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    Maio Ms de Maria Santssima

    MS DE MARIA

    TRADUZIDO DAS

    PALHETAS DE OURO

    _________________

    ______

    AUMENTADA COM UMA COLEO DEEXEMPLOS PARA TODOS OS DIAS DO MS

    POR

    Mons. Dr. Jos Baslio PereiraEditado por

    CARLOS ALBERTO DE FRANA REBOUAS JUNIOR

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    Maio Ms de Maria Santssima

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    Maio Ms de Maria Santssima

    NIHIL OBSTAT

    Salvador, 17 de outubro de 1953Frei Osvaldo Linn Censor Diocesano

    IMPRIMATUR

    Salvador, 19 de outubro de 1953Por comisso, Pe. Heitor de Arajo

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Ms de Maria Santssima

    Oraes que se ho de recitar todos os dias

    INVOCAO AO ESPRITO SANTO

    Veni, Sancte Spritus, reple turum corda fidlium, et tui amrisin eis ignem accnde.

    V. Emitte Spritum tuum et creabuntur,R. Et renovbis fciem terra

    ORMUS

    Deus, qui corda fidlium Sancti Spiritus ilustratine docuisti: danbis in edem Spritu recta spere, et de ejus semper consolatinegaudre. Per Christum Dminum nostrum. Amen.

    _____________

    Vinde, Esprito Santo, enchei os coraes dos vossos fiis e

    acendei neles o fogo de vosso amor.V. Enviai o vosso Esprito e tudo ser criado.R. E renovareis a face da terra.

    OREMOS

    Deus, que esclarecestes os coraes dos vossos fiis com asluzes do Esprito Santo, concedei-nos por esse mesmo Espritoconhecer e amar o bem, e gozar sempre de suas divinas consolaes.Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amm.

    ORAO PREPARATRIA

    Senhor, todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procedetodo o ser e para quem todas as criaturas devem sempre se elevar, euvos consagro este ms e os exerccios de devoo que em cada um de

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    Maio Ms de Maria Santssima

    seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glria emhonra de Maria Santssima. Concedei-me a graa de

    santific-lo com piedade, recolhimento e fervor.

    Virgem Santa e Imaculada, minha terna Me, volvei para mimvossos olhares to cheios de doura e fazei-me sentir cada vez mais osbenficos efeitos de vossa valiosa proteo.

    Anjos do cu, dirigi meus passos, guardai-me sombra de vossasasas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demnio, pedindo por mim aJesus, Maria e Jos sua santa bno. Amm.

    L-se a Meditao prpria do dia, cuja srie se encontra adiante,e depois rezam-se trs Ave Marias, e, em seguida, esta

    ORAO

    COMPOSTA POR SANTO AFONSO DE LIGRIO

    Maria, filha predileta do Altssimo, pudesse eu oferecer-vos econsagrar-vos os meus primeiros anos, como vs vos oferecestes econsagrastes ao Senhor no templo! Mas j passado esse perodo deminha vida!

    Todavia, antes comear tarde a vos servir do que ser semprerebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus no templo. Sustentaiminha fraqueza, e por vossa intercesso alcanai-me de Jesus a graade lhe ser fiel e a vs at a morte, a fim de que, depois de vos haver

    servido de todo o corao na vida, participe da glria e da felicidadeeterna dos eleitos. Amm.

    LADAINHA DE NOSSA SENHORA

    Senhor, tende piedade de ns.Jesus Cristo, tende piedade dens.Senhor, tende piedade de ns.

    Jesus Cristo, ouvi-nos.Jesus Cristo, atendei-nos.Deus Pai dos cus, (*)Deus Filho, Redentor do mundo,Deus Esprito Santo,Santssima Trindade, que sois ums Deus,

    Santa Maria, (**)Santa Me de Deus,Santa Virgem das virgens,Me de Jesus Cristo,

    Me da divina graa,Me purssima,Me castssima,Me imaculada,Me intacta,Me amvel,Me admirvel,

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Me do bom conselho,Me do Criador,

    Me do Salvador,

    Virgem prudentssima,Virgem venervel,Virgem louvvel,Virgem poderosa,

    (*) Tende piedade de ns.(**) Rogai por ns.Virgem benigna, (**)Virgem fiel,Espelho de justia,Templo da sabedoria,

    Causa da nossa alegria,Vaso espiritual,Vaso honorfico,Vaso insigne de devoo,Rosa mstica,Torre de Davi,Torre de marfim,Casa de ouro,Arca daliana,Porta do cu,Estrela da manh,

    Sade dos enfermos,Refgio dos pecadores,Consoladora dos aflitos,

    Auxlio dos cristos,Rainha dos anjos,Rainha dos patriarcas,

    Rainha dos Profetas,Rainha dos apstolos,Rainha dos mrtires,Rainha dos confessores,Rainha das virgens,Rainha de todos os santos,Rainha concebida sem pecadooriginal,Rainha assunta ao cu,Rainha do sacratssimo Rosrio,Rainha da paz,

    Cordeiro de Deus, que tirais ospecados do mundo, perdoai-nos,Senhor.Cordeiro de Deus, que tirais ospecados do mundo, ouvi-nos,Senhor.Cordeiro de Deus, que tirais ospecados do mundo, tendemisericrdia de ns.

    V. Rogai por ns, Santa Me de

    Deus.R. Para que sejamos dignos daspromessas de Cristo. Amm.

    OREMOS

    Infundi, Senhor, como vos pedimos, vossa graa em nossasalmas, para que ns que pela anunciao do Anjo viemos aoconhecimento da encarnao de Jesus Cristo, vosso Filho, pela suapaixo e morte de cruz, sejamos conduzidos glria da ressurreio.Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amm.

    LADAINHA DE NOSSA SENHORA(LATIM)

    Kyrie, elison, Christe, elison,- 10 -

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Kyrie, elison,Christe, audi nos,

    Christe, axaudi nos,

    Pater de clis, Deus, (*)Fili Redemptor mundi, Deus,Spritus Sancte, Deus,Sancta Trinitas, unus Deus,Sancta Maria, (**)Sancta Dei Genitrix,Sancta Virgo vrginum,Mater Christi,Mater Divin Grati,Mater purssima,Mater castssima,

    Mater inviolata,Mater intemerata,Mater ambilis,Mater admirbilis,Mater boni consilii,Mater Creatris,Mater Salvatris,Virgo prudentssima,Virgo veneranda,Virgo prdicanda,Virgo potens,

    Virgo clemens,Virgo Fidelis,Speculum justiti,Sedes sapienti,Causa nostr laetiti,Vas spirituale,Vas honorabile,Vas insigne devotionis,Rosa mystica,Turris Davdica,Turris eburnea,

    Domus urea,

    Fderis arca,Janua cli,Stella matutina,

    Salus infirmorum,Refugium peccatorum,Consolatrix afflictorum,Auxilium christianorum,Regina angelrum,Regina patriarcharum,Regina prophetarum,Regina apostolrum,Regina martyrum,Regina confessrum,Regina virginum,

    Regina sanctorum omnium,Regina sine labe originaliconcepta,Regina in clum assumpta,Regina sacratssimi Rosarii,Regina pacis,

    (*) Miserere nobis(**) Ora pro nobis

    Agnus Dei, qui tollis peccata

    mundi, parce nobis, Domine.Agnus Dei, qui tollis peccatamundi, axaudi nos, Domine.Agnus Dei, qui tollis peccatamundi, miserere nobis

    V. Ora pro nobis sancta DeiGenitrix.R. Ut digni efficiamur promissionibus Christi.

    ORMUS

    Gratiam tuam, quumus, Domine, mentibus nostris infunde, utqui, ngelo nuntiante, Christi Filii tui Incarnationem cognovimus, per

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Leituras

    1 DIA

    Maria meu refgio

    uma felicidade comear este ms, deparando logo minha

    vista este doce ttulo que a Igreja aplica Santssima Virgem: Refgio!Um refgio aonde vm recolher-se, para ficarem ao abrigo,

    aqueles que tm medo.Aonde vm esconder-se, para serem protegidos, aqueles que so

    culpados.Aonde vm viver, para terem um asilo, aqueles que so pobres

    no mundo. Maria, tenho medo, sou culpado, sou pobre; venho ter

    convosco.Tenho medo de minha fraqueza e de minha inconstncia. Ai de

    mim, se esquecesse as promessas que tantas vezes tenho feito aDeus!

    Tenho medo do demnio que me h de tentar, eu sei, que meoferecer ocasies de pecar, tanto mais atraentes, quanto maispiedoso eu quiser ser.

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Tenho medo de Deus, porque sou culpado; de Deus, que secansar, talvez, de me perdoar novas faltas, que pode bem

    cedo me chamar a si.

    Sou pobre, sinto em minha alma o que me falta de pacincia, depiedade, de amor do dever; e, entretanto, sem estas virtudes noposso ir ao cu.

    Bem vedes, Maria, as razes que tenho de acolher com alegriaeste convite da Igreja para vir todos os dias deste ms, ao p de vossoaltar, e ficar alguns minutos perto de vs. Um lugar perto de vs no um refgio? O demnio a no tem poder, Deus no fere a a almaculpada porque junto a vs ela se converte. A, pouco a pouco,insinuam-se na alma as virtudes que irradiam de vosso corao.

    Eu serei assduo, Maria, vo-lo prometo.

    EXEMPLO

    O Beato Incio de Azevedo e a imagemde Maria Santssima

    O bem-aventurado mrtir Incio de Azevedo, da Companhia deJesus, teve sempre a mais fervorosa devoo SS. Virgem. Antes departir para a misso do Brasil com seus trinta e nove companheiros,obteve do Papa S. Pio V a permisso de fazer tirar uma cpia daclebre Virgem de Santa Maria Maior atribuda ao pincel de S. Lucas.Munido dessa imagem, que considerava sua salvaguarda, embarcou

    cheio de confiana, no navio S. Tiago, e inspirou aos jovensmissionrios que o seguiam os sentimentos de devoo que oanimavam. Na altura da ilha de Palma, uma das Canrias, o S. Tiago foiatacado por um corsrio calvinista, Jacques Soure, que lhe deuabordagem.

    Logo que os missionrios viram os calvinistas, s escutaram oseu dio atroz f catlica e, ordem do chefe, assassinaram todos osquarenta e os lanaram ao mar. Azevedo, tendo nas mos a imagemde Maria, animava seus irmos ao martrio quando um golpe de sabrelhe abriu a cabea; foi atirado ao mar, ainda segurando a santaimagem. Entretanto, Azevedo aparecia flor da gua trazendo sempre

    a imagem de Maria SS.; e, noite, quando as trevas cobriam o mar,seu santo corpo, levado pelas vagas, se achou perto do navio, batendono casco pancadas repetidas, at que o rudo foi notado por umportugus catlico. Este, vendo o corpo de Azevedo, que vinha deencontro ao navio com o quadro, reconheceu nisto um prodgio, e,cheio de respeito, pegou na imagem que logo as mos do santosoltaram sem custo. Guardou-a cautelosamente o marinheiro, e

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    Maio Ms de Maria Santssima

    enviou-a depois para o Colgio dos Jesutas na Bahia, ondese v ainda hoje na baslica e conserva sinais do sangue que

    corria das feridas do glorioso mrtir da evangelizao do povo

    brasileiro.

    2 DIA

    Maria uma voz que me instruiEis-me ainda aqui, minha Me, mais reanimado e mais alegre.

    Venho escutar vossa voz.Que voz grata a de uma me!Como as lies mais difceis tomam alguma coisa de suave e de

    bom, passando pelo corao e pelos lbios de uma me!Uma me tem pacincia para esperar e para no desanimar com

    as travessuras e at m vontade de seus filhos.Uma me tem jeito para insinuar brandamente a lio que quer

    ensinar e para apresent-la de mil maneiras.

    Uma me tem a constncia para comear de novo, paraprosseguir, para reatar, sem nunca se impacientar.E estas qualidades, eu as vejo em vosso corao, Maria, divina

    educadora. Oh! falai-me. Ontem eu vos prometi ser assduo, todos osdias, em vir vossa presena; hoje vos prometo ser dcil.

    Falai-me de Jesus, de sua abnegao, de sua caridade, de suaobedincia. Falai-me de vossas virtudes to fcies de imitar. Falai-metambm do vosso amor e da vossa misericrdia. Tenho tantanecessidade de esperar em vs.

    Maria, fazei-me muito dcil.

    EXEMPLO

    Santo Afonso de Ligrio e a devoo Santssima Virgem

    Uma de suas prticas mais caras era recitar aAve Maria todos osquartos de hora, olhando para uma imagem de Nossa Senhora do Bom

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Conselho, que estava sobre sua mesa de trabalho. Abstinha-se de carne quarta-feira, em honra de Nossa Senhora do

    Carmo; at a idade de 88 anos absteve-se de todas as bebidas nos

    sbados. Por voto recitava o tero todos os dias, e, em sua velhice,sentindo-se fraco de memria, queria que lhe lembrassem estaobrigao os que o cercavam. Na dvida de ter feito, perguntavasempre a seu criado, e este uma vez lhe respondeu: Monsenhor,faamos um contrato: todas as Ave Marias que rezardes alm do tero,sero por mim. De fato, nos ltimos anos, tinha continuamente orosrio nas mos. No se conseguindo um dia despert-lo de um sonopesado que lhe podia ser fatal, lembrou-se algum de lhe dizer:Monsenhor, temos de rezar ainda o rosrio; a tais palavras o Santoabre os olhos e pega no tero.

    Outro voto de Afonso era o de pregar todos os sbados. Forado,

    enfim, a renunciar a este pio dever, dizia ternamente sua celestesoberana: Minha Me, j estou velho; no posso mais pregar as vossasglrias; possa eu ao menos ter sempre algum que me fale delas. Defato, queria que todos os dias lhe lessem alguma coisa sobre to gratoassunto.

    3 DIA

    Maria o corao que me ama

    Maria me ama! Oh! Que palavra grata!S. Francisco de Sales exclamava um dia: Como sou feliz! Minha

    me e a Santa Virgem ma amam tanto! Ai de mim! Quando j no tivermais minha me para me amar, tenho, porm, e terei sempre, a SantaVirgem.

    Maria me ama; e o amor que ela tem por mim, foi produzido e sustentado, em meu corao, pelo trplice olhar que ela fixa sobreDeus, sobre minha alma, sobre si mesma.

    I. Se Maria considera em Deus, v o amor infinito que Deus nostem, Ele que nos criou para o objeto de seu amor.

    V-nos a todos, no paternal corao de Deus, que nos d vida,que a conserva, que a cerca de encantos; de Deus que nos segue com

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    Maio Ms de Maria Santssima

    a ternura de uma me, que nos respeita a liberdade, e nempor um s instante desvia os olhos de ns.

    Ela v que este Pai celeste, impelido por seu amor, enviou

    terra, para nos arrancar ao inferno, seu Filho muito amado, e que,sempre por amor de ns, o entregou mais dolorosa morte.E quando Maria volve os seus olhares a Jesus Cristo, encontra-o

    nos sofrimentos, nas humilhaes, nas dores: testemunha de suaflagelao, de sua coroao despinhos, de sua crucifixo; escutaaquela prece to eloquente: Meu Deus, que nem um s daqueles porquem eu vim ao mundo perea eternamente.

    Oh! Como duvidar que Ela nos ame!No fssemos nada para Ela, nada tivssemos em ns que

    atrasse a sua estima, nem sua compaixo, simplesmente por amor deDeus, porque sabe que, amando-nos, agrada e consola a seu Deus,

    Maria nos havia de amar!Sim, boa palavra: Maria me ama!Oh! Tambm eu vos amo, minha Me!

    EXEMPLO

    Converso de um livre pensador pela devoo a Maria

    Faz alguns anos morreu na Baviera, na santa paz de Deus, umescritor que tinha sido longos anos ferrenho livre-pensador e inimigoda Igreja de Jesus!

    Dotado de viva inteligncia e de grande fora de vontade,procurava conhecer o destino da criatura humana; e a graa de Deusentrou-lhe na alma, qual raio luminoso de sua converso.

    Conhecer a verdade e abra-la por sua forte e reta vontade eraum s ato de sua alma sedenta da verdade e at ento torturada pelaincerteza. O clebre livre-pensador tornou-se, livre eespontaneamente, catlico crente e fervoroso. O mal que tinhaespalhado em redor de si por seus escritos e discursos, reparou-o elecorajosamente, tanto quanto possvel, no jornal e na tribuna.

    Um dia, encontrou-se com o sr. Bispo: A devoo de MariaSantssima? O senhor guardava a devoo a Maria Santssima?

    Guardei, respondeu, e em grau no pequeno, pode crer, Excelncia.Mais admirado ainda o prelado tornou a perguntar: ser possvel?Como ento podia escrever tantas injrias contra a Igreja de JesusCristo, o Filho de Maria Santssima? Escrevi contra Jesus e sua Igreja,pequei nisso e muito; mas nunca escrevi contra Maria, a Me de Jesus.V. Exa. procure em todos os meus escritos e discursos e noencontrar nenhuma frase contra Maria Santssima. Eu admirava e

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    Maio Ms de Maria Santssima

    venerava piedosamente a Me de Jesus, ao passo queinsultava, crucificava, quanto me era possvel, seu Filho

    adorvel. A Maria devo minha converso, minha felicidade; a ela ficarei

    eternamente devedor.

    4 DIA

    Maria o corao que me amaContinuemos nesse pensamento: Maria nos ama.II. Se Maria contemplar nossa alma, nossa pobre alma, que, se a

    no tiver em seu auxlio, se perde eternamente, h de sentir-secompadecida.

    Nossa alma a imagem de Deus, de quem Maria conhece asantidade; e Maria, podendo impedir que essa imagem seja profanada,deix-la-ia ao ludbrio e irriso do demnio? No, seu amor por Deus seope a isto.

    Nossa alma a imagem de Deus, filha de Deus, recebeu de

    Deus a ordem de cham-lo de Pai: e, podendo impedi-lo, Mariapermitiria que a filha de Deus que ela tanto ama sofresse durante todaa eternidade? No, seu amor por Deus e sua caridade pelos homens seopem a isto.

    Nossa alma foi resgatada pelo sangue de seu Filho; custouhumilhaes, dores, lgrima, cuja recordao est sempre presente aMaria; e, podendo impedi-lo, Maria permitiria que essa alma, preo detantas dores, se perdesse por toda a eternidade? No, seu amor porDeus e sua caridade pelos homens se opem a isto.

    Nossa alma, enfim, destinada a conhecer e amar a Deus, aunir-se aos anjos para exaltar a grandeza, a majestade e o amor de

    Deus, e, podendo impedi-lo, Maria permitiria que essa almablasfemasse e maldissesse a Deus na eternidade? No, seu amor porDeus e sua caridade pelo prximo se opem a isto.

    Concluamos ainda, como ontem: Maria nos ama, e lhe digamoscom afeio: Tambm ns, Me, vos amamos!

    EXEMPLO

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Nossa Senhora de Guadalupe

    Nossa Senhora de Guadalupe uma imagem da SS. Virgem,pintada outrora pelos anjos no manto de um pobre ndio do Mxico. ASanta Virgem, quando quis ter um santurio no centro do Novo Mundo,no Mxico, ordenou a um ndio, que ia cidade, pedisse ao Bispo quelhe erguesse ali na montanha um santurio. Era a festa da ImaculadaConceio. Que sinal me ds tu? disse o Bispo. Nenhum, senhor,respondeu, admirado ele prprio de sua misso. E partiu; mas aVirgem o deteve outro dia, ao passar pela montanha, e lhe disse:Toma estas flores, este o sinal. De fato, era o inverno, e entretantoo rochedo estril se cobria de flores odorferas. Assim o ndio recebia osinal que lhe fora exigido. Enche o manto de flores, e as leva ao Bispo

    do Mxico. Desta vez, est animado; renova o pedido, e abre o mantoem que guardava o tesouro; caem as rosas, e no pano grosseiro queveste, aparece desenhada a imagem maravilhosa. Uma esplndidabaslica foi construda na montanha; e o manto miraculoso ostentasempre a imagem admirvel, obra dos anjos. Foi h trs sculos, nodia 12 de dezembro; e o culto perdura cada dia mais fervoroso.

    5 DIA

    Maria o corao que me ama

    Temos ainda o assunto de ontem: Maria nos ama.III. Se Maria se considera a si mesma, v-se enriquecida de

    graas, e essas graas excitam continuamente seu reconhecimento,obrigando-a a fazer por Deus tudo quanto pode.

    Agradecendo, exaltando, glorificando a Deus com suas palavrase com os afetos de seu corao, ela sabe tambm a alegria queproporciona a Deus, conservando-lhe fiis e inocentes as almas que Elecriou, e reconduzindo a seu amor as que o haviam abandonado; eassim se sente, de algum modo, obrigada a nos amar peloreconhecimento que deve ao Senhor.

    Maria se v constituda Me dos homens; recorda-se do dever

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    Maio Ms de Maria Santssima

    6 DIA

    Maria h de me amar sempre

    verdade isto? Maria h de me amar sempre? Sempre, aindaquando me torne culpado?

    I. Sim, porque Maria conservar sempre seu corao de me, e

    ua me no se cansa de esperar a volta de seu filho, enquanto essefilho vive. Pode voltar, h de voltar, diz ela consigo e, como o pai dofilho prdigo, tem sempre o corao aberto, e, qualquer que seja oestado a que o pecado tenha reduzido a pobre alma culpada, sua meh de ter sempre uma palavra de amor para receb-la.

    Uma me nunca se cansa de trabalhar para converter um filhoculpado. Ela experimenta todos os meios : exorta, repreende, ameaa,pune. Maria, se acaso, caindo no pecado eu fugir de vs, deixandominhas oraes, banindo-vos da mente, levai-me de novo ao vossoamor e a Deus, levai-me at fora. Fazei que, longe de vs,experimente tantos desgostos, tantas decepes, tanto abatimento,

    fazei-me sofrer tantas humilhaes e tanto abandono, que s tenharefgio a vossos ps.Ua me nunca se cansa de pedir queles que lhe podem restituir

    seu filho. Quem pode reconduzir a alma culpada, Deus: e Maria nocessa de rogar-lhe que no nos puna com a morte, e sim nos concedaa graa do arrependimento.

    Ah, pobre alma pecadora! no momento em que tuas faltasexcitavam contra ti a clera de Deus, Maria suplicava e pedia aindaalgum tempo, e esse tempo Deus to concedia.

    Quando ias procurar o pecado, Maria corria at a cruz de Jesus edizia a seu Filho: Perdoa-lhe, no sabe o que faz.

    E poderia eu temer que Maria me repelisse e que no me amassemais, quando, tocado pelo arrependimento, me fosse lanar a seusps?...

    No! no, minha me! Oh! eu vos prometo nunca desesperar devossa misericrdia.

    EXEMPLO

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    Maio Ms de Maria Santssima

    A devoo Nossa Senhora e oprotestantismo

    Ao apostlico missionrio e clebre orador sacro, Pe. Roh, S. J.,perguntou, em Bremen, um pregador luterano:

    Qual a razo, por que se v, em geral, os catlicos romanos maisalegres do que os luteranos ?

    muito simples a razo, replicou o Padre Enquanto numafamlia ainda a me for viva, os filhos esto alegres e contentes. Mas,esta desaparecendo, fica tudo triste. o caso dos protestantes. Areforma protestante aboliu o culto de Maria, ficastes sem me. Nstemos a nossa boa Me do cu, e veneramo-la com gratido e alegria.

    7 DIA

    Maria h de me amar sempre

    Quero continuar minhas consideraes de ontem.II. Maria h de me amar sempre, porque h de ser sempre o queindicam os nomes que lhe d a Igreja: o refgio dos pecadores e a mede misericrdia.

    E para que esses nomes, se no houvesse nem pecadores nemmseros?

    Sois culpado, e por isso temeis ser repelido? Oh! no conheceisMaria!

    Maria a Me de Jesus que veio terra no pelos justos, maspelos pecadores como vs. Maria foi constituda, diz S. Bernardo, adispensadora desse sangue divino, e sobre quem o derramar seno

    sobre os pecadores?Sois culpado, e por isso temeis ser repelido? Oh! no conheceisMaria!

    Maria tornou-se Me de Deus por causa dos pecadores, em favordeles ! Se assim, diz Santo Anselmo, como posso eu me entregar aotemor? No tenho o direito de dizer-lhe: Tende piedade de mim, vsque de algum modo me deveis o que sois?

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Sois culpado e por isso temeis ser repelido! Tereisacaso a vontade obstinada de viver no pecado? Certamente

    que no.

    Ento, sem dvida, eu posso vos inspirar a confiana em Maria,que a advogada dos pecadores e no do pecado: Pois bem diz S.Bernardo, ela est pronta a vos auxiliar; a sua proteo a escada dospobres pecadores, que os faz subir, suavemente, at Deus.

    Vinde, pois, a Maria, vinde sem temor; no achareis em seucorao, nem em sua face, nada de austero, nada de terrvel, elaoferece a todos o leite que cura e a l que preserva do frio. Percorrei oEvangelho, e se encontrardes em Maria o menor pensamento queacuse dureza, impacincia, severidade, ento admitirei a vossahesitao em recorrer a ela. Porm, no ; Maria abre a todos os braosde misericrdia, a fim de que todos gozem de suas graas: os escravos

    recebendo a liberdade, os enfermos a sade, os aflitos a consolao,os pecadores o perdo, os justos a graa, os anjos a alegria... Vamos,portanto, sua presena, prostremo-nos a seus ps e, prendendo-afortemente, no a deixemos ir sem que nos tenha lanado a suabno.

    EXEMPLO

    Converso devida a N. Sra. das Vitrias

    Um bom homem, por influncia de uma leitura m, deixara os

    costumes cristos, ao ponto de, estando gravemente enfermo, noquerer ouvir falar de sacramentos. Deixou at de receber o seu dignoCura que vinha visit-lo, s porque este, vendo-o em perigo, lhe falavaem confisso. Desesperando de faz-lo voltar a melhores sentimentoss com os seus rogos, a filha, moa piedosa, resolveu recomend-lo soraes da Arquiconfraria de N. S. das Vitrias. Foi bastante; poucosdias depois, no dia da Imaculada Conceio, o Cura veio visitar oenfermo ; e este, no s o acolheu, mas, em presena de todas asvisitas que ento a se achavam, pediu-lhe espontaneamente queviesse confess-lo no dia seguinte. Assim recebeu todos ossacramentos, rogando mesmo aos vizinhos, que conheciam suas idias

    anti-religiosas, viessem assistir cerimnia do Sagrado Vitico, paraserem testemunhas da reparao, como o haviam sido do escndaloque ele tinha dado.

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    Maio Ms de Maria Santssima

    8.0 DIA

    Maria advogada que me defende

    Para defender a quem acusado e sabe-se que culpado, preciso coragem, amor, e influncia.

    E preciso coragem para falar perante o juiz, mormente quando

    foi ele mesmo o ofendido, coragem para falar diante dos acusadoresque tm um interesse imenso em fazer condenar o culpado e quearticulam contra ele fatos esmagadores.

    E preciso amor por esse pobre culpado que nada tem queoferecer a quem o defende, seno seu reconhecimento.

    preciso influncia sobre o juiz que tem de pronunciar asentena, para comov-lo e inclin-lo ao perdo.

    Maria, a quem os Santos chamam advogada dosdesesperados, como sinto renascer a vida em minha alma, vendo-vosFilho, o juiz a quem ofendi, e vos ouo murmurar a palavra perdo.

    Bem sabeis que vosso Filho no vos repelir. Ele vos deve muito

    e muito vos ama, para vos contristar. Maria, bem sei que no podeis me justificar, mas podeis pedirperdo: podeis, sobretudo, prometer que serei mais submisso, maisvigilante.

    Sim; prometei a Deus que velarei sobre as minhas vistas e sobreo meu corao; prometei que deixarei as ocasies que me levaram aopecado; Prometei que hei de executar corajosamente todos ospreceitos da Igreja.

    Oh! como essas promessas sinceras me aliviam o corao!

    EXEMPLO

    Uma converso em Maio

    Conta a Semana Religiosa de Gnova: Em maio de 1888 morria,em Roma, um menino de seis anos de idade, filho de pais casados scivilmente. O pai era- military graduado. Ouviu a me uma vez opequeno enfermo recitando, com muita devoo, a Ave Maria, e como,

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    Maio Ms de Maria Santssima

    embora nessa ligao ilcita, no houvesse perdido a f, lhedisse: Filhinho, pede a Maria Santssima que te cure. O filho

    lhe respondeu em pranto: No, a Madona no me h de curar, porque

    vs e o pap viveis mal. E morreu. Causou isto uma impresso tal emambos os progenitores, que logo se apressaram a ir confessar-se naigreja de Gesu, e realizaram, em seguida, o seu casamento religioso nafreguesia.

    A oraco dos inocentes Me de Deus socorre e salva os paistransviados.

    9 DIA

    Maria o apoio que constitui minha fora

    Um apoio material o que sustenta aquele que est vacilante. o que ajuda a se levantaro que teve a desgraa de cair. o que ajuda a caminhar com segurana e previne novas

    quedas.

    No era isso o que por mim fazia minha me, quando eracriana?Sustentava meu andar mal seguro, guiava-me em todos os

    passos que eu dava.E vs, Maria, no foi isso que fizestes tantas vezes minha

    alma? Quantos pecados teria eu cometido, se no me tivsseisdesviado da ocasio que se apresentava Quanto tempo eu teria ficadono pecado, se no me houvsseis conduzido por vossas inspiraes, aotribunal da penitncia!

    E quando eu considero as faltas que tenho cometido, no tenhode confessar que as devo ter deixado voluntariamente, ao arrimo que

    ofereceis minha fraqueza?A orao da manh, um arrimo para o dia.O Lembrai-vos, recitado antes do sono, um arrimo para as

    horas da noite.A visita ao Santssimo Sacramento, um arrimo contra as

    tentaes do demnio.O tero, um arrimo contra as ocasies do mal.

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Maria! vou tornar s minhas prticas deprincipio; ajudai-me a ser fiel.

    EXEMPLO

    Frutos consoladores do Memorare

    Dois moos tinham sido educados num estabelecimentoreligioso, onde aprenderam a recitar todos os dias esta orao.Seguiram carreiras diferentes. Alguns anos mais tarde, se encontraramna mesma cidade, um feito oficia], outro, ainda estudante de medicina.Este, infelizmente, fora arrastado por maus companheiros, eabandonara de todo a religio; o oficial no a praticava, mas haviaconservado a f e a devoo a SS. Virgem e no falhava um s dia

    recitao de seu Lembrai-vos. O estudante adoeceu gravemente.Seu amigo, que o visitava a mido, aconselhou-o a receber ossacramentos: ele porm recusava, e repetia que, no crendo mais emnada, isso lhe era intil. Entretanto, o perigo aumentava; o oficial,angustiado com a recusa, corre igreja, lana-se de joelhos ante oaltar da SS. Virgem, e recita com fervor o Memorare. Sentiu-setocado pela graa e prometeu sua Me celeste ir-se confessar o maisbreve possvel, o que h muito no fazia.

    De corao aliviado e cheio de confiana, volta para junto do seucaro enfermo e, qual no sua surpresa, vendo-o inteiramente

    mudado H pouco, disse o pobre doente, me veio lembrana, comoceleste inspirao, o Memorare. que outrora gostvamos de recitar;pude repeti-lo, e com isso abrasar a minha alma nas flamas da graa.Traze-me depressa um padre. O oficial, comovido, contou-lhe o quefizera, e se apressou a procurar o homem de Deus. O enfermo recebeuos ltimos sacramentos com profunda piedade, viveu ainda alguns diasnas mais santas disposies, e, rezando sempre o Memorare,adormeceu pacificamente no Senhor.

    10 DIA

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Maria pode conduzir-me ao cu

    Quero durante alguns dias deter-me em pensamentos ainda maisconsoladores.I.Ela foi a criatura mais fiel e mais dedicada ao Senhor, e amou-o

    mais, ela s, do que todas juntas. S a Virgem Maria cumpriuperfeitamente o preceito do amor, amando a Deus de todo seucorao, de toda sua alma, e com todas as suas toras, amando aDeus tanto quanto uma criatura pode am-lo; e, em retribuio, ela foiamada por Deus com todo o poder do amor divino, porque Deus nuncase deixa vencer em generosidade. Ora, se Deus ama assim a Maria,pode recusar-lhe alguma coisa?

    Um dia, Santa Brgida ouviu Jesus Cristo dizer a sua Me:

    Minha Me, sabeis quanto vos amo, pedi-me, pois, o quequiserdes, e, qualquer que seja vosso pedido ser satisfeito; poisdesde que nada me recusastes quando eu estava na terra, justoque nada vos recuse agora que estais comigo no cu. justo quepalavra de consolao! diz S. Ligrio.

    Maria, pode levar-me ao cu, porque:II. Ela a Me de Jesus Cristo, Senhor do Cu. As splicas de

    Maria, diz Sto. Antnio, sendo splicas de ua me, tm a fora de umaordem para Jesus Cristo e, portanto, impossvel que no sejamatendidas.

    Maria, quando pede por ns, diz ainda S. Pedro Damio, de certo

    modo manda; seu pedido no o de uma serva, mas o de umasoberana.

    O que Deus pode por sua natureza, dizem todos os Santos,Maria, Me de Deus, o pode por seus rogos. Ela recebe da piedadecrist um titulo que no pode ser dado a mais ningum: a onipotnciasuplicante.

    Oh! tenho pois toda a razo de pensar e dizer, para me consolar,fortificar e animar:

    Maria pode me levar ao cu.

    EXEMPLO

    Os ramalhetes a Maria

    Ua me de famlia de Nancy conta: Eu tinha um esposo bom, afetuoso, irrepreensvel na vida

    particular e pblica, mas descuidado e arredio prtica da religio.Durante o ms de Maio que precedeu sua morte, eu armara, como

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    Maio Ms de Maria Santssima

    costumava fazer todo o ano, uni pequeno altar, em meuaposento, Santssima Virgem e ornava-o de flores,

    renovadas de vez em quando. Todos os domingos meu marido ia

    passar fora da cidade; e, de cada vez, ao voltar, me oferecia umramalhete que ele mesmo colhera, e eu com essas flores ornava o meuoratrio. Nos primeiros dias do ms seguinte, foi subitamentefulminado pela morte, sem tempo de receber os socorros da religio.Fiquei inconsolvel; minha sade se alterou seriamente, e a famliaobrigou-me a partir para o sul. Passando em Lio, quis ver o santo CuradArs, que ainda vivia. Escrevi-lhe para solicitar uma audincia erecomendar s suas oraes meu marido, que morrera de repente. Nolhe dei outros pormenores. Apenas entrara na sala em que ele recebiaas visitas, o santo Cura me disse: Senhora, estais consternada, masno vos lembrais ento dos ramalhetes de cada domingo do ms de

    Maio? Ser-me-ia impossvel dizer qual foi o meu pasmo, ouvindo oPadre Vianney lembrar uma circunstncia de que eu no tinha falado aningum, que s podia conhecer por uma revelao. Acrescentou:Deus teve piedade daquele que honrou sua santa Me; no instante damorte, vosso esposo pde arrepender-se; sua alma est no purgatrio;nossas boas obras no o deixaro ficar l.

    11 DIA

    Maria quer levar-me ao cu

    J vi que a Virgem Maria me tem amor, e um amor maior, diz umSanto, do que todos os Anjos e Santos juntos.

    Se Maria me tem esse amor, certo, portanto, que Ela quer melevar ao cu.

    De que me serviria seu amor na terra, se mais tarde ela meabandonasse? Amar no dar a algum tudo o que lhe de maiorutilidade, quando isso est no poder de quem ama? Ora, que que euposso desejar mais do que o cu?!

    Maria, no vos peo nem as riquezas, nem a glria, nem ostriunfos mundanos; quero o cu, o cu por toda a eternidade!

    Um pensamento vem ainda corroborar minha esperana: Maria,

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    Maio Ms de Maria Santssima

    pela lei do reconhecimento, de alguma sorte obrigada asalvar-nos, diz S. Afonso.

    De fato, o que Ela possui, no o possui por nosso beneficio ?

    No foi por nossa causa dos pecadores mesmo que foiescolhida entre todas as mulheres para ser a Me de Deus?Se Deus no nos houvesse amado ao ponto de se querer fazer

    homem para nos salvar, Maria seria como , Me de Deus? Teria asgraas que recebeu? Gozaria dos eminentes privilgios de que goza?Maria, que sabe tudo isso, poderia deixar de nos amar ternamente ede se empregar, com todo poder que lhe d seu ttulo de Me de Deus,em favor dos que se lhe recomendam? Poderia permitir que um sdaqueles que a invocam, se perca eternamente?

    Por isso tenho prazer em repetir:Maria quer levar-me ao cu.

    EXEMPLO

    Converso de um maon

    Com o chapu enterrado na cabea, o cigarro boca, umdelegado da loja manica de Dax, em posio arrogante, parara paraver passar, em Lourdes, a peregrinao de Viviers, em 1889. Derepente, se opera em seu esprito uma revoluo. A majestade doespetculo abate-o, o acento de f e de piedade daquela imensamultido, que atravessa as ruas cantando as glrias e o poder de Maria

    Santssima, para ele uma revelao vitoriosa do seu dio e dospreconceitos de seita. Enfim, a graa de Deus o subjuga. No resistemais, lana fora o cigarro, descobre-se respeitoso, e logo pedeconfisso. No dia seguinte, o Bispo de Viviers tinha nas mos a suaretratao, na qual declarava ter ido a Lourdes, no espontaneamente,mas delegado compreende-se para que fim pelos maons de Dax.

    12.DIA

    Maria me levar ao cu

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    Maio Ms de Maria Santssima

    zelosa serva de Maria caiu em agonia, foi favorecida comuma assinalada graa. Viram-na, de repente, como em

    xtase e, arrebatada ao cu, exclamar: meu Jesus! eternidade!

    santa Me de Deus! minha boa Me! Tornando a si, muito comovida,disse aos assistentes : Oh que favor! eu no o mereci! Vi Nosso Senhora me chamar, enchendo-me de alegria indizvel o corao. Estava aolado sua bendita Me que mostrou-lhe todos os teros que rezeidurante minha vida, que me valero uma bela coroa eterna. Morreupouco depois, e sua morte edificante foi o que deve ser a dospredestinados.

    13 DIA

    Maria me levar ao cu

    III. Sim, Maria me levar ao cu, porque no s hei de am-la einvoc-la, mas hei de servi-la, fielmente, todos os dias de minha vida.Um servo em toda a extenso da palavra, aquele que, mediante uma

    recompensa, pe disposio de outro, para empreg-las a seuservio, suas faculdades, suas foras, seu tempo, tudo de que ele podedispor, sem violar a lei de Deus.

    Pois bem, esse estado de servido que eu quero impor a mimmesmo em relao Virgem Maria.

    Conheo sua santidade: ela no me ordenar o que no sejasempre conforme a lei de Jesus e no tenha por fim tornar-me santo eme conduzir ao cu.

    Conheo sua justia: ela no me ordenar o que no seja til eproporcionado s minhas foras; o que possa impedir-me dedesempenhar as obrigaes que me so impostas por minha famlia,

    por minha posio social, pelos deveres do meu estado.Conheo sua bondade: no ordenar nada sem me alcanar umagraa que me d a felicidade do que ela exige; durante meu trabalhome animar, me aconselhar, me fortificar; e depois de meu trabalho,me h de dar sempre uma recompensa.

    Conheo sua misericrdia: ela me perdoar o trabalho que euhouvesse, feito mal, me ajudar a repar-lo, e sobretudo me h de

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    Maio Ms de Maria Santssima

    poupar, quando me vir submisso e arrependido, aindamerecendo castigo.

    Oh eis-me, pois, a vosso servio, Maria, minha Soberana,

    minha Me. Eu me ofereo todo a vs, e, para vos provar minhadedicao, consagro-vos hoje meus olhos, meus ouvidos, minha boca,meu corao, toda minha pessoa. Desde que vos perteno, minhaboa Me, guardai-me, defendei-me [e usai-me) como vosso bem evossa propriedade.

    EXEMPLO

    Milagre de Nossa Senhora de Lourdes

    Filomena X... era uma pobre orfzinha, que parecia votada ao

    sofrimento. Na idade de trs anos, foi atacada de uma paralisia. A moe o brao direito ficaram fracos e quase inteis. Apesar disso,crescendo, ganhava penosamente a vida a servio de um moleiro,quando foi vtima de um horrvel desastre. A roda do moinho a pegoupelo vestido, e a infeliz, no podendo desprender-se, foi arrastada nomovimento da rotao, contundindo a cabea e indo violentamente deencontro parede. Levantaram-na moribunda. Desde ento Filomenas pde andar com auxlio de muletas. Suas enfermidades seagravaram ainda com uma queda, que lhe partiu uma perna. Acaridade, que tanto fizera por ela, deu-lhe recursos para ir a Lourdes.Se esta voltar sem as muletas, diziam muitos, acreditaremos nos

    milagres de Lourdes: Ela voltou, deixou as muletas na Gruta, a estcaminhando. Como foste curada, Filomena? No sei; ao sair dapiscina, me senti forte; vesti-me e tomei a porta. Sem muletas e semauxlio? A Santa Virgem arranjou tudo. Que orao lhe fizeste?Oh! no sabendo bonitas oraes, eu lhe dizia: Santa Virgem, curai-me, se de vossa santa vontade; guardai as minhas muletas; j ascarreguei muito tempo.

    14 DIA

    Maria o modelo que desejo imitar

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Maria, permiti a uma alma da qual sois o refgio, oapoio, a protetora, a me, e que compreende quanto a amais e vos

    quer amar de todo o corao; permiti que vos olhe com a afeio deum filho que est em presena de sua me e que lhe estuda aspalavras, os sentimentos, as resolues, e em tudo quer assemelhar-se-lhe.

    Parecer-se com algum tomar, tanto quanto possvel, o seutom, suas maneiras, todo seu exterior.

    Parecer-se com algum , principalmente, querer o que essealgum quer; amar, o que ama; no ter outros gostos seno os seus;outros desejos seno os que nutre aquele corao; outros amigosseno aqueles a quem ele deu sua afeio.

    O Maria, isso que desejo fazer durante este ms. Quero-o,

    porque vos amo, porque desejo ser amado por vs, e porque sei que oamor no pode durar seno entre dois coraes que se assemelhamaos que procuram assemelhar-se.

    Quero-o porque sei que no hei de agradar a Deus, senoquando Ele encontrar em mim algumas das virtudes que fizeram devs a criatura mais santa, mais perfeita, mais amada por Ele.

    Quero-o, porque sou vosso, vosso filho, qualquer que seja minhaidade, somos todos vossos filhos, desde o Calvrio. Vosso servo,obrigado, a ttulo de justia e reconhecimento, a dar-vos a vida quepossuo e que Deus ma conservou at agora, talvez a vossos rogos.

    Renovo minha promessa de ser assduo em todos os exerccios

    deste ms e de ser dcil a todas as lies que me derdes.

    EXEMPLO

    A mestra de um general

    Perguntaram um dia a um velho general francs como, tendopassado sempre a vida em campanhas e exerccios militares, ele sefizera to devoto, que comungava frequentemente. O que maiscurioso, respondeu o bravo soldado, que me converti antes mesmode ouvir a palavra de qualquer padre ou de pr os ps numa igreja.

    Deus me deu uma esposa piedosa de quem eu respeitava a f sempartilh-la. Desde moa ela fazia parte de todas as congregaes desua freguesia, e assinatura de seu nome acrescentava Filha deMaria. Nunca sua timidez lhe permitiu dizer-me palavra sobre Deus;mas, eu lia-lhe no rosto o pensamento. Quando orava, minha vista,cada manh e cada noite, com as feies iluminadas pela f e peloamor; quando voltava da igreja, onde comungara com uma calma,

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    Maio Ms de Maria Santssima

    uma doura, uma pacincia que tinha um que da serenidadedo cu; era um anjo. Quando me prodigalizava os seus

    cuidados, e pensava as minhas feridas, era uma irm de Caridade. De

    repente, senti tambm o desejo de amar ao Deus, que a minha mulheramava tanto, e que lhe inspirava as doces virtudes que constituam oencanto de minha vida, e a dedicao de que meus dias de velhicetinham necessidade. Um dia, eu, que alis ainda no tinha f, eu, tocontrrio s prticas da religio, to afastado dos sacramentos, lhedisse: Leva-me a teu confessor! Pelo ministrio desse homem de Deuse pela graa divina, me tornei o que hoje sou, felizmente.

    15 DIA

    Maria meu modelo

    Maria e a orao

    A orao de Maria era contnua. A orao no s a palavra de

    louvor, de agradecimento ou de amor dirigida a Deus; tambm, eainda mais, essa relao habitual entre a alma e Deus. Nadarepresenta melhor do que a vida da criana unida a sua me; secaminha, presa a seus vestidos; se brinda, volvendo-lhe a cadainstante o olhar; se repousa, em seus braos, ou perto do leito emque a me repousa.

    Eis Maria e Deus.A orao de Maria era simples, quando lhe vinha aos lbios.

    Simples nas palavras e nos sentimentos. Maria adorava, e o dizia;sentia-se agradecida, e o dizia como lhe passava nalma.

    Oh! no sejamos afetados para com o nosso bom Deus! Simples

    no exterior, Maria orava com muito respeito e modstia, mas no selhe notava nada de exagerado, nada de rgido, nada de singular; acalma de sua fisionomia, a serenidade do olhar, a mansido do todofaziam dizer a quem a via: Fala com Deus.

    A orao de Maria era regular. Maria havia determinado suashoras de colquio particular com Deus e, chegada uma dessas horas,deixava toda ocupao que no lhe vinha da caridade ou dever, e dizia

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Maria e sua famlia

    Maria compreendia o dever dos filhos para com seus pais.

    Separada dos seus desde tenra idade, guardava sempre no corao alembrana da afeio que lhe tinham e a Imagem de seus traos. No,Deus no quer nunca o esquecimento!

    Maria respeitava a seus pais. Oh! quem dir que sentimento devenerao lhes demonstrava nos dias felizes em que iam v-la notempo! Como escutava suas palavras, como mostrava apreo a tudoque eles diziam, como era obediente a todos os seus desejos!

    Maria amava seus pais com esse amor de ternura que fazpalpitar o corao junto daqueles a quem se ama; com esse amor decomplacncia que faz partilhar de todas as suas mgoas, de todas assuas alegrias, e que s procura adivinhar o que lhes pode ser

    agradvel; com esse amor de compaixo que procura animar,fortalecer, consolar; com esse amor sobrenatural que faz orar por ele,que vai ate a dar-lhes, discreta e suavemente, conselhos para a suasantidade.

    Oh! enquanto gozar adita de possuir meus pais, Maria, quero sercomo vs, respeitoso e amante para com eles; e se a morte nos levar,quero sempre rogar por seu descanso eterno.

    Pais muito amados, a quem muitas vezes penalizei, perdoai-me!Agora, se o puder, por minha docilidade aos vossos desejos, por minhasubmisso s vossas ordens, por minhas oraes, ao menos, imitarei aSanta Virgem nas relaes em que viveu com sua abenoada famlia.

    EXEMPLO

    Poder de uma filha de Maria

    Na manh de 7 de dezembro de 1888, ltimo dia da novena comque as Filhas de Maria se preparam para a festa da ImaculadaConceio, o pregador discorria sobre o que uma jovem pode fazercom a exortao e o exemplo, e encerrou o discurso contando o casode uma menina de 7 anos, de Lio que, ouvindo um missionrio dizerque quem beijasse trs vezes a medalha milagrosa, e trs vezes

    recitasse a jaculatria Maria concebida sem pecado, rogai por nsque recorremos a vos, com certeza se converteria, pensou logo emexperiment-lo com o pai que era livre pensador. Chegando a casacom doce astcia o fez ler trs vezes a jaculatria que estava gravadano verso da medalha e lha fez beijar trs vezes: e depois insistiu, queele, comovido pelos rogos da filha, cedeu e voltou ao grmio da Igreja.

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    Maio Ms de Maria Santssima

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    Maria meu modelo

    Maria e seus superiores

    Maria sentia-se feliz em depender sempre de algum. Quando,

    mais tarde, ouviu da boca de Jesus Cristo essas palavras: No vim paraser servido, mas para servir, reconheceu um sentimento que haviasempre alimentado em Seu corao.

    Este sentimento de dependncia amada talvez o que maisseguramente indica a santidade: h tanto orgulho em todos ns!Quando menina, Maria teve superiores no Templo; mais tarde, elasubordinou-se ao mando de S. Jos; ainda mais tarde, quando JesusCristo subiu ao cu constituiu-se na dependncia de S. Joo a quemvinha respeitosamente pedir a santa Comunho.

    Em todos os seus superiores, a Virgem Maria via a Deus que lheshavia comunicado sua autoridade e era a vontade divina que ela

    executava, cumprindo suas ordens.No tinha visto Jesus submisso em tudo e sempre ao que eladeterminava?

    Como essa recordao lhe havia de encher alma de um afetoimenso pela obedincia! minha Me, trazei-me muitas vezes mente a lembrana da obedincia de Jesus e a vossa. No me deixeisnunca na independncia absoluta. Oh! dai-me, principalmente para asdecises da Santa Igreja e as palavras do Sumo Pontfice, uma talsubmisso de esprito e de corao, que no me permita nunca hesitarnem discutir, mas a todo ensino e faa dizer firmemente: Aceito ecreio!

    EXEMPLO

    Milagre da SS. Virgem a um estudante

    Joo Nicolau Beauregard era piedoso como um anjo, e trabalhavacom todas as foras; mas, apesar de uma aplicao admirvel, era

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    Maio Ms de Maria Santssima

    sempre o ltimo da classe de modo que, no fim do anoescolar, o Reitor do Colgio dos Jesutas em Metz, julgando-o

    destitudo de vocao para os estudos, aconselhou ao pai faz-lo

    aprender um ofcio mecnico e deixar a carreira das letras. Esforosextraordinrios, durante as frias, abrem-lhe ainda uma vez a entradano curso a ttulo de experincia. Foi em vo, e, no fim do trimestre,continuava a ser o ltimo. Devia fazer sua ltima composio decisiva.A piedosa me o levou o levou presena de uma imagem milagrosada Virgem, na igreja dos Celestinos. Oraram com fervor e ouvirammissa. Cheio de confiana volta para o Colgio, faz a composio e logo o primeiro. Maria renovava com ele o que havia feito com ogrande telogo de Granada, Francisco Suarez, com o grande oradorportugus Antnio Vieira, e outros. Joo Nicolau Beauregard, o rudeestudante sempre atrasado, pde seguir a carreira eclesistica, e

    chegou a ser um dos oradores mais clebres da Frana.

    18 DIA

    Maria meu modeloMaria e a vontade divina

    No um reflexo do Corao de Maria este quadro do corao deS. Francisco de Sales? Amava igualmente o doce e o amargo, orepouso e a fadiga, a vida e a morte, e nunca preferiu uma coisa aoutra, a menos que a Eterna Majestade lhe houvesse feito conhecer oseu querer, porque ento ele se determinava incontinente.

    E tudo isso se passava nela em paz, sem rplica, semcontradio, sem sim, sem no, sem talvez nem mas.

    As guas de Silo, dizem as Sagradas Escrituras, corriam emsilncio, isto , deslizavam to imperceptivelmente, que mal se teriapodido notar a mais pequena agitao; da mesma sorte, suaconformidade com a vontade divina, se fazia to admiravelmente, queno se teria podido distinguir nunca o mais ligeiro rudo, a menorondulao do corao.

    Eis bem o vosso Corao, Maria, tal qual eu o imagino; sempre

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    Maio Ms de Maria Santssima

    calmo, sempre benigno, sempre feliz, elevando-se para ocu, obedecendo ao influxo da vontade divina.

    O que vos acontecia, vs o aceitveis em paz, porque sabeis que

    tudo vem de Deus.Vs o aceitveis com alegria, porque sabeis que, aceitando-o,Deus se alegrava.

    Deus vos havia revelado, por certo, aquela orao toconfortadora que saiu mais tarde, dos lbios de Jesus: Seja feita vossavontade, assim na terra como no cu.

    minha Me, dai-me amor vontade divina. Deixando agir aProvidncia, sempre to boa, no serei eu mais feliz?

    EXEMPLO

    Proteo da SS. Virgem

    Nos dias da revoluo francesa, vivia em Estrasburgo, asilado emcasa de uma famlia piedosa, o Padre Colmar, que foi depois Bispo deMayena e que ento estava denunciado perante o governo. Umanoite, depois de seus trabalhos apostlicos, se achava eletranqilamente sentado mesa com a famlia. De repente, abre-se aporta: um comissrio de Polcia precipita-se na sala e exclama:Cidado, entregue-me o Padre Colmar; sei que ele est escondido emvossa casa. O pai de famlia, perturbado a princpio, levanta-se e dizcalmo: se o encontrardes, levai-o. Depois de ter examinado todos os

    cantos, da adega at o celeiro, no o achando, o comissrio partiu comseus agentes, muito desapontado. Durante essa hora de angstia, oPadre Colmar ficou mesa, calado, com a me de famlia e osmeninos, encomendando-se proteo divina. Partindo a polcia, comotodos se admirassem de que os homens no tivessem reparado noPadre, que estava ali bem vista, a mais moa das meninas exclamou:Oh! eles no puderam ver o sr. Padre, porque uma bela Dama veioestender sobre ele um grande vu branco. Assim operara a SS. Virgemum verdadeiro milagre em favor de seu servo. Tal a admirvelproteo que Maria se compraz em conceder ao zelo apostlico dosacerdote, quando ajudado pela fervorosa orao dos fiis.

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    Maio Ms de Maria Santssima

    19 DIA

    Maria e a Santa Comunho

    Maria comungava todos os dias, desde que os apstolos haviamcomeado a celebrar a santa Missa.

    A alma de Maria era sempre o tabernculo vivo de Jesus Cristo.Este atuava continuamente nessa alma e, de dia em dia, maisconformava sua vontade com a vontade divina, de modo que Mariapensava o que pensava Jesus, e queria o que Ele queria.

    Alm disso, ela reproduzia em sua vida as virtudes que JesusCristo, em seu estado glorioso, no podia mais, atualmente, praticar.

    Ao estado de humilhao e Jesus no Sacramento, Maria

    correspondia com atos de humildade; ao estado de vtima que Jesusapresentava, respondia a Virgem com o sofrimento pessoal.Para honrar a vida oculta de Jesus Maria se aniquilava e tendia a

    se tomar uma simples aparncia humana, da qual todo o ser sehouvesse transformado em .Jesus Cristo.

    Ela pobre como Jesus no Sacramento, mais pobre ainda, porquepode experimentar as privaes reais da indigncia. Como Jesus Cristo,obedece e imita sua obedincia sacramental, submetendo-se ao ltimodos ministros da Igreja.

    Maria, ajudai-me a passar como vs uma vida eucarstica. Quemeus dias de Comunho sejam dias de orao, dias de trabalho unido

    a Jesus. H de ser sempre por vs e convosco que eu me aproximareida santa Mesa. Eu vos invocarei sempre antes e depois de minhaComunho.

    EXEMPLO

    Um ministro protestante e a santaCasa de Loreto

    O Padre Afonso Ratisbona, o clebre judeu a quem NossaSenhora apareceu e converteu numa igreja de Roma, conta o seguinte:

    O reverendo pastor..., doutor anglicano, tomara a peitosurpreender a Igreja catlica em algum erro flagrante, assim provar asua falsidade. Achou que o milagre da trasladao da casa de Nazardo Oriente para o Ocidente era uma fbula, e que a Igreja, autorizandoum ofcio em memria desse milagre, autorizara um absurdo e, porconseguinte, no era assistida pelo Esprito Santo. A fim de demonstr-lo, parte o ilustre professor da Universidade de Oxford para Nazar,

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    Maio Ms de Maria Santssima

    com um armazm de instrumentos e ingredientes qumicos.Chegando ao Santurio da Encarnao, entrega-se a mil e

    mil investigaes cientficas: por dentro e por fora, em redor, de cima

    para baixo, de baixo para cima, olha, mede tudo, com uma incrvelmincia, tudo que ainda resta da habitao da Sagrada Famlia; e porfim, terminado estes trabalhos, paciente, embarca para a Itlia e vaidiretamente a Nossa Senhora de Loreto. L recomea as mesmasoperaes; compara os resultados com os obtidos na Galileia; depois,apercebendo-se de que faltam ainda algumas indicaes, volta aNazar, e torna a ir a Loreto efetuar a contraprova. Mas, a medida queesta elaborao prossegue, seus preconceitos odiosos mudam-se emconfuso, sua confuso em contrio, e sua contrio em converso.Volta pela terceira vez a Nazar, no mais como qumico, nem comosbio, no mais como protestante, nem como professor de Oxford, mas

    como catlico profundamente vencido pela graa de Deus . Tomou-sesacerdote catlico.

    20 DIA

    Maria meu modelo

    Maria e as provaes

    Maria, deixai-me, durante alguns dias estudar vossa vida emseus primeiros anos. No reis ainda sustentada pela presena ou pelarecordao de Jesus; pareceis ento humanamente mais fraca, e aslies que me destes, por isso, me ho de comover mais e meparecero mais fceis de segui-las.

    Maria, vossa infncia teve esses dias de tristeza e de tdio que

    pesam sobre meu corao e, algumas vezes, me fazem a existnciato penosa? Teve esses dias de sofrimentos que me deixam quasesempre debulhado em lgrimas? Teve, finalmente, esses dias decontrariedade que me pem inquieto?

    Sim, meu filho, exceto os males que so a punio de umpecado atual ou a conseqncia das paixes que residem na alma, dasquais, minha Imaculada Conceio me isentara, experimentei, como

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    Maio Ms de Maria Santssima

    tu, dissabores, contrariedades, decepes.Sofri como tu, e no quero sair da minha vida infantil,

    nem recordar meus sofrimentos do calvrio, para os quais tive

    necessidade de uma graa toda particular; meus sofrimentos foram osmesmos pelos quais todas as almas a quem Deus quer mais do que soutras. No, eu no fui poupada; o sofrimento no o po cotidiano detodos? e um dia sem sofrimento no um dia sem mrito?

    Mas, meu filho, nas horas de tdio eu me chegava mais a Deus,orava com maior fervor, esperava com mais pacincia.

    As nuvens do corao passam como as nuvens do firmamento.Nos dias em que meu corao era combatido por uma

    humilhao, por uma palavra pouco amvel, com maior ardor eutrabalhava, e orava com mais piedade.

    A orao, o trabalho, deixam sempre o sorriso e a paz.

    EXEMPLO

    Um devoto do Rosrio trs vezesescapa forca

    Brenm, em Babiscconde (Inglaterra), incendiava-se a casa demiss Keyes. Extinto o fogo, foi encontrado o corpo da infeliz senhoracrivado de golpes, o que provava ter sido o incndio proposital, paraesconder um homicdio e um furto. Acusado desses crimes, foi presoum certo Lee, que miss Keyes tomara a seu servio pouco antes.

    Levado a priso, achou-se em seu poder uma faquinha e um rosrio.Pediu Lee que no lho tirassem porque costumava rezar a coroa todosos dias. Comparecendo ante o jri, declarou ser inocente, mas no foicrido. Os jurados o consideraram criminoso, e condenaram-no a morte.A 25 de fevereiro de 1885 Lee subiu fora. No momento em quedeveria morrer, o lao partiu-se; o condenado foi reconduzido aocrcere. Uma semana depois, Lee foi novamente levado ao patbulo;novo embarao, o aparelho no funcionava, o infeliz voltou s gals.Sobe a terceira vez ao patbulo, terceira vez recebeu as ltimasbnos do capelo e ainda terceira vez a execuo no se efetua.Informado de todo o ocorrido, o sub-secretrio dos negcios do interior

    obteve da rainha a comutao da sentena. Pois bem; o msero erarealmente inocente, e fora condenado por erro judicirio. Em abril de1889, um indivduo de Babicconde, s portas da morte, declarava tersido o autor do crime.

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    Maio Ms de Maria Santssima

    21 DIA

    Maria meu modelo

    Maria e as contradies

    Maria, eu muitas vezes repeli a idia de que pudesse haver

    entre vossas companheiras de infncia, mais tarde, entre as pessoasque conviviam convosco quem no vos amasse. Era possvel odiar-vossendo vos to boa? To dedicada como reis, de que censurar-vos?

    meu filho, Jesus era mais meigo, mais dedicado, maisgeneroso do que eu, e teve inimigos e contraditores; eu tive tambmos meus.

    No que fossem ms as pessoas que no me queriam, mas queo carter delas, oposto ao meu, lhes fazia experimentar para comigouma indisposio, da qual no se apercebiam, e que as forava aserem pouco atenciosas comigo.

    E que, talvez interpretando mal a bondade de Deus com sua

    serva e no vendo as provaes por que Deus me fazia passar,julgavam-se menos felizes ou at esquecidas, e suas mgoas semanifestavam em exploses de mau humor.

    Eram mais infelizes do que ms, e eu orava muito por elas.Meu filho, se tiveres que sofrer de algum que no te estime, no

    lhe queiras mal, pede por ele e nunca lhe recuses os servios quepuderes prestar.

    EXEMPLO

    A medalha da SS. Virgem num duelo

    Paulo Cassagnac, membro do parlamento francs, em 1889,referiu em jornais de Paris o seguinte:

    Rochefort tinha insultado, num artigo, a memria de MariaAntonieta, eu a defendi; veio da um duelo. Depois de uma tentativa deencontro, frustrada na Blgica pela gendarmeria, nos vimos frente afrente nas vizinhanas de Paris, junto a 5. Diniz. Era 1.0 de janeiro, e

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    Maio Ms de Maria Santssima

    tnhamos neve at o joelho. Rochefort propusera, feroz, queatirssemos seis vezes... Ao primeiro tiro errou o alvo; eu fiz

    fogo um instante depois e Rochefort caiu. Julguei-o morto, porque a

    bala atingiu o ponto que eu alvejara, batendo certeira e em cheio nailharga. Cercaram-no. Com surpresa verificou o mdico que, em vez deatravess-la de um lado a outro, como devia acontecer, a bala fizerauma simples contuso. O projtil se tinha desviado! Sobre qu? Omdico procurou e, cada vez mais surpreendido, nos mostrou umamedalha da Virgem que mo amiga tinha cosido no cs das calas...Sem aquela medalha milagrosa Rochefort teria sido fulminado.

    A f e os rogos de uma orao devota salvaram a vida de ummpio e pouparam aos duelistas um crime e viu-se, mais uma vez, deque pequeninas coisas se serve Deus para mostrar o seu poder eglorificar a SS. Virgem.

    22 DIA

    Maria meu modelo

    Maria e os maus

    Meu filho eu te falei, ontem, das pessoas que no me queriampor antipatia de carter e que me faziam sofrer essas pequenascontrariedades to comuns na vida de todos os dias. Havia, porm,outras mais para lastimar do que essas: eram as que, escutando odemnio, queriam ver em meus atos, em minhas palavras, intenesque eu no tinha.

    Afastavam-se de mim; faltavam mal de mim... Oh! quanto eusofria por v-las assim! Entretanto, suportava-as com pacincia; nunca

    deixei escapar uma queixa que desse a conhecer suas aes, falavabem de todos e suavizava-lhes a vida o mais que podia.Filho, procede deste modo. Se o bom Deus te mandar essa

    provao: fala bem dos que no te estimam, abona-os quandopuderes; e mais meritrio isto do que realizar um feito brilhante.

    Depois, quem sabe se com tua bondade, tua mansido, tuapacincia no acalmars as perturbaes de seu corao e no os

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    Maio Ms de Maria Santssima

    reconduzirs a Deus?Filho compreendes que humildade, que abnegao,

    que esquecimento de ti mesmo te seriam necessrios? Pede-me essas

    virtudes!

    EXEMPLO

    Um blasfemador de Maria

    Em marcha para o campo de manobras, em Chateauneuf, algunsmobilizados travaram uma conversao mpia e libertina; ao quereplicava um soldado, conhecido na companhia por sua piedadesincera e sua palavra independente de respeito humano.

    Um deles lana uma horrvel blasfmia contra a pureza virginal

    de Maria. Ah! que disseste! replicou logo o camarada fiel... Hs de tearrepender disto um dia!...s onze horas, depois do almoo, trs daqueles moos entraram

    num barquinho de pesca para darem um passeio no rio. Sobem acorrente, e logo se acham na altura da represa. No vos aproximeis! aolargo! imprudentes; estais perdidos! Exclama o velho guarda. De feito,uma tapagem destinada ao servio do reservatrio produz de encontro corrente uma cachoeira, com um redemoinho dos mais perigosos. Ej era tarde; mal os nossos barqueiros responderam com uma pilhriaao conselho da experincia, entravam no circulo de atrao davoragem. impossvel recuar, fatalmente o barco arrastado para o

    abismo aoitado por ondas contrrias, sacudido convulsivamente. ...gira sobre si... e se aprofunda! Os trs soldados desapareceram...Todavia, dois dentre eles, alguns instantes depois, alcanavam a praia;mas o terceiro ficara no fundo dgua. Era o blasfemador da. manh!

    23 DIA

    Maria meu modelo

    Maria e os pobres

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Vs deveis amar muito aos pobres, Maria. O amordos pobres o sinal, no s de um bom corao, mas de um

    corao que Deus possui inteiramente.

    Os pobres so, primeiro, aqueles que no tm os bensnecessrios vida.Com esses reparteis vs tudo de que podeis dispor; senteis que

    gozar s, um bem que se pode comunicar a outros, e gozar pelametade. Quantas vezes, sem dvida, recusastes de vossas, amigasou um prmio merecido ou uma ddiva espontaneamente ofertada,pedindo que a dessem aos pobres ! ...

    Quantas vezes no reunistes, com cuidado, esses mil pequenosobjetos que se perdem numa casa, para fazer deles o cabedal dospobres!

    Quantas vezes quisestes vs mesma ser a distribuidora das

    esmolas que se davam!...E com que bondade e modstia deveis praticar estes atos decaridade, e como com a esmola material deveis dar aos pobres essaesmola espiritual de que a alma tem necessidade !

    minha Me, eu posso fazer como vs; dai-me o gosto daesmola. Hoje, a vosso exemplo, eu me privarei de alguma cousa emfavor dos pobres.

    EXEMPLO

    A esmola em honra de Maria

    Um clebre missionrio pregava no exerccio do ms de Maria. Um dia,discorrendo sobre o amor da SS. Virgem pela pobreza e pelos pobres,teve a inspirao de dizer: Convido o pecador mais Infeliz desteauditrio a fazer uma boa esmola aos pobres, e prometo a essa alma operdo e a felicidade. Na coleta que se seguiu ao sermo, seencontrou, com surpresa, um bilhete de mil francos. Quem fizera torica oferta? No dia seguinte, um. homem se lanava aos ps dopregador e lhe dizia em lgrimas: Meu Padre, ontem, quando pregveissobre a pobreza de Maria, entrei por acaso na Igreja, mas comdesespero nalma e resolvido a matar-me ontem mesmo. Convidaste o

    pecador mais desgraado do vosso auditrio a dar uma esmola emhonra de Maria; eu a dei e, no mesmo instante, recobrei a esperana;veio-me a resignao, e hoje me sinto consolado e forte. Agora venhoreconciliar-me com Deus; confessai- me e ajudai-me a bendizer semprea misericrdia de Maria Santssima.

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    Maio Ms de Maria Santssima

    24 DIA

    Maria meu modelo

    Maria e os aflitos

    Os pobres so tambm aqueles cujos coraes tm necessidade

    de consolao e de alegria; e grande, muito grande, o nmerodesses pobres de corao!H deles entre as crianas: umas esto separadas das famlias,

    outras privadas de suas mes, e outras cadas num abandono eprivaes de carinhos que lhes rasgam o tenro corao. Oh! quantohaveis de ter amado os orfozinhos e os desamparados!

    H desses pobres entre as mes; como sofrem estas, quando seveem esquecidas por seus filhos, ou quando a morte lhos vemarrebatar! Maria! como tereis sabido consolar a essas pobres mes!

    H pobres assim entre as pessoas de piedade, e Deus que, porum segredo de sua Providncia, priva-os de toda consolao e alegria.

    Maria! como deveis dissipar os receios e as dores das almasatribuladas!Sede ainda a consoladora dos aflitos e, se hoje, ante o vosso

    altar, uma criana, u'a me, uma alma angustiada vierem invocar-te,consolai-as, Maria!

    s crianas fazei sentir vossa ternura; s mes e s almasatribuladas mostrai vosso corao partido de dor e lhe segredai estaspalavras: Um pouco de tempo ainda e depois o cu.

    EXEMPLO

    O incndio de Reuilly e o tero miraculoso

    A 5 de Julho de 1885, pelas 10 horas da noite, um violento Incndiose declarava em Paris na rua de Reuilly, nos prdios ocupados pelaSociedade Annima da Papelaria do Souche. O fogo havia ganho asoficinas vizinhas e j se estendia para o estabelecimento dirigido pelasIrms da Providncia, onde h muito, funcionavam uma comunidade

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    Maio Ms de Maria Santssima

    religiosa, um orfanato, uma escola comunal, um asilo develhos e de cegos, e vrias salas de trabalhos.

    No momento em que o incndio parecia ser mais contido, uma

    Santa mulher, que tinha a vida cheia de exemplos de abnegao e depiedade, teve a inspirao de atirar o seu tero sobre o teto da capelaque j comeava a arder.

    Como se fosse aquele tero um instrumento eficaz para sust-lo,o incndio, que at a se desenvolvera com uma fria crescente, desbito recuou e, pouco tempo depois, se extinguiu: o estrago se limitouquela parte do teto da capela, e o estabelecimento escapoumilagrosamente ao perigo.

    25 DIA

    Maria meu modelo

    Maria e os passatempos

    A vida de Maria Santssima era uma vida simples, comum; eaquele que no tivesse penetra no mago de sua alma oucompreendido a causa da paz que se lhe irradiava no rosto, no teriavisto nela seno uma mulher mais afvel, mais corajosa, maisdedicada que as outras. Mas quedar-se-ia surpreso, se lhe houvessemdito: a Me de Deus.

    Maria trabalhava, orava, descansava, recreava-se e, nessashoras de repouso e de distraes, era to santa e agradvel a Deuscomo nas horas da orao.

    Maria, criana, prestava-se voluntariamente s exigncias desuas companheiras, sofrendo os caprichos de umas, tomando parte,

    para content-las, nos divertimentos inventados por outras, norecusando nunca um servio nem uma palavra boa, e, sobretudo, nodeixando passar nenhuma recreao sem fazer algum bem.

    Maria, adolescente, mostrava-se, sempre e em toda parte,reservada, boa, modesta, prudente, dedicada, mormente no exerccioda. caridade; chamava ao dever sem irritar o amor prprio, e noperdia nunca o sentimento da presena de Deus.

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Maria, Me de Jesus, nunca deixava seu Filho muitoamado; perto dele que repousava; perto dele buscava o

    alivio para o peso de seu trabalho; perto dele sorria, modelo da afeio

    terna, dedicada e respeitosa de toda me crist. Maria! reinai em meu pensamento, nas horas de repouso! Queeu seja com todos brando, diligente, dedicado e discreto: que sempredomine em mim o desejo de fazer o bem.

    EXEMPLO

    Converso de uma protestante pela Ave Maria

    Corria clere o trem de Munich a Augsburgo da Baviera.Encantadoras paisagens seguiam uma outra; o sol do vero inundava

    a plancie e as montanhas de luz e alegria, que visivelmentecontrastavam com a tristeza estampada no rosto de uma das duasjovens que viajavam em um compartimento reservado a senhoras.

    A companheira notava-o e, comovida, indagou discretamente omotivo. A primeira contou:

    Educada em colgio de Religiosas tirara. o diploma deprofessora. Da primeira cadeira, porm, que obtivera, tinha ela voltados Religiosas, para como Religiosa, dedicar suas energias a Jesus e juventude estudiosa ao mesmo tempo. Admitida, gozava da doce ereligiosa atmosfera do noviciado, quando, faltando poucas semanaspara a profisso, sua melindrosa sade a obrigou a voltar ao lar

    paterno.A outra no soube ocultar sua surpresa. No compreendo, -

    disse, - pois, sou protestante; porm, ao meu ver, devia estar bemcontente de ter escapado da priso do claustro.

    Vou ser professora tambm, sou normalista e j entrei noderradeiro exame. Hei de trabalhar muito, no h dvida, para ajuventude e para meu Deus, mas quero tambm folgar, gozar damocidade. A senhora reze por mim, para que me saia bem no exame;esquea sua mgoa e ser feliz ainda. A catlica agradecendo, oprometeu, pedindo, porm, que ela tambm devia se recomendar aDeus e bem podia recorrer Me de Deus, dizendo todos os dias a Ave

    Maria.Eu, rezar a Ave Maria? Eu, uma protestante? perguntou admirada

    a outra. E por que no? replicou a catlica. Por ventura lhe proibidodizer as palavras dulcssimas que primeiro pronunciou o Arcanjo?

    O trem parou. A normalista devia saltar. Despedindo-se,afetuosamente, prometeu experimentar a eficcia das palavrasanglicas. Trs anos depois a catlica recebeu uma carta de sua

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    Maio Ms de Maria Santssima

    companheira de viagem em que se confessou imensamentefeliz como catlica, pela eficcia das Ave Marias.

    26 DIA

    Maria a voz que me chama

    No primeiro dia do presente ms, prometi a Maria a assiduidadeem vir render-lhe minhas homenagens; no segundo dia, prometi-lhe adocilidade.

    E Maria falou a meu corao; revelou-me seu amor, seu poder,sua misericrdia. Maria falou minha Inteligncia: mostrou-me, dentresuas virtudes, as que esto mais a meu alcance, e prometi ser fiel em.imit-la.

    Eis que agora escuto sua voz que me chama . Filho: eu aprecioteus sentimentos de amor e de confiana, tua venerao e mais quetudo, teus esforos para imitar minhas virtudes; mas, tenho algumacoisa mais a pedir-te.

    Queres realmente ser meu e dar-te inteiramente a mim para quete d a Jesus Cristo?Inteiramente, isto , teu corpo com seus rgos e sentidos, tendo eu

    a liberdade de lhe dar a vida ou de paralis-lo? tua alma com suasfaculdades para for-la, de certo modo, a se empregar s no serviode Deus? teus mritos, tuas virtudes adquiridas, tuas boas obras,para te conservar, por certo, sua parte incomunicvel, mas podendoeu dispor, para maior glria de Deus, de tudo o que susceptvel deser comunicado a outrem?

    Um de meus servos, Santo Agostinho, me chamou o molde vivode Deus; ele disse, com exatido, que desde que s em mim se havia

    formado um Deus homem, tambm s em mim o homem pode formar-se em Deus, tanto quanto capaz disso a natureza humana pela graadivina.

    Reflete neste pensamento, filho, e desde hoje medita nestapalavra dos Santos: assim como Deus no veio do cu terra senopassando por Maria e dando-se todo a ela, tambm a alma no ir daterra ao cu sem consagrar-se inteiramente a Maria e ser levada por

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    Maio Ms de Maria Santssima

    ela.

    EXEMPLO

    Uma vocao devida Ave Maria

    Nascido na ilha Maurcia, de pais ingleses e protestantes, M.Tuckwel tem em si um exemplo tocante das misericordiosasantecipaes da graa. Na idade de seis anos, ouviu recitar a AveMaria, decorou e repetiu-a diante de sua me. Ela ralhou e o advertiuque no repetisse mais semelhantes louvores a Maria, porque eramuma das supersties papistas. O menino obedeceu; mas, da a algumtempo, lendo na Bblia, acertou com a passagem de S. Lucas que narraa saudao do Anjo a Maria. Como a me no soube lhe resolver a

    dvida, voltou a recitar a Ave Maria.Aos 13 anos ouvindo falar contra o culto da SS. Virgem, protestoudizendo: Que contradio vossa! quando a Bblia vos manda e a todasas geraes, glorificar a Maria e cham-la bem-aventurada.

    Ouvindo isto, sua me levantou-se e disse com violenta emoo:Esse menino ser nossa vergonha; ele acaba catlico.

    De fato, logo que foi livre, M. Tuckwel se fez instruir e abraou ocatolicismo. Um dia que ele instava com sua Irm para segui-lo, estalhe disse, mostrando-lhe os filhos: Vs estes meninos, sabes que eu osamo; pois, eu preferia cravar-lhes... um punhal no corao do quedeix-los entrar nessa religio. Maria quis tambm triunfar desta

    oposio, e a venceu. M. Tuckwel viu, uma vez, sua irm em grandeconsternao: seus dois filhos estavam com o crupe, a morte eraiminente. Dize comigo a Ave Maria e Maria os salvar! Vencida pelador, a me ajoelhou-se e disse com o irmo:

    Santa Maria, Me de Deus, rogai por ns pobres pecadores. Eseus filhos escaparam.

    M. Tuckwel deixou ento o seu cargo de oficial para pedir asordens sacras. Tornou-se um sacerdote conhecido no mundo catlico.

    27 DIA

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    Maio Ms de Maria Santssima

    Marta a voz que me chama

    Deixa-me, filho, dar-te a conhecer o que fao em prol dos que se

    consagram a mim na forma em que te propus ontem.I. Eu os fortaleo. Pois que tudo o que eles tm e tudo o quefazem me pertence, eu me empenho em que tudo seja bom.

    Eles o sabem e contam que os acompanhe de perto, com umaassistncia toda particular, na orao, no trabalho e no repouso; com,eles, quando tm de se sacrificar de qualquer modo; perto deles, paralhes fazer praticar continuamente uma virtude: ora a humildade, ora asubmisso, ora a pacincia. Alguns tm chegado, por efeito da graa epor hbito, a me verem a seu lado!

    II. Eu os apresento a Jesus que de minhas mos aceita suas obrase seus desejos por mais pobres que sejam, e que, depois de sua morte,

    os receber a eles mesmos de minhas mos e os introduzir noParaso. No sou eu a Me de Jesus? Jesus repeliria aquele que amou eserviu sua Me?

    III. Eu lhes dou a paz, e como poderiam eles estar inquietos?Sendo bem (meu e minha propriedade, no devo proteg-los? Terodecepes, mgoas... eu lhes farei conhecer o seu valor.

    No devo defend-los? Sero tentados, com certeza, mas, comotero tomado o hbito de invocar-me, virei sempre em seu auxlio;suas quedas, se algumas vezes se olvidarem de chamar por mim,sero menos humilhantes; cometero ainda faltas, mas ho de saberlevantar-se prontamente. Aquele que se consagrou realmente a mim,

    poder errar materialmente e se enganar, homem, mas h dereconhecer bem cedo sua falta. No se obstinar; h de tornar a Deus.

    A base dessa doao a submisso e a humildade.

    No te sentes Inclinado a te consagrar a mim?

    EXEMPLO

    O toque do ngelus evita um homicdio

    No era mau o mestre Antnio; tinha uma esposa modelar e umacoroa de encantadoras crianas ornava-lhe a casa. Mas pesava sobremulher e filhos urna constante apreenso, pois, Antonio viviadebaixo do jugo do vicio da caa furtiva, proibida severamente pela lei.

    Um dia foi preso em flagrante e condenado, priso de 3 meses.Enquanto a mulher e filhos rogavam em casa pela converso do

    esposo e pai para que a graa divina o confortasse e lhe desse o- 52 -

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    inaltervel propsito de se livrar da paixo, na priso, odetido s pensava em. vingana; o guarda-floresta que o

    denunciara havia de pagar-lhe!

    De volta ao lar, cedeu primeiro s instncias da esposa e dos filhos, mas em companhia de seus antigos companheiros de caa, noresistiu. Novamente se entregou sua paixo. O guarda-florestanotava-o bem, e redobrava sua vigilncia, a fim. de livrar seu dono dasperdas sensveis que os caadoresfurtivos lhe traziam. Antnio por suavez, procurava encontrar-se com o guarda-floresta, para vingar-se. Abala de sua arma certeira havia de rasgar o corao do inimigo.

    No prximo domingo, Antnio faltara Missa. O guarda, que logoficou desconfiado, deu a ronda pelo distrito. Antnio mal o avistou,levantou a arma certeira contra o seu inimigo, quando da torre damatriz se ouviu otoque dasAve Marias. Vendo o guarda rezar, a arma

    lhe caiu das mos; rezou tambm e, tocado pela graa de Deus,renunciou vingana e aproximou-se do adversrio pedindo-lhe operdo e a amizade.

    28 DIAMaria a voz que me chama e me dirige

    Queres ter uma ideia geral dessa doao que te peo?Dar-se a Maria :

    I. Fazer todas as suas aes com ela, Como as teria feito, se setivesse achado nas circunstncias em que nos encontramos e setivesse tido os mesmos deveres que ns temos.

    II. Fazer todas suas aes em Maria, isto , sob a influncia doseu olhar materno que podemos supor sempre fixo sobre ns, como

    outrora estava sempre fito em ns, quando ramos crianas, o olhar denossa me.III. Fazer todas as nossas aes por Maria, isto , deix-las todas

    entre suas mos, quando realizadas, para que as purifique primeiro, edepois apresente-as a Jesus, para que delas disponha como lheaprouver.

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    EXEMPLO

    O dedo de Deus

    Em pleno vero de 1923 percorreu a cidade de Lourdes, a notciade um horrvel desastre. Um caminho cheio de romeiros,. perto dosanturio, caiu num abismo, causando a morte a 19 pessoas.

    Com surpresa geral devotos romeiros exclamaram: Como queN. Senhora no lhes mostrou a sua valiosa proteo?!

    Poucas semanas depois os jornais relataram que as vtimas noeram "devotos romeiros", mas um grupo de fanticos ateus, umaexpedio da Holanda, da folha acatlica De Protestant, organizada echefiada pelo Dr. Klerk, secretrio da Liga anticatlica. Pretendiamfazer seus estudos em Lourdes mesmo e assim desmascarar os falsos

    milagres de Lourdes e relatar na dita folha.Tinham terminado as suas investigaes e de Lourdes mesmo janunciavam a srie dos artigos a publicar. Mas, a nica notcia quesaiu foi da morte desastrosa de todos os membros da expediosacrlega. Como Deus no deixa impune a falta de respeito sua SS.Me!

    29 DIA

    Maria a voz que me chama e me dirige

    Quereis agora que, percorrendo contigo as horas de teus dias, eute diga quais os sentimentos que lhes devem corresponder em tuaalma?

    Deveres religiosos.

    I. Pela manh, ao despertar e noite, antes de adormecer, beijacom respeito a medalha que trazes ao pescoo: minha imagem, aimagem de tua Me do Cu; beija tambm o cordo que a temsuspensa e considera alegre que sinal da cadeia espiritual que teprende a meu servio. Dize afetuosamente:

    minha Me, eu vos perteno; guardai-me, defendei-me [e usai-me] como bem vosso e vossa propriedade.

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    II. Durante a orao, pensa em que estou a pertode ti, e de teus lbios deixa cair em minhas mos cada

    palavra que pronunciares, como se deixasse cair uma prola. No

    uma prola cada palavra do Padre Nosso, do Creio em Deus Padre oudos atos da F, Esperana e Caridade?Na meditao, diz-me simplesmente: minha boa me, acudi a

    minha memria para ocup-la toda com a lembrana de Jesus, aminha inteligncia, para que estude bem as palavras e aes de Jesus, a minha vontade para que eu queira tudo o que Jesus quer. Ensinai-me o que vs tereis dito e prometido a Jesus. Conclui, repetindocomigo a Deus: Senhor, eis aqui vosso servo, ordenai minha alma oque quiseres!

    santa Missa e Comunho, une-te aos sentimentos de respeitoe amor que me animavam, assistindo ao santo Sacrifcio e

    comemorando a Paixo de meu Filho. Diz-me, antes do comungar: minha Me, de vossas mos que desejo receber Jesus, dai-mo! erecita pausadamente os atos. Depois da santa comunho, fala assim aJesus:

    Jesus, eu vos ofereo as aes de graas que vos rendia vossaMe: E imagina que eu venha adorar, agradecer e amar a Jesus em teucorao. Dize-me: Minha Me, guardai Jesus em minha alma, e a fazei-o viver e reinar.

    EXEMPLO

    Maria, refgio dos pecadores

    Conta um velho missionrio:J ia pelo fim da santa Misso, quando se aproxima do

    confessionrio um comunista conhecido no lugar por um dos maisexaltados. Como ele mais tarde relatou, para zombar da confisso,disse alguns crimes horrorosos e perguntou:

    No basta, quer mais ainda?O missionrio, vendo a falta de disposio mas confiando no

    poder da Me de misericrdia, tentou lev-lo a outros sentimentos.A resposta porm, foi uma terrvel blasfmia. O padre replicou:V ajoelhar-se no altar de N. Senhora e diga 3 vezes: Maria, eu

    sei que no s mais que qualquer mulher, caso, porm, sejasrealmente mais, prova-o j por um sinal certo.

    O blasfemador foi e disse isto mesmo, porm, s uma vez, poislogo passou-lhe to sensvel terror pelo esprito, que contrito e

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    arrependido demorou no altar uma hora inteira implorando oRefgio dos pecadores.

    Depois voltou ao confessionrio, onde, em torrentes de lgrimas,

    fez uma sincera confisso geral.

    30 DIA

    Maria a voz que me chama e me dirigeII. Deveres ordinrios da vida.Em todas as cousas exteriores, trabalho manual ou intelectual,

    refeies, visitas obrigadas ou simples distrao, deixa penetrar emtua alma este pensamento: Minha boa Me, velai sobre mim, trabalhaicomigo; falai comigo; sofrei comigo; vivei comigo!

    Depois de uma falta: Minha Me, tenho sido fraco, esquecido,mau; volto a vossos ps, pedi perdo por mim, oferecei em expiaopor mim a ao que pratico - e, na hora de minha confisso, dai-me oarrependimento sincero de minha falta!

    Em todo tempo, conserva-te sossegado, calmo e afetuoso. Noprazer, agradece a Maria; na inquietao e no temor de algumacontecimento triste, aproxima-te ainda mais de Maria; na aflio,murmura suavemente o nome diletssimo de Maria.

    No te aborrecers de dizer:Maria minha me, eu lhe perteno. -Maria minha rainha, eu

    lhe obedeo.Maria minha soberana senhora, eu a sirvo.Maria minha mestra, eu a escuto. Maria meu modelo, eu a

    imito.Maria meu sustentculo, eu nela me amparo.

    Maria minha fora, eu combato unido com ela.Maria meu refgio, eu repouso em seu seio. -

    EXEMPLO

    Morte edificante de uma devota de Nossa Senhora

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    Em qualquer idade triste perder a vis- -ta, masperd-la quando a natureza ostenta os seus maiores

    encantos, uma dor mais viva, e foi a que Jlia Veyret sofreu aos 12

    anos. Desejava ela ser admitida na Congregao da SantssimaVirgem, e o foi, antes mesmo da Idade fixada, no dia da Assuno, em1865: Pela sua bondade e resignao admirveis, merecera esta graa.Deus, porm, ia cham-la mais alto: foi acometida de graveenfermidade, que fez desesperar da cura. A Irm Saint-Charles, quefora sua mestra, lhe anunciou o perigo iminente; Jlia comungara indanessa manh, mas custou-lhe crer que a morte j viesse. Oremos,disse ela, para que o bom Deus me esclarea; e suas companheiras,ajoelhando-se em torno do leito, recitaram 7 Padre Nossos e 7 AveMarias. Eram 9 horas; de repente, o rosto de Jlia se ilumina, ela sorri

    docemente: o cu lhe fez compreender que vai deixar este mundo.Entrando, nessa hora, na alcova, uma de suas tias, a doente lhe dizcom alegria: Dou-te uma boa nova, irei breve para o cu. Pede que lhepreparem logo o seu vestido branco mais novo, e quer experimentar acapela com que lhe cingiro a cabea. Falta a medalha: o Padre Diretorvai busc-la, e Jlia recebe-a com sinais de alegria, apertando-arepetidas vezes. Antes de deixar a terra, quer despojar-se de todas assuas vaidades.

    Continuou-se a orar com ela. Pelas trs horas, disse s pessoasque lhe assistiam: No posso mais orar; orai por mim. Recitai o ato decontrio! Alguns instantes depois, expirou, pronunciando uma ltima

    vez os nomes sagrados de Jesus, Maria, Jos. Ainda no tinha quinzeanos. Quando a cobriram de rosas e lrios, ningum se cansava deolh-la; a morte no alterara seus traos, seno para dar-lhes umencanto celeste.

    31 DIA

    Maria minha me a quem eu me entrego

    Consagrao Santssima Virgem

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    Maria, admirvel Me de Jesus e minha Meamabilssima, poderosa Soberana: Eis-me a vossos ps, com

    uma alegria infantil, para me dar ao vosso amor, para me entregar em

    vossos braos, minha Me, com tudo o que sou, tudo o que tenho oupuder adquirir na ordem da natureza e na ordem da graa! Eu meofereo e dou ao vosso ditoso servio de um modo to perfeito, minha Me, vida de minha alma! que no s nada mais tenha demeu, depois de vos haver dado tudo, mas ainda para todo sempre, notempo, na eternidade, eu nada mais possa ter que no seja vosso;ficando, desde agora, minha alma com suas faculdades, suas afeies,suas esperanas; meu corpo com seus sentidos e sua vida terrestre;todo o meu ser, sem a menor reserva, sem nenhuma revogaopossvel, entregue a vs, abandonado ao vosso cuidado, vossadireo maternal, vossa providncia cheia de amor. Hoje, em

    particular, eu vos consagro todos os meus pensamentos, todas asminhas obras de religio, de caridade, de penitncia. J no sou meu,sou vosso, para melhor ser de Jesus.

    Oh! bendito seja Cristo que nos deu tal me!Mas, boa Me, por absoluta que seja esta doao, meu desejo,

    meu propsito no podem bastar s necessidades de meu corao, ameu amor extremo.

    Portanto, vs que sois to boa, minha Soberana, fazei, eu vosrogo, ainda mais do que eu por mim poderia. Dignai-vos unir-me eprender-me convosco, fazei-me vosso da maneira mais ntima, maisabsoluta, mais definitiva, da maneira que vs sabeis a melhor e que eu

    no conheo, de sorte que seja vosso e vos sirva, no s por minhasaes, mais ainda por um estado especial e uma condio nova, nasquais me venhais vs mesma constituindo. Jesus, Filho do Deuseterno e Filho de Maria, que unis, por vossa misericordiosa graa,nossas almas vossa amvel Me, dignai-vos ter-me e- considerar-mede agora em diante como seu servo e seu escravo amante; sede Vsmesmo o lao de todos os coraes; lao indissolvel do meu coraocom o amantssimo corao de vossa bendita Me. Jesus, meu bem,meu tudo! eu vos suplico esta preciosa graa, com todo ardor de queme