02 - a licenciatura em ciências sociais nas políticas públicas

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A licenciatura em A licenciatura em Ciências Sociais nas Ciências Sociais nas políticas públicas para políticas públicas para formação e atuação formação e atuação docente nos últimos docente nos últimos vinte anos. vinte anos.

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A licenciatura em Ciências Sociais nas políticas públicas.

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A licenciatura em Ciências A licenciatura em Ciências Sociais nas políticas públicas Sociais nas políticas públicas

para formação e atuação para formação e atuação docente nos últimos vinte docente nos últimos vinte

anos.anos.

O debate atual sobre o ensino de O debate atual sobre o ensino de sociologia nasociologia naescola secundária – uma periodizaçãoescola secundária – uma periodização

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1882 Citada nos Pareceres de Rui Barbosa

1890-1897 Incluída nos cursos preparatórios

1897 e 1900 Dois cursos livres em São Paulo

1923 Criação da primeira Cátedra de Sociologia no Brasil

1925-1942 Na reforma Vaz Rocha torna-se obrigatória, e é ratificada na Reforma Francisco Campos (1931)

1942-1961 Excluída durante vigência da Reforma Capanema

1961-1971 Volta como componente optativo na primeira LDB

1971-1982 Perde força até como disciplina optativa por ser confundida com “socialismo”

1982-1986 Com a Resolução SE nº 236/83, volta na parte diversificada (São Paulo)

1992 Cenp apresenta outra “Proposta Curricular para o Ensino de Sociologia – 2º grau

1993 e 1994 Concurso para a disciplina e posse dos aprovados

1996 Nova LDB: “domínio de conhecimentos de filosofia e sociologia necessários ao exercício da cidadania”.

1998 Nova interpretação da LDB: “tratamento interdisciplinar e contextualizado [...] necessários ao exercício da cidadania” 

1999 Redução da grade curricular do ensino médio

2000 São Paulo, reafirma o “caráter interdisciplinar e contextualizado” dos conteúdos de sociologia

2006 Resolução 04/06, determina que Sociologia e Filosofia voltem a grade curricular das escolas públicas e privadas do Brasil já em 2008

2007 Resolução nº 92/07, da SEE/SP, veta a obrigatoriedade do ensino da disciplina sociologia aos estudantes de escolas públicas

2008 Incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio.

O debate atual sobre o ensino de O debate atual sobre o ensino de sociologia nasociologia naescola secundária – uma periodizaçãoescola secundária – uma periodização

1882 – Nos “Pareceres de Rui Barbosa” o autor fala sobre a inclusão da disciplina nos cursos preparatórios e superiores;

◦ A reforma não se realizou e os pareceres entraram para a história como de “elevado nível”, mas nem foram discutidos na época;

O substitutivo também não acceita a cadeira de direito natural. [...] Em vez della propõe a de sociologia. O pensamento da commissão, em todo o seu trabalho, está em substituir a ideologia, isto é, o culto da abstracção, da phrase e da hypothese, pelos resultados da investigação experimental, do methodo scientifico. (pág. 27)

O debate atual sobre o ensino de O debate atual sobre o ensino de sociologia nasociologia naescola secundária – uma periodizaçãoescola secundária – uma periodização

Esse principio da progressão social, que Comte enunciou, é a determinante de todos os deveres pelo unico meio de afferição de que a sciencia dispõe: o da relação visivel das coisas; o da observação real dos facto; o da successão natural das causas e effeitos. Eis a base da sociologia; enquanto o direito natural se procura firmar numa natureza, que a história não descobre em época nenhuma, em nenhum ajuntamento de creaturas pensates. (pág. 27)

No direito natural, pois, que e a metaphysica, antepomos a sociologia, ainda não rigorosamente scientifica, é certo, na mor parte dos seus resultados, mas scientifica nos seus processos, nos seus intuitos, na sua influencia sobro o desenvolvimento da intelligencia humana e orientação dos estudos superiores. (pág. 27)

O debate atual sobre o ensino de O debate atual sobre o ensino de sociologia nasociologia naescola secundária – uma periodizaçãoescola secundária – uma periodização

1890-1897 - Com a Reforma Benjamim Constant, a disciplina é incluída como obrigatória nos cursos preparatórios (6º e 7º anos do secundário), mas não foi posta em prática;

◦ Segundo Chacon, Paulo Egídio de Oliveira Carvalho “deu pelo menos dois iniciais cursos livres de sociologia em São Paulo, nos anos de 1897 e 1900” (1977);

◦ Sotelo (1975) fala da “surpreendentemente tardia” criação da primeira cátedra de sociologia no Brasil, em 1923. Esses autores referem-se ao ensino de sociologia nos cursos de direito.

O debate atual sobre o ensino de O debate atual sobre o ensino de sociologia nasociologia naescola secundária – uma periodizaçãoescola secundária – uma periodização

1925-1942, com a Reforma Rocha Vaz, a disciplina torna-se obrigatória e seus conteúdos são exigidos nas provas de vestibulares para o ensino superior (A Reforma Francisco Campos de 1931 reforça esse caráter obrigatório);

1942-1961, vigência da Reforma Capanema, a sociologia é excluída do currículo, não aparecendo como obrigatória nem no curso clássico nem no científico;◦ A sociologia aparecia no curso normal como sociologia educacional;

O debate atual sobre o ensino de O debate atual sobre o ensino de sociologia nasociologia naescola secundária – uma periodizaçãoescola secundária – uma periodização

1961-1971, com a Lei nº 4.024/61, a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a disciplina passa a figurar como componente optativo no curso colegial, entre uma centena de outras disciplinas, humanísticas, científicas ou técnico-profissionalizantes; também podia ser de caráter geral ou específico (sociologia de...);

1971-1982, apresenta dificuldade para ser incluída, por conta do preconceito reinante em que se confundia sociologia com socialismo (Barbosa e Mendonça, 2002), e mesmo pela quase “substituição” do possível caráter crítico de sua abordagem das questões sociais e políticas nacionais pelo tom ufanista e conservador da disciplina obrigatória Organização Social e Política Brasileira (OSPB);

O debate atual sobre o ensino de O debate atual sobre o ensino de sociologia nasociologia naescola secundária – uma periodizaçãoescola secundária – uma periodização

1982, a Lei nº 7.044/82 veio revogar a profissionalização compulsória que marcava o segundo grau desde a Lei nº 5.692/71 editada pelos governos militares. Na verdade, essa revogação trazia para o campo da educação os efeitos ainda tardios da “abertura lenta, gradual e segura” iniciada pelo governo Geisel e continuada pelo governo Figueiredo;

Crise do modelo econômico, denominado de “Milagre Brasileiro”, que tinha induzido a transformação do ensino médio em ensino profissionalizante, a fim de formar mão-de-obra técnica para o “Brasil Potência”;

O debate atual sobre o ensino de O debate atual sobre o ensino de sociologia nasociologia naescola secundária – uma periodizaçãoescola secundária – uma periodização 1982-1986, no estado de São Paulo, com a Resolução SE nº

236/83, que “possibilitou a inclusão da sociologia” na parte diversificada, a disciplina reinicia o seu retorno à grade curricular do ensino secundário;

1985, cerca de 25% das escolas de segundo grau tinham-na incluído;

1986, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEESP) realizou um concurso público para provimento de cargo de professor de sociologia;

1986, a Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp) publicou a “Proposta de Conteúdo Programático para a Disciplina Sociologia – 2º grau”, como subsídio resultante de “análises, discussões, leituras e seminários” realizados sobre o tema desde o segundo semestre de 1984 (São Paulo, Secretaria de Educação, 1986).

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Em 1992, a Cenp apresentou uma outra “Proposta Curricular para o Ensino de Sociologia – 2º grau”;

1993 e 1994, novo concurso e posse dos aprovados. ◦ A partir de então, o número de escolas com sociologia tem diminuído

drasticamente, a ponto de não terem sido feitos novos concursos para o cargo.

Em dezembro de 1996 é promulgada a nova LDB (Lei 9394/96) que no artigo 36, parágrafo 1º, inciso III, estabelece que: “ao final do ensino médio o educando demonstre: domínio de conhecimentos de filosofia e sociologia necessários ao exercício da cidadania”.

O debate atual sobre o ensino de O debate atual sobre o ensino de sociologia nasociologia naescola secundária – uma periodizaçãoescola secundária – uma periodização

Isso deu novo ânimo aos profissionais e às entidades da área, logo surpreendidos, porém, pela publicação em 1998 das Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (DCNEM, Parecer CNE/CEB nº 15/98), e regulamentadas pela Resolução CNE/CEB3/98, artigo 10, parágrafo 2, alínea b, a qual interpretava a referida passagem da LDB da seguinte forma:

“As propostas pedagógicas das escolas deverão assegurar tratamento interdisciplinar e contextualizado para conhecimentos de filosofia e sociologia necessários ao exercício da cidadania” (Moraes, 1999).

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1999, a SEESP enviou para as escolas o documento “Novos rumos da Escola de Ensino Médio – Desafios e Possibilidades” (Apeoesp, 1999), reduzindo drasticamente a grade curricular do ensino médio, dificultando a diversificação ou a inclusão de disciplinas no currículo.

2000, o Conselho Estadual de Educação (CEESP) aprova a Indicação nº 9/00 que visa à implantação das DCNEM no estado de São Paulo, reafirmando o “caráter interdisciplinar e contextualizado” que se deveria dar aos conteúdos de sociologia.

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Paralelamente, tramitava no Congresso Nacional um projeto de lei (PL nº 09/00) que visava a alterar o artigo 36, parágrafo 1º, inciso III da Lei nº 9.394/96, afirmando a obrigatoriedade da inclusão das disciplinas sociologia e filosofia no ensino médio.

Tal projeto passou pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, sendo vetado integralmente pelo Presidente da República (Moraes, 2001).

No âmbito estadual, também foi apresentado à Assembleia Legislativa um projeto de lei semelhante (PL nº 790/99), que, aprovado no Legislativo, teve o mesmo destino: vetado pelo Executivo.

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2006, Resolução CNE/CEB 04/06, determina:

◦ § 2º As propostas pedagógicas de escolas que adotarem organização curricular flexível, não estruturada por disciplinas, deverão assegurar tratamento interdisciplinar e contextualizado, visando ao domínio de conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessários ao exercício da cidadania.

◦ § 3º No caso de escolas que adotarem, no todo ou em parte, organização curricular estruturada por disciplinas, deverão ser incluídas as de Filosofia e Sociologia.

◦ Parágrafo único. No caso do § 3º, acrescentado ao artigo 10 da Resolução CNE/CEB nº 3/98, os sistemas de ensino deverão, no prazo de um ano a contar da publicação desta Resolução, fixar as medidas necessárias para a inclusão das disciplinas de Filosofia e Sociologia no currículo das escolas de Ensino Médio.

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2007, o Estado de São Paulo por meio da Resolução SEE 92/07, vetou o ensino de sociologia no Ensino Médio das escolas públicas.

◦ A disciplina de Sociologia é ignorada na proposta curricular do Estado de São Paulo. http://

www.rededosaber.sp.gov.br/portais/Portals/18/arquivos/CADERNO_GESTOR_FINAL_red.pdf

2008, a Lei nº 11.684, altera o art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos do ensino médio.

O debate atual sobre o ensino de O debate atual sobre o ensino de sociologia nasociologia naescola secundária – uma periodizaçãoescola secundária – uma periodização Ainda em 2008 a deliberação Nº 77/08 do Conselho

Estadual de Educação (CEE) flexibiliza a obrigatoriedade das disciplinas no ensino médio.

Segundo o parecer, as aulas poderão ser diluídas no currículo, não precisando se configurar como matérias específicas.

De acordo com o dispositivo, “as escolas podem, em decorrência de sua proposta pedagógica, tratar Filosofia e Sociologia de forma integrada sem necessidade de destacar carga horária própria para uma e para outra”.

Além disso, a deliberação também prevê que a definição da matriz deva ficar a critério da proposta pedagógica de cada escola ou rede de ensino.

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2013, o Projeto de Lei (PL nº 6.003/2013), do deputado Federal Izalci Lucas Ferreira (PSDB-DF) propõe o fim da obrigatoriedade das disciplinas de filosofia e sociologia no ensino médio.

◦ http://www.camara.gov.br/sileg/integras/1200518.pdf

2014, a Presidenta Dilma Rousseff em entrevista ao Bom dia Brasil fala sobre a necessidade de um enxugamento das disciplinas ou sua integração e diluição em grandes eixos temáticos mesclando matérias em grandes áreas:

◦ “O jovem do Ensino Médio, ele não pode ficar com 12 matérias, incluindo nas 12 matérias como Filosofia e Sociologia. Tenho nada contra Filosofia e Sociologia, mas um currículo com 12 matérias não atrai o jovem. Então, nós temos que primeiro ter uma reforma nos currículos”.

O ensino de sociologia e a educaçãoO ensino de sociologia e a educação

A maior parte dos artigos publicados em revistas especializadas em ciências sociais, ou mesmo em educação, tratando do tema “ensino de sociologia”, ocorreu entre 1930 e 1960.

De 1930 a 1960, “a expansão e a consolidação dessas ciências, no Brasil, não possui vínculos com a institucionalização no campo escolar”

Bourdieu critica os sociólogos que abandonaram o objeto “educação” para os pedagogos, abrindo até mão dessa especialidade – sociologia da educação – para os educadores.

O ensino de sociologia e a educaçãoO ensino de sociologia e a educação

A sociologia da educação é referencial fundamental na formação de professores no antigo curso normal, dando um caráter de modernidade e eficiência, como “ciência da educação”, para a pedagogia em nível médio ou superior (cf. Meucci, 2002), garantindo mercado de trabalho para egressos das ciências sociais.

Com o tempo, tanto esse mercado foi-se restringindo a egressos da pedagogia (cf. Resolução MEC nº 399/89) como foi desaparecendo como linha de pesquisa ou disciplina dos cursos de ciências sociais.

A educação, como objeto ou campo de atuação, há muito vem passando por um processo de desvalorização, não só entre cientistas sociais, mas também quanto ao que se refere ao nível básico.

O ensino de sociologia e a educaçãoO ensino de sociologia e a educação

Nos debates sobre o ensino de sociologia a “falta de programas e material didático” é uma constante;

Pode-se dizer que a intermitência dos debates/presença da sociologia no ensino médio é parte responsável por essa dificuldade de consolidação de programas e materiais didáticos.

Entre 1942 e 1982, a sociologia esteve fora ou foi opcional nos cursos secundários e de segundo grau, não favorecendo a elaboração de propostas programáticas ou livros didáticos.

A proposta de 1986 foi duramente criticada por seu caráter enciclopédico (oferecia uma variedade de questões ou temas a serem debatidos), sofisticado (devido à falta de material didático recorreu-se a bibliografias de nível superior) e de concepção plenamente sociológica. (devido a mudança do pensamento sociológico brasileiro)

A formação do professor de sociologiaA formação do professor de sociologia

Há uma relação difícil entre o bacharelado e a licenciatura, constituindo cursos com objetivos diversos: um forma pesquisadores ou técnicos e o outro forma professores.

Na maior parte dos cursos há um desequilíbrio entre a formação do bacharel e a do licenciado, embora nesses seja impossível legalmente licenciar-se sem concluir o bacharelado.

Amaury César Moraes afirma que:◦ [...] quando os professores clamam por “conteúdos programáticos

mínimos” de sociologia ou material didático adequado, acabam por manifestar uma formação deficiente para o exercício do magistério em nível médio. Parece que a “excelência” característica do bacharelado não é suficiente para superar as falhas da licenciatura. (2003, p. 15).

A formação do professor de sociologiaA formação do professor de sociologia

O aluno ao chegar na licenciatura querem informações, quase-receitas de como se dá aula: métodos que sejam modernos, bibliografias que sejam adequadas, programas que sejam interessantes, ou seja, a garantia do êxito.

Como a instituição universitária garante aos professores autoridade e sugere competência, logo esses alunos acomodam sua ansiedade e acatam um tom mais “reflexivo” do que “ativo” que os professores tendem a dar às disciplinas da licenciatura.

A formação do professor de sociologiaA formação do professor de sociologia

Segundo a LDB no que se refere às “Diretrizes Curriculares para Cursos de Graduação em Ciências Sociais”, encontramos no “item 2. Competências e Habilidades B) Específicas para a licenciatura”, o seguinte: “domínio dos conteúdos básicos que são objeto de ensino e aprendizagem no ensino fundamental e médio; domínio dos métodos e técnicas pedagógicos que permitem a transposição do conhecimento para os diferentes níveis de ensino”.

No item 4, “Conteúdos Curriculares”, último parágrafo, temos: “No caso da licenciatura, deverão ser incluídos os conteúdos definidos para a educação básica, as didáticas próprias de cada conteúdo e as pesquisas que as embasam”.

No item 5, “Estruturação do Curso”, encontramos: “O curso de licenciatura deverá ser orientado também pelas Diretrizes para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica em cursos de nível superior” (Pareceres CNE/ CES 492/2001 e CNE/CP 9/2001, 27/2001, 1/2002).

A formação do professor de sociologiaA formação do professor de sociologia

Para o autor, a licenciatura deve integrar três áreas de conhecimentos (teóricos e práticos):

1. Conhecimentos específicos: no caso das ciências sociais, sociologia, antropologia, ciência política, metodologia da pesquisa, obrigatórias e optativas, gerais e especiais.

2. Conhecimentos pedagógicos: formação em disciplinas que tomam o fenômeno educacional e escolar como objeto, psicologia, história, filosofia, sociologia da educação e políticas educacionais e gestão escolar.

3. Conhecimentos metodológicos e epistemológicos sobre o ensino: conjunto de disciplinas de integração entre (1) e (2) que tratam de conteúdos, didáticas e pesquisas sobre o ensino de ciências sociais para a educação básica.

Reflexão sobre a formação de professores Reflexão sobre a formação de professores em Sociologiaem Sociologia

Conteúdos extremamente teóricos dos cursos, o que dificulta, na prática pedagógica, a socialização desses conteúdos, a fim de propiciar aos alunos a compreensão das disciplinas ministradas na educação básica;

Desarticulação dos saberes pedagógicos com os de conteúdos específicos, prejudicando o efetivo exercício da docência. Esse fato explicita a necessidade de reformulação da licenciatura na sua concepção e organização;

Reflexão sobre a formação de professores Reflexão sobre a formação de professores em Sociologiaem Sociologia

Desconhecimento ou visão distorcida do cotidiano escolar e de seus agentes (alunos, professores, funcionários, comunidade local), indicando ausência de relação sistemática entre universidade e escola básica, gerando defasagens entre o conhecimento da realidade escolar e sua abordagem teórica na licenciatura;

Esgotamento do modelo tradicional de estágio supervisionado. Estágio restrito às atividades de observação de sala de aula, numa situação de constatação de problemática, sem a possibilidade de atuação articulada na escola. Este modelo de estágio, ao não proporcionar ao licenciando a compreensão científica de tais problemas, gera sentimento de impotência e desânimo para o futuro profissional e, muitas vezes, afasta-o da opção pelo exercício da docência.