.• Interesse * & uma pretensão não tutelada pela norma.

+em um monte de interesse jurdico que, apesar de não estar na norma,decorre do sistema. Eu não disse que o interesse não tutelado pelo sistema. Eudisse que ele não tutelado pela norma, o que muito diferente. O processocoletivo guarda in'meras situa-es reais, em que voc% entra com a a-ão pedindo adefesa de um bem juridicamente plausvel, mas que não tem nen(uma lei pararespaldar isso. Eu contei que fui instado, em a-ão civil p'blica, a aumentar o efetivo

da /" na comarca onde trabal(o. 0quilo não direito, mas interesse. E por que interesse /orque não tem nen(uma norma que diga# 2aumente o efetivo da /".3 0cademicamente, essa diferen-a v)lida. "as para o processo coletivo, não temdiferen-a alguma porque a lei considera os dois.

Da mesma maneira, falar 2meta3, 2trans3 ou 2para3 individuais não temdiferen-a alguma# apenas significa que são interesses que fogem daindividualidade. Ou seja, são interesses que transcendem os limites de um 'nicoindivduo.

!arbosa "oreira divide os interesses ou direitos transindividuais em dois

grupos grandes#

  1. 1. Interesses transindividuais NATURALMENTE !"etiv!s

4eu principal tra-o caracteri5ador a indivisibilidade do objeto. E o quesignifica di5er, na pr)tica, a indivisibilidade do objeto & e$tremamente simples#quando eu tiver diante de um naturalmente coletivo, a lesão a um integrante dacomunidade, leva a todos. De modo que a lesão a um interesse da comunidade levaa todos, de modo que a decisão deve ser uniforme para todos os prejudicados. 6osdireitos7interesses naturalmente coletivos, um gan(ou, todos gan(aram um

perdeu, todos perderam. 4e isso fosse um litisconsórcio 9aqui não litisconsórcioporque não trata de direito individual, mas coletivo:, ele seria unit)rio ou simples;nit)rio porque a decisão teria que ser id%ntica para todos. !arbosa "oreira divide

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os interesses naturalmente coletivos em outros dois, D<=;4O4 e CO>E+<?O49precisamos diferenci)@los, mas lembrando que t%m uma caracterstica comum# outodo mundo gan(a ou todo mundo perde:#

a) Direitos/Interesses transindividuais naturalmente coletivosDIFUSOS

Os direitos difusos t%m A caractersticas, gra-as Bs quais se pode saberquando difuso e quando coletivo#

• Os titulares são indeterminados e indetermináveis  *nunca saberei quem são os titulares dos direitos difusos

• 4ão unidos entre si por irunst#nias de $at!e$tremamente mut)veis 9sem rela-ão jurdica:

• 0lta conflituosidade interna• Dura-ão ef%mera• 0lta abstra-ão

Essas cinco caractersticas dos direitos difusos são disciplinadas pela lei, massão dissecadas pela doutrina. /erceba que quando () os interesses difusos, essessão aqueles interesses mais abstratos possveis. 4ão os interesses que assistem aum n'mero de pessoas que eu jamais conseguirei precisar e dentro do própriogrupo tutelado eles não c(egam, muitas ve5es, a um bom@senso porque () umaalta conflituosidade interna. Como se tudo isso não bastasse, o que liga essessujeitos entre si apenas uma rela-ão de fato.

O primeiro e principal membro dessa categoria dos difusos o meioambiente que pode ser encai$ado nessas caractersticas. uem são os titulares dodireito ao rio não poludo 6ós. 6ão d) para identificar. 0s circunstncias de fatoque nos ligam são mut)veis. ) quem more na beira do rio, por e$emplo. Dentrodesse grupo, tem gente que apóia a polui-ão do rio porque a f)brica que polui geraempregos e tem gente que apóia a nature5a. O direito sucumbe conforme vaipassando o tempo. E () uma alta abstra-ão a porque todos podem defender omeio ambiente. 6ão d) para dividir a tutela do meio ambiente entre todos. +odose$ercem o direito ao mesmo tempo, como em um condomnio. 0ssim, se tutelou orio para mim, tutelou tambm para voc%.

;m outro e$emplo que entra aqui o administrativo, que tambm umdireito difuso por e$cel%ncia. uem tem o direito B tutela do %atri&'ni! %()"i!de modo lcito, moral +odos nós. 4ujeitos indeterminados, determinados, ligadospor circunstncias de fato 9morar naquele estado, naquele municpio:. E ()conflituosidade# tem gente que votou no ladrão e tem gente que não votou. +emgente que apóia e tem gente que não apóia.

+odo mundo liga a prote-ão do consumidor com os individuais (omog%neos,mas o e$emplo que eu quero dar aqui o da %r!%a*anda en*an!sa. /ropagandaenganosa direito difuso em princpio. +pico e$emplo de propaganda enganosa#

remdio para careca. 6a propaganda, o cara careca fica cabeludo meses depois.?oc% nunca saber) quem assistiu Bquela propaganda naquele determinadomomento. uando voc% veicula a propaganda, atinge a um n'mero absolutamente

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indeterminado de pessoas e nunca voc% vai saber quem estava assistindo aquelapropaganda naquele momento. 0bstratamente, todo mundo poderia compraraquele remdio, consequentemente direito difuso.

b) Direitos/Interesses transindividuais naturalmente coletivosCOLETIVOS SS 

Coletivos stricto sensu * Coloquei esse 2443 para voc% não confundir og%nero com a espcie. 4ão quatro as suas caractersticas, que tornam os direitoscoletivos stricto sensu muito f)ceis de ser distinguidos dos direitos difusos#

• 4ujeitos indeterminados, mas determin)veis por grupo * Ou seja,eu não consigo identificar os titulares individualmente falando dosdireitos ali albergados, mas os identifico por grupos.

• 4ujeitos unidos por circunstncias jurdicas * 0qui, uma diferen-aessencial. O que ligam os titulares de direitos difusos, como vimos,são circunstncias de fato. 0qui, são circunstncias jurdicas.E$ist%ncia de rela-ão jurdica base entre os titulares ou com a partecontr)ria * 4ó tem o direito coletivo se eu estou ligado a voc%porque somos membros de sindicato, associa-ão, por e$emplo. <sso fundamental nos coletivos e que não () nos difusos, em que ostitulares não se con(ecem.

• !ai$a conflituosidade interna * 4e voc% membro de uma

associa-ão e eu tambm, significa que temos interesses comuns.6ão () conflitos de grande magnitude.

• "enor abstra-ão

E$emplos# questes relacionadas a !ns+ri!. O que liga os consorciadosentre si ) uma liga-ão, não propriamente entre os consorciados, mas entre eles ea empresa de consórcio. & uma rela-ão jurdica base entre os titulares e a partedemandada. 6ão () como aumentar o consórcio para um sem aumentar para ooutro. Os sujeitos não são determinados, mas determin)veis por grupo 9aquelesque assinaram o contrato tal:. Esses direitos não são abstratos, ou são bai$amente

abstratos.

Outro e$emplo o da S(&u"a ,-/ d! ST0, que fala da legitimidade do "/.Ela fala que o "/ tem legitimidade para ajui5ar 0C/ com fundamento de ilegalidadeno reajuste de mensalidades escolares. <sso direito coletivo. uando o "/ entracom uma a-ão dessas, não tem como reajustar para um sem reajustar para osdemais. E o que () em comum entre eles +odos tem rela-ão jurdica com a partecontr)ria. ?oc% não consegue determinar os sujeitos individualmente falando, maspode identificar por grupo# todos os estudantes das escolas particulares ou daescola particular tal.

STF Súmula nº !" - DJ de 131!"!!3 # O$inist%rio &'blico tem le(itimidade para promover a)ão

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civil p'blica cujo *undamento seja a ile(alidade dereajuste de mensalidades escolares.

E$emplos mais tradicionais de direitos coletivos# relacionados aos sindicatos,

associa-es de classe. O sindicato, vira e me$e, entra com a-ão para mel(orar ascondi-es de trabal(o daquela categoria. O "/+ entra com a-ão para garantircondi-es de trabal(o do trabal(ador.

1.. Interesses transindividuais ACIDENTALMENTE !"etiv!s

!arbosa "oreira demonstra que o que caracteri5a os interesses ou direitosacidentalmente coletivos a divisibilidade do objeto. uer di5er, quando estiverdiante de um interesse acidentalmente coletivo, o grupo pode gan(ar e outro grupopode perder. O )e& 2ur3di! tute"ad! a4ui divis3ve". ;ns podem ser

beneficiados e outros podem ser prejudicados. 4e isso fosse litisconsórcio 9não ,isso direito metaindividual:, seria simples e$atamente porque o objeto divisvel.

Os interesses acidentalmente coletivos, e$atamente porque são divisveis,são interesses que na sua ess%ncia são individuais. Cada um tem o seu.E$atamente porque divisvel, eu posso dar para cada indivduo uma parcela dessebem ou desse direito que est) sendo tutelado. "as () um problema# tem tantoindivduo que tem esse bem que est) sendo tutelado, que podemos di5er que essedireito7interesse compacto na sociedade. & um interesse (omog%neo. /ortanto, osinteresses acidentalmente coletivos nada mais são do que interesses individuais,mas que por um e$cessivo n'mero de titulares, podemos di5er que não um

direito difuso na sociedade, mas (omogenei5ado na sociedade.

Esses interesses individuais (omog%neos compem o que o direito norteamericano c(ama de cross action *or bene*its, que são e$atamente as pretensesindividuais que, por pura poltica legislativa, são coletivi5adas. ?ou dar e$emplos deinteresse individual (omog%neo porque assim fica mais f)cil e$plicar ascaractersticas.

E$emplo do Mir!v"ar * 0nticoncepcional que foi ao mercado com farin(a nolugar da substncia anticonceptiva. & um anticoncepcional barato. ouve um lotecom farin(a. Esse um direito individual. Cada mul(er que tomou a plula de

farin(a e engravidou sofreu um dano especfico. E, e$atamente por isso, cada umapoderia entrar com uma a-ão porque o direito individual. "as foi tanta gentelesada que esse direito individual passou a ser (omogenei5ado na sociedade.

E$emplo das adernetas de %!u%an6a/ d!s e7%ur*!s in$"ai!n8ri!s * OFudici)rio est) entupido de a-es discutindo os e$purgos inflacion)rios dos /lanos!resser, Collor < e Collor <<. /or uma tcnica matem)tica, eles acabaram comendodo bolso do poupador. Eu ten(o direito B corre-ão, mas todo mundo tambm. +odomundo tin(a poupan-a no !rasil. 0ssim, trata@se de um interesse (omogenei5ado,portanto, tutela coletiva. 4e fosse difuso e coletivo, se um gan(asse, todosgan(avam. 0qui, gan(a cada um. 0qui pode um gan(ar e outro perder.

Ve3u"!s !& de$eit!s de $8)ria 9 Rea"". 4e cada indivduo pode entrarcom a-ão... Como muitos compraram aquele lote de carros, individual (omog%neo.

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a) Fundamentos #ara a tutela coletiva dos interesses individuais

4e for perguntado a nature5a jurdica desses interesses, a resposta que são

interesses individuais. "as por que o legislador permite que sejam tuteladoscoletivamente /or ra5es de poltica legislativa. /ura ra5ão de poltica legislativa.6osso legislador estabeleceu que esses interesses individuais são tuteladoscoletivamente por questão de poltica legislativa. Ele poderia ter dei$ado que todomundo entrasse com a-ão individual, mas preferiu dar tratamento coletivo. 0doutrina tenta ac(ar e$plica-es para o que o legislador fe5, que tratarcoletivamente direitos individuais, e d) quatro ra5es#

• 1G "otivo# "oleculari5a-ão dos conflitos * 0 menor partcula da matria o )tomo. Funtando v)rios )tomos, eu ten(o uma molcula. 0moleculari5a-ão dos conflitos permite que eu junte os processos por

 2baciada3 9de bacia:. & tratar por baciada os processos individuais.

• HG "otivo# Economia processual * Celeridade do processo garantiaconstitucional. & uma boa resolver os processos por bacia. Esse pega bemno bolso. Iedu5 custo, mas não o custo pecuni)rio, mas o custoFudici)rio. ual o desfor-o que o Fudici)rio tem para julgar 1J mil a-esem detrimento de uma coletiva Então, o custo Fudici)rio despenca noprocesso coletivo.

• KG "otivo# Evita decises contraditórias

• LG "otivo# 0mplia o acesso B Fusti-a * 6ingum entraria com a-ão paracobrar 1JJml de leite. 0s demandas antieconMmicas são solucionadas pelatutela coletiva dos interesses individuais.

b) Caracter$sticas dos interesses individuais %omo&'neos(

• 4ujeitos indeterminados, mas determin)veis * 6ão d) para saber quemtomou a plula de farin(a. 6a (ora de e$ecutar voc% descobre.

• /retensão dos sujeitos tem origem comum * O que as mul(eres t%m em

comum +er tomado aquele lote de plulas.

• 6ature5a individual * 6unca se esque-a que os interesses individuais(omog%neos podem ser protegidos individualmente. 0qui, a titularidade certa mas que, por op-ão legislativa, se permite a tutela coletiva.

c) Duas advert'ncias inais sobre o ob*eto do #rocesso coletivo(

1N: 6lson 6er Fr. * 6ão possvel, a não ser no caso concreto e conformealega-ão do autor, se definir qual o interesse, objeto da a-ão coletiva. & no caso

concreto que se consegue identificar se difuso, coletivo ou individual (omog%neo.O e$emplo dele# !ateau "ouc(e * 6o rveillon de 1P88, o barco afundou. Qara do

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0maral, uma atri5, estava l). 0quele evento pode dar origem a uma pretensãodifusa, coletiva e individual (omog%nea.

;ma a-ão coletiva para indeni5ar os familiares das vtimas * & individual

(omog%neo 9j) que cada um poderia entrar com uma a-ão:.

;ma associa-ão de defesa do turismo obriga as embarca-es da região a tercoletes salva@vidas * Dei$a de ser individual (omog%neo 9não () rela-ão jurdicabase ligando as pessoas: e passa a ser coletivo 9a-ão da associa-ão para equipar osbarcos de coletes de modo suficiente:.

0-ão do "/= para proibir todas as embarca-es do !rasil a andar semn'mero suficiente de coletes salva@vidas * Dei$ou de ser individual (omog%neo,dei$ou de ser coletivo e passou a difuso, considerando que os titulares do direito auma embarca-ão segura são todos.

HN: ?)rios autores tem e$trema dificuldade na diferencia-ão pr)tica entre osinteresses metaindividuais, especialmente entre os coletivos e os individuais(omog%neos. 0 e$emplo de Dinamarco. Ele vai di5er que acompan(a a doutrinamas, na pr)tica, di5 que tem dificuldade de diferenciar os difusos, coletivos eindividuais (omog%neos. 4e o "/ entra com a-ão coletiva 9mensalidade escolar: e aassocia-ão de pais fa5 o mesmo, ambas tem nature5a de a-es coletivas 9ossujeitos estão ligados por uma rela-ão jurdica * ou aumenta para todo mundo ounão aumenta para ningum:. O "/ entra com 0C/ contra a polui-ão do rio. &interesse difuso. "as eu sou pescador e entrei com uma a-ão de indeni5a-ão contraa empresa poluidora. 0qui, o interesse individual.

,. COISA JUL:ADA

Conceito de coisa julgada# uma qualidade dos efeitos da senten-a, deacordo com a li-ão de >iebman, que a imutabilidade. 0 senten-a tem efeitos 9declaratória, constitutiva, condenatória...:. 0 partir do momento que ningum maisrecorre ou acabam@se os recursos, a coisa julgada passa a dar uma qualidade paraesses efeitos, qualidade essa que e$atamente a imutabilidade.

O estudo da coisa julgada divido em dois tópicos#

• Li&ites !)2etiv!s da !isa 2u"*ada * 6o processo individual, esseslimites estão no dispositivo da senten-a 9art. LR8, do C/C:. 0 coisa julgada atinge a lide nos limites em que proposta. E atinge, portanto, aparte dispositiva, que di5 se acol(e ou rejeita o pedido. 6o processocoletivo, os limites subjetivos são id%nticos. O que pego pela coisa julgada no processo coletivo , e$atamente, a parte dispositiva.

• Li&ites su)2etiv!s da !isa 2u"*ada  * Os limites subjetivos noprocesso individual atingem as partes 9art. LSH, do C/C:. 0 senten-a

fa5 coisa julgada entre as partes, não sendo possvel beneficiar ouprejudicar terceiros. uem est) no processo atingido. uem não est)no processo pode repropor. 6o processo coletivo, aqui est) o grande

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diferencial. 0 ideia de processo coletivo e$atamente a ideia de negaro art. LSH, segundo o qual não pega terceiro. O processo coletivoatinge terceiros.

Os limites subjetivos dei$am de ser previstos no art. LSH e passam a serprevistos nos arts. 1JK e 1JL, do CDC, art. 1R, da >ei de 0C/ e art. 18, da >ei de0-ão /opular. E e$atamente a partir desses dispositivos, que vamos estudar comofunciona a coisa julgada no processo coletivo. O que vamos estudar aqui o regimeda coisa julgada no processo coletivo, que o que c(amamos secundum eventumlitis. /ara tanto, vamos dividir o direito quando ele for#

• Difuso,• Coletivo e• <ndividual (omog%neo.

6osso sistema estabelece que segundo o resultado da lide 9secundum

eventus litis:, () tr%s tipos de efeitos. 0 decisão pode ser#• +r(a omnes,• ;ltra partes e pode ser• 4em coisa julgada material.

4e a a-ão coletiva 9não importa qual: for para a tutela dos interesses difusos,se a a-ão for julgada procedente ou improcedente, não importa o motivo, a decisãovale para todos. Ela er(a omnes. 0tinge todos os legitimados coletivos, de modoque caso (aja uma senten-a com essas caractersticas, não importa, impede outraa-ão coletiva. /rotegeu o meio ambiente para despoluir o rio. 0gora, se a a-ão forimprocedente, não precisa despoluir o rio. 6en(um outro legitimado coletivo poderepropor a a-ão, sob pena de ferir a seguran-a jurdica.

+odavia, nosso sistema fa5 uma ressalva# se a improced%ncia for por falta deprovas, o sistema altera o regime jurdico e estabelece que não (aver) coisa julgada material. Consequentemente, não impede outra coletiva.

4e a improced%ncia for por falta de direito, pega todo mundo. 6ingum poderepropor. =oi uma op-ão do sistema e isso tem um nome# coisa julgada secundumeventum probationis. E tem diferen-a entre isso e a coisa julgada secundumeventum litis.

0 coisa julgada secundum eventum litis pode ser#

1. er(a omnes". ultra partes ouK. não ter coisa julgada

Secundum eventum #robationis tem rela-ão com a prova e quando faltaprova, a não tem coisa julgada. "uitos tratam como e$presses sinMnimas, masnão são.

4e for interesse coletivo, julgou procedente ou improcedente, a decisão

ultra partes. O que significa isso 0 quem interessa uma a-ão que di5 que não podeaumentar a mensalidade escolar <nteressa apenas ao grupo que estuda na escola.

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0 coisa julgada ultra partes porque limitada ao grupo interessado. 0 a-ãocoletiva só atinge os estudantes daquela escola, os estudantes daquela categoria,os filiados daquela associa-ão, daquele sindicato. /or isso não er(a omnes.6esses casos, julgada procedente a a-ão di5endo que não pode aumentar, ou

 julgada improcedente, di5endo que pode aumentar, essa decisão impede outracoletiva. O que ficou decidido aqui, ficou decidido com ares de definitividade.0contece que o nosso legislador tambm adotou o regime da coisa julgadasecundum eventum probationis na tutela dos interesses coletivos, de modo que sea improced%ncia for por falta de prova, não (aver) coisa julgada e,consequentemente, nada impede a repropositura da a-ão coletiva. 0ssim,proced%ncia ou improced%ncia, impede a a-ão coletiva. E improced%ncia por faltade prova, quer di5er, o 'nico fundamento que não fa5 coisa julgada a falta deprova, consequentemente, pode repropor uma a-ão coletiva, j) que não impedeoutra coletiva.

ual a diferen-a, então, que () entre o regime da coisa julgada dos difusose dos coletivos ;m er(a omnes e o outro ultra partes. O resto id%ntico.

O individual (omog%neo d) problema porque, na ess%ncia, não coletivo. Eindividual que recebe tratamento coletivo. 0qui como matar uma formiga comuma ba5uca e o estrago que isso fa5 maior. Fulgou procedente, pega todo mundo.Fulgou improcedente, pega todo mundo. E não adotou o regime da coisa julgadasecundum eventum probationis. 4ignifica que quando for individual (omog%neo, julgou procedente ou improcedente, não interessa se improcedente por falta deprovas ou por falta de direito. Em todos os casos de improced%ncia nos individuais(omog%neos, a consequ%ncia ser) sempre coisa julgada. 0 coletiva não pode

repropor. O legislador fe5 uma op-ão. Como se trata de interesse individual, fec(a aporta do coletivo, mas dei$a aberta a do individual. Ele não permite umarepropositura da a-ão coletiva porque a improced%ncia foi por falta de prova, masem contrapartida, dei$a que voc% aju5e a-ão individual.

uadro e$plicativo do art. 1JK do CDC#

RE:IME DACOISA JUL:ADADO PROCESSOCOLETIVO

COISA JUL:ADAER:A OMNES;i&%ede !utraa6<! !"etiva=

ULTRA PARTES;i&%ede !utra!"etiva=

N>O ?@ COISAJUL:ADA ;n<!i&%ede !utra!"etiva=

D<=;4O 4e a decisão forprocedente ouimprocedente

4e a improced%nciafor por falta deprovas

CO>E+<?O /rocedente ouimprocedente

4e a improced%nciafor por falta deprovas

<6D<?<D;0>O"OTU6EO

/rocedente ouimprocedente9qualquerfundamento:

6ão tem falta deprovas

Esse o regime da coisa julgada, que só o princpio. V lu5 do que foi dito,() 1J observa-es a serem feitas#

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1 O)serva6<!# “ coisa jul(ada coletiva, em todos os interessesmetaindividuais, nunca prejudica as pretenses individuais, s as bene*icia.”   Emtodos os casos, sempre est) aberta a individual. O "/ entrou com uma a-ão

coletiva para despoluir o rio e não conseguiu provar que o rio foi poludo. /osso, eu,indivduo entrar com uma a-ão porque o rio foi poludo /osso, porque a pretensãoindividual nunca prejudicada pela coisa julgada coletiva. 0 prote-ão individualsempre fica a salvo esse o princpio do m)$imo benefcio da tutela jurisdicionalcoletiva. E o processo coletivo permite o transporte in  utilibus  da coisa julgadacoletiva, significando que a coisa julgada só me atinge para beneficiar, nunca paraprejudicar. Eu falei sobre isso na aula passada. /or que o sistema di5 que só atingepara beneficiar e não para prejudicar /elo seguinte# o modelo de representa-ão no!rasil o modelo de presun-ão de representa-ão adequada. 0 lei presume queaquele cara pode propor a-ão coletiva, que não seja um completo ignorante 9"/,defensoria:, mas a contrapartida que ele só pega o fulano se ele for beneficiado,

 j) que ele não deu autori5a-ão.

• E7e6<! a essa regra de que a coisa julgada só pega parabeneficiar# art. PL, do CDC. Essa (ipótese do art. PL, do CDC, deacordo com ugo 6igro "a55ili, apesar de estar no captulo dosindividuais (omog%neos, tambm se aplica aos coletivos. O que oart. PL fa5 Ele di5 que#

 +rt, -! . &roposta a a)ão, será publicado edital nor(ão o*icial, a *im de /ue os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem preju0o de ampla

divul(a)ão pelos meios de comunica)ão social por partedos r(ãos de de*esa do consumidor.

ualquer prejudicado 9o pai do aluno que a mensalidade aumentou, a mul(erque tomou "icrovlar, etc.: que entra como litisconsorte no processo coletivo, acoisa julgada vai pegar tanto para beneficiar quanto vai pegar para prejudicar.Então, não vale a pena ser litisconsorte em processo coletivo porque se eu fico defora, a coisa julgada só beneficia. E se eu fico de dentro, a coisa julgada tantobeneficia quanto prejudica. /ortanto, o art. PL uma e$ce-ão. E, de acordo comugo 6igro, isso se aplica, tanto no coletivo quanto no individual (omog%neo,embora o art. PL esteja no captulo do CDC que cuida apenas dos individuais

(omog%neos. 0rtigos correlatos# art. 1JK, WW 1G, HG e KG, do CDC#

 +rt, 0" - 2as a)es coletivas de /ue trata estedi(o, a senten)a *ará coisa jul(ada4

 I   - er(a omnes, e5ceto se o pedido *or jul(adoimprocedente por insu*ici6ncia de provas, 7iptese em/ue /ual/uer le(itimado poderá intentar outra a)ão, comid6ntico *undamento, valendo-se de nova prova, na7iptese do inciso I do pará(ra*o 'nico do arti(o 819

 II   - ultra partes, mas limitadamente ao (rupo,cate(oria ou classe, salvo improced6ncia por insu*ici6ncia

de provas, nos termos do inciso anterior, /uando se tratar da 7iptese prevista no inciso II do pará(ra*o 'nico doarti(o 819

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 III  - er(a omnes, apenas no caso de proced6nciado pedido, para bene*iciar todas as v0timas e seussucessores, na 7iptese do inciso III do pará(ra*o 'nicodo arti(o 81.

1 º  - Os e*eitos da coisa jul(ada previstos nosincisos I e II não prejudicarão interesses e direitosindividuais dos inte(rantes da coletividade, do (rupo,cate(oria ou classe.

1 2º - 2a 7iptese prevista no inciso III, em casode improced6ncia do pedido, os interessados /ue nãotiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor a)ão de indenia)ão a t0tulo individual.

1 "º - Os e*eitos da coisa jul(ada de /ue cuida o rt. 1:, combinado com o rt. 13 da ;ei n< =.3>=, de ">de jul7o de 1?8@, não prejudicarão as a)es de

indenia)ão por danos pessoalmente so*ridos, propostasindividualmente ou na *orma prevista neste di(o, mas,se procedente o pedido, bene*iciarão as v0timas e seussucessores, /ue poderão proceder A li/uida)ão e Ae5ecu)ão, nos termos dos arti(os ?: a ??.

BIntervalo # !14"=4"!C

O)serva6<!# “+ntretanto, para /ue o autor da a)ão individual já proposta se bene*icie da coisa jul(ada coletiva Bcoletivos e individuaisC, devere/uerer a suspensão da sua a)ão individual em 3! dias a contar da ci6ncia dae5ist6ncia da a)ão coletiva. 2ão e*etuado o re/uerimento, a coisa jul(ada coletiva

não bene*iciará.” 0rt. 1JL, do CDC. O Código, entretanto, para permitir o transportein utilibus da coisa julgada coletiva para as pretenses individuais, estabelece que aparte dever) requerer no pra5o de KJ dias a suspensão da a-ão individual#

 +rt, 0! - s a)es coletivas, previstas nos incisosI e II do pará(ra*o 'nico do arti(o 81, não induemlitispend6ncia para as a)es individuais, mas os e*eitos dacoisa jul(ada er(a omnes ou ultra partes a /ue aludem osincisos II e III do arti(o anterior não bene*iciarão osautores das a)es individuais, se não *or re/uerida suasuspensão no prao de 3! BtrintaC dias, a contar da

ci6ncia nos autos do ajuiamento da a)ão coletiva.

4e eu estou com uma a-ão contra o "icrovlar, vem uma a-ão coletivadiscutindo a mesma coisa para todo mundo, se eu quiser aproveitar o transporte inutilibus, () uma condi-ão# suspende a individual. 4e não suspender, a coisa julgadanão beneficia. =a5 sentido. ?oc% quer a-ão coletiva Então, para com a suaindividual.

O)serva6<!# 0cabou de surgir, na pr)tica, essa discussão, queestava só na teoria. ?oc% ac(a que a suspensão da a-ão individual uma faculdadeou obrigatória 4e o jui5 est) com uma individual e percebe a coletiva, o que ele

fa5 20 regra do art. 1JL, do CDC bastante clara no sentido de que a suspensãoda individual faculdade da parte, de modo que ela pode optar por prosseguir na

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a-ão individual, entretanto, o 4+F em H871J7HJP, no IEsp 1.11J.ALP7I4, disseoutra coisa.3

STJ REs% 1115- RS SIDNEI BENETI

SE:UNDA SEF>O Ju"*a&ent! G11.- juiada a)ão coletiva atinente a macro-lide (eradorade processos multitudinários, suspendem-se as a)esindividuais, no a(uardo do jul(amento da a)ão coletiva.".- +ntendimento /ue não ne(a vi(6ncia aos aos arts. @1,I e E 1<, 1!3 e 1!> do di(o de De*esa do onsumidor91"" e 1:: do di(o ivil9 e "< e :< do di(o de&rocesso ivil, com os /uais se 7armonia, atualiando-l7es a interpreta)ão e5tra0da da potencialidade dessesdispositivos le(ais ante a diretri le(al resultante dodisposto no art. @>3- do di(o de &rocesso ivil, com a

reda)ão dada pela ;ei dos Fecursos Fepetitivos B;ei n.11.:=", de 8.@."!!8C.3.- Fecurso +special improvido.

O 4+F deu uma interpreta-ão para o art. 1JL, fugindo da norma, para di5erque o jui5 obrigatoriamente pode suspender a a-ão. 6ão se trata de umainterpreta-ão do te$to de lei. C(egou no 4+F um IEsp em que o jui5 do I4, nessasa-es para discutir ndice de poupan-a, não d) nem a faculdade para a parte. 4abeo que ele fa5 4uspende de ofcio. O 4+F deu a seguinte interpreta-ão# o art. 1JL faculdade, mas a partir do momento que a lei criou a sistem)tica dos recursosrepetitivos 9o 4+F manda sobrestar alguns e julga um, que vale de paradigma para

os demais:, não tem mais sentido se permitir que se processem as individuaisporque ele vai pegar uma, julgar e aplicar para todas. De nada adianta o jui5 a /uomandar seguir se vai c(egar no 4+F e o 4+F vai mandar sobrestar. & umainterpreta-ão contra le(em, mas não contra o sistema. O 4+F decidiu que 2ajui5adaa a-ão coletiva atinente B macro lide geradora de processos multitudin)rios,suspendem@se obrigatoriamente as a-es individuais no aguardo do julgamento daa-ão coletiva, o que de qualquer forma não impede o ajui5amento de a-ãoindividual.3 4e impede o ajui5amento da individual, fere a C=. ual foi o motivo queo 4+F fe5 isso 0plica-ão analógica do art. ALK@C, do C/C#

 +rt, 3!".C . Guando 7ouver multiplicidade de

recursos com *undamento em id6ntica /uestão de direito,o recurso especial será processado nos termos destearti(o. B  crescentado pela ;-!11.:="-"!!8 C

O mais importante o W SG#

1 4º &ublicado o acrdão do Huperior ribunal de Justi)a, os recursos especiais sobrestados na ori(em4

 I - terão se(uimento dene(ado na 7iptese de oacrdão recorrido coincidir com a orienta)ão do Huperior ribunal de Justi)a9 ou

 II  - serão novamente e5aminados pelo tribunal deori(em na 7iptese de o acrdão recorrido diver(ir daorienta)ão do Huperior ribunal de Justi)a.

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uer di5er, o que o 4+F decidir, vale para todo mundo. ?incula.Consequentemente, estamos diante de uma interpreta-ão criticada do ponto devista da lei. 4ó que mudou completamente o sistema do processo coletivo. 6os

'ltimos 1J anos, esse o principal precedente do 4+F em processo coletivo. /aravoc% ver o impacto que tem no sistema.

Então, min(a terceira observa-ão# faculdade ou obrigatoriedade V lu5 doCDC, faculdade da parte. V lu5 do 4+F, obrigatoriedade.

- O)serva6<!# uem protege o meio ambiente o "/. Eu não possoentrar com a-ão individual para proteger o meio ambiente. Eu entro com a-ãoindividual para proteger o meu dano. uem entra com a-ão para proteger oambiente o "/, associa-es, etc. Eu posso entrar com a-ão individual paradiscutir o mesmo assunto, mas não para proteger o meio ambiente. Eu não ten(o

legitimidade para proteger o meio ambiente, salvo na a-ão popular. <mprocedente aa-ão coletiva, o que eu fa-o com a a-ão individual 6ão importa se a partesuspendeu facultativamente ou se o 4+F suspendeu obrigatoriamente.<mprocedente a coletiva, a a-ão individual suspensa 9não interessa se facultativaou obrigatoriamente: tem prosseguimento. /rocedente a coletiva, transporte inutilibus. O que eu fa-o com a individual 4e eu gan(ar a coletiva e ela me pega,automaticamente, acontece o que se c(ama de %erda su%erveniente de !)2et!,de interesse de a*ir/ de interesse %r!essua". 6ão mel(or transformar essaa-ão individual em e$ecu-ão /rocedente, transporte in utilibus, perde o interesse.O que pode ser feito com o processo individual Ou se encerra ou, no meu modo deentender, algo mel(or, sua convola-ão em e$ecu-ão. /arece um raciocnio mais

ra5o)vel B lu5 de tudo isso que estamos defendendo.

5 O)serva6<!# “$as se a individual já *oi jul(ada improcedente comtrnsito em jul(ado e depois veio uma coletiva procedente, o indiv0duo pode sebene*iciarK”   ) duas posi-es# 0da /elegrini Trinover, com quem eu concordo# osistema sempre prefere a coisa julgada individual do que a coletiva porque temuma especialidade muito maior do que uma coisa julgada genrica. 0gora, umasegunda posi-ão, e$tremamente respeitada, do ugro 6igro "a5ili usa umargumento de peso# princpio da igualdade. Eu não tive a op-ão de suspender aindividual porque a coletiva não e$istia na poca. Como não (ouve op-ão parasuspender, pode ser beneficiado pela coletiva.

, O)serva6<!# & uma leitura do que j) foi falado. 0 improced%ncia porfalta de prova não gera coisa julgada material. 26os difusos e coletivos, aimproced%ncia por falta de provas sempre permite a repropositura da a-ãocoletiva3. Coisa julgada secundum eventum probationem. “O autor da primitivaa)ão pode repropL-la, indicando em preliminar da peti)ão inicial a e5ist6ncia de prova nova Bse % improced6ncia por *alta de prova, eu preciso indicar a provanovaC. Isto não precisa constar da primitiva senten)a, eis /ue a possibilidade derepropositura decorre da lei.” O que eu quis di5er >embra que o jui5 julgaimprocedente por falta de prova Eu posso repropor a coletiva, indicando napreliminar que tem prova nova. 6a primitiva o jui5 não precisa di5er que pode

repropor porque isso decorre da lei, do sistema. Est) claro que pode repropor.

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H O)serva6<!# “Já na coletiva para a tutela dos individuais 7omo(6neos,a improced6ncia por /ual/uer *undamento impede a repropositura de outra a)ãocoletiva.”  0qui, mesmo que for por falta de provas, não pode repropor. E não podepor op-ão poltica do legislador, conforme eu j) e$pliquei. 4e perdeu a coletiva, só

resta a propositura da individual.

G O)serva6<!# “Má precedentes da Justi)a do rabal7o indicando /ue asa)es ajuiadas por sindicatos, jul(adas improcedentes, obstariam as pretensesindividuais dos sindicaliados.”  <sso porque esse precedente vai contra tudo o queeu falei at agora. 0 coisa julgada no caso do sindicato não in utilibus, mas pro et contra 9e$pressão contr)ria a in utilibus:. 6o C/C, no processo individual, a coisa julgada  pro et contra. 0 coisa julgada integra, se gan(ar ou se perder. 6oprocesso coletivo que ela in utilibus. E a a-ão coletiva do sindicato não inutilibus. &  pro et contra. +udo tem a ver com o final da aula passada. >embra daadequada representa-ão O sindicato tem uma representa-ão muito mel(or do que

qualquer outro legitimado coletivo, porque ele defende os interesses apenas dosseus próprios filiados.

O)serva6<!# 0rt. 1JK, W LG, do CDC que indica a possibilidade dautili5a-ão da senten-a penal condenatória nos mesmos moldes da senten-acoletiva. /ermite o uso da senten-a penal condenatória nos mesmos moldes dacoletiva. O art. 1JK, W LG, do CDC, permite o transporte in  utilibus da senten-apenal condenatória para o cvel. O cara foi condenado por crime ambiental. Eu,pescador, que não consigo pescar porque os pei$in(os morreram, pego essasenten-a penal condenatória e entro no cvel. 0 senten-a penal condenatória fa5 asmesmas ve5es de uma senten-a coletiva que teria condenado o cara a reparar o

meio ambiente. & isso o que o dispositivo di5#

1 !º .  plica-se o disposto no pará(ra*o anterior Asenten)a penal condenatria.

0 e$ecu-ão dessa senten-a penal condenatória só pode ocorrer contra ocondenado. 6ão pode atingir terceiro. 4e condenou o dono da empresa por crimeambiental, voc% só pode e$ecutar o dono da empresa, voc% não pode condenar aempresa. 4e voc% quiser pegar correspons)veis civis, tem que entrar com a-ãoprópria porque o ttulo penal e$ecutivo não transborda os limites da pessoa docondenado. 2F) a senten-a absolutória no crime, como regra, não impede nem a

a-ão coletiva e nem a pretensão individual.3 0 não ser quando ficar pronunciada ae$ist%ncia do fato ou da autoria. Eu não falei falta de prova da autoria. ;ma coisa voc% di5er que não () prova que a pessoa fe5 isso. Outra coisa declarar que apessoa não fe5 isso. ) uma simbiose entre a jurisdi-ão penal e a civil 9individual ecoletiva:.

1 O)serva6<!# oje j) se fala, no mbito do processo coletivo, emrelativi5a-ão da coisa julgada coletiva tambm. 0quela teoria da relativi5a-ão dacoisa julgada tem que ser aplicada ao processo coletivo. 0plica@se aqui o regime darelativi5a-ão da coisa julgada. Essa e$pressão (orrorosa porque relativi5ar dei$ar mais ou menos. 6a relativi5a-ão, voc% afasta a coisa julgada. Essa

e$pressão implica em a$asta&ent!/ e7"us<!/ des!nsidera6<! da !isa 2u"*ada. 6ão relativi5ar. 6o processo coletivo, em especial, a teoria darelativi5a-ão tem bastante importncia em ra5ão nos enormes avan-os na )rea de

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ci%ncia e tecnologia. ueima de cana para col(er. =a5 ou não fa5 mal ao meioambiente Eu julguei isso em 1PP8 e os estudos di5iam que não fa5ia mal. oje j)() estudos cientficos mais evoludos di5endo que fa5 mal. Então, voc% vai dei$ar ocara continuar queimando só porque ele tem uma coisa julgada numa a-ão coletiva

que di5 que pode queimar porque não fa5 mal Ieparem que não improced%nciapor falta de provaX 4e eu tivesse julgado di5endo# 2não () prova que fa5 mal3, oque poderia ser feito Iepropor a todo momento porque a coisa julgada por falta deprova secundum eventum probationis. Em 1PP8 eu disse que não fa5 mal, ()elementos que me di5em que não fa5 mal. 4er) que em HJJP eu posso rediscutiressa coisa julgada Evidente que pode. O e$emplo da cana@de@a-'car emblem)tico.

"ti&a O)serva6<!# +udo o que eu falei sobre o regime da coisa julgadanão aplica para o mandado de seguran-a coletivo, que tem regime próprio, quevamos estudar em momento próprio. Os arts. H1 e HH, da >"4 trata

especificamente da coisa julgada no mandado de seguran-a.

Definitivamente o tema 2coisa julgada3 em processo coletivo o mais difcil.E eu coloquei as principais discusses. "as () muitas outras que caberiam aqui.

H. RELAF>O ENTRE DEMANDAS

Os processos são autMnomos entre si, mas em algum momento, direta ouindiretamente, eles acabam se relacionando.

  H.1. Re"a6<! 4ue 8 entre duas de&andas individuais

Eu ten(o dois processos individuais e eu quero estabelecer a rela-ão entreessas duas demandas. 4e eu ten(o identidade de elementos 9partes, pedido ecausa de pedir:, eu ten(o identidade de elementos total ou identidade deelementos parcial.

6o processo civil brasileiro, se a identidade de elementos for total, doisfenMmenos incidem# se for identidade total envolvendo um processo que j) acabou,

(aver) coisa julgada. 4e for identidade envolvendo um processo que não acabou,litispend%ncia. <sso est) no art. KJ1 e WW, do C/C.

4e se tratar de identidade parcial 9um ou outro elemento coincide:, (aver)dois fenMmenos# ou a cone$ão 9art. 1JK: ou a contin%ncia 9art. 1JL:. 4e eu tiverdiante da identidade total dos elementos da a-ão, a consequ%ncia para o processoindividual 9esquece que estamos no coletivo: o fim. 4e, eventualmente, eu estiverdiante da identidade parcial, a consequ%ncia para o processo, se possvel, areunião para julgamento conjunto 9art. 1JA, C/C:.

H.. Re"a6<! 4ue 8 entre u&a de&anda individua" e u&a de&anda!"etiva

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D) para uma a-ão individual e uma a-ão coletiva terem identidade deelementos & possvel (aver identidade total entre o processo coletivo e oindividual 6ão d) para ter por dois motivos#

1G: 0s partes são distintasHG: 0 causa de pedir pode ser id%ntica, mas nunca o pedido vai ser

id%ntico.

Então, nem as partes e nem o pedido jamais serão iguais. E o pedido nuncavai ser igual por causa do art. PA, do CDC#

 +rt, -3   - +m caso de proced6ncia do pedido, acondena)ão será (en%rica, *i5ando a responsabilidade dor%u pelos danos causados.

 

uando voc% l% esse artigo, voc% percebe que ele estabelece que o pedido daa-ão coletiva sempre ser) genrico. uando uma associa-ão entra com uma a-ão,ela pede que todas as mul(eres que tomaram a farin(a seja indeni5adas. E quandoeu entro com a a-ão Eu pe-o AJ mil reais, 1JJ mil reais. /ortanto, não () nemlitispend%ncia e nem coisa julgada.

E identidade parcial, d) para ter D) para ter cone$ão e contin%ncia 0lgunsdos elementos podem bater. O que geralmente bate a causa de pedir# ofundamento da coletiva pode ter o mesmo fundamento de fato e de direito daindividual. /ortanto, pode (aver identidade de causa de pedir, de fundamento.uando eu ten(o identidade de fundamento, se for processo individual, o que eu

faria ?oc% j) imagina ter que reunir todas as a-es coletivas e individuais quediscutem ndice de caderneta de poupan-a Coitado do jui5X 6ão tem sentido. ual a consequ%ncia da identidade do elemento da a-ão quando se trata de umprocesso coletivo e um individual & o art. 1JL, do CDC# no individual, gera areunião. 6o processo coletivo gera a suspensão da a-ão individual#

 +rt, 0! - s a)es coletivas, previstas nos incisosI e II do pará(ra*o 'nico do arti(o 81, não induemlitispend6ncia para as a)es individuais, mas os e*eitos dacoisa jul(ada er(a omnes ou ultra partes a /ue aludem osincisos II e III do arti(o anterior não bene*iciarão os

autores das a)es individuais, se não *or re/uerida suasuspensão no prao de 3! BtrintaC dias, a contar daci6ncia nos autos do ajuiamento da a)ão coletiva.

uer di5er, enquanto est) rolando a coletiva, a min(a individual vai ficarparada. & facultativa ou obrigatória essa suspensão /ela lei, facultativa, pelo 4+F,obrigatória.

Concluindo# identidade total nunca (aver). <dentidade parcial, pode (aver,mas não gera cone$ão, não gera reunião, gera a suspensão das a-es individuais.

  H.. Re"a6<! 4ue 8 entre de&andas !"etivas

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uando eu falo coletiva com coletiva, são da mesma espcie, porque possvel (aver uma a-ão popular e uma a-ão civil p'blica, um mandado deseguran-a coletivo com uma 0C/, uma improbidade administrativa e uma 0C/.ualquer tipo de coletiva pode se relacionar entre si.

a)   Identidade total

uando () identidade total dos elementos da a-ão. & possvel (aver duasa-es coletivas iguai5in(as, id%nticas 6a poca da privati5a-ão da ?ale (ouvediversas a-es populares tentando impedir. ouve uma a-ão ajui5ada em cadaEstado. /ode (aver uma 0C/ ajui5ada pelo "/ para proteger o ambiente e pode(aver uma 0C/ ajui5ada por uma associa-ão para proteger tambm o meioambiente. E as partes aqui não são diferentes porque o "/ e a associa-ão t%m amesma qualidade de representantes. /osso substitu@los. Então, pode (aver

identidade total de elementos. & possvel. uando () identidade total deelementos entre duas coletivas, surge a seguinte indaga-ão# que vamos fa5er 4efosse individual, a consequ%ncia seria o sobrestamento. 4er) que se aplica aoprocesso coletivo ) duas posi-es da doutrina para responder a essequestionamento#

• +ere5a 0rruda 0lvim Yambier * 4ustenta que caso de e$tin-ão, sendofacultado ao autor da e$tinta ingressar como litisconsorte na a-ãosobejante.

• 0da /ellegrini Trinover * 4endo possvel 9porque uma das a-es pode ter

acabado, por e$emplo:, as a-es deverão ser reunidas para julgamentoconjunto. 4e eu tiver 1A a-es populares para discutir a privati5a-ão davale, eu junto todas no mesmo ju5o para obter uma 'nica decisão. )a-es coletivas mais bem propostas do que outras. Então, voc% somariatodas para poder verificar todos os fundamentos do pedido. +ecnicamente,seria possvel. Essa posi-ão a que prevalece, pelo menos na doutrina.

0 segunda posi-ão prevalece e bastante ra5o)vel se voc% tiver em contaque, gra-as a ela, tivemos uma mudan-a de perfil dentro do que uma a-ão entredemandas. ?oc% foi acostumado a que a identidade leva B e$tin-ão. 6o entanto, noprocesso coletivo isso não verdade, porque a identidade total de elementos no

processo coletivo leva B unifica-ão. & o mesmo efeito da cone$ão.

b) Identidade #arcial

Eu posso ter a-es coletivas com o os mesmos elementos, apenas de modoparcial Evidente, óbvio, natural, que se pode ter identidade total, pode ter aparcial. Eu posso ter uma 0C/ com o mesmo pedido de outra, não completamentecom todos os elementos, mas com fundamentos diversos e o mesmo pedido. Duaspopulares com pedidos diferentes, mas com fundamentos id%nticos. & plenamentepossvel. 0qui não tem diferen-a, segue a regra do processo individual. 0identidade parcial leva B reunião para o julgamento conjunto.

Eu tive um caso de uma 0C/ em que o "/ sustentava que (aviam jogadodetritos poluentes em um terreno. 0o mesmo tempo, (ouve uma outra 0C/,

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proposta por uma associa-ão de moradores, devidamente constituda, pedindoindeni5a-ão pelos danos causados B vi5in(an-a e$atamente em virtude daquelesdetritos. Eu ten(o uma a-ão para a tutela dos interesses difusos e uma a-ão para atutela dos interesses individuais (omog%neos em que os pedidos são

absolutamente distintos. O "/ queria que limpasse o terreno, a associa-ão queriaindeni5a-ão por aguentar a fedentina. Eu juntei as duas a-es. ual voc% julgaprimeiro 0 dos difusos, claro, porque o objeto maior.

6o processo coletivo com processo coletivo, (avendo identidade, seja elatotal, seja ela parcial, os processos são reunidos para julgamento conjunto. 0gora,quem vai ser o feli5ardo que vai receber todas as a-es como critrio para defini-ãoda preven-ão

  H.-. Critri!s %ara reuni<! de de&andas

uem vai ser o feli5ardo que vai receber todas as a-es +emos tr%s regras#

• 1N Iegra# 0rt. 1JR, do C/C * Iegra do despac(o positivo. >) seestabelece que (avendo ju5es de mesma compet%ncia territorial, aqueleque prevento para todas vai ser o primeiro que colocou o 2cite@se3.

• HN Iegra# 0rt. H1P, do C/C * Estabelece que não a regra dodespac(o, mas a da cita-ão. /revento o ju5o em que (ouve a primeiracita-ão.

• KN Iegra# 0rts. HG, da >0C/ e AG, da >0/ * Estabelecem a regra dapropositura. 0 propositura se d) com a distribui-ão da inicial.

ual a regra que se aplica & a terceira, porque a regra do própriomicrossistema processual coletivo. Eu só aplicaria as demais, subsidiariamente, senão (ouvesse regra especfica do microssistema. E toda doutrina vem nessesentido. O art. AG, da >ei de 0-ão /opular, inclusive, fala no ju5o universal da a-ãopopular. 0pesar disso, voc% vai encontrar no 4+F alguns precedentes antigosmandando aplicar a regra do art. 1JR e do H1P, do C/C. 6ão se assustem setrombarem com algo desse g%nero. +em que aplicar a regra da distribui-ãoX 6ocaso da ?ale, o que recebeu a primeira inicial de a-ão popular ser) o ju5o

prevento. +odas as demais a-es deverão ser encamin(adas para ele.

G. COMPETKNCIA NAS AFES COLETIVAS

6ão se aplica o que eu vou falar aqui ao "4 coletivo porque o "4 coletivotem regras próprias de compet%ncia. ue, ali)s, j) vimos. ) um mundaru de foroprivilegiado 9top julga top:. Iegras próprias que não podem ser aplicadas nosdemais processos coletivos.

  G.1. Critri! 0uni!na" ?ier8r4ui!

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 LFG – PROCESSO CIVIL – Aula 02 – Prof. Fernando Gajardoni – Intensivo II – 0!"2!200#

TEORIA  GERAL DO PROCESSO COLETIVO

O critrio funcional (ier)rquico prev% o foro privilegiado. E o que o foroprivilegiado =oro por prerrogativa de fun-ão. O julgamento come-a nos tribunais.0 regra geral do processo coletivo no aspecto do foro privilegiado a seguinte#tirando "4 coletivo, as a-es coletivas todas são julgadas em primeira instncia.

6ão () foro privilegiado em a-ão coletiva. E se a a-ão popular for contra o/residente da Iep'blica /rimeira instncia. E se for a-ão de improbidade contra o/residente da Iep'blica 4e couber 9a maioria di5 que não cabe:, primeirainstncia. 0-ão Civil /'blica contra o /apa !ento Z?<, se couber, primeira instncia.6ão tem foro privilegiado em sede de processo coletivo, não importa o status daautoridade. ), no entanto tr%s observa-es a serem feitas aqui.

1 O)serva6<!# ouve uma tentativa de se criar foro privilegiadopara as a-es de improbidade administrativa. Essa tentativa veio com o art. 8L, doC//. Eles queriam fa5er com que o ru da improbidade fosse julgado pelo mesmoforo do crime. Então, o /residente seria pelo 4+=, o prefeito pelo 4+F, o governador

pelo 4+F. Essa tentativa não vingou porque o 4+=, no julgamento da 0D< HSPS9julgada em HJJA: declarou inconstitucional esse dispositivo, que foi acol(ida sob ofundamento de que só a Constitui-ão pode prever regra de foro privilegiado.

O)serva6<!# “De acordo com Mu(o 2i(ro $ailli, nas a)es coletivas/ue envolvem perda de car(o, a compet6ncia para jul(á-las ainda % de primeiro(rau, mas o jui não poderá decretá-la se a onstitui)ão Nederal prev6 *ormadiversa de desinvestidura.”   ugo 6igro "a5illi adepto de que a improbidadeadministrativa cabe contra agente poltico. O fato que tem muita gente queadmite improbidade administrativa contra agente poltico 9prefeito, governador,/residente:. 0 'nica ressalva que ugo "a5illi fa5 que a compet%ncia de

primeira instncia. uem julga o >ula por improbidade administrativa um jui5 deprimeira instncia. O jui5 pode decretar todas as san-es, menos a perda do cargo./or qu% /orque o presidente, o governador, o prefeito, os próprios membros doparlamento t%m formas de desinvestidura previstas na própria C=. Como o/residente da Iep'blica perde o posto <mpeac(ment. ;m jui5 de primeirainstncia, que não foi nem eleito pela popula-ão, vai ter o poder de tirar do cargoum caboclo que teve mil(es de votos

O)serva6<!# “O HN, entretanto, já indicou /ue se *or admitidaimprobidade administrativa contra $inistro do HN, s ele pode jul(ar.”   =oi umpronunciamento que teve numa Cataloga-ão /E+ KH117D=. Eles não admitiram o

cabimento da improbidade contra o Tilmar, mas disseram que se coubesse, quempoderia julgar seria o próprio 4+=. Essa seria uma e$ce-ão B regra da primeirainstncia.

  G.. Critri! Materia"

[ o critrio do assunto. Estabelece, com todas as letras, que temos queinvestigar a compet%ncia da justi-a# eleitoral, do trabal(o, federal e justi-aestadual. O que se investiga, portanto, # sabendo que a a-ão vai ser ajui5ada emprimeira instncia, qual ser) a justi-a que vai julgar

Cabe 0C/, a-ão coletiva na justi-a eleitoral Em princpio, cabe. & possvel,desde que o tema, a causa de pedir esteja no art. 1H1, da C=, que o artigo que

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trata da compet%ncia da Fusti-a Eleitoral, (averia a compet%ncia da Fusti-a Eleitoralpara julgar 0C/. Eu não con(e-o nen(uma. 6unca ac(ei, mas pode.

E a compet%ncia trabal(ista para 0C/, pode oje muito comum 0C/ na

)rea trabal(ista para discutir meio ambiente do trabal(o. ) uma s'mula do 4+=,que a 4'mula SKR, que bastante clara no sentido de que caso se discutamquestes relacionadas B seguran-a e B (igiene do trabal(o, a compet%ncia daFusti-a do +rabal(o.

STF Súmula nº 4"  - DJ de 111""!!3 -ompete A Justi)a do rabal7o jul(ar as a)es /ueten7am como causa de pedir o descumprimento denormas trabal7istas relativas A se(uran)a, 7i(iene esa'de dos trabal7adores.

0 briga braba est) entre as justi-as comuns estadual e federal. O critriopara definir a compet%ncia entre federal e estadual e$tremamente seguro# critriodo interesse. O que disciplina a compet%ncia da justi-a federal o art. 1JP, da C=.E esse artigo estabelece que a justi-a federal julga causas em que () interesse da;nião, autarquias federais, empresas p'blicas federais. Então, no processo coletivovoc% usa o critrio do interesse e não do bem e não do pedido e não da causa depedir. ?oc% usa o critrio do interesse da parte, porque ele que define acompet%ncia da justi-a federal. 4e eu ten(o um rio que corta dois Estados, elepertence B ;nião 9art. HJ, da C=:. 0 compet%ncia ser) federal Depende aresposta. Depende se um órgão daqueles 9;nião, autarquias, empresas p'blicas:tem interesse no processo. 6ão o bem que define. 4e o <!0"0 vier ao processo e

falar# 2não tem interesse porque o dano foi local, só pegou a margem3, acompet%ncia da justi-a estadual, ainda que o bem seja da ;nião. O mangue, deacordo com a C= bem da ;nião. /oluram o mangue. De quem a compet%nciaDepende. Depende de o órgão vir e manifestar interesse no processo, ou ser parte.Do contr)rio, a compet%ncia não ser) da Fusti-a =ederal. Então, não d) paraestabelecer uma regra. 6os processos coletivos ambientais, quando o promotorentra com a a-ão, o primeiro despac(o do jui5 ser)# 2intime@se o <!0"0 paramanifestar o interesse.3 ;ma coisa fato# e$iste uma s'mula do 4+F que di5 quequem define se () ou não interesse do órgão federal o 'nico cara que pode julg)@lo, que a própria justi-a federal, j) que ela que vai julgar o cara#

ST5 Súmula nº 30 - DJ 13.!".1??: - ompete A Justi)a Nederal decidir sobre a e5ist6ncia de interesse jur0dico /ue justi*i/ue a presen)a, no processo, da nião,suas autar/uias ou empresas p'blicas.

?oltando ao 2intime@se o <!0"03. Ele di5 que tem interesse. Eu, jui5 estadual,lavo as mãos e mando para a federal. C(egou l), o jui5 federal criou caso# 2o dano local. 6ão vejo o interesse do <!0"0.3 O jui5 federal e$clui o <!0"0 e me devolveo processo. 0o me devolver o processo, o que eu fa-o# julgo. 6ão posso suscitarconflito porque não se trata de conflito. uem tem que decidir sobre interesse ele. Cada macaco no seu gal(o.

G.. Critri! Va"!rativ!

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O valorativo o critrio que (oje só tem utilidade para definir a compet%nciados jui5ados especiais no mbito nacional. 6o mbito local, isso definido combase no valor da causa. 0qui fica uma observa-ão muito clara# de acordo com o art.

K.G, <, da >ei 1J.HAP7J1 9>ei dos Fui5ados Especiais =ederais: não cabe nen(umaa-ão coletiva no mbito dos jui5ados especiais. /or essa ra5ão, esse critrio nãoserve para nada. 0li)s, o 'nico critrio que tem utilidade aqui o material, que oque define o critrio de compet%ncia eleitoral, trabal(ista, federal ou estadual.

  G.-. Critri! Territ!ria"

& o critrio que define o local, onde vamos ajui5ar a a-ão. Esse critriovamos dei$ar para a pró$ima aula porque um pouco mais longo.